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Tomai, Todos, e Comei Considerações Sobre A Teologia
Tomai, Todos, e Comei Considerações Sobre A Teologia
Tomai, Todos, e Comei Considerações Sobre A Teologia
Introdução
O Ritual celebrado até hoje pelos cristãos pertence à tradição cristã da Igreja de Roma.
Este ritual encontra sua elaboração em vários passos, nos vários séculos, unindo experiências
religiosas, expressões culturais, códigos lingüísticos e visões religiosas e cristãs. Por certo, a
referência é sempre o evento da “Ceia do Senhor”, celebrada por Jesus com seu discipulado, e
a auto-doação da Cruz, culminando com a fé na ressurreição de Cristo. Qual a origem deste
ritual e como ele foi se elaborando, no seu rito e na sua teologia, ao longo dos primeiros
séculos do cristianismo?
Por vários séculos, o ritual e a teologia da ceia eucarística foram se elaborando,
compondo a tradição deste sacramento como forma de fazer memória e atualizar a partilha do
pão e do vinho no ritual do mistério pascal. Nossas fontes serão os textos bíblicos, a Didaqué
(catecismo dos primeiros cristãos), o pensamento de Hipólito de Roma, de Cirilo de
Jerusalém e de Agostinho de Hipona. Outros “padres da igreja” poderiam ser acrescentados,
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no entanto, nossa opção foi por esses personagens mais representativos para abordagem da
problemática proposta.
Analisando esses textos notamos que o autor da Doutrina dos Apóstolos usa a
terminologia eucaristia, mas parece que não há uma referência alusiva ao conteúdo específico
da eucaristia cristã, ou seja, a morte e ressurreição de Cristo, o memorial da páscoa, o corpo e
o sangue de Cristo, oferecidos pela salvação da humanidade (ALDAZÁBAL, 1993, p. 208).
Percebemos claramente que o eixo teológico-ritual da celebração está centrado no
agradecimento a Deus. Assim, agradece-se pela revelação de Deus em Jesus Cristo, pelo
1
Trata-se de uma coleta de material antigo, cujo manuscrito foi descoberto em 1883 e ditado pelo Filóteo
Bryennios, metropolita da Nicomedia. Admite-se entre os autores que este documento foi compilado entre os
anos 90-100 dC, na Síria, na Palestina, ou em Antioquia. Alguns defendem a tese da data próxima da metade do
século II (Cf. DIDAQUÉ, Introdução, p. 13).
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alimento simbolizado no pão a ser quebrado e partilhado entre os membros da comunidade e
pelo conhecimento. Igualmente, pede-se pela unidade da Igreja que se encontra espalhada por
toda a terra, bem como se chama à atenção dos fiéis sobre a necessidade do batismo como
condição necessária para participar da Eucaristia. (DIDAQUÉ, 9, 2-4).
Observamos também que a maneira como estão compostos os textos parece sugerir o
sentido da celebração, e uma dinâmica ritual dialogada que possibilita à comunidade
celebrante uma participação consciente, por exemplo: (Presidente) Venha tua graça e passe
esse mundo. (Povo) Amém. (Presidente) Venha aquele que é santo! Aquele que não é (santo)
faça penitência: Maranatá! (Povo) Amém. (Ibid., 10, 6).
Embora o conteúdo teológico-ritual desses capítulos aponte para a prática de uma
celebração eucarística, existe entre os estudiosos uma diversidade de opiniões. No entanto,
apesar das divergências interpretativas, admite-se como certo a constatação de algumas
orações de estrutura judaica, mas com conteúdo cristão, que podem ser consideradas como
anéis de junção entre as bênçãos do povo de Israel e o que se desenvolverá logo como oração
eucarística cristã. Nota-se ainda, em ambos os textos, uma preocupação em unir a oração à
unidade da Igreja. Com isso, percebe-se também o zelo apostólico em relação à
conscientização e à vivência de uma espiritualidade unificadora, que visa a integração entre fé
(lex credendi), oração (lex orandi) e vida (lex vivendi). (MALDONADO, 1967, p. 339-349).
O documento Didaqué (cap. XIV) nos apresenta um testemunho claro a respeito não
somente da eucaristia, mas também do domingo cristão:
Nesse momento do nosso estudo procuraremos aprofundar a questão dos ritos, textos e
símbolos litúrgicos presentes na ceia eucarística da igreja cristã, a partir da Tradição
Apostólica2 de Hipólito de Roma.3 É nosso interesse perceber a estrutura teológico-ritual da
celebração da Ceia Eucarística neste período da história eclesiástica, e identificar as
contribuições, diferenças e semelhanças se comparadas com nossa atual liturgia romana.
Ao iniciarmos nossa investigação sobre a ceia eucarística, mas especificamente sobre
os ritos, textos e símbolos litúrgicos referentes à Ceia na Tradição Apostólica de Hipólito de
Roma, concentraremos nossa análise nas expressões utilizadas pelo autor para designar esse
sacramento da igreja cristã. A palavra Missa4 (dispensar/despedir-benção final), tal como é
empregada hoje comumente para se referir à Eucaristia não aparece na Tradição Apostólica.
(HIPÓLITO DE ROMA, II, 11-17; 54.60).
Expressando ação de graças e louvor, o termo Eucaristia será empregado mais tarde na
Didaqué; esse nome se tornou o mais conhecido na teologia cristã, tanto no Oriente quanto no
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A Tradição Apostólica foi redigida em Roma por volta do ano de 215.
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Hipólito nasceu em Roma na segunda metade do século II, de família nobre, é considerado grande erudito,
destacando-se entre os escritores da Igreja de Roma dos primeiros séculos. Como presbítero e grande teólogo, foi
defensor extremado da fé católica. No decorrer do século III, época em que a Igreja tornou a penitência mais
branda para os pecadores, Hipólito assumiu uma postura rigorista e desentendeu-se com a autoridade máxima da
hierarquia eclesiástica, isto é, o papa, e acabou sendo eleito antipapa por um pequeno grupo de cristãos
moralista. Essa situação provocou uma ruptura interna na Igreja que durou aproximadamente vinte anos. Nesse
espaço de tempo, Hipólito é exilado pelo imperador na Sardenha e aí morre no ano 325. Foi sepultado no
cemitério Tiburtina que dele tomou esse nome (cf. K. BIHLMEYER & H. TUECHLE, História da Igreja na
Antiguidade cristã, p. 129).
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Esse termo pode ser entendido a partir de muitas conotações, dentre elas podemos citar: Concelebração
eucarística; Domingo; Eucaristia; Memorial; Prece eucarística; Sacrifício (Cf. P. VISENTIN, Verbete:
Eucaristia, in: A. M. TRIACCA, D. SARTORE (orgs.), Dicionário de Liturgia, p. 750.
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Ocidente. Um ponto fundamental para o qual convergem todas essas conceituações teológicas
é a afirmação de que na eucaristia está a presença real de Cristo Ressuscitado. (DIDAQUÉ, 9,
1.5;10,7;14,1).
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Empregamos o termo liturgia no sentido de conjunto de ritos e práticas celebrativas.
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Tamanha a importância da teologia eucarística de Hipólito de Roma que na reforma
litúrgica do Concílio Vaticano II sua anáfora foi adaptada e incluída no Cânon II do Missal
Romano, tornando-se a prece eucarística mais utilizada na celebração cotidiana do mistério
pascal de Cristo. Em sua estrutura ritual/celebrativa Hipólito divide sua liturgia eucarística em
quatro partes fundamentais, que posteriormente serão assumidas como indispensáveis na
validade da celebração da Eucaristia: Anáfora; Anamnese; Epiclese e Doxologia. A anáfora
(diálogo) é iniciada com um diálogo entre o bispo e os fiéis. (HIPÓLITO DE ROMA, I, 12).
Na anáfora, além da louvação, faz-se a narração
da instituição da eucaristia realizada pelo Senhor, e sua extensão na história da humanidade
através da celebração do memorial na Ceia Eucarística, conforme segue:
Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos
tempos nos enviaste, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o
Verbo inseparável, por meio do qual fizeste todas as coisas e que, porque foi
do teu agrado, enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado,
tomou um corpo e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da
Virgem. (...). Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão, para destruir a
morte (...), e para dar a conhecer a Ressurreição, tomou o pão e deu graças a ti,
dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será destruído; tomou
igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós será
derramado. Quando fizerdes isto, fa-lo-eis em minha memória. (Ibid., I, 12-
16).
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O último elemento da celebração eucarística para Hipólito é a doxologia (louvação),
conforme segue: Concede que te louvemos e te glorifiquemos, pelo teu filho Jesus Cristo, pelo
qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja,
agora pelos séculos dos séculos. Amém. Assim, dá-se a conclusão da prece eucarística com a
afirmação da centralidade da presença de Cristo na oblação. (Ibid., I, 17b).
O autor da Tradição Apostólica nos apresenta também instruções aos fiéis a respeito
da primeira Eucaristia dos neófitos. A estrutura da celebração segue a seguinte organização:
os diáconos apresentam a oblação ao bispo que dá graças. Ele abençoa o Pão (Corpo de
Cristo), bendiz o Vinho (Sangue de Cristo), consagra o leite e o mel misturados (recordação
da ceia primitiva). Em seguida o bispo explica esses gestos aos que recebem a Eucaristia.
Outro momento é a benção da água, onde o bispo abençoa a água (lembrança do batismo). No
rito da comunhão, partindo o Pão, o bispo o distribui aos fiéis, em seguida esses tomam parte
da comunhão nos três cálices nessa ordem: a água, o leite e o vinho. (Ibid., II, 57).
São oferecidas orientações aos que receberam o batismo: (...) aos que tiverem recebido
o Batismo, em segredo diga-o o bispo, para que os não fiéis não sejam informados, a não ser
depois que terem também recebido. Está é a “ficha branca”, à qual aludiu João, dizendo:
Um novo nome foi escrito nela, e ninguém o conhece a não aquele que a receberá. Conforme
já mencionamos, o Batismo era uma das ocasiões para a Celebração da Eucaristia entre os
neófitos. (Ibid., II, 58).
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Cirilo de Jerusalém nasceu no ano de 315 e foi educado em Jerusalém. Ordenado sacerdote em 345, três anos
mais tarde foi nomeado bispo da comunidade de Jerusalém. Morreu aproximadamente em 387.
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Certamente, Cirilo escreveu estas catequeses quando ainda era presbítero da
comunidade cristã de Jerusalém7. Como teólogo, ele não apresenta uma profundidade
doutrinal reflexiva como a dos Padres da época. Entretanto, seu valor é profundo como
testemunha da tradição e da fé professada nos Concílios de Nicéia e de Constantinopla.
Os neófitos da fé, após o sábado santo, recebiam uma formação sobre a mistagogia
cristã. O responsável por essa formação pedagógica era o bispo da comunidade de Jerusalém.
Com as portas fechadas, na capela da ressurreição, ele explicava os mistérios mais profundos
da fé cristã. Entre esses mistérios, Cirilo atribuía um valor especial à mistagogia eucarística: o
corpo e sangue de Cristo. (PEREGRINAÇÃO DE ETÉRIA, 2003, p. 46-47)
Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar
graças, parti-o e disse: Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em
memória de mim. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice,
dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue; todas as vezes que dele
beberdes, fazei em memória de mim (1 Cor 11, 23b– 25).
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Nem todas as catequeses são atribuídas a Cirilo. Pesquisas posteriores demonstram isso. Se forem atribuídas a
ele, certamente é pelo seu testemunho de vida e zelo apostólico.
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Segundo a pedagogia de Cirilo, ao celebrar e participar do corpo e sangue de Cristo, o
cristão se torna um só corpo e um só sangue com Cristo. Sob a forma do pão e sob a forma do
vinho recebemos o corpo e o sangue de Cristo, e participando do mesmo corpo e do mesmo
sangue de Cristo. Participar da ceia eucarística é tornar-se portador de Cristo (cristóforos).
(CIRILO DE JERUSALÉM, 4, 1)
O pão celeste e o vinho da salvação pertencem à nova aliança. Cirilo usa a imagem
veterotestamentária do pão da proposição como alimento do corpo para fazer ecoar a boa
nova do Cristo eucarístico como o alimento para a vida eterna. Cirilo mostra uma ruptura
entre as ceias veterotestamentárias e a eucaristia. O corpo e sangue de Cristo, no sacrifício da
cruz, foram derramados para a remissão dos pecados. Portanto, o mistério eucarístico é um
alimento espiritual e fonte da vida e salvação.
Embora Cirilo não tenha utilizado o termo “transubstanciação” (que, aliás, nem é
grego e é posterior) é justo afirmar que já em Cirilo se há uma crença no que hoje entendemos
como transubstanciação.
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Agostinho de Hipona: Eucaristia como Presença Real de Cristo
Através deste estudo nos propomos aprofundar os modelos das práticas litúrgicas e da
teologia sobre o Sacramento da Mesa do Senhor, a partir da contribuição teológica de Santo
Agostinho.8 Reconhecemos, assim, que a Ceia Eucarística – o Corpo e o Sangue de Cristo -, é
a fonte de onde brota todo desejo de unidade eclesial. Vimos, por meio de alguns textos da
Tradição Patrística, o contexto histórico, o rito e o significado dela para a vida da comunidade
cristã. Mas, também percebemos semelhanças e diferenças que há nos vários ritos, e
identificamos, no ritual da Ceia Eucarística em Santo Agostinho, os elementos presentes no
período apostólico, como: símbolos, doxologia, epíclese, anáfora, fórmulas rituais e
gestualidade (procedimentos litúrgicos), serviços e ministérios.
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Agostinho de Hipona (+430) Filósofo da era patrística e um dos maiores gênios teológicos da Idade Média.
Nasceu em Tagaste (Numídia), filho de Patrício, e de Mônica. Em 374, lendo o Hortensius, de Cícero, sentiu-
se atraído por uma vida menos sensual e mais dedicado à busca da verdade. Passou a freqüentar as lições dos
maniqueus, que lhe pareciam propor a autêntica forma de cristianismo. De 375 a 383 estabeleceu-se em
Cartago, como professor de retórica, e daí por diante teve de exercer a mesma função do outro lado do mar,
em Milão. Já o inquietavam agora fortes dúvidas sobre a verdade do maniqueísmo. Em Milão, travou
conhecimento com o neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os sermões de santo Ambrosio,
onde percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado, e lia são Paulo. Fez-se batizar no sábado
santo de 387. Em 395 foi sagrado bispo no pequeno porto de Hipona. Ali então desenvolveu a intensa
atividade teológica e pastoral, dando máxima expressão a seus dotes extraordinários no plano da especulação,
da exegese e da penetração psicológica da alma humana. Lutou contra as heresias da época, o maniqueísmo,
o donatismo, o arianismo e o pelagianismo. Morreu em Hipona a 28 de agosto de 430 (Cf. HUGHES, Philip.
Historia da Igreja Católica, pp. 54 – 57)
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quanto à dinamização de nossas celebrações, para melhor inculturar, adaptar e enriquecer o
rito atual; e, assim, celebrarmos com mais criatividade e maior consciência o Mistério Pascal.
Na obra Confessiones, sua autobiografia, divulgada por volta do ano 400; e muitos
trabalhos de questões polêmica (contra as heresias de seu tempo), de catequese e de uso
didático, além dos sermões e cartas, em que interpreta minuciosamente passagens das
Escrituras. Os textos referentes à Eucaristia são encontrados em alguns de seus sermões
(227, 228, 229, 229a e 271), sendo uma catequese de aprofundamento dirigida aos
neófitos na noite da Páscoa. (AGOSTINHO DE HIPONA, 2003, p. 913).
A doutrina de Santo Agostinho pode ser interpretada dubiamente, pois muitos lerão
seus textos sobre a perspectiva da presença real de Cristo, outros acentuarão seu caráter
dinâmico e salvador, e outros ainda acentuarão os aspectos simbólicos e espiritualistas.
Analisando seus sermões referentes à Eucaristia encontramos três definições e ou chaves
de leitura distintas:
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simbólico da paz e da união que deve reinar entre nós. (Ibid.).
Sendo a Igreja corpo de Cristo, chamada por Santo Agostinho de “totus Christus”,
a Eucaristia, como símbolo da unidade dos Cristãos, torna-os membros da cabeça. E a
Eucaristia não é só o melhor e mais expressivo sinal desta união, mas também o momento
em que mais se reforça e se realiza o momento culminante de máxima identificação entre
a comunidade e seu Senhor. (Ibid., p.170).
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unitivo do “sacramentum amoris” como Santo Agostinho. A virtude própria deste
alimento, afirma ele, é a unidade. Uma unidade tal que, ao recebermos o seu corpo, nos
tornamos os seus membros: nós somos aquilo que recebemos. Por isso, é necessário ver
neste alimento e nesta bebida a sociedade do seu corpo e dos seus membros, ou seja, a
Santa Igreja. (AGOSTINHO DE HIPONA, 2003, p. 389)
Considerações Finais
Aprendemos que a ceia sempre esteve vinculada com a partilha dos bens e da
confraternidade. Também compreendemos que a ceia nos leva à convivência e à partilha, para
edificarmos a comunidade. Que a ceia é o ritual da unidade, mas não como pretexto de
exclusão dos diferentes e dos imperfeitos na vida cristã, mas para congregar os povos
diferentes ao redor da mesma oferenda: a vida de Jesus Cristo, presente do mundo para Deus
Pai.
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vivência da comunidade banaliza o ritual e torna infecunda a celebração da ceia eucarística. O
recurso à história do cristianismo, às suas fontes, não só não nos ajuda a compreender melhor
a religião cristã como fenômeno social, mas pode dinamizar a vida dos cristãos de hoje.
Referências
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