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Apostila Auxiliar de Saude Bucal1626713133
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1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Ética Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.3.1 Tipos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3.2 Nomenclatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4 Placa, Cárie e Doença Periodontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.3.1 Gengivite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3.2 Periodontite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5 Materiais Odontológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
6 Instrumentais Odontológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
7 Equipamentos Odontológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
8 Medidas de Biossegurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
8.1 Biossegurança 52
9.0.1 Gestantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
VI - selecionar moldeiras;
6 Capítulo 1. Introdução
O Auxiliar de Saúde Bucal deve ser uma pessoa organizada e conhecer os procedimen-
tos rotineiros do consultório odontológico. O ASB tem papel fundamental antes, durante e
depois do atendimento. É o ASB quem torna o atendimento odontológico mais eficiente.
Com a resolução n.º 118/2012 do CFO, foi aprovado o novo Código de Ética Odontoló-
gica que entrou em vigor dia 01 de janeiro de 2013. Alguns pontos importantes abordados
no CEO são:
Na figura 2 vemos a anatomia gengival que é composta pela gengiva livre (margem
móvel de gengiva que circunda os dentes), gengiva inserida (gengiva fixa inserida na raiz
dos dentes) e mucosa alveolar (frouxa, inserida no osso alveolar).
(Figura 3). Além disso, quando os dentes tem 1 raiz são chamados de uniradiculares,
quando têm 2 raízes são birradiculares e quando têm 3 são tri/multirradiculares.
Os dentes podem ser divididos também em faces. Na figura 4 podemos ver todas as
faces dentais e na figura 5 a identificação de algumas faces em um sorriso.
• Face vestibular: Face voltada para o vestíbulo, ou seja, a parte da frente do dente.
• Face lingual: Face voltada para a língua, ou seja, a parte detrás do dente.
• Face mesial: Face voltada para a linha média bucal.
• Face distal: Face mais distante da linha média, lado oposto à mesial.
• Face oclusal: Área de mastigação dos dentes posteriores.
12 Capítulo 3. Anatomia da Cavidade Bucal e Dental
A figura 6 mostra a morfologia dental que é composta por Esmalte, Dentina, Polpa e
Cemento.
3.3.1 Tipos
A dentição humana pode ser de dois tipos: Decídua ("dentes de leite") ou Defini-
tiva/Permanente. Os dentes decíduos começam a se formar durante a gestação e se
completam após o nascimento. O primeiro dente decíduo erupciona ("nasce") por volta
14 Capítulo 3. Anatomia da Cavidade Bucal e Dental
dos 6 meses de idade e o último por volta dos 30 meses de idade. A dentição decídua é
composta por 20 dentes, sendo 10 superiores e 10 inferiores.
3.3.2 Nomenclatura
A arcada dentária pode ser dividida em dois arcos (superior e inferior) e em 4 hemi-
arcos/quadrantes (figura 8). A contagem dos quadrantes dos dentes permanentes segue
o sentido horário (de 1 a 4), sendo o 1º quadrante o hemiarco superior direito e o 4º
quadrante o hemiarco inferior direito (o lado direito/esquerdo se refere a uma vista a partir
do paciente).
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Além dos nomes, cada dente tem um número representativo na cavidade dental. Esse
número tem dois dígitos, o primeiro dígito representa o quadrante e o segundo a ordem em
que o dente aparece no hemiarco (figura 9). Por exemplo, o incisivo central superior direito
é identificado pelo número 11 já que está no 1º quadrante e é o primeiro dos 8 dentes desse
hemiarco. O segundo pré-molar inferior esquerdo é identificado pelo número 35 já que
está no 3º quadrante e é o quinto dente desse hemiarco.
A dentição decídua não possui nem os pré-molares nem o terceiro molar, por isso só
existem 5 dentes em cada hemiarcada. Além disso, para que os números não se confundam
com os dos dentes permanentes, a divisão em quadrantes vai do número 5 ao 8 (figura 9).
Dessa forma, o canino superior esquerdo, por exemplo, é identificado pelo número 63 e o
primeiro molar inferior direito é identificado pelo número 84.
16 Capítulo 3. Anatomia da Cavidade Bucal e Dental
A placa bacteriana ou biofilme oral são depósitos de bactérias e restos alimentares que
se acumulam sobre a superfície dentária. A formação da película adquirida é o primeiro
estágio do desenvolvimento da placa. A película adquirida é um composto de substâncias
(como proteínas) que permitem a adesão e a nutrição das bactérias colonizadoras. Com essa
colonização, as bactérias da placa criam um microambiente propício para o crescimento,
multiplicação e agregação de outras variedades de microorganismos na placa. A figura 10
mostra o aspecto clínico da placa dental.
Se a placa bacteriana não for eliminada através da higiene bucal, esses depósitos
18 Capítulo 4. Placa, Cárie e Doença Periodontal
A formação da placa bacteriana é rápida, ela pode se formar entre 4 a 12 horas após a
escovação dental. Por isso é importante manter uma correta e frequente higiene oral pelo
menos 3 vezes ao dia.
A cárie dentária é uma doença com alta prevalência em todo o mundo. Ela é causada
por bactérias presentes na placa que metabolizam carboidratos produzindo ácido lático
e baixando o pH da cavidade bucal. Esse ácido é capaz de desmineralizar as estruturas
calcificadas do dente (esmalte, dentina e cemento) progressivamente e na ausência de
tratamento progride até destruir totalmente a estrutura dentária (figura 11). Os carboidratos
simples, como o açúcar refinado, são mais fáceis de serem metabolizados por estas
bactérias, por isso é extremamente importante realizar higiene bucal após o consumo de
doces e alimentos super processados.
Porém, não basta apenas a existência das bactérias para que ocorra o desenvolvimento
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da cárie pois ela é uma doença multifatorial, (depende de vários fatores para que possa
ocorrer), infecciosa, transmissível e dieta dependente. Keys em 1960 definiu que eram ne-
cessários 3 fatores para o desenvolvimento da cárie: o dente suscetível, os microrganismos
cariogênicos e uma dieta cariogênica (primeira imagem da figura 12). Newbrum em 1983
adicionou como outro fator etiológico o tempo, já que a cárie é um processo crônico de
interação entre todos os fatores (segunda imagem da figura 12).
Além dos fatores determinantes para a doença vistos anteriormente, já se sabe que fato-
res sociais, econômicos e comportamentais também podem influenciar no desenvolvimento
da doença cárie.
O periodonto são os tecidos e estruturas que estão ao redor dos dentes e dão suporte a
eles: gengiva, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar (figura 14). Doença perio-
dontal são afecções que acometem o periodonto. Assim como a cárie, a doença periodontal
também é causada pelo acúmulo de placa bacteriana, podendo acometer um (localizada)
ou todos (generalizada) os dentes. Os dois grupos principais de doença periodontal são: a
gengivite que acomete o periodonto de proteção (gengiva) e a periodontite que acomete o
periodonto de sustentação (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar).
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4.3.1 Gengivite
O Tártaro ou Cálculo dental é a calcificação da placa que não foi removida pela
higienização. Clinicamente se vê como uma crosta endurecida e amarelada difícil de ser
removida com escovação (figura 15). A remoção se faz com limpeza profissional em
consultório devido a sua forte aderência ao dente. Como a superfície do tártaro é rugosa,
favorece ainda mais o acúmulo de placa. A gengivite progride para uma periodontite
quando a inflamação avança da gengiva para o osso que sustenta o dente.
4.3.2 Periodontite
Figura 16: Aspectos da gengiva saudável e com periodontite na parte superior e aspectos
morfológicos na parte inferior. Podemos notar a perda de altura do osso alveolar e a
inflamação do tecido gengival na periodontite. Fonte: Melo, 2014.
Por outro lado, a periodontite é considerada um fator de risco para outras condições
sistêmicas como o parto prematuro e o nascimento de bebês com baixo peso em gestantes
e, aliada a outros fatores, risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
23
Já para a avaliação da condição periodontal, os índices mais usados são o CPI (Índice
Periodontal Comunitário) e o exame de PIP (Perda de Inserção Periodontal).
5. Materiais Odontológicos
Figura 17: Materiais de consumo de uso geral mais utilizados na clínica odontológica.
Figura 18: Materiais de consumo para isolamento mais utilizados na clínica odontológica.
As moldagens são realizadas quando se necessita fazer uma cópia das estruturas dentais.
Os materiais utilizados para moldagem registram as dimensões e a anatomia dos tecidos
bucais com muita precisão. Estes materiais quando estão em contato com as estruturas
que se quer copiar, passam de um estado plástico (mole) a um estado elástico/inelástico
dependendo do material. A essa mudança de estado físico se denomina como "presa".
Quando o material já tomou presa, retiramos da cavidade bucal e vemos a reprodução
negativa das estruturas que foram moldadas. Quando esse molde (reprodução negativa) é
preenchido (vazado) por algum material como o gesso por exemplo, temos uma reprodução
positiva das estruturas dentárias chamada modelo (nesse caso, um modelo de gesso). Sobre
esse modelo, é possível fazer o planejamento de diversos tratamentos com uma maior
precisão sem a necessidade de estar com o paciente no consultório.
Em todos os casos antes de vazar o modelo, eles devem ser desinfectados (geralmente
são imersos em uma solução de glutaraldeído a 2,0% por 10 min).
Na figura 21 podemos ver alguns dos principais materiais de consumo utilizados nos
procedimentos protéticos.
Figura 23: Passo a passo de uma moldagem com silicone de adição. Fonte: Alto, R. M.
MATERIAIS E TÉCNICAS DE MOLDAGEM.
34 Capítulo 5. Materiais Odontológicos
Figura 24: Passo a passo de uma moldagem com silicone de condensação. Fonte: Alto, R.
M. MATERIAIS E TÉCNICAS DE MOLDAGEM.
35
i
40 Capítulo 6. Instrumentais Odontológicos
8.1 Biossegurança
As medidas de prevenção que devem ser adotadas na clínica odontológica são: higieni-
zação das mãos, vacinação dos profissionais, uso de equipamentos de proteção individual
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Figura 38: Passo a passo da higienização das mãos. Fonte: DA PAZ et al., 2020.
• Hepatite B
54 Capítulo 8. Medidas de Biossegurança
• Febre amarela
• Sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral)
• Tuberculose (BCG)
• Difteria e tétano (dupla adulto)
• Influenza
• Pneumococos
• Covid-19
Figura 39: Esquema de administração de algumas das principais vacinas da equipe odonto-
lógica. Fonte: DA PAZ et al., 2020.
• GORRO/TOUCA
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• ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• PROTETOR FACIAL
• MÁSCARA
• AVENTAL
• LUVAS
Na limpeza geral do ambiente vale ressaltar que está proibida a varredura seca (apenas
usando a vassoura). A limpeza da clínica deve ser feita com panos umedecidos com água e
sabão. Em casos em que haja contaminação com matéria orgânica (sangue) pode-se aplicar
56 Capítulo 8. Medidas de Biossegurança
A limpeza da clínica deve ser feita sempre da área menos contaminada para a mais
contaminada. As paredes devem ser limpas de cima para baixo em sentido único. As salas
devem ser limpas do fundo para a porta.
Os seguintes equipamentos devem ser recobertos com filme PVC ou sacos plásticos
que devem ser trocados a cada atendimento clínico:
Figura 41: Características dos principais produtos utilizados para desinfecção de artigos
odontológicos. Fonte: DA PAZ et al., 2020.
• Seringa tríplice
• Pontas de unidade de sucção
• Bancadas
Para realizar uma tomada radiológica, o paciente deve vestir um colete de chumbo de
modo a proteger a tireóide, o tronco e as gônadas durante a exposição. Já o profissional
que faz a toma, deve manter-se atrás de uma barreira protetora com uma espessura mínima
de 0,5 mm de chumbo e a uma distância mínima de 2 metros do equipamento durante a
exposição.
• Ajustar a altura do mocho de maneira que forme um ângulo de 90º com as pernas.
Os pés devem ficar firmemente apoiados no chão.
• As costas devem estar sempre retas e apoiadas no encosto do mocho na região renal.
• A cadeira deve ficar numa altura que propicie que o profissional possa manter suas
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Rio e Rio (2000) definiram um sistema de posições adotadas pelo CD e seu auxiliar
durante o atendimento odontológico. O esquema funciona como um relógio imaginário
em volta da cadeira odontológica (figura 42). O número 12 do relógio está na cabeça
do paciente e o número 6 nos seus pés. O círculo da zona A é chamado de zona de
transferência e é onde devem ser feitos os procedimentos e as transferências de materiais.
Na zona estática devem estar os materiais e instrumentos necessários durante o atendimento,
geralmente fica entre 1h e 2h. As posições mais recomendadas para o operador (CD) são:
9h e 11h para destros e 3h e 1h para canhotos. Já para o auxiliar, a zona recomendada é 3h
ou 9h se o dentista for canhoto.
Se alguém for exposto a material biológico na clínica, deve seguir os seguintes passos:
1. Manter a calma. Idealmente, a quimioprofilaxia contra HIV deve ser iniciada até
duas horas após o acidente. Em casos extremos, pode ser realizada até 24 - 36 horas
depois.
2. Lave o ferimento com água e sabão. Em mucosas pode-se usar soro fisiológico ou
água em abundância.
3. Obtenha a anamnese do paciente-fonte.
4. Vá até o centro de referência no atendimento de acidentes ocupacionais com material
biológico de sua região e informe o ocorrido ao Técnico de Segurança do Trabalho.
Leve sua carteira de vacinação
5. Preencha o formulário CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho.
6. Pode ser solicitado coleta de sangue do paciente-fonte.
7. quimioprofilaxias contra HIV podem ser iniciadas em caso de risco.
60 Capítulo 8. Medidas de Biossegurança
As ações de promoção de saúde bucal são estratégias que visam diminuir os riscos
de desenvolver doenças bucais. Segundo as Diretrizes da Política Nacional de Saúde
Bucal (2004), a promoção de saúde bucal significa "a construção de políticas públicas
saudáveis, o desenvolvimento de estratégias direcionadas a todas as pessoas da comunidade,
como políticas que gerem oportunidades de acesso à água tratada, incentive a fluoretação
das águas, o uso de dentifrício fluoretado e assegurem a disponibilidade de cuidados
odontológicos básicos apropriados. Ações de promoção da saúde incluem também trabalhar
com abordagens sobre os fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças
da cavidade bucal quanto para outros agravos (diabete, hipertensão, obesidade, trauma e
câncer) tais como: políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de açúcares,
abordagem comunitária para aumentar o autocuidado com a higiene corporal e bucal,
62 Capítulo 9. Promoção de Saúde Bucal
Dessa forma, as ações de promoção de saúde bucal devem ser feitas tanto no âmbito
coletivo (fluoretação das águas, por exemplo) como no âmbito individual (aplicação tópica
de flúor, por exemplo). Na clínica odontológica, o ASB deve promover algumas ações
como a higienização bucal supervisionada, incentivar uma alimentação saudável e fazer o
agendamento das revisões preventivas odontológicas.
Figura 43: Recomendações de higiene para bebês e crianças de até 5 anos. Fonte: Ministé-
rio da saúde, Brasil, 2012.
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9.0.1 Gestantes
A limpeza de próteses deve ser feita com uma escova de dentes, separada para essa
função, água e sabão. Antes de recolocá-la na boca, os dentes (se houver) devem ser
escovados e a gengiva, céu da boca e a língua devem ser limpos. É recomendável dormir
sem a prótese total, deixando-a sempre em um copo com água e bicarbonato ou produto
efervescente para limpeza durante a noite.
64 Capítulo 9. Promoção de Saúde Bucal
Figura 44: Recomendações de higiene bucal. Fonte: Ministério da saúde, Brasil, 2012.
Bibliografia