2.artigo - CORRALES, Luciano. A Intertextualidade e Suas Origens
2.artigo - CORRALES, Luciano. A Intertextualidade e Suas Origens
2.artigo - CORRALES, Luciano. A Intertextualidade e Suas Origens
Luciano Corrales1
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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.
No entanto, quando a comparação é empregada como recurso preferencial no
estudo crítico, convertendo-se na operação fundamental da análise, ela passa
a tomar ares de método- e começamos a pensar que tal investigação é um
estudo comparado. Pode dizer então que a literatura comparada compara não
pelo procedimento em si, mas porque, como recurso analítico e
interpretativo, a comparação possibilita a este tipo de recurso literário uma
exploração adequada de seus campos de trabalho e o alcance dos objetivos a
que se propõe. (CARVALHAL, 2001, p. 10-16).
O ângulo que nos interessa a ser explorado neste histórico é saber que ao longo
do caminho e do desenvolvimento da literatura comparada, os avanços em pesquisa, de
modo geral, subverteram o “novo” ao “velho”, e vale acrescentar que esse
comparativismo clássico simplesmente identificava semelhanças e diferenças, ou
paralelismos, ou seja, estabelecia relações de “crédito” ou ”débito” entre as obras. Mas,
em suma, hoje, a literatura comparada é vista sob um novo prisma:
História da intertextualidade
Produzir literatura comparada é perceber a relação entre pelos menos dois textos
(ou de forma sintética, estabelecer “Intertextos”). A raiz latina do termo, segundo o
dicionário eletrônico Houaiss é conceituada como: inter (no interior de dois) + texto
[Textus] (fazer tecido, entrelaçar).
Enfim, através deste entrelaçamento, pode ser entendido, como a obra literária se
interliga com outras obras, formando elos de uma infindável corrente que é notável, em
todos os períodos da literatura.
Então, a partir dos estudos bakhtinianos, Júlia Kristeva direcionou todo esse
universo do dialogismo e deslocou a tônica da teoria literária para a produtividade do
texto, como conterrânea de Roland Barthes alguns teóricos atribuem a ele a difusão do
nome e dos trabalhos de Mikhail Bakhtin até então pouco divulgados devido ao
ambiente opressivo em que se deram suas pesquisas e sua vida na Rússia. Assim
Kristeva cunhou o termo intertextualidade divulgado na famosa revista TEL
QUEL:“Qualquer texto se constrói como um mosaico de citações e é absorção e
transformação de outro texto” (Poética nº27, p.45-53).
ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza Col. Biblioteca dos Séculos. Porto
Alegre: ED. GLOBO, 1966.
CARVALHAL, Tânia Franco. Literatura Comparada. 45. ed. São Paulo: Ática,2001.
DICK, Lauro. Pequena teoria de literatura do formalismo russo. In: Letras de Hoje. 3
(11): 42-51, Março, 1973.
KOCH, Ingedore villaça & Elias, Vanda Maria. Ler e Compreender: os sentidos do
texto. São Paulo: Contexto, 2007.
Rebello, Luiz Sá. (Org). Organon. n. 24. Porto Alegre: Instituto de Letras da UFRGS.
vol.10, 1996.
SAMUEL, Rogel. Literatura comparada. In: Novo manual de teoria literária. 2. ed. São
Paulo:Vozes, 2002.
SANTANA, Romano Afonso. Paródia, Paráfrase e Cia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
Figura 2
Figura 3
Principais conceitos: