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Combate em Ambientes Fechados
Combate em Ambientes Fechados
Combate em Ambientes Fechados
O primeiro ponto a ser abordado é o que diz respeito à postura do policial quando
em meio a uma busca interna. Comumente toma-se uma postura defensiva, p.ex.
deixando a arma dentro do coldre ou, quando fora deste, mantendo-a apontada para
baixo aguardando o momento certo de reagir. Adotando uma postura como esta,
dificilmente o policial terá tempo para reagir a uma agressão armada. Assim sendo,
o correto é adotar uma postura ofensiva que permita uma reação imediata. O policial
deve manter a arma fora do coldre, na altura dos ombros e direcionada à frente, na
posição Weaver ou Isósceles, de acordo com a melhor adaptação (ver Tiro Visado).
Utilizando esta postura, o policial poderá aplicar a tática chamada "Terceiro
Olho", que lhe permite olhar
para todos os lados com a certeza de que sua reação será imediata, uma vez que a
arma acompanha o foco de visão do policial. É importante salientar, que ao passar
por vãos e aberturas, o policial deve recolher a arma junto ao corpo para que ela
não lhe seja arrancada das mãos por um oponente escondido do outro lado. 2)
Movimentação Quando no interior de um prédio, o policial deve movimentar-se com
extrema cautela e silêncio, pois um ruído qualquer poderá denunciá-lo a seu
oponente. Ao atravessar corredores e salões poderão ser encontradas inúmeras
portas. Abri-las sem se certificar do que existe por trás é extremamente perigoso.
Se possível, o policial deve manter-se constantemente protegido por qualquer tipo
de escudo ou barricada, não se movimentando de forma que cruze as pernas, pois isso
poderá fazê-lo perder o equilíbrio. Existem locais dotados de vigas e alçapões,
onde o delinqüente pode se espreitar e armar uma emboscada. Por isso, deve-se
evitar usar bonés ou chapéus de abas largas, que impossibilitem a visão superior.
Um dos momentos mais críticos em uma varredura interna é aquele que antecede a
entrada em algum aposento, sem que se saiba o que há lá dentro. Não é aconselhável
que se façam as conhecidas "entradas dinâmicas", usualmente empregadas por forças
policiais especializadas como a SWAT (Special Weapons And Tatics) norte-americana
ou o COT (Comando de Operações Táticas) da Polícia Federal Brasileira. Existem
técnicas que melhor se adequam ao serviço policial de rotina, como a "Quick Peek"
(Rápida Espiada) e a "Israeli Sweep" (Varredura Israelense). A primeira é uma
técnica onde o policial deve se posicionar atrás de uma parede que ladeie a
entrada; olhar rapidamente para dentro do aposento jogando parte da cabeça para
fora da proteção (parede) e retornar o mais depressa possível. Trata-se de uma
técnica que possibilita a obtenção de uma visão completa da área a ser adentrada,
sem dar tempo de reação ao oponente. É bom salientar que o policial deve aplicar
essa técnica agachado, pois em caso de um eventual disparo por parte do
delinqüente, o tiro passará por cima da cabeça do policial. Se for necessário
repetir a operação, deve-se mudar de posição (se em um primeiro momento o policial
esteve agachado, num próximo deverá ficar de pé). A tática "Israeli Sweep", também
conhecido como "Slicing the Pie" (Fatiando a Torta), também é muito eficaz para se
obter uma visualização do local a ser penetrado. De acordo com ela, o policial deve
se utilizar do "Terceiro Olho", aproximando-se lentamente, rente à parede, até
cerca de
um metro do local a ser vistoriado. Em seguida, o policial deve afastar-se da
parede e procurar visualizar, passo a passo, a área interna do aposento, aumentando
seu ângulo de visão até obter a completa varredura do local. É um processo mais
lento, que permite ao policial retornar à sua posição de origem em caso de um sinal
de perigo. 3) Entrada Após obter a completa visualização do local, o próximo passo
é entrar no aposento. Existem dois métodos comumente utilizados pelas polícias
internacionais: o "Israeli Limited Entry" (Entrada Limitada Israelense) e o
"Crisscross" (Entrada Cruzada). Pela primeira tática, a entrada se assemelha à
"Quick Peek", uma vez que expõe muito pouco o corpo do policial. No entanto, depois
que se projeta o corpo para dentro, não deve haver a mudança de posicionamento,
como na técnica de "Rápida Espiada". Já a técnica "Crisscross", mais utilizada e
eficaz, deve ser realizada em dupla, de modo que cada um dos integrantes se
aproxime até a abertura, por lados diferentes e execute uma busca visual por
qualquer dos métodos antes descritos. Após a varredura visual, ambos entram no
recinto rapidamente, cruzando-se entre si e assumindo uma postura ofensiva com as
costas junto à parede do aposento invadido. É necessário frisar que esta não é uma
técnica adequada para quem deseja entrar em corredores ou outros locais que não
possuam paredes internas, ladeando a abertura. 4) Corredores e Escadas Corredores e
escadas certamente são os locais que representam maior perigo aos policiais em um
combate em ambiente fechado, pela falta de
uma rota segura de fuga. É possível apenas movimentar-se para frente e para trás,
criando o chamado "funil fatal", que propicia um excelente palco para uma
emboscada. Quando se faz necessário entrar por um corredor, deve-se fazê-lo o mais
silenciosamente possível e com toda rapidez até alcançar o seu final. Em escadas, é
sempre mais fácil combater de cima para baixo, pois se perde muito menos tempo
descendo uma escada do que ao subi-la. Além do mais, o policial poderá fazer com
que o marginal tenha uma via de escape, proporcionando a sua captura por outros
policiais que eventualmente estejam do lado de fora do prédio. Subindo, o policial
irá encurralar o oponente, forçando-o a enfrentá-lo. Assim sendo, em havendo opção,
o policial deve realizar a busca descendo a escadaria. É importante salientar que
muitas escadas possuem cortes de ângulos retos, o que dificulta a visualização do
que está por trás. Desta forma, fazse mister utilizar as técnicas já descritas para
se operar com maior segurança, devendo-se sempre manter a arma como o seu "Terceiro
Olho".