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Texto Do Artigo Universitário
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RESUMO
ABSTRACT
The need to provide greater autonomy in household chores for people with disabilities has boosted
Home Automation market. However, the cost remains high. Thus, this work proposes the
development of a Home Automation system at low cost, without loss of functionality, aiming to
provide people with physical disabilities, especially quadriplegics and paraplegics, greater control
of their residences and consequently greater autonomy and independence.
1. INTRODUÇÃO
Evento: XXII Jornada de Pesquisa
Segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), dos
190,7 milhões de brasileiros, 23,9% declaram ter alguma deficiência, totalizando 45,6 milhões de
pessoas. Sendo que destas, 13,2 milhões (7%) declaram ter mobilidade reduzida, o que faz com
que essa seja a segunda deficiência mais relatada pela população. O gráfico apresentado na
Figura 1, mostra a distribuição percentual das principais deficiências identificadas no censo de
2010.
De acordo com o Decreto 5.296/04 (BRASIL, 2004, p.2), as pessoas que possuem limitações
motoras são enquadradas na legislação como pessoas com deficiência física ou com mobilidade
reduzida:
Os avanços tecnológicos e a evidente demanda por segurança e comodidade têm feito com que o
mercado de automação residencial apresentasse um crescimento considerável. De acordo com
Evento: XXII Jornada de Pesquisa
O mercado de automação residencial brasileiro oferece sistemas que permitem centralizar todo o
controle do domicílio em dispositivos como tablets, smartphones, computadores e controles-
remoto. No entanto, no que diz respeito à automação inclusiva, há um baixo número de empresas
que atuam neste segmento. A AURESIDE congrega mais de quarenta empresas que atuam no
segmento de automação residencial; porém, dentre estas, são poucas que oferecem soluções – a
um custo elevado – a pessoas com deficiência física. Esses valores englobam desde simples
sistemas de acionamento de luzes até sistemas mais complexos, como, agendamento de tarefas e
segurança do domicilio.
Com base nos dados levantados, esse trabalho propõe uma solução de Domótica1 com base em
plataformas abertas, que se equipara, em termos de funcionalidades, às soluções comercializadas
pelas empresas que atuam nesse segmento.
2. ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO
O conceito de acessibilidade é dado por marcos históricos. Segundo SONZA et al. (2013), a
postura da sociedade com relação às pessoas com deficiência vem se alterando de acordo com a
cultura, crenças, fatores econômicos, políticos e sociais no decorrer dos tempos.
Povos, como os hebreus, acreditavam que a deficiência era um castigo dado por suas santidades,
fazendo desses indivíduos pessoas amaldiçoadas. Já os hindus, acreditavam que estes indivíduos
possuíam sensibilidade aguçada e os estimulavam a desempenharem funções religiosas (SONZA et
al, 2013).
A Idade Moderna tem seu marco com as Revoluções Francesa e Industrial. A partir destas
iniciaram-se esforços para que as pessoas com deficiência pudessem adentrar no mercado de
trabalho, resultando no surgimento de diversos inventos, como a cadeira de rodas, bengalas,
muletas, próteses, etc (SONZA et al, 2013).
Como exemplos comuns do uso do desenho universal pode-se destacar: utilização de maçanetas do
tipo alavanca em portas, que são acionadas por mãos e cotovelos, no caso do indivíduo não possuir
destreza com as mãos; mobiliários sem quinas evitam que um deficiente visual, por exemplo, se
machuque em caso de colisão. Outro exemplo de aplicação do desenho universal é apresentado na
Figura 2, na qual portas e torneiras com sensores executam suas funções sem que haja contato ou
força física (CARLETTO e CAMBIAGHI, 2008).
Atualmente o Brasil dispõe de diversas normas no que se diz respeito à acessibilidade, sendo uma
delas a NBR 9050 (ABNT, 2004), que define Acessibilidade como "possibilidade e a condição de
utilizar, com segurança e autonomia, os edifícios, o espaço, o mobiliário e os equipamentos
urbanos", além da Lei 10.098 (BRASIL, 2000), que estabelece as normas gerais e critérios básicos
para promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência. O respeito a critérios como esses,
possibilitam, a pessoas com deficiência físico-motoras, uma nova perspectiva de vida.
Com isso, apresentar formas que tornem soluções possíveis, e quando isto não se dê por completo,
oferecer alternativas que busquem minimizar ao máximo as barreiras enfrentadas por estes
indivíduos, faz com que o termo acessibilidade continue sendo foco de iniciativas ao longo dos
anos.
Vários estudos abordam a acessibilidade em diferentes ambientes com relação a pessoas com
deficiência física. RIBEIRO (2007) descreve problemas abordados em ambientes de lazer
populares na cidade de Salvador, como: teatros, cinemas, parques e praias. SONZA et al. (2013)
apresenta orientações acerca da acessibilidade física nos espaços púbicos de ensino.
No entanto, estudos que abordem a acessibilidade domiciliar são restritos, conforme destacado
por SOUZA e PERES (2007):
Evento: XXII Jornada de Pesquisa
A Automação Inclusiva tem como foco a acessibilidade, segurança, saúde e bem-estar das pessoas
a qual residem neste ambiente (GUEDES et al, 2012). Segundo ROCKENBACH (2005), a
Automação Inclusiva possibilita o acionamento remoto ou automático de sistemas automatizados,
proporcionando conveniência ao indivíduo, de forma que este possa ter maior autonomia e
independência em suas atividades diárias. Como ilustra a Figura 3. Tal tecnologia propícia
inúmeras formas de adaptação e controle, sejam elas recursos instalados a cadeira de rodas do
indivíduo, oferecendo a este controle total dos itens ligados a este sistema, ou na própria
residência.
Pode-se definir a Automação Residencial ou Domótica como uma área da tecnologia e engenharia
que visa à automatização de uma casa, através do seu controle e monitoramento, na qual são
integrados diversos sistemas de apoio à sua exploração (CARDOSO, 2009).
Para PINHEIRO (2004) existem três graus de integração de sistemas para Automação Residencial,
sendo eles:
• Sistemas Autônomos: os quais atuam de forma independente, não havendo a interligação entre
os dispositivos;
• Sistemas Complexos: os quais atuam de forma personalizada, de acordo com o perfil do usuário,
também denominados “Casas Inteligentes”.
Considerada pela grande maioria como item de conforto, a automação residencial passa a ter
outra funcionalidade no que se refere a pessoas com deficiência física. Esses ganham uma nova
perspectiva de independência ao fazer uso desta tecnologia. Neste sentido, a automação
residencial tende a oferecer uma enorme gama de soluções que facilitam a vida destas pessoas.
podem prevenir imprevistos. Um exemplo são os detectores de fumaça, que, ligados a uma rede
telefônica podem informar ao Corpo de Bombeiros uma possível causa de incêndio. Outro exemplo
são camas articuladas, que também podem ser acionadas por controle remoto ou dispositivos
móveis, facilitando o translado da pessoa da cadeira de rodas a ela.
4. IMPLEMENTAÇÃO
A utilização de tecnologias livres e de baixo custo disponíveis no mercado é uma premissa para
que este trabalho se mantenha acessível no que diz respeito a custo de produção, tendo como
funcionalidades implementadas:
Acionamento de luzes;
Para alcançar este objetivo, o projeto consiste em um aplicativo para smartphones conectado a
módulos eletrônicos de automatização que podem ser instalados nos diversos ambientes da
residência do usuário, sendo eles:
Servo Module (Módulo Servo Motor): módulo dotado de um motor de pequeno porte,
responsável por elevar cortinas, persianas e janelas.
Cada módulo pode funcionar individualmente ou em conjunto com os demais, por comunicação
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através de rede sem fio. Disposto na Figura 4, estes oferecem suporte não só no controle de
dispositivos mobiliários e arquitetônicos, mas também da interface com a qual o usuário interage.
Para a comunicação dos módulos é necessária uma Central de Automação. Como ilustra a Figura
5, o funcionamento do sistema é dividido em cinco aspectos: solicitação do usuário para o
acionamento de um determinado equipamento, envio da solicitação via Bluetooth do smartphone à
Central de Automação, transmissão dos sinais para todos os módulos através de Rádio Frequência,
teste para a execução da ação pelos módulos e retorno da solicitação para o usuário.
Dentro do que está projetado, é possível tecer uma série de vantagens para o usuário: adição ou
remoção de ambientes e módulos, maior mobilidade e possibilidade de adição de recursos de
Tecnologia Assistiva (como, por exemplo, acionadores) ao aparelho. Além disso, há a possibilidade
do controle individual de cada módulo, em casos de sinistro com o Tablet ou Smartphone.
A proposta é que o usuário possa integrar o sistema facilmente a sua residência, eliminando a
necessidade de alterações na infra-estrutura e tornando as eventuais modificações mais ágeis e
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baratas. Assim, o sistema proposto se configura como uma combinação de tecnologias que
resultam em um sistema de automação residencial inclusivo de baixo custo.
5. TESTES E RESULTADOS
A partir de um ambiente criado que simula uma sala, cozinha, banheiro e um quarto, se pôde
demonstrar o uso da ferramenta desenvolvida neste trabalho. Para tal, fora configurado uma
Central de Automação, inserida na sala, três módulos Relé, ligados às lâmpadas de cada ambiente
e um módulo Servo Motor, para o controle da janela da sala. O usuário, neste caso um cadeirante,
pode experimentar e avaliar a solução.
A Figura 6 ilustra a instalação dos módulos descritos, estes acoplados ao sistema elétrico já
existente, facilitando o processo de instalação e não necessitando de modificações na estrutura do
ambiente.
Para a realização dos testes, o cadeirante foi convidado a locomover-se pelo ambiente, verificando
o alcance dos sensores de presença dos Módulos de Relé, além dos acionamentos manuais em
todos os demais módulos. A partir do aplicativo instalado e configurado no smartphone, o usuário
também executou os testes de acionamento remoto, tendo controle de todos os módulos
instalados, independente do ambiente em que se encontrava. Para os testes com reconhecimento
de voz, o usuário solicitou uma série de comandos verbais, como funções e estado do dispositivo
em questão.
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Ressaltou que o uso é simples e intuitivo tanto para o deficiente quanto seu cuidador.
6. CONCLUSÕES
Sabe-se que um quarto da população brasileira possui alguma deficiência, e que estas pessoas se
deparam, diariamente, com dificuldades de locomoção e acesso, inclusive em suas residências.
Sendo assim, utilizar-se da tecnologia, a fim de propiciar a usuários facilidades em suas rotinas
diárias, é uma premissa que o presente projeto buscou atender.
Este trabalho abordou uma solução de Automação Residencial Inclusiva e financeiramente viável
para uma maior quantidade de pessoas com deficiência; utilizando tecnologias livres de
Automação Residencial para disponibilizar interfaces capazes de proporcionar um nível profundo
de experiência de interação entre o sujeito e o meio; além de possibilitar a criação de novas
formas de interação para com essas pessoas.
Baseando-se nas informações presentes neste trabalho pode-se concluir que é possível criar uma
solução de Automação Residencial Inclusiva com plataformas abertas sem que haja a necessidade
de alterações complexas na arquitetura do domicílio. No entanto, este estudo deve ser ampliado,
para que cada vez mais possamos buscar facilitar a vida destes indivíduos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida e dá outras providências. Brasília, DF, Congresso Nacional, 2000. Disponível em: .
Acesso em: jun 2013.
CARLETTO, Ana Claudia e CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal: um conceito para todos.
Instituto Mara Gabrilli: São Paulo, 2008. Disponível em: Acesso em: mar 2014.
GALITZ, Wilbert O.The essential guide to user interface design: an introduction to GUI
design principles and techniques. 3 ed. Wiley, 2007.
ISO, 1997. ISO 9241-11: Ergonomic requirements for office work with visual display
terminals (VDTs). Part 11 — Guidelines for specifying and measuring usability. Gènève:
International Organisation for Standardisation.
SONZA, A. P.; KADE, A.; FAÇANHA, A.; REZENDE, A.; NASCIMENTO, G.; ROSITO, M.;
BORTOLINI, S.; FERNANDES, W. (Org.). Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a
inclusão sociodigital de pessoas com necessidades especiais. Porto Alegre: Corag, 2013.