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Teologia e Prática Do Culto - Apostila Geral - Aluno
Teologia e Prática Do Culto - Apostila Geral - Aluno
Teologia e Prática Do Culto - Apostila Geral - Aluno
DE CULTO
AS CRENÇAS E O JEITO PRESBITERIANO DE ADORAÇÃO
ADO
Deus é a motivação única do nosso culto. Nos cinco primeiros versos do Salmo
105 dez verbos na voz imperativa convocam Israel para a adoração a Deus
como resultado da aliança do Senhor com o seu povo.
INTRODUÇÃO
Este curso aborda as questões relacionadas ao culto que agrada a Deus. O culto foi
instituído por Ele mesmo e percorre toda a eternidade, do principio ao fim. Antes da
fundação do mundo já havia adoração, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo e
o seu propósito último era o louvor da Sua Glória. No Éden havia adoração, no período da
lei, no período da Graça e até no novo céu e nova terra haverá adoração. O livro do
Apocalipse apresenta em diversos cenários e repetidas vezes o louvor e a adoração. O
apóstolo Paulo, na sua introdução da carta aos Efésios, cap. 1.1-14, descreve o plano
principal de Deus para a salvação no que diz respeito ao passado (a eleição, vs. 3-6a), ao
presente (a redenção, vs. 6b-11) e ao futuro (a herança, vs. 12-14). No verso 6 ele diz:
“para louvor da glória de sua graça”. No verso 12: “a fim de sermos para louvor da sua
glória”. No verso 14: “em louvor da sua glória”. Esta ênfase do apóstolo mostra a
importância que Deus dá à adoração ao Seu santo nome.
IDEIA CENTRAL
Deus exige do seu povo que O adore através do culto como uma expressão da aliança que
temos com Ele. Deus fala através da Sua Palavra e nós respondemos através das orações,
oferendas e louvores. O propósito básico do culto público é a glorificação e adoração do
nosso Deus de forma agradável.
O Culto deve ser centralizado em Deus. Frame[2] aborda os três aspectos do senhorio
existente no pacto de Deus com seu povo: controle, autoridade e presença. Deus é
soberano sobre a criação, tudo está debaixo do Seu controle. Devemos nos curvar diante
deste Deus que tem a absoluta e última autoridade sobre todas as coisas. No culto
precisamos estar dominados e extasiados por Sua majestade e poder. A Sua Palavra vem
sobre nós dotada desta autoridade. No culto, sentimos também a presença de Deus. Jesus
é o “Emanuel” que quer dizer “Deus Conosco”. Nossa adoração deve refletir isto.
Para adorarmos a Deus como Lhe agrada precisamos vê-Lo como Ele é: Soberano,
majestoso, sublime, eterno, criador de todas as coisas, Deus trino, nosso Salvador. Ele se
Lição 1 – Introdução – O culto público, seu significado e propósito 3
manifesta através do Fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. (Gl 5.22,23). “O SENHOR é misericordioso
e compassivo; longânimo e assaz benigno” (Sl103.8).
Se nós perdermos o foco no propósito básico do culto nós certamente nos desviaremos.
Vivemos em uma sociedade fortemente influenciada por uma cosmovisão existencialista e
humanista que exercem uma pressão muito grande para que o culto volte o seu foco para
o homem. Muitas igrejas estão cedendo a esta pressão e prestando um culto formatado
para satisfação humana, cheia de entretenimento, buscando agradar o auditório à
semelhança do que o mundo oferece.
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
O culto deve ser consagrado a Deus, para a Sua glória, conforme a Sua vontade e
determinação. O culto foi estabelecido e prescrito por Ele mesmo. Devemos cultuá-Lo da
forma como Ele revelou. No culto não cabe os modismos e imaginações humanas.
1. Quais os dois conceitos básicos dos termos bíblicos traduzidos como “culto” e de
que forma eles nos ajudam a definir culto?
2. Quais as implicações do fato de Deus ser o “Senhor” para o culto?
3. De que forma o culto pode ser, ao mesmo tempo, centrado em Deus e atento às
necessidades humanas?
4. O que significa cultuar “em Espírito e em verdade”?
REFERÊNCIAS:
[1] A Confissão de Fé de Westminster. Cultura Cristã, 2003.
[2] FRAME, John M. Em Espírito e em Verdade. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
[3] HUNTER, Todd. Dê outra chance à igreja: encontrando novo significado nas práticas
cristãs. Viçosa: ULTIMATO, 2012.
[4] LOPES, Augustus Nicodemus. O Culto Segundo Deus. 1ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
[5] COSTA, Hermisten M. P. Princípios Bíblicos de Adoração Cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
2009.
O livro de Malaquias nos mostra vários exemplos de como não cultuar a Deus.
Ex 20.1-11 nos revela alguns princípios para oferecermos um culto agradável a
Ele.
INTRODUÇÃO
IDEIA CENTRAL
Para que um culto seja agradável e aceitável a Deus, ele precisaestar de acordo com o
padrão e os princípiosque Ele mesmo estabeleceu e revelou em Sua palavra. Também
precisa ser verdadeiro e realizado com uma atitude correta diante de Deus.
• Saber: que o culto que agrada a Deus precisa estar de acordo com aquilo que Ele
estabeleceu e delimitou por sua própria vontade revelada nas Escrituras.
• Ser: um adorador que adora a Deus em espírito e em verdade, com uma atitude
correta diante dele.
• Agir: oferecer a Deus um culto aceitável e agradável a Ele.
As Escrituras nos mostram vários motivos pelos quais Deus pode não se agradar de uma
oferta, um culto ou adoração. Vejamos alguns:
Vimos até aqui o quê não agrada a Deus num culto. A partir de agora, veremos o quê Deus
estabeleceu como padrão de um culto aceitável. Para isso, estudaremos os quatro
primeiros mandamentos do Decálogo (Lei Moral de Deus), dos quais podemos extrair os
seguintes princípios para o culto público:
“Então falou Deus todas estas palavras: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão.” (Ex. 20.1,2)
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
1) Precisamos entender quem Deus é e o que Ele fez por nós: Ele é o Senhor, o nosso
Deus (com quem temos uma aliança), que nos libertou.
2) A nossa adoração não pode ser motivada por interesses nem limitada pelas
circunstâncias.
3) O culto precisa ser teocêntrico: somente Deus deve ser adorado.
4) Só podemos adorar de acordo com o que Ele revelou: não podemos inventar formas
de cultuar a Deus.
5) Precisamos nos achegar a Deus com uma atitude correta: pela fé e com reverência.
6) Devemos adorá-lo em espírito e em verdade, com devoção verdadeira e sinceridade
de coração.
7) Precisamos ter uma vida pessoal e espiritual coerente com a adoração.
8) Devemos ser fiéis na pregação, no ensino e na interpretação de sua Palavra.
9) Devemos oferecer o nosso melhor para Deus: a nossa vida em sua inteireza.
10) Devemos guardar o Dia do Senhor como um ato de culto, como sinal da nossa
aliança com Ele, para celebrarmos o Deus Criador e Redentor, e nos deleitarmos na
Sua promessa de descanso final reservado aos eleitos.
Lição 2 – Como oferecer um culto agradável a Deus 9
Cumprir todos esses princípios por nossas próprias forças não é possível. Somos todos
pecadores e incapazes de por nós mesmos oferecer um culto agradável a Deus. Só
podemos adorá-lo em espírito e em verdade, tal como Ele requer de nós, por meio do
sangue de Jesus, que nos purifica de todo pecado. Que possamos nos lembrar disso para
oferecermos um culto agradável a Deus.
REFERÊNCIAS:
O rei Acaz ficou fascinado com o modo da adoração dos povos vizinhos, em
Damasco, e o copiou e construiu outro semelhante para ser utilizado em
Jerusalém para os sacrifícios regulares. Mas o altar designado por Deus não foi
destruído e sim colocado de lado para deliberação posterior (v.15). “Os
inovadores com seus lábios reconheciam os elementos de culto designados por Deus e, ao
mesmo tempo, no exercício de tal adoração, acabavam anulando o valor de tais
elementos. Isso ilustra admiravelmente a sutileza com que as práticas não ordenadas pela
Bíblia tendem a substituir o culto designado pelas Escrituras.”[6]
INTRODUÇÃO
Na lição anterior estudamos sobre como oferecer um culto que agrada a Deus e vimos
sobre o Princípio Regulador do culto. Hoje vamos detalhar a aplicação deste Princípio
aprendendo sobre os Elementos e Circunstâncias do culto.
IDEIA CENTRAL
“A adoração deve ser acompanhada de reverência, amor, devoção e regozijo em Deus e
deve ser fundamentada e regulada de acordo com as Escrituras e os princípios
estabelecidos por Ele”[6]. Desta forma, temos a segurança em não nos desviarmos da
vontade do Senhor.
OBJETIVOS - Ao final desta lição o leitor estará em condições de:
Alcança o adorador por meio dos olhos Apela diretamente ao coração e a consciência
“O que diferencia estas circunstâncias dos elementos do culto é que os elementos são
parte essencial do culto a Deus e foram por Ele prescritos em Sua Palavra, sendo meios
pelos quais recebemos a Sua graça e lhe prestamos adoração e louvor. As circunstâncias,
por sua vez, dizem respeito aos passos envolvidos na implementação e aplicação dos
elementos – são dependentes destes. Destarte, as circunstâncias não se referem às partes
do culto e nem são meios de graça, podendo ou não estar presentes. A presença das
circunstâncias não torna um culto mais ou menos espiritual ou aceitável a Deus.” [4]
Alguns pontos são controvertidos e podem receber diferentes interpretações. Dentre estes
pontos a Carta Pastoral e Teológica sobre Liturgia na IPB[5] trata das expressões corporais
Esse texto resume praticamente toda a lição: ele nos revela que os sacrifícios
antigos eram humanos, ineficazes e transitórios, mas a expiação feita por
Cristo é divina, eficaz e permanente. Tudo o que era simbólico e
representativo no culto do Antigo Testamento foi cumprido em Cristo, e por
isso o culto no Novo Testamento não mais segue os mesmos preceitos,
embora guarde os mesmos princípios.
INTRODUÇÃO
Como o povo adorava a Deus no Antigo Testamento e qual o propósito das leis
cerimoniais? O que mudou no Novo Testamento e por quê? O quê tudo isso tem a ver com
o culto que eu ofereço a Deus? Essas e outras questões é o que veremos neste curso.
IDEIA CENTRAL
• Saber: que Jesus é o centro do culto tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
• Ser: um uma pessoa consciente de que Jesus Cristo é o fundamento da verdadeira
adoração.
• Agir: oferecer a Deus um culto cristocêntrico.
Lição 4 – Elementos de culto no Antigo e Novo testamento: o que mudou? o que permaneceu? 15
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
No Antigo Testamento havia um modelo muito bem definido de culto, estritamente regulado por
Deus e revelado ao povo da antiga aliança por intermédio de Moisés. Os livros de Êxodo, Levíticos,
Números e Deuteronômio descrevem com detalhes as normas para o cumprimento dos serviços
sagrados e também dão instruções a respeito de como deveria ser o local de adoração. Todo esse
rigor tinha um propósito: apontar para Cristo. Nesse sentido, veremos que muitos dos elementos
de culto no Antigo Testamento eram simbólicos, representativos e transitórios, já que seriam
cumpridos em Cristo, devendo cessar após a vinda dele.
O local da adoração
Deus resolveu habitar no meio do seu povo e ordenou a Moisés que construísse um tabernáculo
conforme o modelo a ele relevado (Ex 25.8-9). Esse santuário continha uma simbologia rica para o
povo da antiga aliança, com relevância também para nós hoje. Ele representava a habitação de
Deus no meio do seu povo e prefigurava a pessoa de Cristo. Cada detalhe de sua estrutura
também apontava para Cristo, conforme podemos conferir na tabela abaixo:
Vimos até aqui como era o tabernáculo e toda a mensagem contida nele. Veremos a partir
de agora, as principais características do culto no Antigo Testamento.
O SÁBADO: Deveria ser observado como memorial da criação (Gn 2.3; Ex 20.8-11) e da redenção
(Dt 5.12-15), e também como sinal da aliança de Deus com o seu povo (Ex 31.12-17). A guarda do
sábado era caracterizada pela suspensão do trabalho, apresentação de ofertas sacrificiais e santa
convocação (Lv 23.23). [1,2]
OS SACRIFÍCIOS REGULARES: Envolviam ofertas diárias, semanais, mensais e anuais (Nm 28 – 29).
Essas ofertas poderiam ser animais domésticos selecionados, cereais, azeite ou vinho. [2] Todos
esses produtos simbolizavam o adorador israelita que, através dos atos de sacrifício, dava-se de
volta a Deus de alguma maneira. Em cada sacrifício animal, o adorador colocava a sua mão sobre
a cabeça da vítima, identificando-se desta forma com o animal, como que dizendo: “Este animal
me representa”. Os sacrifícios de animais envolviam a sua morte e, por isso, revestiam-se de um
simbolismo expiatório: o animal que morria no lugar do adorador pecaminoso representava a
redenção da morte que este merecia. [1] Havia vários tipos de sacrifícios, cada um com suas
particularidades (Lv 1.1-6.7): holocaustos, ofertas de manjares (ou de cereais), sacrifícios pacíficos
(ofertas da comunhão ou da aliança), ofertas pelo pecado e ofertas pela culpa.
AS FESTAS ANUAIS (Ex. 23-14-19; Lv 23.1-44; Nm 28-29; Dt 15.16-17): Eram santas convocações,
celebradas anualmente pelo povo de Israel. Nessas festas, o povo se reunia no santuário, oferecia
sacrifícios, buscava e agradecia a generosidade, a reconciliação e a comunhão com Deus e
comiam e bebiam juntos como expressão de sua alegria. As 3 festas principais eram: a Páscoa e a
Festa dos Pães Asmos, que comemoravam o êxodo, a libertação do povo de Israel e sua saída do
Egito; a Festa de Pentecostes, celebrado no “Quinquagésimo Dia” depois do sábado da semana da
Páscoa e que comemorava os primeiros frutos da colheita; e a Festa dos Tabernáculos, em que
durante 7 dias os israelitas deveriam habitar em tendas (daí também o nome “Festa das Tendas”),
lembrando ao povo como Deus o tinha conduzido pelo deserto. [1,2]
O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv 16.1-34): Era o dia mais santo do calendário judaico, o dia em que uma
expiação anual pelos pecados da nação era feita. Envolvia o oferecimento de vários sacrifícios, a
entrada do sumo sacerdote no Lugar Santíssimo e o envio de um bode para o deserto, levando
sobre si, simbolicamente, os pecados do povo. A entrada do sumo sacerdote no Santo dos Santos
apenas uma vez por ano indica a profundidade da expiação que era feita. O bode emissário é
considerado um tipo de Cristo (Cristo foi morto fora das muralhas de Jerusalém, indicando que
ele fora enviado para “fora do acampamento”, tal como o bode emissário). [1]
Lição 4 – Elementos de culto no Antigo e Novo testamento: o que mudou? o que permaneceu? 17
CRISTO CUMPRE O CULTO DO ANTIGO TESTAMENTO
Quando Cristo morreu por nós, derramando seu sangue na cruz do Calvário, Ele não
apenas cumpriu as leis cerimoniais do Antigo Testamento, mas o fez de maneira superior e
excelente: Jesus é o Sumo Sacerdote único, santo e perfeito, que não tem necessidade de
oferecer sacrifícios diários, mas fez isso uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu
como o derradeiro holocausto (Hb 7.26-28); Jesus é ele mesmo o sacrifício final e cabal
pelo pecado e, portanto, põe um término nas ofertas de bois e cabritos (Hb 10.1-18); Jesus
é também o “Senhor do sábado” (Mt 12.8) e o ponto central das festas anuais. Ele é o
cordeiro pascal (Jo 1.29; 1 Co 5.7), que nos libertou da escravidão do pecado ao morrer por
nós na cruz. É Cristo quem envia seu Espírito no Pentecostes, conferindo poder à igreja (At
2.1-4). É Ele quem cumpre o Dia da Expiação ao apresentar seu sangue a Deus no Santo
dos Santos (Hb 9.12). É Ele quem personifica a Festa dos Tabernáculos, ao habitar
(tabernacular) para sempre com seu povo (Jo1.14). [1,2]
Se Cristo cumpriu o culto do Antigo Testamento, como deveria ser o culto a partir de
então? Embora o Novo Testamento não apresente um conjunto de leis para regular o culto
Lição 4 – Elementos de culto no Antigo e Novo testamento: o que mudou? o que permaneceu? 18
público, podemos constatar em suas páginas pelo menos três características a respeito do
culto cristão:
Uma forma própria de adoração. Os primeiros cristãos buscaram nas sinagogas judaicas,
instituição onde cresceram o Senhor Jesus e todos os apóstolos, o formato para um culto
mais simples e despojado [5]. Na liturgia das sinagogas, composta por orações, louvor e
instrução, encontraram ricos elementos que foram usados, adaptados e transformados, de
acordo com uma visão nova, fruto da fé cristã. Dessa forma, no Novo Testamento,
observamos uma forma própria de adoração (At 2.42), com os seguintes elementos de
culto, ainda que não necessariamente juntos: leitura e exposição das Escrituras (At 15.30-
31; 2 Tm 4.1,2); orações de gratidão, intercessão e súplica (At 2.42; 4.23-31; 1 Co 14.16; 1
Tm 2.1); cânticos (Cl 3.16); celebração da Santa Ceia (1 Co 10.16); ofertas (Lc 21.1-4; 1 Co
16.1-2; 2 Co 9.7, 12-13); e batismo (At 18.8). [3]
Ênfase nos princípios espirituais. A ênfase que o Novo Testamento dá ao culto, seja pelo
ensino de Cristo ou dos apóstolos, está muito mais na atitude, no coração e na vida do
adorador. No sermão do monte, Jesus ensina que nossas orações e jejuns não devem ser
feitos com hipocrisia ou para impressionar, mas com devoção verdadeira e sinceridade de
coração (Mt 6.5-8,16-18). Jesus reforça esse princípio ensinando à mulher samaritana que
a adoração deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.19-24). [5] Aos escribas e fariseus,
Jesus disse que de nada valia dar o dízimo se estavam negligenciando os preceitos mais
importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Em vários momentos, Jesus
enfatiza o amor ao Senhor e ao próximo como característica essencial dos verdadeiros
adoradores (Mt 22.34-40). Em suma, o verdadeiro culto a Deus exige a entrega de nossa
vida por completo, em sua totalidade (Rm 12.1).
Lição 4 – Elementos de culto no Antigo e Novo testamento: o que mudou? o que permaneceu? 19
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
1. Como era o culto no Antigo Testamento e qual a razão de ser tão estritamente
regulado?
REFERÊNCIAS:
Lição 4 – Elementos de culto no Antigo e Novo testamento: o que mudou? o que permaneceu? 20
TEOLOGIA & PRÁTICA DE CULTO
As crenças e o jeito presbiteriano de adoração
INTRODUÇÃO
Nos capítulos anteriores de Malaquias vemos que Deus disse ao povo que o amava e eles
duvidaram perguntando: “Em que o Senhor nos amou?” A resposta de Deus foi que seu
amor se manifestou na escolha soberana que fizera de Jacó. “O amor dele pelo seu povo
não deveria ser medido pelas bênçãos materiais e prosperidade auferida, mas pelo fato de
ser o povo escolhido que Deus havia chamado para si e porque não faria parte daqueles
contra quem Deus está irado para sempre.”[3] Na segunda mensagem condenando a
atitude de desprezo pelo culto quando traziam animais defeituosos e inadequados para as
ofertas. Na mensagem deste texto Deus anuncia o castigo aos sacerdotes, os pastores do
povo de Deus no Antigo Testamento. A denúncia era de que os pastores não estavam
pregando a Palavra de Deus com fidelidade.
IDEIA CENTRAL
Deus atribui um grande valor ao ajuntamento solene do Seu povo para O adorar. O ponto
central no culto público é a leitura e pregação da Palavra de Deus, que precisa ser
cristocêntrica, fiel aos Seus ensinos, inspirada pelo Espírito Santo, e os seus pregadores
apresentem vida moral e espiritual exemplares. Os sacramentos são sinais e selos da
aliança da graça entre Deus e o crente.
• Saber: A importância da pregação no culto público e como ela precisa ser ministrada.
• Ser: Um crente que honra e valoriza este momento do culto.
• Agir:Se aproveitar deste momento do culto para edificação da sua vida espiritual.
Textual: Os sermões textuais são aqueles cujo tema e argumentos derivam do texto
bíblico. Os sermões textuais usam pequenas passagens bíblicas e as exploram. Geralmente
os sermões textuais utilizam até três versículos de um determinado texto. [4]
Expositiva: Os sermões expositivos são aqueles cujo tema e argumentos derivam do texto
bíblico. A diferença entre o textual e o expositivo diz respeito à quantidade de versículos
utilizados. Geralmente, utiliza-se uma perícope inteira para explorá-lo por completo nos
sermões expositivos. Pode-se utilizar este método para expor livros e cartas das Escrituras.
É um método que procura extrair o máximo possível das Escrituras ou do texto em
particular que se quer pregar.[4] Tem sido pouco utilizada pelos pregadores. Talvez pelo
fato de que este método é o que mais exige em termos de conhecimento teológico, bíblico
e textual por parte do pregador.
Ceia do Senhor: “Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do
seu corpo e sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja até ao Fim
do mundo, a fim de lembrar perpetuamente o sacrifício que em sua morte Ele fez de si
mesmo; selar aos verdadeiros crentes os benefícios provenientes desse sacrifício para o
seu nutrimento espiritual e crescimento nele e a sua obrigação de cumprir todos os seus
deveres para com Ele; e ser um vínculo e penhor da sua comunhão com Ele e de uns com
os outros, como membros do seu corpo místico.” [1]
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
1) Deus zela por Seu culto. Ele dá a maior importância a como o seu povo o cultua.
Através do culto podemos conhecer o “DNA” de uma igreja, a sua teologia, as suas
convicções, a sua vida e maturidade espiritual. Tudo converge para o culto. E se Deus
dá tanto valor ao culto nós não podemos menosprezá-lo.
2) Outro ponto que aprendemos deste estudo é a Centralidade da Palavra de Deus. Esta é
a principal tarefa do pastor, a instrução das ovelhas no caminho do Senhor através dos
ensinamentos bíblicos. Por isto a igreja Reformada dá tanto valor a este elemento de
culto e por isso podemos dizer, com fundamentação bíblica, que o centro do nosso
culto é a pregação da Palavra de Deus.
3) A comunidade evangélica, os membros das igrejas não deveriam permitir que líderes
descomprometidos com a Palavra, que se desviam dos caminhos de Deus, quer sejam
pastores ou presbíteros, continuem a exercer suas funções. Isto certamente exigiria dos
mesmos uma séria reflexão sobre este grande princípio para a liderança cristã.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Esses textos das Escrituras nos instruem a orar e a cantar louvores a Deus de
um modo que leva em consideração tanto a nossa relação com Ele quanto
também a nossa relação uns com os outros, para a glória de Deus e também
para a edificação da igreja.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos que Deus fala conosco através de Sua Palavra e que ela deve ser o
elemento central no culto público. Nesta lição, abordaremos como nós devemos falar com
Deus por meio das orações e dos cânticos, levando em consideração que quando estamos
reunidos em comunidade esses elementos de culto devem ter como propósito, além da
glória de Deus, a edificação da igreja.
IDEIA CENTRAL
A glorificação de Deus é o propósito principal das orações e dos cânticos, assim como de
todos os demais atos do culto público, mas a edificação da igreja também deve ser levada
em consideração.
• Saber: que no contexto do culto público, as orações e os cânticos devem ser dirigidos
a Deus com o propósito principal de glorificá-lo, mas também devem servir para a
edificação da igreja.
• Ser: um adorador consciente dos propósitos das orações e cânticos no culto público.
• Agir: orar e cantar louvores que glorificam a Deus, buscando também a edificação da
igreja.
A MÚSICA NO CULTO
As Escrituras ensinam claramente que o povo de Deus deve não apenas falar, mas cantar
suas verdades. [3] Em Ef 5.19 e em Cl 3.16, o apóstolo Paulo reúne os termos “salmos”,
“hinos” e “cânticos espirituais” para expressar a ampla gama de expressão musical que o
louvor a Deus agradecido e profundamente sincero suscita do Corpo de Cristo. [1]
A função geral da música no culto, assim como a da oração, é glorificar a Deus, mas dentro
desse propósito geral apresenta também funções específicas de louvor (Sl 147-150),
gratidão (Sl 136.1-3; 139.14), súplicas (Sl 5.1-3; 86.1,6; 142.1-2; 143.1), clamor (Sl 4.1;
141.1), confissão de pecados (Sl 51), confissão de fé (Sl 100.3; Lc 1.67-79; 2.25-32),
lamento (Sl 88; 137), invocação de benção (Sl 80.19; 82.3-4), ensino, instrução e
memorização das Escrituras (Sl 1; Cl 3.16). [3]
Para que os cânticos e hinos entoados durante o culto público cumpram tanto o seu
propósito vertical, que é honrar a Deus, quanto o horizontal, que é edificar o povo, eles
também devem seguir alguns princípios:
1. Eles devem sempre apresentar conteúdo bíblico e teologicamente correto. [3] Deus
requer fidelidade à Sua Palavra em cada ato do culto público, o que não poderia ser
diferente quanto aos hinos e cânticos. Essa é uma das preocupações quanto a muitos
cânticos compostos e entoados nas diversas igrejas evangélicas, pelo fato de muitas
vezes em nada se diferirem de músicas seculares, outras vezes por conterem sérias
falhas teológicas. Uma implicação de Colossenses 3.16 é que, se a palavra de
Cristo não habitar ricamente em nós à medida que cantamos, então alguma coisa deve
mudar na nossa maneira de cantar.
2. Eles devem ser entoados, sobretudo, com o uso da mente. Embora a música nos
conduza a uma série de emoções possíveis e legítimas, precisamos ter cautela para não
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
Vimos nessa lição que as orações e os cânticos no culto público devem ter como propósito
principal a glória de Deus, mas que também devem ser realizados com o cuidado de
produzirem edificação para a igreja. Que possamos estar sempre atentos a esses
princípios.
1. Que princípios as orações e os cânticos espirituais devem seguir para que cumpram
seus propósitos vertical e horizontal no culto público?
2. Você tem aplicado esses princípios quando ora e canta? Faça uma auto-avaliação.
REFERÊNCIAS:
[1] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: Cultura Cristã, 1999.
[2] Confissão de Fé de Westminster comentada por A. A. HODGE. 1ª Ed. Os Puritanos,
1999.
[3] FRAME, John M. Em Espírito e em Verdade. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
[4] COSTA, Hermisten M. P. Princípios Bíblicos de Adoração Cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
2009.
INTRODUÇÃO
Um lema dos reformadores era: Igreja reformada sempre se reformando. Este lema, ao
contrário do que muitos pensam, não significa que a igreja deve estar inovando o tempo
todo. A reforma significa retornar ao princípio, ou seja, aos padrões da igreja primitiva. Daí
que a prática, o culto, a vida dos reformadores sempre foi na direção da simplicidade. Este
lema nós devemos manter e visualizar na igreja primitiva a nossa referência e também na
igreja deste período da Reforma que tanto procurou voltar ao princípio.
IDEIA CENTRAL
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
A Reforma veio trazer luz a este mundo através do resgate da Palavra de Deus como
norteadora absoluta da nossa fé e da prática da vida cristã, em resgatar a centralidade em
Cristo como propósito de todas as coisas, a Graça misericordiosa de Deus que nos alcançou
de forma imerecida através da fé somente e tudo isto deve redundar unicamente na glória
do Seu nome. Calvino foi um dos reformadores mais expoentes e que uma visão clara do
Princípio Regulador do Culto. Buscava uma adoração que resgatava os princípios da igreja
primitiva, um culto simples, voltado para a Palavra, prestado conforme a vontade e
orientação de Deus e para a Sua glória.
1. Cite alguns motivos para que a cidade de Genebra tivesse uma transformação tão
grande por influência do ensino e pastoreio de Calvino.
2. Quais as conseqüências práticas se adotarmos os princípios reformados para o
culto como: “O culto não deveria ser avaliado segundo a nossa visão e que este não
é o parâmetro de avaliação, ou seja, ter por base apenas o que nos é agradável.”?
3. Comente o que você pensa da adoração conforme Calvino.
REFERÊNCIAS:
[1] A Confissão de Fé de Westminster. Cultura Cristã, 2003.
[2] COSTA, Hermisten M. P. Princípios Bíblicos de Adoração Cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
2009.
Lição 7 – O culto cristão e a Reforma Protestante: resgatando os princípios 32
TEOLOGIA & PRÁTICA DE CULTO
As crenças e o jeito presbiteriano de adoração
INTRODUÇÃO
Aprendemos neste trimestre a importância do culto, que Deus se preocupa com isto e nos
orienta na forma como devemos adorá-Lo. No entanto, cada vez mais estamos
presenciando igrejas descomprometidas com o ensino da Palavra e criando aberrações e
imaginações humanas no momento da adoração cristã. O motivo para isto é que muitos
princípios da verdadeira adoração foram abandonados, a Palavra deixou de ser a
referência, a centralidade do culto mudou de Deus para o homem, a busca do prazer e do
entretenimento se tornou a tônica principal. A partir daí surgem as mais diversas variações
e presenciamos uma época de total desequilíbrio nesta área. Se por um lado, alguns
inserem práticas extravagantes no culto sem respaldo bíblico, outros no afã de se
protegerem contra estes, pendem para outro lado, com um rigor extremado. O nosso
objetivo é manter o equilíbrio entre estas forças, não permitindo que entre elementos
estranhos no culto fora da orientação bíblica, mas agindo com discernimento em relação
às circunstâncias particulares que podem diferenciar uma igreja de outra.
IDEIA CENTRAL
A igreja está sendo atacada com uma infinidade de erros doutrinários, tornando premente
que a igreja tenha a orientação de Deus e julgue com sabedoria e discernimento espiritual.
Os neoliberais são sucessores do liberalismo. O grande problema é que eles estão camuflados nas
igrejas, nos seminários, nas faculdades teológicas. Eles não são tão enfáticos e claros como os
liberais, mas apresentam um posicionamento dúbio, ambíguo, de incerteza, de mornidão.
Perguntam sem nunca concluir, abrem sem nunca fechar, levando os ouvintes ou leitores a
caminharem em círculos para não chegar a lugar algum. Isto é conseqüência do relativismo
moderno que leva necessariamente a uma incredulidade no púlpito.
A neo-ortodoxia tem sua origem em Karl Barth (1886-1968). Este renomado teólogo lutou
fortemente contra o liberalismo que dominava a igreja quando a confiança na Bíblia foi muito
abalada. “Ele atacou o subjetivismo da religiosidade liberal... porque se apoiava nas experiências e
emoções humanas e não a verdade de Deus. Barth criticou a rendição da igreja à psicologia e
exigiu que ela se curvasse somente diante da absoluta autoridade da Bíblia. Não poupou críticas
virulentas contra os críticos da Bíblia, especialmente por terem destruído sua autoridade e sua
relevância para as pessoas de sua época, privando a Igreja de uma mensagem autoritativa.”[1]
Barth tinha uma pregação fervorosa sobre os temas fundamentais do pensamento reformado.
“Contudo, como ficaria claro posteriormente, a neo-ortodoxia, na verdade, era uma tentativa de
síntese entre a ortodoxia da igreja e o liberalismo teológico, e sem dúvida alguma, nessa síntese, o
liberalismo perdeu sua força. Mas, não só ele - a ortodoxia também já não seria a mesma.[1] A neo-
ortodoxia usa termos, expressões e linguagem ortodoxos, quando se refere à Bíblia, mas lhes
atribui um sentido diferente. Em três pontos isto ocorre claramente:
1) A neo-ortodoxia conservou a crítica destrutiva à Bíblia presente no liberalismo teológico. Para ela a
Bíblia está cheia de erros e contradições, mas Deus fala, mesmo assim, através dela.
2) A neo-ortodoxia faz a separação entre a Palavra de Deus e Escritura. Para Barth a Bíblia é uma
testemunha da Palavra de Deus, que é Jesus Cristo, e não deve ser confundida com essa Palavra.
3) A neo-ortodoxia considera irrelevante para a fé a veracidade dos relatos bíblicos.
A conseqüência destes movimentos para o culto cristão é enorme. Uma palavra que os caracteriza
é a pluralidade que abre brecha para os mais variados tipos de pensamentos, negando toda
unidade, igualdade, harmonia e coerência nas idéias nas pessoas, nas culturas. Eles pretendem
Lição 8 – Movimentos e modismos nos cultos evangélicos 34
desconstruir tudo o que é absoluto, conceitos, idéias e princípios que sejam válidos em qualquer
lugar e a qualquer tempo. Está em jogo aqui o grande princípio reformado: Sola Scriptura.
OS LIBERTINOS
“Estes mencionam a liberdade cristã, liberdade de consciência e a liberdade da lei, só que querem
também ser livres de Deus e do próximo.”[1] Eles são presentes em toda a história.
1) Estão presentes na igreja dissimulando suas crenças e práticas;
2) São pessoas ímpias, sem o temor a Deus. Sua doutrina alega que a graça de Cristo torna
tudo lícito ao cristão, inclusive a prática da imoralidade;
3) Na verdade, negam a Jesus;
4) Não se guiam pelas Escrituras, mas pela sua mente carnal.
“Defendem o sexo antes do casamento, a multiplicidade de parceiros, as relações homossexuais, a
troca de esposas e maridos, a pornografia, as aventuras amorosas fora do casamento, o consumo
exagerado de bebidas alcoólicas, a participação dos cristãos nas diversões mundanas e a absorção
dos valores desse mundo no vestir, trajar, viver e andar.”[1] Com isto o casamento está sendo
destruído. Os jovens não levando a sério a questão da abstinência antes do casamento, jovens que
carregam consigo o preservativo à semelhança da prática do mundo. Deus não tolera iniqüidade
associada ao ajuntamento solene.
OS NEOPENTECOSTAIS
A partir de meados do século XX deu-se início a uma nova fase do movimento pentecostal. Surgiu
no meio das igrejas históricas e entre os católicos o movimento neo-pentecostal. Várias igrejas
surgiram a partir desta época provenientes das igrejas históricas. Eles asseveravam crítica vigorosa
das suas próprias igrejas, da sua irrelevância, do seu institucionalismo e da sua morte espiritual.
Apelando especialmente a pastores protestantes sobrecarregados e aos leigos católicos, o
movimento neo-pentecostal tem prometido uma saída. Elas são focadas na questão das bênçãos e
da prosperidade, na oferta de saúde e avanço financeiro em troca de sacrifícios, são sincretistas,
práticas que vêm da religiosidade popular. Reutilizam os títulos de apóstolos que exercem um
forte poder sobre suas igrejas. Não tem controle da sua membrezia, o seu ensino teológico é
deficitário e, normalmente não têm escola dominical como método de ensino para a igreja.
OS NEOPURITANOS
O puritanismo foi um movimento especialmente na Inglaterra e Estados Unidos entre os séculos
XVI e XVIII que desejava maior pureza dentro da igreja, no estado e sociedade. Queriam que a
Reforma fosse completa. Os puritanos escreveram e produziram muito material didático e foram
responsáveis pela famosa Confissão de Fé de Westminster, além de dois catecismos e um diretório
para culto. Este foi um movimento muito importante na história da igreja e influenciou um grande
número dos mais conceituados escritores, pastores e exegetas. Nos últimos dias tem havido um
interesse crescente pela teologia puritana, sua piedade, devoção e espiritualidade.
O termo neopuritano tem sido usado no Brasil nos círculos evangélicos para designar os adeptos
da teologia puritana que passaram a usar determinadas doutrinas e práticas como identificadores
dos verdadeiros reformados. Entre eles estão o cântico exclusivo de salmos sem instrumentos
musicais no culto, a não utilização de corais, grupos e solos, mas apenas canto congregacional, a
proibição das mulheres orarem no culto, além de outros. A IPB refutou estes ensinos como
práticas a serem utilizadas pela igreja. É certo que houve divergências entre os puritanos nestes
pontos e é imprudente se estabelecer regras rígidas como estabelecidas pelos neo-puritanos para
a igreja atual. Augustus Nicodemus afirma: “Não creio que caiba, na realidade multicultural
brasileira do século XXI, o transplante do puritanismo da Escócia e da Inglaterra dos séculos XVI e
XVII com todos os seus detalhes, alguns com um contexto histórico muito marcante.”[1] Nesta
disputa vemos muita intolerância, debates acalorados e igrejas sofrendo com isto. Precisamos
aprender a viver em comunhão sem colocar estes pontos menos centrais em destaque e nos
concentrarmos naquilo que é essencial no ensino puritano e bíblico.
OS JUDAIZANTES
Este é um movimento querendo trazer o VT para a igreja atual. Há evangélicos que fazem a
circuncisão e se tornam prosélitos e passam a freqüentar cultos das igrejas messiânicas que
deveriam ser só de judeus. Algumas igrejas trazendo práticas e instrumentos dos judeus como se
isto fosse mais espiritual como: Candelabro de Israel, tocando shofar, procissões com uma cópia
da arca da aliança, óleo de Israel, água do rio Jordão, terra santa, areia santa, água santa, sal
santo, folha de oliveira santa, oração no alto do monte sinal, guarda do sábado, guarda das festas
de Israel, escrevem D’us em vez de Deus, grupos de louvor se intitulando “levitas do Senhor”.
Vemos uma infiltração de costumes rabinos e judaicos. A supervalorização da interpretação da
bíblia por um rabino. Será que eles são melhores que nossos apóstolos?
Estas três formas de adoração podem muito bem ter seu uso na adoração da igreja cristã, desde
que com a utilização do melhor que se tem em cada um deles. Existem lindos cânticos de louvor
que expressam grandes verdades de Deus, bem como o motivo evangelístico e testemunhal das
canções gospel do passado. No entanto, o que se observa é a morte e sepultamento dos hinos nas
diversas comunidades evangélicas e com isto perdendo o rico e imenso tesouro de hinos clássicos
com o seu ensino doutrinário didático com o uso racional da mente. Nathan Busenitz propôs uma
lista de dez perguntas para avaliar a música na igreja[2]:
UM CHAMADO AO DISCERNIMENTO
Estamos vivemos em uma época, mais do que qualquer outra da história, onde os ventos de
doutrinas estão solapando as bases de verdades bíblicas e apresentando um outro evangelho. A
referência [3] apresenta as diversas crises por que passa a igreja atual: Crise de autoridade, crise
doutrinária, crise moral, crise de plausibilidade, crise de memorização bíblica, crise intelectual,
O exemplo de Jonathan Edwards apresentado na referência [2] no seu capítulo 11 é muito rico em
nos mostrar o seu posicionamento doutrinário firme, a despeito das conseqüências para o seu
ministério e carreira. O mais ilustre teólogo americano foi demitido da sua igreja, após vinte e três
anos de ministério pastoral, por corrigir um erro doutrinário na igreja relacionado à Ceia do
Senhor. O avô de Edwards, antigo pastor da igreja, havia instituído a Aliança do Meio-Caminho
(Halfway Covenant), onde pessoas de bom comportamento, mesmo que não tivessem sido
batizadas e fizessem parte oficialmente da igreja, poderiam participar da ceia. Edwards
interrompeu este costume, o que lhe custou o pastorado e carreira ministerial nesta igreja.
Quando nos deparamos com esta questão do discernimento em uma época tão controvertida
como a nossa, precisamos nos concentrar no essencial para não nos perdermos em devaneios.
Existem três doutrinas básicas que precisamos focar:
CONCLUSÃO E APLICAÇÃO
A falta de uma visão elevada de Deus, de Sua Palavra e do Seu Evangelho tem levado muitos a
serem levados por ventos de doutrinas que solapa a sociedade moderna atingindo a igreja.
Movimentos e modismos nos cultos evangélicos são demonstrações visíveis das influências destas
doutrinas erradas que invadem a igreja, seja na linha dos liberais e neoliberais com o menosprezo
para com a Palavra de Deus, os libertinos com o desprezo para com a santidade, os neo-
pentecostais com a sua teologia da prosperidade, os neopuritanos com o seu rigor extremado, os
judaizantes com uma idolatria a elementos do Velho Testamento, tudo isto atingindo a adoração
cristã. É urgente um chamado ao discernimento espiritual.
INTRODUÇÃO
Malaquias surgiu 100 anos depois do povo ter voltado à terra prometida. Não havia a
mesma glória, a restauração da posse da terra não era completa, o templo era mais
simples e só ficou pronto quatrocentos anos mais tarde com Herodes. Isto tudo levou o
povo a se preocupar com seus próprios interesses e a desprezarem o culto a Deus. Os
próprios sacerdotes não desempenhavam suas tarefas como deviam. Os sacerdotes não
demonstravam amor nem respeito a Deus (1.6). O culto que o povo oferecia, na época de
Malaquias, apresentava sinais de decadência.
IDEIA CENTRAL
Quando não oferecemos a Deus um culto conforme Ele mesmo prescreveu, sem honra,
temor e a alegria redundante daí, quando falta o amor genuíno e sincero, quando não
oferecemos o melhor, Deus rejeita o nosso culto e nos traz severas admoestações o que
deve nos conscientizar a ofertar as primícias, o melhor que possuímos com zelo e temor
motivados por um amor profundo e nos deleitarmos e alegrarmos Nele.
• Saber: Porque o culto na época de Malaquias era reprovável e como Deus exige de
nós o melhor, com honra, temor, obediência e amor.
• Ser: Um crente que honra, teme e obedece a Deus, fazendo a obra do Senhor com
zelo, cheio de amor e alegria verdadeira.
• Agir: Oferecer um culto aceitável, desfrutando com alegria e se deleitando da glória e
presença de Deus.
Lição 9 – Conclusão – aplicando a correta teologia em sua prática de culto 39
O SENHOR REPROVA OS SACERDOTES
Os sacerdotes deveriam liderar o povo na adoração correta a Deus, mas estavam fazendo
exatamente o contrário. Faltava honra e temor ao nome de Deus. A honra porque Ele é
pai, o temor porque Ele é senhor. Deus tem zelo pelo seu nome, sua glória e sua
reputação. Ele não aceita dividir a sua glória (Is 42.8). Uma liderança que não anda na
presença de Deus é mais maldição do que benção.
A vida do adorador precisa vir antes da oferta, mas esta, muitas vezes, revela a vida do
ofertante. Pecamos contra Deus pela maneira como o cultuamos: irreverência,
superficialidade, leviandade. Se Deus não aceitar nossa vida, ele também não aceitará
nossa oferta. O culto em espírito e em verdade é aquele oferecido de todo o coração, com
sinceridade, com zelo, com amor, com alegria, com deleite. Deus não aceita nada menos
que o melhor. Eles estavam oferecendo o pior, o resto, o imprestável. Esses sacrifícios
eram um tipo do sacrifício perfeito de Cristo (Jo1:29; 1 Pe 1:18-21). Eles retribuíam o amor
de Deus com descaso! Deus não pode ser enganado pelos adoradores.
Eles não tinham coragem de ofertar ao governador o que eles ofertavam a Deus. Isto
mostra que eles tinham mais respeito às autoridades políticas do que ao Senhor dos
Exércitos. Muitas vezes fazemos isto no falar, no vestir, no agir, na postura. Além disso,
eles desprezavam o culto divino sentindo canseira, enfado e falta de alegria. A
responsabilidade da liderança, dos pastores em ter o zelo nestas coisas é muito grande.
É espantoso o que Deus diz no verso 10. “Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos
Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.” Tomara houvesse entre vós quem feche
as portas. Deus está dizendo que é melhor eles irem para casa do que oferecer um culto
assim. Isto mostra a seriedade de Deus para com o culto, o seu zelo. Deus prefere a igreja
fechada a um culto hipócrita, adoradores negligentes e falsos. Quando Deus não tem
prazer no ofertante, ele não aceita a oferta.
1. Precisamos reconhecer a grandeza de Deus, Sua majestade e glória e honrá-Lo por tudo
o que Ele é, com honra e temor. Precisamos ter esta visão da glória de Deus com clareza.
2. Precisamos aprender a nos alegrar no Senhor e reconhecer que quanto mais nos
regozijamos Nele, nos deleitamos na Sua beleza e majestade, mais Ele é glorificado.
3. Deus espera ser honrado pelo seu povo pelo seu amor. Ele reconhece as nossas mais
profundas intenções e o que guardamos no recôndito do coração. Se não houver amor,
todas as outras coisas perdem completamente o valor (1Co 13).
4. “Hoje já não trazemos mais animais como oferta de gratidão a Deus ou oferta pelo
pecado. Porém, trazemos a Deus nosso louvor, nossa presença, nosso coração. Trazemos
nossas ofertas, oferecemos a ele nossos talentos. O princípio é o mesmo. Deus continua a
querer o melhor de nós; as nossas primícias. Ele não vai aceitar nada que seja inferior, pois
o culto a Deus é expressão da lealdade, da devoção que temos para com ele.”[2]
1. Faça uma avaliação séria do culto que você tem prestado a Deus.
2. Em que sentido os preceitos e orientações da Malaquias vale para a igreja atual?
3. Discuta o efeito no culto quando o crente compreende e vive o “Soli Del Glória”.
REFERÊNCIAS:
[1] LOPES, Hernandes Dias. Os grandes perigos em relação ao
culto.http://hernandesdiaslopes.com.br/2013/06/os-grandes-perigos-em-relacao-ao-
culto/#.VJ-JIAf0B
[2] LOPES, Augustus Nicodemus. O Culto Segundo Deus. 1ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
[3] PIPER, John. A Paixão de Deus por Sua Glória. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
Lição 9 – Conclusão – aplicando a correta teologia em sua prática de culto 42
Lição 02 – 43