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Instabilidade Internacional

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Resenha:  

A Instabilidade internacional (1919-1939). In José Flávio Saraiva (org.),


História das Relações Internacionais Contemporâneas, 2º ed., São Paulo: Saraiva,
2007. Págs. 131-137.

O autor Amado Luiz Cervo, pretende aqui descrever as relações internacionais do período
entre a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, conhecido como período de “paz ilusória” por
Jean-Baptiste ou de “crises” para Pierre Renouvin, entre outras nomeações a ele atribuídas.
Cervo afirma que a paz regulamentada no tratado de Versalhes destruiu o antigo sistema de
equilíbrio e causou o período de instabilidades nas relações internacionais. Na conferência
de Paz (18-01-1919) as discussões entre as 27 nações presentes eram dificultosas, levando
cinco grandes países – Eua, Grã-Bretanha, França, Itália e Japão – à realizarem sessões
úteis. Sendo que a forte posição da França - dado que era tida como a grande vitoriosa,
sairia da guerra como a primeira potência militar do mundo, sediava a conferência em Paris
e depois em Versalhes - faria prevalecer a percepção de que o enfraquecimento da
Alemanha, e o controle a longo prazo sobre a mesma (considerada culpada pela eclosão da
1° Grande Guerra), resultaria em paz. Não obstante havia quem alegasse que a hesitação
da França em manter a Alemanha enfraquecida se dava por conta de sua segurança
nacional, pelo medo de que a rival pudesse se recuperar e contra-atacar a França
futuramente. Desta forma as desavenças e intrigas europeias perduravam nas discussões,
embora o presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, tenha proposto a criação da
sociedade das nações, na qual era imposto a erradicação da diplomacia secreta, a
segurança coletiva, autodeterminação dos povos, entre outros pontos determinantes para
estabelecimento da paz. Concluinte, em 1919 e 1920 foram firmados 5 grandes tratados de
paz (Versalhes, Saint Germain, Trianon, Neuilly, e Sèvres) e em cada um deles anexava-se
o pacto da criação da Sociedade das Nações. Perante estas decisões, o concerto europeu
se desfez, e os países se dividiram entre os grupos de Estados satisfeitos (França,
Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Polônia) e de Estados descontentes (Alemanha,
Áustria, Hungria, Bulgária, Turquia e Itália). A Alemanha foi vítima do revanchismo Frances,
e perante a ameaça francesa de reiniciar a guerra, se viu obrigada a assinar o tratado em
que aceitava a responsabilidade pela guerra, perdia a 7ª parte do seu território, e pagaria
pelas reparações da guerra. Humilhação criticada inúmeras vezes por ser considerada
inapta para estabelecer uma nova ordem internacional. O economista John Maynard Keynes
foi um crítico severo ao tratado de Versalhes, alegando que a punição à Alemanha seria um
obstáculo ao desenvolvimento da economia europeia. Mas a tradição da Europa de regular
a paz pela negociação entre vencedores e derrotados foi deixada de lado. Já a Sociedade
das nações, apesar de proposta por Wilson, foi recusada pelo senado do Estados Unidos, o
qual preferiu entrar no isolacionismo e não participar da Sociedade. Contudo, ao priorizar os
interesses econômicos, estratégicos e territoriais dos vencedores, os acordos de Versalhes
formaram um mundo confuso e desorientado, no qual as relações internacionais
decorreriam tensamente. E a Sociedade das Nações se tornara fraca, em virtudes da
ausência dos Estados Unidos, da falta de um exército próprio, e por ter substituído o
Concerto Europeu pela vontade dos vitoriosos. Enquanto que no âmbito econômico, a
Primeira Guerra ocasionou algumas mudanças, como por exemplo os Estados unidos, além
de ser a primeira potência industrial passou a ser também a primeira em termos comercial e
financeiro, e ao mesmo tempo em que as suas exportações e as do Japão aumentavam, a
da Grã-Bretanha e da França diminuíam, ao ponto que os europeus se tornaram devedores
para os Eua. No entanto o eurocentrismo perdurava, e os bolcheviques se aproveitavam da
situação para tentar ascender uma revolução mundial do proletariado. Apesar da
democracia e do liberalismo serem os vitoriosos, o nacionalismo se amplificou com a guerra,
assim como o comunismo, o socialismo, o pacifismo e o fascismo. Sendo este último o
acontecimento mais chocante no período entre guerras, com efeito o fascismo gerou um
colapso dos valores e das instituições do mundo liberal, colocando nações rivais lado a lado.
Ao fim da Conferência de paz, Adolf Hitler ascendia no governo alemão, e as relações
intereuropeias passavam por três fases: primeiro, os problemas europeus de 1920 a 1924
mostravam como as decisões de Versalhes era desfavorável para a conduta dos Estados;
segundo, entre 1925 e 1929 o entendimento franco-alemão abriram novas expectativas para
a Sociedade das Nações e para segurança coletiva; e por último, a crise de 1929 traziam de
volta os problemas internacionais da primeira fase e acrescentava-lhe os da depressão
econômica do capitalismo. A ordem de Versalhes revelou-se inviável para garantir na
Europa, o comprimento dos tratados, os quais originaram tensões e conflitos em toda parte,
e ainda tal ordem proporcionou duas concepção das relações internacionais, uma de
vertente francesa (até 1924), e outra wilsoniana de diplomacia aberta. De 1924 a 1929
houveram várias atividades internacionais, como por exemplo as diversas relações
financeiras entre os países.
Até que em 1929 iniciou-se a crise econômica, a qual durou até 1932, e teve seus efeitos
agravados nas relações internacionais devido a ascensão do fascismo ao poder na
Alemanha, com a escolhe de Hitler para chanceler, a opção pela política externa de força
por Mussolini, e o abandono do pacifismo pelo Japão. Contudo as três novas grandes
potências de 1919 a 1933, agiam por preocupações diferentes, a URSS precisava defender
a revolução, enquanto, o Japão buscava mercados para seu excedentes industriais e os
Estados Unidos visava a abertura dos mercados alheios, e o saneamento financeiros da
Europa. Posto que em 1917, com o triunfo dos bolcheviques, a Rússia se retirou da “guerra
dos capitalistas”, pois era contraria ao seu sistema vigente, no entanto o país desejava um
reconhecimento formal dos ocidentais, e iria obtê-lo de forma pacifica através da iniciativa
inglesa por acordos e alianças. Já o Japão, por volta de 1930, devido as suas mudanças
política para o imperialismo, começou investir em Manchúria (território chinês), e após sua
invasão ao território, a China recorreu à ajuda da Sociedade das Nações, no entanto os
esforços da mesma foi em vão, e ao se recusar a aplicar sanções ao agressor, a Sociedade
se via desmoralizada. Ainda no período de 1928 os Estados Unidos permanecia como o
maior exportador, a vista da sua estratégia de fechar o seu mercado e abrir dos outros
países, iniciando em 1921 a "política do grande porrete" (big stick), assentando assim sua
base de poder. No entanto, ao longo do período entre guerras, o declínio europeu e a
emergência de novas potencias modificaram a relação de clientela das margens do sistema
internacional com o centro. E em 1925 o norte-americano procurava substituir a diplomacia
do dólar e do "porrete" pela da negociação, para fazer face aos problemas da América
Central. Incluso neste período entre guerras também houve uma evolução do império
Britânico para o commonwealth. Sem demora, os anos de 1933-1939, propendia ao grande
conflito mundial. Com Racista e doutrinário, Hitler no poder Alemão, o objetivo era purificar
as zonas de judeus e bolchevistas. Enquanto que a URSS e os Estados Unidos
desenvolviam uma política externa semelhantes, na qual eles se isolam. Deste modo, as
concepções fascistas de relações internacionais, os planos expansionistas das ditaduras, os
egoísmo das democracias e da URSS, são suficientes para esclarecer as atitudes e as
iniciativas dos governos. Posterior a retirado da Conferência do desarmamento, e ao
fracasso de Hitler nas negociações de desarmamento com a França e a Inglaterra, o líder
alemão em conjunto com o Japão, formaram o Anti-Komintern, o qual não era contra a
URSS, mas contra a Internacional Comunista. Por conseguinte a reconstituição dos impérios
centrais alemãs formava-se por etapas. Logo a Grã-Bretanha declarou que não se
conformaria com o expansionismo alemão, tanto que formou uma aliança com a Polônia, e a
França também ofereceu garantias a Polônia, até o Roosevelt solicitou a Hitler que, por dez
anos, não atacasse 29 nações. Porém Hitler considerou a atitude inglesa incompatível com
o tratado de não-agressão. Dado que a Alemanha e URSS já haviam divido o leste europeu
por meio de encontros secretos. Então no dia 3 de setembro de 1939, a Grã-Bretanha e a
França declararam guerra à Alemanha, seguidamente a União Soviética invadiu a Polônia, e
mesmo que não desejada, a Guerra geral tornou-se inevitável.

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