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Manual de Auditoria e Fiscalidade

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2020

AUDITORIA E
FISCALIDADE
MANUAL DE APOIO

POR: JHELSON SOARES


NOTA DO AUTOR
O objetivo deste Manual é orientar os auditores de demonstrações financeiras de órgãos e
entidades do sector empresarial para a realização de auditorias financeiras de forma eficiente e
eficaz, com alto padrão de qualidade, credibilidade e profissionalismo.
Com uma investigação multifacetada o Manual visa orientar os estudantes de auditoria sobre as
normas técnicas e procedimentos de auditoria, mais vale reforçar que a aplicação prática destes
conhecimentos torna-se importante para a sua consolidação.

Atenciosamente;
Jelson Soares
(Formador)

LENOVO 1
CAPITULO I
ENQUADRAMENTO DO CONCEITO

LENOVO 2
BEVE HISTORIAL DA AUITORIA

palavra auditor te sua Origem no Latim: Vem de “Auditore”, que significa

A “aquele que ouve”.


Os primórdios da auditoria remontam ao Egipto e à Babilónia. A auditoria
baseava-se num método muito rudimentar que consistia em apurar a exatidão de registos,
efectuados separadamente, comparando-os. Na Roma antiga, as contas públicas eram
supervisionadas por altos funcionários do estado que prestavam contas verbalmente aos
imperadores.
Segundo dados históricos a auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra por volta do
século XIV, ano de 1.314 onde o governo utilizava o exame periódico e sistemático das
contas públicas.
Outro dado registado na evolução da Auditoria ocorreu na segunda metade do século
XIX, como resultado das novas exigências decorrentes da revolução industrial. O
aumento da dimensão das empresas, a separação da propriedade da gestão, bem como o
aumento do número de proprietários de empresas, levaram ao aparecimento da figura do
auditor para assegurar a transparência da gestão e detectar irregularidades no
funcionamento das organizações.
Na fase do capitalismo financeiro, a obtenção de financiamentos era um dos factores
críticos de sucesso das organizações, o que consolidou a auditoria como uma displina
voltada para a certficação da informação financeira apresentada pelas organizações nas
suas demonstrações financeiras.

Com a colonização do Canadá e dos Estados Unidos pela Inglaterra levou para estes
países auditores que tranquilizavam os investidores absentistas ingleses. E foi
precisamente nos EUA após a crise económica Amercana de 1929, que se generalizou a
aplicação da uditoria.
No final dos anos 30 Criou-se o comité May, cuja finalidade era estabelecer regras para
as sociedades cotadas na bolsa, que obrigou à Auditoria independente das demonstrações
financeiras dessas empresas, procurando a protecção dos investidores. Esses auditores
independentes e externos à empresas, no exercícios das suas funções, necessitavam de
aceder a informações e ocumentos internos das empresas auditadas. Para acompanhar os
audiores externos na execução dos seus trabalhos as empresas nomeavam funcionários
das próprias empresas que com o passar do tempo foram aprendendo e dominando as
técnicas de auditoria, aplicando-as em trabalhos de controlos e de verificação requerido
pelos órgãos de gestão das empresas. Era a génese da Auditoria Interna, ainda que com
contornos diferentes dos actuais.

LENOVO 3
CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A
pesar de o conceito de auditoria ser multidimensional, assumindo hoje diversas
valências consoante os objectivos a que se destina, pode afirmar-se de um modo
geral, que a auditoria consiste num processo de julgamento assente na recolha
e análise de evidências apropriaas e suficientes e que fundamentam a opinião do
auditor sossbre a conformidade entre determinados procedimentos e um quadro de
referência previamente definido. Este processo de julgamento tem como limitação
intrímseca o risco de auditoria.
Mas além disso podemos encontrar a definição de alguns autores como:
Para Willian Attie (1998, p.25) a Auditoria é uma especialização contábil voltado a testar
a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar
uma opinião sobre determinado dado.
Já Franco e Marra (2000, p.26), define a auditoria como a técnica contábil que através
de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e
documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionados com
o controle de uma entidade. Objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar
se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e
normas da contabilidade, e, se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem
adequadamente a situação econômica- financeira do patrimônio, os resultados do período
administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.
Assim define Cavalcanti (2007, p. 25): A auditoria é uma especialização contábil voltada
a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de
expressar uma opinião sobre determinado dado.
Vale ressaltar, o conceito de Crepaldi (2010, p.03), que ensina: a auditoria das
demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por
objetivo a emissão de parecer sobre sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais
de Contabilidade e pertinente à legislação específica.
CLASSIFICAÇÃO DA AUDITORIA
Alguns tipos de auditoria são dicotómicos, daí que exijam um estudo através de análises
comparativas. Outros derivam de recentes fenómenos sociais e necessidades,
conseguindo autonomizar-se e/ou complementar tipos de auditorias mais clássicos.
Classificação quanto a relação contractual
A auditoria Interna e a externa são exemplos paradigmáticos do primeiro caso acima
citado. A grande diferença que as separa está na natureza da relação contractual entre os
profissionais que executam o trabalho de auditoria e a entidade: a auditoria externa é
efectuada por um profissional externo, autónomo dos procedimentos e regras praticados
pela entidade.
 Auitoria Interna: É vista muitas vezes como uma técnica de controlo de gestão
que incide na análise, verificação e avaliação das actividades da entidade e a

LENOVO 4
eficácia e conformidade do funcionamento de outras técnicas de controlo.
Consiste num serviço criado pela e para aprópria entidade, contribuindo para o
auxílio do órgão de de gestão no cumprimento dos objectivos organizacionais. O
seu desenvolvimento tem sido avançado pela gestão de risco organizacional, que
tem assumido um protagonismo crescente na gestão.
 Auditoria Externa É Instituída para avaliar as empresas de capital aberto com
enfoque contábil, atualmente segmentou para avaliações de entidades com
atividades ambientais, entidades que têm responsabilidade social, e, ainda,
entidades que exercem atividades no ramo da saúde.
A auditoria externa não exclui a necessidade da auditoria interna, vale ressaltar, que
algumas diferenças são que a auditoria interna é realizada por um funcionário da empresa,
e na auditoria externa tem que ter a contratação de uma profissional independente.
Assim, pode-se definir a auditoria externa pode ser definida como um processo
sistemático de análise e evidenciação dos procedimentos de uma certa entidade
observando o maior grau de independência nas opiniões das atividades.
Classificação quanto aos objectivos
As auditorias podem diferir substancialmente, dependendo de seus objetivos, das
atividades para os quais se utilizam as auditorias e dos relórios que se espera receber dos
auditores.
Numa outra visão, as auditorias podem ser classificadas em três grupos:
 Auditoria financeira;
No caso da auditoria financeira, há interesse na auditoria das demonstrações financeiras
da entidade como um todo.
O objetivo geral de uma auditoria das demonstrações financeiras é fazer com que o
auditor expresse uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão razoavelmente
apresentadas de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos.
 Auditoria de cumprimento e Auditoria operacional
A auditoria de cumprimento e a auditoria operacional têm objetivos específicos e podem
ou não estar relacionadas à contabilidade de uma entidade. Normalmente, a contabilidade
é base destes exames. Daí sua importância para diferentes usuários e objetivos.
A auditoria de cumprimento engloba a revisão, comprovação e avaliação dos controles e
procedimentos operacionais de uma entidade.
OBJETIVOS DE UMA AUDITORIA FINANCEIRA
Quando você for realizar um trabalho de auditoria financeira, ou qualquer outro tipo de
auditoria, é necessário que sejam identificados quais os principais objetivos que se espera
obter com aquele trabalho.
Com os objetivos claros e bem definidos você poderá direcionar seu trabalho de auditoria
para o atingimento dessas metas evitando a perda de tempo ou recursos em atividades que
não são relevantes ou não são seu foco.

LENOVO 5
Portanto, em um trabalho de auditoria aplicado ao financeiro da empresa os objetivos
principais e mais importantes devem ser:
 Certificar-se de que os saldos registrados no boletim de caixa, nos extratos
bancários e na razão contábil correspondem efetivamente aos valores físicos
existentes;
 Certificar-se de que os valores existentes no caixa, nos bancos e em aplicações
financeiras são utilizados da maneira como deveriam;
 Certificar-se de que os saldos contábeis e de controlos internos referentes aos -
(clientes a receber) refletem a posição real dos títulos em aberto;
 Certificar-se de que os saldos contábeis e de controlos internos referentes aos
(fornecedores) refletem a posição real dos títulos em aberto;
 Certificar se os controles internos existentes no departamento financeiro
proporcionam segurança suficiente que reduzam ou evitem a possibilidade de
fraudes e irregularidades.
LIMITAÇÕES DA AUDITORIA FINANCEIRA
Embora a auditoria contábil seja um instrumento indispensável para o controle
organizacional, esta não deve ser considerada como imune a imperfeições ou a falhas.
A auditoria contábil encontra suas limitações no momento em que as inconsistências
detectadas assumem um caráter não contábil, ou seja, abrangem, além dos controles
patrimoniais, outros aspectos, tais como engenharia de produção ou pesquisa operacional.
Assim, a auditoria na área de custos pode detectar anomalias através do confronto dos
custos-padrão com os custos reais, porém, ela não é capaz de detectar se essa anomalia é
fruto de um desenho de projeto de baixa qualidade ou de regulagem das máquinas
deficientes. Tais investigações escapam da auditoria contábil e partem para a auditoria
operacional, para a auditoria administrativa e ainda para a auditoria de projetos.
Também seria ingenuidade supor que a auditoria contábil impeça por completo fraudes e
erros nos registros e transações envolvendo o patrimônio, vez que o auditor contábil, em
muitos casos não executa a verificação em todos os registros de determinada área ou
natureza face a enormidade de averiguações que seriam necessárias para tal, o que
inviabilizaria a auditoria pelo seu custo. Em vez de um exame em todos os registros, o
auditor utiliza técnicas estatísticas e sua experiência para analisar amostras que
representem a população e os registros mais relevantes, tudo em função da relação custo-
benefício.
Essas limitações não significam que a auditoria contábil é falha ou pouco confiável. Pelo
contrário, quando realizada de acordo com os princípios que a regem e os princípios
contábeis ela se torna um instrumento eficiente de avaliação dos controles internos e de
controlo da situação patrimonial da entidade auditada.

LENOVO 6
CAPITULO II
FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA

LENOVO 7
FASES DO PROCESSO DE AUDITORIA

O
trabalho de revisão legal das contas é um trabalho contínuo que implica refazer
tarefas e considerar e avaliar provas, entretanto acarretadas no decurso do
trabalho, que poderão conduzir a melhores julgamentos. De uma forma geral, os
vários tipos de auditoria consideram três fases: Planejamentos, Execução e Relato, em
muitos conceitos é incluída a análise de risco como uma fase separada do planejamento.
Em geral o processo de se efetuar uma auditoria deve contemplar as seguintes fases:
 Planejamento Inicial;
 Análise do risco;
 Execução do trabalho;
 Relatório final.
O processo de auditoria se divide em três fases: planejamento, execução e relatório. Desta
forma auditoria obedece a Seguinte sequência:

Planejamento
Análise Execução
de Risco
Relatório

O planejamento (ISA 300) é a função administrativa que determina antecipadamente


quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los.
Na fase do planejamento, especificam-se o alcance da auditoria, critérios, metodologia a
ser aplicada, tempo e recursos requeridos para garantir que sejam contempladas as
atividades, processos, sistemas e controles mais importantes.
Os passos comumente seguidos nesta etapa são:
1. Carta de encargo ISA 210: trata-se de um contrato onde é definido por escrito o
acordo do trabalho, evidenciando o alcance e os objetivos a serem alcançados por este.
Este contrato deve conter, pelo menos, os seguintes itens:
 Objetivo e alcance do trabalho;
 Honorários e número de horas de trabalho estimado;
 Período abrangido;
 Possíveis limitações;
 Indicação de que os relatórios contábeis são de responsabilidade do cliente;
 Indicação de que não haverá limitação de escopo, naquilo que depender do cliente;
 Confirmação escrita do encargo (assinatura do contrato);

LENOVO 8
 Outro, tais como contatos com os auditores anteriores, datas de entrega dos
relatórios, data e forma de pagamento, etc.

2. Obtenção de conhecimento e/ou atualização, referente a particularidades do


cliente e seu entorno econômico.
O conhecimento da entidade é transversal a todas as fases da auditoria e traduz-se num
processo dinâmico de reunião e análise de informações. Assim, a qualidade da prova de
auditoria que vai sendo obtida é confrontada com a informação recolhida sobre a entidade.
O conhecimento do negócio resveste-se de importância.
Esta parte do trabalho visa:
 Pinçar as áreas com maior risco potencial da empresa;
 Saber qual o grau de subjetividade aplicado nas áreas dos relatórios, que é o que
gera maior risco de erro;
 Saber se existem transações pouco usuais.
Para podermos entender como funciona o negócio do cliente, é necessário:
 Conhecer de que forma, fatores externos afetam a empresa, tais como fatores
econômicos, grau de liderança, as normas fiscais, etc.;
 Conhecer quais são os fatores internos que afetam suas operações, tais como
políticas de pessoal, sindicatos, etc.
3. Revisão geral analítica dos relatórios e/ou de outras informações de interesse.
Esta revisão normalmente consiste de alguns procedimentos tais como:
 Comparação de dados absolutos (ex: vendas totais do ano X1 com as vendas
totais do ano X2, ou a relação vendas CPV de ambos os períodos).
 Revisão de determinados índices tais como os de liquidez, rentabilidade, etc.;
 Comparações de orçamentos e projeções;
 Estudo do ponto de quebra da empresa;
 Aplicação, quando for o caso, de técnicas de regressão.
4. Determinação da cifra de importância relativa (IR). - O conceito de importância
relativa que atende os objetivos de auditoria é definido como aquele valor de erro nos
relatórios contábeis que, enquanto não seja superado, não levará o Auditor a fazer
qualquer comentário adicional, na opinião, pois não desvirtua a imagem fiel no conjunto
dos relatórios;
5. Memorando de planejamento de auditoria. - Trata-se de um papel de trabalho que
documenta e informa à equipe, sobre as decisões gerais do trabalho a ser executado, este
memorando contem, geralmente:
 Descrição analítica do cliente e o serviço a ser prestado;
 Avaliação preliminar do entorno;
 Assuntos importantes já detetados;
 Cifra da importância relativa;
 Plano geral de trabalho;

LENOVO 9
 Outros.

RISCO DE AUDITORIA (ISA 315)


risco de auditoria pode ser definido como “a susceptibilidade do revisor/auditor

O dar uma opinião de revisão/auditoria inapropriada quando as demonstrações


financeiras estejam distorcidas de forma materialmente relevante” o auditor deve
planear e executar uma auditoria, com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável
sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente
relevantes.
A expressão “um grau de segurança aceitável” pretende informar os utilizadores das
demonstrações financeiras que os auditores não garantem que as mesmas estejam
completamente corretas. Por outro lado, a expressão “isentas de distorções materialmente
relevantes”, visa informar os utilizadores da informação que os auditores limitam a sua
responsabilidade à informação financeira materialmente relevante. Portanto, o risco de
auditoria é avaliado com base no conjunto de informações que o auditor recolhe acerca
da empresa, sendo expresso através do seguinte modelo:
RA=ƒ (RI;RC) × RD
Em que RA representa o risco de auditoria, RI o risco inerente, RC o risco de controlo e
RD o risco de deteção.
Risco Inerente
Segundo a ISA 200 que vigora atualmente, o risco inerente pode ser definido como “A
susceptibilidade de uma asserção relativa a uma classe de transações, saldo de conta ou
divulgação a uma distorção que possa ser material, individualmente ou agregada com
outras distorções, antes da consideração de quaisquer controlos relacionados.”.
A avaliação deste risco implica a análise de diversos fatores e varia de empresa para
empresa e de atividade para atividade, por exemplo, transações entre partes relacionadas,
transações pouco usuais ou uma grande rotação de pessoal acarreta um risco inerente
muito mais elevado. O risco inerente existe independentemente da auditoria, assim os
auditores não consegue controlar nem modificar este risco.
Risco Controlo
Pode definir-se este tipo de risco, como aquele que está associado à probabilidade de
existirem distorções materialmente relevantes que não sejam atempadamente prevenidas,
detetadas e corrigidas pelo sistema de controlo interno da empresa.
O risco de controlo nunca pode ser zero, uma vez que os controlos implementados por
uma empresa não conseguem assegurar a 100% que erros materialmente relevantes sejam
detetados, por exemplo, a fadiga e o descuido humano podem originar que os controlos
internos em determinadas situações não sejam cumpridos.
A avaliação inicial do risco de controlo está relacionado com dois aspetos:

LENOVO 10
1) Eficácia do Desempenho do Controlo Interno;
2) Se os Controlos desenhados estão devidamente implementados.
Os auditores não podem controlar este risco, mas podem influenciá-lo, no entanto, esta
Influência está sujeita a dois aspetos: apenas influencia para exercícios futuros, e depende
se o órgão de gestão aceita ou não as recomendações propostas pelo auditor.
A implementação e funcionamento de um bom sistema de controlo interno requer em
simultâneo cinco componentes:
 Ambiente de Controlo: é a base para a execução de todos os outros e está
relacionado com a necessidade da empresa consciencializar os seus colaboradores
sobre a importância do controlo;
 Avaliação do Risco: ou seja, com base nos riscos definidos a empresa deverá
detetar e analisar os riscos relevantes e definir a forma como os mesmos serão
ultrapassáveis;
 Procedimento de Controlo: isto é, políticas e outros procedimentos que visem
assegurar que as diretivas de gestão são cumpridas;
 Informação e Comunicação: visa garantir que a informação pertinente é
identificada, compreendida e comunicada em tempo útil;
 Monitorização do Sistema de Controlo Interno: de forma a permitir a avaliação
do seu desempenho de uma rápida deteção de deficiências.
Risco Deteção
Este risco ao contrário dos outros apresentados anteriormente pode ser controlado pelo
auditor através de planeamento, execução, supervisão e revisão do trabalho e da
determinação da natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria e
ainda com um dever muito importante que é o exercício com o devido cuidado
profissional. Este risco pode ser definido da forma que segue: “O risco de que os
procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria para um nível
aceitavelmente baixo não detetem uma distorção que existe e que possa ser material, quer
individualmente quer quando agregada a outras distorções.”

LENOVO 11
PROCEDIMENTO E TÉCNICA DE AUDITORIA

T
rata de todas as técnicas e procedimentos de auditoria utilizados para reunir
informações necessárias e avaliá-las, onde serão utilizadas para formar sua
opinião imparcial.
Qualquer atividade de auditoria que for realizada pelo profissional auditor requer que
sejam aplicadas ferramentas de trabalho que vão possibilitar ao profissional obter os
dados suficientes para a formação de sua opinião.
Estas ferramentas são chamadas de técnicas ou procedimentos de auditoria e requer do
auditor a sensibilidade necessária para identificar o nível de profundidade e extensão que
cada caso requer, e assim aplicar as técnicas até a obtenção de provas que comprovem a
afirmação analisada.
Procedimento de auditoria é o conjunto de técnicas utilizadas durante a auditoria e que
possibilita a formação de opinião sobre os trabalhos realizados. Técnica de auditoria é a
ferramenta operacional utilizada pela Auditoria Interna na realização de seu trabalho. São
várias as técnicas de auditoria, dentre elas, destacam-se:
Exame Físico
O exame físico trata-se da verificação in loco. Através desta técnica o auditor procura
certificar a existência de um objeto ou item examinado. Do exame físico exige-se que
tenha as seguintes características:
 Identificação: feito através do exame visual;
 Existência física: feita através da constatação visual;
 Autenticidade: discernir que o objeto analisado é fidedigno;
 Quantidade: certificar que as quantidades apuradas realmente existem;
 Qualidade: certificar que o objeto examinado permanece em uso.

LENOVO 12
Podemos citar como exemplos de exames físicos:
a) Contagem de caixa;
b) Contagem de estoques;
c) Contagem de clientes a receber;
d) Contagem do imobilizado.
Confirmação (circularização)
A técnica de confirmação consiste em obter declaração formal de pessoas/empresas
independentes à empresa auditada confirmando os saldos existentes.
Podemos citar como exemplos de confirmação:
a) Circularização de bancos;
b) Circularização de fornecedores;
c) Circularização de clientes a receber.

Exame dos documentos originais


O exame dos documentos originais é o procedimento referente a análise dos
documentos que representam as operações ou transações efetuadas pela empresa.
O auditor deve ter sempre em mente o seguinte:
 Autenticidade: verificar se os documentos examinados são autênticos e têm fé;
 Normalidade: se a transação efetuada está em conformidade com as atividades
fim da empresa;
 Aprovação: atestar se os documentos foram aprovados por pessoas autorizadas;
 Registro: verificar se os registros estão nas contas apropriadas.
Podemos citar como exemplos de exame dos documentos originais:
a) Documentação da aquisição de imobilizado;
b) Documentação de contratos de empréstimos;
c) Documentação da compra de matéria-prima.
Conferência dos cálculos
A conferência dos cálculos refere-se à constatação de que as operações aritméticas e
financeiras estão adequadas. O auditor refaz os cálculos que julgar necessários para
atestar a eficiência dos saldos demonstrados, não devendo o auditor subestimar essa
técnica que pode revelar erros e distorções nas demonstrações contábeis.
Podemos citar exemplos das conferências de cálculos:
a) Soma do razão auxiliar de clientes;
b) Soma do relatório de estoques;
c) Soma do razão auxiliar de fornecedores.
Exame da escrituração
LENOVO 13
Basicamente é a técnica de auditoria utilizada para atestar a veracidade das informações
ou registros contábeis.
Podemos citar como exemplos do exame da escrituração:
a) Análise das contas a receber;
b) Análise das PDD (provisão para devedores duvidosos);
c) Análise das despesas de viagem.
Investigação minuciosa
É o procedimento que consiste em ir aprofundar-se nas investigações e exames das
matérias auditadas (documentos, informações recebidas, análise, etc.). Deve o auditor
lançar mão de toda sua experiência e julgamento profissionais para atestar se a
informação recebida é fidedigna.
Podemos citar como exemplos da investigação minuciosa:
a) Exame minucioso da possibilidade de ganho nas causas trabalhistas;
b) Exame minucioso dos relatórios e despesas de viagem;
c) Exame minucioso das comissões pagas.
Inquérito
O inquérito trata da formulação de perguntas para obtenção de respostas satisfatórias. O
auditor, na busca por confirmações, lança questionamentos formais ou informais com o
objetivo de obter informações úteis ao andamento do trabalho.
Podemos citar como exemplo de inquérito:
a) Inquérito sobre o aumento dos custos de produção;
b) Inquérito acerca do aumento de salários;
c) Inquérito sobre prorrogações de juros de clientes vencidos.
Exame de registros auxiliares
O exame de registros auxiliares representa a análise que o auditor realiza com base nos
registros elaborados como suporte a registros principais. Um exemplo que podemos dar
é no caso de uma empresa manter razão sintético de fornecedores e um controle auxiliar
onde detalha a composição por fornecedor.
Os exemplos que podemos citar são:
a) Registro auxiliar de contas a pagar e receber;
b) Registro auxiliar de imobilizado;
c) Registro auxiliar de estoques.
Correlação das informações obtidas
Nada mais é do que o auditor realizar uma correlação entre áreas do balanço auditadas
verificando sua harmonia e congruência. Na medida que realiza seus trabalhos o auditor
utiliza áreas que têm relações entre si no balanço da empresa e precisa realizar
certificar-se do balanceamento entre elas.

LENOVO 14
Os exemplos que citamos das correlações são:
a) Recebimento de contas a receber que vão afetar as disponibilidades e o resultado
da empresa;
b) Venda de ativo imobilizado que vai afetar o resultados e o caixa da empresa;
c) Pagamento de fornecedores que irá afetar o caixa e o resultado da empresa.
Observação
A observação é uma técnica importantíssima e que depende da habilidade, experiência e
sentido do auditor. Esta técnica pode revelar erros, distorções, irregularidades através de
exames.
Os exemplos que citamos sobre observação são:
a) Identificar despesas que são consideradas como disponível;
b) Observação de itens obsoletos na contagem de estoque;
c) Observação de inobservância de princípios contábeis ou éticos.
Estes são resumidamente os métodos, técnicas ou procedimentos utilizados pelo auditor
para alcançar seus objetivos e formar uma base sólida para emitir sua opinião.
Os procedimentos serão utilizados levando em consideração o nível de segurança dos
controles internos sendo que o programa de trabalho de auditoria irá determinar quais
procedimentos serão utilizados em cada área ou tarefa.
EVIDÊNCIA E CONSTATAÇÃO
Após a aplicação do procedimento de auditoria, consubstanciado em técnicas de
auditoria, obtém-se a evidência. A evidência constitui-se na prova que sustenta a opinião
da Auditoria. Assim, as evidências são obtidas durante o trabalho de auditoria, e devem
ser suficientes, pertinentes ao assunto em análise e fidedignas para embasar as conclusões.
As evidências devem ser anexadas ao parecer/relatório de auditoria e, preferencialmente,
organizadas como anexos ao processo principal. Por seu turno, constatação é um achado
ou uma conclusão de auditoria. O resultado da comparação entre condição e critério.
Apesar de ser, na maioria das vezes, negativo, o achado também pode ser positivo.
Quando a constatação ou o achado tiver conotação negativa, este pode ser denominado
também de falha, irregularidade, impropriedade, deficiência, ponto fraco ou ocorrência.
A constatação deve sempre se basear em evidência. Caso não haja uma evidência, ou esta
for insuficiente, impertinente ou inadequada, não há uma constatação, mas, simples
indício, ou seja, uma provável irregularidade não comprovada que não deverá ser
considerada pela auditoria na emissão do parecer ou relatório.
Evidências de auditoria
É o conjunto de fatos não comprovados, suficientes, competentes e pertinentes e, por
definição, mais consistentes que os achados, em função de determinadas características
Suficiência: a evidência deve ser convincente às pessoas leigas, permitindo-as chegar às
mesmas conclusões do auditor;

LENOVO 15
Validade: deve dar credibilidade e suporte à conclusão do auditor;
Relevância: deve ter relação com os objetivos da auditoria;
Objetividade: deve ser objetiva e respaldar as conclusões do auditor de forma mais
profunda do que a simples aparência.
A evidência de auditoria é classificada segundo os procedimentos que a originaram.
Assim, temos:
 Evidência física:
Obtida em decorrência de uma inspeção física ou observação direta de pessoas, bens ou
transações. Normalmente é apresentada sob a forma de fotografias, gráficos,
memorandos descritivos, mapas, amostras físicas etc.
 Evidência documental:
É aquela obtida dos exames de ofícios, contratos, documentos comprobatórios (notas
fiscais, recibos, duplicatas quitadas, etc.) e das informações prestadas por pessoas de
dentro e de fora da entidade auditada, sendo a evidência obtida de fontes externas
adequadas é mais fidedigna que a obtida na própria organização sob auditoria.
 Evidência testemunhal:
É aquela decorrente da aplicação de entrevistas e questionários.
 Evidência analítica:
Decorre da conferência de cálculos, comparações, correlações e análises feitas pelo
auditor, dentre outras.

LENOVO 16
FORMAÇÃO DA OPINIÃO
Os objetivos do auditor são: formar uma opinião sobre as demonstrações financeiras com
base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e expressar
claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também
descreve a base para a referida opinião.

Relatório de auditoria
Anteriormente denominado parecer de auditoria, é a nova expressão atribuída pelas
normas internacionais de auditoria ao meio pelo qual o auditor apresenta a conclusão de
sua auditoria, na forma de uma opinião.
Opinião
Opinião é a conclusão apresentada no relatório de auditoria, que pode ser uma opinião
não modificada (também referida como sem modificações ou “opinião limpa”) ou uma
opinião modificada. A opinião não modificada é expressa pelo auditor quando ele conclui
que as demonstrações financeiras foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, enquanto a opinião modificada
compreende a opinião com ressalva, adversa ou a abstenção de opinião.
Formação da opinião de auditoria
Para formar a opinião de auditoria, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável
de que as demonstrações financeiras, tomadas em conjunto, não apresentam distorções
relevantes, sejam elas decorrentes de fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em
consideração se:
a) Foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente;
b) As distorções não corrigidas, individualmente ou em conjunto, são
relevantes;

LENOVO 17
c) As demonstrações financeiras divulgam adequadamente as práticas
contábeis selecionadas e aplicadas;
d) As práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a
estrutura de relatório financeiro aplicável e são apropriadas;
e) As estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis;
f) As informações apresentadas nas demonstrações financeiras são relevantes,
confiáveis, comparáveis e compreensíveis;
g) As demonstrações financeiras fornecem divulgações adequadas para
permitir que os usuários previstos entendam o efeito de transações e eventos
relevantes sobre as informações incluídas nas demonstrações financeiras;
h) A terminologia usada nas demonstrações financeiras, incluindo o título de
cada demonstração financeira, é apropriada;
i) Se as demonstrações financeiras propiciam uma apresentação adequada
especialmente:
1. Quanto a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações
financeiras;
2. Se as demonstrações financeiras, incluindo as notas explicativas,
representam as transações e eventos subjacentes de modo a alcançar uma
apresentação adequada.

Determinação da forma de opinião


O auditor deve emitir um relatório de auditoria com opinião não modificada quando ele
não tiver tido qualquer limitação no alcance de seu trabalho e puder concluir que as
demonstrações financeiras foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo
com a estrutura de relatório financeiro aplicável.
Por conseguinte, o relatório de auditoria deve conter opinião modificada quando o
auditor:
a) Não conseguir obter evidência de auditoria suficiente e apropriada para concluir
se as demonstrações financeiras apresentam distorções relevantes;

b) Concluir, com base na evidência de auditoria obtida, que as demonstrações


financeiras apresentam distorções relevantes.

LENOVO 18
Determinação do tipo de modificação na opinião
Se ao formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras, o auditor conclui que é
necessário emitir um relatório diferente do padrão, incluindo modificações, seja por meio
de ressalvas ou outras modificações, o relatório de auditoria conterá uma opinião
modificada, que pode ser uma: opinião com ressalva ou qualificada, opinião adversa ou
abstenção de opinião.

Para decidir sobre o tipo de modificação a ser aplicado, o auditor leva em consideração a
natureza do assunto que deu origem à necessidade de emitir o relatório incluindo
modificações que, como visto anteriormente, envolve não conseguir obter evidência ou
obter evidência de distorções relevantes, e a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos
dos assuntos nas demonstrações financeiras.
Não conseguir obter evidência
Caso o auditor não consiga obter evidência de auditoria suficiente e apropriada que lhe
permita formar uma opinião, ocorre limitação no alcance da auditoria, o que implicará a
emissão do relatório com opinião com ressalva pela limitação, ou abstenção de opinião.
A natureza dos assuntos que dá origem à necessidade de emitir o relatório incluindo
modificações, neste caso, pode decorrer de:
a) Circunstâncias que estão fora do controle da entidade – exemplos: registros contábeis
da entidade destruídos; registros contábeis de componentes significativos apreendidos por
tempo indefinido por autoridades governamentais;
b)Circunstâncias relacionadas à natureza ou à época do trabalho do auditor – exemplos:
a entidade deve usar o método de equivalência patrimonial para uma entidade coligada e
o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre as
informações contábeis dessa coligada para avaliar se o método de equivalência
patrimonial foi aplicado de forma adequada; a nomeação do auditor é feita em uma época
em que o auditor não consegue acompanhar a contagem física dos estoques; o auditor
determina que somente a execução de procedimentos substantivos não é suficiente, porém
os controles da entidade não são eficazes;
c) Limitações impostas pela administração – exemplos: a administração não permite que
o auditor acompanhe a contagem física dos estoques; a administração não permite que o
auditor solicite confirmação externa de saldos contábeis específicos.
Obter evidência de distorção relevante

LENOVO 19
Para concluir se as demonstrações financeiras apresentam distorções relevantes, o auditor
deve levar em consideração a avaliação das distorções não corrigidas, tais como diferença
entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de um item informado nas
demonstrações contábeis e o assuntos que ensejam a modificação de opinião com ressalva
ou abstenção de opinião natureza das limitações valor, a classificação, a apresentação ou
a divulgação necessários para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório
financeiro aplicável. Portanto, pode surgir uma distorção relevante nas demonstrações
contábeis em relação a:
a) Adequações das políticas contábeis selecionadas – podem surgir distorções relevantes
nas demonstrações financeiras quando as políticas contábeis selecionadas não são
consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável; ou quando as
demonstrações financeiras, incluindo as notas explicativas, não representam as transações
e eventos de modo a alcançar uma apresentação adequada;
b) Aplicações das políticas contábeis selecionadas – podem surgir distorções relevantes
nas demonstrações financeiras quando a administração não aplicou as políticas contábeis
selecionadas de maneira consistente com a estrutura de relatório financeiro; ou quando
devido ao método de aplicação das políticas contábeis selecionadas (por exemplo, erro
não intencional na aplicação);
c) Adequação das divulgações nas demonstrações financeiras – podem surgir distorções
relevantes nas demonstrações financeiras as demonstrações financeiras não incluem todas
as divulgações exigidas pela estrutura de relatório financeiro aplicável; quando as
divulgações nas demonstrações financeiras não estão apresentadas de acordo com a
estrutura de relatório financeiro aplicável; ou quando as demonstrações financeiras não
fornecem as divulgações necessárias para alcançar uma apresentação adequada.
Parágrafos de Ênfase e de Outros assuntos
O objetivo do auditor, depois de ter formado opinião sobre as demonstrações financeiras,
é chamar a atenção dos usuários, quando necessário, por meio de comunicação adicional
clara no relatório, para:
 Um assunto que, apesar de apropriadamente apresentado ou divulgado nas
demonstrações financeiras, tem tal importância, que é fundamental para o
entendimento das demonstrações financeiras pelos usuários; ou
 Como apropriado, qualquer outro assunto que seja relevante para os usuários
entenderem a auditoria, a responsabilidade do auditor ou do relatório de auditoria.

Em algumas situações, o auditor pode querer chamar a atenção dos usuários do relatório
para certos assuntos que são fundamentais para que eles entendam as demonstrações
financeiras, ou a própria auditoria e as responsabilidades do auditor. Isso pode ser
conseguido incluindo-se um parágrafo adicional ao relatório do auditor independente.
Esse parágrafo pode ser de uma ênfase ou de outros assuntos.
Entende-se por Parágrafo de ênfase, o parágrafo incluído no relatório de auditoria
referente a um assunto apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações

LENOVO 20
financeiras que, de acordo com o julgamento do auditor, é de tal importância, que é
fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações financeiras.
Entende-se por Parágrafo de outros assuntos o parágrafo incluído no relatório de
auditoria que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado nas demonstrações
financeiras e que, de acordo com o julgamento do auditor, é relevante para os usuários
entenderem a auditoria, a responsabilidade do auditor ou o relatório de auditoria.

Parágrafos de Outros assuntos


Se o auditor considera necessário comunicar assunto não apresentado nem divulgado nas
demonstrações contábeis e que, de acordo com seu julgamento, é relevante para o
entendimento, por parte dos usuários, da auditoria, da responsabilidade do auditor ou do
relatório de auditoria, e não for proibido por lei ou regulamento, ele deve fazê-lo em um
parágrafo no relatório de auditoria, com o título “Outros assuntos” ou outro título
apropriado.

O conteúdo do parágrafo de outros assuntos deve refletir claramente que não há exigência
de que esse assunto seja apresentado e divulgado nas demonstrações contábeis; não inclui
informações que o auditor esteja proibido de fornecer por lei, regulamento ou outras
normas profissionais, por exemplo, normas éticas relativas à confiabilidade das
informações; e não inclui informações cujo fornecimento pela administração seja exigido.

LENOVO 21
Parágrafos de “Outros assuntos” podem ser usados para destacar assuntos como:
a) Restrição à distribuição do relatório do auditor independente — considerando que as
demonstrações financeiras (usando uma estrutura de relatório financeiro para fins gerais)
são às vezes elaboradas para uma finalidade específica, um parágrafo de “Outros
assuntos” especificaria que o relatório do auditor independente se destina unicamente a
usuários específicos e não deve ser distribuído ou utilizado por outras partes;
b) Destaque para responsabilidades adicionais — lei, regulamento específico ou prática
geralmente aceita em uma jurisdição podem exigir ou permitir que o auditor forneça
explicação adicional de suas responsabilidades na auditoria das demonstrações
financeiras ou do relatório do auditor sobre estas;
c) Impossibilidade de renunciar ao trabalho mesmo com limitação do alcance da auditoria
imposta pela administração — nas circunstâncias em que não for possível ao auditor
renunciar ao trabalho, embora o possível efeito de uma insuficiência de obter evidência
de auditoria apropriada esteja disseminado de forma generalizada, devido a uma limitação
do alcance da auditoria imposta pela administração, um parágrafo de “Outros assuntos”
poderia explicar a razão da impossibilidade.

CAPITULO III
ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO

LENOVO 22
Formato do Relatório de Auditoria
O relatório de auditoria para expressar a opinião do auditor deve contemplar as seguintes
seções e/ou parágrafos:
1) Título
2) Destinatário
3) Parágrafo introdutório
4) Responsabilidade da administração
5) Responsabilidade do auditor
6) Base para opinião modificada
7) Opinião do auditor
8) Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos
Disposição do conteúdo no Relatório de Auditoria
A disposição do conteúdo no relatório de auditoria deve observar as orientações a seguir
na composição das seções e/ou dos parágrafos, conforme aplicável.
 Título
Deve indicar claramente a natureza do relatório
 Destinatário
O relatório de auditoria deve ser endereçado conforme exigido nas circunstâncias do
trabalho. Quando leis ou regulamentos não especificarem o destinatário para o relatório,
os auditores do setor público, em geral, endereçam o relatório de auditoria aos
responsáveis pela governança e/ou aos órgãos de controlo.
 Parágrafo introdutório

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O parágrafo introdutório deve:
i. Identificar o órgão ou a entidade cujas demonstrações financeiras foram
auditadas;
ii. Afirmar que as demonstrações financeiras foram auditadas;
iii. Identificar o título de cada demonstração auditada, que compõe o conjunto
completo de demonstrações financeiras requeridas pela estrutura de relatório
financeiro aplicável;
iv. Afirmar que também examinou o resumo das principais práticas contábeis e as
demais notas explicativas que integram as demonstrações financeiras auditadas;
v. Especificar a data ou o período de cada demonstração que compõe as
demonstrações financeiras.
Responsabilidade da administração
O primeiro parágrafo desta segunda seção do relatório de auditoria deve descrever a
responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras. A descrição deve
incluir uma explicação de que a administração é responsável pela elaboração das
demonstrações financeiras de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e
pelos controles internos que a administração determinou como necessários para permitir
a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante,
independentemente se causadas por fraude ou erro.
Responsabilidade do auditor
O primeiro parágrafo desta terceira seção do relatório de auditoria deve especificar que a
responsabilidade do auditor ou do órgão de controlo é expressar uma opinião sobre as
demonstrações financeiras com base nos trabalhos de auditoria.
O texto do parágrafo deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade
com as normas de auditoria. Também deve explicar que essas normas requerem que o
auditor cumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança
razoável de que as demonstrações financeiras não apresentem distorção relevante.
O segundo parágrafo desta seção do relatório de auditoria deve descrever que:
i. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção
de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações
financeiras;
ii. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a
avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras,
independente se causadas por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor
considera os controlos internos relevantes para a elaboração e adequada
apresentação das demonstrações financeiras da entidade para planejar
procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para
fins de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos da entidade.
iii. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis
utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração,
bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras, tomadas
em conjunto.

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O terceiro parágrafo desta seção do relatório deve especificar que os auditores têm
convicção que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar
a sua opinião.
Base para opinião modificada
Esta seção só é incluída no relatório quando há modificação na opinião de auditoria. O
seu objetivo é descrever as razões que levaram o auditor a modificar a opinião. Deve ser
colocada imediatamente antes da seção que contém o parágrafo da opinião, com o título
“Base para opinião com ressalva”, “Base para opinião adversa” ou “Base para abstenção
de opinião”, conforme apropriado.
Se uma distorção relevante nas demonstrações financeiras estiver relacionada a:
1) Valores específicos: o auditor deve incluir uma descrição da distorção e a
quantificação dos efeitos financeiros decorrentes. Se não for possível quantificar
os efeitos financeiros, o auditor deve relatar os motivos da impossibilidade;
2) Divulgações nas notas explicativas: o auditor deve incluir uma explicação sobre
como as divulgações das notas estão distorcidas;
Não divulgação de informações que devem ser divulgadas:
O auditor deve
i. Discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança;
ii. Descrever a natureza da informação omitida no parágrafo contendo a base para a
modificação;
iii. A menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas,
desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de auditoria
apropriada e suficiente sobre a informação omitida;
iv. Na impossibilidade de obter evidência de auditoria: o auditor deve incluir as
razões dessa impossibilidade.
Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se absteve de expressar uma
opinião, ele deve descrever, no parágrafo que contém a base para a modificação de
opinião, as razões para quaisquer outros assuntos dos quais ele está ciente que teriam
requerido uma modificação da opinião, assim como os respectivos efeitos.
Opinião
O relatório do auditor independente deve incluir uma seção com o título “Opinião”. Nesta
seção, ao expressar uma opinião não modificada sobre as demonstrações financeiras
elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação adequada, a opinião do auditor deve
utilizar uma das seguintes frases, que são consideradas equivalentes:
 As demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro
aplicável];
 As demonstrações financeiras acima referidas apresentam uma visão correta e
adequada … de acordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável].

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Ou, se as demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com a estrutura de
conformidade, a opinião do auditor deve utilizar a seguinte frase:
 As demonstrações financeiras acima referidas foram elaboradas adequadamente,
em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro
aplicável”.
Quando o auditor expressa uma opinião modificada deve usar o título “Opinião com
ressalva”, “Opinião adversa” ou “Abstenção de Opinião”, conforme apropriado, para o
parágrafo da opinião.
OUTRAS RESPONSABILIDADES DO AUDITOR RELACIONADAS AO
RELATÓRIO DE AUDITORIA
Os objetivos do auditor são:
(a) Obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se as informações
comparativas incluídas nas demonstrações contábeis foram apresentadas, em todos os
aspectos relevantes, de acordo com os requisitos para informações comparativas na
estrutura de relatório financeiro aplicável;
(b) emitir relatório de acordo com as responsabilidades do auditor relacionadas com essa
emissão.

Informações comparativas: valores correspondentes e demonstrações financeiras


comparativas
Informações comparativas referem-se a valores e divulgações incluídas nas
demonstrações financeiras referentes a um ou mais períodos anteriores.
As responsabilidades do auditor em relação às informações comparativas no relatório de
auditoria dependem das exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável e são
frequentemente especificadas por lei ou regulamentação, mas também pode ser
especificada nos termos do trabalho.
Existem duas abordagens diferentes para a responsabilidade do auditor em relação a
relatório referente a essas informações comparativas:
(i) valores correspondentes;
(ii) demonstrações financeiras comparativas.
DOCUMENTAÇÃO DA FASE DE RELATÓRIO
O objetivo do auditor é preparar documentação que forneça registro suficiente e
apropriado do embasamento do relatório do auditor.
Todas as informações relevantes para dar suporte às conclusões e aos resultados da
auditoria devem ser registradas. O auditor deve documentar a natureza e a extensão do
trabalho realizado na fase de elaboração de relatórios e as conclusões relacionadas,
incluindo:

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a) Procedimentos analíticos globais;
b) Avaliação das distorções identificadas;
c) Reavaliação de riscos e da materialidade;
d) Avaliação da evidência de auditoria;
e) Outros que o auditor entender necessário nesta fase de relatório.

CAPITULO IV
NORMA INTERNACIONAL DE
AUDITORIA

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NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA (ISA)
ISA 200 – Objectivos gerais do Auditor Independente e condução de uma auditoria de
acordo com as normas Internacionais.
ISA 210 – Acordar os termos dos trabalhos de auditoria
ISA 220 – Controlo de qualidade para uma auditoria das demonstrações financeiras
ISA 230 – Documentação de Auditoria
ISA 240 – As responsabilidades do auditor relativas a fraude numa auditoria
ISA 250 – Consideção de Leis e Regulamentos numa auditoria de demonstrações
financeiras

ISA 260 – Comunicação com os encarregados da governação empresarial


ISA 265 – Comunicar deficiências no controlo interno aos encarregados
ISA 300 – Planear a Auditoria das demonstrações financeiras
ISA 315 – Identificar e avaliar os riscos de distorção material através do
conhecimento da entidade e do seu ambiente
ISA 320 – A materialidade no planejamento e na Execução de uma auditoria
ISA 330 – As respostas do auditor aos riscos avaliados

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ISA 402 – Considerações de Auditoria relativas a uma entidade que utiliza
uma organização de serviços
ISA 450 – Avaliação de distorções Identificadas durante a auditoria
ISA 500 – Prova de Auditoria
ISA 501 – Prova de Auditoria – Considerações específicas para itens
selecionados.
ISA 505 – Confirmações externas
ISA 510 – Trabalhos de auditoria iniciais – Saldos de abertura
ISA 520 – Procedimentos analíticos
ISA 530 – Amostragem de auditoria
ISA 540 – Auditar estimativas contabilísticas.
ISA 550 – Partes relacionadas
ISA 560 – Acontecimentos subsequentes
ISA 570 – Continuidade
ISA 580 – Declarações escritas
ISA 600 – Considerações especiais – auditoria das demonstrações
financeiras de grupos
ISA 610 – Usar o trabalho de auditores internos
ISA 620 – Usar trabalhos de um perito auditor
ISA 700 – Formar a opinião e relatar sobre as demonstrações financeiras
ISA 705 – Modificações da opinião num relatório independente
ISA 706 – Parágrafo de enfâse e parágrafo de outras matérias no relatório do
auditor independente
ISA 710 – Informações comparativas – Números correspondentes e
demonstrações financeiras comparativas
ISA 720 – As responsabilidades do auditor relativas a outras informações em
documentos que contribuam para as demonstrações financeiras auditadas.
ISA 800 – Considerações especiais
ISA 810 – Trabalhos para relatar sobre as demonstrações financeiras
resumidas.
LENOVO 29
NORMAS INTERNACIONAIS DE TRABALHOS E EXAMES
SIMPLIFICADOS (ISRE)
ISRE 2400 – Trabalhos para rever as demonstrações financeiras
ISRE 2410 – Exames simplificados de informações financeiras intercalar
pelo auditor

NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE TRABALHOS E GARANTIA


DE FIABILIDADE (ISAE)
ISAE 3000 – Trabalhos de garantia de fiabilidade que não sejam auditorias
ou exame simplificado das demonstrações financeiras
ISAE 3400 – Exame da Informação financeira Prospectiva
ISAE 3402 – Garantia da fiabilidade sobre os controlos numa organização
de serviços
ISAE 3410 – Trabalhos de garantia de fiabilidade sobre declarações de gases
com efeito de estufa
ISAE 3420 – Trabalhos de garantia de fiabilidade para relatar sobre a
compilação de informações Pró-forma incluída em prospectos.

NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE SERVIÇOS


RELACIONADOS (ISRS)
ISRS 4400 – Trabalhos para executar procedimentos acordados respeitantes
as informações financeiras.
ISRS 4410 – Trabalhos para compilar demonstrações Financeiras

NORMA INTERNACIONAL DE CONTROLO DE QUALIDADE


(ISQC)
ISQC 1 – Controlo de qualidade para firmas que executem auditorias e
exames simplificados da Informação financeira Histórica, e outros trabalhos
de garantia de fiabilidade e de serviços relacionados.

LENOVO 30

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