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mOÇAMBQUE MOVIMENTOS SOCIAIS
mOÇAMBQUE MOVIMENTOS SOCIAIS
mOÇAMBQUE MOVIMENTOS SOCIAIS
Mais recentimente, Gohn (2011) definiu movimentos sociais como sendo acções sociais
colectivas de caracter sociopolitico e cultural que viabillizam formas distintas de a população
se organizar e expressar suas demandas. Na acção concreta essas formas adoptam diferentes
estratégias que variam da simples denúncia, passando pela pressão directa como mobilizações,
marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, actos de desobediência civil,
negociações, até as pressões indirectas.
No âmbito da acção colectiva, para Gohn (2011) e Touraine (2004), os movimentos sociais
colocam a sociedade a par dos problemas sociais por eles identificados, para que os indivíduos
estejam conscientes das situações em que se encontram.
Talvez o mais antigo movimento de massas que nós podemos destacar como um princípio de
movimento social tenha sido a Queda da Bastilha, que marcou a Revolução Francesa em 1789
e foi responsável pela queda da monarquia absolutista francesa. Outro grande movimento de
massa que se tornou um movimento social organizado foi o movimento sufragista, considerado
parte da primeira onda do feminismo, movimento organizado por mulheres que reivindicavam
o seu direito ao voto e à participação cidadã na política.
Nos Estados Unidos e na África do Sul, a população negra revoltou-se contra o injusto sistema
de segregação racial que garantia privilégios à população branca e retirava os direitos da
população negra, tratando esta camada como uma horda de cidadãos inferiores. As mulheres
também se organizaram em colectivos para lutar por seus direitos, buscando a liberdade sexual
e o tratamento igualitário entre os gêneros (essa ficou conhecida como a segunda onda do
movimento feminista).
O mundo passou por severas mudanças a partir da década de 1960, período em que as minorias
saíram às ruas para lutarem por seus direitos. A partir daí, vários movimentos sociais começam
a eclodir pelo mundo, sempre em busca de uma organização que visasse a inclusão de pessoas
excluídas e sempre se diferenciando de acordo com as especificidades de cada local.
Foi dentro desses movimentos associativos que saíram, mais tarde, alguns dos movimentos
sociais que participaram da fundação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o
amplo movimento político e militar que desencadeou a luta de libetação nacional e que governa
Moçambique desde 1975.
Tal como defendeu José Negrão, nessa fase, os movimentos associativos em Moçambique eram
frágeis e embrionários, serviam a fins políticos e não tinham margem de manobra para de forma
livre expor suas ideias e acções em prol do desenvolvimento do país. Contudo, entre 1975 a
1988, existiram algumas organizações que se desenvolveram à margem do controlo estrito do
partido único, entre elas o Conselho Cristão de Moçambique, o surgimento da Caritas de
Moçambique e a União Nacional de Camponeses. No periodo do partido único, a paticipação
da sociedade civil estava coartada por vários constrangimentos inerentes ao proprio regime
político (OSISA, 2009, p. 73).
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Características gerais de um movimento social
De acordo com Gohn (2014), para ser considerado um movimento social, deve haver uma
liderança, uma base e uma demanda. Além disso, para a autora, deve haver ainda opositores e
antagonistas, conflitos sociais, um projecto sociopolítico, entre outros.
Por sua parte, a ideologia abarca a luta política do movimento, pois esta será responsável por
articular a união entre os grupos sociais. Por fim, ao se instituírem, os movimentos sociais
estabelecem uma disposição hierárquica. Essa hierarquização pode ser mais ou menos
centralizada, numa estrutura deliberada para possuir líderes e outros integrantes.
Para que haja um movimento social efetivo é preciso haver um projeto, uma ideologia e uma
organização hierárquica. O projeto abarca a proposta e objetivos do movimento em questão.
Dessa forma, devemos destacar que, de acordo com Medeiros (2014), o simples fato de ir às
ruas protestar contra a corrupção, por exemplo, não caracteriza um movimento social. Uma
ação esporádica, ainda que mobilize um grande número de manifestantes, pode ter em seu
coletivo representantes de movimentos sociais e populares mas não caracterizam um
movimento social como tal.
Ainda fazem parte dos movimentos sociais os movimentos populares, sindicais e a organizações
não governamentais (ONGs).
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8. Principios do Movimento social
Touraine (2004) defende que qualquer Movimento social deve ser caracterizado pela existência
de três principios sendo eles:
9. Mudanças sociais
9.1 Conceito
Segundo Guy Rocher é toda a transformação observável no tempo, que afeta, de uma maneira
que não seja provisória ou efémera, a estrutura ou ofuncionamento da organização social de
uma dada coletividade e modifica o curso da sua história.
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Durável: não se incluem na mudança social, por exemplo, determinados fenómenos
cíclicos
Fenómeno coletivo: as transformações sociais afetam toda a sociedade ou grande parte
dela.
Estrutural: a mudança social corresponde a transformações nas instituições, nas relações
entre instituições, na estrutura de classe, valores, estatutos, papéis sociais e práticas
sociais. Por exemplo, a crescente participação da mulher na atividade económica altera
o papel do homem e da mulher na família, dá origem à generalização dos infantários,
das residências para idosos, novo papel social da escola, etc.
Multicausal: todas as mudanças sociais têm origem em múltiplos fatores. Umas
mudanças acarretam outras num jogo de sucessivas adaptações em cadeia nas diversas
partes da estrutura social.
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12. Agentes de mudança
Elites - indivíduos ou grupos com autoridade, poder ou influência, que contribuem para
a ação histórica da coletividade seja pelas decisões tomadas, pelas ideias ou pelos
sentimentos ou emoções que experimentam ou simbolizam. Por xemplo, Elite política,
elite estudantil, elite operária, artistas, desportistas… (Che Guevara, Luther King,
Mandela, Papa, Graça Machel, dirigentes partidários…)
Movimentos sociais - organizações relativamente estruturadas que visam a promoção
e a defesa de certos interesses definidos. Por exemplo, Movimento de Defesa da Vida;
Movimento Educação Livre (ensino doméstico); Movimento pela Abolição da
Tauromaquia em Portugal; Indignados; Movimento 12 de Março; Greenpeace; Amnistia
Internacional; Human Rights Watc, etc.
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