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Avaliação de Voz
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Avaliação de Voz
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TRÊS OBSERVAÇÕES PRELIMINARES FUNDAMENTAIS
uma voz aparentemente normal pode, no exame, revelar-se patológica pelo único
fato de não ser maneável, mostrando a impossibilidade da função vocal em adap-
tar-se a circunstâncias um pouco incomuns.
INTERROGATÓRIO
O exame inicia naturalmente pela exposição do paciente dos distúrbios que apre-
senta. Algumas vezes, é interessante deixá-lo expor espontaneamente o que sente.
O que ocorre com mais freqüência, porém – e isso é bastante compreensível –, é o
paciente misturar os fatos e as hipóteses explicativas. Nesse caso, questões preci-
sas o ajudariam a esclarecer bem as coisas. Não importa o que aconteça, toda essa
consulta deve ser registrada no gravador. Dessa forma, além das proposições do
paciente, será possível estudar os caracteres acústicos da voz e fazer com que o
paciente os constate.
O software Phoniprint1 que criamos constitui uma ajuda bastante válida na
realização da avaliação da voz e do comportamento fonatório do indivíduo. Esse
programa integra todos os dados deste capítulo, além de comportar inúmeras in-
formações audio e videográficas referentes às disfonias disfuncionais simples e
complicadas.
16 LE HUCHE / ALLALI
A Voz / Volume 2
a) Desde quando você tem problemas com a voz? Às vezes, é necessário precisar:
você já apresentou problemas semelhantes antes? Sua voz era completamente
normal até então?
b) Em que ocasião esses problemas surgiram? Após uma gripe? Uma constipação?
Durante um período de sobrecarga no trabalho ou de grande fadiga? Após problemas
profissionais ou familiares? Depois de uma intervenção cirúrgica? Após um acidente?
etc. No contexto de uma afecção neurológica ou de uma depressão nervosa?
c) Como o distúrbio evolui? Agrava-se regularmente? É inconstante? Intermiten-
te? Cada vez mais constante?
d) A quais tratamentos você se submeteu? Medicamentos? Intervenções? Reedu-
cação? Tratamentos psicológicos? Quais foram aparentemente os resultados de
tais tratamentos?
Sinais subjetivos
São estes os de maior interesse para o paciente, devendo ser, portanto anotados
com bastante atenção. É no momento em que desaparecerem que o paciente nota-
rá sua cura. Eles dizem respeito, de um lado, à própria fonação e, de outro, às
sensações experimentadas com relação ao órgão vocal.
EXAME FÍSICO
18 LE HUCHE / ALLALI
A Voz / Volume 2
◗ Intensidade
A voz pode ser:
– forte, fraca, irregular, abafada (reduzida à voz sussurrada);
– os “finais” podem eventualmente ser alterados (abafados ou falhos).
◗ Altura
Pode ser determinada objetivamente com a ajuda de um diapasão, de um medidor
de nível de som ou de um sonograma, desconfiando sempre das impressões subje-
tivas que podem ser enganosas.
A voz pode ser aguda, grave ou instável, modulada ou monótona.
É comum, determinar a nota mais freqüentemente empregada durante a emis-
são da voz conversacional, definida como fundamental habitual da fala.
Na realidade, essa nota varia consideravelmente conforme as circunstâncias e
é mais interessante determinar as notas extremas entre as quais a voz é modulada.
Se utilizarmos o diapasão (quando não se trata de um músico, um diapasão em dó
pode ser mais cômodo), começaremos determinando uma sílaba que tenha sido emiti-
da na nota mais alta. Em seguida, essa sílaba deverá ser reproduzida de modo prolon-
gado (isso facilitará a determinação de sua altura em relação à nota fornecida pelo
diapasão). O mesmo processo será realizado com a sílaba emitida na nota mais grave.
Na fala conversacional tranqüila, a voz feminina modula normalmente entre
sol2 e sol3. Mas podem ser produzidos picos expressivos que correspondem a tona-
lidades bem mais elevadas (até o dó4, por exemplo) (cf. Quadro 1.1, p. 26).
A voz masculina, na fala conversacional tranqüila, permanece normalmente
na oitava nº 1, às vezes, inteiramente. Picos expressivos podem, entretanto, atingir
o dó3. Apesar do caráter habitual do uso da oitava nº 1 na fala conversacional do
homem, podemos observar vozes situadas constantemente mais acima, sem que
tal fato possa ser considerado anormal.
Essa determinação da tonalidade da voz conversacional é, muitas vezes, uma
surpresa para o paciente que não imaginava poder haver uma aproximação entre a voz
falada e a voz cantada. De modo geral, subestima-se imensamente a amplitude das
modulações da voz conversacional. As pessoas pensam normalmente que falam em
duas ou três notas, ao passo que modulações acima de uma oitava são bastante freqüentes.
◗ Timbre
A descrição do timbre de uma voz é uma tarefa complicada: o ouvido é muito
sensível aos timbres (muito mais sensível do que os aparelhos de medição), mas
fornece impressões subjetivas sobre as quais é difícil entrar em acordo. Parece,
porém, que se pode distinguir três categorias de anomalias do timbre vocal.
As que correspondem a mecanismos de acoplamento:
– timbre rouco: a voz faz parecer que as pregas vocais são espessas e secas
(impressão de atrito de couro);
– roufenho: impressão de vibrações parasitas em guiso;
– crepitado: pequenos ruídos de bolhas borbulhantes são acrescentados à
voz, produzidos pelo excesso de secreção da laringe;
– gutural: dá a impressão de fechamento e de esforço, “na parte de baixo” na
garganta;
– estridente: impressão de estreitamento laríngeo;
– nazalisada: fechamento da faringe, produzindo um timbre mais agudo e
uma impressão de voz comprimida no nariz, mesmo que a cavidade nasal não este-
ja nesse caso implicada.
20 LE HUCHE / ALLALI
A Voz / Volume 2
Testes de leitura
Podem ser propostos três testes diferentes: leitura simples, projetada e abafada.
Para maior comodidade, poderá ser utilizado o mesmo texto para os três
testes. É interessante que se utilize um texto bastante dinâmico, como, por exem-
plo, um texto de discurso. No nosso caso, gostamos de utilizar o primeiro parágra-
fo do discurso de Creonte, da Antígona de Sófocles (adaptação J. Cocteau) que
reproduzimos a seguir:
Citoyens,
Les dieux ont sauvé cette ville du naufrage.
Je vous ai tous réunis,
Sachant votre respect pour la maison de Laïos,
votre fidélité à Oedipe
et à ses fils.
Les fils se sont entre-tués.
Tout le pouvoir passe entre mes mains.3
◗ Leitura simples
TÉCNICA
O paciente, sentado, é solicitado para ler o texto com uma voz bem natural.
RESULTADOS
As características da voz quanto à intensidade, à altura, ao timbre, à variabilidade,
ao comportamento de esforço serão então anotadas da mesma forma como foi
feito para a voz conversacional.
Na leitura simples, a tonalidade nas mulheres fica entre sol2 e sol3. Nos ho-
mens, entre sol1 e sol2. A modulação freqüentemente é de uma oitava inteira (cf.
Quadro 1.1, p. 26).
Pode-se pensar que a modulação seja insuficiente quando não ultrapassa
três tons.
TÉCNICA
O paciente fica, a princípio, em pé. Pede-se para que imagine que está na presença de
500 pessoas em um lugar público e que repita esse texto com um certo dinamismo de
modo convincente. Caso necessário, dá-se um exemplo com uma ou duas frases.
3 Cidadãos,/Os deuses salvaram esta cidade do naufrágio./Reuni todos aqui,/ conhecendo seu
respeito pela casa de Laios,/sua fidelidade a Édipo/e a seus filhos./Os filhos mataram-se uns aos
outros./Todo poder passa por minhas mãos.
4 Observemos que uma projeção vocal eficaz não necessita obrigatoriamente da intensidade
vocal exigida aqui. A projeção vocal pode até mesmo ser exercida com força com uma voz quase
sussurrada. O exame da voz projetada em voz baixa seria possível, mas difícil de realizar. Lem-
bremos que a voz projetada é produzida no contexto da atitude de projeção vocal (cf. A voz,
Volume 1) constituída pelos seguintes componentes: 1) a certeza de ser eficaz; 2) o olhar de
frente; 3) o soerguimento do corpo; 4) a produção da respiração abdominal. Ao contrário da voz
de expressão simples, a voz projetada solicita obrigatoriamente a atenção do interlocutor, mas
a intensidade vocal não faz parte necessariamente do programa.
RESULTADOS
É possível observar nesse teste como variam as características da voz em relação
ao precedente.
Na mulher, a altura tonal da voz na leitura projetada atinge normalmente no
mínimo o sol3, não importa o tipo de voz. A impossibilidade de uma projeção da
leitura para além de fá3 corresponde a um desempenho fraco.
Se a voz não ultrapassa o dó3, trata-se de um desempenho completamente
insuficiente, demonstrando uma dificuldade significativa na manutenção da proje-
ção vocal.
No homem, a altura tonal da voz atinge normalmente, no mesmo teste, no
mínimo o lá2. O sol2 corresponde a uma atuação fraca.
A impossibilidade de ultrapassar o ré2 corresponde a um problema relevante.
Mesmo no caso em que não há hesitação significativa, será possível observar,
no momento desse teste, as reações psicológicas do indivíduo em relação à proje-
ção vocal. Poderá ser notado igualmente com atenção um comportamento forçado.
TÉCNICA
O paciente sentado começa a ler, em seguida é submetido a um ruído brando que
lhe chega aos ouvidos por intermédio de auscultadores que lhe mascaram a pró-
pria voz.
RESULTADOS
Normalmente, produz-se então um aumento da intensidade vocal (completamente
inconsciente aliás)5. No caso de uma voz patológica, nota-se freqüentemente uma
melhora momentânea, às vezes, extraordinária da qualidade da voz.
Esse teste, quando positivo, apresenta a vantagem de demonstrar de forma
surpreendente a existência de um fator funcional na origem do distúrbio vocal,
porém, quando negativo, não permite com que esse fator funcional seja excluído.
TÉCNICA
O paciente fica, a princípio, em pé. É solicitado para “contar até vinte como se
estivesse dando ordens a pessoas situadas a 10 metros de distância”. É dado-lhe o
exemplo: E um! E dois! E três!... de forma convincente e o mais natural possível.
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A Voz / Volume 2
RESULTADOS
Deverão ser comparados aos do teste de leitura projetada. As alturas de referência
são as mesmas. O esforço vocal, quando há, é nesta prova particularmente evidente
devido à brevidade de cada emissão que leva o paciente a se esforçar ao máximo.
Voz de chamamento
Essa importante modalidade da voz projetada não deve ser esquecida durante o
exame do comportamento vocal. Seu estudo é fácil, rápido e permite ao paciente
descobrir que suas possibilidades vocais não são tão restritas quanto pensava.
TÉCNICA
Pede-se ao paciente para que imagine uma pessoa distante de 50 a 100 metros que
precisa chamar. Também aqui, dá-se o exemplo.
Tratando-se de um homem, esse chamamento será feito com o som Ô! ou Eô!
No caso de uma mulher, o chamamento dar-se-á em voz de cabeça, com o som
Hou! Hou! Para algumas mulheres, porém, o grito será emitido como o de um
homem, em voz de peito, com Ô! ou Eô! Para uma criança, poderá ser solicitado
que chame seu melhor amigo. Será sugerido a ela, após uma primeira tentativa,
que o amigo em questão não a escutou, devendo repetir de maneira mais forte.
RESULTADOS
É possível perceber principalmente a altura tonal empregada (cf. Quadro 1.1, p. 26).
Na mulher, a tonalidade mais habitualmente empregada em voz de cabeça
(Hou! Hou!) é fá4/mi4 ou mi b4. Ré4/dó4 é um desempenho fraco. A impossibilidade
de ultrapassar o dó4 indica sérias dificuldades. Em voz de peito (Eô!), a tonalidade
fica normalmente em torno do sol3.
No homem, a altura tonal comum é mi3 (Ô!). Dó3 é um desempenho fraco e a
impossibilidade de ultrapassar o lá2 indica sérias dificuldades.
Na criança, a altura é muito variável segundo a idade. Poderá ser verificada,
entretanto, fazendo-se comparações com resultados posteriores.
TÉCNICA
Se o indivíduo pensa cantar de maneira correta, solicita-se para que reproduza o
som dó2 (homem) ou dó3 (mulher) que é dado a eles.
Se esse som foi bem reproduzido, pede-se para que suba a escala por etapas
sucessivas, dando-lhe primeiramente as três notas iniciais dó, ré, mi; depois, as
cinco primeiras dó, ré, mi, fá, sol e, por fim, as quatro últimas sol, lá, si, dó.
Passa-se então à oitava superior, procedendo-se da mesma forma e insistindo
um pouco (mesmo se o som não for “bonito”) para que suba realmente “até o
limite”. Depois, deve descer à oitava inferior (também por etapas sucessivas) até o
limite extremo, devendo repetir eventualmente várias vezes.
Parece-nos preferível fazer o paciente cantar contando (“um, dois, três, etc.”)
do que repetir o nome das notas. Isso é uma das maneiras de evitar-se certos
constrangimentos (ou repulsão) referentes ao solfejo.
Para explorar o limite inferior, pode ser interessante, às vezes, descer pronun-
ciando “bam, bam, bam...”.
RESULTADOS
Os resultados serão comparados aos dados apresentados no Quadro 1.2. Esse quadro
representa as possibilidades de voz cantada normal para o homem e para a mulher.
No homem, qualquer que seja o tipo vocal (tenor, barítono, baixo), a voz sobe
obrigatoriamente até o mi3 em voz de peito e desce obrigatoriamente ao lá1 no mesmo
registro de peito. Em compensação, o limite máximo agudo em voz de peito é o
dó4 (contra-dó dos tenores), e o limite máximo possível para os graves é o dó1 (dó
grave dos baixos).
Essas possibilidades vocais não-obrigatórias figuram na tabela pontilhada. A
voz de cabeça figura igualmente na tabela pontilhada, pois sua utilização pelo sexo
masculino, durante a voz cantada, ainda é excepcional: não se poderia, portanto
(em nossa civilização ocidental!) exigir de um homem que cante em voz de cabeça,
embora esta seja tão fisiológica quanto a voz de peito.
Na mulher, percebe-se que a voz de cabeça sobe obrigatoriamente até o sol4 e que
a voz de peito desce obrigatoriamente até o sol2. Poderá ser notado o mi2 das contral-
tos, considerado o limite inferior possível para as vozes femininas mais graves.
No entanto, algumas vozes femininas podem descer ainda mais na escala, isto
é até o dó2. A possibilidade para uma mulher cantar abaixo desse dó2 (portanto, na
oitava 1) indica, a princípio, patologia (voz tornada grave por deterioração da mu-
cosa das pregas vocais ou por virilização da laringe).
Notemos ainda que o dó5 (o contra-dó das sopranos) é o limite freqüente-
mente encontrado para as vozes de cabeça femininas mais agudas. Algumas vozes
femininas, porém, podem subir à oitava 5 (contra-mi e mesmo contra-lá, excepcio-
nalmente mais alto); trata-se de vozes muito agudas: sopranos ligeiras, registro de
assobio.
Observemos que não notamos limites precisos para cima na voz de peito,
nem para baixo na voz de cabeça. Tais limites são, de fato, muito difíceis de ser
determinados para uma voz feminina não-educada devido à passagem automática
em voz de peito, a partir do momento em que se quer descer a voz de cabeça, e da
passagem automática para a voz de cabeça (talvez isso seja menos comum), quan-
do se quer subir a voz de peito.
O exame da voz cantada, mesmo para quem não é cantor, não se limita obvia-
mente ao estudo da tessitura. Avaliam-se simultaneamente as possibilidades de
ajuste, as eventuais alterações do timbre, a facilidade relativa da emissão (flexibili-
dade ou esforço), os eventuais problemas de passagens e de registros, a homoge-
neidade do timbre em relação àquele da voz falada, etc.
TÉCNICA
Dá-se ao paciente uma nota “confortável” para ele, isto é, tomada da metade de
sua extensão vocal, e solicita-se para que cante essa nota o máximo de tempo
possível.
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A Voz / Volume 2
RESULTADOS
O tempo máximo de fonação normal é classicamente de 15 segundos, mas um
tempo de 10 segundos, na nossa opinião, deve ser considerado normal.
Esse teste do tempo fonatório não apresenta um interesse considerável, ape-
sar das esperanças que pudemos depositar nele. Alguns autores chegaram a pen-
sar, de fato, que esse teste sozinho podia permitir que se avaliasse a qualidade
funcional da voz. Na realidade, o tempo máximo de fonação é, às vezes, excelente,
apesar de uma fonação bastante defeituosa (particularmente prolongada nos par-
kinsonianos).
Escuta do registro
A escuta total ou parcial das diversas seqüências do registro da sessão de avaliação
no gravador certamente permite ao examinador tornar mais precisas suas observa-
ções, mas ela interessa sobretudo ao paciente, ajudando-o a compreender melhor
o mecanismo de suas dificuldades.
Trata-se aqui já do início do tratamento. Em outras palavras, a ação diagnós-
tica e terapêutica estão implicadas.
OBSERVAÇÃO
Algumas vezes há uma certa dificuldade por parte do paciente em admitir que o
registro é fiel6 e que a voz que ele escuta é comparável à que emite. Todos sabe-
mos, na verdade, que não se reconhece a própria voz no gravador. Será preciso expli-
car ao paciente que isso é normal e ocorre pelo fato de ele não ter o hábito de
escutá-lo do exterior, mas do interior, ou seja, as vibrações vocais são transmitidas
até seu ouvido não somente por via aérea, mas também por via óssea.
A demonstração pode ser complementada por um exercício simples: pede-se
ao paciente para que coloque uma mão em concha atrás da orelha e a outra a
alguns centímetros na frente da boca de modo que reflita diretamente o som de
sua boca em seu ouvido (auto-escuta). O paciente constatará então que a voz escu-
tada dessa maneira se parece muito mais com àquela emitida pelo gravador.
preferência.
➤ Quadro 1.2 Extensão vocal e principais registros conforme o sexo e o tipo vocal
oit. 1 oit. 2 oit. 3 oit. 4 oit. 5 oit. 6
-.
dó1 (64) lá1 dó2 (128) dó3 (256) dó4 (512) dó5 (1.024)
............- - - - - - - -----------
dó grave lá1 voz “de peito” mi3 contra-dó Homem
dos baixos dos tenores
.......... - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ..........
mi2 voz “de cabeça” lá4
bém conforme o tipo vocal (tenor, barítono, etc.), o lugar da emissão e as circunstâncias.
26 LE HUCHE / ALLALI
A Voz / Volume 2
nal do examinador, agitando sua caixa torácica em todos os sentidos, sem conse-
guir mobilizar seu abdome corretamente.
Escala GRBAS
Durante esse exame, será interessante resumir em uma fórmula as principais carac-
terísticas da alteração vocal observada.
A escala GRBAS, proposta por Hirano, em 1981, é, desse ponto de vista, um
instrumento freqüentemente utilizado e relativamente confiável apesar do modo
de avaliação muito subjetivo de cada um dos cinco parâmetros simbolizados pelas
letras de seu nome.
Para cada parâmetro, essa avaliação será estimada conforme quatro níveis.
Marca-se: “0”, quando não há nenhuma alteração; “1”, quando a alteração é míni-
ma; “2”, quando é moderada, e “3” quando é severa.
– “G” (grade), referente à impressão geral que se tem da alteração vocal;
– “R” (roughness), o caráter eventualmente rouco, roufenho, chiado, irregular,
etc., da alteração do timbre vocal;
– “B” (breathiness), marca o caráter de soproasidade desse mesmo timbre;
– “A” (asthenicity), denota a falta de potência vocal;
– “S” (strain), marca a impressão de esforço.
Deve ficar claro que se trata aqui de uma avaliação mais sucinta que deverá
ser completada em todos os casos pelos resultados do exame da laringe que abor-
daremos no Capítulo 2 e, sobretudo, quando se trata de uma disfonia de origem
orgânica, por alguns procedimentos de avaliação objetiva da função vocal, tratada
no Capítulo 3.
Isso reforça ainda a idéia de que essa primeira sessão, a princípio dedicada ao
diagnóstico, já é terapêutica. Provavelmente, em certos casos, ela constitua a parte
mais importante do tratamento.
LEITURAS SUGERIDAS
CORNUT G. Étude clinique de la voix dans le cadre du bilan phoniatrique. Paris: EMC ORL, 1991;
20-753-A10.
DEMARD D. Le bilan vocal. Rev Laryngol 1988; 109, 4: 361-366.
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LE HUCHE F, ALLALI A. Logiciel Phoniprint. Module dysphonies, dysfonctionnelles. Formation Sismed,
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