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Orientação de Estudos

MÓDULO 2
ASPECTOS AVALIATIVOS PARA ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

Apresentação do módulo

Cursista, seja bem-vindo ao Módulo 2 do curso Orientação de Estudos!


No módulo anterior, você pôde conhecer como o componente Orientação de Estudos
se insere no Programa Ensino Integral, tendo como fundamento um dos Quatro Pila-
res da Educação: o “Aprender a aprender”.
Neste módulo, vamos nos aprofundar um pouco mais na Orientação de Estudos e
descobrir como o professor de OE pode auxiliar os estudantes a reconhecerem seu
perfil de aprendizagem, suas potencialidades e sua autonomia na hora de estudar.
Para isso, abordaremos o tema avaliação/autoavaliação, pois o marco zero para o
aprimoramento nos estudos é o autoconhecimento, otimizando técnicas e investin-
do em aspectos qualitativos.
Por fim, você também conhecerá a técnica de avaliação por rubricas, uma forma
personalizada de acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem.
Os objetivos específicos do módulo são:

Compreender a importância da Orientação de Estudos no desenvolvimento pessoal e


acadêmico do professor e do estudante.

Compreender a diferença entre qualidade e intensidade de estudo.

1
Diário de bordo

E o seu Diário de bordo? Como será que está ficando?


Como você sabe, o Diário de bordo é uma prática de estudo, por isso esperamos que
você tenha separado um caderno, um bloco de notas ou até mesmo uma versão digi-
tal de registro e tenha anotado as informações que considera importantes ou que lhe
chamaram atenção. Nesse documento, você também pode incluir ideias e reflexões que
tenham lhe inspirado, propondo adaptações às suas aulas, caso esteja atuando como
professor de Orientação de Estudos.

2
Unidade  1

Autoavaliação

Cursista, vamos abordar a autoavaliação como tema central para desenvolver o auto-
conhecimento e compreender sua influência nas competências socioemocionais. A
seguir, conheça o conceito e os benefícios da autoavaliação.

Conceito
A autoavaliação é um procedimento recorrente no autoconhecimento. É uma ferramenta
que pode transformar seu jeito de pensar e agir e que, se acompanhada de um plano de
ação, pode orientar seus passos em direção aos seus objetivos.
Benefícios
• Desenvolvimento de inteligência emocional que pode apoiar a construção do seu Projeto
de Vida e seu plano de estudos.

• Compreensão de si e dos seus valores.

• Aperfeiçoamento das relações interpessoais.

• Desenvolvimento da autorregulação.

• Entendimento de seus potenciais, habilidades e competências, acompanhando seus


progressos.

Todos esses benefícios tornam-se mais claros quando olhamos para a autoavaliação
como base para uma crítica construtiva e um desenvolvimento pessoal formativo.

3
Sob a perspectiva docente, uma avaliação assume, muitas vezes, a decisão de apre-
sentar dados que comprovem a promoção ou a retenção dos estudantes. Como ex-
plica Hoffmann (2009), inúmeros professores, pela sua história de vida e por várias
influências sofridas, enxergam a avaliação como uma obrigação a cumprir na sua pro-
fissão, que deve ser exercida da forma mais séria possível.
Hoffmann (2009) defende que a avaliação deve ser concebida como uma ação media-
dora na qual alguns princípios devem ser considerados, como:

oportunizar momentos de discussão para aqueles que foram avaliados e para quem
os avaliou;

refletir sobre os “porquês” das respostas dadas na avaliação;

utilizar os registros de avaliação como forma de acompanhar os estudantes e profes-


sores diante do processo de aprendizagem e construção do conhecimento.

Vale considerar que refletir acerca da finalidade da avaliação é fundamental para a


tomada de decisões a partir da interpretação de seus resultados.
As etapas representadas na figura a seguir permitem entendermos que a avaliação é
um caminho que vai além do uso de instrumentos diagnósticos, uma vez que envolve
reflexão, autocrítica e protagonismo.

Fonte: GENESEE & UPSHUR, 2009.

4
Propósito da avaliação: Dar oportunidade para o professor rever a metodologia uti-
lizada em sua prática pedagógica e, para o estudante, uma oportunidade de refletir
sobre si mesmo e sobre a construção do seu aprendizado.

Coleta de informações: A partir da definição do objetivo da avaliação, deve-se propor


atividades que forneçam dados que permitam o acompanhamento do processo de
aprendizagem e construção do conhecimento.

Interpretação das informações: A interpretação das informações pode ser considera-


da como um momento de reflexão no ato de conhecer e reconhecer o objeto de estudo.

Tomada de decisões: O diálogo entre o professor e seus estudantes sobre a avaliação


auxilia na proposição de novas estratégias de aprendizagem.

Para que os estudantes realizem sua autoavaliação, é necessário que, numa etapa
anterior, eles sejam avaliados pelo professor e, assim, possam refletir sobre as ex-
pectativas de aprendizagem que ainda não conseguiram atender. Para isso, existem
vários aspectos que precisam ser estudados ou reconhecidos. Vamos iniciar pelas
Inteligências múltiplas.

5
Unidade  1.1

Autoavaliação e as inteligências múltiplas

Uma proposta de educação integral deve considerar as múltiplas dimensões da pessoa,


os múltiplos aspectos da inteligência, os múltiplos talentos, as múltiplas habilidades.
Nesse contexto, a escola tem a responsabilidade de favorecer o desenvolvimento dos
estudantes de maneira global, possibilitando o aprimoramento das habilidades, que
podem se manifestar nas mais variadas esferas do conhecimento. Assim, o professor
do componente Orientação de Estudos pode aproveitar essas habilidades em seus
múltiplos aspectos para aplicar técnicas e estratégias de estudo de forma assertiva.
A Teoria das Inteligências Múltiplas, do Professor Howard Gardner (1995), revolucio-
nou a abordagem tradicional da educação ao validar que existem múltiplos tipos de
inteligência, que devem ser observados e desenvolvidos em sala de aula, visando o
atendimento das diferentes necessidades dos estudantes. Todos nós nascemos com
todas essas inteligências, contudo as desenvolvemos de forma única.
Como educadores, devemos ajudar os estudantes a compreender e aprimorar seus
pontos fortes, identificando quais atividades poderão incentivar os estudos e propiciar
a aprendizagem.
Cursista, agora assista a uma animação sobre as Inteligências Múltiplas: https://www.
youtube.com/watch?v=s2YbcQ0Dyi0.

6
Vamos praticar

Você sabe qual é o tipo de inteligência que você mais desenvolveu? Que tal descobrir
realizando o teste a seguir?
Responda com atenção às questões escolhendo apenas uma única alternativa para cada
uma e veja o resultado ao final do teste.
1. Que tipo de pergunta mais faço: 
a) Onde?
b) Como?
c) Quem?
d) Para quê?
e) Por quê?
f) O quê? 
g) Quando? 
h) Se... isso? 
2. Na minha casa: 
a) Não fico parado.
b) Conserto as coisas. 
c) Ajudo outros com as tarefas. 
d) Fico em meu canto.
e) Falo sobre meu dia. 
f) Organizo cada detalhe. 
g) Sempre escuto música. 
h) Cuido das minhas plantas/animais. 
3. Durante meu tempo livre gosto de: 
a) Dançar. 
b) Fazer trabalhos manuais. 
c) Sair com os amigos. 
d) Meditar e refletir. 
e) Ler um livro. 
f) Passar o tempo com jogos de estratégia. 
g) Ouvir música. 
h) Passear no campo.
4. Que coisas você mais gosta de fazer: 
a) Praticar esportes. 
b) Dirigir. 
c) Compartilhar atividades. 
d) Refletir sobre meus sentimentos. 

7
e) Debater ideias. 
f) Ordenar coisas. 
g) Cantar. 
h) Estar na natureza.
5. Tenho mais propensão para: 
a) Adquirir habilidades pela prática. 
b) Analisar e descobrir formas e detalhes. 
c) Ouvir e compartilhar ideias. 
d) Elaborar teorias. 
e) Discutir informações. 
f) Obter e classificar informações. 
g) Ler, ouvindo música. 
h) Identificar plantas e animais.
6. Aprendo mais por meio de: 
a) Demonstrações e experiências. 
b) Atividades estruturadas passo a passo. 
c) Discussão de casos. 
d) Leitura de livros/textos. 
e) Palestras formais. 
f) Exercícios de análise de fatos, dados e números. 
g) Histórias e música. 
h) Análise da natureza. 
7. Como as pessoas me definem: 
a) Esportista. 
b) Competente. 
c) Perceptivo. 
d) Analítico. 
e) Teórico. 
f) Lógico. 
g) Artístico. 
h) Ambientalista. 
8. Quando estou no trabalho ou na escola prefiro: 
a) Levantar e andar periodicamente. 
b) Fazer algo funcionar. 
c) Trabalhar com pessoas. 
d) Trabalhar sozinho.
e) Conversar sobre ideias. 
f) Analisar dados. 
g) Analisar padrões sonoros em equipamentos. 
h) Estar em contato com o meio ambiente. 

8
9. O meu perfil é: 
a) Ágil. 
b) Detalhista. 
c) Amigo. 
d) Sensível. 
e) Comunicativo. 
f) Racional. 
g) Musical. 
h) Zeloso.
10. Tenho predisposição para: 
a) Aprender novos esportes. 
b) Executar tarefas delicadas. 
c) Trabalhar em equipe. 
d) Analisar meus sentimentos. 
e) Contar histórias e fatos. 
f) Construir e organizar planilhas. 
g) Tocar instrumentos. 
h) Observar criticamente a interação homem-natureza.

Verifique a quantidade de vezes que você escolheu cada alternativa. Depois, leia o
item correspondente à alternativa pela qual você optou mais vezes e confira qual in-
teligência múltipla é mais predominante em você.

Se optou mais vezes pela alternativa a, sua inteligência predominante é:

São pessoas com habilidades de controlar e orquestrar movimentos do corpo.


Se optou mais vezes pela alternativa b, sua inteligência predominante é:

São pessoas que compreendem o mundo visual com precisão, permitindo transformar, mo-
dificar e recriar experiências visuais.

9
Se optou mais vezes pela alternativa c, sua inteligência predominante é:

São pessoas com habilidades de sociabilidade, cooperação, comunicabilidade e facilidade


para fazer amigos.
Se optou mais vezes pela alternativa d, sua inteligência predominante é:

São pessoas que conhecem a si mesmas, seus sentimentos, desejos e personalidade.

Se optou mais vezes pela alternativa e, sua inteligência predominante é:

São pessoas que conseguem organizar frases e textos de forma clara e objetiva.

Se optou mais vezes pela alternativa f, sua inteligência predominante é:

São pessoas com facilidade para solucionar problemas matemáticos, da área da informática,
química ou física.

Se optou mais vezes pela alternativa g, sua inteligência predominante é:

São pessoas que apresentam boa entonação de voz, ritmo, timbre e têm sensibilidade à música.

Se optou mais vezes pela alternativa h, sua inteligência predominante é:

São pessoas que se descobrem como parte integrante do mundo animal e vegetal.

10
Gostou do seu resultado? Você se identificou com uma ou mais Inteligências Múltiplas?
O autoconhecimento é uma investigação sobre si mesmo para compreender o que se
passa conosco, sejam pensamentos, sentimentos ou mesmo anseios. É fazer de você
a sua própria bússola.
Ressaltamos que é comum a identificação com mais de um tipo de inteligência, pois
elas podem se desenvolver de forma concomitante e são influenciadas por fatores
genéticos e neurobiológicos e pelas condições socioambientais, representadas pela
sociedade, pela família e pela escola. Esta última é o espaço em que o professor pode
incentivar e mediar o processo de autopercepção do estudante, com o objetivo de
orientá-lo na construção de seu plano de estudos, bem como no seu Projeto de Vida.
O professor pode realizar esse teste com suas turmas, sistematizando as informa-
ções obtidas e compartilhando-as com os professores dos demais componentes e,
principalmente, com os tutores, para juntos apoiarem os estudantes em suas neces-
sidades específicas.

Tutores: No PEI, é o profissional que acompanha e apoia os estudantes nas dimensões


acadêmica, pessoal e profissional, auxiliando-os na construção do Projeto de Vida. Conhe-
ça mais a respeito da tutoria acessando o Caderno do Professor – Tutoria. Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_TT_
VOL-UN_2021-diagramado.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.

11
Unidade 1.2

Perfis de aprendizagem e as Competências Socioemocionais

Cursista, após refletir sobre o autoconhecimento e as inteligências múltiplas, que tal


conhecer alguns dos perfis de aprendizagem, pensando em como isso pode ajudá-lo
no planejamento estratégico?
Assista a uma animação e não se esqueça de fazer suas anotações em seu Diário de
bordo: https://youtu.be/r9fPg-lX6lA.
Agora você irá conhecer possíveis perfis de aprendizagem dos seus estudantes.

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Auditivo

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao ouvi-los. O barulho costuma incomodar mais o estudante com esse perfil.
Visual

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao visualizarem o material que estão estudando. São aqueles estudantes que
conseguem manter o olhar fixo em toda a aula e possuem dificuldade se não houver recurso
visual algum.
Cinestésico

São as pessoas que possuem facilidade de compreensão e/ou assimilação das informações
e conteúdos ao realizarem atividades mais práticas. São aqueles estudantes que costumam
ficar inquietos durante uma aula expositiva, pois não estão se movimentando.

Sabia que todos nós possuímos três canais de aprendizagem? No entanto, cada um
de nós aprende, de forma preponderante, por meio de um desses canais.
O seu canal de aprendizagem influencia diretamente na escolha da metodologia de
estudo. Com base nesse resultado, é possível traçar estratégias e técnicas de estudo
mais individualizadas e eficazes.

Como as Competências Socioemocionais podem contribuir no


desenvolvimento dos estudantes nas aulas de Orientação de Estudos e na
autoavaliação?

Durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas – Educar para as Competên-


cias do Século XXI, realizado em parceria com o Ministério da Educação (2014), sa-
lientou-se a importância de incluir as competências socioemocionais em políticas
públicas educativas.
O Programa Ensino Integral parte da concepção da educação integral, baseando-se
no pressuposto de que o desenvolvimento da pessoa ocorre como um todo, ou seja,

13
envolvendo os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais. Desse modo,
tanto as escolas de tempo parcial como as que integram o Programa Ensino Integral
devem proporcionar a formação integral dos estudantes, por meio da organização do
currículo, dos tempos e espaços adequados para a consolidação de conhecimentos,
valores e hábitos.
Nas aulas de Orientação de Estudos são oferecidas atividades diferenciadas e autoava-
liações que podem auxiliar o estudante a aprimorar suas competências e habilidades
cognitivas e socioemocionais, a desenvolver sua autonomia e a formar jovens prota-
gonistas, que possam interagir de forma crítica nas mais diversas situações, tanto na
escola quanto na sociedade.

Mas será que o estudante compreende como as competências


socioemocionais são consideradas em uma avaliação ou autoavaliação?

A prática da autoavaliação também pode ser considerada como um instrumento


avaliativo.
Nas aulas de OE, os estudantes devem identificar e conhecer as competências socio-
emocionais que foram abordadas na Situação de Aprendizagem, observando o sig-
nificado do que foi aprendido. Após a realização das atividades, é importante realizar
uma autoavaliação para auxiliar cada estudante no diagnóstico da efetividade de suas
práticas de estudo, refletindo também sobre suas atitudes diárias.

Competências socioemocionais: “São definidas como as capacidades individuais que


se manifestam de modo consistente em padrões de pensamentos, sentimentos e
comportamentos, favorecendo o desenvolvimento pleno [dos] estudantes e expan-
dindo as oportunidades de aprendizagem escolar”. (INSTITUTO AYRTON SENNA. As 10
competências gerais da BNCC e as competências socioemocionais. Disponível em:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/hub-socioemo
cional/instituto-ayrton-senna-as-10-competencias-gerais-da-bncc-e-as-competencias
-socioemocionais.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.)

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ASPECTOS QUE PODEM SER OBSERVADOS NO PREPARO DA AVALIAÇÃO OU
AUTOAVALIAÇÃO
Participação do estudante
Na relação com os demais estudantes.
Disposição e empenho em contribuir nas atividades.
Interação e definição de papéis nos grupos.
Engajamento com o grupo.
Produção de materiais/atividades
Atendimento ao que foi proposto.
Coesão, coerência e clareza na produção das atividades.
Habilidade na utilização dos recursos tecnológicos.
Cumprimento do cronograma estabelecido entre professor e estudantes.

Fonte: SÃO PAULO, 2021, p. 32.

Podemos sugerir uma roda de conversa e colocar na lousa as competências socioemo-


cionais, perguntando para os estudantes em que atividades elas constam, ou também,
como sugestão, podemos distribuir cartões com as competências socioemocionais
que foram propostas nas atividades e entregá-los para cada estudante aleatoriamen-
te; assim poderão relatar oralmente suas experiências em relação à competência, e o
professor poderá fazer suas ponderações e anotações.
Cada vez mais é necessário criar oportunidades estruturadas para que educadores e
estudantes possam se desenvolver intencionalmente em todas as suas dimensões,
incluindo a dimensão socioemocional. São competências para lidar com os próprios
sentimentos e emoções; são tão essenciais quanto o conhecimento e o domínio de
conteúdo técnico.
A seguir são apresentadas as competências socioemocionais que serão utilizadas no
quadro de autoavaliação após as atividades propostas nas aulas de Orientação de Es-
tudos, que consta no Caderno do Professor de Orientação de Estudos (p. 33).

Competências socioemocionais: São capacidades individuais que se manifestam nos


modos de pensar, de sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consi-
go mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações
adversas ou novas. Elas podem ser observadas em nosso padrão costumeiro de ação e
reação em face de estímulos de ordem pessoal e social.

15
Fonte: SÃO PAULO, 2021, p. 33.

Macrocompetência Autogestão
Foco: Capacidade de se concentrar na atividade que se deseja realizar e evitar distrações,
mesmo em tarefas repetitivas.
Responsabilidade: Envolve tomar para si um combinado, assumindo os compromissos de
realizar as tarefas planejadas, mesmo diante de dificuldades. Significa prever as consequên-
cias de nossos atos em função do bem-estar coletivo.
Organização: Está relacionada a organizar o tempo e as atividades, bem como planejar eta-
pas necessárias para se atingir uma meta e gerenciar compromissos futuros.
Determinação: Define-se pelo quanto nos esforçamos para conseguir aquilo que quere-
mos. Pressupõe dar o melhor de si e desafiar-se para atingir um objetivo.
Persistência: Capacidade de superar obstáculos para completar tarefas e concluir combina-
dos, em vez de procrastinar ou desistir quando as situações ficam difíceis ou desconfortáveis.
Macrocompetência Abertura ao novo
Curiosidade para aprender: Mobilizar conhecimentos prévios é um bom passo inicial para
cultivar o interesse dos estudantes e estimular a curiosidade para aprender sobre algo. Para
isso, adote estratégias como sistematizar esses conhecimentos com a turma, valorizá-los,
identificar “lacunas” e explicitar quais serão os pontos de aprofundamento nos próximos
encontros, presenciais ou on-line.
Imaginação criativa: Estimular o pensamento divergente é uma forma de fomentar a ima-
ginação criativa, ou seja, promover a abertura para que diferentes ideias possam ser trazidas
pelos estudantes, sem pressa para se chegar a um resultado final. Abrir a possibilidade para
se explorarem diferentes caminhos é uma forma de se estimular a criatividade. A partir de
ideias variadas, é possível, depois, buscar o pensamento convergente, ou seja, construir o
que será criado como resultado final.

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Macrocompetência Amabilidade
Respeito: Consiste em tratar as pessoas com bondade, consideração, lealdade, tolerância e
justiça, da mesma forma como gostaríamos de ser tratados.
Confiança: Consiste em ter expectativas positivas sobre as pessoas e acreditar que elas têm
boas intenções em suas ações, assumindo o melhor sobre elas.
Macrocompetência Resiliência emocional
Autoconfiança: Refere-se a acreditar em si mesmo e seguir adiante, mesmo quando as coi-
sas parecem difíceis ou não indo tão bem. Quando nos valorizamos e nos sentimos realiza-
dos, somos capazes de pensar de forma mais realista ante os nossos desafios. Assim, acaba-
mos por ajudar a fazer as coisas acontecerem.
Macrocompetência Engajamento com os outros
Entusiasmo: Significa envolver-se ativamente com a vida e com outras pessoas de uma
forma positiva, alegre e afirmativa, isto é, ter empolgação e paixão pelas atividades diárias e
empregar energia para executá-las.

Mas não para por aí! A seguir apresentamos as 17 Competências Socioemocionais


relacionadas a cada uma das cinco Macrocompetências.

Fonte: INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020.

17
Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esforçado, ter objetivos claros e
saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-se à habilidade de fazer escolhas
na vida profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade e a autonomia. Quem
é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como alguém mais disciplinado,
perseverante, eficiente e orientado para suas metas.

Engajamento com os outros: Diz respeito à motivação e à abertura para interações


sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao mundo externo, pessoas e coisas.
Essa macrocompetência ajuda a nos mantermos abertos e estimulados para conhecer
e dialogar com as pessoas, a nos manifestarmos de maneira afirmativa e assumirmos
a liderança quando necessário.

Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de agir baseada em princí-
pios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento; o quanto consegue conectar-
-se com os sentimentos das pessoas e se colocar no lugar do outro.

Resiliência emocional: Está relacionada à capacidade de alguém lidar com as pró-


prias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre suas reações emocionais,
como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade, sem apresentar mudanças brus-
cas. Pessoas com maior nível dessa competência confiam mais em suas capacidades
para desenvolver tarefas e regular suas emoções.

Abertura ao novo: É a tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais


e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investigativa, é curioso sobre o
mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações artísticas e estéti-
cas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundidade, pensa de
formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pessoas com alta
abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções sobre o mundo,
aprender com erros e mostrar empolgação em criar.

Fonte: INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020a, 2020b, 2020c, 2020d, 2020e.

Observe que no quadro de Autoavaliação das competências socioemocionais, contido


no Caderno do Professor de Orientação de Estudos, foram usadas aquelas pertinen-
tes à autoavaliação, com o objetivo de auxiliar os estudantes na construção e desen-
volvimento de seus Projetos de Vida e no aprimoramento das estratégias de estudos
utilizadas durante as aulas de OE.

Vamos praticar

Agora, que tal fazer uma atividade e aprofundar seus conhecimentos sobre as Macro-
competências Socioemocionais?

18
1. Complete as lacunas corretamente conforme as Macrocompetências Socioemocio-
nais. Use uma destas opções: aberto a novas experiências; dialogar com as pessoas;
fazer escolhas na vida; regular suas emoções; sentimentos das pessoas.
a) Macrocompetência da Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esfor-
çado, ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-
-se à habilidade de ______ profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade
e a autonomia. Quem é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como
alguém mais disciplinado, perseverante, eficiente e orientado para suas metas.
(INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020a)

b) Macrocompetência Abertura ao Novo: É a tendência a ser ______ estéticas, culturais


e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investigativa, é curioso so-
bre o mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações artísticas e
estéticas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundidade,
pensa de formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pes-
soas com alta abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções
sobre o mundo, aprender com erros e mostrar empolgação em criar. (INSTITUTO
AYRTON SENNA, 2020b)

c) Macrocompetência Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de


agir baseada em princípios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento;
o quanto consegue conectar-se com os e se colocar no lugar do
outro. (INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020c)

d) Macrocompetência Resiliência Emocional: Está relacionada à capacidade de al-


guém lidar com as próprias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre
suas reações emocionais, como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade,
sem apresentar mudanças bruscas. Pessoas com maior nível dessa competência
confiam mais em suas capacidades para desenvolver tarefas e .
(INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020d)

e) Macrocompetência Engajamento com os Outros: Diz respeito à motivação e à


abertura para interações sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao
mundo externo, pessoas e coisas. Essa macrocompetência ajuda a nos manter-
mos abertos e estimulados para conhecer e , a nos manifestarmos
de maneira afirmativa e assumirmos a liderança quando necessário. (INSTITUTO
AYRTON SENNA, 2020e)

19
Saiba mais

Aprofunde seus conhecimentos sobre as Macrocompetências Socioemocionais aces-


sando os materiais desenvolvidos pelo Instituto Ayrton Senna (IAS):
• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Autogestão:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/
instituto-ayrton-senna-macrocompet%C3%AAncia-autogestao.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Abertura ao


novo: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/docume
ntos/instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-abertura-ao-novo.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Amabilidade:


https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/
instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-amabilidade.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Resiliência


emocional: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/
documentos/instituto-ayrton-senna-macrocompetencia-resiliencia-emocional.pdf.

• Ideias para o desenvolvimento de competências socioemocionais – Engajamen-


to com os outros: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrton
senna/documentos/IAS_Macro_Engajamento_2020.09.09.pdf.

A combinação dessas competências socioemocionais com as cognitivas auxilia a con-


figurar o conceito de formação integral. A criação de um ambiente escolar humani-
zado e adequado para o estabelecimento de relações intra e interpessoais facilita a
aprendizagem dos estudantes. Eles passam a compreender os conceitos ensinados
de uma forma mais natural, uma vez que o estudante educado emocionalmente pos-
sui maior motivação para organizar seu tempo de estudo e aprender, impactando
positivamente seu rendimento escolar.
Trabalhar as competências socioemocionais com seus estudantes auxilia a prepará-los
para a vida. Além disso, também transforma o ambiente escolar, de forma a contribuir para
que a aprendizagem se torne ainda mais eficiente. Para isso, é preciso trabalhar o desen-
volvimento das competências socioemocionais no dia a dia.

20
Unidade  1.3

Autoavaliação e desempenho escolar

Caro cursista, percebemos, até aqui, que o estudante poderá ser incentivado pelo seu pro-
fessor a realizar atividades que permitam desenvolver a habilidade de se autoavaliar.

Mas como essa autoavaliação ocorrerá quando falamos em melhoria do


desempenho escolar? Como o estudante pode perceber a importância dos
estudos para seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional? Como
ele poderá compreender o que ele aprendeu e o que precisa aprender?

Antes de começar a responder a essas questões, um professor precisa ter em mente


que todos estamos em constante processo de aprendizagem, no qual ideias e valores
são ressignificados a partir do momento em que começamos a refletir sobre o que
estamos aprendendo.
É importante enfatizar que o estudo deve se tornar um hábito na vida do estudante.
Para isso, o professor deverá reforçar a importância de se estabelecer uma rotina de
estudos e ensiná-los a se organizarem. O Professor de Orientação de Estudos poderá
direcionar seu estudante no processo de reflexão sobre sua autoavaliação por meio da
elaboração de um Plano de Estudos. Nesse plano, alguns itens são essenciais para in-
centivar o estudante a perceber o motivo pelo qual o está construindo, como é o caso
do Projeto de Vida. Outros itens também são importantes para o estudante organizar

21
sua rotina de estudo, como o seu horário de aulas, o tempo destinado ao estudo e à
checagem da aprendizagem, a revisão dos assuntos estudados, entre outros.
Veja, no Anexo 1, um modelo de plano de estudo que pode ser aplicado pelo professor
aos seus estudantes, lembrando que ele é uma sugestão e pode ser adaptado confor-
me a necessidade dos estudantes e a realidade da escola.
Sugerimos que, após o professor incentivar os estudantes a realizarem uma reflexão
sobre o plano de estudos e disponibilizar um período para que o preencham com o
máximo cuidado, ele também precisa proporcionar um momento para que o estu-
dante possa repensar sobre o que foi preenchido e perceber se todas as suas neces-
sidades educacionais foram atendidas. Para a reflexão, o professor poderá fazer um
checklist com os estudantes, solicitando que verifiquem se o plano de estudos con-
templa horários de estudo para todos os componentes curriculares e se há um perío-
do para a retomada de alguma habilidade não consolidada e momentos de leitura de
textos, livros ou notícias que os interessem.
Após uma semana, o professor poderá realizar, com os estudantes, uma autoavaliação
para refletir sobre as ações e as atividades realizadas, discutindo sobre a importância
do planejamento sobre as práticas diárias.

Vamos praticar

Cursista, anote em seu Diário de bordo as possíveis adequações que poderão ser incluí-
das nesse plano de estudo a partir da realidade da sua turma e da comunidade escolar
em que atua.

Uma das Premissas do PEI é a Corresponsabilidade, ou seja, todos devem partilhar


as responsabilidades, e outra é o Protagonismo, sendo dever de todos trabalhar em
prol da formação de jovens protagonistas. Por esse motivo, o Professor de Orientação
de Estudos não pode trabalhar sozinho, ele deve contar com o apoio dos seus colegas
professores, tutores e professores coordenadores.
O professor de Orientação de Estudos, com o Tutor, poderá realizar uma série de
atividades que façam com que o estudante reflita sobre suas práticas e, consequen-
temente, faça uma autoavaliação sobre seu desempenho escolar.
Uma atividade, por exemplo, é criar gráficos ou tabelas, de acordo com o ano/série
que ele está cursando, com suas notas e faltas e incentivar o estudante a refletir se
suas faltas impactam a aprendizagem, se é necessário prestar mais atenção nas aulas
ou, até mesmo, se precisa rever suas estratégias de estudos.
Veja, no Anexo 2, um modelo de como fazer a sistematização dos dados.

22
É importante que essa atividade seja adaptada, dependendo do ano/série em que
o estudante se encontra. Para os Anos Iniciais, por exemplo, o estudante poderá re-
conhecer os números e pintar os quadrados correspondentes às suas notas. Para os
Anos Finais e Ensino Médio, a atividade poderá ser adaptada, aumentando-se o nível
de dificuldade, solicitando ao estudante que realize todo o gráfico; para isso, a parce-
ria com os professores de Matemática será essencial para a construção das tabelas e
gráficos.
Outros recursos também podem e devem ser utilizados para a realização do mapa de
desempenho, como é o caso de plataformas de software, como o Excel, que gera um
gráfico após a criação de uma tabela, ou até mesmo uma folha quadriculada.
Durante a realização dessa atividade, o professor deve sempre ter em mente que o
mais importante é que o estudante seja incentivado a refletir sobre seu próprio de-
sempenho escolar, propondo suas próprias metas de melhoria dos resultados para
identificar as fragilidades em sua rotina de estudos.

Atenção

Quando nos referimos às metas de melhoria dos resultados que o estudante pode indicar
em seu mapa de desempenho, os professores devem orientar para que a escolha desse
valor seja possível de ser alcançado, pois, quando muito alto, poderá desestimulá-lo. Por
outro lado, metas pouco ambiciosas também podem gerar o mesmo sentimento.

Cursista, nas escolas do PEI, o Professor de Orientação de Estudos pode apoiar os tu-
tores em outra atividade muito importante, a de proporcionar aos estudantes uma
reflexão sobre a organização de suas rotinas de estudos em todos os componentes
curriculares, principalmente naqueles em que seu desempenho ficou abaixo das me-
tas estipuladas por eles mesmos.

Importante

Lembre-se de que o mais importante é que o jovem compreenda que sua nota bi-
mestral nos componentes curriculares é uma ferramenta que lhe permite identificar
suas potencialidades e fragilidades, refletir sobre suas práticas de estudos e rever suas
estratégias, se necessário.

23
Veja, no Anexo 3, uma atividade autoavaliativa que o Professor de Orientação de Es-
tudos poderá realizar com os estudantes. Essa atividade tem por finalidade levar o es-
tudante a refletir sobre suas práticas de estudo. Lembre-se de que a atividade é uma
sugestão e pode ser alterada ou adaptada conforme a necessidade e a realidade da
escola.
Essa atividade incentiva o estudante a refletir sobre suas ações e sobre o impacto que
causam em sua aprendizagem e, consequentemente, no seu desempenho.
Após a atividade, o Professor de Orientação de Estudos poderá analisar cada caso para
perceber se os estudantes conseguiram refletir sobre seu desempenho escolar ou se
precisam de alguma orientação. Analisando a atividade, também é possível notar se
algum estudante se cobra demais, o que pode causar problemas em sua rotina de
estudos e impactos negativos em seu desempenho.

24
Unidade 1.4

Motivação x Hábito

Podemos definir motivação como o ato ou efeito de motivar ou de despertar o in-


teresse por algo. Já o hábito pode ser entendido como um comportamento que se
repete com frequência e é realizado de maneira inconsciente, podendo ser criado,
alterado e substituído.

Como fazer para que o estudante se sinta motivado para desenvolver o


hábito de estudar fora do ambiente escolar?

Diante desta questão, surgem várias palavras em nossa mente: motivação, impulso,
despertar, início. Todas nos remetem a um começo de tarefas que precisam ser reali-
zadas para alcançarmos determinado objetivo.

Qual pode ser, então, o impulso para que o estudante desenvolva o hábito do
estudo?

Ele depende da sua vontade e de motivação para isso. Dessa forma, pode o Profes-
sor de Orientação de Estudos proporcionar atividades de reflexão, tendo como foco a
criação de um novo hábito que envolva as vontades e a motivação dos estudantes. Ao
falar das vontades dos estudantes, nos referimos a rotinas agradáveis que já realizam.

25
Sendo assim, o jovem pode ser orientado a criar o novo hábito sempre seguido de
outro que ele já está acostumado a realizar como um reforço positivo. Vamos ilustrar
com um exemplo:

Ao final do bimestre, o professor de OE solicitou que os estudantes realizassem


a “Atividade Reflexiva Pós-bimestre” (Anexo 3). Ao preencher os resultados, um
dos estudantes percebeu que suas notas em Língua Portuguesa não eram satis-
fatórias; então, definiu que criaria um hábito: estudaria duas horas por dia com
o intuito de melhorar seu rendimento.

Ao receber as atividades dos estudantes, o professor faz a análise e nota que


esse novo hábito é exagerado, pois o estudante poderá se sentir desmotivado
no meio do percurso; então, sugere a leitura de cinco páginas do conteúdo
diariamente.

E, para auxiliar o novo hábito, ele deverá criar a seguinte rotina:


• Escolher um hábito existente – jantar ou escovar os dentes, por exemplo;

• Praticar o novo hábito – ler as cinco páginas depois do hábito existente


escolhido;

• Escolher uma ação que lhe dê prazer – acessar uma rede social ou jogo de
sua preferência (para que seja um reforço positivo que incentive o novo hábito).

Atenção

Cursista, agora você será convidado a refletir sobre a criação de um novo hábito em sua
vida pessoal e, assim, poderá replicar essa reflexão em suas turmas. Veja a atividade no
Anexo 4, para realizá-la.

Essa atividade foi pensada para que você conheça as etapas que podem ser seguidas
para o desenvolvimento de um novo hábito, que, como já vimos, não é definido e sus-
tentado apenas pela motivação.
Que tal tentar replicar essa atividade com os estudantes? Não esqueça de anotar suas
impressões e resultados em seu Diário de bordo.

26
Unidade 1.5

Autoavaliação relacionada a atitudes e experiências

A autoavaliação é uma ferramenta que apoia o desenvolvimento da autoconsciência,


impulsiona o indivíduo a identificar suas potencialidades e fragilidades, possibilitando a
tomada de decisões na direção de melhorar suas práticas nas mais diferentes esferas da
vida. Por isso, essa prática poderia ser incluída na rotina das pessoas.

Incentivar o exercício da autoavaliação na escola é fundamental, pois nos espaços e


tempos escolares há múltiplas possibilidades de promover a reflexão sobre posturas,
práticas e ações assumidas pelos estudantes durante sua vida escolar e no processo
de construção de conhecimentos. Assim, a escola tem muito a contribuir para que a
autoavaliação se torne natural, como um hábito, por meio do qual o estudante faça
sua autorregulação e corrija rumos para ampliar sua performance, tanto em relação
ao ambiente escolar como em qualquer outra instância da vida.
Até aqui, você já recebeu muitas informações e sugestões de estratégias rumo à
realização de atividades de autoavaliação no componente Orientação de Estudos. A
construção de Planos de Estudo, Agendas, Mapas de Desempenho e as atividades
reflexivas, entre outras que professores e estudantes possam criar e realizar juntos,

27
são ferramentas que podem levar a posicionamentos críticos e conscientes e a ações
bem-sucedidas na vida dos estudantes.
No entanto, apesar dos esforços no sentido de promover uma autoavaliação que pos-
sibilite ao estudante exercer seu protagonismo em face do seu próprio aprendizado e
desempenho escolar, em alguns casos o efeito positivo pode não acontecer.

Então, o que se pode fazer para reverter essa situação?

Vamos entender as prováveis causas e, também, as possibilidades de atuação do pro-


fessor para o enfrentamento dessa situação.
Alguns aspectos pertinentes à finalidade da autoavaliação precisam ser enfatizados
para compreendermos onde os entraves podem surgir, sendo, então, possível apoiar
os estudantes na transposição de tais barreiras.

A autorregulação é uma potencialidade que leva a pessoa a controlar suas emoções


direcionando saberes e habilidades à conquista de objetivos e metas de maneira calcu-
lada e planejada, obtendo, assim, maiores chances de ser bem-sucedido em suas ações.

Cursista, apoiar o estudante a desenvolver o hábito de realizar autoavaliações pe-


riódicas favorece o desenvolvimento da autorregulação, mas é necessário encami-
nhar adequadamente a autoavaliação para que alguns equívocos não atrapalhem
essa prática.
Observe a seguir os equívocos mais comuns e as intervenções adequadas.

Feedback
Equívoco
• Demorar muito para dar feedback após uma atividade, em geral, faz com que o estudan-
te esqueça as dificuldades que enfrentou.

Intervenção
• Procure dar respostas sobre as atividades que os estudantes realizaram o mais breve pos-
sível, pois as reflexões serão mais oportunas e a autoavaliação, mais eficaz.
Questionamentos
Equívoco
• Fazer questionamentos abrangentes demais que não levam o estudante a identificar
suas fragilidades com clareza.

Intervenção
• Encaminhe perguntas objetivas que levem o estudante a identificar o que está dificultan-
do o progresso de uma ação.

28
Avaliação
Equívoco
• Valorizar apenas o resultado em detrimento do processo de construção de conhecimen-
tos pode trazer perdas de detalhes importantes para uma autoavaliação consistente.

Intervenção
• É importante realizar reflexões ao longo do processo, intercalando-as com as atividades
avaliativas propostas. A elaboração de Portfólios ou Webfólios também traz a possibilidade
de compreensão do processo porque deixa registros que podem ser revistos e avaliados de
maneira periódica e concreta.

Webfólios: Portfólios de registro on-line/digital.

Dica

Para a criação dos Webfólios, o professor poderá criar uma pasta em uma nuvem com-
partilhada com os estudantes para que eles possam alimentá-la com fotos e/ou ativida-
des que acharem mais pertinentes para registro do percurso e das atividades avaliativas.
Para isso, pode ser utilizado o e-mail institucional da Microsoft ou do Google. É importan-
te lembrar que todos conseguem o acesso ao entrar na Secretaria Escolar Digital (SED).

Vamos praticar

Agora que refletimos sobre a Autoavaliação, propomos uma atividade para consolidar-
mos nosso entendimento sobre esse tema. Vamos lá!

29
2. Associe os itens de forma a indicar a solução mais adequada a cada equívoco
apresentado.
Soluções

A – Propor reflexões intercaladas às etapas de aprendizagem, usando portfólios e


webfólios para visualizar todo o processo de construção de saberes.

B – Trazer retorno sobre as atividades o mais breve possível para que a autoavalia-
ção seja eficaz.

C – Fazer perguntas objetivas e específicas para cada situação e/ou proposta de


reflexão.

Equívocos

( ) Demorar para dar feedback às atividades propostas.

( ) Somente valorizar resultados finais desconsiderando os processos de construção


de conhecimentos.

( ) Uso de questões abrangentes para encaminhar a reflexão sobre potencialidades


e fragilidades.

30
Unidade   2

Autoavaliação significativa

Na perspectiva do Ensino Integral, a autoavaliação representa o desenvolvimento da


autonomia, da motivação e da responsabilidade, tanto dos estudantes quanto dos
professores, e constituem aspectos importantes para que esses atores possam exerci-
tar o olhar para si.
Para que possam dedicar-se a atender as expectativas de aprendizagem, é preciso
deixar os critérios de avaliação muito bem explicados, esclarecidos e definidos junto
aos estudantes. A participação deles na construção de critérios coerentes com as pro-
postas pode contribuir para que o estudante se comprometa com a avaliação, tornan-
do-o corresponsável pelos resultados.

31
Então, não se deve economizar tempo nem diálogo para estabelecer, com riqueza de
detalhes, os resultados esperados das atividades e ações propostas. É muito impor-
tante que o professor invista esforços para:

Levar o estudante a compreender que sua nota é resultado de critérios estabelecidos e não
apenas um número que expressa a quantidade de conhecimentos que ele mobilizou em
uma única forma de avaliação.

Esclarecer que o conhecimento dos conceitos é importante, porém não será o único critério
para a avaliação de suas potencialidades. Assim, é necessário que, além de definir os objetos
do conhecimento a serem compreendidos pelos estudantes, deve-se também definir os
procedimentos a serem seguidos e as atitudes desejadas.

Ao interpretar seu Mapa de Desempenho, o estudante deve concluir que os critérios estabe-
lecidos para serem seguidos em relação aos procedimentos indicados e atitudes adequadas
foram tão ou mais importantes para sua avaliação quanto o conhecimento dos conceitos.

Manter um diálogo constante, sempre pontuando, em momentos oportunos, os critérios


que deveriam ter sido atendidos. Isso ajuda os estudantes a não perderem o foco, a enten-
derem seus momentos de fragilidades e potencialidades a serem corrigidas ou reforçadas.

32
Unidade   2.1

Ações voltadas à melhoria do desempenho escolar

Guiados pelo entendimento de Perrenoud (2000), sabemos que os estudantes sem-


pre trazem consigo as bagagens de sua vida:
“A escola não constrói a partir do zero, nem o aprendiz é uma tábula rasa,
uma mente vazia, ele sabe muitas coisas, questionou-se e assimilou ou ela-
borou respostas que o satisfazem provisoriamente. Por causa disso, mui-
tas vezes, o ensino choca-se de frente com as concepções dos aprendizes.”
(PERRENOUD, 2000, p. 28)
Não se pode deixar que tantos conhecimentos, experiências e emoções sejam des-
considerados apenas por não estarem contidos no mundo acadêmico. Por esse mo-
tivo, todas as metas que a escola venha a estabelecer precisam estar alinhadas aos
sonhos e Projetos de Vida dos estudantes.

33
E como estabelecer uma sintonia entre conhecimentos prévios e escolares,
auxiliando os estudantes a desenharem seus Projetos de Vida?

Um dos papéis da escola é envolver o estudante na trama das ciências e despertar sua
curiosidade por temas que venham ao encontro de seus objetivos. Dessa forma, o pro-
fessor de Orientação de Estudos deve trabalhar também para promover o levantamen-
to e a revisão dos conhecimentos prévios dos estudantes, por meio das seguintes ações:

Incentivar o estudante a falar durante as aulas, dando depoimentos, participando de


debates e expondo ideias. Isto permitirá que seus conhecimentos prévios sejam alvo
de comparação com os conceitos acadêmicos desenvolvidos nos componentes curri-
culares. Conhecimentos prévios e acadêmicos precisam ser confrontados por diferen-
tes posicionamentos dos estudantes da turma, levando à formulação de conclusões e
levantamento de novas hipóteses. Nesse processo, é necessário ainda que o estudante
encontre um espaço para autoavaliar-se, comparando aquilo que sabia com o que
aprendeu durante as aulas.

Fazer do “erro” um ponto de partida para a construção dos saberes dos estudantes
para que identifiquem e reconheçam equívocos e/ou acertos em seus conhecimentos
prévios. Para tanto, é necessário aprender o conceito científico sobre os temas propos-
tos, a fim de reconstruir a linha de raciocínio que induzia a uma resposta prévia sobre
o tema abordado.

Propor situações-problema para que os estudantes tenham a oportunidade de con-


frontar conhecimentos prévios e acadêmicos, elaborar hipóteses, reestruturar formas
de observar e compreender fenômenos referentes aos temas propostos.

Atuar em parceria, pois todos os professores que ministram aulas, tanto dos compo-
nentes da Formação Geral Básica quanto da Parte Diversificada/Itinerário Formativo,
são corresponsáveis pela formação dos estudantes. Aliando a Orientação de Estudos à
Tutoria se estabelece uma rede de apoio aos demais professores, ampliando as possi-
bilidades de melhoria do desempenho dos estudantes.

34
Unidade  2.2

Como fazer uma autoavaliação usando rubricas

Vimos no Módulo 1 que um dos objetivos das aulas de Orientação de Estudos é “de-
senvolver e/ou aprimorar as habilidades de autoavaliação” e que uma das diretrizes
desse componente é “manter uma rotina de trocas que permitam avaliar o avanço ou
as dificuldades dos estudantes”.
Neste módulo, percebemos que um dos entraves que surgem no momento da ava-
liação é quando confrontamos os aspectos qualitativos com os quantitativos, ou seja,
muitas vezes o avaliador conhece o potencial do avaliado, mas o método que esco-
lheu para avaliar (quase sempre padronizado para um mesmo grupo de indivíduos)
pode não ter favorecido o avaliado.
Veja a imagem a seguir para compreendermos melhor esta situação.

35
Na educação, a rubrica é uma ferramenta de avaliação/autoavaliação personalizada e
utilizada para comunicar expectativas de qualidade baseadas em resultados, podendo
ou não ser utilizada para pontuação (aspecto quantitativo), o que facilita muito o traba-
lho do professor ou avaliador, proporcionando confiabilidade não apenas no resultado,
mas no processo como um todo.

Nas aulas de Orientação de Estudos, as rubricas podem ajudar os estudantes a assu-


mirem uma postura protagonista, tomando ciência da intencionalidade dos objetos
de conhecimento trabalhados nas aulas, permitindo assim a mensuração do desen-
volvimento das habilidades.

36
Por que usar rubricas?

De acordo com Heidi Goodrich Andrade (2005), especialista em rubricas da Universi-


dade de Ohio, a utilização de rubricas na educação proporciona:

Aos professores e estudantes


Definir o que significa “qualidade” da aprendizagem.

Aos estudantes que usam rubricas


Se autoavaliarem, adquirindo maior responsabilidade pelo seu desempenho.

Aos professores
Redução no tempo de correção de tarefas, facilidade para explicar aos estudantes seus re-
sultados e o que podem fazer para melhorar.

Aos pais ou responsáveis


Maior compreensão sobre o que seu/sua f ilho/f ilha precisa fazer para ter um melhor
desempenho.

37
As rubricas são compostas por linhas e colunas. As linhas são utilizadas para definir
os critérios para avaliar uma determinada tarefa; já as colunas definem os níveis de
desempenho para cada critério. Existem vários tipos de rubricas.
Para tornar nosso exemplo mais didático, vamos analisar uma rubrica analítica avalia-
tiva sobre trabalho de pesquisa escolar.

Descrição: Organização de rubrica analítica em linhas e colunas, constan-


do os níveis de desempenho (linhas) e os critérios avaliados (colunas).

Construindo rubricas avaliativas/autoavaliativas em quatro passos

1o Passo – Definir o objetivo

O primeiro passo é def inir qual é o objetivo da rubrica, ou seja, def inir o que se
quer avaliar. Em nosso exemplo de rubrica sobre trabalho de pesquisa escolar, o
objetivo é avaliar a qualidade do trabalho de pesquisa feito pelo estudante.

Note que incluímos no cabeçalho da rubrica o objetivo e também observações com


orientações e/ou direcionamentos.

38
2o Passo – Determinar os critérios

O segundo passo é determinar quais elementos ou critérios queremos avaliar, ou seja,


quais itens ou aspectos serão avaliados. Em nosso exemplo, escolhemos os seguintes
critérios: apresentação, organização, elementos gráficos e pontualidade. Veja:

Importante

Neste momento, você deve pensar quais conteúdos, habilidades ou atitudes você acre-
dita serem relevantes para o estudante desenvolver. São os elementos em que você
estará focado em avaliar.

Dica

Que tal envolver a turma em uma discussão sobre quais critérios consideram importan-
tes entre os objetos de conhecimento trabalhados nas aulas para o desenvolvimento da
habilidade ou competência pretendida? Essa é uma forma de fazê-los refletir sobre as
atividades trabalhadas.

39
3o Passo – Estabelecer os níveis de desempenho

Nesta etapa devemos escolher expressões (nomes) para cada um dos níveis de
desempenho. Vejamos nosso exemplo:

Atenção ao nomear os níveis!


Deve-se estar atento em como o estudante/avaliado receberá sua avaliação, ou seja, qual
efeito emocional o indivíduo terá após identificar/reconhecer seu desempenho.
• Evite expressões negativas, como ruim, fraco ou insuficiente, pois isso poderá deses-
timular o estudante, causando um impacto emocional negativo.

• Procure utilizar expressões incentivadoras, como quase lá, chegou lá, muito bom, su-
perou, pode melhorar.

• Dependendo do ano/série ou idade do estudante, pode-se atribuir figuras ou emojis.

Emoji: é uma palavra derivada da junção dos seguintes termos em japonês: e + moji.
Com origem no Japão, os emojis são ideogramas e smiles usados em mensagens eletrô-
nicas e páginas web, cujo uso está se popularizando para além do país.

40
Dica

Procure estabelecer de três a cinco níveis de desempenho, pois o uso de muitos níveis
pode trazer dificuldades à construção da rubrica.

Dependendo da intenção da avaliação, pode-se também associar essas expressões a


valores quantitativos (notas).

Atenção

Antes de associar notas ou classificação quantitativas aos níveis de desempenho, faça


um combinado prévio com os estudantes para que todos tomem ciência da importân-
cia da avaliação. Lembre que se deve evitar, sempre, a “nota zero”!

4o Passo – Descrever os resultados possíveis (níveis x critérios)

Esta é a etapa mais complexa da construção da rubrica. Busque descrever cada re-
sultado de forma clara e objetiva. Apesar de ser uma tarefa complexa, este trabalho
servirá tanto para a avaliação em si quanto também será a devolutiva (feedback) ao
estudante. Dessa forma, o estudante poderá refletir sobre seu desempenho e com-
preender o que se espera dele.

Dica

Opte por começar as descrições sempre pelo nível tido como o ideal, nunca pelo “exce-
lente”, e, a partir desse nível, definir os outros; isso facilitará seu trabalho.

41
Veja nosso exemplo:

Atenção

Procure manter uma distinção clara entre os níveis, de forma a evitar sobreposições;
caso contrário, poderá comprometer o resultado da avaliação.

42
3. Agora é com você, cursista! Leia a rubrica “Trabalho de pesquisa escolar”. Depois, as-
socie quais definições completariam corretamente os espaços de cada nível x critério.

Critérios avaliados

A – Apresentação

B – Organização

C – Elementos gráficos

D – Pontualidade

Níveis de desempenho

( ) Trabalho com desenhos ou ilustrações que remetem ao conteúdo, porém sem


complementar o que está escrito. Trabalho com textos multimodais (gráficos, foto-
grafias e emprego de links) permitindo o aprofundamento do conteúdo trabalhado.

( ) Trabalho apenas com desenvolvimento e resultados. Trabalho com páginas nu-


meradas, sumário, introdução, desenvolvimento, resultados, conclusão e referên-
cias bibliográficas.

( ) Entregue com atraso muito superior ao determinado pelo professor. Entregue


com um dia de atraso.

( ) Trabalho com capa, título da pesquisa, nome do(s) autor(es) e páginas unidas
com um clipe ou grampo. Trabalho com capa, identificação da escola, do(s) au-
tor(es), do local e ano, contracapa, páginas agrupadas e unidas com grampo, tri-
lho, colchetes ou similar de mesma função e sem amassados.

43
Cursista, vale lembrar que esse é um bom exercício para trabalhar com seus estudan-
tes para que possam compreender o significado e o objetivo da avaliação.

Importante

A criação ou o desenvolvimento de rubricas é um processo que leva tempo, atenção e


dedicação até se adquirir a prática, contudo, ele é fundamental na construção da cultura
de autoavaliação entre os estudantes.

44
Encerramento do módulo

Chegamos ao final do Módulo 2! Esperamos que você possa ter aprofundado seus
conhecimentos sobre avaliação e autoavaliação, entendendo que são ferramentas es-
senciais para:

a tomada de consciência de si mesmo;

que as aulas de OE se tornem um espaço de reflexão, autoconhecimento, desenvolvi-


mento da autonomia nos estudos e reconhecimento das potencialidades e fragilidades
dos estudantes.

As aulas de Orientação de Estudos oferecem apoio aos estudantes na busca pelo au-
toconhecimento, a fim de desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais
e contribuir para a formação de jovens protagonistas.

45
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REZENDE, M. A.; AMBROSIO, M. Avaliação da aprendizagem e o uso do portfólio/
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gramado.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução SEDUC no 85, de 19 de no-
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damental, do Ensino Médio e das respectivas modalidades de ensino da Rede Esta-
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STAIB, Fred. Avaliando melhor e mais rápido: como criar rubricas. EduCanvas, 29 jul.
2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BSTckqsaEFw. Acesso em:
20 jul. 2021.

48
Gabaritos

1. a) Macrocompetência da Autogestão: Indica a capacidade de ser organizado, esforçado,


ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética. Relaciona-se à habilidade
de fazer escolhas na vida profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade e a au-
tonomia. Quem é capaz de exercer mais a autogestão apresenta-se como alguém mais
disciplinado, perseverante, eficiente e orientado para suas metas.

1. b) Macrocompetência Abertura ao Novo: É a tendência a ser aberto a novas experiên-


cias estéticas, culturais e intelectuais. O indivíduo aberto ao novo tem atitude investiga-
tiva, é curioso sobre o mundo, flexível e receptivo a novas ideias. Aprecia manifestações
artísticas e estéticas diversas, busca entender o funcionamento das coisas em profundi-
dade, pensa de formas diferentes e desenvolve ideias criativas e não convencionais. Pes-
soas com alta abertura ao novo são mais hábeis em inovar e ter novas percepções sobre
o mundo, aprender com erros e mostrar empolgação em criar.

1. c) Macrocompetência Amabilidade: Indica o grau com que uma pessoa é capaz de agir
baseada em princípios e sentimentos de compaixão, justiça, acolhimento; o quanto con-
segue conectar-se com os sentimentos das pessoas e se colocar no lugar do outro.

1. d) Macrocompetência Resiliência Emocional: Está relacionada à capacidade de alguém


lidar com as próprias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre suas reações
emocionais, como, por exemplo, raiva, insegurança e ansiedade, sem apresentar mudan-
ças bruscas. Pessoas com maior nível dessa competência confiam mais em suas capaci-
dades para desenvolver tarefas e regular suas emoções.

1. e) Macrocompetência Engajamento com os Outros: Diz respeito à motivação e à abertu-


ra para interações sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao mundo externo,
pessoas e coisas. Essa macrocompetência ajuda a nos mantermos abertos e estimulados
para conhecer e dialogar com as pessoas, a nos manifestarmos de maneira afirmativa e
assumirmos a liderança quando necessário.

2. A sequência correta é: B; A; C.

49
3. A sequência correta é: C; B; D; A.
Comentários:
A rubrica completa é:

Imagens sobre avaliação e autoavaliação (p. 4, 16) desenhadas para o curso com base
nas fontes indicadas. Imagem sobre macrocompetências e competências socioemo-
cionais (p. 17): Instituto Ayrton Senna. Tirinha (p. 36) e imagens sobre rubricas avaliati-
vas (p. 38-43; 50) elaboradas para o curso. Demais imagens: Getty Images.

50
Anexo 1

PLANO DE ESTUDO SEMANAL


ESTUDANTE:
PROJETO DE VIDA:
Por que desejo esse Projeto?
Grade Horária Escolar
Inserir horário de aulas da turma
O que preciso realizar?
Liste aqui todas as coisas que
não terminou de realizar.

Liste aqui coisas que não


compreende e precisa
estudar.

Liste aqui coisas que deseja


aprender.

Liste aqui todas as


solicitações dos professores,
como tarefas, trabalhos e
outras atividades.
Planejamento
Liste aqui todas as tarefas,
trabalhos e atividades em
ordem de prioridade, de
acordo com os prazos de
entrega.
Rotina de Estudo
OBS: Neste campo coloque um horário e o dia que irá realizar as tarefas. Lembre-
se de dividir os horários entre as atividades prioritárias e as que possuem um
prazo longo para entrega
Horário Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom

Autoavaliação
Conseguiu cumprir tudo o que previu para a
Sim Não
semana?
Por qual motivo não cumpri
alguma tarefa?

O que preciso fazer para


cumprir tudo?

O que ficará para a próxima


semana?

51
Anexo 2

MAPA DE DESEMPENHO DO 1º BIMESTRE


ESTUDANTE:
PROJETO DE VIDA:

Notas Metas Para o 2º Bimestre

10 10
9 9
8 8
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
Língua Portuguesa

Língua Portuguesa
Educação Física

Educação Física
Língua Inglesa

Língua Inglesa
Matemática

Matemática
Geografia

Geografia
Ciências

Ciências
História

História
Arte

Arte

TOTAL DE FALTAS

O que percebi quanto às


minhas notas?

O que percebi quanto às


minhas faltas?

52
Anexo 3

ATIVIDADE REFLEXIVA PÓS-BIMESTRE


ESTUDANTE:
PROJETO DE
VIDA:
TUTOR:
QUESTIONAMENTOS
1. Participei ativamente de todas
as aulas?
2. Prestei atenção em todas as
aulas?

3. Faltei muito durante o


bimestre?
4. Realizei todas as atividades
propostas pelos professores?
5. Dediquei meu tempo fora da
escola para estudar?
6. Prestei atenção nos momentos
de revisão?
7. Passei mais tempo jogando,
brincando, conversando,
assistindo televisão do que
estudando?
8. Fiz leituras de livros e outros
materiais?
9. Estudei assuntos que não foram
tratados em sala de aula?
10. Minha agenda está organizada e
em dia?
11. Meu caderno está organizado e
em dia?

12. Estudei para as avaliações?

13. Me distraí muito durante meus


estudos?
14. Eu perguntei ao professor
quando fiquei com dúvidas?
15. Refleti sobre o meu Projeto de
Vida e fiz avanços?
AUTOAVALIAÇÃO FINAL
O que concluí ao terminar de
responder esse questionário?

53
Anexo 4

1. No campo abaixo, escreva o novo hábito que gostaria de


adquirir, por exemplo: praticar exercícios físicos ou começar a
estudar todos os dias.

2. A seguir, reflita e escreva quais comportamentos e ações que


você já possui ou executa e que podem auxiliá-lo na aquisição
desse novo hábito.

Esses comportamentos que você listou serão colocados em


quadrantes. Conforme a explicação abaixo:

v
PRIMEIRO QUADRANTE SEGUNDO QUADRANTE
Comportamentos que são DIFÍCEIS de Comportamentos que são DIFÍCEIS de
executar, mas possuem uma ALTA executar, mas possuem uma BAIXA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

 Ler um dicionário.  Montar um ambiente


Ler o dicionário, ao terminar de fazer equipado.
esta ação você sabe que terá um
Esta ação é difícil, demanda
grande efeito. É fácil ler um dicionário?
tempo e investimento e terá
baixa probabilidade de efeito.
Montar o ambiente vai fazer a
diferença nos estudos diários?
v
v

QUARTO QUADRANTE TERCEIRO QUADRANTE


Comportamentos que são FÁCEIS de Comportamentos que são FÁCEIS de
executar e possuem uma BAIXA executar e possuem uma ALTA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

 Comprar ou baixar pdf  Ler cinco páginas por dia.


(livres) de livros. Este comportamento será fácil de

Esta ação é fácil de realizar, terá seu realizar e terá um alto impacto no

livro, mas terá uma baixa seu novo hábito. Afinal, ler é uma

probabilidade de efeito, porque só forma de estudar?

comprou ou baixou e não o leu. Qual é objetivo de


comprar ou baixar um livro se não for ler?
v

54
3. Agora é com você, com base na sua lista de comportamentos,
analise em quais quadrantes poderia encaixá-los.

v
PRIMEIRO QUADRANTE SEGUNDO QUADRANTE

Comportamentos que são DIFÍCEIS de Comportamentos que são DIFÍCEIS de


executar, mas possuem uma ALTA executar, mas possuem uma BAIXA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.
v

v
QUARTO QUADRANTE TERCEIRO QUADRANTE

Comportamentos que são FÁCEIS de Comportamentos que são FÁCEIS de


executar e possuem uma BAIXA executar e possuem uma ALTA
PROBABILIDADE DE EFEITO. PROBABILIDADE DE EFEITO.

Salve este exercício completo e comece a colocar o seu novo hábito


em prática!

Vale a pena observar alguns itens relacionados ao novo hábito:

 o novo comportamento será criado com sucesso quando o impulso correto, a


motivação e a capacidade se encontrarem;
 se a motivação for muito baixa, a prática do comportamento precisa ser
muito fácil, senão o hábito não se sustentará;
 caso a ação escolhida seja difícil, o comportamento criado pode estar acima
da capacidade. Isso, poderá desmotivá-lo e não será possível manter o novo
hábito.
 cada indivíduo é único, então um comportamento poderá divergir de
quadrante de acordo com cada especificações.

55

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