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O Centro Espirita e o Centro Umbandista

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Doutrinação Umbandista

O Centro Espirita e o Centro Umbandista

Inegavelmente, o Espiritismo está na vanguarda do pensamento religioso do mundo.


Um Centro Espírita é, na Terra, um posto avançado da Espiritualidade superior. E,
como ainda estamos num mundo de provas e expiações, as investidas das trevas para desestruturá-lo
são constantes.

Houve tempo em que os ataques provinham de fora, como um bombardeio, mas hoje as trevas procuram
atuar no interior das casas espíritas, aplicando um processo de implosão. Os inimigos da Doutrina já se
convenceram de que o bombardeio externo não produz os efeitos desejados. Pelo contrário, constituem
até propaganda. O Espiritismo já venceu a batalha exterior, pois hoje é respeitado e as suas casas não
mais são molestadas como o eram antigamente, até com ataques físicos. Hoje, o desafio maior é no
interior delas, porque atualmente os inimigos do Bem procuram agir dentro da própria Casa Espírita,
semeando a discórdia, o descontentamento, o estrelismo, entre os colaboradores.

Por isso, o “orai e vigiai para não cairdes em tentação” (Mateus, 26:41) é ensinamento para ser lembrado
a toda hora. A manutenção do bom clima espiritual não deve ser deixada por conta somente dos
trabalhadores espirituais.

Além das reuniões de trabalho rotineiro deverão haver outras, de simples convivência, entre os
trabalhadores O trabalhador de qualquer setor de uma Casa Espírita, ao buscar servir com dedicação,
tem a oportunidade de preparar-se adequadamente para a convivência e o serviço no mundo espiritual,
aonde irá depois de desencarnar, para apenas continuar servindo. Para o trabalhador verdadeiramente
integrado na tarefa espírita, a desencarnação significará somente a mudança do lugar de serviço.

Nas reuniões abertas ao público, deve ser dada atenção especial à recepção das pessoas que chegam à
Casa Espírita. O acolhimento fraternal é de valor inestimável, pois não raro coroa os esforços de um
Espírito que para ali encaminhou seu protegido.

A prática mediúnica deve ser dirigida prioritariamente ao socorro e encaminhamento de Espíritos


desencarnados que se encontram em sofrimento, causando, por vezes, dificuldades a desencarnados e
a encarnados, em fenômenos obsessivos. Hoje, infelizmente, em muitas casas espíritas a introdução do
estudo da mediunidade e da avaliação do trabalho mediúnico ainda constitui um sério desafio. O Centro
Espírita deve ser, antes de tudo, uma escola de educação de almas. Os estudos e reflexões sobre a
importância do centro espírita para a comunidade na qual ele se insere apontam para cinco principais
vertentes, assim expressas: templo; lar; oficina; hospital; e escola.

Templo - A casa espírita tem a primordial finalidade de abrigar e reunir aqueles que tencionam conectar-
se com o Superior por meio da oração, que se constitui em instrumento de comunicação com Deus,
nosso Pai. A prece proporciona a melhoria do homem, ensejando àquele que ora pensar em Deus,
aproximar-se dele e pôr-se em comunicação com ele.

Lar - O centro espírita deve receber seus frequentadores e colaboradores como o lar acolhe a família. É
a oportunidade da congregação para o fortalecimento dos laços de amor. Nem sempre encontraremos
facilidades, pois o reencontro se dá, por vezes, entre adversários do passado. Porém, é nesse lar que
precisamos nos esforçar para a formação da família espiritual.

Oficina - A oficina enseja o trabalho e a consequente aquisição de competências técnicas e humanas.


Pelo serviço, somos capazes de desenvolver potencialidades e realizar feitos a serem creditados como
mérito em nossa contabilidade espiritual, embora devamos trabalhar em benefício do semelhante
desinteressadamente.

Hospital - Outro dia ouvi de uma amiga; “na Terra, todos somos doentes da alma”. A necessidade de
corrigenda moral é grande, daí a abençoada oportunidade que Deus nos concede de enfrentarmos
doenças variadas para que passemos pelo processo de higienização perispiritual. “A enfermidade jamais
erra de endereço”, ensina Emmanuel. Seja física ou moral, todos necessitamos de cura para a conquista
da saúde integral. O centro espírita funciona como um hospital na medida em que busca oferecer

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atendimento aos carentes, sem jamais competir com a medicina terrena. É o apoio
espiritual, o atendimento fraterno, a fluidoterapia, a desobsessão…

Escola - Na vida, estamos sempre aprendendo e nunca deixaremos de aprender. Como escola de almas,
a casa espírita é roteiro que esclarece nossas mentes para as realidades espirituais, por meio dos estudos
individuais e em grupo. As palestras públicas, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (Esde), o
Estudo Aprofundado (Eade), a Mediunidade: Estudo e Prática, a Evangelização da Criança e do Jovem,
os estudos das obras básicas, da Coleção A vida no mundo Espiritual, da Série Psicológica Joanna de
Ângelis, os cursos de capacitação a distância, são valiosos instrumentos de aprendizado que o centro
espírita pode disponibilizar a seus frequentadores.

Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos – na intimidade de nosso
coração

Por que ir à casa Espírita?

As reuniões públicas do Centro Espírita devem ser tomadas à conta de uma


iniciação espírita, onde participaremos de um banquete de luzes que enriquecem a existência. Para tanto
é preciso superar a concepção distorcida e irreal do centro-hospital, com pleno entendimento de que ele
é, acima de tudo, uma abençoada escola.

A experiência nos demonstra que algumas pessoas comparecem ao Centro Espírita a procura de solução
para tormentosos problemas pessoais, destacando-se, isoladamente ou em conjunto:

Enfermidades renitentes – Apesar de terem procurado inúmeros especialistas, realizados variados


exames (onde nada é encontrado), tomado
inúmeros medicamentos, mas os sintomas permanecem, são as “doenças fantasmas”.

Desentendimentos no lar – Com discussões constantes entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, parente
em geral; e por mais que se esforcem, a harmonia aí não se instala.

Tensão nervosa – Onde a pessoa já levanta nervosa e não sabe porque, irritação sem causa aparente.

Depressão – Com profundos sentimentos de baixa estima, desamor.

Dificuldades financeiras – Onde apesar de terem seus ganhos, o dinheiro parece sumir de suas mãos.
Quando tudo parece que vai melhorar, aparecem gastos inesperados como: o carro que estraga, uma
doença, um prejuízo nos negócios.

Frustrações profissionais – Desagrado com o trabalho que realizam; o local onde trabalham; os
colegas a sua volta, ou se não tem trabalho também não conseguem emprego, embora as vagas existam,
não são admitidos.

Insistentes idéias infelizes – Sentimentos de largar tudo para traz e ir embora sem rumo; abandonar
a família; insatisfação geral com a vida; e em casos mais graves até idéias de suicídio.

Desenganos sentimentais – Constantes idéias de separações; e se está solitária incansável busca do


parceiro ideal, que nunca aparece. Etc…

Solução esta que já buscaram em outras crenças e até mesmo em consultórios médicos, sem contudo
lograrem o êxito esperado, na sua ótica de visão. Vêem então à Casa Espírita. Isto significa que o Centro
Espírita é para muitos um hospital mágico, onde mentores espirituais podem realizar os mais variados
prodígios em favor dos consulentes.

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Semelhante situação é no mínimo extravagante, porquanto não se inspira nos
postulados doutrinários. Não há nada, em Espiritismo, que sugira a idéia de que o
intercâmbio com o plano espiritual é uma panacéia (remédio) infalível para os males
humanos.

Apesar desses irmãos infelizes desconhecerem o objetivo maior da Casa Espírita, esta os recebe de
portas abertas e coloca-lhes a seus serviços todos
os recursos de que dispõe, amparando, consolando e instruindo. (Lembrando que nas reuniões públicas
não se fecha a porta em momento algum. Mesmo que alguém chegue atrasado, venha à Casa Espírita,
se nos minutos finais da palestra, a pessoa escutar uma palavra que lhe toque verdadeiramente o
coração, já será um grande passo em seu benefício).

Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa iniciação nos ideais do Céu,
mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis Naturais, através da divulgação do espiritismo.
Simultaneamente convoca-nos à sua observância como o único caminho para que nos libertemos de
sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, geradores de todos os nossos infortúnios.
Somente assim nos habilitaremos a viver felizes, contribuindo para a construção de um mundo melhor
e uma sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria renovação.

O desconhecimento desses objetivos induz a alguns enganos lamentáveis, o principal deles relaciona-se
com a famosa “consulta”, onde os freqüentadores querem conversar com os Espíritos, ouvir a promessa
de decisiva intervenção ou receber a indicação de “poções” infalíveis em seu benefício.

Pensando dessa maneira, poucos se vinculam ao Centro Espírita, que tomado à conta de hospital, é
compreensível que os “pacientes” tendam a afastar-se atendendo a dois motivos: melhoraram e
consideram desnecessário continuar o tratamento; ou não melhoraram e resolvem procurar ajuda em
outro lugar, e ainda saem dizendo: “Eles não resolveram o meu problema”.

Devemos evitar que a atividade do Centro gire em torno de receituários e aconselhamentos espirituais,
que podem amenizar determinados problemas mas jamais os resolvem, porquanto atacam efeitos sem
remontar às causas.

Se um alcoólatra procura o Centro porque está com uma crise hepática, pouco valerá cuidar apenas de
seu fígado. E indispensável ajudá-lo a superar o vício. Se alguém é envolvido por Espíritos que o
atormentam com idéias e sentimentos infelizes, será ocioso afastá-los simplesmente. Eles sempre
retornarão. A providência fundamental é ajudar o obsidiado a modificar seu padrão vibratório com a
assimilação de conhecimento renovador. Então ele próprio se libertará em definitivo.

Então por que ir à casa Espírita?

A Casa Espírita idônea, é um ambiente mais propício para encontrarmos a paz, o reconforto,
compreensão, esclarecimentos. A Casa Espírita é o lugar onde espíritos iluminados, vem em missões de
divulgação das Leis Naturais, bem como em atendimento aos sofredores dos dois planos da vida.

Na Casa Espírita é onde irmãos encarnados dedicados (inspirados pelos mentores), buscam em
pesquisas, nos passar a interpretação correta da mensagem do Cristo através de palestras edificantes.
Na Casa Espírita, com a divulgação dos ensinos de Jesus, compreendemos aos poucos que seremos cada
vez mais felizes quanto mais pautarmos a nossa caminhada de acordo com as Leis Naturais.

Na Casa Espírita, devido à reunião dos trabalhadores do Cristo, a atmosfera espiritual está repleta de
luzes e energias salutares que reorganizam as nossas forças. Na Casa Espírita, relembraremos os ideais
cristãos, buscando sufocar as nossas imperfeições e elevarmos os nossos valores morais, gravados
indeléveis em nossas consciências, por bondade do Criador. O Espiritismo é uma doutrina libertadora e
faz um bem enorme a quem se coloca sob sua orientação a serviço de Jesus.

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No momento em que adentramos a casa espírita, podemos não perceber, mas, somos
imediatamente abraçados pela espiritualidade amiga. O enlace amoroso é uma forma
de nos preparar para absorver o conteúdo que ali nos será repassado. Notar essas
vibrações, absorvê-las, aproveitar seus efeitos benéficos, depende de cada um, da sintonia em que nos
propomos estar.

Muitos de nós chegam à casa espírita desconsolados, apreensivos, ansiosos por querer uma solução
rápida para nossos problemas. Essas vibrações muitas vezes nos impedem de perceber o auxílio que
vem de encontro aos nossos espíritos através das energias derramadas pelos amorosos trabalhadores
do espaço. Mas, se não percebemos essas vibrações em um primeiro momento, logo seremos tomados
por elas quando realmente nos engajarmos no trabalho e nos estudos. É quando passamos de fato a
fazer parte da casa espírita, ainda que no plano físico não assinemos nenhum papel.

A frequência regular à casa espírita e a prática de seus postulados, cria um elo energético que nos une
à sua equipe de trabalho. A partir deste momento é que conseguimos notar que os amigos abnegados,
trabalhadores do espaço, passaram a nos visitar, a nos ajudar em nossas tarefas, a contribuir para que
possamos desenvolver as atividades propostas na nossa vida diária. Para isso, no entanto, é preciso
novamente que sintonizemos com eles em pensamentos, em oração e em atitudes. Modificar velhos
hábitos nos ajuda a manter essa sintonia abençoada pelo Mestre Jesus.

Qualquer que seja a casa espírita ou entidade beneficiente em que laboramos, os bons amigos do espaço
nos ajudam constantemente, incessantemente. Para eles não há preguiça, não há tempo ruim, nada os
impede de participar de nenhuma ação, nem o calor excessivo, nem o trânsito caótico, ou mesmo as
dificuldades que o corpo físico impõe a nós que cá estamos. Sem falta, minutos ou horas antes do início
dos trabalhos de qualquer natureza eles lá estão prontos para nos ajudarem, mas dependem de nossa
presença e disposição para a realização dos trabalhos, visto que eles nos ajudam, mas nunca fazem a
parte que compete aos encarnados.

Nós somos os braços, as bocas, as pernas físicas da casa espírita. Somos nós que realizamos as
atividades no campo da matéria. Somos nós que fazemos a casa espírita como ela é! Nosso compromisso
em fazer pela casa, em ajudar os irmãos, em estudar melhor as coisas do espírito é imprescindível para
a realização de qualquer atividade. O que é, certamente, valorizado pelo plano espiritual, por esses
abnegados amigos que sintonizam conosco. Mas, uma coisa é certa, eles só conseguem nos ajudar se
nós quisermos, se mantivermos sintonia com eles por meio de pensamentos elevados e obras meritórias.
Quando em nosso dia-a-dia não temos o hábito de cultivar boas leituras, estudo, pensamentos bons,
ações bondosas e, principalmente, a oração, estamos sujeitos às investidas daqueles que não querem
nosso bem e também não querem o bem da casa espírita.

Essas criaturas perturbadas (com nosso consentimento voluntário ou involuntário) acabam implantando
em nós o desânimo, a desconfiança, a dúvida e especialmente a discórdia, pondo por terra nossas
melhores aspirações. É uma forma de minar nossas forças. Cabe a nós, a cada um de nós, "espantar"
esses maus pensamentos e substituí-los pelo estudo da doutrina espírita, pelas leituras edificantes e
especialmente pelas vibrações sinceras de fazer o bem, desejando que nosso trabalho e a nossa casa
espírita melhore, progrida, ajude mais gente, seja frutífera em suas ações.

Nossa fé é questionadora, não é uma fé cega. Não seguimos um líder escolhido por cúpulas, não temos
assuntos que não possam ser de conhecimento de todos. Nós espíritas nos escolhemos entre nós nossos
dirigentes, escolhemos como amigos, como irmãos, como sabedores todos nós das imperfeições que nos
cabem nesse estágio evolutivo. Os líderes ou dirigentes das casas espíritas são
voluntários corajosos que assumem a missão de manter as coisas funcionando e melhorar o que for
possível, é um árduo trabalho que fica ainda mais difícil se não houver ajuda de cada trabalhador, de
cada frequentador.

Muitas vezes a gente entra e sai da casa espírita sem se perguntar quem foi que pagou as contas (sim,
é preciso pagar contas, salários de funcionários e impostos devidos), quem organizou as cadeiras, quem
foi que providenciou os itens de segurança, como foram comprados os itens de higiene que lá estão?
Simplesmente somos gratos pela assistência espiritual, mas não nos preocupamos com a natureza física

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do trabalho. Eu entendo que essa ação seja natural porque não estamos alí buscando
nada material. Estamos buscando consolo para o espírito e recebemos. Resta-nos
perguntar: “como posso ajudar e proporcionar que mais irmãos tenham a mesma
sorte?”

Os trabalhos espirituais da Casa Espírita exigem comportamento digno.

É muito importante, que nós, espíritas, estejamos cientes da relevância da nossa participação no
equilíbrio fluídico da instituição que frequentamos. Pois, as atividades espirituais, que ali são realizadas,
muito dependem da nossa participação efetiva com disposição, boa vontade, preparo e trabalho
incessante no aperfeiçoamento individual e coletivo, para que alcancemos êxito e mereçamos cada vez
mais a companhia e confiança do mundo espiritual.

Centro de Umbanda – Terreiro

Para começar, a palavra “terreiro” vem de terra e significa um espaço extenso de terra batida. E, no
começo, eram assim mesmo os terreiros: geralmente, localizados em quintais extensos, de terra batida,
no qual os médiuns praticavam o seu culto com os pés no chão. E essa tradição de tirar os sapatos
dentro de um terreiro se mantém até hoje, mesmo quando os terreiros são feitos de piso, e não de terra.
Essa prática é uma forma de se conectar com o chão e com as nossas próprias raízes.

Um terreiro é, portanto, um local onde se realiza a gira, que é o culto religioso da Umbanda. Geralmente,
localiza-se em um espaço urbano, e seu espaço interior costuma ser pintado de branco, que é a cor que
simboliza a Umbanda e remete à paz.

Disciplina e Respeito num terreiro de Umbanda

Existem algumas atitudes que além de demonstrarem nosso respeito, falam mais que mil palavras não
é mesmo? Pois bem, acredito que quando os médiuns umbandistas entenderem essa colocação e
começarem a agir prestando atenção no respeito e no exemplo que estão demonstrando e promovendo,
a Umbanda será vista pela sociedade de forma muito mais elevada do que acontece hoje em dia.

É, acredito realmente que Posturas, Atitudes e Conhecimento são fundamentais para alcançarmos uma
Umbanda mais aceita, mais respeitada e mais séria. O fato é que essas posturas e atitudes estão
vinculadas ao modo que os médiuns se comportam fora e dentro do terreiro, já o conhecimento está
atrelado à capacidade de responder pela e sobre a Umbanda. No entanto, percebo que muitos médiuns
não têm postura, atitude e muito menos conhecimento condizente com a Umbanda e com todos seus
fundamentos e tradição, posso citar como exemplo, a falta de conhecimento que muitos médiuns têm
sobre o “simples” ato de ENTRAR NO TERREIRO.

Sei que parece bobo dar esse exemplo, afinal existem “coisas” tão mais importantes na Umbanda, mas
realmente acredito que todos os médiuns umbandistas devem ser respeitosos, devem ter o conhecimento
e estarem conscientes do que é um Terreiro, dos fundamentos que envolvem “entrar em um Terreiro”,
das Forças assentadas e do trabalho realizado dentro daquele espaço mágico, portanto, é seu dever,
sempre que atravessarem a fronteira do profano para o Sagrado, ou seja, sempre que entrarem em um
Terreiro, fazerem as devidas saudações sabendo o que cada ato significa, mesmo porque, eles nunca
saberão quando e por quem serão questionados sobre determinados movimentos e atitudes que
normalmente se faz ao entrar em um terreiro.

Mesmo sabendo que cada terreiro tem sua forma específica de realizar suas saudações, quero pontuar
algumas atitudes, que espero, faça a diferença neste ato que particularmente entendo ser de suma
importância, uma atitude de respeito às Forças Divinas que sustentam aquele Terreiro e o próprio
médium, além de exprimir uma postura condizente à Umbanda e seus Poderes Divinos.

Em primeiro lugar, o médium ao adentrar no terreiro deve Saudar as Forças dos Srs. Exus/Guardiões e
das Sras. Pombagiras/Guardiãs assentadas na Tronqueira e para tanto, deve parar por alguns minutos

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de frente à tronqueira e com a cabeça baixa, agradecer a permissão de sua entrada
naquela Casa Santa. Caso seja necessário, nesse momento também se pede para os
espíritos negativos, que por ventura estão perturbando o equilíbrio do médium, sejam
recolhidos e encaminhados pela Força da Esquerda com a permissão de Ogum, consequentemente o
agradecimento e os momentos de permanência de frente à tronqueira serão maiores. Portanto deve-se
sempre agradecer a guarda, a força e a proteção que ELES proporcionam em nossas vidas e ao terreiro.

Normalmente e dependendo do terreiro, durante esses momentos de agradecimento bate-se palmas três
vezes e/ou toca-se no chão saudando o “embaixo” também três vezes pronunciando sua saudação que
é “Laroye Exu. Exu é Mojubá!”. Segundo a ‘Enciclopédia brasileira da Diáspora Africana’ de Nei Lopes,
Laroye significa: interjeição de saudação a Exu, um dos nomes de Exu e Mojubá significa: fórmula de
saudação e reverência, dirigidas pelos fiéis aos orixás. Do ioruba ‘mo juba’, “eu (te) reconheço como
superior”.

Em um segundo momento deve-se Saudar o Congá e o Altar, locais e pontos Sagrados que devem ser
respeitados, afinal, é entre tantas coisas, onde se realizam as grandes trocas de energias, é onde todas
as Irradiações Divinas estão concentradas e consequentemente são projetadas a todos, principalmente
sobre aqueles que reconhecem e aceitam esse Poder Divino.

Para saudar o Congá deve-se fazer o sinal da cruz no chão antes mesmo de entrar nesse espaço. Fazendo
esse sinal, abre-se um portal divino de amorosidade e fé seguindo o ensinamento de Jesus no momento
de sua crucificação. Fazendo três vezes se afirma, reafirma e determina esse ato. Fazendo no chão
“acordar” a força da terra e toda sua potência energética transmutadora, transformadora, curadora,
sábia e ancestral.

Já o ato de “Bater Cabeça” não deve ser ou se tornar um ‘costume’ ou uma ‘repetição’, mas uma atitude
de reverência, entrega, devoção e adoração diante dos e pelos Sagrados Orixás. É nessa hora que
comungamos com Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluayê, Iemanjá e com todos os Guias
Espirituais, é nessa hora que pedimos que nos ajudem a mantermos nossos olhos fechados para o ciúme,
para o egoísmo e para a inveja, assim como nossos ouvidos fechados para a intriga e para a curiosidade
que fortifica a fofoca.

É nessa hora que pedimos que nos ajudem a manter nossos corações abertos para o amor, para a fé,
para a compaixão e para a esperança, e que nossa mente esteja sempre aberta para o discernimento,
para a sabedoria e para a paciência. Que nos ajudem a manter nosso espírito purificado e iluminado para
que assim possamos servir de “simples” instrumentos de Deus, da Lei e da Justiça Divina. É o momento
de agradecer, agradecer e agradecer por essa oportunidade única e excelsa que temos por estar diante
do Poder Divino, diante dos Orixás.

Além disso, é o momento de absorver as potências energéticas da Terra pedindo para ela transmutar
todos nossos pensamentos e sentimentos negativos, além de nos envolver com a Sabedoria Sagrada de
nossa ancestralidade que em tempos remotos foi levada a terra.

E por fim, e não menos importante, o médium deve Saudar, ou melhor, Tomar a Benção de seu Pai ou
Mãe Espiritual.

Quando isso ocorre, o “filho” está reconhecendo seu Pai Espiritual como o detentor dos conhecimentos
da Lei de Umbanda e como seu orientador, portanto é ele que o conduzirá, o sustentará e o protegerá
dentro da doutrina religiosa umbandista e diante da própria vida.

“Tomar a Benção” é sim um procedimento de reconhecimento e de respeito à Hierarquia, mais do que


isso, é um ato de entrega, respeito e confiança, portanto aquele que “dá a benção” tem que estar
consciente de suas responsabilidades, assim como deve rever e reavaliar seus atos constantemente para
que eles sejam e estejam idôneos à sua posição. “Tomar a Benção” ou “Dar a Benção” é coisa séria e
tem fundamento, portanto é preciso ter Atitude, Respeito e Conhecimento. Tendo também em conta,
que quem na verdade abençoa, são as forças (Orixás) e entidades (guias) que o Pai / Mãe carrega.

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Mesmo se for apenas um "visitante" da casa, há que lhe explicar a postura respeitosa
que deve ter ao entrar no Congá, durante o ritual e especialmente perante os
mentores espirituais.

O "visitante" que não aceite cumprir as normas da casa, não tenha respeito pelos dirigentes, "filhos" da
casa, e pelos mentores espirituais. Não tenha uma postura respeitosa durante o ritual. Este "visitante"
deve ser banido da frequencia da casa, pois sua postura e má conduta está em desacordo com a vibração
da casa e dos mentores espirituais, promovendo uma desarmonia e mau estar dentro do espaço. Isto
também se aplica, não só apenas aos "visitantes" mas a todos os médiuns da casa.

A Umbanda nos ensina que cada um é o que é, cada pessoa sabe em seu intimo quais são seus processos
de ação e reação, infelizmente quase todos nos escondemos de nós mesmos, por falta de coragem de
olharmos no nosso espelho interior, vermos nossos defeitos para podermos dar o primeiro passo para
mudança. Para isso contamos com o auxilio fraternal das Entidades de Aruanda e também os conselhos
dos Sacerdotes experientes e sinceros. Mostrar o caminho não significa decretar, por isso é importante
o Dirigente observar que se um novo integrante da corrente veio de outra religião e naquele momento
de sua vida deseja abraçar a Umbanda, não é de repente que essa pessoa vai esquecer a fé que moveu
por dentro durante tanto tempo.

O VERDADEIRO UMBANDISTA RESPEITA OS CREDOS E SABE QUE A MESMA FÉ QUE O FAZ AMAR SEUS
GUIAS E PROTETORES, FAZ UM CATÓLICO AMAR SUA IGREJA, OU UM MUÇULMANO AMAR ALÁ.

Com relação à conduta dos médiuns para com as entidades, a Umbanda tem por norma seguir os
seguintes tópicos:

1) O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na
hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...).Isto quer dizer que
os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor que do seu irmão, as entidades de
Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.

2) Não há necessidade de "chamar" seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar
da sua mediunidade em bares, ou na rua. As coisas da espiritualidade deve ser discutidas na
tranquilidade, e com pessoas que queiram falar sobre o assunto.

3) Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda
acoberta isto ou aquilo dos seus "cavalos".

4) Não é em todo lugar que os nossos protetores "baixam", nem todo lugar é sagrado e num ambiente
pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.

É, a Umbanda tem fundamento sim, e é nosso dever e nossa obrigação saber “preparar”.

É nosso dever e nossa obrigação saber se comportar, ensinar e respeitar. É nosso dever e nossa
obrigação dar bons exemplos e responder por nossos atos e pela Umbanda, mesmo porque, na Umbanda
NADA É SIMPLES, mas tudo é de uma simplicidade impar. Fiquemos atentos!!!

A Porteira

Os Porteiras e suas funções.

Boa noite seja bem vindo, entre e comporte-se, aproveite a oportunidade e não apronte nada caso
contrario a porta se fechara para você por um bom tempo.

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E assim começa a chegada e a entrada dos espíritos antes do inicio de uma sessão de
umbanda, a porteira tem um papel fundamental para a organização e também a
disciplina dos trabalhos. O trabalho dos porteiras é por demais complexo, as vezes
milhares de seres em espíritos querem uma oportunidade ou uma porta aberta para saírem dos locais
onde são; usados, explorados, abusados, torturados, ou mesmos mantidos como prisioneiros, a porta
da entrada espiritual de um terreiro tem que ser protegida, pois ali tem uma brecha que muitos querem
para entrar, a luz e o recomeço depende desta passagem.

Muito antes do inicio dos trabalhos já se formam filas e mais filas de espíritos pedindo permissão para
entrar, os porteiras vão estudando e separando caso por caso, seguem a orientação e tem o apoio dos
guias chefes da casa, afinal nem todos que ali se encontram têm o merecimento para o socorro mais
especifico, muitos ainda devem permanecer em observação devido as suas condutas e somente após a
constatação real da vontade de mudar terão a oportunidade do socorro final.

Com a chegada dos médiuns a coisa complica um pouco, pois muitos dos trabalhadores devido ao padrão
vibracional também carregam esses irmãos de pouca luz, neste momento começa uma nova etapa de
esclarecimento e separação dos espíritos que chegam de “carona”, médiuns imprevidentes que não
fazem as suas firmezas e orações, não se banham com as ervas sagradas, não ascende ao menos uma
vela para seus protetores, são os principais alvos de espíritos que vem ali uma oportunidade de alimento
e fluidos energéticos.

Cabe aos Exus que trabalham na porta dar o primeiro choque nesses seres para que eles sejam separados
do corpo vibracional do médium imprevidente. A proteção de um terreiro de umbanda começa na porta,
ali onde colocamos o pé para dentro, ali naquele local tem um trabalhador incansável, que diuturnamente
permanece protegendo o local sagrado aonde os guias chegam para trabalhar.

A porteira ou os porteiras tem uma ligação direta com a trunqueira firmada no terreiro, ali é o ponto
central de carregar e descarrego de uma casa de Umbanda, a força desses trabalhadores espirituais
mesmo sem o reconhecimento das pessoas que chegam no terreiro é de fundamental importância e
deste local que sai o equilíbrio necessário para a tranquilidade e concretização dos trabalhos.

A nós médiuns conscientes e sabedores da força e responsabilidade da porta de nossos terreiros somente
nos cabem o respeito, cumprimentar e sempre pedir permissão aquele trabalhador incansável que
conhece a cada um de nós mesmo a gente não o conhecendo, ou melhor, não podendo vê-lo, sabemos
que ali ele permanece e sempre nos cumprimentara quando de nossa chegada. Assim é o trabalhos dos
Exus que tem a árdua missão de proteger as portas de nossos terreiros, cabe a nós buscar conhecer um
pouco mais sobre esses trabalhadores e ao sabermos a sua importância realmente agradecer pela
permanência em nossa casa. Laroyê Exu, Exu Modjubá, salve todos os porteiras que trabalham
incansavelmente para a tranquilidade do templo

Gongá

Ao chegarmos em um Templo de Umbanda, via de regra observamos na posição frontal posterior ao


salão de trabalhos mediúnico-espirituais um conjunto de objetos (cruz, imagens, símbolos, velas, flores,
etc). A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico-magistas,
denominamos de Congal, Congá ou Altar.

Serve como elo tangível de ligação para concentração, afloramento e direcionamento do teor mental. No
que concerne a sugestibilidade , o Congal, por sua arrumação, beleza, liminosidade, vibração, etc.,
estimula médiuns e assistentes a elevarem seus padrões vibratórios e a serem envolvidos por feixes
cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela entidade atuante.

O Congal é um núcleo de forças, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador,
escoador, expansor, transformador, e alimentador dos mais diferentes tipos de níveis de energia e
magnetismo. O Congal dentro dos templos umbandistas tem fundamento, tem uma razão de ser, pois é
sustentado pelo plano astral superior e é pautado em bases sólidas e racionais.

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O Centro Espirita e o Centro Umbandista

O altar, ou congá, é o coração de uma casa de Umbanda. Um dos elementos mais


evidentes quando se entra nesse local é o altar. Localizado onde se realizam as giras,
ele contém imagens. Essas imagens na Umbanda geralmente têm representações de santos católicos.
Diferente do Candomblé, a maioria das imagens são brancas, com exceção do preto velho e do caboclo.
Assim, a Yemanjá é branca, a Oxum é representada por Nossa Senhora da Conceição e Oxalá é
representado por Jesus.

O congá pode ser decorado com flores e panos de acordo com cada imagem. A decoração pode variar
também de acordo com a festividade do dia. Quando há uma festividade no terreiro, é comum colocar
oferendas embaixo do congá. Da mesma forma, pontos podem ser riscados em frente ao Congá pela
entidade da Mãe de Santo e pelos filhos de santo autorizados a riscar ponto de pemba.

É a estrutura energética de sustentação do templo, ou seja, é estrutura coletiva, estrutura que serve ao
terreiro e a todos que compõem a sua egrégora. Corrente mediúnica, dirigente espiritual, Orixás,
entidades e assistência são as partes formadoras desta egrégora. Por mais que pensemos na assistência
como necessitados em busca de auxílio espiritual, estas pessoas são tão assíduas nos trabalhos
mediúnicos quanto nós, os médiuns de corrente. Muitas vezes comparecem ao terreiro na mesma
frequência que os filhos de santo, participam da abertura, entram no local de trabalho, passam por
consulta ou passe e, em muitas casas, acompanham o fechamento.

Portanto, o congá é a estrutura energética de sustentação dos agentes envolvidos na composição


ritualística de um terreiro de Umbanda. Não qualquer estrutura de sustentação, o congá, em um terreiro
de Umbanda, é a principal. Está interligado a todos os demais pontos energéticos da casa. Congá,
tronqueira, chão do terreiro, porteira, assentamentos e firmezas, seja da área de assistência (imagens,
quadros, balaios) ou não. Formam entre si um complexo energético semelhante aos chacras de nosso
corpo. Todos estes pontos de captação e emissão de energia devem estar em harmonia para que o axé
do terreiro (seu poder de realização) tenha capacidade de fluir.

O fluxo de energias surge do alto através da irradiação divina, atinge o congá e o congá distribui este
fluído energético (axé) ao restante do terreiro. Sem congá não há circulação (captação e emissão) de
energia.

TRONQUEIRA

Muitos são, os que chegam em um templo de Umbanda, se assustam com as firmezas existentes na
porta.Aquelas casinhas, conhecidas como tronqueiras, que tem como finalidade o assentamento das
forças dos nossos exús e Pombagira. A tronqueira é um recurso maravilhoso, colocado pelo astral em
prol dos templos de Umbanda, que recebem os assistidos, na sua grande maioria, com seres trevosos à
atormentá-los. Este recurso, é no templo, um ponto de força, onde está firmado (ativado) o poder dos
guardiões que militam em dimensões a nossa esquerda.

O ponto de força funciona como um pára-raios, é um portal que impede as forças hostis se servirem do
ambiente religioso de forma deturpada. No astral, os exús e Pombagira, utilizam-se dos elementos
dispostos na tronqueira para beneficiar os trabalhos que são realizados dentro do templo. Com estes
elementos, estes abnegados servidores da luz, anulam forças negativas, recolhem e encaminham seres
trevosos, abrem caminhos, protegem, etc.. Dentro de uma tronqueira, são dispostos vários elementos
magísticos que são utilizados por guardiões de Lei.

Citaremos alguns mais simples, as firmezas deste ponto de força são velados e eles pedem que não se
abram mistérios, mais que se faça os devidos esclarecimentos sobre o assunto, dando ênfase a
importância ao aprendizado elevado.

*Os tridentes dentro da tronqueira representam os poderes tripolares, onde através das energias
emanadas por eles, os guardiões, diluem forças trevosas, envolvem seres para o resgate ou para

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aprisioná-los, forma um campo energo-magnético capaz de repelir ou atrair
determinadas forças ou seres.

*Pedras negras ou vermelhas, formam portais dimensionais, ligados ao embaixo e as dimensões a


esquerda, dando condições aos guardiões transitarem nestas esferas de forma resguardada e eficaz.
Através das pedras se da também tratamentos para várias finalidades, onde o elemento da sustentação
para que o guardião possa atuar nas vibrações mais densas do ser. As pedras criam áreas especificas de
energia, capazes de envolver tudo o que fora mentalizado pelo sacerdote que possui a guarda do templo.

*Sementes ou ervas, da mesma forma que os outros elementos, eles entram em campos específicos,
onde as energias das pedras, do tridente, do marafo, da vela, da ferradura, dos punhais, não entram.

*Os punhais, emitem energias perfurantes, cortantes, dilacerantes, onde se utiliza para freiar forças
negativas provenientes do embaixo.

*Marafo, é o elemento dual, onde trás a união de dois elementos contrários, a água e o fogo, é um dos
elementos mais utilizados, onde podemos com ele abrir portais e fechar aberturas de buracos negros.

Todos os trabalhos onde oferendamos os guardiões, este elemento é utilizado para fazer o fechamento
com um círculo, ou a abertura. Um copo deste elemento na tronqueira, funciona entre outras coisas
como catalisador, filtro, condutor, amalgamado, etc.. Existem vários tipos de elementos, que são
velados, isso se faz necessário, para manter o devido resguardo dos trabalhos dos templo, evitando até
que pessoas dêem mal uso a forças tão importantes a todos os templos de Umbanda.

Que os senhores guardiões, através da Lei maior e da Justiça Divina, possam limpar nossa religião dos
falsos Umbandista, dando um ar de limpeza a está que é a Maior religião do Mundo. Pena que os
encarnados ainda não descobriram. É importante que os médiuns e os assistidos saibam da importância
de uma tronqueira e que todos saibam que este ponto de força está sobre as ordens da Lei maior.

Quando alguém deturpa este ponto de força, usando-o de forma negativa, este se torna um portal
negativo. Este tipo de procedimento não é da Umbanda e sim de seitas que muitas vezes se utilizam do
nome da nossa religião. Devemos saudá-los, de forma respeitosa quando adentramos nos templos.
Qualquer um pode se servir do poder desses guardiões, acenda uma vela e peça proteção e auxilio e
receberá. A Tronqueira tem várias finalidades dentro do terreiro, a proteção, como vimos acima é uma
delas, e sabemos que toda a energia que emana da Tronqueira é usada para o trabalho de Entidades de
Luz da linha da esquerda, ou seja os Exús e Pombo Giras,que utilizam dessa energia para a limpeza e
extrema proteção a casa e ao trabalho de
caridade.

A energia da Tronqueira também tem como finalidade ser a fonte que alimenta um campo de força
energético que se mantém no astral, em uma enorme área em torno do terreiro, essa área tem uma
base de medida de 100 metros linear para frente, para trás, para esquerda e para direita, podendo ser
contada essa área em 10000 metros quadrados, essa área é protegida pelos Exús e Pombo Giras. A
palavra Tronqueira quer dizer "tronco", ou "base" na língua Tupi. Significa a base dos trabalhos espirituais
feitos nas casas de Umbanda.

A Tronqueira faz o trabalho inverso ao do Gongá, pois na Tronqueira que é um portal de polaridade
negativa absorvedora e esgotadora utilizado para afastar todos os espíritos sem luz daquele ambiente
espiritual, enquanto o Gongá que é um portal de polaridade positiva irradiadora, trás ao ambiente as
forças de Entidades de Luz, fazendo assim que a Tronqueira fique com a missão de limpeza e proteção
e o Gongá com a missão de cura e abertura de caminhos a consulentes. Sabemos que diversas pessoas
frequentam uma casa de Umbanda, seja no modo físico, ou no modo espiritual, e cada uma dessas
pessoas, seja consulentes ou médiuns trabalhadores, traz consigo suas cargas espirituais, sentimentais
ou sociais. Essas cargas são somadas a seus pensamentos mesquinhos, suas raivas, suas iras, seus
rancores, seus ódios, seus desamores, suas desilusões, e muitas dessas energias obscuras somados com
alguns espíritos obsessores podem fazer grandes estragos nos trabalhos de caridade espirituais, porém
essas cargas nem conseguem se aproximar dos terreiros de Umbanda, pois os Exús trabalhadores da

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Tronqueira ficam encarregados de buscar e juntar todos essas cargas, e
descarregando a todos, dando oportunidade de nos livrarmos desse mal e assim
podermos acompanhar as Giras sem atrapalhar a caridade cedida.

O Chão

É comum adentrarmos um terreiro, centro, templo de Umbanda e notarmos que assistência, dirigentes
e médiuns da casa ao entrarem na mesma ou já na frente de um guia "cruzam o chão", mas o que
significa o ato de cruzar o chão?

O símbolo da cruz nos faz lembrar-se de diversos exemplos em nossas vidas, mas o mais marcante com
certeza é a crucificação de Jesus no "monte das caveiras". Nos lembramos do sofrimento, da abnegação,
da devoção deste ser iluminado pelo mundo e tudo isso é justo, mas nos esquecemos que a cruz nos faz
entrar em sintonia com o "sagrado". Quando entramos em um centro de Umbanda e cruzamos o chão
do terreiro, estamos na realidade "abrindo o lado sagrado deste local" para que nele possamos nos
beneficiar com todas as bênçãos que nos foram reservadas para este dia de atendimento.

Um centro de Umbanda é um local sagrado, onde diversas energias circulam pelo mesmo a disposição
daqueles que lá vão procurar cura, paz de espírito, esclarecimento espiritual e acima de tudo perdão,
mas para usufruirmos de todas estas bênçãos precisamos nos desligar do mundo profano em que
vivemos e adotar uma postura de respeito e religiosidade. O ato de cruzar o chão identifica que
desejamos adentrar este campo, pois nesta saudação pedimos licença ao "EM CIMA" ao "EM BAIXO" a
"ESQUERDA" e a "DIREITA" deste local. Claro que somente o ato de cruzar o chão não nos faz
merecedores de tudo que a nós foi reservado, precisamos também abrir o lado sagrado de nosso espírito
com respeito, fé, devoção e acima de tudo silêncio neste local sagrado. Lembre-se se você bater a porta
vai se abrir. Quando estamos já na frente do guia, cruzamos o chão, pois estamos adentrando o espaço
sagrado deste enviado de Aruanda para que possamos junto a ele obter informações e aprendizado para
nos tornarmos seres humanos melhores e mais maduros.

O chão é sagrado e assim, para um lugar se tornar um terreiro, ele precisa, antes, ter o axé fixado
através de uma série de ações rituais conhecidas como “enterrar” ou plantar o axé. Plantar o axé, ou
também fazer o chão, é justamente assentar, no centro do barracão, as forças necessárias para que o
terreiro passe a ser um conglomerado – irradiador e receptor – dessas forças, colocando-as em
movimento. A partir daí, o chão passa a ser carregado de axé e, ao mesmo tempo, torna-se o axé,
constituído por partes de todos os seres – humanos e não-humanos – que participam do terreiro.

O chão, como um todo, é parte fundamental de um terreiro todo entrega num barracão é conduzido no
chão, fazendo com que os assentamentos sejam deslocados do alto de seus altares para que, no chão,
eles possam comer. Sempre que alguma entidade come, antes dela o chão recebe um pouco. “O chão”,
como observa Miriam Rabelo (2014:260), “demanda respeito e reverência, é centro e fonte de axé. Mas
o axé que concentra e distribui também tem que ser ativado, despertado e renovado”. Ao plantar o axé,
o chão do terreiro torna-se vivo, uma extensão energética de todos da casa (o axé coletivo) e que, como
tal, também deve ser alimentado periodicamente.

ASSENTAMENTO

"Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade
de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.Um assentamento pode ser destinado a
uma só força ou poder ou a varias, mas, em geral, faz-se um para cada força ou poder que se deseja
assentar. A entidade assentada (Orixá ou guia espiritual) tem no assentamento elementos com poderes
mágicos, os quais utilizam ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos
médiuns.

Geralmente, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de
outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações. Se é o assentamento de

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um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque cada
um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um
mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o
recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais guias ou Orixás, então deve reservar um
ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e
atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem assentamentos e firmezas.

Os assentamentos criam vórtices ou “pontos de forças”, enquanto as firmezas de outros guias e Orixás
dotam-no de um maior poder de realização. Esse aumento de poder de realização deve-se ao fato de
que os guias e Orixás firmados ao redor do assentamento central “emprestam-lhe” suas forças e poderes
e abrem-lhe seus campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao guia ou ao Orixá
assentado, que lhe repassará atribuições ás quais exercerão com desenvoltura, porque terão no
assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxilio nas suas ações mais profundas.
Normalmente se assentam o Guia-Chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como
ao seu Exu e Pombagira guardiã. Os assentamentos do guia chefe e do Orixá devem estar localizados
dentro das construções que abriga o terreiro e nos respectivos pontos de força do Orixá na natureza e
do guia-chefe

Uma das maiores dificuldades para os médiuns umbandistas encontra-se no campo dos assentamentos
de forças e de poderes que lhes darão a sustentação, a defesa e o amparo em seus trabalhos ou em
suas sessões espirituais. O assunto é complexo e sua abordagem é delicada porque, tal como no campo
das oferendas, algumas coisas mudam de pessoa para pessoa e o que é certo e necessário para uma
não é para outra força (ou outro poder).

Comecemos por definir o que é força e poder:

• Usamos a palavra força para o que é espiritual ou provem do espírito.

• Usamos a palavra poder para o que é divino ou provem da divindade.

O que é espiritual não é divino e vice versa. Logo, é necessário que usemos as palavras que diferenciem
e classifiquem corretamente as entidades que formam o lado invisível da criação e que estão dando
sustentação a Umbanda.

• Poder é algo permanente, estável e realiza-se por si só na vida de seus beneficiários, não dependendo
de nada além de Deus para influir sobre tudo e todos em seu campo ou faixa de atuação.

• Força é algo transitório, instável e em permanente evolução, as vezes mostrando-se em seu estado
potencial e outras mostrando-se em atividade, sempre dependendo da existência do poder para ser
colocado em movimento e beneficiar-nos.

Há diferença entre poder e força e entre divindade e espírito.

A divindade é o poder, o espírito é a força!

A divindade realiza-se por si na vida dos seres porque é em si a ação, enquanto o espírito só pode e
consegue agir sobre os seres se a divindade lhe conceder poderes para tanto.

Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade
de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.

Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a várias. Mas, em geral, faz-se um
para cada força ou poder que se deseja assentar.

– Por que assentar uma força ou poder?

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Bom, as forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da
criação, e, a partir deles, enviam-nos suas vibrações, auxiliando os trabalhos
espirituais que são realizados nos Centros de Umbanda.

Esse auxílio é natural porque se processa religiosamente. Mas, como em um trabalho espiritual vem
pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano material pontos de descarga que
possam absorvê-las e enviá-las de volta à faixas vibratórias negativas.

Esta é um a das funções de um assentamento de força e de poderes.

A entidade assentada (Orixá ou Guia Espiritual) tem no assentamento elementos com poderes mágicos,
os quais utiliza ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos médiuns.

Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de
outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.

Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque
cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um mesmo
ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o recomendado é que, caso alguém
queira assentar dois ou mais Guias ou Orixás, então deve reservar um ambiente para cada um,
separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e atuações não se misturem e
não se confundam. Por isso existem os assentamentos e a firmezas. Os assentamentos criam vórtices
ou “pontos de forças”, enquanto as firmeza de outros guias e Orixás dotam-no de um maior poder de
realização.

Esse aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os Guias e os Orixás firmados ao redor do
assentamento central “emprestam-lhe suas forças e poderes e abrem-lhe seus campos de ações e
atuações, aumentando o leque de opções ao Guia ou ao Orixá assentado, que lhe repassará atribuições
às quais exercerão com desenvoltura, porque terão no assentamento um poderoso ponto de descarga,
de proteção e de auxílio nas suas ações mais profundas. Normalmente se assentam o guia-chefe e o
Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como ao seu Exu e/ou sua Pombagira guardiã.

• Os assentamentos do Guia-Chefe e do Orixá devem estar localizados dentro da cosntrução que abriga
o terreiro.

• Os assentamentos do Exu e/ou da Pombagira guardiã devem ser feitos do lado de fora da construção
principal que abriga o terreiro, ainda que também possa estar dentro de outra construção de menor
porte.

O ideal (ainda que isso nem sempre seja possível) é que os assentamentos dos Orixás e dos Guias-
Chefes da direita e da esquerda se localizem em cômodos isolados e com acesso restrito, inacessível ao
público. Quando o centro não tem espaço para tanto, aí o recomendado é que assentem o Orixá e o
guia-chefe da direita sob o altar e o Exu e/ou a Pombagira guardião em uma casinhola na entrada do
terreno que abriga o terreiro. Centros localizados em terrenos e construções amplas tem mais facilidade
para fazê-los. Já nos menores, aí é preciso um pouco de criatividade para fazer os assentamentos e as
firmezas ao redor.

O que é uma Firmeza?

A firmeza de uma força ou de um poder; pode ser feita ao redor de um assentamento ou independente
dele. Firmar um guia espiritual ou um Orixá significa proporcionar-lhe condições mínimas para que tenha
um ponto fico onde receba os pedidos de auxilio; de oferendas, etc.

A firmeza assemelha-se a um assentamento, mas tem menos recursos ou poderes de realização, pois é
uma simplificação dele e destina-se a facilitar a atuação das entidades. Um assentamento cria um vórtice
e um campo eletro-magnético que interagem com outras dimensões da vida de forma permanente,
sendo em si um “ponto de força” localizado nas dependências do terreiro. Enquanto uma firmeza cria

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um ponto de sustentação para as ações da entidade firmada, dando-lhe um pouco
mais de segurança para que possa resistir às reações das suas atuações em beneficio
das pessoas necessitadas do seu auxilio.

• Um assentamento assemelha-se a uma fortaleza que abriga um exército completo, com todas as suas
divisões.

• Uma firmeza assemelha-se a instalação avançada de uma divisão.

No assentamento estão todas as divisões, na firmeza está somente uma ( a da entidade firmada).

• Um assentamento é algo definitivo, uma firmeza pode ser transitória.

• Um assentamento deve ser iluminado de forma permanente e deve ser alimentado periodicamente
com elementos predeterminados.

Uma firmeza pode ser iluminada periodicamente e pode ser realimentada de vez em quando.

Um assentamento deve ter um dia definido na semana para ser iluminado e realimentado; já uma
firmeza, deve ser iluminada e realimentada sempre que o seu zelador fizer um novo pedido de auxilio à
entidade firmada. Assentamento e firmeza são similares e a segunda é uma simplificação do primeiro,
mas tem as mesmas funções, que é protegerem, sustentarem e ampararem algo ou alguém.

O Cruzeiro

O que é o Cruzeiro das Almas? Dentro da Umbanda é um dos pontos mais respeitados de todo nosso
ritual O Cruzeiro das Almas geralmente é encontrado dentro de cemitérios, que na Umbanda chamamos
de "Campo Santo" ou "Calunga Pequena".

Nesses locais, o Cruzeiro das Almas ficou conhecido como uma grande referência para que as pessoas
acendessem velas para iluminar, homenagear e se lembrarem de seus entes desencarnados e que foram
sepultadas naquele local, e fazem isso também para que essas almas sejam encaminhadas e cuidadas
pelos espíritos de luz em nome do trabalho de caridade e do amor de Deus. Para quem já foi a uma
Calunga Pequena, é fácil de identificar o Cruzeiro das Almas, que se simboliza com uma grandiosa cruz
de madeira, e normalmente fica bem ao centro do Campo Santo, e de fácil acesso e bem visualizado.

Ali naquele lugar, temos uma grande força espiritual, local onde se trabalha as 13 Almas Benditas, na
qual tem a função de auxiliar a entrada das Entidades trabalhadoras da Calunga Pequena para o resgate
de espíritos desencaminhados, perdidos e viciosos. Esse é um dos trabalhos mais belos da Umbanda,
pois ao desencarnar, o espírito por muitas vezes se sente desorientado, perdido, sem saber os
acontecimentos, o que fazer e onde seguir. E assim com essa força espiritual é feita essa maravilhosa
ajuda a esses espíritos buscarem o caminho que cada um deve seguir, deixando para trás o apego a
matéria, a vida encarnada e os bens materiais. Mas como nem tudo são flores, o próprio ser humano
faz desse honroso trabalho de luz um falso ritual mistificador para sanar sua ganância, vaidade e sua
falta de orientação e informação, pois infelizmente também podemos presenciar em alguns Cruzeiros
das Almas alguns ditos trabalhos de ordem negativa, trabalhos esses que não tem ligação nenhuma com
a Umbanda, e que muitas pessoas acreditam ter, pois a falta de informação é tão grandiosa que essas
pessoas creem que obsessores, como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros; são Entidades de Luz, e que estão
ali a seu bel prazer para fazerem trabalhos de magia negra, porém esses rituais além de estar longe de
ser rituais umbandistas, quem o fez não tem o mínimo conhecimento de fatos que estão mexendo, ou
da distância dessas crendices para a Umbanda.

A Umbanda é irradiada de luz, e sua ação é de total respeito ao livre arbítrio de cada um, e
definitivamente não se faz nenhum trabalho negativo. O Cruzeiro das Almas é tão importante aos
espíritos assim como o ar é fundamental ao encarnado, pois é ele o portal de passagem onde o espírito
passa de um plano vibratório para outro, como por exemplo no momento do desencarne, nas passagens

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de um estado de doença física ou emocional, uma obsessão complexa ou mesmo
simples, mágoas, ódios, rancores e todo sentimento de ordem negativa para uma
situação de cura, equilíbrio e harmonia.

Dentro da Umbanda, em terreiros, centros, tendas ou templos, encontramos o Cruzeiro das Almas ou
conhecido também por "Cantinho das Almas", e nesse local que são feitos assentamentos e firmamentos
para a proteção da casa e dos médiuns, contra as influências de seres infelizes, Kiumbas, Eguns,
Zombeteiros e obsessores de todos os tipos, da mesma forma no qual é feito nas Calungas Pequenas.
Muitas pessoas mal informadas, sem teor da religião umbandistas, mistificadores sem orientação, tem o
mau costume de dizer que o Cruzeiro das Almas traz má sorte, além de ser um chamariz da morte,
contudo nada tem a ver essas colocações, isso não passa de crendices dessas pessoas que veem coisas
obscuras até no ar que respiram, é uma falta tremenda de informação, e chega até ser uma falta de
respeito com o Cruzeiro, com as Almas e com o Orixá regente desse local, o nosso poderoso
Omulú/Obaluaiê. E para piorar essas crendices, infelizmente essas colocações não veem apenas de
pessoas que estão fora da Umbanda, pois vemos umbandistas consagrados, como Zeladores (pais e
mães de santo), e muitos filhos de santo dizerem essas coisas sem fundamento algum, fazendo assim
espalhar falsas informações sobre um local tão abençoado e de grande importância para todos nós.

Devemos sempre lembrar que o Cruzeiro das Almas é um magnífico ponto de luz, e ao nos dirigirmos a
ele devemos proceder como fazemos em qualquer outro campo de força de atuação vibracional dos
Orixás, é primordial o respeito, o bom senso e principalmente a elevação da fé. Para quem frequenta
terreiros, centros e tendas de Umbanda com mais frequência, certamente já passou por um fato no qual
muitas pessoas ainda não compreendem o porquê desse acontecimento. Estamos falando de quando um
Guia de luz chega até nós, nos entrega uma vela branca, e recomenda que a acenda no Cruzeiro das
Almas. A nossa mente nesse momento trabalha de uma forma incessante, nos fazendo crer que
possamos estar acompanhados por Eguns, Kiumbas ou algum espírito sofredor, porém nos esquecemos
que tal qual na Calunga Pequena, ali é um ponto de transformações inerentes a vibração de
Omulú/Obaluaiê, o senhor das Almas e das passagens, e muitas vezes a "vela" não é para os outros que
possam estar nos obsediando, mas sim, para nós mesmos, para que assim podermos com a ajuda de
Omulú/Obaluaiê transmutarmos algo de ruim que ainda não estamos conseguindo sozinhos resolver
dentro de nós. Temos que entender que a cruz na Umbanda e um símbolo de ascensão, da conexão
entre a espiritualidade, a matéria física e planos vibratórios transcendentes.

Nos Terreiros sabemos que Omulú/Obaluaiê é o Orixá que rege toda as forças do Cruzeiro das Almas, e
as Entidades de Luz que mais fazem uso desses símbolos são os amáveis Pretos Velhos. Podemos notar
isso em seus rosários, seus terços, seus pontos riscados que normalmente tem uma cruz ou mesmo o
Cruzeiro das Almas desenhados de forma tradicional, demonstrando assim a elevação espiritual que
essas Entidades trazem consigo. O mesmo respeito que devemos ter pelo Cruzeiro das Almas devemos
ter pelas Entidades que conduzem esse maravilhoso símbolo, pois como observamos a cruz é um símbolo
por demais antigo, e os Pretos Velhos são os anciãos da Umbanda. São espíritos velhos, sábios, com
tanta elevação que são capazes de transitar em diversos planos sutis da existência. Os terços que
carregam consigo trazem a sabedoria de milênios.

Quando se é montado um Cruzeiro das Almas em nossas casas de Umbanda, e nela colocamos as
imagens de nossos amados vovôs e vovós, seus elementos de trabalho junto as palhas de
Omulú/Obaluaiê, Orixá regente dessas Entidades juntamente com Oxalá, ali estamos estabelecendo um
ponto de força energético espiritual dos mais importantes para a humanidade. Ali é um canal de ligação
de nossos rituais umbandistas aos termos mais evoluídos do plano espiritual. Estamos nos conectando
com os seres de luz que em gesto de caridade emprestam ao terreiro as mais variadas sabedorias e
conhecimentos. Não é a toa que Obaluaiê é sinônimo de Evolução e os Pretos Velhos de sabedoria. São
os responsáveis por nos nortear, nos conectar nas diversas cruzes da existência. Portanto, para finalizar,
vamos ter em mente que o Cruzeiro das Almas é um ponto energético de luz e caridade, que auxilia a
nortear os desencarnados, e aos encarnados mostra que não devemos nos apegar nas crendices, levando
o nome santo do Cruzeiro das Almas em colocações errôneas feitas pelo próprio ser humano, ou seja
por falta de informação, por ser mau caráter, por vaidade, por miticismo. Devemos respeitar o Cruzeiro
das Almas, pois certamente um dia passaremos por ele em busca de um portal de passagem entre o
mundo material e o mundo espiritual.

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