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Novoplural9 Lprofessor Atividades Oralidade
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Novoplural9 Lprofessor Atividades Oralidade
do Programa
No domínio específico da comunicação oral, os alunos expõem e comparam ideias,
desenvolvem raciocínios e pontos de vista, argumentam e contrapõem opiniões, analisam e
avaliam as intervenções de outros. Promovendo a observação e a análise desses usos, tomam
consciência de que a fala se constrói com o outro, no âmbito de práticas dialógicas, e
aprofundam a capacidade de fazer escolhas adequadas às intenções comunicativas e aos
interlocutores. Este entendimento do trabalho no domínio da comunicação oral consolida-se,
neste ciclo, por uma estreita articulação entre as actividades de compreensão e de expressão.
Os critérios de eficácia e de coerência discursiva nas diferentes modalidades do oral devem ser
progressivamente compreendidos, analisados e incorporados. Os alunos alargam, assim, o seu
repertório linguístico e reforçam a compreensão dos mecanismos e estratégias de produção oral,
desenvolvendo uma maior confiança e autonomia enquanto falantes.
In Programa de Português do Ensino Básico, p. 113
O trabalho no campo da comunicação oral deve proporcionar o contacto com usos da linguagem
mais formais e convencionais, que exijam um controlo consciente e voluntário da enunciação,
tendo em vista a importância assumida pelo domínio da palavra pública no exercício da cidadania.
É importante que os alunos aprofundem a consciência da ação realizada através da fala, que
implica o conhecimento das especificidades do oral e das convenções que regulam esta
modalidade de comunicação, em termos linguístico-discursivos, retóricos e contextuais. Este
trabalho concretiza-se através da observação e da reflexão analítica sobre um conjunto alargado
de textos que integre as práticas orais próprias e as de outros.
Assim, ensinar a língua oral não significa tão-só trabalhar a capacidade de falar em geral, mas
antes desenvolver o domínio dos géneros que apoiam a aprendizagem escolar do português e
de outras áreas disciplinares e também os géneros públicos no sentido mais amplo do termo
(exposição, entrevista, debate, teatro, palestra, etc.).
Para que os alunos atinjam os desempenhos descritos para esta competência, é necessário
criar oportunidades de aprendizagem variadas, p. ex.:
i) Construção de um contexto de aprendizagem cooperativo que ajude o aluno a tornar-se
confiante e competente no uso da linguagem falada;
ii) Escuta guiada de documentos orais de diferentes tipos, representativos de situações de
interlocução autênticas e apresentando usos diversificados da língua, quer em português
padrão quer noutras variedades;
iii) Exercícios de comparação entre diferentes formas de utilizar a língua oral em contexto,
confrontando os recursos verbais e não verbais utilizados e os efeitos produzidos;
http://purl.pt/93/1/iconografia/index.html
http://www.youtube.com/watch?v=9LPO2JCKOrA
(minutos: 2'59'')
II - DEBATE
Anúncio publicitário com a figura de Machado de Assis
http://www.youtube.com/watch?v=V3F-S3VF2IY
1. Visionamento, com tomada de notas, da pequena reportagem sobre a representação de uma peça de
Gil Vicente pelo grupo de teatro de Ponte de Lima, transmitida pela SIC, em 2011.
2. Apresentação oral da síntese, segundo os tópicos seguintes:
tema e local da reportagem;
relação entre o grupo de teatro referido e Gil Vicente;
história e características do grupo de teatro (formação, prémios, participantes);
razão da escolha do nome "Unhas do Diabo";
objetivos do grupo.
I - COMPREENSÃO ORAL
DA ENTREVISTA A RICARDO ARAÚJO PEREIRA
http://videos.sapo.pt/pLVqh5ZLdQeFMl5qJkNo
(minutos: 07'39'' - 09'10''; 11'14" - 15'40'')
Visionamento, com tomada de notas, do excerto de entrevista feita por
Filipa Melo ao humorista Ricardo Araújo Pereira. É um excerto do
programa "Nós e os Clássicos", transmitido pela SIC, em 2011.
1. Resposta ao questionário de questões fechadas (assinalar com Verdadeiro ou Falso).
a) F
a) A entrevista foi retirada de um programa da série "Nós e o Teatro".
b) A entrevista passa-se no Museu de Arte Antiga, junto a um quadro que se chama "O b) V
julgamento das almas".
c) F
c) A jornalista avisa que o tema da entrevista será exclusivamente O Auto da Barca do Inferno.
d) Ricardo Araújo Pereira afirma que o contexto do teatro de Gil Vicente é importante, mas que d) V
hoje esse teatro continua a fazer-nos rir. e) V
f) F
g) V
novo Plural 9 Livro do Professor h) V
i) F
e) Interrogado sobre se já fez humor com o Inferno e o Paraíso, ele diz que não, diretamente, mas que no
fundo, o humor está sempre relacionado com o nosso destino de seres que acabarão por morrer.
f) Ricardo Araújo Pereira nunca leu Gil Vicente na escola, só mais tarde, na faculdade.
g) Ricardo Araújo Pereira diz que gosta do Parvo de Gil Vicente, porque ele combina demasiado bem com a
sua personalidade.
h) Sobre o Parvo diz que, num mundo em que tudo está mal, um mundo às avessas, esta perso-nagem é a
voz da sensatez.
i) O humorista acha que o teatro vicentino tem um carácter de festa e que isso afasta as pessoas.
Na entrevista, Ricardo Araújo Pereira confessa que a sua personalidade e a do Parvo combinam.
Numa breve exposição oral (5 minutos), explicar os aspetos que, na perspetiva do aluno, poderão
aproximar esta personagem vicentina de Ricardo Araújo Pereira enquanto humorista.
II - DEBATE
É o Mundo uma "Nave de loucos" em que está tudo às avessas?
Pode organizar-se um breve debate, a partir do estabelecimento de
uma relação entre a pintura de Jerónimo Bosch, o teatro de Gil Vicente
e o humor de Ricardo Araújo Pereira (considerando a entrevista
indicada nesta página), no que diz respeito ao tema da "Nave dos
loucos" (o mundo é uma nave de loucos) e o tema do "Mundo às
avessas" (no mundo está tudo ao contrário daquilo que seria justo).
NOTA: realçamos que a parte superior da pintura representa a Justiça divina, universal e infalível, enquanto a parte inferior representa a Justiça terrena,
com o Bom e o Mau Juiz, por isso falível.
INTÉRPRETES – António Vilar (Camões), Eunice Munoz (D. Beatriz), Carmen Dolores (D. Catarina de
Ataíde), João Villaret (D. João III), Vasco Santana (Malcozinhado), Igrejas Caeiro (André de Resende).
SINOPSE – A vida de Luís Vaz de Camões (1524-80), desde os tempos de estudante em Coimbra (1542)
até à sua morte, em 1580. Retrata a sua personalidade livre e irreverente, os amores variados, o patriotismo,
a coragem e infortúnio na guerra, a passagem pelo Norte de África e pelo Oriente, o naufrágio, a publicação
da epopeia, o declínio e a morte. E tudo envolvido em muitas invejas e intrigas palacianas.
CURIOSIDADES – O título inicial era "Camões, o Trinca-Fortes". Num despacho de Salazar, a sua
produção foi considerada de "interesse nacional", pois o regime estava empenhado em aproveitar a figura
mítica de Camões, num incentivo ao nacionalismo. Estreou no São Luís, em 1946, esteve dois meses em
cartaz, e teve cerca de 80 mil espectadores. Foi selecionado para o 1.° Festival de Cannes, realizado nesse
ano. O custo da sua produção foi enorme, "o mais desmedido e ambicioso projeto do nosso cinema",
segundo João Bénard da Costa, antigo diretor da Cinemateca Nacional.
PRÉMIOS – Grande Prémio do SNI em 1946; Prémios do SNI para o Melhor Ator (António Vilar) e para
a Melhor Atriz (Eunice Munoz) e menções honrosas para os atores Vasco Santana e Paiva Raposo.
Apesar de muito marcado pela época em que foi realizado, o filme Camões permite um trabalho interessante.
Propomos o visionamento de dois pequenos excertos.
A cena situa-se em 1553. Camões parte para o Oriente onde permanece 15 anos. Sofre o naufrágio no rio Mecong
(referenciado em Os Lusíadas, c. X, est. 127-128), onde perde a sua amada oriental, Dinamene, conseguindo salvar
Os Lusíadas. Em 1572 está em Lisboa e publica Os Lusíadas, que passou na censura inquisitorial graças à
intervenção de Frei Bartolomeu, que não deixa de dizer ao poeta que o livro contém "coisas perigosas", mas a cela
onde o leu "ficou cheia de Portugal" e que, para entendê-lo, bastou ser português. Entretanto, no Malcozinhado,
habitualmente frequentado por Camões, comenta-se, com ironia, os gastos da corte e da guerra, quando chega um
amigo com a notícia da publicação de Os Lusíadas e da ida de Camões a Sintra ler a epopeia ao rei D. Sebastião.
Segue-se a cena da leitura do final do poema.
■ Fazer a síntese oral do excerto, referindo o contexto de crise à data da publicação de Os Lusíadas.
2. http://www.youtube.com/watch?v=JDrXTZKmm-A
3. http://www.youtube.com/watch?v=dSTXpGmh49s
4. http://www.youtube.com/watch?v=m7whcfj7pq0
5. http://www.youtube.com/watch?v=P136_1vsJVA
SUGESTÕES DE TRABALHO
Quem conhece Os Lusíadas?
Episódio I (minutos: 02'24'' - 03'24'')
Neste excerto, é colocada uma questão muito interessante: toda a gente conhece os primeiros versos de
Os Lusíadas, mas quem conhece a obra?
■ O visionamento deste minuto pode ser o pontapé de saída para uma pequena conversa sobre esta
questão e, ao mesmo tempo, a abertura para uma motivação à leitura da obra.
Assuntos abordados
■ Partida para a Índia - a viagem (inspiração para Os Lusíadas).
■ Impressões sobre o Oriente; ocupações na Índia; a prisão.
■ A viagem a Macau; o naufrágio no rio Mecong: morte da escrava amada; salvamento de Os Lusíadas.
■ A miséria; o difícil regresso à Pátria: a ajuda dos amigos que lhe pagam a viagem.
■ A chegada a Lisboa em 1570.
■ A publicação de Os Lusíadas dedicados ao rei D. Sebastião.
■ A esperança de que os heróis da sua epopeia sejam um exemplo para os seus contemporâneos.
■ O mecenato: a tença raramente paga.
■ 1578 - a derrota em Alcácer Quibir.
Goya e os fuzilamentos
Já conhecemos os nomes dos que morrem no quadro de Goya.
Passaram 200 anos sobre o "dia de cólera" em que os madrilenos saíram para as ruas, com pedras
e navalhas na mão, para lutar contra as tropas de Napoleão. Goya imortalizou-os no quadro sobre os
fuzilamentos na montanha de Príncipe Pio. Um investigador encontrou nos arquivos os nomes e
histórias de muitas das vítimas dessa madrugada.
A imagem que nos fica na memória é a daquele homem de calças claras, camisa branca, peito aberto para
receber as balas do pelotão de fuzilamento. As outras personagens do quadro "Os Fuzilamentos de 3 de Maio",
do pintor espanhol Francisco Goya, ficam em segundo plano perante essa mancha de luz e só num segundo
momento nos apercebemos dos seus rostos apavorados. Sabe-se que estes foram os homens que resistiram às
tropas de Napoleão em Madrid, a 2 de maio de 1808, e que foram fuzilados, no dia seguinte, na montanha de
Príncipe Pio. Até agora sabia-se pouco mais.
Mas o historiador espanhol Luís Miguel Aparisi fez uma investigação exaustiva e acaba de lançar um
livro, El Cementerio de la Florida (editado pelo Instituto de Estúdios Madrilenos), no qual identifica grande
parte dos que foram massacrados naquela madrugada pelos soldados franceses. A partir de agora são mais os
heróis do quadro de Goya que deixam de ser anónimos - apesar de ser impossível fazer corresponder os nomes
a cada um dos retratados.
Foram 43 os revoltosos que os franceses arrastaram para o cimo do monte para uma morte que servisse
de exemplo ao resto da população da cidade. Desses, segundo o diário El Mundo, foram já identificados 29,
dez dos quais nos últimos meses por Aparisi (o El País faz umas contas ligeiramente diferentes, afirmando que
um dos que tinha sido anteriormente identificado foi retirado por haver dúvidas, o que deixaria como
O padre e os operários
Aqueles 43 só foram sepultados ao fim de nove dias, precisamente para garantri que todos os madrilenos
testemunhavam o que lhes acontecera, por ordem de Murat, comandante do exército francês e cunhado de
Napoleão. Foi só a 12 de maio que, por iniciativa de um sacerdote que era também tio de uma das vítimas, os
corpos foram, finalmente, transportados para o cemitério da Florida, onde as suas cinzas permanecem e onde,
partir de agora, uma lápide recorda os nomes dos 29 identificados.
Era um grupo muito heterogéneo, de homens que não se conheciam, mas que estavam unidos na revolta
contra o ocupante. Lá estava, por exemplo, o padre Francisco Gallego – poderá ser este a única figura
identificável no quadro de Goya, logo em primeiro plano, com as costas curvadas e os dedos entrelaçados,
porque o cabelo rapado no cimo da cabeça e a roupa indicam que se trata de um padre. Gallego, contou
Aparisi ao El Mundo, foi o único a ser escolhido pelo próprio Murat. Tinha combatido na zona do Palácio
Real e foi preso "de armas na mão". Rezam as crónicas que Murat terá dito, para justificar tê-lo escolhido para
enfrentar o pelo tão de fuzilamento, que "quem com ferro mata, com ferro morre".
Com o padre Gallego morreram também vários operários – acabam de ser identificados deste grupo José
Reyes Magro, António Méndez Villamil e Manuel Rubio – que usaram pedras, ladrilhos e outros materiais
com que trabalhavam no restauro da igreja de Santiago para atacar um batalhão de soldados polacos ao serviço
do Exército francês.
Aparisi pesquisou entre milhares de dossiês dos arquivos da cidade e baseou-se, sobretudo, nos pedidos
que as famílias das vítimas fizeram nos anos seguintes à autarquia madrilena para pensões, medalhas ou
trabalho para os filhos. As informações são bastante completas, porque os familiares tinham que provar a sua
ligação ao morto e relatar as circunstâncias da morte. Identificou aí alguns comerciantes como José Rodríguez,
Julian Tejedor de la Torre ou Lorenzo Domínguez, que se juntaram aos seus empregados – a revolta foi
essencialmente popular, mas a ela juntaram-se alguns membros da burguesia, do clero (poucos, sendo Gallego
aqui uma exceção) e militares (também poucos).
Alguns dos que morreram no monte de Príncipe Pio foram presos por acaso no meio da confusão do 2 de
maio. Foi o caso de Miguel Gómez Morales, funcionário diplomático reformado, que estava na praça da Porta
do Sol quando a revolta começou e que, com um amigo, se aproximou da zona onde havia maiores combates.
Conta o El Mundo que Morales foi aí capturado e que, ao ser levado num grupo de prisioneiros, viu um dos
seus colaboradores e lhe pediu que encontrasse alguém que o ajudasse. Mas a ajuda não chegou e Morales
morreu no momento imortalizado por Goya.
Não havia naquele tempo repórteres fotográficos, por isso o quadro de Goya foi a imagem que ficou do
que se passou no monte do Príncipe Pio. Correu durante muito tempo a história de que o pintor teria assistido
ao longe às execuções, ou que teria ido, nessa mesma noite, ao monte, para tomar notas. Hoje acredita-se que
Goya, então com 62 anos, vivia demasiado longe de Príncipe Pio para conseguir ver o que lá se passava. O
quadro, que está no Museu do Prado, foi pintado em 1814, seis anos passados sobre os acontecimentos.
Alexandra Prado Coelho, in Público, 3 de maio de 2008
Avaliação da Oralidade
Grelhas de avaliação de atividades de oralidade - Nas pp. 75 a 77 deste Livro, encontra-se um conjunto
de Grelhas de Avaliação, instrumentos que poderão dar ao aluno uma noção mais clara daquilo que deverá
ter em conta ao nível da competência de oralidade. Para o professor, outras grelhas foram elaboradas, no
sentido de facilitar a avaliação deste domínio.