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Combate em Ambientes Fechados

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Combate em Ambientes Fechados

Os internacionalmente conhecidos "Close Quarter Battle" (CQB ou Confrontos em


Ambientes Fechados) são responsáveis por um grande número de policiais mortos em
serviço, sendo certo que quase sempre essas baixas têm como causa o descaso do
próprio policial, que não dá a devida importância para esse tipo de situação, uma
vez que tem o conhecimento de que grande parte de seus colegas chegou à
aposentadoria sem maiores problemas. Esses acabam surpreendidos quando menos
esperam. Para evitar que isso ocorra é extremamente importante atentarmos para
algumas táticas que freqüentemente são utilizadas com êxito na vida real. Operação
de busca É com grande freqüência que policiais acabam tendo que realizar buscas e
localizações de marginais em áreas internas, sendo que em quase todas essas
oportunidades os delinqüentes têm em seu favor inúmeros fatores que os favorecem.
Questões como a falta de cobertura ao policial, o pequeno espaço dos cômodos, a
ignorância acerca da planta do local, a possibilidade de emboscada e tantas outras
adversidades tornam o trabalho de busca uma das mais arriscadas atividades
policiais.
1) Postura

O primeiro ponto a ser abordado é o que diz respeito à postura do policial quando
em meio a uma busca interna. Comumente toma-se uma postura defensiva, p.ex.
deixando a arma dentro do coldre ou, quando fora deste, mantendo-a apontada para
baixo aguardando o momento certo de reagir. Adotando uma postura como esta,
dificilmente o policial terá tempo para reagir a uma agressão armada. Assim sendo,
o correto é adotar uma postura ofensiva que permita uma reação imediata. O policial
deve manter a arma fora do coldre, na altura dos ombros e direcionada à frente, na
posição Weaver ou Isósceles, de acordo com a melhor adaptação (ver Tiro Visado).
Utilizando esta postura, o policial poderá aplicar a tática chamada "Terceiro
Olho", que lhe permite olhar
para todos os lados com a certeza de que sua reação será imediata, uma vez que a
arma acompanha o foco de visão do policial. É importante salientar, que ao passar
por vãos e aberturas, o policial deve recolher a arma junto ao corpo para que ela
não lhe seja arrancada das mãos por um oponente escondido do outro lado. 2)
Movimentação Quando no interior de um prédio, o policial deve movimentar-se com
extrema cautela e silêncio, pois um ruído qualquer poderá denunciá-lo a seu
oponente. Ao atravessar corredores e salões poderão ser encontradas inúmeras
portas. Abri-las sem se certificar do que existe por trás é extremamente perigoso.
Se possível, o policial deve manter-se constantemente protegido por qualquer tipo
de escudo ou barricada, não se movimentando de forma que cruze as pernas, pois isso
poderá fazê-lo perder o equilíbrio. Existem locais dotados de vigas e alçapões,
onde o delinqüente pode se espreitar e armar uma emboscada. Por isso, deve-se
evitar usar bonés ou chapéus de abas largas, que impossibilitem a visão superior.
Um dos momentos mais críticos em uma varredura interna é aquele que antecede a
entrada em algum aposento, sem que se saiba o que há lá dentro. Não é aconselhável
que se façam as conhecidas "entradas dinâmicas", usualmente empregadas por forças
policiais especializadas como a SWAT (Special Weapons And Tatics) norte-americana
ou o COT (Comando de Operações Táticas) da Polícia Federal Brasileira. Existem
técnicas que melhor se adequam ao serviço policial de rotina, como a "Quick Peek"
(Rápida Espiada) e a "Israeli Sweep" (Varredura Israelense). A primeira é uma
técnica onde o policial deve se posicionar atrás de uma parede que ladeie a
entrada; olhar rapidamente para dentro do aposento jogando parte da cabeça para
fora da proteção (parede) e retornar o mais depressa possível. Trata-se de uma
técnica que possibilita a obtenção de uma visão completa da área a ser adentrada,
sem dar tempo de reação ao oponente. É bom salientar que o policial deve aplicar
essa técnica agachado, pois em caso de um eventual disparo por parte do
delinqüente, o tiro passará por cima da cabeça do policial. Se for necessário
repetir a operação, deve-se mudar de posição (se em um primeiro momento o policial
esteve agachado, num próximo deverá ficar de pé). A tática "Israeli Sweep", também
conhecido como "Slicing the Pie" (Fatiando a Torta), também é muito eficaz para se
obter uma visualização do local a ser penetrado. De acordo com ela, o policial deve
se utilizar do "Terceiro Olho", aproximando-se lentamente, rente à parede, até
cerca de
um metro do local a ser vistoriado. Em seguida, o policial deve afastar-se da
parede e procurar visualizar, passo a passo, a área interna do aposento, aumentando
seu ângulo de visão até obter a completa varredura do local. É um processo mais
lento, que permite ao policial retornar à sua posição de origem em caso de um sinal
de perigo. 3) Entrada Após obter a completa visualização do local, o próximo passo
é entrar no aposento. Existem dois métodos comumente utilizados pelas polícias
internacionais: o "Israeli Limited Entry" (Entrada Limitada Israelense) e o
"Crisscross" (Entrada Cruzada). Pela primeira tática, a entrada se assemelha à
"Quick Peek", uma vez que expõe muito pouco o corpo do policial. No entanto, depois
que se projeta o corpo para dentro, não deve haver a mudança de posicionamento,
como na técnica de "Rápida Espiada". Já a técnica "Crisscross", mais utilizada e
eficaz, deve ser realizada em dupla, de modo que cada um dos integrantes se
aproxime até a abertura, por lados diferentes e execute uma busca visual por
qualquer dos métodos antes descritos. Após a varredura visual, ambos entram no
recinto rapidamente, cruzando-se entre si e assumindo uma postura ofensiva com as
costas junto à parede do aposento invadido. É necessário frisar que esta não é uma
técnica adequada para quem deseja entrar em corredores ou outros locais que não
possuam paredes internas, ladeando a abertura. 4) Corredores e Escadas Corredores e
escadas certamente são os locais que representam maior perigo aos policiais em um
combate em ambiente fechado, pela falta de
uma rota segura de fuga. É possível apenas movimentar-se para frente e para trás,
criando o chamado "funil fatal", que propicia um excelente palco para uma
emboscada. Quando se faz necessário entrar por um corredor, deve-se fazê-lo o mais
silenciosamente possível e com toda rapidez até alcançar o seu final. Em escadas, é
sempre mais fácil combater de cima para baixo, pois se perde muito menos tempo
descendo uma escada do que ao subi-la. Além do mais, o policial poderá fazer com
que o marginal tenha uma via de escape, proporcionando a sua captura por outros
policiais que eventualmente estejam do lado de fora do prédio. Subindo, o policial
irá encurralar o oponente, forçando-o a enfrentá-lo. Assim sendo, em havendo opção,
o policial deve realizar a busca descendo a escadaria. É importante salientar que
muitas escadas possuem cortes de ângulos retos, o que dificulta a visualização do
que está por trás. Desta forma, fazse mister utilizar as técnicas já descritas para
se operar com maior segurança, devendo-se sempre manter a arma como o seu "Terceiro
Olho".

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