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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Português

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Viaze Inácio Nahuve: 91220538

Pemba, Março, 2022.

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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Português

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em
Ensino de Português da
UnISCED.
Tutor: Miquelina Zita

Viaze Inácio Nahuve: 91220538

Pemba, Março, 2022

1
Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1.PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS...................................................................4

2.Derivação Prefixal...................................................................................................................4

2.1.Derivação Sufixal.................................................................................................................5

2.2.Exemplo de Derivação sufixal..............................................................................................6

3.FORMAÇÃO DE PALAVRAS - COMPOSIÇÃO.................................................................7

4.Recomposição..........................................................................................................................9

Nota final..................................................................................................................................11

Referência bibliográfica............................................................................................................12

2
Introdução

O trabalho em destaque tem como tópico central: “processos de formação de palavras”


Conhecer os processos de formação das palavras possibilitam compreendê-las melhor quanto
ao conteúdo significativo e perceber com que intenção elas estão sendo usadas (um texto
informativo, um anúncio publicitário, uma piada etc.). O português, assim, como outras
línguas latinas, possui vários instrumentos geradores de neologismos. Todavia, destacam-se
dois como principais, a saber, a composição e a derivação, e, neste trabalho, ouso citar mais
um como um dos principais, a recomposição de palavras, que se configura como um
processo de formação de palavras em que os primeiros elementos não são verdadeiros
prefixos e, sim, pseudoprefixos, isto é, radicais latinos e gregos que adquiriram sentido
especial nas línguas modernas. Nesse sentido, o usuário da língua portuguesa é muito
criativo na renovação do léxico da língua. Aproveita-se de radical erudito existente na língua
vindo do grego e do latim, e combina esse radical com afixos (prefixos e sufixos) para
formação de novas palavras. No que tange os objectivos deste trabalho importa destacar
alguns, que são:
Objectivo geral:

 Conhecer os processos de formação de palavras.

Objectivos específicos:

 Explicar o processo de formação de palavras;


 Identificar os processos de formação de palavras;
 Descrever significados de radicais, prefixos e sufixos de origem grega e latina.

Metodologias

Quanto a metodologia para a realização deste trabalho recomendado na cadeira de Português


1, foi de consulta de obras literárias, em que os nomes consultadas encontram mencionadas no
incremento do trabalho.

Neste caso, o trabalho compreende na seguinte estrutura: Índice, introdução,


desenvolvimento, por onde se detalhe ou debruçam – se os conteúdos inseridos no mesmo, no
sentido de trazer a informação com uma objectividade, e por fim a conclusão e referência
bibliográfica.

3
1. PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Na língua portuguesa há dois processos básicos de formação de palavras: a derivação e


a composição.

O português, assim, como outras línguas latinas, possui vários instrumentos


geradores de neologismos. Todavia, destacam-se dois como principais, a saber, a
composição e a derivação.

A derivação ocorre por meio de adição de sufixos ou prefixos a um radical no


intuito de formar um neologismo. A composição é um processo que se dá por meio da
união de dois ou mais radicais. A recomposição, por sua vez, utiliza o radical como se esse
fosse prefixo.

No entanto, Câmara Jr. (1976), sustenta que:

Inclui os prefixos na categoria da composição, dizendo que esses elementos são de


natureza lexical e assumem um valor significativo que cria um novo sentido para as
palavras, introduzindo no conjunto uma ideia subsidiária, o que justifica a prefixação
no processo de composição; os prefixos são preposições que mantêm traços próprios
de natureza morfológica e semântica. Ao contrário do sufixo, assume o valor
morfológico (p.9).
Para Câmara Jr, a composição é uma forma mais frouxa, do ponto de vista formal, pois se
configura como o uso estereotipado de dois nomes, cada um conservando a sua identidade
mórfica na sua flexão característica.

Para Bechara (2009,) argumenta que:

Nas palavras compostas com radicais livres, do tipo guarda-chuva, persiste, como é
fácil de se observar, a individualidade de seus componentes. Essa individualidade se
traduz: a) na escrita, pela mera justaposição de um radical a outro, normalmente
separados por hífen: b) na pronúncia, pelo fato de ter cada radical seu acento tónico,
sendo o último o mais forte que é o que nos orienta na classificação da oposição do
acento nas palavras compostas (por isso que couve-flor é oxítona, enquanto guarda-
chuva é paroxítona). Em tais casos dizemos que as palavras são compostas por
justaposição (p 340).

2. Derivação Prefixal

Derivação prefixal é o processo pelo qual se formam palavras pela anteposição do afixo a
palavras primitivas para lhe acrescentar uma nova informação. Tem por característica comum
ser elemento preso e servir para formar inúmeras palavras.

Para Cunha e Cintra (2001), por terem-se originado de advérbios e preposições, os prefixos são

4
mais independentes do que os sufixos, não são necessariamente formas presas. Há formações
em que entram prefixos que são meras partículas, sem existência independente na língua, como
des – em desfazer – ou re – em recompor. Há outras de que participam elementos formativos
que costumam atuar também como palavras independentes, é o caso de contra – em
contrabando – e entre – em entreabrir.

A existência de prefixos que podem actuar como formas livres na língua, como entre,
sobre e contra, constitui, segundo os autores, um argumento para alguns teóricos excluírem a
prefixação do processo de derivação e incluí-la no processo de composição.

Contudo, Cunha e Cintra (2001) mantêm a prefixação entre os processos de derivação


apoiados no fato de que essa possibilidade de ocorrência independente na língua é restrita a
alguns prefixos apenas, além de nem sempre ser fácil estabelecer a separação entre prefixos que
são formas livres e os que são presas, como em entrelinha e contradizer.

Na perspectiva de Houaiss (2010) Também concorda que:

Vários prefixos são variantes de preposições (com, sem, entre), e muitos adjectivos e
morfemas de significação numeral se antepõem à base léxica com um
comportamento gramatical análogo ao do prefixo (aeroespacial, bimotor,
pentacampeão). Por isso, existem bons argumentos a favor de incluir a prefixação
como um instrumento de composição, como também é defensável tratá-la como um
processo intermediário entre a composição e a sufixação.

2.1. Derivação Sufixal

O sufixo é um termo que empresta uma ideia acessória ao radical ao qual se unem os
sufixos não possuem uma independência significativa fora do radical, por isso, são chamados
de formas presas. Possuem uma função morfossintática, pois, em geral, alteram a categoria
gramatical do radical a que se juntam – substantivo / adjectivo, como no caso de real /
realidade, bem como podem não realizar modificação alguma na categoria do radical ao qual se
unirão, como se percebe em relação a feio / feioso.

Cunha e Cintra (2001) esclarecem que:


Através da derivação sufixal, podemos formar novos verbos, substantivos, adjectivos
e até advérbios em -mente. Afirmam, ainda, que os sufixos serão classificam em: a)
nominais – quando o resultado da junção do radical+sufixo, der origem a um
substantivo ou a um adjectivo, como em pont-eira; b) verbais – quando o resultado
da união de um radical+sufixo, for um verbo, como em amanh-ecer; e c) Adverbiais
– quando o resultado gerado pela união de um radical+sufixo, der um advérbio, como
em bondosa-mente (p. 54).
Segundo Bechara (2009) informa que, ao lado do valor sistémico, associam-se aos sufixos
valores elocutórios intimamente ligados aos valores semânticos das bases a que se agregam e
dos quais não se dissociam. Os valores aumentativos estão muitas vezes associados a algo
5
pejorativo; grotesco (peotastro); os diminutivos estão vinculados à afectividade (amorzinho,
paizinho).

Segundo Houaiss (2010) destaca que:

Pela possibilidade de conferir uma nova classe à palavra derivada, a sufixação


configura-se como um processo de extraordinária versatilidade na língua. Enquanto a
prefixação colabora ordinariamente para a ampliação do léxico, a sufixação, além
dessa função, tem um papel importante na construção sintáctica dos sintagmas, das
orações e até mesmo do texto.

2.2. Exemplo de Derivação sufixal

Acréscimo de sufixo à palavra primitiva que pode sofrer alteração de significados e de


classe gramatical  Unha – unhada (da – golpe, ataque feito com a unha)  Alfabeto –
alfabetizar (transforma o substantivo em verbo - acréscimo de izar) – alfabetização (ção –
transforma o verbo em substantivo).

Derivação parassintética (parassíntese): acréscimo simultâneo (ao mesmo tempo) de


prefixo e sufixo à palavra primitiva. (comum em verbos, obtidos de substantivos e adjetivos) 
Esclarecer – es+clar+ecer  Empobrecer – em+pobr+ecer  Aportuguesar – a+portugues + ar 
Desalmado – des + alm + ado  Amanhecer – a+ manh+ecer  Enraivecer – en+raiv+ecer.

Não se deve confundir a derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e


prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos de derivação prefixal e sufixal.
Derivação prefixal e sufixal: adição de prefixo e sufixo em sequência (de modo
independente):  Deslealdade: desleal/lealdade  Infelicidade – infeliz/felicidade
(MONTEIRO, 1991).

 Derivação regressiva: quando o substantivo (abstracto e indicador de acção) é


derivado do verbo.
 Retira-se a parte final da palavra primitiva, obtendo-se por essa redução uma palavra
derivada (formação de substantivos a partir de verbos – substantivos deverbais –
indicam o nome de uma acção).

Substitui-se a terminação verbal pela vogal temática + desinência de infinitivo por uma das
vogais temáticas nominais  (-a, -e ou -o):

 Buscar – busca alcançar – alcance tocar – toque


 Cortar – corte chorar – choro comprar – compra
 Perder – perda vender – venda brigar - briga

6
A derivação regressiva é um processo produtivo na língua coloquial. Surgiram palavras
como agito (agitar), amasso (amassar),

 Os substantivos deverbais são sempre nomes (substantivos) de acção. – Substantivos


deverbais.
 Nos demais casos é o verbo que se forma a partir do substantivo
 Planta – plantar
 Perfume – perfumar
 Telefone - telefonar

Derivação imprópria: sem sofrer nenhum acréscimo ou supressão em sua forma, a palavra
muda de classe gramatical

• Não aceitarei um não como resposta.

Advérbio substantivo

3. FORMAÇÃO DE PALAVRAS - COMPOSIÇÃO

Consiste na formação de nova palavra que possuirá um único significado e que se


abandone a junção feita com um composto já existente.

Nessa categoria, incluem-se os compostos eruditos. Cunha e Cintra (2001) afirmam que:

São utilizados em nomenclaturas científicas, literárias ou técnicas e se


originam, predominantemente, do grego e do latim. No caso dos compostos
eruditos, associam-se duas palavras, uma servindo de determinante para a
outra. Na língua portuguesa, vemos esse fenómeno dar origem a palavras
como, por exemplo, ambidestro / bípede, advindos de radicais latinos.
Na óptica de Câmara Jr. (1976), do ponto de vista formal, o tipo mais comum de
composição é a junção de duas palavras independentes, em que cada uma conserva a sua
individualidade mórfica, como, por exemplo, quadro-negro, salvo-conduto, secretária-
electrónica, cama-elástica.

Entretanto Cunha e Cintra (2001) classificam a composição em três diferentes níveis:

a) Quanto a sua forma, os elementos de uma palavra composta podem estar


justapostos, conservando cada um sua integridade, com passatempo ou em
beija-flor; ou aglutinados, são os casos em que se subordinam a somente a
7
um único acento tónico e sofrem perda de sua integridade fonética, é o caso
de planalto e aguardente.

b) Quanto ao sentido, diferencia-se em uma palavra composta o elemento


determinado, que possui a ideia geral do elemento determinante, que
encerra noção particular. Percebemos isso em guarda-florestal, onde a
palavra guarda exerce o papel de determinado, e a palavra florestal o papel
de determinante.

c) Quanto à classe gramatical dos seus elementos, uma palavra composta


pode ser formada de diferentes combinações entre substantivos com
substantivos, como também com adjectivos, verbos, numerais, pronomes e
advérbios, bem como adjectivos combinados com outros adjectivos; de
verbos combinando com outros verbos, de advérbios combinando com
verbos ou com outros advérbios e, ainda, combinações por vezes curiosas,
como Maria-vai-com-as-outras e tomara-que-caia
 Composição: formação de palavras pela junção de pelo menos dois radicais (palavras
compostas).
 Por justaposição (quando não há alterações nos radicais que se unem):

Exemplo:

 Beija-flor = beij (a)+flor


 Girassol = gir (a)+sol;
 Guarda-chuva = guard (a)+chuv(a);
 Passatempo = pass (a)+tempo.

Para Câmara Jr. (1976), do ponto de vista formal, o tipo mais comum de composição
é a justaposição de duas palavras independentes, em que cada uma delas conserva sua
individualidade mórfica, como encontramos em obra-prima e salvo-conduto. Ocorre, então,
uma associação significativa e formal entre duas palavras e daí resulta uma nova, em que se
combinam as significações das constituintes.

Do ponto de vista morfológico, o composto pode ser um em que há subordinação de


um elemento como determinante a outro como determinado (carro-pipa), ou uma sequência
de elementos coordenados (anglo-americano).

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Por aglutinação (quando há alterações em algum dos radicais que se unem):

 Lobisomem = lob(o) + homem planalto = plan(o)+alt(o)


 Aguardente = água+ardente.

4. Recomposição

A recomposição é um processo de formação de palavra que não se caracteriza nem


pela composição e nem pela derivação A recomposição se dá quando se utiliza, na
formação de uma nova palavra, de prefixoides (falsos prefixos), também conhecidos como
pseudoprefixos. É um processo que ocorre quando radicais gregos e latinos passam a ser
utilizados para dar sentido contrário ao de sua etimologia original, ou seja, passam a
exercer a função prefixoide.

Observe-se, por exemplo, o que ocorre em eco que, em sua essência, significa casa,
habitat. A recomposição surgiu como um processo que passou a ser utilizado de forma
aleatória, como em ecochato, ecodesing, ecosustentabilidade, mostrando que eco, no caso
dos exemplos, é apenas uma redução de ecologia.

Alguns radicais latinos e gregos que, modernamente, se comportam como prefixos,


pois se prestam para formações em série, apresentando, assim, um comportamento
incomum para uma base presa, como agro, em agroindustrial, agrodólar,
agronegócio, agropecuário; aero- em aeroclube, aeromoça; auto- em autocrítica,
auto-ajuda, auto-estima; eco- em ecoesporte, ecovila, ecovia, ecochato, ecomoto,
ecodesing. (Cintra & Cunha, 2001).

Os gramáticos tratam esses radicais como sendo pseudoprefixos ou prefixoides,


porque, além da peculiaridade acima citada, apresentam ainda as seguintes características:

a) Um acentuado grau de independência;


b) Uma significação mais ou menos delimitada e presente na consciência dos falantes,
de forma que a significação do todo a que pertencem se aproxima de um conceito
complexo e, portanto, de um sintagma;
c) Têm, de um modo geral, menor rendimento do que os prefixos propriamente ditos.

Reforçando ainda mais a ideia da presente denominação – pseudoprefixos –, vale mencionar


algumas concepções de renomados gramáticos, como Cunha e Cintra, ao afirmarem que além
da característica antes mencionada, os pseudoprefixos possuem “uma significação mais ou
menos delimitada e presente à consciência dos falantes, de tal modo que o significado do todo
a que pertencem se aproxima de um conceito complexo, e, portanto, de um sintagma”
9
(CUNHA & CINTRA, 2001, p. 114).

No que se refere a esses prefixos, constata-se que o prefixo anti (antissocial) denota uma
ideia contrária, oposta; auto (autógrafo) significa próprio, relativo a si mesmo; pré (pré-
agendamento) é relativo a algo antecipado; e pós (pós-cirúrgico), refere-se a algo que ocorre
depois de um dado acontecimento.

10
Nota final

Chegando aqui posso concluir que, Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas
não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessários que o prefixo
e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o
prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por
derivação parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do
prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.

11
Referência bibliográfica

Azeredo, J. C. de. (1998). Gramática Houaiss da língua portuguesa. 11 ed. São Paulo:
Ática.

Bechara. E. (2009). Moderna gramática portuguesa. 37 ed. rev. ampl. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira.

Camara jr. J. M. (1976). História e estrutura da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro:
Padrão.

Cunha, C.; CINTRA, L. L. (2001). Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

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