Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi um filósofo francês que se dedicou principalmente à fenomenologia e à psicologia. Ele estudou na École Normale Supérieure em Paris e lecionou em diversas universidades francesas. Suas principais obras foram A Estrutura do Comportamento e Fenomenologia da Percepção, nas quais desenvolveu suas teses a partir da fenomenologia de Husserl e da psicologia da Gestalt. Merleau-Ponty também se interessou por marxismo e psicanálise, busc
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi um filósofo francês que se dedicou principalmente à fenomenologia e à psicologia. Ele estudou na École Normale Supérieure em Paris e lecionou em diversas universidades francesas. Suas principais obras foram A Estrutura do Comportamento e Fenomenologia da Percepção, nas quais desenvolveu suas teses a partir da fenomenologia de Husserl e da psicologia da Gestalt. Merleau-Ponty também se interessou por marxismo e psicanálise, busc
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi um filósofo francês que se dedicou principalmente à fenomenologia e à psicologia. Ele estudou na École Normale Supérieure em Paris e lecionou em diversas universidades francesas. Suas principais obras foram A Estrutura do Comportamento e Fenomenologia da Percepção, nas quais desenvolveu suas teses a partir da fenomenologia de Husserl e da psicologia da Gestalt. Merleau-Ponty também se interessou por marxismo e psicanálise, busc
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) foi um filósofo francês que se dedicou principalmente à fenomenologia e à psicologia. Ele estudou na École Normale Supérieure em Paris e lecionou em diversas universidades francesas. Suas principais obras foram A Estrutura do Comportamento e Fenomenologia da Percepção, nas quais desenvolveu suas teses a partir da fenomenologia de Husserl e da psicologia da Gestalt. Merleau-Ponty também se interessou por marxismo e psicanálise, busc
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IP –USP / PSE – 5718 – História e Filosofia da Psicologia – 2009
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961)
Maurice Merleau-Ponty nasceu em Rochefort-sur-Mer no dia 14 de março de 1908 e morreu em
Paris no dia 3 de maio de 1961. Estudou na École normale supérieure (Escola Normal Superior) de Paris, graduando-se em filosofia em 1931. Lecionou no Liceu de Beauvais de 1931 a 1933, no Liceu de Chartres de 1934 a 1935 e na Escola Normal Superior de 1935 a 1939. Foi mobilizado para a 2ª Guerra Mundial entre 1939 e 1940. Depois, ensinou durante quatro anos no Liceu Carnot e participou da resistência contra a ocupação nazista. Em 1945, quando se doutorou, foi nomeado diretor de cursos e conferências da Universidade de Lyon, da qual se tornou professor titular em 1948. Nessa época, fundou, com Jean-Paul Sartre, a revista Os tempos modernos, da qual foi assíduo colaborador e co-editor até 1952. Em 1949 foi chamado a lecionar na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne), ocupando as cadeiras de psicologia e pedagogia. Em 1952 atingiu o posto mais valorizado do mundo acadêmico da filosofia francesa, a cadeira de filosofia no Collège de France. Suas duas principais obras tiveram como temas centrais objetos tradicionais dos estudos de Psicologia: La Structure du comportement (A Estrutura do Comportamento) (1942) e Phénoménologie de la perception (Fenomenologia da Percepção) (1945). A partir das concepções construídas por Husserl em sua fenomenologia e muito marcado pela influência da Psicologia da Gestalt, Merleau-Ponty desenvolveu suas teses dialogando, ao mesmo tempo, com diferentes correntes da psicologia, das ciências humanas e biológicas e da filosofia. No que se refere à análise da percepção, no pensamento do filósofo francês a fenomenologia se torna existencial, pressupondo apenas o próprio mundo e não um pensamento que pudesse independer do mundo, e ensinando que filosofar é reaprender a ver o mundo, voltar às próprias coisas. Em que momento a consciência se insere no mundo? A teoria clássica da percepção não o explica e a psicologia, sem o aporte da fenomenologia, não consegue descrever esse momento. A percepção que funda e inaugura o conhecimento, traz em si uma significação. O pensamento, por sua vez, apóia-se sobre esse plano inaugural sensível que é a percepção. Essas idéias, desenvolvidas principalmente no livro Fenomenologia da Percepção (do qual leremos um dos capítulos), ganharão um rigor ainda maior com a introdução, nos últimos anos de vida do filósofo, da dimensão ontológica, em grande parte inspirada por outro filósofo que partiu da fenomenologia de Husserl, o alemão Martin Heidegger. A partir de seu interesse pelas questões sociais e políticas, Merleau-Ponty publicou em 1947 um conjunto de ensaios marxistas - Humanisme et terreur (Humanismo e Terror), uma das mais elaboradas defesas do comunismo soviético do final dos anos 1940. Contrário ao julgamento do terrorismo soviético, atacou o que considerava "hipocrisia ocidental". Porém a guerra da Coréia desiludiu-o e ele acabou por romper com Sartre, que apoiava os comunistas da Coreia do Norte. Em 1955, Merleau-Ponty publicou mais ensaios marxistas, Les Aventures de la dialectique ("As Aventuras da Dialética"). Esse livro, no entanto, indicava sua mudança de posição: o marxismo soviético não aparece mais como a última palavra na História. Passou a definir sua posição como a de uma esquerda não comunista. Merleau-Ponty mostrou interesse pela Psicanálise desde seus primeiros trabalhos, ainda na década de 40. Mas foi principalmente nos anos 50 que o filósofo construiu concepções singulares sobre o inconsciente, o sonho, a memória e o simbolismo, que o colocaram simultaneamente em um diálogo intenso com a Psicanálise e na direção de um pensamento original que parece ser capaz de reinstalar o solo da própria Psicanálise em um território nunca antes habitado. No mesmo ano de 1960, em que escrevia o texto inacabado que seria publicado postumamente em 1964 com o título Le Visible et L’Invisible (O Visível e o Invisível), no qual explicita seu projeto de “uma psicanálise ontológica”, Merleau-Ponty publica o prefácio do livro L’Ouvre et L’Esprit de Freud (A Obra e o Espírito de Freud) escrito pelo psicanalista francês A. Hesnard, que nesta época estava bem próximo de Lacan. A presença da Psicanálise neste ano de 1960 é apenas um exemplo das intensas comunicações estabelecidas entre o filósofo e o campo da Psicanálise nos últimos anos de sua vida. Para além das relações pessoais de amizade que o ligavam a Lacan e Pontalis e dos mais de 20 anos de leitura de textos de Freud, Klein, Reik, Schilder, Abraham, Glover, Spitz, entre outros psicanalistas, Merleau-Ponty tinha razões propriamente filosóficas para uma maior aproximação com a Psicanálise em seus últimos anos de vida. Sugestão de leitura: COELHO JUNIOR, N. (1991) O Inconsciente em Merleau-Ponty. In: O Inconsciente- várias leituras, Felícia Knobloch(Org.), São Paulo: Editora Escuta e COELHO JUNIOR, N. e CARMO, P. S. (1992)Merleau-Ponty : Filosofia como Corpo e Existência, São Paulo: Editora Escuta.