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Apostila Estetica Etec
Apostila Estetica Etec
Apostila Estetica Etec
Módulo I, II e III
Município: Jacaraípe – Serra ES
PLANO DE
ENSINO
PROFESSOR (A)
Anatomia e Fisiologia
humana, Ética, Legislação e
Empreendedorismo,
Alterações de Pele Corporal,
Biossegurança, Cosmetologia
Aplicada, Técnicas de
Massagem Corporal;
Drenagem Linfática Corporal;
Noções de Nutrição e
Educação Alimentar,
DISCIPLINAS Alterações de Pele Facial;
Técnicas de Massofilaxia;
Drenagem Linfatica Facial;
Eletroterapia Facial; Evolução
e Envelhecimento humano;
Tratamento de Acne;
Revitalização Cutânea;
Técnicas de Maquiagem;
Tratamento SPA, Primeiros
Socorros; Limpeza de Pele;
Estética eno pré e Pós
Cirurgico;
Tratamentos Redutores
CARGA HORÁRIA 1200 horas
SEMESTRE / ANO 2019/2, 2020/1 e 2
MÓDULO I , II e III
DATA
AVALIAÇÃO
2. Primeiros socorros.....................................................................................37
2.1. Situação de emergência........................................................................37
2.1.1. Desmaio.................................................................................37
2.1.2. Queimaduras...........................................................................38
2.1.3. Hemorragias............................................................................39
2.1.4. Lesões.....................................................................................40
3. Manicura e Pedicura................................................................................43
3.1. Anatomia da mão e pé.........................................................................44
3.1.1. Mãos.......................................................................................44
3.1.2. Unhas......................................................................................45
3.1.3. Pé............................................................................................46
3.2. Nutrição................................................................................................47
3.2.1. Alimentos importantes para ossos e unhas.............................47
3.2.2. Minerais mais importantes no organismo......................................47
3.3. Principais alterações das unhas.....................................................................48
3.3.1. Má formação congénita..................................................................48
3.3.2. Má formação adquirida..................................................................48
5
3.4. Patologias......................................................................................................49
3.4.1. Mãos e Pés roxos.............................................................................49
3.4.2. Mãos e Pés Inchados........................................................................49
3.4.3. Mãos e Pés desvitalizados................................................................49
3.4.4. Calos.................................................................................................50
3.4.5. Unha alta com calosidades...............................................................50
3.4.6. Unhas com micose ( onimicose ).....................................................51
3.4.7. Unhas encravadas ou encarnadas.....................................................51
3.4.8. Pé de atleta.......................................................................................51
3.4.9. Joanetes ou Hallux Valgus...............................................................52
3.4.10. Pé martelo.........................................................................................52
3.4.11. Eczemas............................................................................................52
3.4.12. Frieiras..............................................................................................52
3.4.13. Gretas................................................................................................52
3.4.14. Cravos e verrugas.............................................................................53
3.4.15. Lesões vasculares.............................................................................53
3.5. Como evitar micoses ?..................................................................................53
3.5.1. Cuidados fundamentais....................................................................53
3.6. Manicura e Pedicura.......................................................................................54
3.6.1. Equipamento e acessórios................................................................54
3.6.2. Cosméticos.......................................................................................55
3.6.3. Sequências de trabalho.....................................................................56
3.7. Aparatologia...................................................................................................58
3.7.1. Técnica de aplicação........................................................................58
3.8. Tratamentos específicos.................................................................................58
3.8.1. Eliminação de calos e calosidades..................................................58
3.8.2. Tratamento das unhas grossas dos pés............................................59
3.8.3. Eliminação de cutículas....................................................................59
3.9. Remendos........................................................................................................59
3.9.1. Aplicação de remendos....................................................................59
3.9.2. Reforço para unhas lascadas............................................................60
3.9.3. Protecção de unhas quebradiças.......................................................60
3.10. Tipos de unhas.................................................................................................60
3.10.1. Unhas de Resina e Porcelana.............................................................61
3.10.2. Unhas de Gel......................................................................................62
3.10.3. Unhas de Fantasia...............................................................................62
3.10.4. Aplicação de Tips...............................................................................63
4. Fisiopatologia do pêlo............................................................................................65
4.1. Revisão anatómica e fisiológica.......................................................................65
6
4.2. Estrutura anatómica do pêlo.............................................................................66
4.3. Factores que influenciam o crescimento do pêlo.............................................67
4.3.1. Hipertricose.........................................................................................67
4.3.2. Hirsutismo...........................................................................................67
5. Introdução á Epilação............................................................................................69
5.1. O desenvolvimento e expansão da depilação até aos nossos dias....................69
5.2. Depilação eléctrica............................................................................................72
5.2.1. Métodos de electro-depilação mais usuais.........................................74
5.2.2. Material necessário para a depilação eléctrica...................................74
5.3. Técnica de fotodepilação..................................................................................76
5.3.1. Dados que a profissional deve ter em conta e respeitar......................77
5.4. Ceras Depilatórias.............................................................................................78
5.4.1. Ceras quentes......................................................................................78
5.4.2. Ceras mornas ou tépidas.....................................................................79
5.4.3. Ceras frias...........................................................................................79
6. Acessoria de imagem.............................................................................................81
6.1. Atitude..............................................................................................................81
6.2. Estilo.................................................................................................................82
6.3. Elegância...........................................................................................................84
6.4. Protocolo, habilidades sociais e saber-estar......................................................86
6.5. Boa presença......................................................................................................87
6.6. Conceito de interpretação..................................................................................87
6.7. Método pessoal..................................................................................................88
6.8. Poder da cor.......................................................................................................89
6.9. Psicologia da aparência.....................................................................................89
6.10. Primeiras impressões.........................................................................................90
6.11. Sugestões...........................................................................................................91
6.11.1. A linguagem da roupa.........................................................................91
6.11.2. Vestir para um emprego melhor.........................................................91
6.11.3. Saber ser e estar..................................................................................92
6.11.4. Mulheres em casa................................................................................92
6.12. Organização......................................................................................................92
6.13. Maquilhagem....................................................................................................93
6.14. Beleza e Cabelo................................................................................................94
6.15. Transformação..................................................................................................94
7
7. Maquilhagem..........................................................................................................95
7.1. Origens da maquilhagem...................................................................................95
7.2. Adaptação da maquilhagem..............................................................................97
7.3. Materiais da maquilhagem................................................................................97
7.4. Morfologia do rosto...........................................................................................98
7.5. Forma do rosto...................................................................................................99
7.5.1. Rosto oval............................................................................................99
7.5.2. Rosto redondo......................................................................................99
7.5.3. Rosto em forma de triângulo invertido.............................................100
7.5.4. Rosto quadrado..................................................................................100
7.5.5. Rosto comprido.................................................................................102
7.6. Elementos do rosto..........................................................................................102
7.6.1. Pestanas.............................................................................................102
7.6.2. Sobrancelhas......................................................................................103
7.6.3. Nariz..................................................................................................104
7.6.4. Lábios................................................................................................105
7.6.5. Olhos.................................................................................................108
7.7. Maquilhagem...................................................................................................110
7.7.1. Maquilhagem de dia..........................................................................110
7.7.2. Maquilhagem de noite ou festiva......................................................110
7.7.3. Maquilhagem de noiva......................................................................111
7.7.4. Passo a passo da maquilhagem.........................................................112
8
9. Massagem..............................................................................................................123
9.1. Introdução........................................................................................................124
9.2. Características Profissionais............................................................................124
9.3. História das técnicas da massagem.................................................................124
9.4. Definição de massagem..................................................................................125
9.5. Movimentos da massagem..............................................................................125
9.5.1. Direcção............................................................................................126
9.5.2. Pressão..............................................................................................126
9.5.3. Frequência e ritmo............................................................................126
9.5.4. Meio..................................................................................................127
9.5.5. Posição correcta................................................................................127
9.5.6. Duração.............................................................................................127
9.5.7. Frequência.........................................................................................127
9.6. Efeitos da Massagem.......................................................................................128
9.6.1. Efeitos da Massagem na dor..............................................................128
9.6.2. Efeitos da Massagem no Sistema Nervoso.......................................128
9.6.3. Efeitos da Massagem na Circulação Sanguínea...............................128
9.6.4. Efeitos da Massagem na circulação Linfática...................................129
9.6.5. Efeitos da Massagem no Tecido Muscular.......................................129
9.6.6. Efeitos da Massagem no Sangue......................................................129
9.6.7. Efeitos da Massagem na pele............................................................129
9.6.8. Efeitos Psicológicos da Massagem....................................................130
9.7. Requisitos da Técnica de massagem...............................................................130
9.8. Equipamento da massagem.............................................................................130
9.9. Manobras da massagem..................................................................................131
9.9.1. Afloramentos.....................................................................................131
9.9.2. Pressões.............................................................................................132
9.9.3. Amassamentos...................................................................................132
9.9.4. Fricções.............................................................................................133
9.9.5. Percussões.........................................................................................133
9.9.6. Vibrações...........................................................................................133
9.9.7. Beliscamentos....................................................................................133
11.9.8. Leque.................................................................................................134
10.10. Massagem de corpo........................................................................................134
10.11. Tipos de massagem........................................................................................135
9
10.11.5. Massagem Pós Parto.......................................................................139
10.11.6. Massagem do Seio.........................................................................139
10.12. Alterações e tratamentos estéticos e corporais..............................................140
10.12.1. Estrias.............................................................................................140
10.12.2. Celulite...........................................................................................142
10.13. Outros tipos de massagem.............................................................................145
10.13.1. Massagem para bebés.....................................................................145
10.13.2. Massagem Psico-sensitiva..............................................................146
10.13.3. Massagem Ayurvédica...................................................................146
10.13.4. Digito-Pressão................................................................................147
10.13.5. Drenagem Linfática.......................................................................148
10.13.6. Massagem Desportiva....................................................................148
10.13.7. Massagem Geriátrica.....................................................................148
10.13.8. Massagem Californiana.................................................................149
10.13.9 . Massagem de Richard Alanson....................................................150
10.13.10. Massagem em Cadeira................................................................150
11.12.11. Massagem energizante................................................................151
10.13.12. Reflexoterapia.............................................................................152
10.13.13.Terapia Geotermal ou Stone Therapy..........................................153
10.14. Massagem de Rosto.....................................................................................154
10.14.1. Preparação do rosto para a massagem.........................................154
10. 15.Tipos de pele..................................................................................................155
10.15.1. Pele Normal..................................................................................156
10.15.2. Pele Seca.......................................................................................156
10.15.3. Pele Seca e Desidratada...............................................................158
10.15.4. Pele Oleosa..................................................................................158
10.15.5. Pele Oleosa e Desidratada...........................................................158
10.15.6. Pele Negra....................................................................................159
10.16. Limpeza de pele..........................................................................................160
10.17. Hidratação...................................................................................................162
10.18. Nutrição......................................................................................................163
10.19. Alterações dermatológicas e seus tratamentos...........................................163
10.19.1. Acne...........................................................................................163
10.19.2. Rosácea......................................................................................165
10.19.3. Envelhecimento Cutâneo...........................................................165
10
12. Tratamentos Especiais.....................................................................................171
12.1. Introdução à Termoterapia..........................................................................171
12.1.1. A Sauna.........................................................................................171
12.1.2. Banhos de parafina e cremes de sudação......................................172
12.2. Balneoterapia...............................................................................................173
12.3. Hidroterapia.................................................................................................173
12.3.1. Duche Escocês...............................................................................174
12.3.2. Duche de Vichy..............................................................................174
12.4. Helioterapia..................................................................................................175
13. Dermocosmética................................................................................................181
13.1. Anatomia e Morfologia da pele...................................................................181
13.1.1. Cor da pele.....................................................................................182
13.1.2. Histologia da pele...........................................................................183
13.1.3. Órgãos anexos da pele....................................................................187
13.1.4. Vasos Sanguíneos Linfáticos..........................................................191
13.1.5. Terminações nervosas.....................................................................192
13.1.6. Funções da pele...............................................................................193
13.1.7. As variações da pele sem patologia................................................196
13.1.8. Tipos de pele...................................................................................197
11
14.6.1. Aminoácidos e derivados proteicos................................................213
14.7. Proteínas........................................................................................................213
14.8. Enzimas.........................................................................................................213
14.9. Ácido hialurónico.........................................................................................214
14.10.Vitaminas.....................................................................................................214
14.10.1. Vitamina A (retinóis, carotenos)..................................................215
14.10.2. Vitamina B1 (tianina, aneurina)....................................................216
14.10.3. Vitamina B2 (riboflavina)..............................................................216
14.10.4. Vitamina B3 (niacina)....................................................................216
14.10.5. Vitamina B5 ( ácido nicotinico, vitamina PP)...............................217
14.10.6. Vitamina B6 (pridoxina).................................................................217
14.10.7. Vitamina B9 (folato, acido fólico).................................................217
14.10.8. Vitamina B12 (cobalamina, cianocobalamina)...............................217
14.10.9. Vitamina C (acido ascórbico)........................................................218
14.10.10. Vitamina E (tocoferóis, tocofrienóis)..........................................218
14.10.11. Vitamina F ( ácido linoleico).......................................................218
14.10.12. Vitamina K (filoquina).................................................................219
14.11.Hormonas.......................................................................................................219
14.11.1. Extractos animais............................................................................219
14.11.2. Extractos vegetais...........................................................................219
14.12.Os óleos.........................................................................................................219
14.13.Conceitos de Átomo e de Ião........................................................................220
14.14.Anti-flogisticos...............................................................................................221
14. 15.Anti-sépticos......................................................................................................221
14.16. Bactericidas....................................................................................................221
14.17. Bioestimulinas................................................................................................221
14.18. Ceras...............................................................................................................221
14.19. Diuréticos.......................................................................................................221
14.20. Adstringentes.................................................................................................221
14.21. Factor hidratante natural ( FHN)................................................................222
14.22. Factor de protecção.......................................................................................222
14.23. Cosméticos hipoalérgicos.............................................................................222
14.24. A hidratação cutânea.....................................................................................223
12
14.26.1. Oleosas A/O
......................................................................................................225
14.26.2. Aquosas O/A.................................................................................225
14.26.3. Sem óleo.......................................................................................225
14.26.4. Anidras..........................................................................................226
Bibliografia...................................................................................................................273
13
HISTÓRIA DA ESTÉTICA
1.2.1. Pré-história
Tudo começou há milhões de anos e, já deste então, o ser humano ao contrário dos
restantes animais, mostrava uma imperiosa necessidade não só religiosa e artística,
mas também estética de se diferenciar.
Ainda que não se tenham informações suficientes para falar com exactidão dos
aspectos ornamentais e estéticos dos nossos antepassados primitivos, pode falar-se
com precisão das suas numerosas pinturas e gravações rupestres, assim como das
diferentes esculturas e objectos artísticos encontrados nas escavações arqueológicas.
Os pintores paleolíticos já conheciam muitos corantes que utilizavam diluídos em
excipientes gordos e que se conservaram fossilizados. Isto leva a pensar que também
utilizavam estes corantes para adornar o rosto e o corpo, já que esta técnica foi uma
constante em todas as civilizações.
1.2.2. Mesopotamia
A mitologia indica-nos que a Deusa Istar, para levar a sua sedução até aos infernos,
não se esquecia de levar consigo o retoque dos olhos, o que demonstra que estes
eram um elemento muito importante para a mulher. Os olhos destacavam-se com
khol (ainda utilizado nos nossos dias), que é uma espécie de máscara à base de
antimónio. Pintavam-se as sobrancelhas de um só traço.
O banho, sobretudo das mãos, era uma prática generalizada que, em muitos casos,
tinha tanta importância religiosa como de higiene. Depois de lavar o corpo,
untavam-se com óleos, geralmente perfumados, e o perfume era muito utilizado,
sobretudo entre as classes mais altas, dado o seu preço. Praticavam também a
depilação e cuidavam das unhas, dentes e orelhas.
1.2.3. Palestina
Para falar do antigo Israel é necessário contar com a influência que a Pérsia e o
Egipto exerceram sobre este povo, com os seus costumes de perfumaria e cosmética.
A informação é escassa em termos de herança artística e documentação em geral. A
principal fonte de que se dispõe é um livro de grande história e tradição: a Bíblia.
Nela, e em especial no Antigo Testamento, pode encontrar-se um grande número de
informações sobre os cuidados estéticos deste povo.
O ideal feminino da época era definido como: pescoço comprido, olhos redondos,
cabelos negros, lábios vermelhos e dentes muito brancos. O mais atractivo era o
rosto e, neste, os olhos.
Para a atenção prestada aos cuidados estéticos em geral, sem dúvida que terá
contribuído a grande fertilidade das suas terras, que punham à sua disposição
grandes quantidades de matérias primas que cresciam de forma espontânea.
Como se pode deduzir, a mulher Israelita dava grande importância aos cuidados
estéticos e utilizava-os com um fim principal: a sedução.
1.2.4. Egipto
Aspectos gerais
Neste país floresceu uma grande cultura que imprimiu, a todas as suas
manifestações, um cunho muito pessoal, impulsionando consideravelmente o
desenvolvimento das artes e das ciências.
Focando o tema dos cuidados estéticos, sabe-se que no Egipto a cosmética alcançou
um grau de desenvolvimento extraordinário e, nalguns aspectos, superior ao actual.
O grande número de fontes, sobretudo plásticas, como esculturas, relevos, pinturas,
revelam com detalhe como eram e como viviam os egípcios, e o grande número de
provas históricas encontradas em escavações, demonstram que o arsenal de beleza
da mulher egípcia era muito variado e completo.
Encontraram-se:
Múmias com olhos e rosto pintados e com os cabelos pintados e perfumados;
Pequenos instrumentos para o toucado feminino e masculino;
Vasos de diversos tamanhos e materiais, contendo cremes, unguentos e
perfumes (alguns tinham gravadas as instruções de utilização);
Toucadores e caixas de madeira com compartimentos para guardar os
cosméticos; Os papiros médicos com receitas de unguentos, cremes, perfumes,
etc. (o mais antigo e famoso é o de Ehers, descoberto no túmulo de Tebas).
Pelos papiros conheceram-se fórmulas para tornar agradável o odor da casa, dos
vestidos e do cabelo, ou para suavizar a pele e embelezar o rosto misturando pó de
alabastro e mel.
Factores que impulsionaram a expansão da cosmética no Egipto
São quatro os factores que impulsionaram o desenvolvimento da cosmética no
Egipto: A grande importância das práticas religiosas, para as quais se utilizavam
os perfumes e os unguentos em grande quantidade;
As técnicas de embalsamento, que também necessitavam de cosméticos;
A preocupação estética deste povo requintado, que fizeram da beleza um culto;
homens e mulheres cuidavam da sua imagem, não só para agradar aos outros e a si
próprios, como para agradar aos Deuses;
As artes de sedução, a cujo serviço se colocou a cosmética.
A maquilhagem, a depilação, os cuidados dos cabelos, do rosto e do corpo, tudo era
importante e para tudo tinham diferentes fórmulas.
Produtos utilizados
Alguns dos produtos utilizados na preparação de perfumes eram importados como,
por exemplo, as resinas do Sul, ou algumas drogas vindas da Índia.
Contudo, também dispunham de grande quantidade de produtos locais como:
Óleos de rícino, amêndoa, oliva, sésamo, etc.;
Resinas de diversas plantas;
Jasmim, sândalo, canela, aloé, incenso, cedro, etc.;
Gordura de camelo, ovelha, etc.;
Pedra-pomes, coral, alabastro, pérolas e âmbar;
Leite de burra, levedura, mel, etc.;
Khol, antimónio, pigmento roxo de óxido de ferro, etc.
Cuidados
A lavagem, ou banho, era uma prática generalizada. Para as lavagens utilizavam
misturas de óleos, carbonato de sódio e soda. Após o banho, nutriam o corpo com
óleos perfumados.
Aspectos gerais
A Grécia recebeu do Egipto a herança dos cuidados estéticos que mais tarde
> Foto 1.
introduziu na Europa. O povo grego alcançou um refinamento estético
Busto da Raínha tão elevado
Nefertiri
que só se pode comparar ao alcançado pelo Renascimento Italiano. O culto da
beleza era o espelho da sociedade Helénica e o seu cuidado e conservação
converteram-se em algo primordial.
Produtos utilizados
Óleos de flores: íris, violeta, tomilho, etc.;
Óleos vegetais: oliva, amêndoa, etc.;
Gorduras animais: frango, ovelha, javali, etc.;
Resinas e bálsamos do oriente;
Depilatórios à base de arsénio;
Cera, mel, khol, corantes vegetais e minerais, etc.
Aspectos gerais
A expansão do Império Romano influenciou de uma forma notável as suas
manifestações artísticas e culturais. A cosmética alcançou em Roma um alto grau de
desenvolvimento técnico e cumpriu especificamente uma função de adorno e
embelezamento que a elevou cada vez mais dos ritos religiosos. Apareceram os
primeiros Tratados de Cosmética e uma importante invenção para os cuidados
estéticos: as termas. As fontes são numerosas: estátuas, monumentos com
representações e cenas do quotidiano, textos literários e jurídicos, etc.
Produtos utilizados
Os romanos gostavam de empregar nos cuidados de beleza, as matérias primas mais
exóticas. São conhecidos relatos de empregarem medula de veado e cabrito,
testículos de touro, crocodilo, gordura de cisne, manteigas, resinas oleosas, etc.
Cuidados
O penteado das damas romanas era muito elaborado, pelo que dedicavam
diariamente muitas horas a embelezarem-se. Apesar de, tanto na Grécia como em
Roma, existirem centros de beleza públicos, as damas gostavam de se arranjar em
casa, através de servas ou escravas altamente especializadas. O cabelo era
importantíssimo; cuidavam-no, perfumavam-no e pintavam-no de louro pois era a
cor da moda.
Em Roma funcionavam quase mil banhos públicos, onde se tomavam banhos por
imersão em água corrente, de vapor, massagens, aplicavam-se cremes e perfumes.
Para o banho empregavam leite de burra, que à semelhança de Cleópatra no Egipto,
Pompeia pôs em moda em Roma. Utilizavam um sabão fabricado à base de gorduras
animais e potassa.
De uma maneira geral, seguiam os mesmos cuidados que os gregos, com o rosto,
corpo, depilação, maquilhagem, etc. Contudo, com a decadência do Império
Romano, assistiu-se a uma degeneração do gosto estético que levava ao exagero na
utilização dos produtos de beleza em geral e da maquilhagem, em particular. Com a
queda do Império Romano do Ocidente a cosmética foi remetida a um silêncio.
Aspectos gerais
As primeiras décadas da Idade Média, logo após a queda do Império Romano,
mantiveram esquecidos os cuidados de beleza.
Cuidados
Foram os árabes que marcaram esta época. Foi especialmente a mulher árabe, que
procurou todo o tipo de recursos para embelezar-se e atrair os homens, tanto pela
sua natural feminilidade, como pela terrível posição de inferioridade em relação ao
homem que a obrigou a fazer da sedução um meio de vida. Dado que cobriam quase
todo o rosto com um véu, procuravam especialmente destacar os olhos.
Aumentavam os olhos com khol e pintavam as sobrancelhas com índigo. Os
perfumes eram importantíssimos e bastante utilizados. Os cuidados mais
importantes eram dados em estabelecimentos especiais que eram autênticos
institutos de beleza muito frequentados.
Foi na Arábia que se destilou, pela primeira vez, essências de rosas, utilizando para
esse efeito complexos sistemas como os alambiques.
Resumindo, é na cultura Árabe que se encontram as raízes do novo impulso que
tirou a cosmética do obscurantismo da Idade Média, conduzindo-a a um novo
período que culmina com o Renascimento.
1.2.8. Renascimento
Aspectos gerais
Esta época tentou despertar novamente na
cultura europeia os valores da Antiguidade
Clássica. Situa-se o início deste período em
Itália, desde onde se irá estender a toda a
Europa. Itália foi o marco de um novo conceito
de beleza, no qual o mundo clássico teve enorme
influência, levando ao desenvolvimento de
novas tendências artísticas, literárias, científicas
e, é claro, estéticas. (Foto 2)
Produtos utilizados
O regresso dos clássicos colocou na moda as mais disparatadas composições de
cosméticos, tal como tinha sucedido na época Romana. Uma inovação desta época
foram os produtos fermentados.
Cuidados
Foi nesta época que apareceram vários Tratados de Cosmética, dentro dos quais os
mais importantes foram o de Catarina de Sforza e o de Giovanni Marinello, que nos
descreveram com detalhe vários cuidados estéticos.
Faziam furor os cabelos louros (pintados com extractos) das damas florentinas e
venezianas. Para cuidarem da pele, muitas italianas dormiam com fatias de carne de
vaca crua sobre o rosto. Utilizavam loções fermentadas que aplicavam misturadas
com miolo de pão.
O cuidado das mãos tinha um especial destaque, pelo que dormiam com uma
espécie de luvas perfumadas e untadas com mel, mostarda e amêndoas amargas. A
falta de higiene levou à utilização generalizada dos perfumes no corpo, rosto, roupa
e casas.
Aspectos gerais
Com o século XVII começou a idade de ouro da cosmética, consolidando-se
definitivamente no século XVIII. Paris converteu-se no novo centro de cultura,
criando novas modas no vestir, no penteado e na cosmética.
Produtos utilizados
Estavam na moda os produtos de origem mineral e animal, que por vezes eram
irritantes. Em geral utilizavam-se:
Perfumes de âmbar, jasmim, laranja, rosas, etc.;
Pós de farinha e arroz;
Pó de pérolas calcinadas;
Pinturas e lápis negro para sobrancelhas e sinais;
Carmim para os lábios;
Cremes e pomadas de todos os tipos, para atenuar a vermelhidão e branquear a
pele, etc.
Cuidados
O cuidado com o corpo era quase totalmente esquecido, devido à falta de higiene.
Cuidavam o rosto, mas de forma inadequada. Utilizavam grandes quantidades de
cremes, pomadas, águas de beleza, máscaras, entre outros. O rosto era totalmente
coberto de pintura branca, à base de produtos muito perigosos para a pele. O mais
utilizado era o bismuto, mas também utilizavam óxido de zinco, giz, e outros. Os
olhos eram ligeiramente realçados de negro e azul. As sobrancelhas e as pestanas
eram pintadas de negro e aplicavam-se ou pintavam-se sinais. As maçãs do rosto e
os lábios eram pintados de vermelho vivo.
Aspectos gerais
França manteve e consolidou o seu prestígio a nível mundial e marcou
definitivamente a moda. As tendências do final do século anterior consolidavam e
chegavam a um exagero grotesco. A corte francesa vivia num ambiente de luxo
desmesurado e utilizavam todos os meios para atrair e conquistar. Infelizmente,
nesta época empregava-se erradamente a cosmética de tratamento: adornavam em
vez de tratar e embelezar. O grotesco passou a ser considerado natural. A higiene
corporal continuou esquecida, pelo que se continuavam a usar os perfumes em
excesso.
A corte francesa tinha paixão por todos os enfeites, contagiando as outras classes
sociais, burguesia, aristocracia, gente do teatro e das artes, etc.
Produtos utilizados
Os avanços científicos falavam de algumas substâncias perigosas como bismuto,
estanho, mercúrio, etc.
Cuidados
Limitavam-se ao rosto e ao cabelo, já que o banho só reapareceu no final do século.
Continuava na moda a brancura exagerada da pele, pelo que diariamente ingeriam
grandes quantidades de vinagre. Também utilizavam cremes, pomadas e máscaras,
mas a sua grande obsessão era a maquilhagem e os perfumes. O homem voltou a
interessar-se pelos cuidados estéticos: maquilhava-se tanto que chegava a ter um
aspecto feminino.
Aspectos gerais
Este foi um século rico em acontecimentos para a nossa história. França continuou a
manter a sua hegemonia em moda e beleza; o breve intervalo forçado pela
Revolução Francesa não fez mais do que voltar a impulsionar a cosmética no
sentido de evoluir para uma indústria sólida e de grande força económica.
Factores que influenciaram o desenvolvimento da cosmética:
Os novos hábitos higiénicos;
As novas descobertas científicas;
A corte deixou de impor a moda e passou a ser a burguesia a fazê-lo;
A publicidade, revistas, jornais, cartazes, fotografia, etc.;
O desenvolvimento dos meios de transporte;
A industrialização do sector;
O prestígio das exposições universais.
Cuidados
Os hábitos higiénicos despertaram novos interesses nos cuidados do corpo, e foram
aumentando ao longo do século. Os cuidados do rosto também eram muito
apreciados e a cosmética era empregue de maneira mais correcta e sensata que no
século anterior, com grande ênfase para o fabrico caseiro.
1.2.12. Século XX
Aspectos gerais
No século XX, a mulher começou o caminho para a sua emancipação. Ao mesmo
tempo que abandonou a opressão do espartilho sobre o seu corpo, tentou libertar-se
da sua marginalidade social. Já na Primeira Guerra Mundial, a mulher ocupava
postos de trabalho, anteriormente reservados ao homem, e lutava por defender a sua
capacidade laboral em competição com ele.
Nasceu uma nova mulher que encurtava as suas saias, praticava desporto e utilizava
a cosmética como um desafio às antigas normas de conduta, ao mesmo tempo que
procurava ter um novo modo de vida que veremos evoluir ao longo do século. A
indústria cosmética respondeu às necessidades desta nova situação de várias
maneiras.
Avanços técnico-científicos
As descobertas científicas anteriores começaram a dar os seus frutos. As descobertas
de Bherthelot sobre a síntese dos compostos orgânicos a partir de compostos
minerais e o sistema Solvay que permitiu obter a soda a baixo preço,
revolucionaram a técnica da elaboração de sabões. Em 1912, isolaram-se as
vitaminas e definiu-se a natureza das secreções endócrinas, as hormonas viriam a ser
obtidas de forma sintética algum tempo depois.
Os enormes progresssos da química, da bioquímica, da farmocologia, da física e da
medicina, fizeram a cosmética avançar a passos largos.
Factores económico-sociais a)
Industriais
Graças aos avanços da química, as técnicas de produção evoluíram de uma forma
extraordinária. Os produtos cosméticos ofereciam uma maior garantia, ao
instaurarse (primeiro em França, em 1906, e depois noutros países) um controlo
médico obrigatório e, em 1908, uma lei que proibia a venda de produtos perigosos.
As novas técnicas permitiam obter cosméticos a preços mais baixos, o que também
estimulava o consumo.
b) Sociais
Elevou-se o nível de vida das classes populares e, consequentemente, o seu poder de
compra. Os produtos de beleza deixaram de ser privilégio de uma certa elite, para se
converterem numa realidade ao alcance de todas as classes sociais.
Meios de comunicação
O grande desenvolvimento dos meios de comunicação ofereceram à indústria da
cosmética possibilidades crescentes de promoção dos seus produtos, sobretudo
graças à publicidade, cada vez mais sofisticada e apelativa.
Outro meio importante foi o cinema, considerado por alguns autores como o
fenómeno sociológico mais importante do século XX. Influenciou muito os estilos
de vida e na realidade criou moda. O chamado Star System, criado por Hollywood
no seus anos dourados, converteu as actrizes em modelos, nos quais todas as
mulheres gostariam de se rever. Lançou modelos estéticos como Mary Pickford,
Mae Murray, Jean Harlow ou Verónica Lake, imitadas por milhões de mulheres em
todo o mundo. Estava em embrião o conceito da Aldeia Global.
Produtos utilizados
Durante todo este período, o nascimento de novos produtos manteve em evolução
constante o mundo da cosmética. Apareceram produtos para o cabelo que
revolucionaram a indústria e o mercado dos cabeleireiros: brilhantinas, lacas, tintas,
produtos de tratamento, novas técnicas como a permanente, etc.
Cuidados
Desde o início do século que a actividade dos Institutos de Beleza e das Esteticistas
foi contribuindo lentamente para a popularidade e divulgação dos cuidados de
beleza. As novas tendências da moda provocaram o aparecimento de novos
cuidados corporais como ginástica, tratamentos anti-celulite e refirmação,
massagens, etc. Tanto os tratamentos faciais como os corporais tornaram-se mais
eficazes e específicos.
3
PRIMEIROS SOCORROS
A primeira coisa a fazer é chamar uma ambulância e até à sua chegada deve acalmar
a vítima (no caso de estar consciente) e prestar-lhe os primeiros socorros possíveis.
3.1.1. Desmaio
O desmaio é a perda de consciência. Geralmente não dura mais do que uns minutos
e é causada por uma redução momentânea do fluxo sanguíneo que irriga o cérebro.
O restabelecimento é normalmente rápido e completo. Pode ser uma reacção
nervosa à dor ou ao susto, o resultado de uma perturbação emocional, exaustão,
fraqueza alimentar, ou até o resultado de uma quebra de tensão.
O desmaio é frequente depois de grandes períodos de inactividade física, em que a
concentração de sangue nos membros inferiores, reduz a concentração no resto do
organismo.
Os desmaios, podem acontecer, especialmente, em saunas ou mesmo nos banhos
turcos e por norma só duram uns segundos e o paciente recupera normalmente a sua
lucidez.
32
um esfigmomanómetro, a fim de tomar as providências necessárias antes de
proceder ao início do tratamento.
Sintomas:
Fraqueza, sensação de desmaio, ansiedade e inquietação;
Náuseas ou vómitos;
Sede;
Pele fria, húmida e pálida;
Pulsação lenta e fraca;
Pode sobrevir o estado de inconsciência.
Acção
1) Posicione a vítima de forma que a gravidade faça fluir o sangue ao cérebro.Se a
vítima sentir falta de equilíbrio, ajude-a a sentar-se e a inclinar-se para a frente
com a cabeça entre os joelhos. Aconselhe-a a inspirar profundamente. Se a vítima
ficar inconsciente, mas respirar normalmente, deite-a com as pernas levantadas e,
se não recuperar logo, coloque-a em posição lateral de segurança. Mantenha as
vias respiratórias desobstruídas;
2) Desaperte quaisquer peças de roupas justas no pescoço, peito e cintura,
paraauxiliar a circulação e a ventilação;
3) Certifique-se que a vítima tem bastante ar fresco para respirar. Dê-lhe água com
uma colher ou um pacote de açúcar, pois os desmaios podem ocorrer por baixo
nível de açúcar no sangue;
4) Sossegue a vítima quando esta recuperar a consciência. Levante-a gradualmente
até a sentar;
5) Examine a vítima e socorra qualquer lesão que possa ter feito ao cair;
6) Verifique a pulsação e os níveis de consciência de 10 em 10 minutos. Se a vítima
não recuperar a consciência rapidamente, proceda à reanimação e coloque-a em
posição lateral de segurança, até chegar a assistência médica;
Não ministre nada à vítima, por via oral, até que esta tenha recuperado totalmente a
consciência. Nessa altura dê-lhe apenas pequenos goles de água. Nunca dê bebidas
alcoólicas.
3.1.2. Queimaduras
Queimaduras secas
Queimaduras produzidas pelo pólo negativo da corrente galvânica;
Escaldaduras
Nos centros de estética as escaldaduras podem ser provocadas por vapor de ozono,
ceras, parafinas, parafangos, compressa de calor húmido ou por outros tratamentos.
Este tipo de escaldaduras são consideradas superficiais e não necessitam de cuidados
médicos.
3.1.3. Hemorragias
A hemorragia de uma grande artéria é a mais grave e deve ser sempre socorrida em
primeiro lugar. A hemorragia venosa é menos grave que a arterial, nem sempre
ocorre, é visível e facilmente detectável, pela quantidade de fluxo sanguíneo. A
hemorragia capilar não oferece perigo de maior, e é a que ocorre na maioria dos
casos num gabinete de estética. Muitas feridas são relativamente vulgares e sangram
pouco. Um pequeno penso adesivo será suficiente. Se a hemorragia persistir, aplique
uma compressão directa com uma gaze.
Uma hemorragia grave deve ser estancada o mais depressa possível. Aplique
primeiro uma compressão directa sobre a ferida e se isso não for possível aplique
uma compressão indirecta. Por fim, coloque o paciente numa posição que lhe
permita controlar o fluxo sanguíneo.
Se se tratar de uma pessoa com diabetes, os cuidados serão a dobrar, uma vez que o
perigo de infecção é iminente, sempre sujeito ao desencadear de uma gangrena. Para
que isso não aconteça, deve desinfectar-se muito bem e de seguida aplicar uma
pomada com antibiótico com poder para além de desinfectante também cicatrizante
e regenerador.
3.1.4. Lesões
Depois de o paciente estar deitado, os socorristas devem tomar os seus lugares junto
a cada uma das extremidades da maca. Pelo menos dois socorristas serão necessários
para o transporte, ficando o socorrista chefe sempre junto à cabeça do paciente. Se
há outras pessoas a assistir, deve-lhes ser solicitado que ajudem a transportar a
maca, para dividir o peso.
Um instituto de beleza é um local público e como tal deve estar preparado para
prestar os primeiros socorros ao seu cliente se necessário, sendo assim devera ter
uma mala de primeiros socorros com o material necessário.
Estes materiais devem ser sempre guardados em caixas estanques, limpas e em local
seguro.
4 Manicura e Pedicura
4
MANICURA E PEDICURA
Todos nós sabemos a importância que as mãos e os pés têm. Estes órgãos tão
poderosos e sensíveis estão sujeitos a vários tipos de agressões, durante o dia. Desde
as mãos que tocam e agarram tudo, até aos pés que, incluindo o contacto diário com
o calçado, sofrem outros problemas tais como unhas encravadas, calos, calosidades,
feridas, etc.
Os cuidados relacionados com mãos e pés têm sofrido uma constante evolução e
especialização nos últimos anos. Deste modo, a beleza das mãos e dos pés é um dos
cuidados que a profissional deve propor aos seus clientes, durante todo ano.
39
4.1. Anatomia da mão e do pé
4.1.1. Mãos
A pele das costas das mãos é muito fina e
macia, com numerosas glândulas sebáceas
(glândulas que produzem sebo, uma gordura
de protecção da pele) e glândulas sudoríparas
(glândulas que produzem suor). A pele das
palmas das mãos é mais grossa e resistente. É
constituída por glândulas sudoríparas mas, ao
contrário de todas as outras partes do corpo,
não têm glândulas sebáceas.
As suas extremidades ficam protegidas pelas cartilagens que, por sua vez, estão
envolvidas por uma membrana fina e escorregadia que segrega um líquido
lubrificador.
As artérias trazem alimentos e oxigénio, entre outros, dando assim energia. As veias
levam toxinas e produtos nocivos resultantes do metabolismo e que se acumulam
naturalmente.
4.1.2. Unhas
1 2 3 4
Extremidade livre
Zona rosada ou leito unguial 3-
Lúnula ou meia lua
Raíz
Matriz ungueal
4.1.3. Pé
1. Pé normal
2. Pé plano
Existe uma diminuição do arco plantar longitudinal medial e um valgo do retro pé
(calcanhar virado para fora). No entanto, a altura do arco e o grau do valgo do
calcanhar variam com a idade.
3. Pé cavo
Existe uma altura do arco longitudinal medial superior ao normal que é provocada
por uma disfunção da musculatura do pé. Este facto geralmente é devido ao uso de
sapato de salto alto desde muito jovem.
Pé grego
Caracteriza-se pelo facto do segundo dedo ser o maior de todos. Pé
egípcio
É aquele em que o dedo maior é o primeiro, diminuindo sucessivamente até ao
quinto.
Pé quadrado
Neste caso todos os dedos têm sensivelmente o mesmo tamanho.
Esta classificação tem algum interesse na medida em que alguns tipos de pé podem
estar associados a determinadas patologias.
4.2. Nutrição
Cálcio
Fósforo
Magnésio
Sódio
Potássio
4 Manicura e Pedicura
Alterações produzidas por diversas causas que afectam a lâmina ungueal ou a raiz
e matriz da unha e que são provocadas por agentes químicos, físicos ou fisiológicos
(transtornos tróficos: má alimentação ou insónias):
Oniquicia: placa ungueal que se desprende em lâminas pelo seu bordo livre;
provocada pelo contacto da unha com água quente, ambiente húmido ou seco.
Onicorrexia: formação de estrias longitudinais na unha; provocada por
substâncias químicas que atacam a queratina.
Onicolisia: separação espontânea da lâmina ungueal do seu leito desde a raiz ao
bordo livre, causado por hiperhidrose. (Fig. 3)
Surcos transversais: formação de estrias transversais na unha (alterações
psíquicas ou febres altas).
Onicomodesia: desprendimento da lâmina do leito rapidamente desde a raiz ao
bordo livre, devido a traumas ou dermopatias.
Leuconiquia ponteada ou estriada: manchas ou estrias brancas, falta de
queratina.
44
4 Manicura e Pedicura
4.4. Patologias
45
É uma situação que pode acontecer em qualquer idade, sempre que a pele tenha perdido
a sua capacidade de regeneração. Há que reactivar as funções vitais da pele, actuando ao
nível das camadas mais profundas. Deve aplicar-se ampolas com substâncias activas
que acelerem a produção dos fibroblastos ou máscaras que proporcionem os nutrientes
necessários.
4.4.4. Calos
Calo mole
É aquele que não apresenta raiz, é apenas uma
calosidade localizada entre os dedos. Deve ser
retirado com o bisturi e assim que os tecidos se
apresentem rosados, não se deve insistir.
Calo duro
Apresenta uma calosidade espessa e ao centro um ponto mais escuro. Este é
denominado olho-de-perdiz ou olho de galo e localiza-se nas articulações. Numa
> Foto 1. Exemplo de um calo
primeira fase utiliza-se a goiva para a extracção do olho-de-perdiz ou olho de galo e,
por fim, retira-se a calosidade mais espessa com o bisturi.
Calosidades
A calosidade é uma zona lisa, de pele endurecida, que se forma devido à fricção de
sapatos que assentam mal. É menos dolorosa que o calo, porque não tem raiz, mas
pode provocar uma desagradável sensação de ardor.
As calosidades devem ser extraídas com bisturi ou credo, até se encontrar pele
rosada, sem nunca desbastar em demasia, pois além de provocar dores, activa o seu
futuro espessamento.
É bastante alta e dura. Neste caso, a unha deve ser cortada a direito e, com o auxílio
da goiva, retira-se toda a calosidade que se encontra sob esta. No final, com a lima
de safira ou utilizando um aparelho eléctrico de brocas, lima-se por cima até se
verificar uma diminuição no volume.
Aconselha-se a aplicação de produtos anti-micóticos
para o tratamento da calosidade que aparece
posteriormente. (Foto 2)
4.4.8. Pé de Atleta
É a deformação do dedo grande (halux) do pé, muito mais frequente nas mulheres. O
motivo relaciona-se com o tipo de calçado, mais estreito na ponta, que comprime o
pé na sua parte anterior e obriga os dedos a juntarem-se. Além disso, o salto alto
provoca uma distribuição irregular do peso do corpo, dado que o salto se eleva do
solo e aumenta a carga sobre a parte dianteira do pé e, desta forma, poderá provocar
deformações dos dedos dos pés, sendo o joanete precisamente a proeminência do
osso grande.
4.4.10. Pé Martelo
É uma deformação muito frequente, sobretudo nas mulheres, que se caracteriza por
um desvio do dedo grande para fora: empurra, cavalga ou passa por baixo do
segundo dedo. Pode evoluir para artrose. Pode ser necessária uma intervenção
cirúrgica de correcção.
4.4.11. Eczemas
4.4.12. Frieiras
São infecções cutâneas frequentes, provocadas por vírus e que se fixam nas mãos e
nos pés. Para eliminá-las é preferível consultar um dermatologista que indicará um
tratamento, que evite a sua propagação.
Uma boa higiene das mãos e dos pés evita o aparecimento de micoses, eczemas e
outras doenças;
Os banhos de parafina quente ajudam a eliminar as toxinas e nutrem a pele; Os
cremes de alfa-hidroxiácidos eliminam as células mortas e dão luminosidade à
pele, atenuando as inestéticas manchas na pele.
Com o corpo:
Não usar roupas apertadas;
Não usar sabonetes e toalhas de outros; Sempre
que tomar banho, secar bem o corpo; Usar roupa
de algodão.
Com as Mãos:
Usar luvas de borracha para fazer os trabalhos de jardim ou domésticos; As luvas
devem ser forradas a algodão, porque permitem uma melhor absorção do
excesso de humidade;
Usar luvas quando chove, neva ou faz frio;
Sempre que molhar as mãos, enxuge-as bem e aplique um creme apropriado.
Com os Pés:
Na escolha do calçado deve ter em atenção o tamanho. Não deve ser demasiado
pequeno nem apertado, pontiagudo ou com saltos demasiado altos;
Massajar diariamente os pés com um creme adequado, sem nunca esquecer os
dedos e insistir no calcanhar; Não usar sapatos sem meias;
Não usar calçado de outras pessoas;
Usar meias de algodão;
Usar pó anti-séptico;
Sempre que lavar os pés, secá-los bem;
Em caso de transpiração dos pés, trocar de meias mais regularmente; Usar
chinelos nas praias, piscinas e balneários.
Esterilizador
Hidromassajador
Máquina de brocas
Pedra-pomes
Goiva
Credo e respectivas lâminas
Bisturi e respectivas lâminas
Lupa
Separadores
Sedas para remendos de unhas
Luvas esterilizadas finas
Taça de mãos
Toalhas médias
Chinelos descartáveis
Anti-séptico
Dissolvente ou removedor de verniz
Óleo para cutículas
Removedor de cutículas
Creme anti-calosidades
Cálcio para unhas
Base de endurecedor
Vernizes de várias cores
Secante de verniz
Algodão
Panela de parafina
Banco com ou sem encosto
Cadeira tipo maquilhagem
Almofada ou apoio de mãos
Apoio de pés
Alicate de peles
Alicate de unhas
Lima de esmeril (cartão)
Lima de safira (metal)
Lixa (titânia)
Polidor de unhas de 4 fases
Escova de unhas
Pau de laranjeira
Descarnador de cutículas
Creme específico de massagem para mãos e pés
Sais marinhos, óleos essenciais
Máscaras específicas para mãos >eFoto
pés4. Acessórios para manicura e pedicura
4.6.2. Cosméticos
Endurecedores
São usados para aumentar a resistência das unhas quebradiças, permitindo alcançar
um comprimento maior antes de quebrar.
Vernizes
São tópicos utilizados para embelezar e proteger a unha da água e da transpiração
cutânea.
Base
Serve de protecção contra os corantes ou pigmentos que os vernizes contêm.
Removedor de esmalte
É empregado para retirar o esmalte da unha.
Removedor de cutículas
Dissolvem o excesso de tecido cuticular da unha.
Manicura
Pedicura
4.7. Aparatologia
1) Estas pequenas peles devem ser eliminadas depois da unha estar polida;
2) É importante trabalhar com o suporte, o mais possível, na posição horizontal para
não danificar a unha;
3) Pressionar ligeiramente as partes tratadas, afastando as cutículas com a broca;
4) Por vezes, formam-se peles duras de lado e na extremidade por baixo da unha.
Eliminar estas rugosidades com a broca especial de limar.
4.9. Remendos
Uma técnica de unhas tem que ser versátil, de maneira a poder atender todas as
necessidades da sua cliente. Uma das maiores frustrações da mulher dá-se quando as
unhas começam a lascar e a partir. Geralmente a unha lascada acontece por várias
razões. Além das condições externas, como água, detergentes, frio, calor, há a
registar as anomalias internas, físicas e psíquicas, as carências de nutrição ou
relacionadas com medicação. Para evitar estas anomalias é necessário ensinar à
cliente como tratar diariamente as unhas, cutículas e mãos.
Aconselharemos um programa que inclua cálcio, vitaminas, cremes apropriados,
óleos ou géis e endurecedores de unhas, assim como outros cuidados pontuais que
no dia-a-dia, proteja e evite qualquer tipo de agressão às unhas, cutículas e mãos.
Sequência:
1) Desinfectar as unhas;
2) Esfoliar as unhas;
3) Recortar o remendo de forma a revestir integralmente a zona partida;
4) Colocar cola na unha partida;
5) Utilizar o pau de laranjeira embebido em removedor de verniz para ajudar a
aderir o remendo à unha;
6) Colocar cola sobre a unha, já com o remendo. Empurrar as pontas do remendo de
modo a ficarem na parte interior da unha e deixar secar.
Para realçar a beleza das mãos, foram concebidas unhas em resina ou porcelana
feitas por medida e eram colocadas antes de cada festa e removidas depois, para
serem cuidadosamente guardadas.
Na época eram consideradas um luxo, sendo fabricadas por medida e utilizadas
apenas por algumas classes sociais.
Escolha o tamanho adequado do tip e coloque-o sobre a unha. Os lados do tip devem
ser alinhados com os lados da unha, e se não encontrar o tamanho adequado escolha
um maior e lime-o até conseguir o tamanho desejado.
Coloque uma gota de resina na área marcada. Deve colocar o tip exercendo pressão
para baixo até aderir, tendo em atenção não colocar resina em excesso para evitar
que a mesma se cole aos seus dedos. (Fig. 7 e 8)
A área de trabalho deve estar limpa e arejada de forma a oferecer comodidade para a
cliente e profissional.
5
FISIOPATOLOGIA DO PÊLO
A título introdutório, há que fazer uma referência ao capítulo relativo à pele, no qual
se descreve amplamente a anatomia e a fisiologia do folículo piloso e de cuja leitura
atenta se depreende que o crescimento do pêlo se rege por um ciclo folicular
composto por três fases distintas – anágena, catágena e telógena (anagénese,
catagénese e telogénese, segundo alguns autores), variando a actividade fisiológica e
a estrutura anatómica do pêlo consoante a fase de crescimento em questão.
61
ANÁGENA TELÓGENA
62
Medula
Córtex
Cutícula
Protuberância
5 Fisiopatologia do Pêlo
5.3.1. Hipertricose
Hipertricose é o termo utilizado para definir o crescimento excessivo do pêlo, quer
em termos de quantidade quer em termos de espessura, em qualquer parte do corpo.
Neste sentido, pressupõe a existência de uma maior quantidade de pêlos do que
aquela considerada cosmeticamente aceitável numa determinada cultura e sociedade.
A hipertricose pode manifestar-se de forma geral ou localizada e, apesar de poder
indicar uma alteração, também pode ser um indício de uma qualquer afecção
sistémica.
63
5.3.2. Hirsutismo
Hirsutismo, do latim hirsutus (peludo,
cabeludo), é o conceito que se aplica às mulheres
que apresentam um desenvolvimento de pêlos
excessivo (quer em termos de comprimento, quer
em termos de quantidade e de espessura), nas
áreas em que esse mesmo crescimento é
considerado normal para o homem, ou seja, em
áreas androgenodependentes: lábio superior,
queixo, área pré-auricular, costas, área centro-
torácica, zona inferior do abdómen (distribuição
masculina dos pêlos púbicos e linha inominada) e
parte superior dos braços.
64
6 Introdução à Epilação
6
INTRODUÇÃO À EPILAÇÃO
Focando o tema dos cuidados estéticos, sabe-se que no antigo Egipto a depilação
alcançou um grau de desenvolvimento extraordinário e, nalguns aspectos, superior
ao actual. O grande número de provas históricas, encontradas em escavações,
demonstram que o arsenal de beleza da mulher egípcia era muito variado e
completo.
O culto, a beleza e arte de sedução deste povo, que tanta importância dava a
maquilhagem, cabelos, assim como ao rosto e corpo, tendo diferentes fórmulas e
registo das receitas guardadas.
66
A depilação evoluiu muito com o aparecimento dos sofisticados fundidores de cera
vindo estes revolucionar esta prática e facilitar o trabalho da depiladora.
Sempre que se pretender efectuar uma depilação, há que prestar uma especial
atenção à direcção dos pêlos. No que se refere às axilas, deve ter-se em conta que os
pêlos estão em direcções opostas, sendo este método de depilação efectuado com
uma espátula de madeira média distribuindo a cera em duas direcções.
No que diz respeito às pernas, por norma os pêlos são no mesmo sentido, e se assim
for, a cera deverá ser distribuída em tiras de aproximada-mente 5 cm de largura por
20 cm de comprimento, de modo a formar uma camada de limites bem definidos.
As bandas de cera, devem puxar-se no sentido contrário ao crescimento do pêlo e
para evitar a dor, puxar a banda rápida
e firmemente, não po-dendo voltar a
aplicar cera na zona que terminou de
depilar, sobretudo em épocas estivais,
durante as quais a sensibilidade ao
calor é extrema. (Foto 1)
Os pêlos têm várias funções e tamanhos e estão distribuídos por todo o corpo. A
profissional que vai efectuar a depilação deve ser sensível na escolha da solução
mais adequada para o problema a tratar. Assim, em função das indicações dadas por
cada um destes tipos de pêlo, escolherá o tipo de corrente ideal a utilizar.
Nunca deve ser ignorado o facto de que o sucesso deste tipo de tratamento depende
de vários factores: tipo de pêlo, zona a depilar e fase de crescimento, são
condicionantes aos resultados obtidos, e por isso mesmo factores a ter sempre em
conta neste tipo de tratamento.
Não podemos esperar que todos os pacientes obtenham os mesmos resultados com
os métodos de electrocoagulação. O tempo ou número de sessões podem variar
consoante a doença que provocou o desenvolvimento excessivo de pêlos ou
penugem, como por exemplo, alguns casos de hirsutismos. Frequentemente
aparecem pacientes nos institutos de beleza com a esperança de encontrar um
método milagroso que lhes resolva o seu problema, ou uma profissional experiente
que lhes garanta uma solução definitiva
para o seu caso.
Corrente Flash, neste método são utilizadas correntes com grande intensidade e de
alta-frequência mas em curtos intervalos de tempo, na casa das centésimas de
segundos, evitando assim qualquer tipo de sensação dolorosa. O método flash é
indicado para pêlos finos, superficiais e em zonas muito sensíveis.
A depilação eléctrica deve acontecer num local bem iluminado, evitando assim a
fadiga visual da profissional que a efectua, bem como deve ser feita utilizando uma
lupa de aumento com luz. (Fig. 1 da página seguinte)
> Foto 4.
Em zonas muito sensíveis pode-se utilizar métodos menos
Aplicação da dolorosos,
depilação eléctrica que utilizam
sondas de termoterapia ou até aplicação de bandas. Na aplicação desta técnica
estimula-se a penetração dos princípios activos tricoatróficos, sendo conhecido este
método de depilação por método termo-químico. (Foto 4 da página anterior)
7
ASSESSORIA DE IMAGEM
Através dos tempos, a imagem pessoal teve um papel relevante na sociedade, não
só a nível humano, mas também a nível histórico.
7.1. Atitude
Actua a um nível mais profundo, ficando a conhecer melhor a personalidade e o
carácter. Transmite ao assessor de imagem os seus princípios morais. O assessor de
imagem tem de ser um excelente observador de forma a conhecer atitudes básicas
para obter uma imagem e atitudes adequadas a cada situação. A descrição é uma
qualidade relacionada com a confidencialidade, a confiança e a fidelidade que o
cliente deposita em nós.
O assessor de imagem precisa manter uma atitude cordial, que não implique a perda
de autoridade nem de firmeza. É um ponto de respeito para os demais.
79
7.2. Estilo
O assessor deve definir o estilo de um indivíduo num colectivo. A palavra estilo
procede do estudo da “História da Arte” e tem servido para qualificar as obras de
arte, no tempo e no espaço, de acordo com as normas estéticas. Podemos recordar
alguns estilos artísticos: clássico, barroco, neoclássico, romântico, modernista,
impressionista, abstracto e minimalista.
O estilo clássico, em Arte, serve para classificar as obras de arte (em escultura e
arquitectura, especialmente) que se realizaram na Grécia, durante os séculos V e IV
a.C.. As obras mostram características que servem também para definir o “estilo
clássico em imagem pessoal”, já que este último tem tomado como modelo os
padrões e critérios estéticos da Grécia clássica.
Se existe um estilo clássico também existem estilos não clássicos, que são de difícil
integração nos vários grupos. A cada um dos grupos não clássicos que aparecem, e
vão aparecendo, aplicam-se nomes que podem proceder:
Da história de arte: barroco, romântico, gótico, minimalista.
De modelos estéticos: desportivo, “grunge”, “street”, “lingerie”;
De criadores: Versace, Armani, Yves Saint Laurent, Galiano, Ferré, Valentino,
Chanel e Dior.
De formas de entender a vida: “yuppie” o executivo profissional, “hippie”, cabeça
rapada, “cocooning” o natural ecológico.
Por sofisticado entende-se todo o estilo que usa cores suaves, formas puras ou
estritas e volumes escassos: próximo ao ideal clássico. Por outro lado, o conceito
extremado tem como principais características a utilização de cores fortes e formas
ou volumes completamente estereótipados a um
estilo clássico.
Os estilos profissionais são os que se têm mantido por mais tempo sem alteração,
sobretudo porque a maioria opta por um estilo clássico actualizado de difícil
definição, que em traços largos significa: uma certa austeridade em linhas, cores e
volumes, mesmo que sempre seguindo critérios que marcam a moda. Também aqui
existem excepções, nomeadamente, em sectores profissionais vinculados na
imagem, a moda e a criatividade, os quais por si mesmo têm de ser inovadores.
7.3. Elegância
O assessor de imagem deve potenciar a elegância de uma pessoa ou de um grupo. A
elegância tem a ver com o movimento, a atitude, o olhar e a imagem externa. Um
fato de preço elevado pode ter um resultado elegante num homem e no outro um
resultado inverso, simplesmente porque um tem movimentos, atitudes e olhar
elegantes e o outro não.
Muitas vezes temos em conta que pessoas de expressão corporal suave e tranquila,
de voz modelada, de movimentos de mãos suaves e ondulatórios, são pessoas
“afectadas” como se tratasse de actores ou actrizes, devido à falta de hábito.
Poder-se-á dar como exemplo contrário, os hábitos que podemos adquirir ao ver e
escutar muitos jovens, com uma expressão corporal que lhes é própria, sendo estes
muitas vezes irreverentes e de alguma forma agressivos. Não é de estranhar que
frente a estes hábitos, uma pessoa com uma imagem pessoal mais elaborada possa
surpreender. Este tipo de expressão “afectada” recebe o nome de sofisticada, ou
mesmo, sofista. Por conseguinte, podemos diferenciar a pessoa com expressão
sofisticada da pessoa com expressão elegante, partindo do critério da afectação ou
naturalidade.
Um indivíduo ao longo do dia, da semana, dos meses e dos anos interpreta um número
indeterminado de personagens, de tão distinta caracterização como de: filho/a, irmão/ã,
amigo/a, esposo/a, pai/mãe, estudante, doméstica, trabalhador/a, colaborador/a,
executivo/a, empresário/a, vendedor/a, comprador/a, conselheiro/a, aconselhado/a, etc.
Sem darmos conta, para cada uma destas personagens realizamos uma
caracterização que achamos definir exactamente a sua imagem interna através da
predisposição à comunicação, à emotividade, aos sentimentos e à expressão em
geral agora já da imagem externa e estilo. Não se fala das mesmas coisas com o pai
ou com o filho, ou pelo menos da mesma maneira, não nos vestimos de modo igual
para estar em casa, sair com os amigos ou trabalhar.
Contudo, estes personagens que interpretamos e que caracterizamos de forma
inconsciente ou consciente, são a base em que se fundamenta um assessor de
imagem. A sua missão é a de ajudar à caracterização do personagem de acordo com
a obra que está disposto a interpretar. Se se fizer um estudo destes princípios do
assessorado, o assessor poderá entender melhor o porquê da eleição de uns
elementos e não de outros.
Não se trata de tipificar, nem de seguir estilos concretos e fechados, nem muito
menos de falsear a existência e a presença do indivíduo. A função de um assessor de
imagem consiste precisamente em ajudar o indivíduo melhorar a sua comunicação, a
utilizar os códigos (que lhe são facilitados pelos elementos da imagem externa, pela
expressão e pelas atitudes pessoais) tornando a sua comunicação mais clara e
objectiva optimizando a transmissão da sua mensagem.
Para o conseguir, o assessor de imagem deve adoptar um método que lhe seja
cómodo, prático e com pouco custo de tempo e dinheiro. Este método tem,
directamente, a ver com o desenrolar sistemático das atitudes:
Desenrolar da capacidade de observação e da busca sistemática da informação
necessária;
Aprendizagem e prática da expressividade tornando-os num hábito do
assessorado; Organização de um calendário e de um horário flexível, que
contenha saúde, bem-estar, satisfação e motivação ao assessorado.
Tudo para que o assessorado se sinta realizado, com a ajuda do assessor de imagem,
um “trabalho de casa” e uma organização “de base”. Esta tarefa deve ser prévia e
não importa que personagem tenha que representar no seu quotidiano ou mesmo
num momento determinado. É o método necessário para uma correcta entrada em
cena e uma correcta caracterização da personagem. Com a repetição converter-se-á
num hábito, tornando-se num ritual natural.
É claro que o julgamento inicial pode mais tarde revelar-se errado à medida que nos
vamos conhecendo melhor, mas se a impressão com que ficámos é negativa,
podemos nunca mais tentar ultrapassar a fase do encontro inicial.
7.11. Sugestões
Deve sentir-se confortável com a sua roupa. A sua confiança pode ficar afectada se
estiver preocupada com a sua aparência ou com a forma como se sente. Se está
numa reunião com uma saia demasiado apertada ou demasiado curta, sente-se
desconfortável tanto física como psicologicamente. Se está confiante na sua
aparência, a sua mente pode concentrar-se apenas nos negócios. Frequentemente
diz-se: «Compro roupa quando arranjar emprego.», quando se devia dizer: «Compro
roupa para arranjar emprego.»
Se o seu assessorado for ambicioso e pensa na sua carreira, deve dizer-lhe que deve
vestir-se sempre como se fosse para um posto acima daquele para o qual está a ser
entrevistado. Se é secretária, deve vestir-se como uma assessora. Se é gestora
financeira, deve vestir-se como directora financeira, e assim sucessivamente. Se o
posto que deseja fica vago, tem mais hipóteses de este lhe ser oferecido, porque já
tem a aparência necessária.
7.11.3. Saber ser e estar
O assessorado pode até sentir que aquilo que faz é muito mais importante do que a
sua aparência. No entanto, não há dúvida de que, actualmente, as mulheres bem
sucedidas e bem vestidas são poderosas. Quer goste quer não, a forma como uma
mulher se veste tem mais importância do que meramente tentar impressionar os
colegas. Ao passo que o homem pouco preocupado com o visual consegue arranjar
um bom emprego, o mesmo não se pode dizer quanto às mulheres.
É sempre um erro supor que as mulheres com uma carreira profissional são as que
devem ter boa aparência e que a forma como as domésticas se vestem não interessa.
No que diz respeito, a diferença entre uma mulher que trabalha e uma dona de casa é
que a primeira é paga pelo trabalho que faz. Este é o factor que faz com que muitas
donas de casa não tenham auto-estima. Ficar em casa não significa que não pode ser
elegante. O facto da mulher se preocupar com a sua imagem, mesmo que para ficar
em casa a cuidar dos filhos e da casa irá reforçar a sua confiança e,
consequentemente, a diminuir as probabilidades de ficar deprimida.
“Coloque um vestido lindíssimo numa mulher simples e inconscientemente ela vai
tentar estar à altura dele.“
7.12. Organização
É importante que o assessorado tenha tempo para se preocupar com a roupa e para
marcar compromissos regulares com o seu cabeleireiro e instituto de beleza.
É muito útil marcar compromissos com antecedência, às vezes até com mais de um
mês, mesmo que o tenha que alterar, esses compromissos estarão na agenda do
assessorado simbolizando “o seu tempo pessoal”.
Relativamente à roupa, o assessorado deve guardar meio dia duas vezes por ano para
actualizar e aumentar o seu guarda roupa em vez de comprar um casaco ou uma saia
de vez em quando, correndo o risco de nada combinar. Um assessor ajuda
muitíssimo nesta tarefa. Esta organização vai retirar muita pressão e fá-lo-á sentir-se
mais seguro.
Muitas mulheres sentem-se culpadas por pedir ajuda. Acham que deviam saber
vestir-se bem. No entanto, a maior parte das mulheres não nasce com sentido inato
do estilo. As mulheres mais bem vestidas são as que pedem conselhos, pois têm
consciência daquilo que não sabem. As mulheres que afirmam saber o que lhes fica
bem não estão abertas a sugestões e não mudam. É difícil saber todas as novidades
assim como deve saber o assessor.
7.13. Maquilhagem
Parecer bem não é uma questão de vaidade e sim de auto-confiança. O mundo da
cosmética é tão vasto que muitas mulheres se perdem, ou porque estão confusas
com a enorme quantidade de cosméticos no mercado ou porque ficam presas a uma
rotina e eventualmente desistem disso. É importante conhecer a maquilhagem
através de um profissional para que saiba que o que está a fazer é o mais certo.
Antes de mais, a maquilhagem deve fazer a assessorada sentir-se fabulosa. Deve
também ser apropriada ao seu estilo de vida. A idade e o aspecto intitulado “vulgar”
não são desculpa para não utilizar o género de maquilhagem correcto. A cosmética
não serve apenas para realçar as características de uma mulher, ela deve também ser
útil em qualquer forma que possa estar relacionada com uma aparência melhor e
com a sensação de felicidade e confiança.
A maquilhagem não deve ser usada como mancha de cor, mas sim para corrigir e
realçar de forma equilibrada. Qual é o interesse da maquilhagem se a pele já não
parece fresca mas sim máscara? Os olhos não devem parecer um arco-íris, bem
desenhados e definidos; as feições devem ser contornadas e o rosto deve ter uma cor
natural. Os lábios devem ser macios, bonitos, subtilmente realçados e coloridos para
complementar a ocasião, idade, tez, tipo de lábios e formato. Escolha os tons da
maquilhagem cuidadosamente e aconselhe a compra de cosméticos para o cuidado
da pele.
7.15 Transformação
Antes
Carla Domingues não > Fotos 6 e 7. O antes e o depois
estava a aproveitar
totalmente um rosto bonito e
um bom corpo. Como muitas
mulheres nos seus vinte e
seis anos, ela perdeu a
confiança para
experimentar coisas novas e
usa roupa confortável sem
dar muita atenção à
elegância estando
preocupada por parecer
mais velha com a
transformação.
Depois
Carla tem agora um novo visual confortável mas elegante. “Senti-me espectacular, elegante e
sexy“
8 Maquilhagem
8
MAQUILHAGEM
Era uma arte conhecida e praticada pelos egípcios e civilizações antigas do próximo
oriente, em que se usava uma maquilhagem forte e agressiva. O rosto era coberto
com uma mistura de substâncias que se assemelhava à base de maquilhagem dos
nossos dias; os olhos e as pálpebras eram delineados com antimónio, que se
prolongava até ao centro das têmporas; os olhos também eram sombreados com um
pó verde de origem mineral, com o intuito de se seduzir o sexo oposto; os lábios
eram quase ignorados, no entanto há registos de que por vezes eram pintados com
carmim mas sempre sem demasiado relevo.
Documentos posteriores falam das mulheres árabes, que pintavam os olhos com tinta
de escrever; as russas, cujas pálpebras eram artificialmente escurecidas com
amêndoas queimadas; as tártaras que punham gotas de cânfora nos olhos para dar
um brilho azulado; as espanholas que dilatavam as pupilas com beladona.
93
No século XVIII, o rosto era coberto de cloreto; a pintura dos lábios não era
escolhida em função da maquilhagem, mas sim segundo o critério de cada um. Para
as damas da corte, a cor preferida era o grená; as burguesas preferiam tons mais
suaves, enquanto que as mulheres de má reputação usavam cores muito fortes. Nesta
época evidenciavam-se os sinais, que eram desenhados com vários formatos.
com a experiência, e com uma longa prática do estudo do rosto humano. 8.5. Forma
do rosto
Para se conseguir saber a forma do rosto da cliente, basta observá-la ao espelho,
protegendo-lhe os cabelos porque estes podem induzir em erro. Com atenção e com
os conhecimentos que irá adquirir neste módulo de aprendizagem, dificilmente a
profissional se enganará.
Um rosto deverá ser sempre maquilhado segundo a sua forma, mas também segundo
a sua personalidade. Em cada forma de rosto existe um determinado carácter e é esse
carácter que devemos modelar.
Os rostos ovais, cujos pómulos são o traço dominante, enquanto que a curva de
contorno se suaviza para a testa e para o queixo, necessitam de uma base uniforme.
As sobrancelhas devem ter uma curvatura natural, suave e o blush aplica-se a partir
das maçãs do rosto para as fontes. Correspondem ao ideal de beleza clássico e, na
sua forma pura, não necessita de correcções. É fácil adaptar-se-lhe qualquer
penteado, curto ou comprido. (Fig. 2)
Quase circular, testa arredondada, maçãs bem cheias e queixo que desaparece nos
maxilares. Neste tipo de rosto, todas as linhas de maquilhagem devem ser orientadas
para cima (recordamos a este propósito, que tudo o que tende a subir na
maquilhagem rejuvenesce o rosto). Para um rosto redondo, aplicar-se-á uma base
mais escura, seguindo o contorno das maçãs do rosto, enquanto que o blush deverá
ser aplicado nas partes exteriores das mesmas, na zona onde a base é mais escura. As
sobrancelhas ficarão oblíquas e bem realçadas, a cor do lábio superior será mais
acentuado do que a do inferior.
O penteado deve usar-se mais alto sobre a testa, nunca com risco ao meio, mas a um
dos lados, embora seja preferível suprimi-lo por completo. (Fig. 2)
O blush deve ser aplicado sobre as maçãs do rosto e esbatido na direcção das fontes.
Não é conveniente fazer sobressair a testa, pintando as sobrancelhas em bico, mas é
antes preferível dar-lhes uma linha suavemente arredondada.
A linha dos maxilares é tão larga como a das maçãs do rosto. O objectivo da
maquilhagem neste tipo de rosto, consiste em tentar arredondar as formas, torná-las
mais suaves, para isso deve-se utilizar uma base mais escura nos maxilares.
O blush para as maçãs do rosto será aplicado lateralmente, esbatido até à zona da
base mais escura, e a boca pintada seguindo um contorno suave, com a cor
acentuada no lábio inferior. As sobrancelhas deverão seguir uma linha curva e
comprida, e a sombra será aplicada obliquamente nas pálpebras, com a ponta
dirigida para o exterior e para cima.
O rosto ficará mais suave se optar por um penteado que não o alargue; é preferível
usar os cabelos levemente levantados sobre a testa e sem risco. (Fig. 2)
Rosto Oval Rosto Redondo
Rosto Triângulo
invertido
Rosto Quadrado
Rosto Comprido
Deverá utilizar-se uma base mais escura nos maxilares e no queixo, e aplicar-se o
blush no centro dos pómulos, esbatido para baixo. A cor dos lábios seguirá o
contorno do lábio superior, e as sobrancelhas serão compridas, mas não demasiado
arqueadas. A sombra aplicar-se-á na direcção do nariz.
Existem tintas para pestanas que duram entre 2 a 4 semanas e, mais recentemente,
introduziu-se a técnica de permanente para pestanas, que também tem uma duração
limitada. Continua a existir no mercado a chamada tesoura para pestanas, que
acentua a curvatura das pestanas. (Fig. 3)
Pestanas artificiais
Só em casos excepcionais, e unicamente de
noite, se devem utilizar pestanas artificiais.
Estas pestanas postiças, que se encontram no
mercado, em tiras ou soltas, podem ser
aplicadas ao longo de todo o bordo livre da
pálpebra superior. Podem utilizar-se as
mesmas pestanas várias vezes, e devem ser
cortadas à medida das naturais. Convém
disfarçar a aplicação com um eye-liner de
tom escuro. (Fig. 4)
Para além de protegerem os olhos do eventual suor que possa escorrer da testa, as
sobrancelhas possuem também uma função estética, pois a sua forma e os seus
movimentos, podem tornar mais intensa uma expressão e dar harmonia a um rosto.
AC
Retire os pêlos desalinhados debaixo
do arco natural e os que existam entre os olhos,
aumentando, se necessário, o espaço de modo a que as
sobrancelhas comecem em paralelo com o canto interno
dos olhos (A). Mas atenção, não retire demasiado, porque
aí o nariz parecerá maior (B). As sobrancelhas
muito juntas, dão um aspecto muitoD
carregado à expressão (C).
As sobrancelhas devem ser corrigidas por depilação com pinça, o que se faz
começando sempre pelo exterior e avançando depois para o interior. A regra para as
sobrancelhas está em seguir a linha da parte superior da pálpebra. Marcar primeiro
uma linha imaginária, da asa do nariz, até ao canto interior do olho. O ponto mais
alto do arco da sobrancelha, fica justamente sobre a orla exterior da íris, quando se
olha de frente para um espelho. Para determinar onde deve acabar a ponta exterior,
agarre num lápis e segure-o desde o canto exterior da narina até ao canto exterior do
olho (Fig. 5 na página anterior)
8.6.3. Nariz
O nariz possui uma grande importância estética e portanto é necessário tratá-lo com
cuidado. As características faciais de muitos povos distinguem-se sobretudo pela
forma do nariz: achatado nos povos mongólicos, adunco nos judeus, cartilaginoso
nos de peles vermelhas, mais pontiagudo nos ingleses, alargado na base nos povos
africanos, etc.
Nariz arqueado
Para atenuar o seu aspecto, deve maquilhar-se os olhos de modo a dar-lhe uma forma
de amêndoa alargada, com os ângulos subindo até às fontes. Convém aplicar depois
uma sombra de base escura na cana do nariz.
Nariz adunco
Se é largo, pode ser dissimulado aplicando-se-lhe uma sombra de base por baixo da
ponta; se é muito fino, a base deverá ser escura na cana do nariz e clara nos lados.
Harmoniza-se bem com os olhos amendoados.
Nariz espetado
Pode corrigir-se aplicando uma base escura na ponta e esbatendo-a depois para cima.
Nariz achatado
Pode realçar-se aplicando base escura nos lados e clara na cana do nariz. Se bem que
não se torne necessário maquilhar o nariz, será sempre conveniente aplicar-lhe um
pouco de pó mais claro que aquele que se pôs no rosto. Este jogo de sombras, fará
com que desapareçam as pequenas imperfeições.
8.6.4. Lábios
Correcções
Os lábios devem ser cheios, carnudos e ao mesmo tempo suaves e aveludados,
iluminando o rosto com um sorriso. Os lábios demasiado finos ou grossos deverão
ser corrigidos através da maquilhagem, por forma a corresponderem melhor a um
padrão de estética a que podemos chamar óptimo.
Afecções mais comuns nos lábios:
Herpes: dermatite de natureza viral, caracteriza-se por erupções em grupo de
pequenas fístulas, normalmente serosas e localizadas nos lábios; o seu aparecimento
é precedido de sensação de queimadura; dura apenas alguns dias a desaparecer, mas
normalmente é cíclico.
Queilite: inflamação dos lábios que pode ser provocada pela intolerância ao batom
(aos seus pigmentos), mas também por infecções e transtornos hepáticos ou
gastrointestinais; existem queilites acompanhadas de edema, ampolas serosas,
descamação e abertura de gretas; estas dermatites podem curar-se eliminando as
causas que a originam.
Começa-se por perfilar e corrigir o desenho dos lábios ( ver fig. 8), com um lápis de
contorno, contorno ou com o próprio pincel, e só depois se preenche o espaço
interior com o batom. Retira-se o excesso comprimindo os lábios contra um lenço de
papel. Para que o batom tenha mais aderência, aplica-se previamente um pouco de
pó compacto de tons claros.
Ampliar lábios pequenos Engrossar lábios finos Engrossar o lábio inferior
8.6.5. Olhos
Os olhos são órgãos essenciais, pois deles depende o sentido da vista. Os olhos estão
em comunicação com o cérebro por meio do nervo óptico, lubrificados pelas
glândulas lacrimais, e são protegidos pelas pálpebras, pestanas e sobrancelhas.
O estado geral de saúde repercute-se no aspecto saudável e límpido dos olhos. O
fumo, o cansaço, as leituras excessivas, a poluição, a luz demasiado forte, o vento e
muitos outros factores do ambiente e da vida contribuem para a fragilização dos
nossos olhos. Apresentam-se congestionados, vermelhos e baços.
Os chamados pés de galinha são pequenas rugas que se formam junto à comissura
dos olhos. Para as atenuar e prevenir o seu aparecimento, são necessários produtos
específicos para o contorno dos olhos (serum’s, cremes, emulsões, etc.). São
também aconselhadas compressas embebidas em tónicos especiais e folhas de
colagénio.
Olhos salientes
Para os disfarçar cubra a pálpebra com sombra em triângulo para fora e para cima do
centro do olho. Delineie as pestanas inferiores com lápis, aplique a máscara no
centro dos olhos, tanto nas pestanas de cima como nas de baixo. Aplique sempre
tons claros por baixo das sobrancelhas. (Fig. 9)
Com o mais claro, desenhe uma linha da pálpebra em arco. Por cima passe sombra e
esbata. Use o lápis mais escuro para delinear as pestanas, desenhando o canto para
cima. Preencha o espaço com sombra entre as duas tonalidades do lápis. (Fig. 9)
Olhos descaídos
Use lápis no centro da base das pestanas e prolongue para fora a direito. Aplique a
sombra na curvatura da pálpebra. Aplique apenas máscara na parte interior do olho.
Olhos fundos
Crie a ilusão de volume, usando um tom escuro na linha da pálpebra, descendo até ao
canto do olho. Ponha uma cor clara por baixo da sobrancelha e use bastante máscara.
Com esta maquilhagem procuramos dar vida e luminosidade ao rosto, dentro de uma
grande naturalidade, acentuando sempre as características da personalidade da
pessoa.
Passo a passo:
1) Limpar e preparar a pele, com os produtos adequados ao tipo de pele;
2) Aplicar base, ou dado que é de dia, numa pele sem imperfeições basta um creme
hidratante com cor e protecção UVB;
3) Aplicar anti-cernes, que disfarça as olheiras e ilumina o olhar; pode aplicar-se um
pouco em cima das zonas com imperfeições;
4) Aplicar pó facial translúcido, espalhando-o muito bem;
5) Para olhos pretos ou castanhos usar cores quentes (castanho, bege, laranja, tons
terra, rosa, etc.). Para olhos azuis ou verdes usar tons mais frios como azul, verde
ou cinza, mas também pérola, castanho, pêssego;
6) As pestanas devem ter pouco rímel e em cores condizentes com a cor os olhos ou
com a cor das roupas que vestiu;
7) O blush deve ser moderado uma vez que a luz natural realça mais maquilhagem;
8) O batom deverá ser escolhido de acordo com a personalidade, com o verniz e com
a roupa que se usa;
9) Pentear as sobrancelhas e verificar se tudo está bem harmonizado.
Em função da ocasião pode abusar-se um pouco mais nas cores e nas quantidades,
para se obter um efeito mais sofisticado e ousado. A luz artificial, como já referimos,
atenua mais as cores.
A sequência de aplicação é a mesma que para de dia. Pode usar-se uma ampola flash
e pode escolher-se cores de sombras mais intensas, bases que escondam mais as
imperfeições, deve utilizar-se mais pó translúcido pois a luz artificial faz brilhar
mais o rosto. Nos olhos pode acentuar-se o lápis, o eye-liner e o rímel, mas deve-se
evitar que as pestanas fiquem com um ar empastado. Nos lábios pode utilizar-se
cores mais escuras e brilhantes. Deve ter-se sempre o cuidado de harmonizar a
maquilhagem com as cores da roupa. (Foto 3)
8.7.3. Maquilhagem
> Foto 3. Maquilhagem festiva de noiva > Foto 4. Maquilhagem de Noiva
Para um dia tão especial, como o do casamento, todas as noivas querem estar
diferentes e únicas. Isso só é possível se começar a preparar esta importante ocasião
com alguma antecedência.
Preparação da pele: para uma boa maquilhagem é necessário que a pele esteja em
boas condições: limpa, hidratada e nutrida em profundidade. A alimentação deverá
ser o mais saudável possível, com muitas frutas e legumes e deve-se ingerir muita
água. Estas são regras de alimentação e beleza da pele que ela deverá manter sempre
que possível. Deverá também descansar bastante nas noites anteriores, para que o
rosto não acuse o cansaço e o stress.
Aplicação da base com uma Aplicação do pó solto, para Aplicação das sombras nas
esponja, uniformizando depois eliminação do brilho, e um pálpebras, esbatendo.
de previamente se ter corrigido pouco mais de pó nas bolsas
com anti-cernes para proteger dos resíduos das
sombras
Aplicação do blush com pincel Aplicação do baton com um Rectificação final nos lábios.
nas maçãs do rosto, para o pincel, fazendo a correcção com
tornar mais harmonioso. lápis ou com o baton e o pincel
9
TÉCNICAS DE GESTÃO,
MARKETING E VENDAS
9.1. Introdução
Da mesma maneira, a imagem dos outros comunica-nos algo sobre eles.Como não
podemos viver isolados, estamos constantemente em situação de comunicação. A
comunicação das empresas e dos profissionais de qualquer área, deve ser objecto de
uma análise mais cuidada, pois o sucesso profissional e comercial depende da sua
capacidade de bem comunicar as suas ideias, produtos e serviços.
O Marketing evolui das suas antigas origens de distribuição e vendas para uma
filosofia de como relacionar dinamicamente qualquer organização, empresa com o
seu mercado. O Marketing é hoje fundamento de política de todas as empresas e
deve estar presente em organizações de grande ou pequena estrutura, passando
inclusive, por aquelas que não visam lucros, como museus, universidades, igrejas e
outros.
114
“Marketing” palavra inglesa que designa e caracteriza uma determinada filosofia de
gestão, que diz tão simplesmente o seguinte:
Devemos dar ao mercado aquilo que ele quer, ou seja, devemos orientar a nossa
produção, produtos e serviços para a satisfação das necessidades concretas do
mercado. E para sabermos o que o nosso mercado (cliente ou consumidor) quer,
devemos conhece-lo, segmentá-lo segundo as suas características comuns,
identificar as suas necessidades e actuar em conformidade com elas, satisfazendo-as.
É muito difícil pôr em prática com eficiência uma actividade e muito menos fazer a
sua gestão sem um modelo de organização a seguir. O velho ditado “Não meter pés
ao caminho sem conhecer primeiro o seu destino”, tornou-se um velho ditado, por
ser uma verdade básica. No âmbito empresarial, “conhecer o seu destino” significa
conhecer as actividades que é necessário pôr em prática, compreender o seu
contexto e compreender as relações com elas.
Reforçar as vendas é uma actividade táctica. Tornar uma empresa voltada para o
marketing requer, muitas vezes, o refazer da estratégia da firma, da sua cultura, do
estilo de gestão e, nalguns casos, o refazer do pessoal de gestão.
Compreender o meio;
Prever o meio;
Criar produtos e serviços, dentro da empresa, que vão ao encontro das
necessidades e desejos dos clientes;
Promover os produtos e serviços junto dos clientes.
Cada uma destas 4 áreas principais é, por sua vez, composta por
4 sub-áreas:
Prever: Promover:
MercadoProdutos/serviços
ClienteA firma
ConcorrênciaAs vendas
ProdutosO estreitamento de relações com os clientes
A sua compreensão do cliente diz-lhe aquilo que tem que fazer para ter êxito e como
o oferecer. Precisa conhecer com profundidade os seus clientes e aqueles que deseja
que o venham a ser.
Ao fim ao cabo, são as suas decisões de compra que constituem os lucros. Precisa de
lhes oferecer um conjunto de serviços que corresponda ao que eles pretendem
comprar: produto, serviço, prazos e condições.
Em primeiro lugar, precisa saber quem são os seus clientes e os potenciais clientes.
Deve agrupá-los segundo critérios de segmentação por idades, sexo, potencial
económico e financeiro, classe social, ou outros critérios que considere importantes.
Precisa saber por que razão compram os seus produtos e serviços, que tipo de
compra fazem impulsiva ou racional, pequena ou volumosa, deve tentar
compreender porque motivo ganhou determinadas vendas e perdeu outras.
A – chamar a Atenção
I – criar o Interesse
D – despertar o Desejo
A – levar à Aquisição
9.7. Compreender a concorrência
9.8. A previsão
Agora é preciso saber não apenas onde está e como as coisas evoluem no presente,
mas também onde estarão no futuro.
Parte da informação relativa ao futuro pode ser fácil de prever, outra parte poderá
implicar da sua parte um esforço de informação: leituras de revistas da
especialidade, económicas, estar atenta aos meios de comunicação social, etc.
Deve igualmente tentar prever a evolução do mercado, os movimentos da
concorrência, as necessidades dos seus clientes e as evoluções dos produtos.
9.9. A criação
A segunda fase, a fase das vendas, pode dizer-se de uma maneira geral, que abrange
o período entre as duas guerras mundiais.
O nível de vida subiu a um ponto em que a maior parte das pessoas nos países
industrializados têm mais do que suficiente, podendo fazer escolhas, uma situação
totalmente impensável há apenas uns cem anos. O consumidor final já não é movido
pela necessidade, mas sim pelo desejo.
9.10.2. A promoção
Agora que já conhece o contexto dentro do qual está a tentar obter lucros, que já
sabe prever o ambiente, dispõe dos produtos apropriados para oferecer, bem como
de uma estrutura organizativa para apoiar esses produtos e a sua venda, vamos agora
debruçar-nos sobre o aspecto do marketing que muitas pessoas, erradamente, julgam
ser a sua única finalidade: a promoção.
10
MASSAGEM
10.1. Introdução
125
10.2. Características profissionais
Os profissionais que realizam a massagem devem conhecer a anatomia e a fisiologia
do corpo humano, entender a relação entre a estrutura e a função dos tecidos
tratados; e saber diagnosticar com exactidão o problema de maneira a obter os
melhores resultados.
A farda deve estar limpa e apresentável, e permitir a livre movimentação dos braços
e ombros. O calçado deve ser confortável, com saltos baixos ou de altura média,
mas de preferência ortopédicos. Nas senhoras o cabelo deve estar preso. Não se
devem usar jóias, com excepção de um relógio de lapela.
A higiene pessoal, por parte do profissional, é essencial uma vez que ocorre contacto
directo. Os odores corporais são indicação de doença ou higiene precária, e são
particularmente ofensivos.
As mãos devem ser macias, quentes e secas, com unhas limpas, não muito
compridas e sem verniz. Se possível, devem ser lavadas na presença do paciente,
antes de iniciar a massagem.
Em 1952, Gertrude Bear (1887-1971) definiu a massagem como termo usado para
designar certas manipulações dos tecidos moles do corpo. Estas manipulações eram
eficazmente aplicadas com as mãos e administradas com o propósito de produzir
efeitos sobre o sistema nervoso, muscular, respiratório, circulatórios sanguíneo e
linfático.
10.5.1. Direcção
10.5.2. Pressão
10.5.4. Meio
Os escritos de Homero relatam que, desde 1000 a.C., o óleo era usado na massagem.
De acordo com a Odisseia de Homero, uma mulher bonita esfregava e untava os
heróis de guerra para relaxá-los e refrescá-los.
10.5.6. Duração
Todos os autores são unânimes em considerar que o tratamento deve ser frequente e
continuado para se obterem os melhores resultados.
Outros equipamentos:
Uma marquesa firme e articulada, com
uma altura apropriada (± 70 cm) para a postura correcta do massagista
e largura de ± 60-65 cm capaz de permitir à pessoa tratada poder virar-se
facilmente;
A quantidade adequada de toalhas, lençóis e coberturas, e almofadas ou rolos
para apoiar o corpo;
Os produtos cosméticos para a massagem (por exemplo, óleos);
Vibradores mecânicos com vários acessórios, para diversos fins;
Equipamentos complementares: ultra-sons, galvânicas, correntes de média e
baixa frequência, pressoterapia, diatermia e hidrocolector; (Fotos 3 e 4)
Mecanoterapia: bicicleta estacionária, roldanas, roda naútica, etc.
10.9.1. Afloramentos
Manobras que actuam a nível linfático e venoso superficial. Deslizamento suave das
palmas das mãos ou dos dedos, com uma determinada pressão. Devem ser feitas
Pressões Afloramentos
Amassamentos Percussões
Manobras localizadas, com efeitos profundos. Devem ser feitas com 30-50 mmHg
(baixa pressão, actua a nível superficial), 50-80 mmHg (pressão média), 80 mmHg
(pressão alta). Actuam a nível venoso profundo e muscular.
O limite máximo aconselhado é de cerca de 70% da pressão arterial e é pouco
aconselhado a doentes hipertensos graves. Trata-se de um tipo de manobra
tonificante, uma vez que activa a circulação sanguínea nas fibras musculares e nos
tecidos em geral. É também chamada massagem de pressões por pontos, uma vez
que se exerce pressão com a ponta dos dedos em determinados pontos do rosto.
(Fig. 1)
10.9.3. Amassamentos
Manobras que actuam a nível profundo. Devem ser realizadas com uma pressão
média de 50-80 mmHg. Os movimentos são rítmicos, profundos e repetitivos, por
forma a estimular a drenagem venosa, aumentar a elasticidade e reactivar a
vitalidade do tecido. São movimentos muito importantes na massagem porque a
compressão dos tecidos, ao nível muscular, estimula o metabolismo e favorece a
eliminação das acumulações adiposas e da retenção de líquidos. Estes movimentos
podem realizar-se com a mão toda mas, normalmente, realizam-se com os nós dos
dedos, em movimentos de arraste em sentido rotativo. (Fig. 1)
10.9.4. Fricções
10.9.5. Percussões
Agitação e vibração. A percussão provoca uma vibração nos tecidos que ocasiona
um descolamento da densidade fibrosa. Estas manobras ajudam à eliminação dos
resíduos do metabolismo. Todas as acções de batimento, seja com toda a mão ou
apenas parte dela, como é o caso do chamado “toque de piano” ou o golpeamento
com a parte lateral, são manobras activas de percussão. Activam a circulação, são
tonificantes e reafirmantes. O seu ritmo deve ser rápido, mas a intensidade suave
para não magoar. (Fig. 1)
10.9.6. Vibrações
Estes movimentos consistem em fazer tremer as mãos sobre uma determinada área,
transmitindo-lhe essa vibração. Podem utilizar-se vibradores mecânicos que
realizam uma vibração mais uniforme e homogénea. Para maior suavidade pode
interpor-se a mão entre o aparelho e o paciente. No rosto, as vibrações realizam-se
principalmente no queixo, nas têmporas, na testa e nas costas. São manobras muito
relaxantes.
10.9.8. Leque
É um movimento muito harmonioso que requer umas mãos (e uns pulsos) bem
treinados e flexíveis. Trata-se de imitar com as mãos o abrir e fechar de um leque,
com movimentos rotativos em ambos os sentidos. Ajuda ao relaxamento de toda a
musculatura e favorece a drenagem dos líquidos retidos. Devem realizar-se
movimentos de deslizamento e afloramento para descontrair. Numa massagem
facial completa deve incluir-se também a região dos ombros e da nuca. Esta é uma
área em que se acumula a tensão nervosa e, como tal, deve ser previamente
descontraída.
Efeito de permeabilidade;
Efeito vascular e osmótico;
Efeito refirmante e modelador;
Efeito de motricidade;
Efeito mecânico e de depuração;
Efeito de sedação.
Assim, a massagem:
Favorece a reciclagem de substâncias fundamentais ao tecido conjuntivo;
Diminui a rede fibrosa;
Elimina resíduos e toxinas acumuladas;
Melhora o intercâmbio osmótico;
Refirma e melhora a silhueta;
Melhora o retorno venoso;
Provoca uma maior oxigenação celular;
Melhora o estado da pele;
Melhora a motricidade dos movimentos;
Diminui os sintomas dolorosos;
É sedante do sistema nervoso;
Diminui a ansiedade e o stress;
É psicologicamente gratificante.
10.11. Tipos de massagem
10.11.1. Massagem do Pé
O descanso é vital para o bem-estar da grávida e do feto uma vez que alivia a
pressão nas costas e no abdómen.
O acondicionamento da sala de tratamento deve apresentar-se: Com
luz e de preferência natural;
Com música ambiente relaxante;
Com temperatura agradável;
Evitar cheiros fortes que nesta fase podem provocar desconforto.
Preparação para a massagem da grávida
É através da massagem que a nossa cliente vai receber sensações de conforto e bem-
estar, os pequenos detalhes dentro do gabinete devem estar perfeitamente
harmonizados para conseguir os efeitos desejados durante o tratamento. Assim,
devemos cuidar de todos os pormenores que podem causar algum desconforto. O
ambiente desempenha um papel fundamental: Um ambiente acolhedor, calmo e
confortável, com uma temperatura de aproximadamente 24 ºC a música perfeita, a
máxima higiene e uma iluminação relaxante, serão aspectos indispensáveis para
conseguir o maior relaxamento, tanto físico como mental, da grávida e do feto. As
técnicas de massagem, específicas, que realizaremos na mulher gestante vão ajudar
a melhorar a drenagem natural da linfa, diminuindo os dolorosos edemas tão
normais desta fase.
10.12.1. Estrias
O aparecimento de estrias não depende unicamente de alterações de peso ou volume
corporal (engordar ou emagrecer subitamente). Nalgumas pessoas, que não têm
alterações nas suas medidas corporais, também aparecem estrias. Isto quer dizer que
neste processo têm influência outros factores, como sejam: a própria constituição da
pessoa, problemas hormonais e a ingestão de certos fármacos. As estrias são atrofias
cutâneas, em forma de linhas mais ou menos sinuosas que se localizam no tecido
conjuntivo e que se observam na epiderme. Constituem um estado patológico de
ruptura do tecido conjuntivo da derme, caracterizado por uma fibrose excessiva.
Localizam-se principalmente no ventre, nas ancas, nas nádegas e nos seios.
As estrias aparecem durante os estados de crescimento e gravidez, ou seja, nos
períodos em que o tecido dérmico se vê submetido a tensões, devido ao aumento de
volume. Nos indivíduos com menor resistência dérmica, isto acontece mais
facilmente.
Tratamentos
A estria, uma vez formada, não é possível ser eliminada a não ser através de
correcção cirúrgica. O tratamento estético da estria consiste em melhorar a sua
aparência, diminuindo a fibrose e, principalmente, evitar o seu aparecimento.
Tratamentos preventivos:
A prevenção do aparecimento de estrias faz-se através da aplicação diária de
cosméticos que restituam à pele elasticidade, hidratação e nutrição que potenciem a
regeneração dos tecidos.
São cosméticos que incorporam substâncias como a elastina e o colagénio
(componentes essenciais da boa condição dos fibrócitos e, consequentemente, da
elasticidade), extractos de plantas e placenta, aminoácidos, vitaminas (A, C, E, F).
Evitar alterações súbitas de peso, procurar fazer algum tipo de exercício para manter
a pele e os músculos flexíveis, evitar a excessiva exposição solar e manter uma
alimentação equilibrada, são outros exemplos de prevenção.
Tratamentos curativos:
O tratamento das estrias, como já foi referido, destina-se a melhorar a sua
componente fibrosa e, consequentemente, o seu aspecto. Para esta melhoria é
importante saber a “idade” da estria, porque quanto mais recente for, melhores serão
os resultados. A estria que ainda se encontra irrigada está mais receptiva ao
tratamento. Em estrias muito antigas, já com uma cor esbranquiçada, a irrigação
sanguínea já quase não existe e essa estria é na verdade uma cicatriz do tecido. A
sua regeneração é mais difícil, mas é possível.
Para além de todas as medidas acima descritas para a prevenção, devem utilizar-se
tratamentos específicos de gabinete, tais como a iontoforese, a massagem com
cosméticos regeneradores e, principalmente, tratamentos com laser em combinação
com ultra-sons.
10.12.2. Celulite
O Que é a Celulite?
A celulite é uma alteração do tecido cutâneo e subcutâneo que se faz notar através
da chamada pele “casca de laranja”. (Fig. 7)
146
> Foto 7 e 8. Antes e Depois
10 Massagem
147
10.13. Outros tipos de massagens
Como é sabido, as pessoas são todas diferentes com tendências e estilos de vida
próprios. Como tal, também os chakras se apresentam com diferentes tendências e
características, como se pode observar no quadro 1.
E para terminar estas breves noções, convém salientar que quando as chakras estão
equilibrados de acordo com a constituição do indivíduo, o resultado é perfeitamente
positivo, e ao contrário sucedem-se as inevitáveis enfermidades.
Vata Vivaz/ alegre Imaginativo
Constituição
delgada
Pitta Constituição Ordenado/ Inteligente
média eficiente
10.13.4. Digito-Pressão
Esta massagem teve origem nos E.U.A e as técnicas que nela se empregam são
simples e evoluíram a partir da massagem tradicional actualmente baseada nos
princípios orientais. Os Norte Americanos, Dr. Richard Alanson e Dr. Larchassen
Armilkha, em 1923, lançaram esta técnica de massagem na sua Escola Royal
Institute, na Califórnia, mas foram os seus sucessores, que em 1973 relançaram de
novo esta técnica de massagem através de obras escritas. O livro que hoje em dia
está à venda chama-se “Massagem RICHARD ALANSON”.
10.13.12. Reflexoterapia
Consiste na estimulação de diversas zonas reflexas do corpo, situadas nas mãos, nos
pés e nas costas. Cada zona destas encontra-se ligada através de correntes
energéticas a órgãos e glândulas diferentes, que são igualmente estimulados através
da massagem.
As pedras devem ser aplicadas a uma temperatura aproximada de 50ºC e podem ser
alternadas com pedras frias a uma temperatura aproximada de 4 a 8ºC para produzir
choques térmicos.
Desmaquilhagem
A higiene ou desmaquilhagem é a primeira operação a ser realizada, e, quando
correctamente feita, é fundamental para manter a pele em boas condições. Os
produtos a utilizar para a desmaquilhagem devem ser compatíveis com o tipo de
pele da pessoa a tratar. Utilizam-se emulsões suaves (leite de limpeza), gel, sabão
próprio ou produto em mousse (que se emulsionam em contacto com a água) e
tónico.
Sequência da Desmaquilhagem
É uma pele sã e equilibrada, está bem protegida porque as suas secreções sebáceas e
sudoríparas são normais. É uma pele fina mas flexível, resistente às agressões dos
factores climatéricos e bronzeia com facilidade. Não apresenta imperfeições, é
suave ao tacto e tem um brilho mate moderado.
Não necessita de grandes cuidados especiais; deve apenas manter-se sempre limpa,
nutrida e hidratada para conservar o seu equilíbrio. (Fig. 15)
secreções suficientes. A pele está pouco protegida das agressões exteriores e, muitas
vezes, tem um aspecto áspero e a escamar. É a pele característica dos povos do norte
da Europa (Fig. 15). É também uma pele fina, de brilho mate mas de cor rosada. Os
poros são muito cerrados, pelo que esta pele fica facilmente asfixiada e áspera.
Normalmente é bastante sensível, tem dificuldade em bronzear-se e corre mesmo o
risco de fazer queimaduras solares. Esta pele envelhece facilmente e necessita de
cuidados especiais, com agentes de limpeza suaves, calmantes e descongestionantes.
São de recomendar todos os cremes emolientes gordos e sempre o uso de filtro solar
com elevado factor de protecção.
É uma pele com um duplo problema: para além de ser carenciada em gordura, tem
também um baixo teor de hidratação, ou seja, está seca e sem água. Apresenta uma
carência em lípidos hidrófilos, capazes de reter a água no seu interior. (Fig. 15) Este
problema pode ser devido a factores intrínsecos a factores externos, como sejam as
condicionantes ambientais, ou como o próprio envelhecimento cutâneo. Com efeito,
as pessoas que trabalham ao ar livre, principalmente em climas secos, apresentam
este tipo de pele.
É muito sensível e normalmente apresenta-se áspera ao tacto. Como é muito
desprotegida tem uma grande tendência para criar eczemas e infecções.
A falta de nutrientes faz com que envelheça precocemente. Tolera o sol com
dificuldade. Esta pele necessita também de cuidados especiais com agentes de
limpeza de pH ácido, calmantes e suavizantes. Necessita de cremes que lhe dêem
hidratação (para repor a água que perde facilmente) mas também de cremes com
excipientes gordos que lhe devolvam a elasticidade.
Deslizamento na zona
Afloramento no Pressões no orbicular
mentoriana ao bolbo da
orbicular dos olhos dos olhos
orelha
Amassamento nodular no
Petrissage Movimento em leque
duplo queixo
10.17. Hidratação
O nosso corpo perde diariamente dois litros de água e desta quantidade, 20%
correspondem à pele. As células da epiderme são empurradas para a superfície
cutânea e à medida que os intercâmbios de água se tornam mais difíceis, a
alimentação e a hidratação que se iniciam nas camadas inferiores da pele faz-se com
maior dificuldade. Quando exteriormente, essa humidade se evapora, mais líquidos
vêm do interior e tendem a compensar o equilíbrio perdido. A pele começa a
envelhecer quando começa a desidratar e esse processo pode começar numa idade
precoce. O processo de desidratação/envelhecimento depende de uma série de
factores:
Factores Externos:
Climatéricos (sol, frio, vento, temperatura ambiente, ambiente seco);
Agressão química;
Cosméticos inadequados ou de qualidade duvidosa; Substâncias
alcalinas.
Factores Internos:
Desequilíbrio hormonal;
Patologias diversas (úlceras duodenais, disfunções hepáticas e renais);
Medicamentos (ex.: uso constante de diuréticos);
Dietas alimentares;
Psicossomáticos (stress, tensão pré-menstrual, trauma emocional.
10.18. Nutrição
Em estética, o processo de nutrição procura o melhoramento da pele,
potencializando as funções vitais do tecido epitelial. A nutrição não é só uma
sequência individual, deve ser acompanhada de uma excelente hidratação.
Após a limpeza de pele, esta fica desprotegida de emulsão epicutânea (filme que a
protege das variações climáticas), ou seja, fica desprovida do seu manto oleoso e do
seu suprimento nutritivo.
10.19.1. Acne
Causas:
1) Aumento da actividade sebácea devido à hipertrofia da glândula, provocada por:
a) Factores genéticos;
b) Factores hormonais, que são os principais factores do acne vulgar. O
desequilíbriodo índice hormonal andrógeno, estrógeno a favor do primeiro,
determina uma causa importante do início desta patologia;
2) Alteração da diferenciação folicular epitelial. O acne surge nos folículos
sebáceos,nos quais se observa um aumento da troca das células epiteliais;
3) Factores microbianos, ou seja, a presença da bactéria propionibacterium acne;
4) Factores medicamentosos. Diversas drogas favorecem a produção do acne, as
mais frequentes são os andrógenos (ligados ao desenvolvimento da fertilidade) e
os barbitúricos (calmantes, soníferos, anti-depressivos);
5) Factores cosméticos. Utilização de cosméticos faciais com excesso de óleo que
obstruem o orifício pilossebáceo e intensificam a erupção, tudo isto aliado à
deficiente limpeza da pele;
6) Factores alimentares. A excessiva ingestão de alimentos gordurosos
hidrocarbonados e o seu insuficiente metabolismo podem, em alguns casos,
acentuar o acne; 7) Factores emocionais, desequilíbrio emocional, stress, etc.
O acne varia de indivíduo para indivíduo mas normalmente surge aos 11 anos e a
sua maior intensidade é entre os 13 e os 19 anos. Localiza-se nas zonas mais
gordurosas, como sejam o rosto, a região dorsal e pré-esternal. O acne tardio,
principalmente nas mulheres e na pré-menopausa, está normalmente ligado a
disfunções hormonais. O/A cliente com este problema de índole estética apresenta
uma importante carga emocional que deverá ser considerada pelo médico e pela
profissional de estética, que após o diagnóstico da situação escolherão qual o melhor
tratamento a seguir.
170
> Foto 10. Acne no rosto
10 Massagem
Classificação do acne:
Não inflamatório: apresenta só excesso de produção sebácea e comedões;
Inflamatório: apresenta pápulas e, num grau mais grave, pode apresentar nódulos,
abcessos e quistos que se estendem para fora da área do rosto.
10.19.2. Rosácea
Apresenta 3 a 4 fases:
1) Eritematoso: apresenta congestão centro-facial, primeiro passageira e depois
permanece constante;
2) Telangiectásia ou couperose: mostra numerosas dilatações vasculares ao nível
dos capilares;
3) Pápulo-pustuloso: caracteriza-se pela presença de pápulas e pústulas, que se
diferenciam do acne pela ausência de comedões;
4) Hipertrófico: caracteriza-se pela rinofina (mais frequente no sexo masculino).
171
estamos necessariamente a pensar em idade, mas sim a um estado da pele que se
caracteriza pelo seu envelhecimento.
O rosto e as mãos, apresentam os sinais de envelhecimento precoce, os sinais mais
visíveis são: um adelgaçamento progressivo da espessura cutânea com uma
diminuição da actividade dos fibroblastos, menor capacidade de fixar a hidratação e
de estimular a nutrição, aumento substancial da camada córnea, dando origem ao
aparecimento de rugas e flacidez. As rugas são um sinal de envelhecimento, as
primeiras rugas são vulgarmente denominadas de micro-rugas de expressão. À
medida que o tempo avança as rugas vão-se aprofundando e a pele perde tonicidade
e a flacidez acentuase e estende-se ao pescoço.
Na testa este processo é acentuado por volta dos 40 anos, pelo acto de se franzir o
cenho, evidenciando mais os vincos.
Nas maçãs do rosto o tecido gorduroso que fica sob a pele diminui, fazendo com que
as duas camadas que o recobrem, a derme e a epiderme percam a sustentação dando
a impressão de “caídas”.
E para finalizar, o pescoço, onde se acentua a flacidez da pele e dos músculos, sendo
este processo mais nítido em mulheres que ao longo da vida emagreceram e
engordaram diversas vezes.
A esteticista pode atenuar as rugas, melhorar a sua aparência estética, e caso seja
necessário, aconselhar uma cirurgia plástica.
Como medida preventiva deve manter a pele limpa e protegida das agressões
climatéricas, aconselhar cosméticos hidratantes e nutritivos, proteger a pele nas
exposições solares e fazer uma alimentação saudável. Quer isto dizer que, para obter
o melhor resultado e o mais duradouro, deve aconselhar tratamentos de manutenção
a serem feitos pela cliente diariamente em casa.
Tratamento diário de manutenção anti-rugas:
1) Limpar a pele, duas vezes por dia, de manhã e à noite, com leite e
tónicoadequado ao tipo de pele;
2) Aplicar um sérum ou uma ampola hidratante;
3) Creme regenerador, nutritivo e hidratante, conforme a necessidade da pele.
Em peles finas e desidratadas deve fazer-se uma máscara hidratante, 2 vezes por
semana, e em peles com manchas ou muito enrugadas deve fazer-se um peeling,
duas vezes por mês, sendo também recomendado o respectivo tratamento em cabine
duas a três vezes por semana.
11
ESTÉTICA
MASCULINA
175
12 Tratamentos Especiais
A pele do homem é mais grossa e mais oleosa. O seu sistema piloso é mais
desenvolvido e, normalmente, tem um maior nível de sudação. Estas diferenças são
resultado do seu sistema hormonal (principalmente das hormonas testosterona e
progesterona). Como a pele do homem é mais espessa e mais rica em óleo, a
profissional deve escolher cosméticos mais fluidos e mais ricos em água, por serem
Manual de Estética
11.2. Tratamentos
Corporais
Nos homens, estes tratamentos são
mais localizados, uma vez que os
problemas concentram-se em zonas
menos extensas.
Dada a sua constituição genética, o
homem não desenvolve celulite mas
antes gordura e retenção de líquidos.
176
O homem moderno que frequenta os centros de estética não só procura diminuir
algumas gordurinhas inestéticas, mas também recuperar o equilíbrio físico e
psíquico. A massagem ajuda a diminuir o stress produzindo um maior relaxamento,
tanto físico como mental. Os tratamentos destinados ao homem podem ser muitos e
variados, entre outros, tratamentos de manutenção e beleza, reafirmação,
remodelação, pernas cansadas, anti-stress, desintoxicação. Estes tratamentos ajudam
a manter uma boa forma física.
12
TRATAMENTOS ESPECIAIS
12.1.1. A Sauna
A história das saunas secas ou húmidas perde-se na poeira dos tempos. As saunas
húmidas são consideradas pela maioria das pessoas como a forma mais tradicional
de as apreciar.
Os efeitos terapêuticos que a sauna exerce sobre o organismo são vários e todos eles
> Foto 1. Sauna
muito benéficos para a saúde e bem-estar.
Manta de Sudação
São uma série de tecidos envolventes e isolantes contendo no seu interior uma
resistência especial que gera calor. São utilizadas nos cuidados estéticos para
potenciar a acção térmica de sudação como, banhos de parafina e cremes de sudação
ou outras técnicas de envolvimento que necessitem de uma fonte de calor.
Contra-indicações
Existe, efectivamente, uma série de circunstâncias ou alterações patológicas cujas
características fazem com que estas terapias de calor sejam contra-indicadas em
determinadas situações:
Cardiopatias graves ou não compensadas: insuficiência coronária, miocardite,
enfarte, síndrome anginoso; Varizes, tromboflebite, embolias;
Tuberculose pulmonar activa, asma;
Insuficiência renal ou hepática
grave; Hiper ou hipotensão.
12.2. Balneoterapia
12.3. Hidroterapia
A hidroterapia é um dos mais
completos tratamentos
realizados através da água e a
sua utilização, pode ser com
fins terapêuticos médicos ou
estéticos. A água influi sobre o
organismo humano, não só pela
sua composição química,
variação de temperatura e
pressão, mas também física pela
acção mecânica e térmica.
12.4. Helioterapia
Para além de todos os efeitos benéficos
para a pele, sem o Sol seria impossível
a vida na terra. A exposição solar é
indispensável e essencial no bem-estar
e na preservação da saúde. Ainda
assim, são alguns os efeitos nefastos do
excesso de radiação solar, sendo que, o
escurecimento da pele pela oxidação da
melanina é uma reacção de sua defesa
(principal) contra as agressões solares.
Contra indicações:
Pessoas Albinas;
Ruivos;
Pessoas com xerorderma pigmentosum;
Durante a prescrição de medicamentos fotossensíveis;
Utilizar protecção ocular;
Evitar a exposição sobre peles eritmatosas;
Evitar a exposição sobre tumores cutâneos;
Consultar o médico em caso de se sofrer de: insuficiências hepáticas ou renais
doenças cardiovasculares, tuberculose, hipertiroidismo, dermatoses generalizadas,
diabetes, etc;
Não fazer mais do que uma sessão de solário diária;
Numa primeira sessão não se expor a mais do 100 J/m2;
Não expor a pele a mais do que 25 Kj/m 2, num período igual ou menor a
um ano.
Reacção ao sol
IV V VI
II 250
Tipo europeu de pele clara. Queima-se
quase sempre, bronzeado moderado após
repetidas exposições.
III 350
Tipo europeu de pele escura. Queima-se com
relativa frequência, bronzeado progressivo após
repetidas
exposições
IV 450
Tipo mediterrâneo. Raramente se queima, bronzeiase
bem e com facilidade.
13
DERMOCOSMÉTICA
A pele fina encontra-se no restante corpo e é mais flexível do que a pele espessa.
Cada camada contém menos camadas de células do que as encontradas na pele
espessa; a camada granulosa é normalmente constituída por apenas uma ou duas
camadas de células e a translúcida encontra-se geralmente ausente. A derme sob
pele fina projecta-se para cima como papilas separadas e não produz as rugosidades
observadas na pele espessa. Só na pele fina se encontram pêlos.
Toda a pele, incluindo a epiderme e a derme, varia de espessura entre os 0,5 mm nas
pálpebras e 5 mm na parte de trás dos ombros. Os termos fino e espesso, que se
referem apenas à epiderme, não devem ser usados quando se considera a espessura
total da pele. A maior parte da diferença na espessura total da pele resulta na
variação da espessura da derme. Por exemplo, a pele das costas é uma pele fina,
enquanto a das palmas das mãos é uma pele espessa; contudo a espessura total da
189
pele nas costas é superior à da palma das mãos visto que há mais derme na pele das
costas.
A cor da pele é determinada pelos pigmentos presentes na pele, pelo sangue que
circula através da pele e pela espessura da camada córnea.
A melanina, pigmento castanho escuro, é responsável pela maior parte da cor da
pele. Encontram-se grandes quantidades de melanina em certas regiões da pele, tais
como sardas, manchas, mamilos, auréolas das mamas, axilas e órgãos genitais;
outras áreas do corpo como os lábios, as palmas das mãos e as plantas dos pés
possuem menos melanina.
A produção de melanina está sob o controlo de uma hormona excretada pelo
hipotálamo do cérebro, designada por hormona estimulante dos melanócitos (MSH).
Os melanócitos são células de forma irregular com muitos prolongamentos longos,
que se estendem entre os queratinócitos das camadas basal e espinhosa. A melanina
encontra-se contida em vesículas denominadas melanossomas, que são libertadas a
partir dos prolongamentos celulares por exocitose.
Os queratinócitos adjacentes aos prolongamentos dos melanócitos obtêm os grânulos
de melanina por fagocitose e formam os seus próprios melanossomas.
Apesar de todos os queratinócitos poderem conter melanina, apenas os melanócitos
a produzem e cada melanócito fornece melanina a cerca de 36 queratinócitos. A
produção de melanina é determinada por factores genéticos, hormonais e exposição
à luz.
15
14
16 13 Glândula sebácea
1 Veia
12 Artéria
Tecido adiposo
Folículo adiposo
Fibra nervosa
Ducto sudoríparo (suor )
11 Glândula sudorípara (suor ) 9-
Corpúsculos de Paccini
Tecido subcutâneo
Derme
10 Epiderme
2
3 Poro sudoríparo (suor ) 14-
Pêlo
9 Camada córnea
4 Camada basal
8
5 7
6
Epiderme
A epiderme é uma camada de tecido epitelial (epitélio de descamação estratificado),
que reveste exteriormente a superfície do corpo, é formada por várias ordens de
células sobrepostas e organizadas em estratos, e separada da derme por uma
membrana basal. Não contém vasos sanguíneos e é alimentada por difusão pelos
capilares da camada papilar.
A maior parte das células da epiderme são queratinócitos, que produzem uma
mistura protéica fibrosa e insolúvel, denominada queratina.
Os queratinócitos são responsáveis pela força estrutural e pelas características de
permeabilidade da epiderme. As outras células da epiderme incluem os melanócitos,
que contribuem para a cor da pele, e as células de Langerhans, que fazem parte do
sistema imunitário. As células são produzidas nas camadas mais profundas da
epiderme por mitose.
Sempre que se formam novas células, estas empurram as células mais velhas para a
superfície, onde descamam. As células mais exteriores deste conjunto estratificado
protegem as células subjacentes e as células replicantes mais profundas vão
substituindo as células perdidas à superfície.
À medida que se deslocam das camadas epidérmicas mais profundas para a
superfície, as células mudam de forma e de composição química.
Este processo é denominado queratinização, uma vez que as células vão acumulando
queratina. Durante a queratinização, estas células eventualmente morrem e
produzem uma camada externa de células que resistem à abrasão e formam uma
barreira de permeabilidade.
Apesar da queratinização ser um processo contínuo, é possível reconhecer fases de
transição distintas à medida que as células se modificam. Com base nestas fases, as
muitas camadas de células da epiderme são divididas em estratos ou camadas.
Derme
Parte profunda da pele, situada entre o revestimento epitelial, ou epiderme, e o
tecido subcutâneo, mais profundo, ou hipoderme. O ponto onde a epiderme e a
derme se encontram forma uma área de muitas ondulações e cavilhas, designadas
cristas interpapilares.
A derme é responsável pela força estrutural e flexibilidade da pele. A epiderme troca
gases, nutrientes e produtos de excreção com os vasos sanguíneos da derme. A
derme é uma larga camada de tecido conjuntivo de fibras de colagénio e elastina, de
glândulas sudoríparas e sebáceas e raízes pilosas. É de forma irregular, ricamente
irrigada e enervada (densa), que assegura à pele a sua nutrição e coesão.
Compreende três estratos: o superficial, o médio e o profundo.
Hipoderme
Da mesma forma que uma casa assenta nos seus aliceres, a pele repousa na
hipoderme, que a liga aos ossos e músculos subjacentes e lhe fornece vasos
sanguíneos e nervos. É composta por tecido conjuntivo laxo, com fibras de
colagénio e de elastina, situado abaixo da derme, e que se prolonga para o interior.
Os principais tipos de células na hipoderme são os fibroblastos, as células adiposas e
os macrófagos. A hipoderme, que não faz parte da pele, é por vezes designada por
tecido celular subcutâneo ou fascia superficial.
Cerca de metade da gordura armazenada no corpo encontra-se na hipoderme e a sua
quantidade e localização variam com a idade, o sexo e a alimentação. Esta camada
gorda, denominada panículo adiposo, está dividida em lóbulos por meio de fibroses.
É depositada e distribuída de acordo com o sexo e responde pela diferença na forma
corporal entre homens e mulheres. É ainda um isolador do calor e do frio, uma
almofada contra os traumatismos e um armazém de reservas nutritivas. A super
alimentação resulta no aumento da deposição de gordura debaixo da pele. Os tecidos
subcutâneos e a quantidade de gordura depositada são factores importantes na
regulação da temperatura corporal.
Glândulas Sudoríparas
As glândulas sudoríparas encontram-se na pele sob duas formas. As pequenas
glândulas sudoríparas merócrinas ou écrinas, o tipo mais comum, são glândulas
simples glomerulares tubulares que abrem directamente para a superfície da pele
através dos poros sudoríparos.
Estas glândulas podem dividir-se em duas partes: a porção profunda glomerular, que
se encontra na sua maior parte na derme, e o canal, que se estende até à superfície da
pele. A porção glomerular da glândula produz uma secreção líquida isotónica, na
maior parte água, mas que também contém alguns sais (principalmente cloreto de
sódio) e pequenas quantidades de amónia, ureia, ácido úrico e ácido láctico. À
medida que este líquido se desloca através do canal, o cloreto de sódio é removido
por transporte activo, conservando os sais e originando um líquido hipotónico,
denominado suor. Quando a temperatura do corpo começa a elevar-se acima dos
níveis normais, as glândulas sudoríparas produzem suor, que evapora e arrefece o
corpo. O suor pode também ser libertado nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e
nas axilas como resultado de stress emocional.
As glândulas sudoríparas merócrinas estão distribuídas por quase todo o tegumento,
mas estão ausentes nas margens dos lábios, nos pequenos lábios da vulva e nas
extremidades do pénis e clitóris. Apenas alguns mamíferos, como os seres humanos,
possuem glândulas sudoríparas merócrinas na pele coberta de pêlo.
As grandes glândulas sudoríparas apócrinas são glândulas compostas por
glomerulares tubulares que normalmente se abrem para os folículos pilosos
superficialmente à abertura das glândulas sebáceas. Estas glândulas profundas
encontram-se nas axilas e nos genitais (escroto e grandes lábios) e em torno do ânus.
Tornam-se activas durante a puberdade como resultado da influência das hormonas
sexuais.
A sua secreção é uma substância orgânica turva contendo detritos celulares, ou seja,
resíduos do metabolismo das células; é essencialmente inodora quando libertada
inicialmente, mas é rapidamente metabolizada por bactérias para originar o que é
vulgarmente conhecido como cheiro corporal.
As glândulas sudoríparas de folículo piloso são uns pequenos tubos cegos e
compridos, cuja extremidade inferior está disposta em espiral esférica e sendo a
superior, o canal. As glândulas sudoríparas de folículo piloso têm a função de
dissipar o calor corporal. O suor écrino apresenta geralmente reacção ácida devido
ao seu conteúdo elevado de ácido láctico. O pH oscila entre 4 e 6, enquanto que o
pH do suor apócrino é mais alto e normalmente alcalino.
Pêlos
A presença de pêlos é uma das características comuns a todos os mamíferos. O pêlo
é um apêndice córneo da epiderme com forma de filamento flexível. Recobrem todo
o nosso corpo salvo algumas zonas como as palmoplantares e as semimucosas. Têm
origem nos folículos pilosos. O folículo piloso é uma invaginação tubular em
direcção oblíqua da epiderme na derme, podendo chegar à hipoderme. No folículo
piloso desembocam as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas apócrinas.
O pêlo encontra-se dividido em haste e raiz. A haste projecta-se fora da superfície da
pele, ou seja, é a parte visível do pêlo e é formada por células mortas queratinizadas.
A raiz é a parte do pêlo que está dentro da pele, ou seja, sob a superfície da pele e é
formada por células vivas. (Fig. 2)
É no bolbo piloso que se gera o pêlo. Possui capilares que alimentam o pêlo e
melanócitos que sintetizam o pigmento da cor do pêlo.
Num corte transversal do pêlo, identificam-se três diferentes partes. A medula ou
zona central que tem origem no centro da papila e que se estreita à medida que
ascende, o córtex ou zona intermédia que rodeia a medula e a cutícula ou capa que
rodeia o córtex e é formada por células em forma de escamas.
As células matrizes do pêlo não estão em reprodução contínua, existem períodos de
actividade alternados com períodos de repouso e atrofia. O pêlo tem um ciclo vital
no qual distinguimos três fases: a fase anágena que é o estado de formação e
crescimento do pêlo, a fase catágena que é o período de repouso das células
matrizes, ou seja, o crescimento pára e o pêlo solta-se da papila e a fase telógena que
é a fase final na qual a papila desaparece, o bolbo queratiniza-se e o pêlo cai. O
crescimento do pêlo é regulado por factores nervosos e hormonais uma vez que o
folículo é muito enervado e vascularizado.
O músculo erector do pêlo é um músculo pequeno formado por fibras musculares
lisas que vão desde as paredes do folículo até à camada papilar da derme. A sua
contracção é regulada pelo sistema nervoso autónomo. O músculo verticaliza o pêlo
em resposta a situações de ansiedade e frio “pele de galinha”.
11
1 10
9
Camada basal
8
Glândulas sebáceas (sebo) 3- Bolbo de pêlo
4- Papila contendo vasos sanguíneos alimentadores 5-
7 Veia
2 Artéria
Músculo erector levantando o pêlo 8- Escamas da
cutícula
3 Córtex
Medula
Camada córnea
4 6
5
> Fig. 2. Estrutura do pêlo
Unhas
As unhas são produções epidérmicas córneas com forma de lâminas convexas,
duras, flexíveis e translúcidas. Recobrem a parte dorsal da 3ª falange dos nossos
dedos das mãos e pés, protegem as pontas dos dedos e ajudam a aumentar a pressão
que estes exercem ao agarrar objectos.
As células que formam a unha estão totalmente queratinizadas, do mesmo modo que
as células da camada córnea da epiderme, embora a queratina seja mais dura por
conter mais enxofre.
A unha é flexível e elástica, brilhante e suave porque também é rica em lípidos e
mucopolissacáridos.
Em relação ao crescimento, as células da matriz da unha estão em contínua divisão e
uma vez intocadas a unha cresce. A velocidade de crescimento varia com a idade e a
temperatura.
Asa capilar
Plexo subcapilar
Artéria
Plexo subcutâneo
Veia
Corpúsculos
> Fig. 4.
Terminações nervosas
Corpúsculo
de
Meissner
Emulsão epicutânea
Emulsão é uma mistura de duas substâncias não solúveis entre si e constituída por
duas fases: a fase dispersa e a fase dispersante. O exemplo mais comum de emulsão
é a mistura entre a água e o óleo, podendo dar-se dois tipos:
Excretor
Fu
a da dessecação
nç
ões da penetração de
Protector substâncias dos
da
a
pel traumatismos
e das radiações
Termo reguladora De dos germes patogénicos
relação
De metabolismo
Função excretora
Através da pele eliminamos uma grande quantidade de resíduos resultantes do
metabolismo corporal e, por isso, diz-se que é um órgão que complementa os rins. A
função excretora da pele está representada pelas secreções sebácea e sudorípara, que
têm como missão excretar resíduos metabólicos e toxinas, e também de manter em
perfeitas condições a camada córnea, para que esta realize a sua função protectora.
Além disso, a secreção sudorípara intervém no equilíbrio de água e sais do nosso
corpo e na regulação da temperatura do mesmo.
Função protectora
A camada córnea tem importância fundamental na protecção da pele, uma vez que a
sua estrutura forma uma couraça densa e resistente praticamente inatingível.
A pele protege-nos da dessecação. A camada córnea, devido à queratina e às
gorduras que contém, evita a nossa desidratação e permite que a água se difunda
lentamente através da epiderme. A pele opõe-se à penetração de substâncias porque
a camada córnea forma uma barreira capaz de neutralizar ácidos e bases diluídos e
impede que a epiderme absorva compostos tóxicos ou irritantes.
Este sistema não é infalível, a epiderme pode ser invadida e, embora em pequenas
quantidades, pode ser atravessada por certas substâncias. A absorção pode ser por
via transepidérmica (através das camadas epidérmicas) ou via transanexial (através
do folículo piloso e da glândula sebácea). A água, os electrólitos, os metais
pesados, algumas proteínas e algumas substâncias lipossolúveis são exemplos de
substâncias que penetram através da pele intacta.
A pele por ser elástica, flexível e resistente, é capaz de amortizar golpes e resistir a
tracções, sem desgastar-se. Para esta capacidade de protecção a traumatismos
contribuem a camada córnea, a rede fibrosa da derme e a “almofada” que forma a
hipoderme.
A maioria dos raios solares são filtrados pela camada córnea, de modo que à derme
só chegam os raios U.V. que são capazes de alterar os tecidos cutâneos. Para
defender-nos dos raios ultra-violeta, a pele possui dois mecanismos que se dão
simultaneamente:
Os raios U.V. estimulam a actividade dos melanócitos, e estes sintetizam
melanina que impedem a passagem dos raios à derme;
Os raios U.V. estimulam as células basais, que se dividem activamente. Como
consequência aumentam a espessura da camada córnea e filtram os raios com maior
efectividade.
A epiderme é uma barreira eficaz muito difícil de ser “invadida” por micro-
organimos.
Esta acção é potenciada pela acidez da superfície cutânea (pH=5,5), pela presença de
linfócitos e histiócitos que activam anti-corpos e pelos mastócitos que segregam
substâncias que provocam uma reacção inflamatória que dificulta a multiplicação
dos germes.
Função de relação
A pele comunica com o meio exterior e esta função é conseguida pela presença de
terminações nervosas.
A estimulação das terminações nervosas receptoras permite-nos monitorizar
constantemente as condições do nosso ambiente imediato. É através da pele que
captamos sensações de frio, calor, dor, pressão, suavidade, etc.
Embora as terminações nervosas estejam distribuídas pelo corpo inteiro, são mais
concentradas nalgumas áreas do que noutras. Por exemplo, as pontas dos dedos são
muito mais densamente enervadas do que a pele das costas das mãos.
Espessura
A pele não apresenta a mesma espessura em todos os pontos do tegumento. Assim,
por exemplo, as cristas papilares são muito desenvolvidas nas palmas das mãos e
nas plantas dos pés e reduzidas nas fontes e orelhas.
Idade
É ao justo equilíbrio dos diferentes constituintes que a pele deve a sua juventude e
frescura. Esse equilíbrio implica uma camada adiposa suficiente mas não excessiva,
uma derme sólida com colagénio e elastina não danficado, uma circulação sanguínea
e linfática activa, enfim, uma epiderme de estrutura fibrilar intacta que
continuamente, de forma equilibrada e regular, se vai renovando.
Quando a velhice chega a epiderme murcha porque o intercâmbio de renovação não
é suficientemente assegurado.
As principais alterações na pele das pessoas mais velhas consistem na desidratação,
no enrugamento, na pigmentação desigual e numa variedade de lesões proliferativas.
Os aspectos histológicos da pele associados ao envelhecimento incluem um
afinamento na junção da derme com a epiderme, na perda do tecido dérmico e
subcutâneo, na redução do leito vascular, na acentuada redução da estrutura vascular
que circunda os bolbos pilosos e as glândulas sudoríparas e sebáceas, e na redução
do número de melanócitos de células epidérmicas e de mastócitos. A pele idosa, do
mesmo modo que outros sintomas do envelhecimento, apresenta perda da
capacidade funcional. As funções afectadas incluem a reposição celular, a
termorregulação e a produção de suor e sebo.
O fotoenvelhecimento ou lesão por excessiva exposição ao Sol, acentua o processo
normal de envelhecimento da pele. Sem uso de protectores, acelera-se a perda de
elasticidade, induz-se no profundo pregueamento, aumentam-se as áreas
pigmentadas e originam-se lesões benignas ou malignas.
A pele vai evoluindo (envelhecendo) tarde ou precocemente, mas este facto não se
produz exactamente na mesma idade em todos os indivíduos. A variação depende de
um número de condições exteriores, tais como o meio ambiente, a actividade social
e profissional, género de vida que se mantém e também os cuidados com que a pele
é tratada.
Cor
As diferenças de coloração são o resultado de diferentes factores, da irrigação
sanguínea sub-epidérmica, da querato-hialina, do eczema da camada córnea e do
pigmento. O componente vermelho é dado pela circulação do sangue nas reservas
capilares sub-epidérmica. É ela que nos dá o tom vascular. A vasoconstrição
oprime-as, surgindo assim a palidez, enquanto que a vasodilatação acentua a
ruborização.
O componente branco é determinado pela querato-hialina do extracto granuloso.
O componente amarelo, depende da camada córnea e da sua espessura. O
componente negro está em função directa com a maior abundância de granulações
pigmentárias nas células da camada basal da epiderme.
As emulsões podem ser de dois tipos: O/A quando a fase dispersante é a água e
A/O quando a fase dispersante é a gordura. (Quadro 2)
Dependendo dos indivíduos, a pele pode apresentar um dos tipos de emulsão.
Podem diferenciar-se as seguintes variantes:
Pele normal
Emulsão epicutânea O/
E A
m alípi
u ca
Pele seca
l desidratada
s
õ normal
Emulsão epicutânea A/ O - Pele
e oleosa desidratada
s
Emulsão epicutânea não definida - pele asfítica ou
d
o
t
i
p
o
asfixia
da
As peles secas e desidratadas são peles sensíveis com grande reactividade, uma vez
que estão desprotegidas dos factores externos.
As peles oleosas desidratadas e a pele asfítica são peles mistas porque apresentam
características semelhantes às das peles secas, nalgumas zonas onde o número de
glândulas sebáceas é menor.
Pele Normal
É uma pele equilibrada, cuja emulsão epicutânea é do tipo O/A. É intermédia da pele
seca e da pele oleosa, ou seja, é o equilíbrio da situação entre os dois extremos. As
secreções sudorípara e sebácea são normais, pelo que a pele está protegida.
É a pele típica dos bebés, porque é flexível e resistente.
Descrição:
Pele fina;
Brilho mate moderado;
Poros apenas visíveis; sem imperfeições;
Tacto suave e aveludado, apenas untuoso;
Suporta bem os sabões;
Resiste os factores climáticos (frio, vento, etc.);
Bronzeia moderadamente ao Sol;
Reage facilmente às percussões ou beliscamentos.
Manutenção: à noite, aplicar cremes ou leites emolientes do tipo A/O para prevenir o
envelhecimento.
Descrição:
Pele sensível;
Brilho mate, com aspecto fatigado;
Tacto áspero;
Tendência a irritar-se e a apresentar eczematites e infecções;
Não tolera o sabão, depois da sua aplicação “parece que estala”;
Descama com facilidade e tende a enrugar-se prematuramente;
Bronzeia mal ao Sol;
Fica com rídulas e pregas, com percurssões ou beliscamentos.
Descrição:
Pele fina;
Brilho mate com tom rosado;
Poros imperceptíveis; tendência para eritrose facial;
Tacto suave nos jovens e áspero nos adultos;
Não tolera o sabão, nem a água às vezes;
Pouco resistente aos factores climáticos, uma vez que é frágil e delicada;
Bronzeia dificilmente com risco de queimaduras;
Com a idade tende a apresentar rugas finas e a descamar-se.
Descrição:
Pele grossa;
Brilho oleoso;
Poros abertos; não apresenta rosáceas nem descamação, mas pontos negros;
Tacto suave e untuoso;
Tolera bem o sabão;
Resiste aos factores climáticos;
Bronzeia facilmente;
Envelhecimento tardio.
Descrição:
Pele sensível, algo grossa nas zonas seborréicas;
Brilho oleoso, com aspecto fatigado;
Poros abertos, sobretudo nas zonas centrais da cara;
Não suporta sabão nem certos cosméticos;
Irrita-se com os factores climáticos;
Bronzeia bem, mas com a exposição ao Sol, tende a congestionar e a apresentar
manchas (cloasma);
Descama com facilidade e tem tendência para as infecções; Enruga-se.
Descrição:
Pele grossa e sensível;
Brilho opaco e pálido;
Poros abertos nas zonas seborréicas;
Tem quistos e comedões de gordura;
Não suporta o sabão, nem certos cosméticos;
Bronzeia mal ao Sol;
Tendência para apresentar manchas de pigmentação e rosáceas.
Cuidados cosméticos diários:
Limpar com emulsões O/A de pH ácido, tonificar com loções calmantes e de pH
ácido e aplicar emulsões evanescentes ricas em elementos hidrófilos e que restituam
o pH da pele normal.
14
INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA
14.1. Definição de pH
O pH é o símbolo que representa o grau de acidez (ou de alcalinidade) de uma
solução. Este símbolo representa “power” (p), ou seja, intensidade da concentração
de iões hidrogénio, H+. A escala de pH varia entre 1 e 14.
214
A acidez de uma solução é determinada pela sua concentração em iões H+. Estes
iões desempenham um importante papel nos fenómenos biológicos.
A manutenção de um pH constante nos limites fisiológicos é condição
indispensável para o bom funcionamento dos sistemas enzimáticos.
O símbolo pH representa a inversão do logarítmo da concentração dos iões H+ ([H+])
e calcula-se do seguinte modo: pH = -log10[H+].
Uma solução neutra (por exemplo, água pura), em que haverá o mesmo número de
iões H+ e iões OH- (iões hidroxilo), tem um pH igual a 7, ou seja, [H +] = [OH-]. Uma
solução ácida tem um pH inferior a 7, ou seja, [H+] > [OH-]. Uma solução alcalina
ou básica, tem um pH superior a 7, ou seja, [H+] < [OH-].
Os cremes são mais bem aceites, são menos gordurosos e tendem a desvanecer-se ao
> Fotoserem
1. Cremeaplicados na pele. São facilmente aplicados e a sua absorção é mais fácil.
Platinum da Skeyndor
Cosmeticamente são os mais bem aceites. Para manter uma boa hidratação, os
cremes devem ser aplicados em intervalos curtos.
Geralmente, as pomadas são agentes hidratantes mais eficazes, necessitando de
aplicações menos frequentes, mas muitas vezes são demasiado gordurosas para
serem bem aceites pela cliente. As pomadas retardam a perda de água, lubrificam e
protegem a pele. São aplicadas com espátula de madeira ou com as mãos e, se
necessário, com luvas.
Os cremes são preparações mais complexas do que a maioria das pomadas porque
contêm agentes emulsionantes e conservantes. Os agentes emulsionantes permitem a
produção de uma emulsão entre duas substâncias fisicamente diferentes e não
miscíveis. Os cremes são friccionados na pele com as mãos e são usados pelos seus
efeitos humidificantes e emolientes. (ver capítulo 10)
14.4.2. Emulsões
A palavra emulsão deriva do termo latino emulsio, que alude ao acto de mungir
aplicando-se, de modo geral, a todas as preparações de aspecto leitoso, com
características de sistema disperso constituído por duas fases líquidas imiscíveis.
Efectivamente, uma emulsão resulta da dispersão de um líquido, ou óleo, num outro
líquido respectivamente oleoso ou aquoso. A fase dispersa é chamada descontínua
ou interna, e a fase dispersante contínua ou externa. Assim, há emulsões de água em
óleo (A/O) e emulsões de óleo em água (O/A).
Ao dispersar-se uma fase, ela fica dividida em gotículas de tamanho maior do que
0,1 mm mas, em regra, não ultrapassam 100 mm de diâmetro. Em razão da tensão
superficial, a fase dispersa tende a juntar-se a fim de reduzir a sua superfície
específica (superfície por unidade de peso). Portanto, as emulsões constituem
sistemas termodinâmicos instáveis.
Para que um composto seja tensioactivo carece de possuir nas suas moléculas
grupos hidrófilos (radicais sulfato, sulfonato, carboxilatos alcalinos, carboxilos,
hidroxilos, etc.) e grupos lipófilos (cadeias carbonatadas constituídas por metilenos,
metinos e suas associações). Consoante a importância desses grupos, visto que nem
todos os radicais hidrófilos ou lipófilos têm a mesma potência hidrofílica ou
lipolítica, e o seu número, assim o tensioactivo será emulgente de O/A ou de A/O.
Na prática, considerase que o emulgente solúvel na água emulsiona O/A, enquanto
que um emulgente solúvel nos óleos emulsionará A/O.
A medida do poder hidrófilo e lipófilo de um composto é dada por uma notação
empírica conhecido por equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL), o qual não é mais do que
um número convencional que traduz a repartição da molécula do tensioactivo na
interface água-óleo. Desta forma, os compostos predominantemente lipófilos, que
são emulgentes de A/O, têm valores de EHL até 8,6.
Os géis são emulsões semi-sólidas que se tornam líquidas quando aplicadas sobre a
pele. São cosmeticamente aceites porque se dissipam após a aplicação, não são
gordurosos e não contêm corantes.
14.4.5. O Peeling
Composição química
A palavra inglesa peeling, designa uma acção de remoção,
de despojamento, de eliminação de algo. Em estética,
designa o produto e a técnica através da qual se provoca a
esfoliação das camadas superficiais da pele, promovendo o
219
14 Introdução à Cosmetologia
> Foto 2. Esfoliante Spa da
Skeyndor
14.4.6. Cremes
Em relação à actividade dos cremes na pele diz-se que os cremes O/A são os mais
bem aceites pela pele, por serem de mais fácil penetração e com acção mais
profunda do que os A/O.
220
Na verdade, ambos os tipos de creme-emulsão são bem tolerados na pele, desde que
não haja reacção inflamatória. A sua penetração deriva não só das características da
emulsão, mas também das propriedades dos seus princípios activos. Geralmente, no
creme de dia a base da emulsão é O/A e no creme de noite a base da emulsão é A/O.
Possuem uma grande afinidade com a pele (maior do que as outras bases), havendo
uma maior penetração nos estratos superficiais da epiderme. No entanto, têm um
odor desagradável, oxidam com facilidade e, por este motivo, são normalmente
substituídas por outras bases gordas.
Alguns exemplos são os óleos animais (fígado de bacalhau, tartaruga e vison), o
espermacete (gordura de baleia ou cachalote), a cera de abelhas, a lanolina (obtida a
partir da lã).
14.7. Proteínas
As proteínas são substâncias formadas por cadeias de aminoácidos e por carbono,
hidrogénio e nitrogénio, mas também podem conter fósforo, enxofre e ferro. São
muito importantes nos seres vivos porque são responsáveis pela estrutura e
funcionamento celular. Funcionam como substâncias de reserva, hormonas, enzimas
e anti-corpos. Dividem-se em proteínas simples se a sua estrutura química contém
somente aminoácidos (por exemplo, as albuminas, as protaminas, as globulinas, as
histonas e as escleroproteínas) e em proteínas compostas se contêm outra substância
não proteica (por exemplo, os cromoproteídos, os fosfoproteídos, os glucoproteídos,
os hormoproteídos, os lipoproteídos e os nucleoproteídos).
As proteínas dos alimentos transformam-se em aminoácidos, uma parte para se
transformar em proteínas próprias do organismo e a outra parte para sofrer trocas
metabólicas.
14.8. Enzimas
14.10. Vitaminas
As vitaminas são essenciais para o funcionamento do organismo e actuam como
catalisadores, junto com as enzimas, em muitas reacções metabólicas.
As vitaminas não são desdobradas por catabolismo, mas são utilizadas pelo
organismo na sua forma original ou ligeiramente modificadas. Normalmente, se a
estrutura de determinada vitamina for destruída, a sua função perde-se.
Vitamina formada por 3 ácidos gordos cuja origem é, geralmente, vegetal. A sua
função é restaurar a humidade e activar o reencaminhamento da gordura cutânea.
Corrige a vermelhidão e escamação da pele. Está indicada para peles secas e cabelos
frágeis e quebradiços. A sua falta provoca secura cutânea e envelhecimento por
desidratação.
14.11. Hormonas
São substâncias químicas segregadas pelas glândulas endócrinas para o sangue.
Actuam num tecido alvo, em pequenas doses, de modo a produzir uma resposta
específica e a regular diversas funções orgânicas. As hormonas de origem vegetal,
recebem o nome de auxinas. São substâncias químicas bastante activas, mesmo se
forem aplicadas em pequeníssimas quantidades: formam-se em determinados
tecidos ou órgãos da planta, onde vão depois produzir efeitos de crescimento
especiais.
14.12. Os óleos
São substâncias resultantes da união de ácidos gordos e alcoóis. São líquidos à
temperatura ambiente.
Os óleos essenciais são substâncias odoríferas e versáteis que os vegetais contêm.
São substâncias de excesso do metabolismo da planta. A planta verte para o exterior
através de uns canais excretores. Os óleos essenciais não se devem confundir com o
óleo conseguido pela pressão sobre os frutos e as sementes das plantas. Para extrair
os óleos essenciais, utiliza-se a destilação por alambique, ou seja, a passagem de
vapor de água através da planta, com a posterior recolha dos óleos essenciais,
quando esse vapor é condensado.
Ácidos Gordos
Grupo de substâncias químicas de aspecto e consistência oleosa. Quando unidas a
um álcool, formam óleos gordos e ceras.
Aminoácidos Essenciais
De todos os tipos de aminoácidos, que o organismo necessita para sobreviver,
existem alguns que não podem produzir-se pelos seus próprios meios. Designam-se
aminoácidos essenciais e devem ser ingeridos na dieta alimentar. Exemplos: ácidos
nucleicos.
Catiões
São assim chamados os iões de carga positiva, ou seja, o átomo ou grupo de átomos,
que cedeu electrões.
14.14. Anti-flogísticos
Substâncias com acção sedativa e relaxante para a pele. Muito útil para peles
sensíveis e com grande tendência para congestionar, durante os tratamentos
estéticos. Exemplos: abacate, amêndoa, aloé, papoila, calêndula, valeriana, tília,
lavanda, alfazema e arnica.
14.15. Anti-sépticos
Substâncias, ou mistura de substâncias químicas, com acção desinfectante, isto é,
com capacidade de eliminar microrganismos (bactérias, fungos e leveduras).
Exemplos: menta, cânfora, tomilho, lavanda, camomila, aloé, arnica, bardana,
eucalipto, mirra e ylang-ylang.
14.16. Bactericidas
Substâncias que actuam sobre as bactérias, inibindo o seu crescimento e impedindo
o seu desenvolvimento. Exemplo: bardana.
14.17. Bioestimulinas
Grupo de substâncias de origem animal e de estruturas muito diversas, que têm em
comum a capacidade de acelerar o metabolismo celular. Em cosmética, utilizam-se
nos tratamentos de regeneração. Exemplo: placenta.
14.18. Ceras
Substâncias sólidas resultantes da união de ácidos gordos e alcoóis, com pontos de
fusão variáveis. Bem toleradas pela pele, são absorvidas muito facilmente e, em
cosmética, empregam-se nos batons, nos lápis e nos cremes.
14.19. Diuréticos
Substâncias que aumentam a velocidade de evacuação de água e sais do organismo,
através das vias urinárias. Podem produzir perda de elasticidade e da tonicidade
muscular. Exemplos: cacau, bétula, urze, dente de leão, espinheiro branco, milho e
morangueiro.
14.20. Adstringentes
Substâncias capazes de ocasionar, entre outros efeitos, uma diminuição do diâmetro
dos poros. Muito úteis em peles oleosas, para regularizar o excesso de secreção das
glândulas sebáceas. Exemplos: pepino, limão, cipreste, hamamelis, abrótono macho,
aciano, agrimónia, gerânio e espinheiro branco.
14.21. Factor hidratante natural
É uma mistura de distintos produtos químicos, que fazem parte de uma emulsão
epicutânea. A sua missão é retardar a perda de água pelos tecidos epidérmicos.
Contém principalmente aminoácidos, ácido úrico, glúcidose e sais minerais.
14.25. Humectantes
Estas bases são as mais utilizadas para peles normais e também para as ligeiramente
secas. Como os pigmentos já estão dispersos no óleo, este tipo de base também não
está sujeito à derivação da cor. O tempo de aplicação é mais curto do que para as
bases oleosas, devido ao menor conteúdo em óleo. Nestas bases, o pigmento está
dissolvido em água e noutros solventes.
Recentemente comercializadas, não contêm óleos animais nem vegetais. Estas bases
são formuladas para peles oleosas e/ou acneicas. O pigmento é dissolvido em água e
noutros solventes. A pele não fica com uma sensação gordurosa, devido à ausência
de óleo. A água e os solventes evaporam rapidamente, tornando o tempo de
aplicação extremamente curto. Portanto, as bases sem óleo precisam de ser
espalhadas no rosto rapidamente, por forma a que não apareçam marcas. Algumas
bases sem óleo contêm derivados de silicone, que auxiliam a aplicação da base e lhe
conferem um aspecto mais agradável.
14.26.4. Anidras
15
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
15.1. Alimentação
A alimentação humana constitui a matéria-prima com a qual o organismo é
edificado e mantido em boas condições, durante toda a sua vida, para realizar tarefas
de forma eficiente.
Define-se alimentação como a acção de fornecer ao organismo as substâncias que
ele necessita, sobre a forma de produtos alimentares naturais, modificados ou
sintéticos.
Como qualquer ser vivo, o Homem não pode viver sem se alimentar. Os alimentos
depois de ingeridos e de passarem por grandes transformações, são levados pelo
sangue às células, onde são utilizados na produção de novas substâncias e na
obtenção de energia.
O organismo tem uma composição muito complexa, factor que é necessário ter em
conta, quando se estuda a alimentação humana. Esta deve ser racional, ou seja,
equilibrada e variada, englobando elementos dos 5 grupos que constituem a
pirâmide dos alimentos (frutos e vegetais, farináceos, leite e seus derivados, carne ,
peixe e gorduras), que devem ser ingeridos diariamente. Nenhum alimento deve
contribuir com mais de 50% do total e nenhum grupo deve contribuir com mais de
50% das calorias totais.
237
15.2. Nutrientes
Os alimentos são constituídos por diferentes substâncias, chamadas nutrientes.
Assim, os alimentos são os diferentes produtos utilizados na alimentação e os
nutrientes são as diferentes substâncias químicas que entram na composição dos
alimentos. Para o nosso organismo, mais do que os alimentos propriamente ditos,
interessam os tipos de nutrientes que estes contêm, e que o organismo vai utilizar
para:
O crescimento e reparação das células;
A obtenção de energia;
A saúde e bem-estar; As
reservas do organismo.
15.2.2. Açúcares
15.2.3. Amido
O amido é o principal glúcido da nossa alimentação, existe nos frutos verdes, nas
sementes e nos tubérculos e só é digerível quando cozinhado.
15.2.4. Glicogénio
15.2.5. Celulose
Composto fibroso produzido nas plantas e que faz parte do seu sistema de
sustentação e estrutura. Não é absorvida nem digerida pelo nosso organismo.
15.2.6. Pectina
Encontra-se nalguns frutos, como a maçã, e é chamada uma fibra mole pois
solidifica em forma de geleia.
17.2.8 Proteínas
15.3.1. Vitaminas
Vitamina D (Anti-raquítica)
É sintetizada pela pele aquando da exposição à luz solar. Encontra-se igualmente
nos cereais integrais, nos ovos, no leite, na manteiga, nos óleos de fígado de vários
peixes. Regulariza o metabolismo de certos sais minerais, como o cálcio e o fósforo.
Favorece igualmente a fixação do cálcio nos ossos. Estimula os processos de
cicatrização e, é muito emoliente.
Vitamina E (Tocoferol)
É um bom anti-oxidante. Tem propriedades estimulantes, uma vez que previne as
oxidações celulares, causadoras do envelhecimento. Previne irritações solares.
Encontra-se em todos os cereais integrais, no gérmen de trigo, nos óleos vegetais, na
alface, nos espinafres, nos agriões, etc. Não é certo que seja dispensável ao ser
humano, porque favorece a cicatrização de golpes e pensa-se que desempenha
algum papel na fecundidade.
Vitamina K
Tem acção emoliente sobre a pele, aumentando a sua elasticidade. Estimula a
renovação epidérmica. Está presente nas plantas verdes, como a couve, o repolho, os
espinafres, a couve branca e roxa, no arroz integral e nos óleos vegetais não
refinados. É igualmente sintetizada por bactérias do intestino. Constitui um factor
essencial no processo de coagulação sanguínea, favorecendo a formação da enzima
trombina.
Vitamina B
Não é uma única vitamina, mas sim um complexo de 12 vitaminas diferentes B 1, B2,
B3... Encontram-se nos mesmos tipos de alimentos, como nos cereais integrais e na
levedura. Contrariamente às outras vitaminas, algumas deste complexo estão
presentes em todos os animais e plantas.
15.4. Água
A água não é propriamente um alimento mas uma parte essencial de todos os
tecidos. É o constituinte mais abundante do nosso organismo. Cerca de 70 % do
Corpo Humano é constituído por água. O sangue, a linfa e os outros fluídos do
corpo são constituídos principalmente por água.
15 Nutrição e Dietética
As substâncias minerais, tal como as vitaminas, não fornecem nem calor nem
energia, mas desempenham um papel essencial na regulação líquida e química do
organismo. (Fig. 6 e 7) Os macro-nutrientes que seguidamente se descriminam são
necessários em quantidades bastante importantes:
Magnésio
Está presente nas oleaginosas (nozes,
avelãs e amêndoas), no feijão, nos
cereais integrais, nos legumes verdes,
no marisco e no cacau; auxilia na
manutenção de dentes, ossos, pele e
cabelos; tem acção anti-inflamatória.
Cálcio
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15 Nutrição e Dietética
> Fig. 6. Alimentos com magnésio
Fósforo
Encontra-se nos cereais, nos feijões,
nos frutos secos, no grão de bico, nos
agriões, no alho-porro, na carne,
nomeadamente nos miolos, nos rins e
no fígado; os produtos lácteos, como o
queijo, são também ricos neste
mineral; o seu papel está estreitamente
ligado ao do cálcio.
Potássio
Tem a função estreitamente ligada à do
cloro e do sódio; encontra-se em alguns vegetais, frutos secos, citrinos, na carne, no
peixe e no chocolate;
Enxofre
Entra na composição de certos aminoácidos e da insulina que serve para baixar a
taxa de açúcar no sangue, bem como no sistema piloso;
> Fig. 7. Sais minerais
Sódio e o Cloro
Encontram-se ligados na forma de cloreto de sódio, mais conhecido como sal de
cozinha, nas proteínas animais, nos legumes e nos frutos secos; ambos são
essenciais à vida, mantêm o equilíbrio e a distribuição hídrica, a pressão osmótica e
o equilíbrio ácido-base da função muscular; a quantidade em que estes minerais são
fornecidos pela alimentação em regra é suficiente, excepto nos climas muito
quentes, onde podem vir a faltar por eliminação excessiva devido à transpiração;
Oligo-elementos
São substâncias minerais de que o organismo tem necessidade em quantidades
mínimas; citam-se o ferro, o iodo ou o flúor.
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15.6. Regimes Alimentares
Os hidratos de carbono, as proteínas e os lípidos, os sais minerais e as vitaminas e,
por fim, a água, são as substâncias que devem obrigatoriamente entrar na
composição de um regime alimentar equilibrado.
Na elaboração de um programa de nutrição, é necessário ter em conta todos os
aspectos já falados, as necessidades individuais específicas, mas também atender a
que os hábitos alimentares de cada sociedade e de cada país, influenciam em muito
as escolhas de cada um de nós.
É notório que à medida que as sociedades evoluem e se tornam mais complexas e
elaboradas, os mercados disponibilizam um número crescente de opções e de
alimentos. O que muitas vezes acontece nas sociedades modernas é que nem sempre
sabemos aproveitar racionalmente essa diversidade de produtos, e actualmente o que
se verifica são problemas de saúde, fruto de excessos alimentares e de escolhas
pouco racionais.
Tal como as carências, os excessos são também perigosos. Por exemplo, de nada
serve comer proteínas em excesso porque o organismo não tem capacidade para as
armazenar. O abuso de certos sais minerais ou vitaminas pode provocar carências de
outros elementos cujo metabolismo e absorção ficam assim perturbados.
Certos excessos são igualmente perigosos pois podem traduzir-se em intoxicações
graves; É o caso da hipervitaminose da vitamina A ou D, que como não são
hidrossolúveis, não podem ser excretadas.
Na base desta neurose grave estão factores diversos, mas a falta de autoconfiança
parece ser um dos principais. O tratamento pode incluir hospitalização, descanso e
medicação, bem como acompanhamento psicológico.
Sinais de Anorexia:
Emagrecimento rápido;
Desculpas para não comer;
Ingestão exclusiva de frutas e saladas;
Consumo excessivo de laxantes e diuréticos;
Actividade física exagerada;
Mudanças de comportamento: Maior irritabilidade, agressividade, isolamento
social;
Perturbação do sono;
Perda da menstruação (amenorréia);
Nos homens perda da capacidade de erecção;
Queda do cabelo, manchas nas unhas;
Perda do desejo sexual;
Obstipação, desidratação e palidez.
15.9.2. Bulimia Nervosa
A Bulimia Nervosa é uma doença que afecta sobretudo pessoas do sexo feminino
em final de adolescência e início de maturidade, sendo raro encontrá-la em pessoas
do sexo masculino. Esta doença é caracterizada por momentos de voracidade
alimentar, ou seja, de ingestão de grandes quantidades de alimentos num curto
espaço de tempo. Alimentos esses que são, na sua maioria, compostos por hidratos
de carbono.
Causas:
As causas para a Bulimia Nervosa são, em grande parte, desconhecidas. No entanto,
a predisposição genética é sem dúvida um bom contributo. Esta doença pode ser
diagnosticada a adolescentes, mas a sua maior incidência verifica-se em idades
superiores. As constantes pressões para possuir um corpo magro, e a consequente
procura na perda de peso, levam a que estas mulheres “optem” por ter um
comportamento alimentar fora do normal.
Quem sofre de Bulimia Nervosa tem, normalmente, comportamentos paradoxais. Se
por um lado “controlam” aquilo que comem, usando para isso o vómito, por outro,
têm crises de voracidade alimentar totalmente descontroladas. As bulimicas vivem
sob o medo constante.
Em geral, uma alimentação sólida pode ser ingerida 3 - 4 horas antes da actividade,
o que permite o esvaziamento gástrico quase total, ao mesmo tempo em que diminui
a sensação de fome. Recomenda-se a selecção de uma refeição de fácil
digestibilidade, com predominância de carbohidratos e menor proporção de
proteínas e gorduras.
15.11.2. Durante a actividade
15.12. Hidratação
O atleta deve ter especial atenção à sua hidratação. Os atletas devem iniciar a sua
participação em competições num bom estado de hidratação. A ingestão de cerca
de 2 litros de líquidos diariamente é recomendada como hábito alimentar adequado
para qualquer indivíduo.
O principal objectivo da hidratação durante a actividade física é evitar que ocorra
desequilíbrio hidroeletrolítico e as consequências da hipertermia. A água perdida
durante a transpiração pode resultar em desidratação, levando à deterioração da
capacidade de executar exercício e prejuízo à saúde.
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