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Alimentos Funcionais
Alimentos Funcionais
Alimentos Funcionais
INTRODUÇÃO
Por conta do aumento da expectativa de vida, tem-se observado maior incidência de doenças,
especialmente daquelas de natureza crônica e degenerativa, como as doenças cardiovasculares
(DCVs), o câncer, a hipertensão, a doença de Alzheimer (DA), entre outras.1
Esse movimento vem despertando na população a adoção de hábitos alimentares mais
saudáveis, visando promover o bem-estar e recuperar a saúde. Foi da busca por essa
alimentação equilibrada que surgiu o interesse por alguns alimentos que, além de suprirem as
necessidades básicas do organismo, prevenissem uma série de agravos.2 Eles são chamados
de alimentos funcionais.
Alimento funcional é aquele que pode afetar positivamente uma ou mais funções-alvo do
organismo e prover adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja relevante tanto para o
bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de doenças.
Os alimentos funcionais possibilitam combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com
compostos biologicamente ativos, também denominados ingredientes funcionais.3 O desafio,
então, é reunir evidências científicas fortes o suficiente para respaldar as prescrições dietéticas
desses alimentos.
OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
reconhecer os principais aspectos relacionados ao histórico, à definição e à legislação
que rege os alimentos funcionais;
enumerar os compostos bioativos que apresentam evidência científica para suas
prescrições;
identificar os principais mecanismos de ação dos compostos bioativos na prevenção e
no tratamento de doenças;
listar os principais alimentos fonte de compostos bioativos;
revisar as principais recomendações nutricionais para os compostos bioativos.
ESQUEMA CONCEITUAL
ALIMENTOS FUNCIONAIS
A expressão alimentos funcionais surgiu em meados da década de 1980, por meio da
implantação de um programa de promoção da saúde pelo Ministério da Saúde, do Trabalho e do
Bem-Estar japonês, que estava preocupado com o aumento da expectativa de vida de uma
população que envelhecia, aliado ao crescimento exponencial dos custos médico-hospitalares.2
Os alimentos funcionais foram primeiramente denominados alimentos para uso específico de
saúde (FOSHU, de foods for specified health use) e definidos como “qualquer alimento que
exercesse um impacto positivo na saúde, performance física ou estado mental de um indivíduo
em adição ao seu valor nutritivo”. Para apresentar essas alegações nos rótulos, os fabricantes
deveriam passar por análise e aprovação governamental, atendendo às seguintes exigências:
o consumo do alimento deve exercer efeito melhorador ou regulador de algum processo
biológico ou mecanismo de prevenção a uma doença específica;
o ingrediente ou alimento deve ser convencional (não em comprimidos ou em cápsulas);
o alimento deve ser consumido como integrante de uma dieta habitual.
Apesar de permanecer atual, esse conceito tão amplo de alimentos funcionais abrangia produtos
convencionais já existentes, como o sal iodado, os cereais matinais e as massas.2
Globalmente, de início, foram estabelecidos conceitos bem generalizados de alimentos
funcionais e, à medida que surgiram questionamentos e indagações sobre as verdadeiras
qualidades que caracterizariam tais produtos, foram realizados ajustes; assim, cada país
procurou criar normas para a divulgação e a comercialização desses alimentos.4
O Quadro 1 apresenta definições para alimentos funcionais segundo órgãos governamentais de
diferentes países.
Quadro 1
ALIMENTOS FUNCIONAIS SEGUNDO ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS DE DIFERENTES
PAÍSES
REGULAMENTAÇÃO
No Brasil, o Ministério da Saúde ( MS), por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), regulamentou a questão dos alimentos funcionais por meio de resoluções e de uma
portaria; no entanto, a expressão alimentos funcionais ainda segue sem definição específica.
A Anvisa apenas estabelece pela Portaria nº 398, de 30 de abril de 1999,7 a alegação de
propriedade funcional, que é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou
não nutriente tem no crescimento, no desenvolvimento, na manutenção e em outras funções
normais do organismo humano, e a alegação de propriedade de saúde, ou seja, aquela que
afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou o ingrediente com doença
ou com condição relacionada à saúde.
No Quadro 2, estão resumidas as resoluções e a portaria da Anvisa para definição de alimentos
funcionais.
Quadro 2
RESOLUÇÕES E PORTARIA DA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
RELACIONADAS À REGULAMENTAÇÃO DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS NO BRASIL
Resoluções Especificações
Resolução da Diretoria Regulamento técnico de procedimentos de registro de
Colegiada (RDC) nº 16, de alimentos e/ou novos ingredientes.
30 de abril de 19998
É essencial esclarecer que um produto não necessita do registro de alimento funcional para ter
em sua composição um nutriente funcional; esse registro é necessário para que uma empresa
alegue, na embalagem de um produto ou em campanhas publicitárias, que seu produto contém
propriedades funcionais. Dessa forma, o controle das alegações visa impedir que os produtores
apresentem ao público informações cientificamente infundadas e/ou confusas.10,11
Padronização
Com o objetivo de padronizar as alegações funcionais e melhorar o entendimento dos
consumidores quanto às informações e às propriedades veiculadas nos rótulos dos alimentos
funcionais, a Anvisa estabeleceu uma lista de ingredientes ativos com as respectivas alegações
funcionais baseadas em evidências científicas, conforme exposto no Quadro 3.
Quadro 3
INGREDIENTES ATIVOS E ALEGAÇÕES FUNCIONAIS
Na lista de ingredientes ativos da Anvisa, para qualquer alimento que necessite de registro, a
alegação no rótulo só será permitida após a aprovação pelo órgão, que avaliará individualmente
cada caso, considerando a formulação e as características do alimento passível de registro.13
ATIVIDADES
1. Qual é a diferença entre alimentos funcionais e nutracêuticos?
Confira aqui a resposta
2. Analise as afirmativas sobre o histórico dos alimentos funcionais.
I — Surgiram em meados do século XIX, no Japão, visando combater a grande incidência
de doenças crônicas e degenerativas nesse país.
II — Foram inicialmente denominados FOSHU.
III — Abrangiam produtos convencionais já existentes, como o sal iodado, os cereais
matinais e as massas.
IV — Eram considerados o ingrediente ou o alimento convencional, não sendo aceitos
produtos na forma de comprimidos ou de cápsulas.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a II e a III.
B) Lactobacillus, EPA e vitamina C.
ÔMEGA 3
Os ácidos graxos poli-insaturados são aqueles que apresentam as insaturações separadas por
um carbono metilênico (CH2).
Entre os ácidos graxos poli-insaturados, destacam-se aqueles pertencentes à família ômega 6,
como o ácido linoleico (18:2n-6 [LA]) e o ácido araquidônico (20:4n-6 [AA]), assim como os que
fazem parte da família ômega 3, como os ácidos α-linolênico ([ALA] 18:3n-3), EPA (20:5n-3) e
decosa-hexanoico (22:6n-3 [DHA]), cujas estruturas químicas estão demonstradas na Figura
1.14
Alimento
Linhaça (semente)
Sardinha (conservada em óleo)
Noz crua
Óleo de canola
Óleo de soja
Óleo de milho
Óleo de girassol
Salmão (filé, com pele, fresco, grelhado)
Castanha-de-caju (torrada, salgada)
Amêndoa (torrada, salgada)
Castanha-do-brasil (crua)
Sardinha inteira (crua)
Fonte: Universidade Estadual de Campinas (2011). 16
Considerando que os lipídios atuam na composição das membranas plasmáticas e sua
disponibilidade afeta a síntese de seus metabólitos, como os eicosanoides, o consumo de ácidos
graxos ômega 3 leva a uma competição entre o EPA e o AA como precursor na síntese de
eicosanoides.17,18
O AA favorece a síntese de PGs, de TXAs da série 2 e de LTs da série 4, que possuem
propriedades pró-inflamatórias, enquanto o EPA favorece a síntese de PGs e de LTs das séries
3 e 5, que possuem atividade anti-inflamatória.17,18
Na Figura 3, encontram-se os prováveis mecanismos de atuação dos ácidos graxos poli-
insaturados em inflamações e na imunidade.
Benefícios
A seguir, será abordado o consumo de ômega 3 em diferentes condições clínicas.
Doenças cardiovasculares
Na década de 1970, o estudo de Bang e colaboradores,19 ao encontrar níveis reduzidos de
lipídios séricos em esquimós quando comparados a indivíduos dinamarqueses, direcionou as
pesquisas sobre o efeito do consumo de ácidos graxos ômega 3 na prevenção e no tratamento
das DCVs, considerando o alto consumo de fontes alimentares de ácidos graxos poli-
insaturados parte dos hábitos alimentares dos esquimós.
Com base nos efeitos sobre o perfil lipídico, estudos vêm sendo realizados com a utilização de
ômega 3 para avaliar o impacto do seu consumo. Uma revisão sistemática com estudos
randomizados controlados apontou relação inversa entre o consumo de óleo de peixe e níveis de
triglicerídeos plasmáticos.22
A redução dos níveis de triglicerídeos com o consumo de ácidos graxos ômega 3 pode ser
verificada pela diminuição das concentrações de apolipoproteína B (apo B-48 e apo B-100), da
meia-vida dos quilomícrons no estado alimentado e do próprio tamanho dos quilomícrons. Um
dado também sugere que os ácidos graxos ômega 3 poderiam aumentar a atividade da lipase
lipoproteica (LPL), enzima que catalisa a hidrólise de moléculas de triglicerídeos.20
No que diz respeito à prevenção secundária dos eventos CVs, especialmente na redução da
mortalidade CV, o consumo de ômega 3 também apresenta efeitos relevantes, especialmente
em pacientes de alto risco.21,23
Baseada nas atuais evidências, a Sociedade Brasileira de Cardiologia ( SBC), na sua I Diretriz
sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular,24 recomenda a suplementação de
ômega 3 marinho (de 2 a 4g/dia) com nível de evidência e grau de recomendação máxima nos
casos de hipertrigliceridemia grave (triglicerídeos acima de 500mg/dL), com risco de pancreatite
e de hipertrigliceridemia refratária a medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Quanto à suplementação para redução do risco CV ( RCV) em indivíduos de risco baixo a
moderado, a SBC recomenda o consumo de duas refeições à base de peixe por semana; no
caso de indivíduos de alto risco (sobreviventes de infarto agudo do miocárdio [IAM] ou
insuficiência cardíaca sistólica [ICS]), a suplementação (~1g/dia) pode ser recomendada, apesar
de o seu real benefício ser discutível.
A recente metanálise de Kim e colaboradores27 apontou associação inversa entre o consumo de
peixe ou a ingestão de ácidos graxos ômega 3 e risco de síndrome metabólica, especialmente
na análise de estudos de coorte. A incidência de síndrome metabólica foi 12% menor a cada
aumento de 100mg/dia na ingestão de ácidos graxos ômega 3.
Endometriose
Pelas suas propriedades anti-inflamatórias, os ácidos graxos ômega 3 vêm sendo estudados em
diversas condições nas quais o componente inflamatório está envolvido. O recente estudo
transversal de Hopeman e colaboradores26 observou que os altos níveis séricos de EPA em
mulheres que estavam passando por tratamento de fertilização in vitro se relacionaram
inversamente com o risco de endometriose.
Apesar dos indícios de os ácidos graxos ômega 3 possuírem efeito protetor sobre a
endometriose, Hopeman e colaboradores apontam a necessidade de estudos que avaliem a
suplementação com esses ácidos graxos e a sintomatologia da doença, assim como estudos
epidemiológicos que avaliem a exposição a esses lipídios.
Artrite reumatoide
Considerando o envolvimento imunológico na artrite reumatoide, metanálise de estudos
randomizados controlados,25 ao verificar os efeitos da ingestão diária de ácidos graxos ômega 3
maior do que 2,7g/dia, por mais de três meses, nos desfechos clínicos de pacientes acometidos
pela doença, concluiu que esse lipídio, possivelmente, é efetivo na redução do uso de anti-
inflamatórios não esteroidais, apesar do reduzido número de estudos incluídos na metanálise.
Câncer
No ramo da oncologia, os ácidos graxos ômega 3 também vêm sendo estudados, especialmente
na oncogênese e na caquexia do câncer. A revisão sistemática de Ries e colaboradores,28 que
avaliou o uso de óleo de peixe/ácidos graxos ômega 3 em pacientes com câncer avançado
acometidos de caquexia, concluiu que não há evidências suficientes para apoiar o uso dos
ácidos graxos ômega 3 em pacientes portadores de caquexia em estágio avançado do câncer, o
que leva a baixo grau de recomendação, pois o efeito benéfico do uso dos ácidos graxos apenas
foi observado nos estudos com baixa qualidade metodológica. Apesar da conclusão, os autores
apontam que os efeitos adversos foram pouco frequentes; além disso, não houve registro de
efeitos adversos graves.
Em recente metanálise29 que teve como objetivo estimar a possível associação entre ácidos
graxos ômega 3 e o câncer de próstata, tema bastante explorado nos últimos anos,
encontraram-se associações fracamente positivas produzidas pelos estudos de curta duração,
enquanto os estudos com períodos de seguimento mais representativos tenderam a ter nenhuma
ou pouca associação inversa. Dessa forma, foi concluído que os atuais resultados não suportam
a associação entre ácidos graxos ômega 3 e câncer de próstata.
Segundo a Anvisa,13 para a alegação de propriedade funcional, o produto com ômega 3 deve
apresentar, no mínimo, 0,1g de EPA e/ou de DHA na porção ou em 100g ou em 100mL do
produto pronto para o consumo, caso a porção seja superior a 100g ou a 100mL. Além disso,
essa alegação somente deve ser utilizada para os ácidos graxos ômega 3 de cadeia longa,
provenientes de óleos de peixe.
CAROTENOIDES
Carotenoides são uma classe de pigmentos naturais amplamente distribuídos na natureza,
sintetizados por plantas, algas e bactérias fotossintetizantes. Eles são responsáveis pelas cores
amarela, alaranjada, roxa e vermelha das frutas, das raízes e das flores.30
Mais de 750 tipos de carotenoides já foram identificados; entretanto, apenas cerca de 30 a 40
deles estão presentes na alimentação, e 13 compostos e oito metabólitos são encontrados em
tecidos humanos, variando de acordo com as dietas individuais.31
A estrutura básica dos carotenoides é composta por um esqueleto de 40 carbonos, a partir do
qual se derivam todas as variações. Todos os carotenoides possuem uma longa cadeia de
ligações simples e duplas alternadas, além de uma quase simetria bilateral em torno de sua
dupla-ligação central.31
Os diferentes carotenoides provêm essencialmente de modificações em sua estrutura básica,
por meio de ciclizações dos grupos terminais e pela introdução de átomos de oxigênio, levando a
suas cores e propriedades características. Cada dupla-ligação na cadeia carbônica de um
carotenoide pode existir em uma de duas configurações, designadas cis e trans, embora a
maioria se encontre na configuração trans.31
Geralmente, os carotenoides são divididos em duas classes:31,32
carotenos, como α e β-caroteno, e licopeno, que são hidrocarbonetos;
xantofilas, como luteína, β-criptoxantina e zeaxantina, compostas de um ou mais grupos
contendo oxigênio.
Entre os representantes dos carotenoides de importância para nutrição funcional, o β-caroteno, o
licopeno e as xantofilas possuem papel de destaque. A Anvisa aceita alegações de capacidade
antioxidante relacionada ao licopeno, à luteína e à zeaxantina, cujas estruturas químicas podem
ser observadas na Figura 4.13
Consumo
Com relação à recomendação de consumo de carotenoides, o Instituto de Medicina dos Estados
Unidos39 alega que os resultados existentes na literatura são ainda inconsistentes para o
estabelecimento das respectivas ingestões dietéticas recomendadas ( RDAs, de recommended
dietary allowances) ou das ingestões adequadas ( AIs, de adequate intake). A única indicação
nesse sentido é a sugestão de consumo elevado de frutas e hortaliças, que visa ao aumento da
ingestão de alimentos com alto teor de compostos alimentares bioativos com capacidade
antioxidante, entre eles, os carotenoides.39
Para registro de produto com alegação de propriedade funcional, a Anvisa13 recomenda que a
quantidade do carotenoide contida na porção do produto pronto para consumo deva
ser declarada no rótulo, próximo à alegação.
Licopeno
Um dos membros da família dos carotenoides, o licopeno, lipossolúvel, isômero do β-caroteno,
apresenta estrutura acíclica e, por não ter o anel β-ionona, não possui atividade provitamina A.
Pela presença das duplas-ligações em sua estrutura, o licopeno pode existir nas formas
isoméricas cis e trans. Na natureza, predomina sua existência na forma trans, que é
termicamente mais estável e representa cerca de 94 a 96% do licopeno presente nos alimentos
vegetais.40
O licopeno aparece atualmente como um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido na
prevenção da carcinogênese e de aterogênese, por proteger moléculas como lipídios, colesterol
com lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c), proteínas e ácido desoxirribonucleico ( DNA).41
Ainda, o licopeno apresenta grande reatividade tanto para o oxigênio como para as espécies
reativas, por isso é considerado o carotenoide que possui a maior capacidade sequestrante do
oxigênio singleto. Possivelmente, tal reatividade se deve à estrutura química do licopeno, que
apresenta 13 duplas-ligações, das quais 11 são conjugadas.41
O licopeno tem demonstrado desempenhar importante papel na prevenção de vários tipos de
câncer, como o de próstata.42 Além disso, previne a oxidação da LDL-c e reduz o risco do
desenvolvimento de arteriosclerose e de doenças coronárias.36
Biodisponibilidade
Em relação à biodisponibilidade, observou-se que a ingestão de molho de tomate aumenta as
concentrações séricas de licopeno em taxas maiores do que o consumo de tomates crus ou de
suco de tomate fresco. O consumo de molho de tomate cozido em óleo resultou em aumento de
2 a 3 vezes da concentração sérica de licopeno um dia após sua ingestão, mas nenhuma
alteração ocorreu quando se administrou suco de tomate fresco. Essa diferença de
biodisponibilidade está associada com as formas isoméricas apresentadas pelo licopeno.
Clinton e colaboradores44 demonstraram que 79 a 91% do licopeno presente nos tomates e nos
seus produtos se encontram sob a forma do isômero trans, em contraste com os níveis de
licopeno sérico e tissulares, que se encontram em mais de 50% na forma de isômero cis.45
O licopeno ingerido, na sua forma natural (trans-licopeno), é pouco absorvido, mas estudos
demostram que o processamento térmico dos tomates e de seus produtos melhora a
biodisponibilidade da substância. O processamento térmico rompe a parede celular e permite a
extração do licopeno dos cromoplastos. Assim, há conversão das formas isoméricas trans do
licopeno em cis, o que melhora sua biodisponibilidade.45
Luteína e zeaxantina
FIBRAS ALIMENTARES
A designação fibra alimentar foi adotada em 1953 por Hipsley com a finalidade de descrever os
componentes alimentares oriundos das paredes celulares de vegetais.49 Esses constituintes
corresponderiam, então, à celulose, às hemiceluloses e à lignina.
Em 1974, Trowell denominou fibra alimentar como “os remanescentes da parede celular vegetal
que não são hidrolisados pelas enzimas digestivas humanas, que inclui celuloses,
hemiceluloses, lignina, gomas, celuloses modificadas, mucilagens, oligossacarídeos, pectinas e
substâncias menores associadas, como ceras, cutina e suberina”.50
Em 2006, a Comissão do Codex Alimentarius ( CAC)51 estabeleceu que o “termo fibra dietética
corresponde a polímeros de carboidratos com um grau de polimerização não inferior a três, os
quais não são digeridos nem são absorvidos no intestino delgado”.
As fibras alimentares, também denominadas fibras dietéticas, são resistentes à ação das
enzimas digestivas humanas e são constituídas de polímeros de carboidratos com três ou mais
unidades monoméricas mais a lignina (polímero de fenilpropano), sendo classificadas, conforme
sua solubilidade no sistema gastrintestinal, em fibras solúveis e insolúveis.50,52
Tipos
A seguir, serão apresentadas considerações sobre os tipos de fibras: solúveis e insolúveis.
Fibras solúveis
As fibras solúveis apresentam a capacidade de se ligar à água e formar géis. No trato
gastrintestinal, as fibras solúveis retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de trânsito
intestinal, diminuem o ritmo de absorção de glicose e de colesterol, são substratos para
fermentação bacteriana que resulta em gases (hidrogênio, metano e dióxido de carbono) e
ácidos graxos de cadeia curta ( AGCCs), importantes para o metabolismo intestinal e redução da
diarreia.
A maior parte das fibras solúveis são polímeros de cadeia longa, que se dissolvem ou se
dispersam formando um gel na presença de água, sendo, também, conhecidos como
hidrocoloides, utilizados como estabilizantes de emulsões, na suspensão de partículas, no
controle de cristalização, no encapsulamento e na formação de filmes. Como exemplos de fibras
solúveis, citam-se:53
pectinas;
gomas;
algumas hemiceluloses ou pentosanas;
amido resistente;
mucilagens.
A laranja é o alimento que apresenta maior teor de fibras solúveis, pois possui aproximadamente
2,3g delas.
Fibras insolúveis
As fibras insolúveis incluem componentes estruturais da parede celular das plantas, tendo ação
no aumento de volume do bolo fecal, regulando o tempo de permanência e de trânsito intestinal
no organismo, o que se deve ao fato de absorverem água, ajudando o funcionamento do
intestino e o protegendo, mas com limitada fermentação no cólon.
As fibras insolúveis não são solúveis em água, portanto não formam géis. Como exemplos,
citam-se:53
lignina;
celulose;
algumas hemiceluloses.
Características
No Quadro 4, encontram-se as características das fibras em relação aos componentes e às
fontes alimentares.
Quadro 4
CARACTERIZAÇÃO DAS FIBRAS QUANTO AOS COMPONENT
β-glucana β-glucana.
Frutanos Inulina e FOS.
Estrutura química
Atualmente, a legislação brasileira aceita as fibras alimentares β-glucana, dextrina
resistente, FOS, gomar guar parcialmente hidrolisada, inulina, lactulose, polidextrose, Psillium e
quitosana com a alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde.13
A Figura 5 apresenta a estrutura química das fibras alimentares aceitas pela legislação brasileira,
com exceção do Psillium, que não é uma substância isolada, mas uma planta originária do oeste
da Ásia.55
Não há consenso no meio científico quanto à quantidade ideal de fibra alimentar para alcançar
os benefícios esperados. De acordo com a Associação Dietética Americana ( ADA),66 uma
margem segura de ingestão para adultos seria de 14g de fibras para cada 1.000kcal.
Especificamente quanto aos prebióticos, doses diárias de 4 a 5g de inulina e/ou de FOS são
eficientes.67 Para a Anvisa,13 a alegação de propriedade funcional pode ser utilizada desde que
a porção diária do produto pronto para consumo forneça, no mínimo, 3g de fibra se o alimento for
sólido, ou 1,5g se o alimento for líquido.
ATIVIDADES
6. O que são ácidos graxos poli-insaturados?
Confira aqui a resposta
7. Considerando a importância biológica dos ácidos graxos ômega 3 sobre o metabolismo
lipídico e seus efeitos na prevenção primária e secundária das DCVs, assinale a
alternativa correta.
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) V — F — F — V
D) F — V — V — F
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
A) Licopeno.
B) Xantofila.
C) Zeaxantina.
D) Antocianina.
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I e a IV.
A) Laranja.
B) Banana.
C) Abacaxi.
D) Batata.
FITOSTERÓIS
Recomendação
Não existe consenso na literatura quanto à posologia ideal de fitosterol suficiente para redução
significativa dos níveis séricos de colesterol. Uma revisão com aproximadamente 40 estudos
evidenciou que uma dose diária de 2g é capaz de reduzir o colesterol sérico. No entanto,
segundo o estudo, quantidades maiores da substância não potencializariam sua ação.78
A V Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose79 faz alusão aos fitosteróis
com magnitude +++ e nível de evidência A como estratégia de mudanças alimentares e de estilo
de vida sobre a hipercolesterolemia, enquanto a Sociedade Brasileira de Diabetes ( SBD)
recomenda a ingestão de 2g/dia de esteróis de plantas e de ésteres de estanol na redução das
concentrações de colesterol total e de LDL-c em portadores de DM.80 Adicionalmente,
a Anvisa13 recomenda a ingestão diária de 1 a 3g de fitosteróis livres, e a porção do produto
pronto para o consumo deve fornecer, no mínimo, 0,8g de fitosteróis/100g de produto para
alegação de propriedade funcional.
PROBIÓTICOS
Metchnikoff, pesquisador russo ganhador do prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, propôs, em
1908, que o consumo de lactobacilos presentes no iogurte poderia explicar a incomum
longevidade dos búlgaros.81 Existia, no século XIX, a teoria da autointoxicação, segundo a qual
bactérias do trato gastrintestinal produziriam agentes maléficos relacionados ao envelhecimento
e às doenças. O iogurte, com mistura de microrganismos benéficos, poderia se contrapor a
essas toxinas, aumentando a longevidade e reduzindo as doenças. Essa teoria ficou esquecida
por muitos anos, por não haver respaldo científico, mas serviu de base para o conceito dos
probióticos.81
Para ser considerado probiótico, o microrganismo deve ser seguro, ter efeitos funcionais e
propriedades tecnológicas.
Fontes
Os probióticos são encontrados nas mais variadas doses e em vários produtos, como iogurte,
leite fermentado, ou como suplemento alimentar em forma de pós e de cápsulas.86
Entre os integrantes do grupo dos probióticos, os gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus se
destacam no intestino adulto saudável como microrganismos promotores da
saúde.13 Enterococcus faecium também são empregados pela indústria, mas em menor escala,
além de outras bactérias ácido-lácticas, bactérias não ácido-lácticas e leveduras.87
Efeitos
Vários efeitos são atribuídos aos probióticos, entre os quais, citam-se:
redução do pH intestinal;
produção de substâncias antibacterianas;
reconstrução da microflora intestinal normal após transtorno causado por diarreia;88
redução dos níveis de colesterol sérico;89
estimulação do sistema imune e supressão da infecção bacteriana;90
remoção de carcinógenos;91
controle de complicações de pacientes diabéticos.92
Recomendação
Segundo a Anvisa,13 a quantidade mínima viável para os probióticos em alimentos deve estar
situada na faixa de 108 a 109 unidades de formação de colônias (UFC) na recomendação diária
do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Valores menores podem
ser aceitos, desde que a empresa comprove sua eficácia.
Principais tipos
A seguir, serão apresentadas considerações sobre bifidobactérias e Lactobacillus.
Bifidobactérias
As bifidobactérias são os principais constituintes da microbiota do trato gastrintestinal dos seres
humanos. Elas são gram-positivas, não formadoras de esporos e anaeróbias. No ambiente
intestinal, as bifidobactérias têm um relacionamento comensal com os seus anfitriões e
contribuem para sediar nutrição pela utilização de carboidratos complexos, importantes fontes de
carbono e de energia, mas não são degradados no estômago ou no intestino.93
A capacidade das bifidobactérias de metabolizar os carboidratos não digeríveis (prebióticos)
pode ser usada para a estimulação seletiva de determinadas linhagens que colonizam o trato
intestinal. Bifidobactérias utilizadas como probióticos incluem cepas que pertencem às espécies
de Bifidobacterium lactis, B. bifidum, B. animalis, B. thermophilum, B. breve, B. longum, B.
infantis e B. adolescentis. Essas bactérias foram eficientes na adesão de E.
coli enterotoxigênicas, E. coli enteropatogênica e C. difficile na parede de células epiteliais
intestinais, uma característica importante para seu uso como probióticos.86
Lactobacillus
Os Lactobacillus também fazem parte dos probióticos. Aproximadamente 56 espécies desse
gênero foram descritas até o momento, e as espécies L. acidophilus, L. rhamnosus e L.
casei são mais utilizadas com a finalidade de aditivo dietético. Essas bactérias estão distribuídas
por vários nichos ecológicos e são encontradas por todo o trato gastrintestinal e geniturinário,
constituindo importante parte da microbiota dos seres humanos.
A distribuição de Lactobacillus, porém, é influenciada por diversos fatores ambientais, como
nível de substrato específico;
pH;
disponibilidade de oxigênio;
presença de secreções;
interações bacterianas.
O L. acidophilus tem a particularidade de ser pouco tolerante à salinidade do meio e ser
microaerofílico, com o crescimento em meios sólidos favorecido por anaerobiose ou pressão
reduzida de oxigênio. Ainda, o L. acidophilus degrada amidalina, celobiose, frutose, galactose,
lactose, glicose, maltose e manose.87
Como microrganismo heterofermentativo, o L. acidophilus produz quase exclusivamente ácido
lático a partir da degradação de glicose, e um pouco de acetaldeído. As condições favoráveis
para a multiplicação do L. acidophilus são temperatura entre 35 e 40ºC, e sua tolerância em
termos de acidez do meio varia entre 0,3 e 1,9% (volume/volume) de acidez titulável.87
SIMBIÓTICOS
Benefícios
Entre outros relatos em estudos que corroboram a existência de benefícios causados pelo uso
de alimentos funcionais em geral, vários efeitos são propostos em consequência do consumo de
alimentos simbióticos, como
redução de citocinas pró-inflamatórias;
melhora do sistema imunológico;
redução de infecções intestinais;
aumento da massa magra;
redução da massa gorda.
PROTEÍNA DA SOJA
Nos últimos anos, a soja tem despertado o interesse da comunidade científica, que tem
direcionado diversas pesquisas em modelos animais e em humanos, com o objetivo de avaliar o
consumo dessa leguminosa e o de seus derivados para prevenção e tratamento de condições
patológicas específicas.
Entre os constituintes da soja, as isoflavonas vêm sendo apontadas como componente com
alegações funcionais. Elas são compostos difenólicos que exercem atividade semelhante à do
estrogênio, ligando-se aos receptores do hormônio em condições experimentais, classificando-
se, assim, como fitoestrogênio.79,95–99
As principais isoflavonas da soja são a genisteína e a daidzeína — presentes na leguminosa e
em seus derivados —, cujas estruturas químicas estão demonstradas na Figura 7.
Figura 7 — Estruturas químicas das isoflavonas genisteína (A) e daidzeína (B).
Fonte: Kuiper e colaboradores (1998).95
Na Tabela 5, encontra-se a quantidade de isoflavona de alguns alimentos.
Tabela 5
CONTEÚDO DE ISOFLAVONAS
Alimento
Farinha de soja (texturizada)
Proteína isolada de soja
Soja verde, crua
Missô
Tofu
Soja verde, cozida sem sal, escorrida
Semente de pistache
Fonte: Bhagwat e colaboradores (2008).100
POLIÓIS
Saúde bucal
Sobre o trato digestivo, é atribuído aos polióis o efeito de regularização do trânsito
intestinal.105,106 Apesar dos possíveis efeitos em ambas as vertentes, a Anvisa estabelece que
a alegação funcional dos polióis manitol, xilitol e manitol está aprovada apenas para gomas de
mascar sem açúcar, haja vista as evidências científicas atuais no que diz respeito à função
protetora dos polióis sobre a saúde bucal.13
Considerando o envolvimento dos açúcares fermentáveis na gênese das patologias que
acometem a região bucal, como a sacarose, que é amplamente adicionada às gomas de mascar,
diversos estudos vêm sendo conduzidos utilizando os polióis em substituição a tais açúcares nas
formulações desses produtos, avaliando o impacto da mastigação das gomas, em especial, na
formação da placa bacteriana, na gengivite e na cárie.
Na formação da placa bacteriana, apesar das limitações metodológicas dos estudos, a utilização
de goma de mascar isenta de açúcar como adjuvante da escovação ofereceu significativa
redução da placa, como apresentado na revisão sistemática de Keukenmeester e
colaboradores.107 Porém, tal efeito protetor não é observado na ausência de escovação nem na
gengivite. Sobre a mesma temática, um estudo clínico controlado duplo-cego108 evidenciou que
a colonização de Streptococcus mutans reduziu de modo significativo a placa bacteriana em uma
resposta dose-dependente.
Evidências sugerem que a goma de mascar sem açúcar possui efeito anticariogênico. Entre os
polióis que se destacam por tal efeito, está o xilitol, amplamente estudado. Os resultados de uma
recente revisão sistemática109 sugerem que o uso de creme dental com flúor com xilitol pode
ser mais eficaz do que o creme dental contendo apenas flúor, em relação à prevenção da cárie
nos dentes permanentes de crianças. Apesar de tais achados, verifica-se baixa qualidade dos
artigos, por isso sugere-se cautela na interpretação dos resultados, em razão do risco de viés.
Resultado semelhante foi encontrado em outra revisão sistemática,110 a qual sugere que a
adição de xilitol em tratamentos que já utilizam fluoreto pode ser benéfica na prevenção das
cáries, apesar da necessidade de estudos controlados a fim de eliminar possíveis vieses.
Os mecanismos propostos para o efeito protetor dos polióis sobre a saúde bucal podem ser
atribuídos à estimulação da secreção salivar pelo processo de mastigação, o que aumenta o pH
da cavidade oral, e à ausência de sacarose nas gomas, açúcar conhecido pelo efeito
fermentativo, ao contrário dos polióis, que não podem produzem ácidos relacionados à
danificação dos dentes. Soma-se a isso o efeito inibitório dos polióis, especialmente do xilitol,
sobre o crescimento bacteriano evidenciado em estudos de boa qualidade metodológica.108,111
A) De 1 a 3g.
B) De 2 a 5g.
C) De 3 a 6g.
D) De 4 a 8g.
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
CASOS CLÍNICOS
A seguir, serão apresentados dois casos clínicos a respeito da alimentação saudável e consumo
de alimentos funcionais.
CASO CLÍNICO 1
M. J. F., sexo masculino, 55 anos de idade, mecânico, natural e procedente de São Miguel dos
Milagres, Alagoas, foi encaminhado ao ambulatório de nutrição para receber orientações sobre
alimentação saudável. O paciente se queixa de constipação, afirma hiperplasia de próstata com
diagnóstico há, aproximadamente, um mês, nega uso de medicamentos e relata ingerir três
copos de água por dia.
Os antecedentes familiares do paciente mostram o pai falecido aos 59 anos, “vítima de
câncer de próstata”, e a mãe viva, com 70 anos, diabética, hipertensa e portadora de
câncer de mama. Quanto aos antecedentes patológicos, ele nega doenças comuns da
infância e doenças crônicas. Sobre os antecedentes sociais, o paciente nega tabagismo,
etilismo e prática de exercícios físicos.
Conforme os dados clínicos (exame físico), o paciente estava sem depleções, ou
excessos adiposos, ou musculares ou outras alterações. Os dados antropométricos do
paciente mostraram peso atual de 50kg e altura de 1,60m.
Os dados dietéticos do paciente apresentaram-se da seguinte maneira:
preferências alimentares — chocolate, embutidos, cuscuz, pão, suco
industrializado e refrigerantes;
aversões alimentares — berinjela e chuchu;
intolerância e alergias alimentares — nega;
restrição de sal e de açúcar — não faz.
Os dados bioquímicos do paciente apresentaram os seguintes resultados:
colesterol total — 180mg/dL;
triglicerídeos — 370mg/dL;
LDL-c — 120mg/dL;
colesterol com lipoproteínas de alta densidade (HDL-c) — 65mg/dL;
glicemia de jejum — 120mg/dL.
ATIVIDADES
28. Quais alterações metabólicas e clínicas presentes no caso clínico 1 são passíveis de
utilização de compostos funcionais?
Confira aqui a resposta
29. Quais compostos funcionais poderiam auxiliar na melhora das alterações metabólicas
do paciente do caso clínico 1? Explique.
Confira aqui a resposta
30. Quais alimentos fontes dos compostos funcionais poderiam ser indicados para o
paciente do caso clínico 1?
Confira aqui a resposta
CASO CLÍNICO 2
Paciente do sexo feminino, 54 anos, nega hipertensão e DM. Ela procura atendimento
nutricional, com quadro de hipercolesterolemia, referindo cessação da menstruação há dois anos
e ondas de calor, especialmente à noite. Os exames de imagem revelam comprometimento da
densidade mineral óssea.
ATIVIDADES
31. Quais compostos funcionais podem ser utilizados para auxiliar no tratamento da
hipercolesterolemia e dos sintomas da menopausa da paciente do caso clínico 2?
Explique.
Confira aqui a resposta
32. Que alimento funcional poderia ser utilizado para auxiliar, ao mesmo tempo, o
tratamento da hipercolesterolemia e dos sintomas da menopausa da paciente do caso
clínico 2?
Confira aqui a resposta
CONCLUSÃO
Muito ainda se precisa avançar em termos de estudos científicos robustos e com qualidade
metodológica suficiente para respaldar as condutas clínicas a respeito da prescrição dos
alimentos funcionais. Sabe-se, contudo, que são estudos sujeitos a vieses metodológicos,
especialmente se não desenvolvidos com bastante controle científico.
Não é simples o controle de um aspecto tão ímpar do instinto de sobrevivência quanto a
alimentação, que traz consigo um cunho social e cultural influenciado por crenças e hábitos de
vida. Apesar disso, é fato atribuir grandes benefícios em saúde ao consumo regular de
compostos bioativos presentes nesses alimentos.
Os estudos relatados sobre definições, legislação e benefícios à saúde relacionados aos
alimentos funcionais demonstram que o conhecimento legal e científico desses aspectos é
decisivo para uma boa atuação do nutricionista e, certamente, contribuirá para uma conduta
embasada, reduzindo os riscos de determinadas doenças, sempre no compasso do avanço das
pesquisas comprovadas e reconhecidas pela comunidade científica e pelas autoridades
governamentais.
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Como citar a versão impressa deste documento
Oliveira ACM, Ferreira RC, Campos SBG, Guedes GS. Alimentos funcionais: implicações dos
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Continuada a Distância; v. 1).