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Micronutrientes e Biorreguladores Soja M
Micronutrientes e Biorreguladores Soja M
Micronutrientes e Biorreguladores Soja M
Gema
Retirada a
apical
Gema da Gema
dormente apical
Podem-se produzir frutos sem
sementes (partenocárpicos)
pulverizando-se auxina (AIA)
sobre flores não fecundadas
Giberelinas
Divisão celular
Alongamento celular
Redução da abscisão de órgãos reprodutivos
Retardo da degradação da clorofila
Quebra da dormência de gemas
(principalmente laterais)
Germinação de sementes
(desencadeamento de produção de enzimas)
Citocininas
Hormônios ou
Biorreguladores
Resposta Fisiológica
Transdução
do sinal
Novas
Mensageiro
Secundário: enzimas
Ca e P
mRNA
núcleo
Golgi
Citocinina
Muitas vantagens relacionadas ao fornecimento e uso dos micronutrientes não são observadas
Principais funções
Síntese do triptofano
(aminoácido precursor do AIA - auxina)
Síntese de proteínas
per g soil)
+Zn
700 Dry Bean
- Zn
Concentration of amino acids 600
300
Principais funções
200
100
0
Baixo Zinco = Alto Aminoácidos Livres Root Stem Old leaves Young
= Maior inciência de pragas e patógenos Leaves
Cakmak et al. (1989)
Devido a sua capacidade de mudar de estado de
oxidação, participa de inúmeros sistemas enzimáticos
como da superóxido-dismutase.
Inibição da Pectina-Methylesterase
A referida exoenzima é utilizada por alguns
patógenos para a degradação de paredes celulares.
A redutase do nitrito (R-NO2-) é uma enzima ativada pelo Manganês (Devlin, 1976;
Martinez, 1985) e o nível de nitrogênio solúvel (aminoácidos e nitratos) se deve, em
parte, a deficiência desses micronutrientes (Mo e Mn), indispensáveis ao processo de
Principais funções redução assimilatória de N.
Elementos dualistas (em excesso) podem Elementos Coadjuvantes = aumentam o efeito dos nutrientes
Predispor à planta às pragas e patógenos na tolerância à pragas e doenças
A Nutrição Mineral de Plantas, mediante o
fornecimento racional de nutrientes, via solo
e foliar, poderá contribuir para a redução do uso de
defensivos na agricultura;
PRODUTIVIDADE
O Equilíbrio Nutricional poderá favorecer, quando
necessário, a indução de resistência, tolerância ou
Equilíbrio escape às doenças e pragas;
Nutricional
(ênfase à micronutrientes) Danos ocasionados por pragas ou doenças e
favorecidos por desequilíbrio nutricional
dificilmente poderão ser recuperados na mesma
estação de crescimento e
Qualidade Tolerância a
do Produto Pragas e Doenças A nutrição do hospedeiro afeta diferentemente os
distintos agentes bióticos causadores de
enfermidades ou doenças.
Antonio Luiz Fancelli
I. INTRODUÇÃO
O boro pode ser absorvido pela raiz da planta na forma de H3BO3 e H2BO3-,
independentemente da temperatura reinante no ambiente radicular; ao passo que a
absorção foliar é influenciada pela temperatura, pelo pH e pela concentração de Ca2+ , na
solução.
O boro atinge o sistema radicular pelo processo de fluxo de massa e
apresenta transporte unidirecional na planta (ascendente), mediante a ação da corrente
transpiratória. No floema, o referido nutriente apresenta baixíssima mobilidade
(praticamente nula), contribuindo para a maior dificuldade da fertilização de flores e da
manutenção de frutos, sobretudo nas plantas da família das leguminosas (fabáceas). A
mobilidade irrisória do boro pode ser detectada em algumas espécies de plantas que
produzem determinados polióis, tais como sorbitol e manitol.
O molibdênio, tal como o boro, chega até a raiz por fluxo massal e é
frequentemente absorvido na forma de Mo2O42-, sobretudo quando o pH do solo varia
entre 6 e 6,5. Ainda ressalta-se que o aumento da concentração de H2PO4- no substrato
(ou no solo), resulta no incremento significativo da taxa de absorção e transporte do
molibdênio das raízes para a parte aérea. Por outro lado, a presença de concentrações
significativas de SO42- provocam efeito oposto ao processo mencionado por inibição
competitiva. A mobilidade do molibdênio no floema é considerada média (parcialmente
móvel).
O cloro é absorvido, sem nenhuma dificuldade pelas plantas, na forma de
-
Cl , apresentando mobilidade satisfatória no xilema e no floema. Em decorrência da
disponibilidade desse nutriente na água, no “sal cíclico” e em alguns fertilizantes (KCl),
aliado à facilidade de seu armazenado pelas plantas, pode ser mais comum a ocorrência
de situações de excesso do que de deficiência.
O cobre é absorvido, principalmente na forma de Cu2+, sendo que altas
concentrações de P, Mo e Zn podem ocasionar a redução da taxa de absorção do referido
elemento. Por outro lado, altas concentrações de cobre, no meio, poderão afetar a
absorção de Fe, Mo e Zn. O cobre apresenta baixa mobilidade no floema, sendo
considerado elemento parcialmente móvel, exigindo aportes significativos, via xilema, ou
aplicações, via foliar, em momentos oportunos da vida da planta.
O cobre, juntamente com o ferro, manganês e zinco, atinge a raiz pelo
mecanismo conhecido como difusão, caracterizado pela baixa mobilidade do nutriente no
solo.
O ferro pode ser absorvido pelas raízes na forma de Fe2+ e Fe3+, cuja taxa
de absorção é reduzida significativamente pelo aumento do pH, que induz a
insolubilização do referido elemento. Ainda, concentrações elevadas de Ca, Mg, Cu e Zn
e, notadamente, de Mn podem reduzir a absorção de ferro pelas plantas.
O manganês é absorvido pelas plantas na forma de Mn2+, cujo processo
pode ser restringido pela presença de altas concentrações de K, Ca, Mg, Cu, Zn e Na.
Ainda, por entrave relacionado ao pH de rizosfera, determinadas espécies vegetais, como
algumas leguminosas (p.ex soja) pode apresentar certa dificuldade de absorção de
manganês, via solo, nas quantidades exigidas para a obtenção de produtividades
elevadas. O referido elemento também apresenta redistribuição deficiente via floema,
exigindo intervenções criteriosas, sobretudo próximas ao florescimento.
Finalmente, o zinco é absorvido na forma de Zn2+, predominantemente
quando o pH da solução varia entre 5 e 7. O processo de absorção, no entanto, é
significativamente afetado por pH inferior a 4,5-5,0 e pela presença de elevadas
concentrações de Cu. O referido elemento apresenta mobilidade deficiente no floema, em
função da possibilidade da reação com alguns compostos. Ainda, reconhece-se, também,
que altos níveis de fósforo, no meio (solo ou substrato), podem provocar a deficiência de
Zn induzida, principalmente pela ocorrência da insolubilização do zinco na superfície das
raízes, configurando-se um processo de inibição não competitiva.
Na tabela 2, apresentada a seguir, podem ser constatadas as diferentes
formas químicas que os micronutrientes são absorvidos pelas plantas.
Tabela 2. Formas químicas de micronutrientes predominantemente absorvidas
pelas plantas
Teor B Cu Mn Zn Fe
mg.dm-3
Muito Baixo < 0,15 < 0,3 <2 < 0,4 <8
Baixo 0,16-0,35 0,4-0,7 3-5 0,5-0,9 9-18
Médio 0,36-0,60 0,8-1,2 6-8 1,0-1,5 19-30
Adequado 0,61-0,90 1,3-1,8 9-12 1,6-2,2 31-45
Alto > 0,90 > 1,8 > 12 > 2,2 > 45
Extrator Água quente Mehlich 1
Fonte: Lopes et al (1994)
Manganês (i) Clorose internerval nas folhas novas. (i) Atua no sistema enzimático.
(sintoma semelhante à deficiência de (ii) Tem ação relevante na fotossíntese.
magnésio). (fotossistema II).
(ii) Plantas com colmos finos. (iii) Favorece a maturação das plantas.
(iii) Menor crescimento das plantas. (iv) Atua na síntese de ligninas, fenóis e
(iv) Menor tolerância de plantas a pragas fitoalexinas
e doenças
Tabela 7. Descrição sucinta dos sintomas de deficiência e importância nutricional dos
micronutrientes – (Fancelli, 2008 – compilado de vários autores)
Ferro (i) Clorose internerval das folhas novas, (i) Auxilia na síntese de clorofila
de coloração amarelo-clara (quase (ii) Participa no processo de divisão celular,
branca), na forma de reticulado fino, que respiração e no transporte de elétrons na
pode se estender por todo o limbo foliar fotossíntese
(ii) Redução da taxa de prolificidade e de (iii) Participa na síntese de proteínas e do
perfilhamento em gramíneas RNA
(iv) Atua no sistema enzimático.
Cobre (Cu)
Zinco (Zn)
Lignificação
O manganês apresenta acentuada contribuição na síntese da lignina, por parte da planta,
mediante a formação de estruturas denominadas lignotubos, apesar de alguns
pesquisadores não aceitarem integralmente o papel desse composto como barreira física
eficiente.
Inibição da Aminopeptidase
O manganês inibe a indução da aminopectidase por parte do agente invasor. Ressalta-se
que a mencionada enzima é ativada por alguns patógenos objetivando a obtenção de
suprimento de aminoácidos essenciais necessários para o crescimento fúngico.
Inibição da Pectina-Methylesterase
O manganês inibe a indução da Pectina-Methylesterase relacionada ao agente invasor.
Ressalta-se que a referida exoenzima é normalmente utilizada por alguns patógenos para
a degradação de paredes celulares, principalmente pelo agente causal do mofo branco
(Sclerotinia sclerothiorum).
Fotossíntese
O processo fotossintético é drasticamente afetado pela deficiência de Mn, dificultando a
mobilização de energia em pontos vulneráveis, bem como diminuição de materiais
orgânicos em exudatos de raízes, resultando em rizosfera mais favorável a pragas e
patógenos diversos.
Ação direta
Aumento da concentração de manganês em exudatos radiculares por parte de plantas
nutricionalmente equilibradas, promovendo a inibição direta do potencial patogênico do
suposto invasor.
Ferro (Fe)
Boro (B)
Molibdênio (Mo)
Silício
• via solo.
• via semente.
• via foliar.
INTERAÇÕES BÁSICAS
Mn Zn N K
Excesso de Excesso Excesso de Deficiência
Manganês de Zinco Nitrogênio de Potássio
(nítrico)
Reduz
Síntese de
Fenóis e
fitoalexinas
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