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Cultura Do Renascimento

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RENASCIMENTO (contexto histórico-cultural)

O renascimento corresponde ao início da época moderna que desapontou nos séculos XIV e
XV. Vamos ter duas conjunturas importantes, uma em Florença e outra na Flandes, porém,
iremos ter uma construção de uma linguagem alternativa global que se espalhará pelo resto da
Europa e mistura-se com as tradições locais de cada região.
Conceitos importantes neste período (novos valores artísticos, culturais e científicos fundados
nestes conceitos):
A. Homem: o renascentista ainda é religioso, ainda teme pela sua salvação e sua alma (não
se afasta da igreja), porém irá contrapor-se ao pensamento medieval teocêntrico e
passará a ser o protagonista da sua própria vida.
B. Antropocentrismo: o homem como medida de todas as coisas, no sentido literal de
medida e proporção, e no sentido cultural.
C. Humanismo: criado por Leonardo Bruni, o termo aplicava-se aos studio humanitas
composto por cinco disciplinas que “aperfeiçoavam o homem” – a gramática, a retórica,
a ética, a poesia e a história. Os humanistas eram intelectuais ecléticos que
questionaram os saberes teóricos e livrescos da Idade Média e construíram novos
conhecimentos, baseados nos autores clássicos, na observação direta da Natureza e na
sociedade do seu tempo.

Há um crescente otimismo e crença nas potencialidades do Homem e uma nova


consciência do seu lugar no mundo.

Outras características:
A. Sentido de valorização do dinheiro: (algo que herdamos do renascimento) Os
medievais não pensavam em dinheiro. Os renascentistas não vivem só da terra, mas
também do comércio (para quem vive da terra as estações são essenciais, para os
renascentistas o tempo está ligado ao dinheiro e a geografia - as redes de rotas). Por
exemplo, na Idade Média não tinham uma data para terminar uma catedral, neste
período isto é algo inviável pois “tempo é dinheiro”. (as coisas têm um valor e
aumentam consoante a produção).
B. Contratos de 1 ano e 1 dia e companhias de seguros: dois mecanismos que
permitiam fortalecer o poder e assegurar que os lucros fossem consistentes. Neste
período tudo era contratual.
C. Evidenciar o valor das coisas: os ricos mercadores, comerciantes e banqueiros vão
disputar para as suas cortes os melhores artistas e as melhores matérias para realizar as
obras – necessidade de superiorizar-se.
D. Sentido de investimento: tanto no negócio e no seu nome, como o nome da família
(filhos/netos etc).
E. Contabilidade: os italianos inventam as duas colunas – o que tenho e o que deu.
F. Mecenato: classe de famílias nobres e burguesas que protegiam e apoiavam os artistas
e intelectuais, financiando a produção artística, literária e científica durante o
renascimento, angariando prestígio e reconhecimento publico por tal apoio – protetores
da arte.
Esta mudança deveu-se, sobretudo, aos descobrimentos marítimos, contacto com outros
povos e descobertas de novos territórios e culturas, a ampliação das rotas comerciais o
que diversificou os produtos de consumo, o aumento do comércio onde emergiu o
homem burguês que começa a acumular riqueza e passa a investir na produção
artística: o mecenato.

ARTE DO RENASCIMENTO
O contexto histórico do Renascimento e a nova mentalidade deram à arte um carácter mais
antropocêntrico e humanista, quer a nível físico quer a nível espiritual, o que se nota nos temas e
motivos tratados e nas funções a que se destinava – glorificar a Deus e sua doutrina, mas
também os homens e sua individualidade.
Trata-se de uma arte feita pelo homem e para o homem, então, a medida que o homem evolui a
arte evolui. Desta forma, foi preciso criar uma produção artística para traduzir essas mudanças.
É uma linguagem que precisa estar em sintonia com o recetor.
Em relação as características, podemos dizer que é um retrocesso ao Gótico, pois é uma
simplificação desta. Pela 1º vez, uma sociedade irá renegar a tradição dos seus pais/avós para
basear-se nos antigos. Para eles, estavam inaugurando uma nova época baseada nos antigos,
rompendo com a tradição do passado recente, até então considerada um período de decadência
artística e civilizacional, “era das trevas”.
Pela 1º vez os artistas criam um sistema de aferição em arte.
À medida que a produção artística passa ser considera uma atividade intelectual que exigia
estudos, conhecimentos vários e génio criativo e domínio técnico, os artistas começa a ser
reconhecidos profissionalmente (transforma-se num tradutor da realidade e dos
humanistas.), vão ser considerados cada vez mais como teóricos, e não são meros artistas
mecânicos à semelhança da Idade Média, mas sim, eruditos, têm um estatuto de exceção
(passam a ombrear com músicos, poetas e outros intelectuais) E, elevados à esta condição, o
artista podia agora individualizar a sua obra, assinando-a e distinguindo o papel do autor no
processo criativo.
Conceitos importantes:
A. Imitação: Podemos referir imitação aos modelos clássicos, porém é importante saber
que os artistas não eram “macacos de imitação”, segundo Peter Burke, mas sim o
objetivo era assimilar-se ao modelo, ou se possível, ultrapassá-lo. E, imitação da
natureza (mas também a superar porque acreditavam que ela podia ser melhorada), e
para representar a realidade, o renascimento utiliza a perspetiva, a tridimensionalidade
de uma arte.
B. Perspetiva: há um novo homem que precisa de uma expressão artística para traduzir
essas mudanças, e para representar a realidade é preciso um sistema para representar a
distância, a perspetiva. A perspetiva que na sua etimologia latina significa “ver
claramente”, decorre da mudança cultura do modo de ver e representar a realidade, num
espaço equivalente, homogéneo e constante em todas as suas partes, desta forma, a
perspetiva irá traçar linhas que formam uma pirâmide e convergem num ponto de fuga.
Assim, cria-se a ilusão de um espaço tridimensional numa superfície plana, o que
significou uma rutura com o sistema medieval de representação (ausência de
profundidade, imobilidade das figuras etc).
C. Medida, módulo e proporção: Esta ideia de representar espaços não é algo novo, o
que há de novo é uma construção teórica da perceção do espaço e perspetiva. Percebem
que, sendo o homem a medida de todas as coisas, podem construir um espaço
ilusionístico (o módulo de toda a composição é a figura humana, esta dá a dimensão
real de tudo o que é representado).
D. A cor e a luz: irão trabalhar o claro-escuro e percebem que conseguem dar volumetria a
obra.

OBRAS
1. Lamentação sobre Cristo Morto, Andrea Mantegna
Evidencia a aplicação dos princípios da perspetiva, os pés estão em primeiro planos mas
temos também a inversão da perspetiva, e mudança do ponto de vista- quebra de regras, isto
é, escapa a norma.
2. Expulsão dos demónios, Giotto
 A leitura visual começa pela esquerda inferior com S. Francisco a rezar (figura
nimbada) e por trás está a igreja (não está a orar sozinho, tem a força da igreja).
Passamos de um bloco para o outro através da figura intermédia com o seu gesto
(braço esticado).
 Composição nova e dinâmica;
 As cores são cruas e secas, pois é pintada muito rapidamente.
 Giotto é o 1º protagonista dessa nova linguagem renascentista (apesar de ser um
artista da época medieval), ele é o precursor do renascimento que irá romper com a
tradição medieval recriando a relação entre o indivíduo e o universo.
 Giotto não conhece a perspetiva pois esta aparece no quatrocentto, baseia-se na
perspetiva empírica.
 Domínio do desenho;
 Forma de matizar as cores com tons reais e humanos;
 Regresso a vitalidade da cor e luz da pintura clássica;
 Formas narrativas épicas e coerentes; (toda a arte conta uma história)
 Forte pathos emotivo;
 Pintura que condiciona o olhar do observador de acordo com a vontade do pintor;
 Inovação na leitura das histórias bíblicas e da vida dos santos, sob um ponto de
vista narrativo e descritivo, o que permite que o fiel as leia como se elas se
referissem ao seu tempo e a sua própria existência.

3. Políptico de Pisa, Masaccio


O Políptico de Pisa é um conjunto de pinturas a têmpera sobre madeira e fundo de ouro pintadas
em 1426 pelo pintor italiano do Quattrocento Masaccio. Originalmente (ver Reconstituição) o
Políptico de Pisa devia ser composto por dez painéis principais.
Em Massaccio há mais realidade na representação, por exemplo os panejamentos, o manto a
cair. Percebemos a tatilidade da pele. Há ondulação, utilização do claro-escuro, os recantos têm
sombra. Articula sutilmente a composição, pois ele teve de escolher as figuras, a posição e
organização para contar a história. Ele trabalha a cor (está sempre em função da luz,
aumentando e diminuindo a graduação). Trabalha a volumetria através do claro-escuro.

 Painel da Crucificação: A narrativa se faz através da figura humana, a figura da


pecadora é a catarse da ação (na qual era suposto o observador se identificar). Maria
Madalena não tem forma, está coberta com um manto, e é a cor que traz o impacto.
Quattrocento ainda não resolveu a ideia da posição de cristo na cruz. Este quadro era
para ser visto de baixo.

4. O pagamento do tributo, Masaccio


O Pagamento do Tributo, ou O Dinheiro do Tributo (em italiano: Pagamento del tributo), é um
dos afrescos pintados cerca de 1427 por Masaccio, mestre italiano do início do Renascimento,
que faz parte do conjunto pintado nas paredes da Capela Brancacci da igreja de Santa Maria del
Carmine, em Florença. Estes frescos contam a história de São Pedro, um dos apóstolos de Cristo
e também o primeiro papa. Aqui vemos uma cena do Novo Testamento, no Evangelho de
Mateus onde Cristo e os apóstolos entram no templo em Cafarnaum e um publicano cobra-lhes
o tributo. Daí, Cristo manda Pedro ir ao rio e da boca do primeiro peixe encontrará uma moeda
para pagar o tributo. Vemos no centro a figura de Jesus, sendo a cabeça o ponto de fuga para
onde as linhas todas se convergem e a sua volta os apóstolos, o publicano em figura
contraposto, o braço de Cristo estendido, mas no sentido de sugestão em contraste com o de
Pedro que parece ser uma ordem. Ao fundo, em figura de mancha (algo que só aparecerá mais
tarde) vemos São Pedro no rio a recolher a moeda, e na direita vemos São Pedro a pagar o
tributo. É uma narrativa contínua.
Masaccio usa a perspetiva linear, não só para a ilusão do espaço pictórico, mas também para
conduzir o olhar do observador para a figura mais importante desta composição: Jesus. Usa o
claro-escuro para dar volume as figuras, os pés, as sombras das figuras etc. Podemos ver e
emoção das figuras, Cristo está calma, São Pedro parece irritado com o publicano através das
sobrancelhas franzidas etc.

5. A batalha de São Romano, Paolo Uccello


É um pintor ligado a perspetiva e ao “malabarismo” da perspetiva. É um pintor de traço fino e
apurado, representando bem a realidade. Nesta pintura consegue desenhar o que quer que seja
em perspetiva. É o 1º artista do quattrocento que procura representar o movimento. Neste
quadro vemos um exército preparado para a batalha. Comunicação com base na figura humana e
composição (percebe que consegue direcionar o olhar, parando, etc.). A obra está pensada de
modo a integrar o observador. É como se fosse um flash, neste quadro não há sangue, mas há
lanças quebradas, cavaleiros no chão etc. Através da cor percebemos o sentido de movimento.
Observar – desconstrução – reconstrução, têm como base a natureza, porém para ele a luz pode
ser modificada assim como vemos o cavalo azul.

6. O batismo de Cristo, Piero della Francesca


Piero foi talvez o mais completo e fascinante artista do século XV. Foi graças à sua influência
que a codificação do sistema da perspetiva foi aceite em toda a parte: de um expediente técnico
fruto de uma intuição imitativa, transformou-se num método científico como base da linguagem
plástica do Ocidente até ao aparecimento do cubismo e de outras vanguardas.
As regras que aplica são as mesmas que se baseará a fotografia:
- visão monocular; imobilidade do espectador; estatismo do objeto observado; centralidade do
ponto focal no campo visual etc.
Irá criar um ambiente do tipo clássico – harmonioso e geométrico. Piero segue um caminho
diferente do tradicional, ele sabe pintar a figura humana, mas parece não se importar com a
representação real da luz. As figuras não têm sombra. A aferição do real só lhe serve para a
figura humana. Piero constrói sem ter por base a realidade da luz. Mas há sentido volumétrico
nos panejamentos através da luz, mas no sentido global não há luz real.

A INFLUÊNCIA DA ANTIGUIDADE NO RENASCIMENTO


Todos os autores dizem que o renascimento tem uma influência direta na Antiguidade. A
influência na antiguidade não pode ser algo radical, têm que introduzir estas novidades a pouco
e pouco para as pessoas compreenderem, visto que o objetivo da arte é transmitir ideias. Os
renascentistas conheciam da antiguidade:
1. Nos textos dos humanistas;
2. No próprio país: Itália;
Conjugando o rico património como o próprio génio criativo e estudioso dos italianos fez com
que estivessem predispostos a imitar os modelos da antiguidade de forma inconfundível.
Percebem que a origem do belo está no número.
O renascimento, por sua vez, deixa de estar exclusivamente ligado à temática religiosa, traz
novos mundos, há possibilidade de explorar novos elementos na arte (ex. o movimento), os
imperadores poderiam imortalizar a sua própria face através da arte do retrato.
Seguindo o pensamento que o século 15 está a olhar para a Antiguidade à procura de modelos,
como estes artistas podem usar os modelos? Como podem usar temas pagãos de pessoas
impias que viviam no pecado?
R: Tiveram que olhar para a filosofia baseada em Platão. O problema essencial é afinar o
conhecimento, perceber como se funciona. A partir do momento que recuperam os textos de
Platão em latim, etc, começam a perceber a essência da cultura grega/romana. Toda a arte é
criada por Deus, todas as formas, cores etc, remetem a Deus, por isso, usar tudo isso já era um
louvor a Deus (usar esses elementos é homenagear Deus). Nada disso escapa à esfera divina,
desta forma, criam esta chave para poderem trabalhar estes temas, esses materiais diferenciados
etc. O belo em arte neste período é harmonia que resulta do número, porque o número é
equilíbrio. Módulo, medida, e proporção não é algo exclusivo da pintura, mas de toda a arte.
O desenho é importante para entender. O renascimento não é uma cópia da Antiguidade,
mas sim, uma reformulação de um novo homem, com uma articulação semelhante, mas
numa nova linguagem.
A descoberta da Antiguidade terá uma parte fundamental daquilo que é a evolução do
renascimento.

OBRAS
A. ANDREA MANTEGNA: figura muito importante, muitos papas acabam por trazer um
conjunto de artista à Roma, tal foi o caso de Andrea. É um mestre que evolui, não só irá
demonstrar um naturalismo que caracteriza toda a pintura, gosto pela antiguidade e
reconhecimento da sua importância. Talvez é um dos melhores artistas que exemplifica
a criação do espaço ilusório.
Exemplo 1. Judite e Holofernes

 Mantegna nutria grande predileção por este tema. A temática, tirada dos livros apócrifos
da Bíblia, e que traz a idealização de uma mulher judia que decapitou um homem
poderoso e mau, foi muito usada na arte renascentista por diversos pintores.
 A cena acontece dentro de uma tenda aberta, que é o abrigo do general Holofernes. Ali
se encontram com Judite, sua serva e o corpo sem vida do general babilônico sobre uma
cama, do quela só se vê o pé direito. A heroína aproveita-se da embriaguez do inimigo
de seu povo para decapitá-lo.
 Durante o Renascimento, Judite passou a simbolizar a virtude cívica da intolerância
à tirania, quando o bem triunfa sobre o mal.
 Judite com o olhar voltado para fora traz na mão a cabeça de Holofernes e a espada que
o decapitou, não passa nenhum tipo de emoção. É retratada de pé, como se fosse uma
estátua clássica, mostrando a influencia também do escultor Donatello sobre o artista.
 O painel possui cores brilhantes e variadas. O contraste entre o vermelho do manto da
criada e o amarelo de sua túnica, cores que se fortalecem com o fundo escuro da tenda é
típico do artista.
 Quando criam um espaço pictórico, é porque querem sugerir um espaço real. Para
Andrea não lhe interessava a representação típica da natureza. O que lhe interessa é a
perspetiva.
Mantegna e o desenho – é através do desenho que se estuda. Irá ter uma importância notável,
recorre a temas da antiguidade.
Ele sabe desenhar rigorosamente, porque experienciou, mediu, e sabe aquilo que é clássico do
que aquilo que não é, aquilo que é romano e o que não é. Irá aplicar na sua obra o sentido
volumétrico da escultura, o tratamento da figura humana monumental quase escultórico (ex.
São sebastião).

 Gosto pelo belo;


 Preocupação em trabalhar o movimento (mas não consegue muito);
Exemplo 2. Altar de Zeno

 A cena principal esta divida entre três secções pelas colunas coríntias, mas que se
interligam.
 Articulação entre a pintura e a escultura. As colunas são escultura, mas toda a
perspetiva se articula ao longo dos painéis separadas pelas colunas em madeira.
 Conseguiu construir nesta pintura de painel, não é fresco, é de tempera sob painel de
madeira, um sentido familiar e profundo que envolve S. João Batista, e uma série de
santos em torno da virgem.
 Pintura brilhante e saturada;
 As figuras ocupam um espaço real feito através da ilusão da perspetiva.
 Está representado a Virgem Maria com cristo no colo, anjos a cantar, a corte celestial. É
um paraíso clássico, antigo num espaço pagão.
 Temos figuras que vêm de tempos diferentes: Maria, Jesus, S. Pedro, S. Paulo, S. João,
S. Zeno, provavelmente a pessoa que trouxe a cristandade para Verona. S. João Batista
também está representado em contraposto, naturalismo da sua pose como uma figura
real.
 Mantegna era devoto em estudar a antiguidade clássica, e é obvio que ele olhou para a
escultura para conseguir representar figuras deste tipo.
 Uso preciso da luz.
 Ele condiciona o olhar do observador, não só para a esquerda e para a direita, mas cada
vez mais para o fundo, para a paisagem, os elementos que conduzem à uma
espacialidade.
 Domínio da figura humana, ele põe a figura a fazer o que quiser, sentada, em pé, de um
lado para o outro.
 Construção de um espaço que não é real, mas tem elementos reais.
Criar a regra e ultrapassar a regra, cria-se a regra, mas sempre que é necessário, o artista
pode ultrapassar a regra para criar um efeito visual (tal como o maneirismo). Se eu altero
um pouco a perspetiva para criar um efeito, mas dramático, então eu faço-o, o barroco percebeu
isso e irá usar em exaustão, criar um efeito mais impactante no observador de modo a não se
esquecerem.
Ex. O Olimpo

 Começa a ser aptos dessas modernidades, dessas temáticas.


 Só começa a haver encomendas deste tipo quando entendem que isso não era ofensivo
para a igreja católica, é sim, um exemplo de um outro tempo que Deus também criou, e,
portanto, pode ser representado.
 Não é pintura para igreja, e sim pintura para palácio; O palácio assume um papel
essencial. Começam a aparecer palácios, e casas ricas que tem preocupações
arquitetónicas.
Exemplo. São Sebastião
A obra reflete o fascínio de Mantegna pela Antiguidade e ilustra sua habilidade nos efeitos da
perspectiva: o corpo do santo mártir, visto de baixo para cima, impondo ao espectador sua
monumentalidade.

 Atraído pelas ruínas do mundo antigo;


 Usou modelos da arte grega e romanda para representar figuras e espaço;
 Obra mostra um rico detalhamento escultural, assim como um piso em losangos em
perspetiva, onde são vistos fragmentos de esculturas antigas. Os fragmentos
arqueológicos são minuciosamente talhados e os rochedos, vistos ao longo da estrada, à
esquerda, mostram-se magnificamente corroídos pelo tempo.
 S. Sebastião é retratado na entrada da cidade, amarrado a uma coluna, decorado no alto
como uma figura da Antiguidade Clássica. Assemelha-se com uma estátua de pedra em
forma tridimensional tal como uma escultura antiga.
 Traz catorze flechas encravadas no corpo, com os olhos voltados para o céu.
 Ao fundo avista-se uma cidade montanhosa de aparência clássica. O céu mostra-se
azulado com nuvens brancas esparsas.

B. SANDRO BOTICELLI
Pinta as paredes da sistina e ganha um enorme destaque. Desenhador exímio, que trabalha muito
facilmente. Conhecimento profundo da natureza;
Ex. nascimento de vênus
O quadro criado entre 1482 e 1485, é de autoria do pintor italiano Sandro Botticelli. A tela é um
ícone incontornável do Renascimento. Antes de criar essa tela, o artista costumava pintar cenas
bíblicas. Foi depois de uma viagem à Roma, onde esteve exposto à muitas obras da cultura
greco-romana que, no regresso à casa, inspirado pelo que viu, começou a pintar cenas baseadas
na mitologia.

 Nunca isto foi visto;


 Retomasse algum distanciamento à realidade;
 Não há uma única linha a seguir na arte;
 Nível de idealização que a crescente ligação à antiguidade clássica justifica;
 Inspiração na antiguidade e precisa de mostrar essa antiguidade.
 Idealização da figura humana: a criação de um modelo ideal de mulher, que seria uma
deusa, não é nossa senhora – contexto da mitologia. Neste tempo iria perguntar: o que?
Uma deusa?. Isto não é para a generalidade das pessoas, e sim para pessoas específicas
que encomendam este tipo de imagem, marca também o início do maneirismo. (trabalha
para um círculo de encomendadores específicos)
 Vênus: nua, no centro da tela, faz um gesto pudico para esconder sua condição despida,
tenta cobrir os seios e as partes íntimas.
 Deuses do vento: duas figuras humanas entrelaçadas, unidas a voar que ajudam a deusa
assoprando em direção à terra.
 Deusa da primavera: do lado direito, está a espera de Vênus para cobri-la e protege-la
com um manto florido. Representa a renovação e tudo aquilo que floresce.
 Concha: simboliza a fertilidade e o prazer.
 Desconstrução da realidade e a construção de uma poética própria, torna-o
particularmente importante.
 Ele escolhe a composição global da peça, o sentido de movimento da esquerda para
direita, os elementos (paisagem, figura humana), e a composição dos núcleos.
 Fluidez do movimento dada pelas mãos (ninfas que dançam fisicamente e através do
panejamento) – consegue conjugar a estrutura física e vesti-la.
 Trabalha sempre a figura humana idealizada (não andou a tirar as medidas as pessoas
etc).
Para compor a tela busca inspiração na antiguidade, assim como em outras obras
renascentistas. Almejava-se harmonia e o belo na composição, através da construção de Vênus,
para além da valorização da natureza, do próprio movimento. O quadro apresenta duas grandes
conquistas do renascimento: elaboração da técnica da perspetiva e da profundidade.

ARQUITETURA RENASCENTISTA
As estruturas arquitetónicas quer do gótico quer do renascimento são extremamente complexas.
Toda a construção tem a ver com equilíbrio. Por isso, dá-se a multiplicação de elementos
para haver um equilíbrio. A complexidade da arquitetura gótica, dá-nos construções com grande
qualidade das soluções técnicas que foram sendo desenvolvidas ao longo do tempo. Uso dos
contrafortes que são o alicerce para segurar as paredes. A geometria é a base da arquitetura,
ainda nos dias de hoje. Arquitetura não é uma arte onde se pode ser curioso, senão os
edifícios caem.
Florença tem um centro histórico pequeno, no período do renascimento era uma cidade
muralhada pequena.

A. FILLIPO BRUNELLESCHI:
Nasceu em uma família de classe média na Florença, começou a vida como ourives e foi,
posteriormente, um arquiteto, o pioneiro desta arte na Renascença. Entrou para a história ao
concluir a Santa Maria del Fiore, em Florença, uma das primeiras catedrais em estilo
renascentista. Inspiração na antiguidade clássica, não foi brunelleschi que inventou a perspetiva,
a perspetiva é uma invenção coletiva, resulta de uma colaboração de vários artistas que a
trabalharam e desenvolveram.

 Figura central para o desenvolvimento das primeiras construções renascentistas;


 Estabelece um sistema racional, em torno das leis matemáticas e geométricas;
 Na arquitetura de Brunelleschi temos, geralmente, quadrados ou círculos a servir de
unidade de medida. Isso é patente em todos os seus desenvolvimentos da planimetria.
Exemplo 1. Santa Maria del Fiore

 Mandada construir no século XIII, apesar da cúpula nunca ter sido executada até ao
século XV, quando Brunelleschi regressa a Florença, e propõe um projeto: uma pela
que embora se considere como modelo inaugural do ponto de vista do renascimento, é
dependente da tectónica gótica. Temos uma base octogonal com uma série de arcos
apontados que atravessam metade do vão, desde os pontos de apoio em baixo até ao
ponto central onde se unem no topo da cúpula.
 Constituída por um esqueleto que sustenta toda a estrutura, as nervuras são de pedra e
os panos (paredes) a tijolo (utilizado por ser um material mais leve). Na verdade, o
desenho é mais complexo, pois trata-se de duas cúpulas, estando em vários pontos
ligados uma à outra, segurando-se/suportando-se uma à outra (não se sabendo ainda
bem como). Por baixo da cúpula, ergue-se sobre o octógono um tambor que a sustenta.
Existe também outro problema que é, como é que Brunelleschi conseguiu segurar todos
os tijolos, que conseguiu através da alternação dos panos verticais de tijolo, com fileiras
de tijolos colocados na diagonal que vão travando os tijolos e segurando-os. A partir do
sistema de andaimes.
 Podemos observar, que a cúpula foi desenvolvida de forma cuidadosa, por camadas
sobrepostas, sendo reforçadas à medida que a estrutura ia subindo.
 Esta é caracterizada pela sensação de leveza, em torno de um carácter simplista e puro,
de modo a transmitir a elegância, assim alcançou o máximo prestígio e marcou a visão
dos florentinos.
 Cúpula é pintada pelo interior, feita de tijolo.
 Introduziu novas inovações no processo de construção, com a introdução de andaimes
temporários, de modo a reduzir a madeira utilizada. Não era só o Leonardo que se
preocupava com as máquinas mecânicas etc. aqui vemos o aperfeiçoamento das
máquinas de construção de circular para elevatório.
 Demostra sua criatividade e devoção nesta obra que seria o grande marco da sua vida.
EXEMPLO. Hospital dos Inocentes:
 Simplificação;
 Obra pública, construída a base das necessidades da sociedade, é uma
instituição de apoio à crianças adotadas, órfãs, abandonadas.
 Apesar de os arquitetos, pela primeira vez, terem um modelo para se guiar,
Filipe irá ter um modelo próprio.
 Geometrismo puro: cada tramo da estrutura desenvolve-se a partir de um
quadrado, depois esse quadrado desenvolvendo-se tridimensionalmente dá
origem ao cubo.
 Toda a arquitetura do renascimento tem escala humana;
 O exterior é composto por uma fachada desenvolvida em torno de uma
sucessiva arcaria, erguida um pouco acima do solo, designa-se por loggia,
consistindo assim em uma passagem coberta. A arcada é regular e é
fundamental pela visão de transparência, já não usa os pilares góticos e sim
colunas, o que permite uma transparência visual do espaço;
 Uso da coluna, uso do arco a pleno centro seguindo regras de simetria e
proporção.
 A maioria dos elementos arquitetónicos correspondem à ordem clássica, desde
a arquitrave aos diversos minuciosos ornamentos.
 O arquiteto desenvolve o hospital em torno de formas padronizadas, sendo a
edificação dividida de forma igualitária, os diversos tramos compõem a
separação dos espaços protegidos pelas cúpulas.
 As janelas encontram-se entre as colunas da arcaria, a distancia entre cada
coluna é idêntica, correspondendo também a distancia destas paredes, formando
uma composição simétrica, harmoniosa, equilibrada e proporcional.
 Modulo que se baseia no modulo do ser humano;
 O Arco a pleno centro não pode subir muito alto, senão quebra pelo meio. Há
que encontrar uma modulo e medida, e elevar até ao máximo do que é possível.
Exemplo. Basílica de São Lourenço

 Regularidade das formas e a simetria que comanda todo o espaço tipicamente


renascentista.
 Planta harmónica, simétrica e regular.
 O espaço constitui-se entre quadrados, quatro grandes quadrados formam a capela-mor,
o cruzeiro e os braços do transepto, outras unidades quadradas formam a nave central,
as laterais e as capelas laterais.
 O interior é frio, paralisado, estagnado, a sua estrutura composta por arcos de volta
perfeita e colunas de capiteis coríntios decorados, desenvolvem uma arcada cega que
remete à antiguidade.
 Abóbadas laterais, formadas em arcos assentes em pilastras, desenvolve as abobadas em
peças únicas, de forma simples e regular;
 Introduz alguma iconografia cristão, do cordeiro dentro de uma coroa de louros.
 Não é uma cópia direta da antiguidade, esta implementa os seus próprios elementos
construtivos e decorativos.
Exemplo. Capela de Santo Espírito – fica numa zona menos concorrida.
 Igreja com um complexo muito menor de San Lorenzo;
 Fachada engana um pouco;
 Edifício com três naves, nave central mais alta que as laterais, e iluminada com
janelas.
 Capelas iluminadas com janelas é a grande novidade em relação às outras
igrejas.
 No interior, há uma distribuição de luz muito diferente, espaço transparente e
luminoso.
 Igreja inovadora porque as paredes não eram retas, tinham ondulação.
O que caracteriza a arquitetura do renascimento é uma readaptação e reorganização do espaço,
simplificação dos modelos construtivos à escala humana. Devem criar um referencial daquilo
que era o gótico medieval.
Faz-se a diferença entre o mestre construtor (sabe construir) e o arquiteto (sabe desenhar,
traçar, tem diversos conhecimentos da geometria etc).

B. BATISTA DE ALBERTI
Figura marcante na época, sendo um grande humanista, arquiteto, filósofo da arquitetura e do
urbanismo, pintor, músico e escultor, construiu diversas edificações. Alberti desenvolvera
diversos tratados fundamentais, pois apresentam as codificações das inovações ou invenções
que os diversos artistas desenvolveram durante o Renascimento. Desta forma, será uma
ferramenta importante para a divulgação das transformações que estão a acontecer neste período
e principalmente na Itália, que se espalhará por toda a Europa.

 Marcação de plantas (não tem escala, mas acrescenta as medidas na planta que não é
muito rigorosa, faz a planta e o alçado).
 É um homem que escreve, toda a descrição da planta esta descrito. Usa a linguagem
para descrever a arquitetura e dar indicações – texto escrito + desenho.
 Ao contactar com Vitrúvio, percebe que a arquitetura é muito mais que uma edificação,
tem algo por trás, é estética, tem um corte teórico. Não é um trabalho de mestres
construtores.
 Na descriptio urbis romae, em 1444 fez o levantamento de todos os monumentos
romanos da Antiguidade, descreve a Roma Antiga.
 Devido ao seu profundo conhecimento de Roma monumental, o papa nicolau V pediu-
lhe opinião quanto a urbanização e renovação da cidade eterna.
 Alberti tem a necessidade de definir o arquiteto: é arquiteto aquele que consegue
construir tudo (fortaleza, jerónimo, armazém etc) pois a arquitetura é versátil. Arquiteto
precisa do conhecimento teórico (conceito do belo, modulo, medida) e do conhecimento
técnico e prático.
 Arquitetura é uma arte útil que serve a comunidade, neste sentido, o arquiteto tem o
papel de contribuir para essa utilidade – servir as necessidades do homem.
 Sabe dividir as coisas com seu espírito e inteligência, sabe compor com perfeição. Sabe
colocar elementos no edifício e produzir uma sensação agradável.
 Distribuição uniforme da luz;
Na arquitetura o espaço criado é lido através da luz. Fundamentalmente é o espaço interno,
a transparência, a limpeza da luz. O encomendador, nesta altura, já não é só a igreja, cada
vez mais as pessoas vivem melhor, em palácios e casas. O sentido do espaço só sentimos
quando entramos dentro do espaço. A ideia do espaço é mais importante que os materiais.
Exemplo 1. A igreja de São Francisco, Templo Malatestiano.

 Antiga igreja gótica que passou a ser um mausoléu de S. Francisco, em Remini. Isto é,
pega numa igreja medieval e transforma-a num modelo renascentista.
 Edifício marcado pela sua fachada constituída por 3 nichos semelhantes, austeros e
rígidos de arco de volta perfeita, albergando nas laterais os sarcófagos de pedre, sendo o
do centro a entrada principal para a edificação.
 Usa o arco de triunfo na fachada, que transmite a ideia de poder, e um grande frontão
triangular.
 No friso tem uma inscrição que comemora a família, escrita em latim, nas letras que os
próprios romanos utilizavam nos seus monumentos.
 Alberti foi buscar alguns elementos diretamente a um arco que existia em Roma.
 Rejeita, pela primeira vez, a policromia característica das fachadas florentinas e
toscanas, e prefere a fachada toda branca que era como viam os edifícios clássicos sem
policromia.
 É mais uma placagem do que arquitetura;
 Edifício complexo;
 A fachada ficou incompleta, o andar superior não foi terminad. Sbae-se que estava
previste, e existe um documento que é a medalha comemorativa onde cunha o projeto
inicial.
 Aqui nasce o conceito do “arquiteto”.

Exemplo 2. St. Maria de Novella, em Florença

 Alberti contribui para os estudos da arquitetura antiga da cidade de Florença.


 Intervêm num edifício já existente, St Maria de Novella, a grande igreja dos
dominicanos, uma igreja gótica com notável claustro.
 Vai criar uma fachada para contrapor à alvenaria de tijolo. Extremamente inventiva,
onde são reequacionados os princípios do renascimento;
 Uso do mármore, verde seco e branco criando toda esta possibilidade geométrica.
 Combina pilastras com colunas;
 No andar superior, cria um entablamento amplo que sustenta o corpo superior onde
inscreve um retângulo coroado por um tímpano.
 Importância da transparência do espaço;
 Mais uma vez é uma placagem. Cria uma cenografia na fachada, pensa na urbanização
do edifício e articulação com o meio envolvente.
Exemplo 3. A Igreja de S. Sebastião

 Liberdade de construção. Temos uma fachada inovadora, não há nada que se assemelha
ao que é típico deste tempo;
 Arquitetura de afirmação absoluta, é uma peça que deixa marcas no futuro;
 Alberti trabalha muito bem o volume.

ESCULTURA
Conceito de diacronia: evolução da arte, neste período as coisas evoluem em simultâneo. Todos
os artistas conhecem-se e comungam das mesmas ideias. A arte evolui, o homem evolui e,
transformam-se em outra coisa.
A. Donato de Niccoló, Donattello
É através da figura humana que a história é narrada. A narratividade é criada e desenvolvida em
torno do espaço real. A escultura é afetada pelo mundo real ( é um objeto 3D) e tem um lugar
efetivo no meio, ela partilha nosso espaço, a mimesis com a realidade é automática. Os
escultores, desde o gótico, aproximam-se da realidade muito mais cedo.
Podemos aplicar à escultura a mesma linguagem plástica da pintura (composição, módulo,
volume, luz etc). O escultor trabalha com as três dimensões reais, e a quarta dimensão é a luz
(que tem de ser real).
A escultura é uma sequência de côncavos e convexos, é um jogo compositivo que precisa da
luz, cria-se a composição em função da luz.
O escultor escolhe o seu material, é essencial tentar dominar o material que se trabalha.

 Os materiais quanto mais táteis, quanto mais fáceis de talhar mais detalhe conseguem
colocar (em história da arte, a matéria-prima é o calcário).
 A cor e a pintura: toda escultura de madeira no renascimento é pintada, a pedra não – a
mimesis com a realidade é importante e a realidade tem cor.
Durante toda a sua carreira cobre todo o tipo de escultura (vulto, relevo, estatuas equestres,
altares etc), tem a capacidade de manipular diferentes materiais.
Está na criação da norma. Tem 5 fases na sua vida. Ele cobre quase inteiramente a península
itálica (não trabalha no sul).
Ex 1. Porta de Mandorla, Catedral de florença

 Começa como aprendiz;


 Conjugação da figura humana e motivos vegetais;
 Figura humana pensada em função do observador (não se movimentam, mas têm de ser
expressivas).
 Percebe que o corpo humano tem uma estrutura corporal e é a partir desta que o artista
deve recriar.
Ex 2. David, Museu de Borgelo

 O construtor tem de ter atenção a toda a volumetria da peça;


 Peça muito bem esculpida, David aparece depois do combate com Golias, aparece
coroado de louros (momento vitorioso). Na base está escrito “os deuses apoiavam os
bravos combatentes pela pátria, mesmo contra os inimigos mais temíveis”.
 Faz parte de uma questão política – exemplo de resiliência e os fracos lutaram contra os
fortes e vencerem. Um dos grandes temas encomendados em Florença, porque ele era o
símbolo da cidade.
 Movimento através dos braços. Composição dinâmica na articulação dos braços, no
afastamento das pernas, nas mãos etc, linhas oblíquas.
 Volumetria a partir das linhas;
 Figura em bronze, material muito mais caro e tecnicamente muito mais complexo. A
escultura do bronze tinha sido importantíssima na antiguidade clássica e é reatada
agora.
 Faz lembrar a escultura do período helenístico.
 Seu David foi o primeiro nu em bronze em tamanho natural a ser modelado depois da
antiguidade, e essa nudez traduz-se num grande heroísmo que caracteriza a ação.
Ex 3. Donattello, Catedral de florença (escultura), São João

 Desproporção da figura (a figura não está sentada como devia, a bacia etc.
 São peças colocadas em lugares altos.
 Escultura destinada à torre sineira da Catedral de Florença.
 Transparece a conceção grandiosa da figura humana, a presença solene da figura
humana que é um dos tópicos do Renascimento.
Ex. 4. S. Marcos, Osanmichelle

 Estátua de mármore, que está em exposição no museu da Igreja de Orsanmichele, em


Florença.
 Originalmente estava num nicho exterior da igreja, onde atualmente está uma cópia.
 Foi encomendado pela guilda dos tecelões de linha para completar três peças para o
projeto – o primeiro foi São Marcos.
 Conciliação entre o que é não-clássico com o clássico.
 As veias da mão esquerda são visíveis, o contraposto em pose natural. O santo tem mais
peso na perna direita, o seu joelho esquerdo está dobrado e seu tronco ligeiramente
torcido.
 Escultura notável por seu realismo detalhado, provas de habilidades do artista.

Ex. 5. Arte dei Corazzai ou San Michelle, Florença (Tabernaculo de São Jorge para a Igreja
de São Miguel)

 Figura de S. Jorge, estátil – ele quer que seja.


 Composição em eixo e profundamente estática, é um guerreiro que ainda não está em
combate, mas que através do ligeiro contraposto, com o pé esquerdo ligeiramente à
frente do direito, parecia que estava pronto para combate. Donattello domina o olhar do
observador através da conjugação das linhas.
 O manto está com finíssimas pregas.
 É aqui que cria-se uma norma.
 Não há tratadística que ensine. É preciso um artista saber fazer.
 Aplicar a perspetiva nos vários níveis de relevo.
 Retratado como um soldado cristão, observamos a representação da força anatómica, a
partir da composição da mão direita, com as veias e delineamente dos músculos.
 Por baixo do nicho temos, representa um painel em revelo, designado por schiacciato
(algo nunca antes visto, quase que tratou a pedra como pintura, tratou a superfície da
pedra e nela construiu profundidade): caraterizado pelo seu formato aplanado, com a
tentativa de uma ilusória numa profundidade constate, representa o acontecimento
marcante da vida deste herói: São Jorge está em combate para salvar a princesa, e mata
o dragão.
 tratamento da figura humana, panejamentos, nenhum antes de Donattello havia feito
isso.
 Influencias da escultura clássica, mas também tentativa do uso da técnica renascentista
na perspetiva linear na escultura.

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