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(E-Book +IFMG) - Auxiliar de Lab. Ciências Da Natureza

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Auxiliar de Laboratório de Ciências da

Natureza: Química

Tonimar D. Arrighi Senra


Mohana Zorkot Carvalho

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
Tonimar D. Arrighi Senra
Mohana Zorkot Carvalho

Auxiliar de Laboratório de Ciências da Natureza: Química


1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Tonimar D. Arrighi Senra
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S478a Senra, Tonimar D. Arrighi.
Auxiliar de laboratório de Ciências da Natureza: química
[recurso eletrônico] / Tonimar D. Arrighi Senra ; Mohana Zorkot
Carvalho. – Belo Horizonte : Instituto Federal de Minas Gerais,
2021.
52 p. ; il. color.
E-book, no formato PDF.
Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-088-7
1. Laboratórios de química – Equipamentos e acessórios.
2. Química. I. Carvalho, Mohana Zorkot. II. Título.
CDD 540.72

Catalogação: Elizabeth Aparecida Lopes - CRB-6/1833

Índice para catálogo sistemático:


1 Laboratório de química - 540.72
2.Química - 540

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma
autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a
seguir:

Formulário de
Sugestões

Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse


https://mais.ifmg.edu.br
Palavra do autor

Bem-vindos e bem-vindas ao curso Auxiliar de Laboratório de Ciências


da Natureza: Química, cuja finalidade é apresentar as noções básicas para o
bom uso do laboratório, que vão desde conhecimento da infraestrutura,
organização, escolha e uso correto de vidrarias e equipamentos, até conhecer
e aplicar as normas de segurança, minimizando eventuais riscos de acidentes.
O curso tem duração total de três semanas e para facilitar seu estudo,
organizamos esta apostila em três tópicos, um por semana: 1- Organização
geral do laboratório; 2- Montagem de experimentos e 3- Regras básicas de
segurança. Videoaulas serão disponibilizadas para melhor entendimento do
conteúdo e você deverá fazer as atividades ao final de cada tópico, afim de
aplicar os conhecimentos aprendidos.
Esperamos que ao término deste curso vocês estejam capacitados para
lidar com os principais problemas enfrentados dentro de um laboratório, sejam
capazes de reconhecer vidrarias e colocar corretamente em prática os
procedimentos presentes em quase todas as análises laboratoriais, por fim, que
saibam fazer o descarte adequado de resíduos químicos gerados e
principalmente que se sintam seguros(as) neste local que demanda tanta
atenção e concentração.
Desejamos um ótimo curso a todos(as)!

Bons estudos!!!
Tonimar D. Arrighi Senra
Mohana Zorkot Carvalho
Bons estudos!
Nome do autor.
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Aprender a organizar um laboratório e seu almoxarifado,


SEMANA 1 sua infraestrutura e seus principais equipamentos e
vidrarias.

SEMANA 2 Preparar soluções, pesar, titular e medir pH.

Descarte de produtos químicos, conhecer as normas de


SEMANA 3
segurança e noções de primeiros socorros.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Organização Geral do Laboratório ............................................ 15


1.1. Infraestrutura ...................................................................................... 15
1.2. Principais equipamentos e vidrarias ................................................... 17
1.3. Armazenagem correta em almoxarifados laboratoriais ....................... 27
Semana 2 – Montagem de experimentos ...................................................... 33
2.1 Preparo de soluções para aulas experimentais e ensaios de pesquisa
33
2.2 Técnicas laboratoriais: pesagem, titulação e medição de pH ............. 34
Semana 3 – Regras básicas de segurança em laboratórios de Química ....... 41
3.1 Descarte de produtos químicos .......................................................... 41
3.2 Normas de segurança em laboratório ................................................ 42
3.3 Noções básicas de primeiros socorros ............................................... 45
Referências ................................................................................................... 47
Currículo do autor.......................................................................................... 49
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 51
Semana 1 – Organização Geral do Laboratório Plataforma +IFMG

Objetivos
Aprender a organizar um laboratório e seu almoxarifado, sua
infraestrutura e seus principais equipamentos e vidrarias.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

Mídia digital: Em seguida, também na sala virtual,


assista ao vídeo “Organização Geral do Laboratório”.

1.1. Infraestrutura

O laboratório é um espaço de trabalho e concentração, embora não haja um modelo padrão,


deve-se levar em consideração alguns aspectos desejáveis ao seu bom funcionamento e
maior segurança como:

Pisos antiderrapantes: a fim de facilitar a limpeza e prevenir acidentes. Atenção aos


desníveis, eles não devem existir.

Portas e janelas: As janelas devem ser grandes para manter o ambiente arejado. As portas
devem ser amplas para facilitar o acesso e livre de obstruções, além disso, devem abrir para
o lado de fora como medida de segurança para possíveis saídas de emergência (devem ser
sinalizadas).

Fontes de gás: O botijão de gás deve ser instalado preferencialmente fora do espaço do
laboratório, em caixa de alvenaria bem ventilada e fechada com cadeado, as tubulações
devem ser utilizadas para levar o gás até os locais desejados.

Tubos de água: Devem ser utilizadas preferencialmente tubulação de plástico (evitar


entupimentos e corrosões) externas ao laboratório.

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Plataforma +IFMG

Fontes de energia: as tubulações devem ser externa, com tomadas de 110V e 220V
devidamente sinalizadas.

Bancadas: os revestimentos das bancadas são muito importantes. Os emborrachados são


os mais indicados, pois são de fácil limpeza, podendo prevenir quebra de vidrarias, além de
serem resistentes à umidade, reagentes químicos e calor.

Local de armazenagem de material pessoal: devem existir armários ou um local


destinado à armazenagem de materiais pessoais dos alunos: como mochilas, cadernos,
bolsas, etc. mantendo a bancada exclusivamente destinada à realização do experimento e
evitando que estes materiais fiquem jogados prevenindo tropeços e outros acidentes.

Equipamentos de segurança coletiva: garantem a proteção do usuário e todos os


presentes no laboratório.

Capelas de exaustão de gases: servem para sugar vapores de produtos químicos tóxicos
que podem ser nocivos à saúde humana. Devem sempre ser utilizadas com o exaustor ligado
e com a barreira de proteção mais baixa possível.

Extintores de incêndio: os mais usados são os de pó químico e os de gás carbônico, no


entanto, isto dependerá dos materiais de uso dos laboratórios.

Chuveiro e lava-olhos: servem para remover quaisquer resquícios de produtos químicos


corrosivos ou calor do corpo ou dos olhos com água abundante evitando o agravamento das
lesões.

Dica do professor: Para entender um pouco mais sobre


a organização dos laboratórios de ciências, bem como
conhecer um pouco mais sobre as principais vidrarias e
equipamentos encontrados nesses ambientes em
questão, orientamos que faça a leitura do texto de Cruz,
G. B. e Campos, J. B. C. (2013): “Laboratórios”
(download).

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Plataforma +IFMG

1.2. Principais equipamentos e vidrarias

Vimos como é importante cada espaço do laboratório e suas


especificações. Com as vidrarias e equipamentos não é diferente; devemos
reconhecer cada um e, principalmente, sua utilização. Uma boa dica é mantê-
los sempre limpos, e, organizar cada tipo de vidraria em local específico. Para
tal, recomenda-se etiquetar com números os armários disponíveis para facilitar
o encontro.

Abaixo vamos apresentar algumas vidrarias e equipamentos, bem como


suas funcionalidades (REIS, 2016):

Tubos de ensaio

São usados para reações com


pequenos volumes e para
centrifugações.

Suporte para tubos de ensaio

Serve para armazenar os tubos de


ensaio.

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Plataforma +IFMG

Erlenmeyer

É utilizado nas titulações, para


evaporação lenta, para
determinadas reações em meio
líquido e para coletar destilados.

Béquer

É uma das vidrarias mais utilizadas


no laboratório. É usada para
preparar soluções, aquecer
líquidos, conter volumes de
reagentes, etc.

Funil analítico

Destinado à transferência de
líquidos ou filtrações simples.

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Plataforma +IFMG

Funil de Büchner

Funil de porcelana contendo poros


para abrigar o papel filtro, utilizado
em filtrações à vácuo (processo
mais rápido que a filtração comum),
com a haste vedada por uma
borracha a um quitassato.

Quitasato

Frasco resistente utilizado para


recolher o filtrado em filtrações à
vácuo, a saída lateral serve para
fixação de mangueira de borracha
que é ligada à bomba de vácuo.

Balão volumétrico

São utilizados para preparar


soluções com concentrações
precisas.

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Proveta

Podem ser de vidro ou plástico e


apresentar tamanhos variados, sua
principal função é medir volumes de
líquidos.

Pisseta

Frasco plástico usado para


armazenar água destilada.

Frascos para reagentes

Podem ser de vidro ou plástico; de


gargalo estreito (para armazenar
líquidos) ou de gargalo largo
(armazenam sólidos). Podem ainda
ser transparentes ou âmbar, sendo
o último utilizado para reagentes
que se alteram na presença de luz.

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Plataforma +IFMG

Vidro de relógio

Podem ser usados para pesar


pequenas quantidades de
reagentes, para tampar recipientes
ou ainda em evaporações de
pequenos volumes.

Almofariz e Pistilo

Auxilia na maceração de
substâncias sólidas.

Cápsula de porcelana

Servem para aquecer e evaporar


substâncias.

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Plataforma +IFMG

Garras

Apresentam-se ligadas ao suporte


universal auxiliando na sustentação
de vidrarias.

Bastão de vidro

Possuem tamanhos diferentes e


sua funcionalidade é na agitação de
soluções dissolvendo solutos e na
transferência de líquidos entre
frascos.

Espátulas

Podem ter tamanhos e formatos


variados, em geral são usadas para
retirar substâncias sólidas de seus
frascos de armazenamento.

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Plataforma +IFMG

Tripé

Feito em ferro, é usado em


aquecimentos e sua função é na
sustentação da tela de amianto.

Tela de amianto

Utilizada sobre o tripé para


aquecimento uniforme e indireto de
vidrarias contendo soluções.

Triângulo

Feito em material resistente, auxilia


na sustentação da tela de amianto
durante o aquecimento.

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Plataforma +IFMG

Pinça

Utensílio utilizado para segurar


vidrarias quentes.

Manta aquecedora

Trata-se de um equipamento
elétrico destinado ao aquecimento
de balões de fundo redondo.

Bico de Bunsen

Trata-se de um queimador
destinado ao aquecimento de
substâncias químicas.

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Plataforma +IFMG

Suporte universal

Haste de ferro ou madeira onde se


prendem as garras que sustentam
as vidrarias.

Bureta

São destinadas às medidas


precisas de volume durante as
titulações.

Pipeta graduada

É um instrumento de medida
utilizada para transvazar líquidos.
Apresenta escala numérica que
pode ser usada para medir frações
do volume total.

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Plataforma +IFMG

Pipeta volumétrica

Instrumento de medida que


apresenta apenas uma linha que
marca o volume exato que se
deseja obter.

Pipetadores

Podem ser automáticas ou manuais


e ficam acopladas às pipetas.
Auxiliam na sucção e dispensa de
líquidos.

Centrífuga

Serve para separar líquidos e


sólidos de amostras contidas em
tubos de ensaio de forma rápida.

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Plataforma +IFMG

Estufa

Sua principal função é na secagem


de vidrarias e substâncias
químicas.

Mufla

É uma espécie de estufa, porém


utiliza altas temperaturas para
calcinar (queimar) substancias
químicas.

Mídia digital: Procure o canal do YouTube “Café com


Química”, para conhecer um pouco mais sobre as
principais vidrarias presentes em um laboratório e suas
principais aplicações.

1.3. Armazenagem correta em almoxarifados laboratoriais

O manuseio e estocagem incorretos de reagentes químicos, podem


ocasionar acidentes graves e, por este motivo, algumas regras devem ser
cumpridas à risca.

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Plataforma +IFMG

Precisamos lembrar, por via de regra, que os produtos químicos não


devem ser estocados por ordem alfabética e, sim, por grupos compatíveis. A
tabela de compatibilidade química (Quadro 1) deve ser consultada sempre que
necessário pelo responsável pelo laboratório. No entanto, geralmente,
estocamos:

Ácidos: guardados em armários exclusivamente para ácidos. Alguns ácidos


como o ácido perclórico, ácido nítrico e ácido fluorídrico devem ser isolados de
todos demais reagentes.

Metais reativos: devem ser armazenados em armário próprio para


inflamáveis.

Substâncias carcinogênicas e altamente tóxicas: estocadas em armários


isolados e ventilados.

Reagentes inorgânicos Inflamáveis e orgânicos: devem ficar separados em


armários para inflamáveis.

Agentes oxidantes: não devem ser estocados junto com combustíveis


(inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes desidratantes ou agentes
redutores).

Substâncias venenosas e inflamáveis: devem ficar em armários isolados.


Prateleiras baixas devem ser utilizadas para éter e cetonas; prateleiras
intermediárias para hidrocarbonetos, ésteres e etc.; prateleira mais alta para
álcoois e glicóis.

Frascos e galões contendo produtos químicos pesados devem ficar em


prateleiras inferiores.

Ácidos e bases: dispostos de acordo com a “força relativa”, mais fortes em


prateleiras baixas e mais fracos em cima.

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Plataforma +IFMG

Substâncias incompatíveis com água: estocadas longe das tubulações de


água.

Substância: Incompatível com:


Acetileno Gases F2, Cl2, líquido Br2 e metais: Cu, Ag, Hg
Ácido acético H2CrO4, HClO4, HNO3, peróxidos,
permanganatos, etilenoglicol (C2H6O2)
Acetona Misturas de H2SO4 e HNO3 concentrados, H2O2
Ácido crômico CH3COOH, naftaleno (C10H8), cânfora (C10H16O),
glicerol (C3H8O3), turpentine (C10H16), álcool
(CH3CH2OH), outros líquidos inflamáveis
Ácido hidrociânico HNO3, álcalis
Ácido fluorídrico NH3 (aquosa ou anidra)
anidro, fluoreto de
hidrogênio
Àcido nítrico HCN, anilinas, CrO3, H2S, líquidos e gases
concentrado combustíveis, CH3COOH, H2CrO4
Ácido oxálico Metais Ag e Hg
Ácido perclórico Anidrido acético (C4H6O3), álcoois (R-OH),
Bismuto e suas ligas, papel, madeira
Ácido sulfúrico Sais de ClO3-, ClO4-, MnO4- e H2O
Alquil alumínio H 2O
Amônia anidra Hg, Cl2, Ca(ClO)2, I2, Br2, HF
Anidrido acético Compostos contendo hidroxil tais como:
etilenoglicol (C2H6O2), Ácido perclórico (HClO4)
Anilina HNO3, H2O2
Azida sódica Metais Pb, Cu e outros
Bromo e Cloro C6H6, NH4OH, benzina de petróleo, H2, acetileno

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Plataforma +IFMG

(C2H2), C2H6, C3H8, butadienos, pós-metálicos


Carvão ativo Cr2O72-, MnO4-, HNO3, H2SO4, NaClO
Cloro NH3, C2H2, butadieno, C4H10, outros gases de
petróleo, H2, Na4C, turpentine (C10H16), C6H6,
metais finamente divididos, benzinas e outras
frações do petróleo
Cianetos Ácidos e álcalis
Cloratos, percloratos, Sais de amônio, ácidos, metais em pó, matérias
clorato de potássio orgânicas particuladas, substâncias combustíveis
Cobre metálico C2H2, H2O2, azidas
Dióxido de cloro NH3, CH4, P, H2S
Flúor Isolado de tudo
Fósforo S, compostos oxigenados, ClO3-, ClO4-, NO3-,
MnO4-
Halogênios (Flúor, NH3, C2H2 e hidrocarbonetos
Cloro, Bromo e Iodo)
Hidrazida H2O2, HNO3 e outros oxidantes
Hidrocarbonetos HCrO4, F2, Cl2, Br2, peróxidos
(butano, propano,
tolueno)
Iodo C2H2, NH4OH, H2
Líquidos inflamáveis HNO3, NH4NO3, CrO3, peróxidos, F2, Cl2, Br2, H2
Mercúrio C2H2, Ácido fulmínico (HCNO), NH3
Metais alcalinos CO2, CCl4, outros hidrocarbonetos clorados
Nitrato de amônio Ácidos, pós-metálicos, líquidos inflamáveis,
cloretos, S, compostos orgânicos em pó
Nitrato de sódio NH4NO3 e outros sais de amônio
Óxido de cálcio H 2O

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Plataforma +IFMG

Óxido de cromo VI CH3COOH, glicerina (C3H8O3), benzina de


petróleo, líquidos inflamáveis, naftaleno (C10H8)
Oxigênio Óleos, graxas, H2, líquidos, sólidos e gases
inflamáveis
Perclorato de potássio Ácidos
Permanganato de Glicerina (C3H8O3), etilenoglicol (C2H6O2), H2SO4
potássio
Peróxido de Cu, Cr, Fe, álcoois (R-OH), acetonas (R-CO-R’),
hidrogênio substâncias combustíveis
Peróxido de sódio CH3COOH, Anidrido acético (C4H6O3),
benzaldeído, CH3CH2OH, CH3OH, etilenoglicol
(C2H6O2), Acetatos de metila e etila, furfural
(C5H4O2)
Prata e sais de Prata Acetileno (C2H2), Ácido tartárico (C4H6O6), Ácido
oxálico (C2H2O4), compostos de amônio
Sódio CO2, CCl4, outros hidrocarbonetos clorados
Sulfeto de hidrogênio Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes
Quadro 1: Tabela de compatibilidade química
Adaptado de Manual de Biossegurança/Universidade Potiguar (2015).

Lembrem-se: estocagem correta de produtos químicos podem ajudar na


prevenção de danos.

Dica do professor: Para se aprofundar no tema da


organização dos reagentes em um laboratório de
ciências leia o texto de Machado, P. F. L. e Mól, G. S,
(2008): “Experimentando Química com Segurança”
(download).

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31
Plataforma +IFMG

Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos,


vá até a sala virtual e responda as questões propostas
sobre os temas de organização do laboratório, principais
vidrarias e suas aplicações e critérios de
armazenamentos dos reagentes químicos. Esta tarefa
contém questões acerca de todos os vídeos e leituras
realizadas na semana curso. Você terá três tentativas e
a nota mínima para aprovação é de 60%.

Concluída essa semana de estudos é hora de uma pausa para a reflexão. Faça a
leitura (ou releitura) de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos propostos e analise
todas essas informações com base na sua experiência profissional. Esse intervalo é
importante para amadurecer as novas concepções que esta etapa lhe apresentou!

Nos encontraremos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – Montagem de experimentos Plataforma +IFMG

Objetivos
Preparar soluções, pesar, titular e medir pH

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo


“Montagem de experimentos”.

2.1 Preparo de soluções para aulas experimentais e ensaios de pesquisa

Toda análise química envolve a preparação de soluções em diferentes


concentrações. Chamamos de solução a mistura homogênea entre dois
componentes: o soluto e o solvente. Vamos familiarizar com estes termos?

Soluto: é a substância presente em menor quantidade e está dissolvida na


solução.

Solvente: é a substância presente em maior quantidade na qual o soluto está


dissolvido. Normalmente água, o solvente universal.
Ex: Em uma solução aquosa do sal NaCl, o sal é o soluto e a água é o solvente.

Concentração: razão entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente


em uma solução. Pode ser calculada por:
𝑛𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝐶=
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
A unidade mais usada é mol/L.

Os técnicos de laboratório geralmente preparam soluções de


concentrações elevadas, chamadas de “solução-mãe” ou “solução estoque”,
para facilitar o trabalho dos usuários do laboratório e evitar contaminações.

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33
Plataforma +IFMG

Estas podem ficar armazenadas e serem diluídas conforme a necessidade do


usuário. Uma diluição é feita acrescentando mais solvente à solução, o que
faz diminuir a concentração do soluto. A expressão matemática usada para
cálculo é:
𝐶𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Onde,
Cinicial, se refere a concentração da solução estoque.
Vinicial, é o volume que se deve pipetar da solução estoque.
Cfinal, se refere à nova concentração, após a diluição.
Vfinal, é o volume na qual se deseja obter após a diluição.

Mídia digital: Assista os vídeos do canal do YouTube


“Coltec Tube” para conhecer um pouco mais sobre o
correto procedimento para realizar o preparo de
soluções e possíveis erros durante o preparo das
soluções.

2.2 Técnicas laboratoriais: pesagem, titulação e medição de pH

As técnicas básicas de laboratório precisam ser executadas com atenção


e paciência, e, o uso das boas práticas é o que vai garantir o sucesso das
análises. Aqui descreveremos três principais, usadas em quase todos os
experimentos: pesagem, titulação e medição de pH.

Pesagem
A pesagem dos reagentes é item obrigatório da maioria dos
experimentos, seja para preparar uma solução ou usar determinadas
quantidades para realizar uma reação química.
Assim, a balança é item indispensável em todos os laboratórios de
química, as mais utilizadas são as analíticas (Figura 1) que possuem maior
precisão que as demais. Deve-se também prestar atenção ao escolher o local
onde ficará a balança, pois este deve ser livre de corrente de ar para não
interferir no valor da pesagem. É importante ressaltar, que devemos manter a

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Plataforma +IFMG

balança analítica sempre calibrada e nivelada com a bancada


(preferencialmente com o fundo móvel) para evitar trepidações.

Figura 1 – Balança analítica.


Fonte: Autoria própia,2021.

Dica do professor: Para se aprofundar um pouco mais


na história e aplicações da balança analítica leia o texto
de Afonso, J. C. e Silva, R. M. (2004): “A Evolução da
balança analítica” (download).

Ao iniciar qualquer pesagem, utilize o botão “tarar”, assim a vidraria


utilizada para pesar será descontada e o que aparecerá na balança será zero.
Em seguida, utilize uma espátula para colocar sólidos na vidraria que se
encontra dentro da balança. Já se o material a ser pesado for um líquido, então
deverá ser utilizado um conta gotas. Deveremos realizar esse procedimento
até obtermos a massa desejada. Para determinar o valor exato da massa
obtida/pesada, recomenda-se fechar os vidros ao redor da balança para reduzir
erros. Aguarde alguns segundos até o valor indicado no visor estabilizar.
Pronto, a pesagem está feita!!!

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Plataforma +IFMG

Atenção: Lembrem-se de que não se deve pesar


nenhuma substância diretamente no prato da balança
para não danificar o equipamento e se algum resíduo
cair sobre o prato, deve-se remover rapidamente com o
auxílio de um pincel. Vidrarias molhadas interferem na
leitura, fique atento a este detalhe

Mídia digital: Assista o vídeo do canal do YouTube


“Coltec Tube” para conhecer um pouco mais sobre o
correto procedimento para realizar a pesagem de
amostras em uma balança analítica.

Titulação
As titulações são métodos analíticos, quantitativos que permitem
conhecer a concentração de uma determinada substância em uma amostra.
Existem vários tipos de titulação como: ácido-base, complexométricas, de
precipitação, redox; no entanto a mais utilizada é a ácido-base e portanto
vamos descrever sobre esta técnica.
Utiliza-se uma bureta com uma solução padrão (com concentração
precisamente conhecida), chamada de titulante e um erlenmeyer onde
colocamos a amostra, chamada de titulado e o indicador (Figura 2)

Figura 2 – Componentes da titulação.


Fonte: BROWN, T.L., LeMAY Jr, H. E., BURSTEN, B.E.. Química, a ciência central (2005).

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Plataforma +IFMG

O primeiro passo que devemos conhecer é a reação e seus coeficientes


estequiométricos. Sabemos que trata-se de uma reação de ácido com uma
base, formando um sal e água:
Ácido + Base → Sal + Água
No ponto estequiométrico, o número de mols do ácido e da base serão o
mesmo, portanto:
nácido= nbase

Dica do professor: Fique atento aos termos:


● ponto estequiométrico – condição em que o
número de mols do titulante é exatamente igual ao
número de mols do titulado;
● ponto de viragem – faixa de pH na qual o indicador
muda de cor;
● ponto final – encontrado no momento em que o
analista percebe a mudança de cor. Normalmente é um
valor próximo da equivalência. (BROWN, LeMAY,
BURSTEN, 2005).

Considerando uma titulação de um ácido por uma base forte, e,


conhecendo a molaridade da base e o volume gasto durante a titulação e
também o volume do ácido, podemos calcular a molaridade desconhecida de
do ácido por:
𝑀𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑀á𝑐𝑖𝑑𝑜 =
𝑉á𝑐𝑖𝑑𝑜

Atenção: No ponto final de uma titulação o pH muda


bruscamente com a adição de uma quantidade
infinitamente pequena (excesso) de base e a solução
muda de cor, portanto fique atento durante esta análise.

Para titulações de um ácido forte e base forte, o indicador mais utilizado


é fenolftaleína que é incolor em pH menor que 8,0 e rosa em pH maior que 8,0.
No entanto dependendo da reação ácido-base a ser trabalhada,
diferentes indicadores poderão ser utilizados. Na tabela abaixo será
apresentado mais outros indicadores e seus respetivos pontos de viragem.

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Plataforma +IFMG

Indicador Zona de transição Coloração


Timolftaleína 9,4 a 10,6 Incolor Azul
Fenolftaleína 8,0 a 10,0 Incolor Rosa
Azul de timol 8,0 a 9,6 Amarelo Azul
Azul de bromotimol 6,2 a 7,6 Amarelo Azul
Vermelho de metila 4,4 a 6,2 Vermelho Amarelo
Alaranjado de
3,1 a 4,4 Vermelho Amarelo
metila
Azul de timol 1,2 a 2,8 Vermelho Amarelo
Tabela 2: Faixa de viragem de cor de alguns indicadores de pH.
Fonte: Adaptado de REIS (2016).

Mídia digital: Assista os vídeos do canal do YouTube


“Coltec Tube” para conhecer um pouco mais sobre o
procedimento da titulação ácido-base e um exemplo de
cálculo para determinar o teor de ácido acético em uma
amostra comercial de vinagre.

Medidas de pH
Outro procedimento muito utilizado dentro de um laboratório são as
medidas de pH e para fazê-las utilizamos um pHmetro (instrumento de medida
de pH, como dito). Existem alguns tipos, no entanto o mais comum é o de
bancada.
Um pHmetro (Figura 3) é composto basicamente por um eletrodo e um
circuito potenciométrico.

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Plataforma +IFMG

Figura 3 – pHmetro.
Fonte: Autoria própria, 2021.

Dica do professor: Para se aprofundar um pouco mais


sobre a história do peagâmetro e aplicações desse
equipamento tão importante em um laboratório de
ciência, leia o texto de Gama, M. S. e Afonso, J. C.,
(2007) “De Svante Arrhenius ao peagâmetro digital: 100
anos de medida de acidez” (download).

Para começar a usá-lo é necessário realizar a calibração. Para isso,


consulte manual de instrução do equipamento; no entanto, utiliza-se,
normalmente, soluções tampão de pH 4, 7 e 10, e recomenda-se descartá-las
após a calibração.
Durante o uso, o bulbo do eletrodo deve ficar imerso na solução. Então,
espera-se alguns segundos até que a leitura apareça e o valor se estabilize. Se
for necessário analisar mais soluções, lave com água de uma pisseta e
enxugue o eletrodo com um papel delicadamente.
Após o uso repita o procedimento de lavagem e seque com um papel
macio, o bulbo deve sempre ficar posicionado verticalmente e dentro da
solução de armazenamento de eletrodos, normalmente iodeto de potássio (KI),
para evitar ressecamentos, sujeiras e contaminações.

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Pró-Reitoria de Extensão

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Plataforma +IFMG

Mídia digital: Assista os vídeos do canal do YouTube


“Coltec Tube” para conhecer um pouco mais sobre o
procedimento de calibração de pHmetro e o seu uso para
determinar o valor de pH de uma solução desconhecida.

Dica do professor: Para entender um pouco mais sobre


os procedimentos de técnicas básicas de laboratório,
bem como o preparo de soluções, determinação de pH e
titulação, orientamos que faça a leitura do texto de
Costa, L. L., (2012): “Química II”.

Atividade: Para concluir a segunda semana de estudos,


vá até a sala virtual e responda as questões propostas
sobre os temas preparo de soluções, pesagem de
amostras, titulação e determinação do valor de pH. Esta
tarefa contém questões acerca de todos os vídeos e
leituras realizadas na semana curso. Você terá três
tentativas e a nota mínima para aprovação é de 60%.

Concluída essa semana de estudos é hora de uma pausa para a reflexão. Faça a
leitura (ou releitura) de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos propostos e analise
todas essas informações com base na sua experiência profissional. Esse intervalo é
importante para amadurecer as novas concepções que esta etapa lhe apresentou!

Até a próxima semana.


Bons estudos!

Instituto Federal de Minas Gerais


Pró-Reitoria de Extensão

40
Semana 3 – Regras básicas de segurança em laboratórios de
Plataforma +IFMG
Química

Objetivos
Descarte de produtos químicos, conhecer as normas de
segurança e noções de primeiros socorros.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista ao vídeo


“Regras básicas de segurança”.

3.1 Descarte de produtos químicos

Os resíduos químicos gerados por um laboratório podem causar danos


aos seres vivos e contaminação do meio ambiente, por tanto, o descarte correto
é essencial, para isto deve-se seguir as seguintes normas:

Descarte em redes de esgoto (pia) ou lixo comum:


⮚ Sais ou soluções de sais de metais alcalinos e alcalinos terrosos: NaCl,
KCl, CaCl2 ,MgCl2, Na2SO4, MgSO4 e tampões PO42-.
⮚ Antes de descartadas na rede de esgoto, devem ser diluídas e
neutralizadas as soluções de: ácidos e bases inorgânicas, como H2SO4,
HCl, H3PO4, HNO3, KOH, NaOH, Na2CO3, K2CO3, NaHCO3, KHCO3.

Enviados à depósitos credenciados (devem ser precipitadas, rotuladas e


armazenadas em laboratório até o momento do envio):
⮚ Soluções de sais de metais de transição como Ag, Pb, Hg, Cr, Os, e
outras.

Incineração (armazenados em recipientes identificados e guardados em lugar


seguro até o envio ao incinerador):
⮚ Podem ser armazenados em mesmo frasco desde que não contenham
material radioativo: solventes orgânicos não halogenados (álcoois,

41
Plataforma +IFMG

fenóis, acetona, hidrocarbonetos - hexano, ciclo-hexano, pentano, etc-,


éteres, benzeno e derivados).
⮚ Podem ser armazenados em mesmo frasco as soluções aquosas de
solventes orgânicos (álcoois, formol, rodamina B, brometo de etídio,
iodeto de propídio.
⮚ Devem ser armazenados em recipientes separados e identificados:
solventes orgânicos halogenados (tetracloreto de carbono, clorofórmio,
diclorometano, dicloroetano, iodeto de etila, e seus respectivos
derivados de bromo e iodo, ou soluções orgânicas que os contenham).

➢ Soluções em estudo devem ser armazenadas, rotuladas e testadas em


pequenas quantidades antes da destinação:
⮚ Misturas de solventes orgânicos e sais de substâncias inorgânicas.

Dica do professor: Para entender um pouco mais sobre


segurança no laboratório e os procedimentos para
descarte de resíduos químicos, orientamos que faça a
leitura do texto de Oliveira, D. L. A., (2010): “Química
Analítica: Parte I” (download) e o manual elaborado por
Miranda, A. M. O. e Costa, C. E. F., (2019) (download).

3.2 Normas de segurança em laboratório

As normas de segurança devem ser afixadas em local visível e seguidas


rigorosamente por todos os usuários do laboratório, são elas:
● Dentro do laboratório mantenha-se constantemente atento e
concentrado.
● Use sempre jaleco, óculos de proteção e luvas quando necessário.
● Mantenha o cabelo sempre preso e use sapatos fechados e calças
compridas.
● Não ingira ou coloque a mão em nenhum reagente químico ou soluções.
● Evite inalar gases ou vapores desconhecidos, mas caso tenha que fazê-
lo, use as mãos para trazer até o nariz.
● Ao aquecer uma solução em tubo de ensaio, mantenha-a afastada e em
direção contrária de você e de seus colegas a fim de evitar eventuais
respingos.
● Comunique ao professor ou responsável qualquer incidente:

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Plataforma +IFMG

● Em caso de derramamento de líquidos, chame imediatamente o professor


para que oriente-o na limpeza.
● Em caso de queimaduras, ingestão acidental de reagentes ou respingo
nos olhos.
● Nunca fique sozinho no laboratório.
● Nunca misture reagentes químicos sem consentimento do professor e
leia atentamente os rótulos para evitar acidentes.
● Não trabalhe com solventes inflamáveis perto de chamas e não os
aqueça em chama direta, faça apenas quando estes estiverem sobre
refluxo ou ligados a um condensador para destilação.
● Não misture e nem aqueça nenhum reagente sem autorização do
professor e, quando fazê-lo, mantenha longe do rosto.
● Cuidado ao utilizar materiais de vidro.
● Não aqueça vidrarias completamente fechadas pois estas podem
estilhaçar.
● Não utilize vidrarias e demais materiais de vidro quebrados ou trincados.
● Após usar torneiras de gás, verifique se estão fechadas.
● Adicione sempre ácido sobre a água e nunca o contrário!
● Nunca devolva sobras de reagentes nem soluções aos frascos originais,
pois pode contaminar o conteúdo.
● Nunca pipete com a boca.
● Use pipetas diferentes para soluções diferentes para evitar
contaminações.
● Não jogue nada na pia sem autorização do professor, coloque em
recipientes apropriados para que deem destinação correta ao lixo
laboratorial.
● Não aqueça cilindros graduados ou balões volumétricos.
● Cuidado ao introduzir termômetros e hastes de funil em rolhas de
borracha! Umedeça o tubo e o orifício com água e proteja as mãos com
panos grossos.
● Sempre utilizar a capela para trabalhar com substâncias que liberam
vapores tóxicos.
● Nunca ligar equipamentos sem antes verificar a voltagem.
● Rotule imediatamente soluções e reagentes como nome, data e nome de
quem pertence.
● Fique atento à limpeza! Antes de sair do laboratório lave todas as
vidrarias, deixe a bancada limpa e lave muito bem as mãos.

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Plataforma +IFMG

É fundamental, para sua segurança, que se entenda os riscos e cada


imagem contida nos rótulos dos reagentes de acordo com o Globally
Harmonized System of Classification And Labelling of Chemicals (GHS) (Figura
4):

Figura 4 – Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação de Rotulagem de Produtos químicos (GHS).


Fonte:http://www.ufjf.br/icb/files/2017/02/GUIA-DE-INCOMPATIBILIDADE-DE-PRODUTOS-
QU%C3%8DMICOS1.pdf (Acesso em: 28 janeiro 2021).

GHS01: Risco de explosão em contato com chama, faísca, eletricidade


estática, exposição ao calor ou se sujeito a choque ou fricção.
GHS02: Risco de incendiar em contato com chama, faísca, eletricidade estática
ou por exposição ao calor.
GHS03: O efeito oxidante pode provocar ou agravar um incêndio.
GHS04: Embalagem sob pressão que pode explodir se for exposta ao calor. -
GHS05: Ataca ou destrói os metais. Pode provocar queimaduras na pele ou
nos olhos em caso de contato ou projeção.
GHS06: Pode provocar náuseas, vômitos, dores de cabeça, perda de
consciência ou outros danos, incluindo a morte.
GHS07: Pode provocar alergias, eczema, irritação dos olhos, garganta, nariz
ou pele. A exposição a doses elevadas pode originar sonolência ou até
envenenamento.

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Plataforma +IFMG

GHS08: Por ser tóxico, pode induzir malformações em fetos, alterar o


funcionamento de certos órgãos ou provocar insuficiência respiratória. GHS09:
Tóxico para os organismos aquáticos (peixes, algas ou crustáceos).

Dica do professor: Para se aprofundar um pouco mais


sobre o tema de rotulagem dos reagentes químicos,
orientamos que faça a leitura da NR-26 (Sinalização de
segurança)(download).

3.3 Noções básicas de primeiros socorros

Embora todos os cuidados sejam tomados, acidentes podem acontecer.


Fique calmo, mantenha-se consciente e esteja preparado para ajudar em casos
de emergência, seguindo os seguintes passos:

✔ Para queimaduras causadas por calor (chamas ou objetos com temperatura elevada),
lave o local durante aproximadamente 5 minutos e aplique vaselina líquida ou quando de
maior gravidade, use uma gaze esterilizada umedecida com solução de bicarbonato de
sódio 5%, nestes casos peça ajuda médica.
✔ Para queimaduras com ácidos, lave com água abundante e após com solução de
bicarbonato de sódio 5% e torne a lavar com água.
✔ Para queimaduras com bases, repita o procedimento para queimaduras com ácidos,
apenas substitua a solução de bicarbonato por uma solução de ácido acético 1%.
✔ Em caso de ácido nos olhos, dirija-se para os lavadores de olhos e lave durante quinze
minutos, depois aplique uma solução de bicarbonato de sódio 1% e mantenha os olhos
fechados e os esfregue, de preferência procure um médico para avaliar se houve danos.
✔ Entretanto, se um álcali cair nos olhos proceda como no caso de um ácido nos olhos,
apenas substitua a solução de bicarbonato de sódio por solução de ácido bórico 1%.

Atenção: Recomendamos acrescentar no kit de


primeiros socorros dos laboratórios as soluções citadas
acima! Lembre-se: deixe-o sempre em local de fácil
acesso!

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Plataforma +IFMG

No caso de inalação de gases tóxicos, leve a pessoa para um lugar


arejado e deixe-a descansar. Feito isso, abra as janelas e portas do laboratório
para ventilação e interdite o local. Avise os usuários!
Acidentes por ingestão de substâncias tóxicas também podem ocorrer,
neste caso recomenda-se à vítima um "antídoto universal", composto por
carvão ativo, óxido de magnésio e ácido tânico (pirogalol) na proporção de
2:1:1, respectivamente. Aconselha-se manter esta mistura seca e somente no
momento do uso dissolver uma colher de sopa da mistura em meio copo de
água morna.

Mídia digital: Assista os vídeos dos Módulos I a VI do


canal do YouTube “Gestão de Resíduos Biológicos e
Segurança em Laboratório” da UFLA para conhecer um
pouco mais sobre Segurança no laboratório; rotulagem
de reagentes; EPI’s e EPC’s; e como proceder em caso
de acidentes, entre outros temas discutidos na nossa
semana 3.

Atividade: Para concluir o curso e receber o seu


certificado, vá até a sala virtual e responda às questões
propostas sobre os temas estudados na terceira semana
de curso, a saber segurança em laboratórios químicos e
normas de segurança. Esta tarefa contém questões
acerca de todos os vídeos e leituras realizadas no curso.
Você terá três tentativas e a nota mínima para aprovação
é de 60%.

Caro aluno, foi um prazer tê-lo conosco durante este curso!


Espero que tenhamos contribuído para seu aprimoramento profissional e sua segurança
dentro dos laboratórios!

Convido você para conhecer também as outras oportunidades da Plataforma +IFMG!


No mais, um forte abraço!

46
Plataforma +IFMG

Referências

AFONSO, J. C., SILVA, R. M.. A Evolução da Balança Analítica. Química Nova, Vol. 27,
N° 6, 1021-1027, 2004.
BROWN, T. L., LeMAY Jr, H. E., BURSTEN, B. E.. Reações em soluções aquosas e
estequiometria de soluções. In: BROWN, T. L., LeMAY Jr, H. E., BURSTEN, B. E . Química,
a ciência central. Tradução: Robson Matos. 9ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
Cap 4, p. 127-129.
BROWN, T. L., LeMAY Jr, H. E., BURSTEN, B. E.. Aspectos adicionais dos equilíbrios
aquosos. In: BROWN, T. L., LeMAY Jr, H. E., BURSTEN, B. E . Química, a ciência central.
Tradução: Robson Matos. 9ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Cap 17, p. 620.
CAFÉ COM QUÍMICA. Vidrarias de laboratório. 2019, (10min39s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=WorXRPZqjeI
CAMPOS, J. B. C., CRUZ, G. B.. Laboratórios. Cuiabá, 2013. Apostila da rede e-TEC da
Universidade Federal de Mato Grosso.
COLTEC TUBE. Química – medindo pH com pHmetro. 2017. (6min16s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zosqquhAQx0
COLTEC TUBE. Química – Preparando soluções. 2018. (8min12s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=5ea5kDLEmlg
COLTEC TUBE. Química – 8 erros mais comuns no preparo de soluções. 2018.
(5min08s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=unBVWUo6v9E
COLTEC TUBE. Química – utilizando a balança analítica. 2017. (8min47s). Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=Vqo0P_OnpaM
COLTEC TUBE. Química – titulação parte 1. 2018. (15min48s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=yQAWCxvrEak
COLTEC TUBE Química – titulação parte 2. 2018. (10min04s). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=j49e44oHqG0
COSTA L. L.. Química II. Santa Maria, 2012. Apostila da rede e-Tec da Universidade Federal
de Santa Maria.
GAMA, M. S., AFONSO, J. C.. De Svante Arrhenius ao peagâmetro digital: 100 anos de
medida de acidez. Química Nova, Vol. 30, N° 1, 232-239, 2007.
GESTÃO DE RESÍDUOS BIOLÓGICOS E SEGURANÇA EM LABORATÓRIO (UFLA).
Segurança em Laboratórios – Módulo I a VI. 2018. Disponível em:
https://www.youtube.com/channel/UCAc6L9b1VpQjDORHQEVM_OA/videos
GUIA DE INCOMPATIBILIDADE DE PRODUTOS QUÍMICOS. Disponível em:
https://www.ufjf.br/icb/files/2017/02/GUIA-DE-INCOMPATIBILIDADE-DE-PRODUTOS-
QU%C3%8DMICOS1.pdf. Acesso em 28 de janeiro de 2021.

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Plataforma +IFMG

Manual de Biossegurança / Universidade Potiguar – Natal: Edunp, 2015. 57 p.


MACHADO, P. F. L., MÓL, G. S.. Experimentando Química com Segurança. Química
Nova na Escola; N° 27, 57-60; 2008.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 26 – Sinalização de Segurança. Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2015.
MIRANDA, A. M. O., COSTA, C. E. F. Manual para gerenciamento de resíduos –
orientações e procedimentos gerais para resíduos químicos proveniente de
laboratório de química – pesquisa da Universidade Federal do Pará. 1.ed. Belém: Ed.
UFPA, 2019.
OLIVEIRA, D. L. A.. Química Analítica: Parte I. Cuiabá, 2010. Apostila da rede e-Tec da
Universidade Federal do Mato Grosso.
REIS, E. L. (Organizador). Química Geral: práticas fundamentais. Viçosa, MG: Ed. UFV,
2016. – (Série Didática).
UNITED NATIONS. Globally Harmonized System of Classification And Labelling of
Chemicals (GHS). 7. ed. New York and Geneva, 2017.

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Plataforma +IFMG

Currículo do autor

Tonimar D. Arrighi Senra: Realizou Pós-doutorado em físico-química pelo Institut


des Sciences Analytiques et de Physico-Chimie pour l'Environnement et les
Matériaux (IPREM) à Université de Pau et des Pays de l'Adour (UPPA), França.
Possui doutorado em Ciências com ênfase em Físico-Química pela Universidade de
São Paulo (IQSC/USP), com um período de doutorado sanduíche no Institut des
Sciences Analytiques et de Physico-Chimie pour l'Environnement et les Matériaux
(IPREM) à Université de Pau et des Pays de l'Adour (UPPA), França. Mestre em
Agroquímica, bacharel e licenciado em Química pela Universidade Federal de
Viçosa. Já foi professor substituto do Instituto Federal de Minas Gerais - Campus
Bambuí. Desde 2016 é professor efetivo do Instituto Federal de Minas Gerais -
Campus Governador Valadares, onde atuou com coordenador do curso de
Tecnologia em Gestão Ambiental. Atualmente é docente nos cursos técnicos e
superiores e ocupa o cargo de Diretor de Desenvolvimento Educacional do Campus.
Desenvolve pesquisas nas áreas de polímeros naturais e valorização e reuso de
rejeitos de cultivos locais.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7974206860628254

Mohana Zorkot Carvalho: Possui doutorado e mestrado em Agroquímica pela


Universidade Federal de Lavras (UFLA) e é licenciada em química pela mesma
instituição. Já atuou como professora substituta no IFMG - Campus Formiga e
em outras instituições de ensino lecionando para o ensino fundamental (9°ano),
médio (1°, 2° e 3° anos) e superior.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8471057115839643

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Tonimar D. Arrighi Senra


10/01/2021 Viviane Lima Martins 10/02/2021 1.0
Mohana Zorkot Carvalho

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Plataforma +IFMG

Glossário de códigos QR (Quick Response)

Mídia digital: Mídia digital:


Apresentação do “Organização Geral
curso do Laboratório”.

Mídia digital
Dica do professor:
Videoaula Café
Apostila rede e-
com química sobre
tec. Laboratórios
vidrarias.

Dica do professor:
Artigo Mídia digital: Vá até
“Experimentando “Montagem de
Química com experimentos”
Segurança”

Mídia digital: Mídia digital:


Videoaula Videoaula
Coltec/UFMG – Coltec/UFMG –
Preparo de Preparo de
soluções (parte 1). soluções (parte 1).

Mídia digital:
Dica do professor:
Videoaula
Artigo “Evolução
Coltec/UFMG –
da balança
Pesagem de
analítica”.
amostras.

Mídia digital:
Mídia digital:
Videoaula
Videoaula
Coltec/UFMG –
Coltec/UFMG –
Titulação (parte
Titulação (parte 2).
1)..

Mídia digital:
Dica do professor:
Videoaula
Ler artigo “De
Coltec/UFMG –
Svante Arrhenius
Medição de pH de
ao peagâmetro
amostras
digital”.
desconhecida

Dica do professor:
Aulas 3, 4, 5 e 6 Mídia digital:
da apostila rede e- “Regras básicas de
tec Curso Química segurança”
II.

Dica do professor: Dica do professor:


Aula 1 da apostila Manual
rede e-tec Curso Gerenciamento de
Química Analítica. Resíduos da UFPA.

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Mídia digital:
Dica do professor:
Videoaula Curso
NR-26
Segurança em
(Sinalização de
Laboratórios
Segurança).
(UFLA).

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Plataforma +IFMG

Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Plataforma +IFMG
Plataforma +IFMG

Características deste livro:


Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital
Plataforma +IFMG

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