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2022.2 - Aula - 3 - Análise Das Demonstrações Projetadas

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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO

CURSO: Engenharia de Produção

DISCIPLINA: Administração Financeira

CONTEUDISTA: Pítias Teodoro

Julho de 2022
Curso: Engenharia de Produção

Disciplina: Administração Financeira

Conteudista: Pítias Teodoro

AULA 3 - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

META

Apresentar o processo de análise das demonstrações financeiras.

OBJETIVOS

1. Entender que os índices de liquidez expressam a relação entre bens/direitos e


dívidas/obrigações de curto prazo.
2. Entender que os índices de atividade expressam a velocidade com que as contas são
convertidas em vendas e ou caixa.
3. Entender que os índices de endividamento expressam o volume de recursos de terceiros
utilizados.
4. Entender que os índices de resultado expressam o nível de lucro em relação ao volume de
vendas (lucratividade) e ou ao volume de investimentos (rentabilidade).
5. Entender que os índices de valor de mercado expressam a confiança dos investidores na
capacidade da empresa gerar lucros.

1 – INTRODUÇÃO

Os termos índice e indicador, muitas vezes, são utilizados como sinônimos. Embora
em uma análise superficial possuam o mesmo significado (SICHE et al, 2007), “a diferença
está em que um índice é o valor agregado final de todo um procedimento de cálculo onde se
utilizam, inclusive, indicadores como variáveis que o compõem” (SICHE et al, 2007, p.137).
Indicadores podem ser definidos como uma medida dotada de significado que é
empregada para substituir, quantificar, qualificar ou operacionalizar algum aspecto do objeto
de interesse. Como o próprio nome sugere, os indicadores são um tipo de “marca” ou
sinalizador, que busca expressar algum aspecto da realidade sob uma forma que possamos
observá-lo e ou mensurá-lo. Decorre dessa situação que eles indicam, mas não são a própria
realidade. Baseiam-se na identificação de uma variável, algum aspecto que varia de estado ou
situação; variação esta que consideramos capaz de expressar um fenômeno que nos interessa
(VALARELLI, 2011).
Pode-se dizer que um índice é um indicador de alta categoria (KHANNA, 2000 apud
SICHE et al, 2007), podendo se transformar num componente de outro índice. Define-se o
termo índice como “um valor numérico que representa a correta interpretação da realidade de
um sistema simples ou complexo (natural, econômico ou social), utilizando, em seu cálculo,
bases científicas e métodos adequados. O índice pode servir como um instrumento de tomada
de decisão e previsão” (SICHE et al, 2007, p.137).
Quando utilizados no processo de planejamento os índices e indicadores são tratados
como metas, referências do que se quer atingir. Quando obtidos a partir do controle do que foi
realizado, são tratados como medidas do processo de execução. Podem ser de natureza
quantitativa e qualitativa e por meio de seu uso é possível comparar e verificar em que grau os
processos de execução estão dentro do que foi previsto e, quando adequadamente selecionados,
subsidiam o processo de tomada de decisão.
As expressões por meio das quais os índices financeiros são calculados, têm como
fonte de dados demonstrações do resultado dos exercícios e balanços patrimoniais.
Eventualmente, os dados destas demonstrações são complementados, dado o interesse
específico do gestor. Na Tabela 3.1 são apresentados os resultados da demonstração do
resultado do exercício dos anos 2016 e 2017 da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) (CSN,
2017). Estas demonstrações são fontes de dados de referência para esta aula.

TABELA 3.1: Demonstração do resultado do exercício (em milhares de reais)


31/12/2016 31/12/2017
Receita de venda de bens e serviços 17.148.949 18.524.601
Custo dos produtos e serviços vendidos 12.640.042 13.596.141
Lucro bruto 4.508.907 4.928.460
Despesas (receitas) operacionais 2.563.431 1.944.495
Lucro operacional antes do resultado financeiro 1.945.476 2.983.965
Resultado financeiro líquido - 2.522.427 2.463.627
Lucro (prejuízo) antes do IR e CSSL - 576.951 520.338
Imposto de renda e CSSL - 266.546 409.109
Resultado líquido das operações continuadas - 843.497 111.229
Resultado líquido das operações descontinuadas - 9.561 -
Lucro (prejuízo) do exercício - 853.058 111.229
Dividendos preferenciais (acionistas não controladores) 81.689 100.957
Lucro disponível para acionistas ordinários (acionistas controladores) - 934.747 10.272
Nº de ações ordinárias em circulação em 2016 e 2017: 1.387.527.047. Valor de mercado da ação ordinária: em 31 de dezembro de 2016:
R$8.35 e em 31 de dezembro de 2017: R$10,85.
Fonte: Adaptado do relatório contábil-financeiro da CSN, 2017; Globo Economia, 2017.
Nas Tabelas 3.2 e 3.3 são apresentados, respectivamente, os ativos e os passivos mais
o patrimônio líquido do balanço patrimonial dos anos 2016 e 2017 da CSN (CSN, 2017). Estas
demonstrações são fontes de dados de referência para esta aula.

TABELA 3.2: Balanço patrimonial – Ativos (em milhares de reais)


31/12/2016 31/12/2017
Ativo total 44.153.623 45.209.970
Ativo circulante 12.444.918 11.881.496
Caixa e Equivalentes de Caixa 4.871.162 3.411.572
Aplicações financeiras 760.391 735.712
Contas a receber 1.997.216 2.276.215
Estoques 3.964.136 4.464.419
Outros ativos circulantes 852.013 993.578
Ativo não circulante 31.708.705 33.328.474
Ativo realizável a longo prazo 1.745.971 2.591.594
Investimentos 4.568.451 5.499.995
Imobilizado 18.135.879 17.964.839
Intangível 7.258.404 7.272.046
Fonte: Adaptado do relatório contábil-financeiro da CSN, 2017.

TABELA 3.3: Balanço patrimonial – Passivos e patrimônio líquido (em milhares de reais)
31/12/2016 31/12/2017
Passivo e patrimônio líquido 44.153.623 45.209.970
Passivo circulante 5.496.683 10.670.050
Obrigações sociais e trabalhistas 253.837 252.418
Fornecedores 1.763.206 2.460.774
Obrigações fiscais 231.861 264.097
Empréstimos e financiamentos 2.117.448 6.526.902
Outras obrigações 1.021.724 1.059.901
Provisões fiscais previdenciárias trabalhistas e cíveis 108.607 105.958
Passivo não circulante 31.272.419 26.251.691
Empréstimos e financiamentos 28.323.570 22.983.942
Outras obrigações 131.137 129.323
Tributos diferidos 1.046.897 1.173.559
Provisões 704.485 719.133
Provisões fiscais previdenciárias trabalhistas e cíveis 719.266 908.721
Provisões para passivos ambientais e de desativação 347.064 337.013
Patrimônio líquido consolidado 7.384.521 8.288.229
Patrimônio líquido: 1) Acionistas preferenciais (não controladores): 1.189.993 em 2016 e 1.260.856 em 2017 e 2) Acionistas ordinários
(controladores): 6.194.528 em 2016 e 7.027.373 em 2017.
Fonte: Adaptado do relatório contábil-financeiro da CSN, 2017.

A análise de demonstrações financeiras baseia-se no uso de valores relativos que


envolvem cálculo e interpretação de índices financeiros com o intuito de fazer o monitoramento,
controle e análise do desempenho de uma entidade. Dificilmente um único índice será suficiente
para conclusões acerca da situação financeira de uma entidade e os valores obtidos só têm
sentido se comparados com um valor tratado como referência: o índice de um período anterior,
o índice determinado no planejamento, o índice do(s) concorrente(s) principal(ais), o índice do
setor ao qual a entidade faz parte etc.
Os índices financeiros, por conveniência, podem ser divididos em cinco categorias
básicas: 1) Índices de liquidez; 2) Índices de atividades; 3) Índices de endividamento; 4) Índices
de rentabilidade e 5) Índices de valor de mercado. Os três primeiros índices medem risco, o
quarto mede retorno e o último mede risco e retorno.

2 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez expressam a relação entre bens/direitos e dívidas/obrigações de


curto prazo. A liquidez da entidade é mensurada por sua capacidade de cumprir as obrigações
de curto prazo à medida que vencem (GITMAN, 2010). Ainda segundo o autor, os índices de
liquidez informam a solvência da entidade e uma liquidez baixa, ou declinante, é um precursor
comum de dificuldades financeiras, por vezes falência. Esses índices são considerados
adequados para detectar problemas de fluxo de caixa e a preocupação dos gestores de uma
entidade com a liquidez pode ser ilustrada pela fração de texto extraída do documento
“Companhia Siderúrgica Nacional - Demonstrações financeiras acompanhadas do relatório do
auditor independente” (CSN, 2017) apresentada no box de curiosidade.

Liquidez da CSN: “... a Administração tem diversas iniciativas em curso para aumentar a liquidez da
Companhia, por meio de alongamento de prazos de pagamento de empréstimos e financiamentos.
Este plano foi iniciado em 2015, com a repactuação de R$2,5 bilhões com a Caixa Econômica Federal
e R$ 2,2 bilhões com o Banco do Brasil S.A, deslocando os vencimentos de 2016 e 2017 para 2018 a
2022. Em 2016, a Companhia prorrogou parcelas de determinados contratos de NCE no montante de
R$100 milhões e US$66 milhões de Pré-pagamento junto ao Bradesco, deslocando o vencimento de
2016 para 2019. Em 2017, a Administração permaneceu engajada com o plano de alongamento do prazo
do seu endividamento, principalmente de curto prazo, buscando a repactuação de empréstimos e
financiamentos no montante de R$1,5 bilhão.
Em fevereiro de 2018 foi concluída a rolagem de R$ 4,98 bilhões da dívida com o Banco do Brasil,
deslocando os vencimentos ao longo de 2018 a 2022 para vencimentos até 2024. Em fevereiro de 2018
a Companhia, emitiu títulos representativos de dívida no mercado externo (‘Notes’), no valor de USD
350 milhões por meio de sua controlada CSN Resources S.A., com vencimento em 2023 e foi promovida
oferta de recompra (‘Tender Offer’) dos Notes emitidos pelas empresas CSN Islands XI Corp e CSN
Resources S.A., tendo sido recomprados USD 350 milhões em títulos cujos vencimentos eram previstos
para 2019 e 2020.” (CSN, 2017).
a) Índice de liquidez corrente: quanto mais alto, maior é a capacidade da entidade
em saldar suas obrigações de curto prazo. Para o ano de 2016, a CSN tinha 2,26 unidades
monetárias em bens/direitos de curto prazo para cada unidade monetária de dívidas/obrigações.
Um índice muito diferente (para cima ou para baixo) da média do setor de atividade da entidade,
ou ainda, do que foi planejado para o período em análise, pode indicar problemas na gestão de
curto prazo.

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 12.444.918


𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = = = 2,26 Eq. 3.1
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 5.496.683

b) Índice de liquidez seca: semelhante ao índice de liquidez corrente, porém, com


maior rigor ao determinar a liquidez da empresa, haja vista que o valor dos estoques não é
considerado no cálculo da disponibilidade de curto prazo da entidade. Quanto mais alto, maior
é a capacidade da entidade em saldar suas obrigações de curto prazo. Para o ano de 2016, a
CSN tinha 1,54 unidades monetárias em bens/direitos de curto prazo para cada unidade
monetária de dívidas/obrigações. Um índice muito diferente (para cima ou para baixo) da média
do setor de atividade da entidade, ou ainda, do que foi planejado para o período em análise,
pode indicar problemas na gestão de curto prazo.

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 12.444.918 − 3.964.136


𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 = = = 1,54 Eq. 3.2
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 5.496.683

Atividade 1 (Objetivo 1)
Calcular os índices de liquidez do ano de 2017 e comparar com os índices de 2016 a
partir dos dados das demonstrações da CSN. Se necessário, consultar as notas explicativas e ou
o relatório de auditoria que acompanham a publicação das demonstrações para coletar dados
complementares.
Início da resposta comentada
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 11.881.496
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = = = 1,11
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 10.670.050

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 11.881.496 − 4.464.419


𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 = = = 0,70
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 10.670.050
TABELA: Índices de liquidez – 2016 versus 2017
Variação
Índice 2016 2017 Variação absoluta
proporcional

Liquidez corrente 2,26 1,11 – 1,15 – 50,88%

Liquidez seca 1,54 0,70 – 0,84 – 54,55%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

A liquidez da CSN diminui significativamente entre os anos de 2016 e 2017. Isso


significa que sua capacidade de saldar suas obrigações de curto diminuiu, aumentando o risco
financeiro relacionado às contas de curto prazo. Isso pode ser visualizado no balanço
patrimonial: houve uma mudança no perfil de fontes de financiamento da empresa. Enquanto
houve pequena variação no conjunto de contas do ativo circulante e não circulante, houve
grande variação no conjunto de contas do passivo circulante e não circulante, com uma
participação proporcionalmente muito maior de recursos de curto prazo no financiamento no
ano de 2017, quando comparado com o ano de 2016. Os índices de liquidez demonstram essa
queda e evidenciam o aumento de risco de insolvência da empresa. Em 2016 a entidade tinha
capacidade de saldar suas obrigações de curso prazo sem converter os estoques em venda. Em
2017, se tivesse dificuldades em transformar seus estoques em venda, não teria como saldar
suas obrigações de curso prazo, haja vista que o índice de liquidez corrente foi maior que 1,0
(considera o valor dos estoques para determinar a capacidade de pagamento de curto prazo da
empresa) e o índice de liquidez seca foi menor que 1,0 (não considera o valor dos estoques para
determinar a capacidade de pagamento de curto prazo da empresa.
Fim da resposta comentada

3 – ÍNDICES DE ATIVIDADE

Os índices de atividade expressam a velocidade com que as contas são convertidas em


vendas ou caixa (GITMAN, 2010). São índices que trazem informação complementar aos
índices de liquidez. Como a liquidez é uma medida obtida de valores de contas consolidadas, é
possível que, ao destacar o resultado de cada uma das contas de curto prazo, sejam identificados
resultados diferentes (para melhor e para pior): uma conta pode estar apresentando um resultado
satisfatório que pode estar sendo anulado pelo resultado insatisfatório de outa conta. Por meio
dos índices de atividade é possível identificar quais são as contas que estão influenciando de
forma mais significativa a liquidez da entidade. Os principais índices de atividade estão
relacionados aos estoques, contas a receber e contas a pagar. É possível, ainda, medir a
eficiência com a qual os ativos totais são usados.
a) Giro de estoques: mede a atividade, ou liquidez do estoque. Um giro de estoques
de 3,19 significa que, no período de um ano, a entidade comprou e vendeu o equivalente a 3,19
o valor de seu estoque. Como existem diferenças no tempo de permanência dos vários itens no
estoque, dizemos que há itens com maior ou menor rotatividade.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 12.640.042


𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = = = 3,19 Eq. 3.3
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 3.964.136

b) Idade média do estoque: é o tempo médio de permanência dos itens produzidos


em estoque. Em seu cálculo transformarmos o giro de estoques em idade média do estoque ao
dividir o número de dias do ano (consideremos 360 dias) pelo índice de giro de estoques. O
resultado de 112,9 dias pode ser tratado como o tempo médio de dias que um item fica em
estoque.

360 360 Eq. 3.4


𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = = = 112,9 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 3,19

c) Prazo médio de recebimento: é o tempo médio que a entidade demora em receber


uma conta. Pode ser obtido dividindo-se o saldo de contas a receber pelo valor diário médio de
vendas (receita anual/360) e um resultado igual a 41,9 dias significa que irá demorar, em média,
este número de dias para a entidade receber o valor de uma venda. É um índice útil para avaliar
as políticas de crédito para os clientes e, também, para confrontar com as políticas de crédito
de seus fornecedores.

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 1.997.216


𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 41,9 𝑑𝑖𝑎𝑠 Eq. 3.5
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 17.148.949/360

d) Prazo médio de pagamento: é o tempo médio que a entidade demora em pagar


uma conta. Pode ser obtido dividindo-se o saldo de contas a pagar pelo valor diário médio de
compras (compra anual/360). Para o interessado nos resultados de uma entidade que não tem
acesso aos seus relatórios internos, haverá maior dificuldade para calcular, ou mesmo estimar,
o prazo médio de pagamento. Isso ocorre porque o valor das compras anuais pode não ser
publicado. Normalmente, os custos dos produtos vendidos (mão de obra, matéria-prima, gastos
gerais de fabricação etc.) são apresentados em uma única conta impedindo determinar qual a
fração corresponde às compras anuais. Para ilustrar o cálculo, iremos estimar que as compras
anuais equivalessem a 80% dos custos dos produtos vendidos, isto nos permite estimar que o
prazo médio de pagamento em 2016 foi de 62,8 dias após a compra.

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟 1.763.206


𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑔𝑡𝑜 = =
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 (0,80 × 12.640.042)/360 Eq. 3.6
= 62,77 𝑑𝑖𝑎𝑠

e) Giro do ativo total: permite verificar com que eficiência a entidade utiliza seus
ativos para gerar receitas. Normalmente, quanto mais alto o giro total mais eficiente é a entidade
no uso de seus ativos. O valor de 0,39 informa que a entidade girou 39% do valor do ativo total
na forma de receitas.

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 17.148.949


𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = = 0,38839 Eq. 3.7
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 44.153.623

Atividade 2 (Objetivo 2)
Calcular os índices de atividade do ano de 2017 e comparar com os índices de 2016 a
partir dos dados das demonstrações da CSN. Se necessário, consultar as notas explicativas e ou
o relatório de auditoria que acompanham a publicação das demonstrações para coletar dados
complementares.
Início da resposta comentada
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 13.596.141
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = = = 3,05
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 4.464.419

360 360
𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 = = = 118,21 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 3,05

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 2.276.215


𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 44,23 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 18.524.601/360

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟 2.460.774


𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = = 81,45 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 (0,80 × 13.596.141)/360

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 18.524.601


𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = = = 0,40975
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 45.209.970
TABELA: Índices de atividade – 2016 versus 2017
Variação
Índice 2016 2017 Variação absoluta
proporcional

Giro de estoques 3,19 3,05 – 0,14 – 4,39%

Idade média do
112,9 dias 118,2 dias 5,3 dias 4,69%
estoque
Prazo médio de
41,9 dias 44,2 dias 2,3 dias 5,49%
recebimento
Prazo médio de
62,8 dias 81,5 dias 18,7 dias 29,77%
pagamento

Giro do ativo total 38,8% 40,1% 1,3 3,35%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

O nível de atividade da CSN variou de forma adversa em aproximadamente 5% em 3


grupos de contas: 1) Giro de estoques (– 4,39%); 2) Idade média do estoque (4,69%) e 3) Prazo
médio de recebimento (5,49%). Essas contas teriam contribuído mais para o resultado se, ao
contrário, o estoque tivesse girado mais vezes em 2017 do que em 2016 e se, o tempo de
permanência do estoque, bem como o tempo para receber suas contas, tivessem reduzido em
2017, quando comparados com 2016. Por outro lado, os resultados das contas prazo médio de
pagamento e giro do ativo total melhoraram em 2017, quando comparado com 2016: Houve
melhora com o aumento no giro do ativo total (3,35%), mas o destaque, considerando que a
entidade não está atrasando o pagamento de seus fornecedores e sim negociando melhores
condições de pagamento, é o aumento em quase 19 dias, em média, no prazo de pagamento dos
fornecedores (29,77%).
Fim da resposta comentada

4 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

Os índices de endividamento expressam a participação de recursos de terceiros na


estrutura de capital da entidade e sua capacidade de pagamento dessas obrigações (GITMAN,
2010). Quanto maior a participação de capital de terceiros na estrutura de capital, maior o risco
assumido pelo gestor, por conta das obrigações com prazo de pagamento determinado
assumidos. Em contrapartida, o uso de recursos de terceiros possibilita que haja um aumento
no nível de operações, gerando a possibilidade de aumento nos ganhos. Há alavancagem
financeira. Esta ocorre porque as obrigações têm custo fixo (títulos de dívidas, por exemplo) e,
em condições normais, o aumento na margem de lucro é maior do que o desembolso com juros
pelo uso do recurso de terceiros, alavancando o resultado. Quanto maior o volume de dívidas
de custo fixo, maior o risco e o retorno esperado, porém, há que se ter equilíbrio para não
comprometer a continuidade das atividades da entidade e a preocupação dos gestores com sua
alavancagem pode ser ilustrada pela fração de texto extraída do documento “Companhia
Siderúrgica Nacional - Demonstrações financeiras acompanhadas do relatório do auditor
independente” (CSN, 2017) apresentada no box de curiosidade.

Alavancagem da CSN: “A alavancagem financeira pode afetar adversamente os negócios, condições


financeiras e resultados operacionais, podendo implicar nas seguintes considerações:
• Dedicação de parte substancial do caixa gerado das operações para pagamento de
empréstimos e financiamentos;
• Exposição (i) a flutuações das taxas de juros, pela repactuação de dívidas e eventuais novas
captações de empréstimos e financiamentos; e (ii) ao câmbio, uma vez que parte importante
dos empréstimos e financiamentos é denominada em moeda estrangeira;
• Aumento de vulnerabilidade econômico-financeira pelas eventuais condições adversas da
indústria e segmento, pela limitação de recursos disponíveis no curto prazo, considerando a
alta alavancagem financeira e os desembolsos de caixa previstos;
• Limitação da habilidade da Companhia na realização de novos negócios (aquisições) até que
a alavancagem financeira seja reduzida;
• Limitação da habilidade da Companhia em obter novas linhas de crédito em condições mais
favoráveis de juros em função dos riscos relacionados à alavancagem financeira atual.
A habilidade da Companhia em continuar operando em base de continuidade depende, portanto, de
atingimento de metas operacionais determinadas pela Administração, além de refinanciamento das
dívidas contratadas, e/ou ações relacionadas à desalavancagem financeira” (CSN, 2017).

a) Endividamento geral: mede a proporção de capital de terceiros utilizados para


compor a estrutura de capital da entidade. O índice de endividamento geral da CSN indica que
ela está financiando 83,2% de suas necessidades de recursos por meio de captação junto a
terceiros. Em um primeiro momento podemos dizer que a empresa está muito alavancada, mas
só poderíamos fazer esta afirmação após comparar o nível de endividamento com outras
entidades do mesmo setor, com seu endividamento histórico, ou ainda, se soubermos como
foram aplicados estes recursos.

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 36.769.102


𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 = = = 0,83275 Eq. 3.8
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 44.153.623

b) Cobertura de juros: mede a capacidade da entidade em saldar suas obrigações


relacionadas ao uso de capital de terceiros – juros. Quanto mais alto este índice maior é a
capacidade de pagamento dos juros. Um índice muito diferente (para cima ou para baixo) da
média do setor de atividade da entidade indica conservadorismo em excesso, reduzindo risco e
retorno desnecessariamente e, o contrário, uma exposição ao risco que pode levar à insolvência.
Um índice de cobertura de juros igual a 0,77127 significa que a empresa possui R$0,77 de
disponibilidade para pagar cada R$1,00 de juros, logo, no período em análise, seu resultado
operacional não é suficiente para cumprir com as obrigações assumidas na forma de juros.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) 1.945.476


𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 = = = 0,77127 Eq. 3.9
𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 2.522.427

c) Cobertura de pagamentos fixos: mede a capacidade da entidade em saldar suas


obrigações relacionadas ao uso de capital de terceiros – juros, arrendamentos, amortização e
dividendos preferenciais. Como o gasto com a amortização e com os dividendos preferenciais
ocorrem após a dedução do imposto de renda do resultado, é necessário calcular o valor
necessário para cobrir estes gastos antes do cálculo do imposto de renda por meio da
multiplicação do valor devido pelo fator (1/1-T), em que T é a alíquota de imposto de renda na
qual a empresa está enquadrada, neste caso, a alíquota de imposto de renda é estimada em 34%.
Para o interessado nos resultados de uma entidade que não tem acesso aos seus relatórios
internos, haverá maior dificuldade para calcular, ou mesmo estimar, o índice de cobertura de
pagamentos fixos. Isso ocorre porque o valor das obrigações com pagamentos fixos nem sempre
é destacado nos demonstrativos. Para ilustrar o cálculo foram consideradas as informações
constantes nas notas explicativas do documento “Companhia Siderúrgica Nacional -
Demonstrações financeiras acompanhadas do relatório do auditor independente” (CSN, 2017),
que detalham os dados apresentados na demonstração do resultado do exercício e no balanço
patrimonial. Assume-se aqui que nem todos os pagamentos fixos foram contemplados,
portanto, o índice ora apresentado possui desvio em relação àquele que deveria mensurar a
capacidade de cobertura de pagamentos fixos da CSN no período ora em análise. Um índice
de cobertura de pagamentos fixos igual a 0,50307 significa que a empresa possui R$0,50 de
disponibilidade para pagar cada R$1,00 de pagamentos fixos, logo, no período em análise, seu
resultado operacional não é suficiente para cumprir com as obrigações assumidas na forma de
pagamentos fixos.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) + 𝐴𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑔𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 = 1
𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝐴𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + [(𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜 + 𝐷𝑖𝑣. 𝑃𝑟𝑒𝑓. ) × ]
1−𝑇
Eq. 3.10
1.945.476 + 0
= 1
= 0,50307
2.522.427 + 0 + [(805.854 + 81.689) × ]
1−0,34

Atividade 4 (Objetivo 3)
Calcular os índices de endividamento do ano de 2017 e comparar com os índices de
2016 a partir dos dados das demonstrações da CSN. Se necessário, consultar as notas
explicativas e ou o relatório de auditoria que acompanham a publicação das demonstrações para
coletar dados complementares.
Início da resposta comentada
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 36.921.741
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 = = = 0,81667
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 45.209.970

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) 2.983.965


𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 = = = 1,21121
𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 2.463.627

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) + 𝐴𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠


𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑔𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 = 1
𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝐴𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 + [(𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜 + 𝐷𝑖𝑣. 𝑃𝑟𝑒𝑓. ) × ]
1−𝑇

2.983.965 + 0
= 1
= 0,60449
2.463.627 + 0 [(1.528.023 + 100.957) × ]
1−0,34

TABELA: Índices de endividamento – 2016 versus 2017


Variação Variação
Índice 2016 2017
absoluta proporcional
Endividamento
83,3% 81,7% – 1,6% – 1,92%
geral

Cobertura de juros 0,77 1,21 0,44 57,14%

Cobertura de
0,50 0,60 0,10 20%
pagtos fixos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

O endividamento geral da CSN reduziu entre 2016 e 2017. Isso significa que neste
período houve pagamento do principal de dívidas em volume maior do que novas dívidas foram
contraídas. Houve uma redução da alavancagem (–1,92%), diminuindo o risco financeiro e, por
consequência, a expectativa de retorno, quando comparado com o ano de 2016. Quanto à
capacidade de pagamento dos juros houve significativa melhora (57,14%) entre 2016 e 2017.
Em 2016 havia a disponibilidade de R$0,77 para cada R$1,00 de juros, exigindo outras fontes
para pagamento dos juros que não os resultados operacionais, enquanto que em 2017 havia a
disponibilidade de R$1,21 para cada R$1,00 de juros. Quanto a capacidade de pagamentos fixos
– juros mais o valor do principal das dívidas – houve melhora entre um período e outro,
entretanto, a empresa permaneceu sem capacidade para saldar todos os seus compromissos. São
necessários novos empréstimos para saldar estas obrigações e ou renegociar os prazos
inicialmente pactuados. Destaca-se que os arrendamentos não foram considerados no cálculo
da capacidade de cobertura de pagamentos fixos em função dos valores não estarem destacados
nos demonstrativos e ou notas explicativas.
Fim da resposta comentada

5 – ÍNDICES DE RESULTADO

Os índices de resultado expressam o nível de lucro em relação ao volume de vendas


(lucratividade) e ou ao volume de investimentos (rentabilidade) (GITMAN, 2010). Este último
pode ser apresentado em relação aos ativos totais da entidade e ou em relação ao patrimônio
líquido de seus proprietários.

a) Margem de lucro bruto: mede a porcentagem de cada unidade monetária de


vendas que resta após o pagamento dos custos dos produtos e ou serviços vendidos. Quanto
maior a margem bruta menor é o custo relativo de produção e ou de prestação de serviços. O
índice de 0,26293 indica que a margem bruta foi de aproximadamente 26,3%, logo,
aproximadamente 73,7% da receita total foi consumida com os custos dos produtos e ou
serviços prestados.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 4.508.907


𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 = = = 0,26293 Eq. 3.11
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 17.148.949

b) Margem de lucro operacional: mede a porcentagem de cada unidade monetária


de vendas que resta, após o pagamento dos custos dos produtos e ou serviços vendidos,
acrescidos das despesas operacionais. O índice de 0,11345 indica que a margem operacional
foi de aproximadamente 11,3%, logo, aproximadamente 88,7% da receita total foi consumida
com os custos dos produtos e ou serviços prestados (73,7%) acrescidos das despesas
operacionais (15,0%).
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) 1.945.476
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 17.148.949 Eq. 3.12
= 0,11345

c) Margem de lucro líquido: mede a porcentagem de cada unidade monetária de


vendas que resta após o pagamento de todos os gastos (custos dos produtos e ou serviços
vendidos, despesas operacionais, despesas financeiras, CSSL e imposto de renda, dividendos
preferenciais). O índice de – 0,054508 indica que os gastos no exercício de 2016 foram maiores
do que as receitas, ocasionado um prejuízo de aproximadamente – 5,45%. Para cada R$1,00 de
venda a empresa gastou aproximadamente R$1,05.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − 934.747


𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = = = −0,054508 Eq. 3.13
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 17.148.949

d) Lucro por ação: mede a relação entre o lucro líquido (lucro disponível para os
proprietários da entidade) e o número de ações ordinárias. Ao dividir o lucro líquido pelo
número de ações ordinárias existentes temos o valor que foi obtido por ação. Normalmente o
lucro por ação é diferente do valor que será distribuído por ação por conta de decisões gerenciais
e ou legais (reservas legais, reservas para investimentos, limites de distribuição de resultados
etc.). No período ora em análise houve um prejuízo de aproximadamente R$0,67 = [0,00067368
x 1000] por ação. O valor obtido foi multiplicado por 1.000 porque os valores apresentados na
DRE e no Balanço patrimonial estão em milhares de reais.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 −934.747


𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 = = = −0,00067368 Eq. 3.14
𝑁º 𝐴çõ𝑒𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠 1.387.527.047

e) Retorno sobre o ativo total: mede a relação entre o lucro líquido (lucro disponível
para os proprietários da entidade) e os recursos (próprios e de terceiros) que foram aplicados
nos ativos da empresa. Um índice de – 0,02117 significa que o retorno sobre o ativo total foi
negativo: – 2,12%.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − 934.747


𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑅𝑂𝐴) = = = − 0,02117 Eq. 3.15
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 44.153.623

f) Retorno sobre o capital próprio: mede a relação entre o lucro líquido (lucro
disponível para os proprietários da entidade) e os recursos dos proprietários (próprio) que foram
aplicados nos ativos da empresa. Um índice de – 0,12658 significa que o retorno sobre o
patrimônio dos acionistas ordinários foi negativo: – 12,66%.

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜(𝑅𝑂𝐸) =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠
Eq. 3.16
− 934.747
= = − 0,12658
7.384.521

Atividade 4 (Objetivo 4)
Calcular os índices de resultado do ano de 2017 e comparar com os índices de 2016 a
partir dos dados das demonstrações da CSN. Se necessário, consultar as notas explicativas e ou
o relatório de auditoria que acompanham a publicação das demonstrações para coletar dados
complementares.
Início da resposta comentada
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 4.928.460
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 = = = 0,26605
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 18.524.601

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑜𝑢 𝐿𝐴𝐽𝐼𝑅) 2.983.965


𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = = = 0,16108
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 18.524.601
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 10.272
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = = = 0,00600
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 18.524.601

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 10.272


𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 = = = 0,0000074
𝑁º 𝐴çõ𝑒𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠 1.387.527.047

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 10.272


𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑅𝑂𝐴) = = = 0,00023
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 45.209.970

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜(𝑅𝑂𝐸) =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠
10.272
= = 0,00124
8.288.229
TABELA: Índices de resultado – 2016 versus 2017
Variação
Índice 2016 2017 Variação absoluta
proporcional
Margem de lucro
26,3% 26,6% 0,03% 1,14%
bruto
Margem de lucro
11,3% 16,1% 4,8% 42,48%
operacional
Margem de lucro
– 5,4% 0,6% 6,0% – 111,11%
líquido

Lucro por ação * -R$ 0,67 R$ 0,07 0,677 – 101,45%

Retorno sobre o
– 2,12% 0,02% 2,14% – 100,94%
ativo total
Retorno sobre o
– 12,66% 0,12% 12,78% – 100,95%
capital próprio
* O valor obtido ao aplicar a expressão de cálculo deste índice foi multiplicado por 1.000 porque os valores apresentados na DRE e no Balanço
patrimonial estão em milhares de reais.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

A lucratividade e a rentabilidade da CSN aumentaram significativamente entre os anos


de 2016 e 2017. A exceção foi a margem de lucro bruto, que teve uma pequena melhora (0,03%)
de um período para o outro indicando que os gastos com os custos dos produtos e serviços
prestados foram similares. O destaque para o resultado do ano de 2017 em comparação com
2016 é a redução significativa das despesas operacionais. A diferença de 4,8% na margem
operacional de 2016 para 2017 equivale a um aumento de 42% quando comparados os
resultados. Essa redução nas despesas operacionais contribuiu para que, ao final do exercício
de 2017, ao contrário de 2016, houvesse margem de lucro líquido positivo (0,6%), lucro por
ação positivo (R$0,07 por ação), retorno positivo sobre o ativo total (0,02%) e retorno positivo
sobre o capital próprio (0,12%).
Fim da resposta comentada

6 – ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO

Os índices de valor de mercado expressam a confiança dos investidores na capacidade


da empresa gerar lucros (GITMAN, 2010). Por meio da relação entre o valor de mercado das
ações ordinárias com o lucro por ação da empresa e ou com o valor contábil do patrimônio dos
acionistas ordinários os investidores buscam identificar o nível de risco e retorno.

a) Preço/lucro: relaciona o valor de mercado das ações ordinárias, preço pelo qual
o investidor está disposto a pagar, por cada unidade monetária de lucro. Quanto maior a
confiança no desempenho futuro da empresa mais alto é o P/L. Como a empresa apresentou
prejuízo no período ora em análise o índice ficou negativo, demonstrando falta de confiança no
desempenho futuro da empresa.

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 8,35


𝑃𝑟𝑒ç𝑜/𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = = = −12,39 Eq. 3.17
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 −0,67368

b) Valor patrimonial da ação ordinária: relaciona o valor contábil do patrimônio


dos acionistas ordinárias com as ações ordinárias em circulação. Por meio deste indicador é
possível definir qual a fração do patrimônio dos acionistas ordinários está associada a cada
ação. Para o caso ora em análise, cada ação detém o equivalente a R$4,46 do patrimônio dos
acionistas ordinários.

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 =
𝑁º 𝐴çõ𝑒𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠
Eq. 3.18
6.194.528
= = 4,46444
1.387.527.047

c) Preço/valor patrimonial: relaciona o valor de mercado das ações com o valor


contábil do patrimônio dos acionistas ordinárias. Para o caso ora em análise, os investidores
estão pagando R$1,87 para o equivalente a cada R$1,00 de patrimônio dos acionistas
ordinários.

𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 8,35


𝑃𝑟𝑒ç𝑜/𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 = = = 1,87220 Eq. 3.19
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 4,46

Atividade 5 (Objetivo 5)
Calcular os índices de valor de mercado do ano de 2017 e comparar com os índices de
2016 a partir dos dados das demonstrações da CSN. Se necessário, consultar as notas
explicativas e ou o relatório de auditoria que acompanham a publicação das demonstrações para
coletar dados complementares.
Início da resposta comentada
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 10,85
𝑃𝑟𝑒ç𝑜/𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = = = 155,00
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜 0,07

𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 7.027.373


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 = =
𝑁º 𝐴çõ𝑒𝑠 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠 1.387.527.047
= 5,06467
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 10,85
𝑃𝑟𝑒ç𝑜/𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 = = = 2,14427
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐴çã𝑜 𝑂𝑟𝑑𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 5,06

TABELA: Índices de valor de mercado – 2016 versus 2017


Variação
Índice 2016 2017 Variação absoluta
proporcional

Preço/Lucro -12,39 155,00 167,39 1.351,0%

Valor patrimonial
4,46 5,06 0,60 13,45%
da ação ordinária
Preço/Valor
1,87 2,14 0,27 14,44%
patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Houve um aumento na confiança da capacidade da CSN melhorar seu desempenho


entre 2016 e 2017. Todos os índices de valor de mercado melhoraram, refletindo a alteração de
prejuízo para lucro de um período para o outro. O valor do patrimônio dos acionistas ordinários
aumentou (13,45%), ao mesmo tempo, em que não houve emissão de novas ações ordinárias.
Também os investidores pagaram mais (14,44%) por cada unidade monetária do patrimônio
dos acionistas ordinários.
Fim da resposta comentada

RESUMO

Os termos índice e indicador, não raro, são usados como sinônimos, mas pode-se dizer
que um índice é um indicador de alta categoria, podendo se transformar num componente de
outro índice. Quando utilizados no processo de planejamento os índices são tratados como
metas, referências do que se quer atingir. Quando obtidos a partir do controle do que foi
realizado, são tratados como medidas de execução e ou resultado. Por meio de seu uso é possível
comparar e verificar em que grau os processos e ou os resultados estão dentro do que foi previsto
e, quando adequadamente selecionados, subsidiam o processo de tomada de decisão.
Os índices financeiros, por conveniência, podem ser divididos em cinco categorias
básicas: 1) Índices de Liquidez; 2) Índices de atividades; 3) Índices de endividamento; 4)
Índices de rentabilidade e 5) Índices de valor de mercado. Os três primeiros índices medem
risco, o quarto mede retorno e o último mede risco e retorno. Só possuem significado se
comparados com os índices de outras entidades, com os índices da própria entidade no passado
e ou ao que foi planejado.
Sempre devem ser usados em conjunto, pois dificilmente um único índice será
suficiente para que o interessado possa formar opinião acerca da situação contábil e ou
financeira e ou econômica de uma entidade. Os valores obtidos devem sempre ser tratados de
forma relativa, contextualizados e quando diferentes (para cima ou para baixo) da média do
setor de atividade e ou dos valores históricos e ou do que foi planejado para o período em
análise, devem ser tratados como um sinal que algo está ocorrendo.
O interessado nos resultados da entidade deve apurar as causas de diferenças. Um
aumento anormal do nível de endividamento, que inicialmente poderia ser tratado como algo
negativo, pode ser decorrente de um investimento que irá gerar fluxos de caixa no futuro
maiores do que aqueles que seriam previstos caso o investimento, logo o endividamento, não
tivesse ocorrido. Por outro lado, um aumento anormal da liquidez seca, que inicialmente poderia
ser tratado como algo positivo, pode ser decorrente da falta de reposição dos estoques, o que
poderia comprometer a continuidade das atividades da empresa.
A variação significativa de um índice, na maioria das vezes, de um conjunto de índices,
é sinal que algo ocorreu. Esta sinalização é a informação que o gestor precisa para, em um
primeiro momento investigar as causas e, posteriormente, tomar decisões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CSN - Companhia Siderúrgica Nacional Demonstrações financeiras acompanhadas do relatório


do auditor independente. Publicado em 26 de março de 2018. Disponível em
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=2ahUKEw
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de 2018.

GITMAN, L. Princípios de administração financeira. 10ª ed. São Paulo: Pearson, 2010.

GLOBO ECONOMIA. 3 de janeiro de 2017. Disponível em


https://oglobo.globo.com/economia/apos-abrir-2016-em-baixa-acoes-fecham-ano-com-alta-
de-ate-200-na-bovespa-20722256. Acesso em 10 de janeiro de 2019.

SICHE R.; AGOSTINHO F.; ORTEGA, E.; ROMEIRO, A. Índices versus indicadores:
precisões conceituais na discussão da sustentabilidade de países. Ambiente & Sociedade.
Campinas v. X, n. 2, p. 137-148. jul.-dez. 2007. http://www.scielo.br/pdf/asoc/v10n2/a09v10n2
. Acesso em 22 de dezembro de 2018.

VALARELLI, Leandro Lamas. Indicadores de resultados de projetos sociais. Disponível


http://www.fcm.unicamp.br/cursos/indicadorescaps/textos/Valarelli_indicadores_de_resultad
os_de_projetos_sociais.pdf. Acesso em 11 de novembro de 2011.

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