Economics">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Estela Da Silva Fonseca - Temática Ergonomia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Análise Ergonômica do Trabalho em um salão de beleza no município

de Viçosa – MG

Estela da Silva Fonseca


Estudante do curso de Economia Doméstica – (UFV) – estela.fonseca@ufv.br
Núbia Cristina de Freitas
Estudante do curso de Economia Doméstica – (UFV) – nubia.freitas@ufv.br
Irlene Ap. da Silva Fonseca
Estudante do curso de Ciências Contábeis – (UFV) – irlene.fonseca@ufv.br
Ludymilla Leandra Cupertino
Estudante do curso de Economia Doméstica – (UFV) - ludymilla.cupertino@ufv.br
Emília Pio da Silva
D. S. Ciência Florestal, Pós-doutoranda em Economia Doméstica – (UFV) – emiliapiosilva@yahoo.com.br
Simone Caldas Tavares Mafra
D. S. Engenharia de Produção, Professora Associada do Departamento de Economia Doméstica - (UFV) -
sctmafra@ufv.br
Vania Eugênia da Silva
M. Sc. Economia Doméstica. Pesquisadora vinculada ao ERGOPLAN/UFV. Coordenadora Técnica do IPC-
Viçosa/UFV – vania.eugenia@ufv.br

Resumo: O setor de salões de beleza abertos no país registraram crescimento de 78% em


cinco anos. A expansão deste setor pode levar a um aumento dos problemas relacionados à
saúde e bem-estar dos trabalhadores que nele atua. Diante disso, este estudo teve como
objetivo realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho em um salão de beleza no município
de Viçosa - MG, visando à melhoria da qualidade de vida e saúde dos trabalhadores. Como
metodologia de análise foi aplicado um questionário às funcionárias do salão. Utilizou-se,
ainda, o check-list de Couto (2000), sendo analisado também o layout do ambiente de
trabalho. O check-list teve como resultado um fator biomecânico considerado de alto risco
para distúrbios musculoesqueléticos. Observou-se, também que em todas as regiões
corporais investigadas houve queixa de dor e/ou desconforto muscular esquelético que pode
ser explicado pelas posturas adotadas durante a jornada de trabalho. As cabeleireiras devem
criar o hábito de ajustar a altura da cadeira a cada troca de clientes, melhorando sua
postura em relação ao posto de trabalho, e instalar um lavatório mais adequado. Para a
manicure e podóloga, devem-se colocar luminárias exclusivas, além disso, é de grande
importância aquisição de um novo assento adequando para a podóloga. Na estrutura do
salão, com vista a melhorar a acústica do local, pode-se trocar os móveis do salão mediante

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
1
a possibilidade, optando para móveis que melhoram a acústica do ambiente. Recomenda-se,
ainda, a realização de ginástica laboral no início e no final da jornada de trabalho. O estudo
ergonômico de um salão de beleza é de grande importância, uma vez que os postos de
trabalho podem acarretar riscos a saúde do trabalhador. Sendo assim, a ergonomia pode
auxiliar adaptando o trabalho ao homem, proporcionando melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Análise Ergonômica do Trabalho; Saúde; Trabalhador.

Abstract: The industry salons open in the country grew by 78% in five years. The expansion
of this sector can lead to an increase in problems related to health and well-being of workers
that work in the area. Thus, this study aimed to conduct an ergonomic analysis of work in a
salon in Viçosa - MG, aiming to improve the quality of life and health of workers. As analysis
methodology was applied a questionnaire to employees of the salon. We used also the
checklist of Couto (2000), And also analyzed the layout of the work environment. The
checklist resulted in a biomechanical factor considered high risk for musculoskeletal
disorders. It was observed also that in all body regions investigated there were complaints
about pain and / or skeletal and muscle discomfort that can be explained by the postures
adopted during the workday. Hair stylists must create the habit of adjusting the height of the
chair at each change of customers, improving their attitude toward the job, and installing a
more appropriate sink. For podiatrist and nail must be positioned fixtures unique Moreover,
it is of great importance acquiring a new fitting into the seat podiatrist. In the structure of the
hall, to improve the acoustics of the place, you can change the furniture of the room by
chance, opting for furniture that improve acoustics. It is recommended also conducting body
exercises at the beginning and end of the workday. The ergonomic study of a beauty salon is
of great importance, since the jobs can pose risks to worker’s health. Consequently, the
ergonomic can help the employee adapting the work to the man, providing better quality of
life.
Keywords: Ergonomic Analysis of Work; Health; Worker.

1. Introdução
Segundo levantamento da Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene
Pessoal e Beleza (Anabel), divulgado pelo SEBRAE - SP (2012), o número de novos salões
de beleza abertos no país registrou crescimento de 78% em cinco anos, tendo passado de 309
mil em 2005, para 550 mil em 2010.
O crescimento deste setor pode levar a um aumento dos problemas relacionados à
saúde e bem-estar dos trabalhadores que nele atua. Este ambiente pode gerar riscos que
podem comprometer a saúde dos trabalhadores, como exposição a produtos químicos e
ruídos, adoção de posturas estáticas, execução de movimentos repetitivos, extensa jornada de
trabalho, dentre outros. Estes riscos podem desencadear o aparecimento das Lesões por
Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORTs).

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
2
As queixas, sinais e sintomas mais comuns entre os trabalhadores com LER/DORTs, é
a dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso,
formigamento, diminuição de força, edema e enrijecimento articular, choque, falta de firmeza
nas mãos e sudorese excessiva. As queixas, geralmente, se apresentam em diferentes graus de
severidade, podendo ser caracterizadas em relação ao tempo de duração, localização,
intensidade, entre outros aspectos.
Os sintomas inicialmente apresentam de forma insidiosa, predominando mais no
término ou em momentos de picos da produção, o repouso pode ser um mecanismo de alívio.
Com o decorrer do tempo, esses sintomas podem tornar-se frequentes durante o trabalho.
Neste momento, as pessoas procuram atendimento médico, devido às dificuldades que tais
sintomas implicam no desempenhar de suas capacidades funcionais e podendo levar ainda ao
absenteísmo (OLIVEIRA, 2001).
A ergonomia pode intervir na relação homem e trabalho, melhorando as condições de
trabalho e evitando assim as LER/DORTs. De acordo com Wisner (1972 apud Santos, 1997),
a ergonomia pode ser entendida “como o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao
homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam
ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficácia”.
Diante disso, este estudo teve como objetivo realizar uma Análise Ergonômica do
Trabalho (AET) em um salão de beleza do município de Viçosa – MG.

2. Procedimentos Metodológicos
O estudo foi desenvolvido em um salão de beleza localizado no município de Viçosa –
MG, no qual trabalhavam as seguintes profissionais: manicura/podóloga e cabeleireira. A
jornada de trabalho da equipe era de 08h às 20h, de terça-feira a sábado.
Utilizando-se como metodologia a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), a
pesquisa realizada se caracteriza como de natureza descritiva com abordagem quantitativa.
Foi aplicado um questionário devidamente estruturado contendo 24 questões relacionadas aos
dados pessoais (nome, sexo, idade, escolaridade, peso e altura), definição da atividade
(função, tempo que exercia a função e a jornada diária de trabalho), fatores ambientais
(iluminação, ventilação, ruído e teperatura do local de trabalho) e temas ligados a saúde do
trabalho (questionamento a respeito de cançaço e/ou dores, estresse ). Utilizou-se, ainda, o
check-list de Couto (2000), que se trata de uma avaliação simplificada do fator biomecânico
no risco para distúrbios musculoesqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho.
Neste estudo foi analisado o layout do ambiente de trabalho por meio de observações
sistemáticas e registros fotográficos.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
3
4. Resultados e Discussão
4.1 Descrição da tarefa
No turno de trabalho não havia revezamento e pausas durante a realização das tarefas.
Na maioria das vezes, as trabalhadoras estavam com o tempo limitado para a realização das
tarefas. Não existia, no estabelecimento, nenhuma prática padrão que descrevesse como o
trabalho deveria ser executado.
4.1.1 Cabeleireira
A primeira tarefa realizada pela cabeleireira era lavar o cabelo das clientes. Para isso, a
mesma era obrigada a manter a coluna vertebral flexionada e realizar movimentos repetitivos
com mãos e antebraço. Com o cabelo lavado, a cliente era conduzida até a cadeira. As
ferramentas de trabalho da cabeleireira ficavam depositadas em uma bancada de vidro
localizada à frente da cadeira.
Para escovar o cabelo das clientes, a cabeleireira ligava o secador em uma tomada que
ficava em local baixo cerca de 30 cm do chão, levando a mesma a flexionar o corpo para
alcançá-la. Ao escovar os cabelos, a profissional mantinha os braços acima do nível do ombro
e a mão direita segurava a escova e, ao mesmo tempo, fazia movimentos giratórios. Já a mão
esquerda segurava o secador fazendo movimentos de um lado para o outro, obrigando a
cabeleireira a manter o membro superior em contração estática. Além disso, durante toda a
jornada de trabalho, a profissional adotava a postura em pé, como pode ser visualizado na
Figura 1.

FIGURA 01: Cabeleireira.


Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.
O corte do cabelo era feito com uma navalha, segundo a profissional, não havia perigo
de se cortar ou se ferir. Os dedos eram muito utilizados como apoio da navalha em contato
com o cabelo para fazer um corte preciso.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
4
A manutenção da postura em pé apresenta várias desvantagens como fadiga, dor,
desconforto, tensão muscular e tendência à acumulação do sangue nas pernas, o que predispõe
ao aparecimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, resultando em
varizes e sensação de peso nas pernas (BERENGUER, 2011).

4.1.2 Manicure/podóloga
Para fazer as unhas das mãos, a manicure permanecia sentada e utilizava uma mesa
para apoiar as mãos das clientes e colocar os objetos de trabalho. Durante a atividade, a
profissional era obrigada a manter o pescoço flexionado (como indicado na seta abaixo)
devido o posto de trabalho utilizado. Já unhas dos pés eram feitas pela pedicure/podóloga que
utilizava como assento um banco improvisado, como pode ser observado na Figura 2.

FIGURA 2 – Pedicure/Podóloga.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.
A cliente mantinha os pés sobre a perna da pedicure/podóloga, que ficava com a
coluna e o pescoço flexionado. As trabalhadoras utilizavam sapatos variados e roupas
habituais, sendo que algumas usavam jalecos.
Segundo Cardoso e Popolim (2006) Coury (1994 apud Zapater et al., 2004), a postura
sentada tem como consequência alterações nas estruturas músculo-esqueléticas da coluna
lombar. Além disso, reduz a circulação de retorno dos membros inferiores, gerando edema
nos pés e tornozelos e, também, promove desconforto na região do pescoço e membros
superiores.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
5
4.2 Questionário
As funcionárias eram do sexo feminino, com idades variando entre 49 e 58 anos. Com
alturas variando 1,49 a 1,63m e peso de 52 a 74Kg. A maioria (75%) estudou até a 4º série do
ensino fundamental, e apenas uma funcionária tinha segundo grau incompleto.
As duas cabeleireiras exerciam a função a mais de 20 anos, com jornadas diárias que
variavam de 8 a 12 horas de trabalho em pé. Ambas relataram dores nas pernas e pés e uma
delas já tinha procurado serviço médico devido a essas queixas. Ambas sentiam-se cansadas
após a jornada de trabalho e relataram que gostariam de trabalhar alternando a postura. Uma
delas reclamou que o ambiente de trabalho era um pouco quente e escuro. Além disso, elas
reclamaram do ruído provocado pelo secador de cabelo, trânsito na rua e pelo elevador
situado a frente do salão. Para melhorar as condições de trabalho as cabeleiras sugeriram luz
natural, maior ventilação, secador silencioso e redução do ruído quem vem do ambiente
externo.
A manicure e a podóloga exerciam a função a mais de 30 anos, com jornadas diárias
de trabalho de 12 horas. Trabalhavam sentadas e ambas sentiam dores que podem estar
ligadas ao trabalho, como por exemplo: pescoço, parte superior das costas e pernas,
precisando até consultar um médico. As duas afirmaram sentirem-se cansadas após a jornada
de trabalho e gostariam de trabalhar alternando as posturas. A presença do ruído no ambiente
de trabalho também gerava desconforto.
Segundo Kroemer e Grandjean (2005), os efeitos irritantes do ruído no sistema
nervoso autônomo não se restringem somente a jornada de trabalho, mas se estendem para as
horas de repouso e sono, isto pode alterar o equilíbrio entre o estresse e a recuperação. O
ruído tornou-se um fator casual da fadiga crônica, com todos os efeitos adversos sobre o bem-
estar, eficiência e incidências de doenças. Além disso, pode ocasionar efeitos como a
perturbação do sono, piorar o desempenho da tarefa e da comunicação e em alguns casos leva
a perda auditiva temporária ou definitiva. O Gráfico 1 mostra a porcentagem de queixas de
dores nas diversas regiões corporais da equipe de trabalho.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
6
Gráfico 1 - Porcentagem de dores mais frequentes queixadas pelos funcionários.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.
As trabalhadoras se queixaram de dores e/ou desconforto muscular esquelético em as
regiões corporais investigadas, o que pode ser explicado pelas posturas adotadas durante a
jornada de trabalho.
Todas as trabalhadoras afirmaram sentirem dores nas pernas, estas dores podem estar
associadas com a manutenção da postura em pé ou sentada, pois esta postura reduz a
circulação de retorno dos membros inferiores, levando à acumulação do sangue nas pernas,
causando desconfortos.
4.3 Check- List
4.3.1 Cabeleireira
O check-list teve como resultado um fator biomecânico muito significativo, sendo
considerado de alto risco para distúrbios musculoesqueléticos, devido ao esforço manual
repetitivo, o longo tempo que a trabalhadora permanecia em pé, a adoção de posturas estáticas
e o fato de o posto de trabalho não ser regulado a cada troca de cliente.
Segundo Candotti (2010), a coluna lombar é a principal região do corpo responsável
pela sustentação das cargas estáticas e dinâmicas, independente da postura adotada em pé ou
sentada. Tendo em vista que as cabeleiras permaneciam durante toda a atividade em pé,
podendo, assim, ocasionar dores na coluna lombar.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
7
4.3.2 Manicure/Podóloga
Este posto de trabalho também apresentou um fator biomecânico muito significativo
sendo considerado de alto risco. Isso pode ser explicado pela falta de flexibilidade na postura
da trabalhadora, pois permanecia durante toda a atividade com a coluna e o pescoço
flexionados, somando-se ainda a necessidade de manter os braços e mãos em movimento,
enquanto as outras partes do corpo permaneciam estáticas. Além disso, a altura do posto de
trabalho não era regulada e os movimentos eram repetitivos durante o trabalho.
A atividade profissional da manicure e podóloga pode causar lombalgia (dor lombar),
pois além de possuírem uma carga horária acima de oito horas diárias e não praticarem
atividades físicas regulares e orientadas, também executavam suas atividades em má postura e
permaneciam na posição sentada por longos períodos.
4.3.3 Layout
A iluminação do salão era composta por sete lâmpadas e possuía ventilação natural,
um lavatório feito de alvenaria (1) com cadeiras não reguláveis. Três cadeiras giratórias (2)
próximas a um suporte de vidro (3). Três cadeiras para espera das clientes do salão (4). Duas
mesas para a manicure/podóloga (5) e duas cadeiras para suas respectivas clientes (6). Uma
mesa na entrada do salão para recepcionar as mesmas (8), uma porta de entrada e outra para
acesso a área de alimentação.
A ventilação no salão era alcançada por meio da porta de entrada que permanecia
sempre aberta. Outra observação do layout a ser considerada foi o lavatório que era feito em
alvenaria com acabamento em mármore e os assentos eram cadeiras convencionais. Este fato
pode acarretar problemas, tais como: transtornos articulares, lesões na coluna, LER/DORT,
dentre outros desconfortos para a trabalhadora, além de causar desconforto para a cliente.

7
1 – Lavatório
1 2 – Cadeiras de salão
3 – Bancada de vidro
5 4 – Cadeiras para espera
3
5 – Mesas da manicure/pedóloga
6
6 – Cadeiras dos clientes e das
manicures/pedólogas
2 7 – Porta
8 – Mesa da recepção

8
4

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
8
5. Recomendações
As cabeleireiras devem criar o hábito de ajustar a altura da cadeira a cada troca de
clientes, melhorando sua adequação ao posto de trabalho. Instalar um lavatório mais
adequado. A manicure e a podóloga, por exercerem suas funções de forma que requerem
muito esforço com a visão, devem ter luminárias exclusivas, além disso, é de grande
importância aquisição de um novo assento mais adequando para a podóloga.
Na estrutura do salão com vista a melhorar a acústica no local, pode-se trocar os
móveis do salão mediante a possibilidade, optando para móveis que melhoram a acústica
ambiente. Além disso, recomenda-se a realização ginástica laboral no início e final da jornada
de trabalho, a fim de minimizar as dores e diminuir os riscos das LER/DORTs. Vale resaltar
ainda à importância da consientização das trabalhadoras com relação à adoção de posturas,
utilização do novo imobiliário e realização de ginástica laboral, pois não basta oferecer uma
estrutura adequada se quem o utiliza não tem conheciemento da sua importância.
6. Considerações Finais
O setor de serviços é pouco estudado ao se comparar com o setor primário e
secundário, apesar de ser o que mais cresce no mundo. Este estudo contribui para as pesquisas
desenvolvidas neste setor, contemplando o segmento de salões de beleza e também pode
servir de base para futuras pesquisas. Além disso, os resultados obtidos podem servir de
suporte para decisões gerenciais, permitindo aos gestores concentrar seus esforços e
estratégias em atributos de qualidade importantes para seus clientes e funcionários. Diante
disso, é de grande importância o estudo ergonômico de um salão de beleza, devido sua
possibilidade de acarretar riscos à saúde do trabalhador. Sendo assim, a ergonomia pode
auxiliar adaptando o trabalho ao homem e, proporcionando melhor qualidade de vida.
Referências
BERENGUER, F. A.; SILVA, D. A. L.; CARVALHO, C. C. Influência da posição ortostática na ocorrência de
sintomas e sinais clínicos de venopatias de membros inferiores em trabalhadores de uma gráfica na cidade do
Recife-PE. Revista Brasileira Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 36, n.123, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbso/v36n123/a16v36n123.pdf>. Acesso em: 11 set. 2012.
COUTO, H.A. Avaliação simplificada do fator biomecânico no risco para distúrbios musculoesqueléticos de
membros superiores relacionados ao trabalho. 2000. Disponível em: <http://www.
ergoltda.com.br/downloads/checklist_couto.pdf>. Acesso em: 11 set. 2012.
MOTTA, S. Sebrae - SP leva orientação a empresas de beleza e estética.
Portal Sebrae SP. São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://www.sebraesp.com.br/PortalSebraeSP/Noticias/Noticias/Multissetorial/Paginas/Sebrae_SP_leva_orientac
ao_a_empresas_de_beleza_e_estetica.aspx>. Acesso em: 11 set. 2012.
OLIVEIRA, R. M. R. A abordagem das lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados
ao trabalho - LER / DORT no centro de referência em saúde do trabalhador do Espírito Santo – CRST/ES.
2001, 173f. Dissertação (Mestrado em Saúde Publica na área de concentração Saúde, Trabalho e Ambiente).
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
9
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: Adaptando o trabalho ao homem. Editora
Bookman. 5 ed., Porto Alegre, 2005.
SANTOS, N. Manual de análise ergonômica no trabalho. Editora GENESIS, Curitiba, 1997. Pag. 20.
ZAPATER, A. R. et al. Postura sentada: a eficiência de educação para escolares. Revista Ciência e Saúde
Coletiva, v. 9, n. 1. São Paulo, 2004. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/csc/v9n1/19836.pdf>. Acesso em: 5
out. 2012.
CARDOSO, D. D.; POPOLIM, F. D. Alterações da coluna vertebral relacionadas ao trabalho sentado em
custureiras. Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtençao do titulo da Graduçao em
fisioterapia, Batatais 2006. Disponível em: < http://biblioteca.claretiano.edu.br/phl8/pdf/20003350.pdf>. Acesso
em 15 Maio 2013.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VI WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
III ENCONTRO MINEIRO DE ESTUDOS EM ERGONOMIA
VIII SIMPÓSIO DO PROGRAMA TUTORIAL EM ECONOMIA DOMÉSTICA
10

Você também pode gostar