Educação Corporativa Treinamento e Desenvolvimento - Unidade 1 PDF
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DE AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
E CAPACITAÇÃO DE PESSOAS
Professor:
Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conceituar e contextualizar o treinamento e desenvolvimento de pessoas.
•• Compreender os principais instrumentos e técnicas para treinamento.
•• Estabelecer a importância do treinamento nas organizações.
•• Conhecer alguns tipos de treinamento oferecidos.
•• Entender a importância de se realizar um bom planejamento de T&D.
PLANO DE ESTUDO
introdução
6 Pós-Universo
Compreendendo o
que é Treinamento e
Desenvolvimento - T&D
Antes de definirmos Treinamento e Desenvolvimento, é importante contextualizar-
mos historicamente o surgimento do mesmo.
A expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D é recente. Boog e Boog (2006,
p. 31) mencionam que esta expressão “designou, durante a maior parte da segunda
metade do século XX, um amplo conjunto de atividades de ensino profissional suple-
mentar conduzido pelas empresas”. Ou seja, as empresas, percebendo a dificuldade
das instituições de ensino em preparar trabalhadores, precisaram buscar mecanis-
mos para resolver essa situação.
Boog e Boog (2006) colocam que “o ensino profissional surge juntamente com
a revolução industrial, entretanto, o T&D só apareceria com o surgimento da grande
empresa industrial, nos Estados Unidos”:
Pós-Universo 7
““
A primeira ‘escola de fábrica’ conhecida foi a da Hoe & Co., fabricante de má-
quinas impressoras, criada em 1872 para formar operadores das máquinas que
a empresa fabricava. Seguiram-se escolas similares em outras empresas, tais
como Westinghouse (1888), General Eletric (1901), Baldwin Locomotive Works
(1901) e International Harvester Co. (1907). As propostas da Administração
Científica, de F.W. Taylor e outros, davam então a necessária sustentação
teórica a essas iniciativas (BOOG; BOOG, 2006, p.32).
No Brasil, o ensino profissional, ainda segundo Boog e Boog (2006), tem início em
1909 quando o então presidente da república Nilo Peçanha cria as escolas de apren-
dizagem. Entretanto, apenas em 1940 o ensino profissional industrial se consolida,
segundo Cunha (2005), quando é criada a lei orgânica do ensino industrial (Decreto-
lei n.4.078, de 30 de janeiro de 1942), deslocando todo o ensino profissional até então
existente no país para o grau médio.
Imagino que você já tenha intuído o que vem a ser Treinamento e Desenvolvimento,
ou seja, concluiu que treinamento seja ensinar alguém a realizar alguma coisa e
Desenvolvimento seja o crescimento para melhor. Para nos ajudar com estes concei-
tos, o dicionário online Aulete define Treinamento e Desenvolvimento como:
““
Treinamento:
[...]
Agora, com essas definições, fica mais fácil entender que treinar e desenvolver nada
mais é do que ensinar de modo que as pessoas possam se tornar melhores profis-
sionais e, por que não, melhores cidadãos.
É preciso ficar atento(a) para não confundir educação escolar com treinamento e de-
senvolvimento organizacional. A escola tem o papel de alfabetizar e desenvolver as pessoas
para que estas estejam preparadas para enfrentar o mundo. A empresa irá utilizar o T&D
8 Pós-Universo
““
A medida que trata o treinamento como um processo voltado para a equipe,
ou seja, não somente visa aos resultados individuais, mas nos mostra a im-
portância de termos uma visão integrada as pessoas da organização. Sendo
assim, considera o treinamento um “investimento empresarial destinado
a capacitar uma equipe” (grifo nosso).
““
A razão básica de as empresas treinarem novos funcionários é levar seus
Conhecimentos, Habilidades e Aptidões – CHAs ao nível exigido para um
desempenho satisfatório. À medida que esses funcionários continuam no
emprego, o treinamento adicional lhes oferece oportunidades de adquirir
conhecimentos e habilidades. Como resultado desse treinamento, os funcio-
nários podem ser mais eficientes no emprego e capazes de desempenhar
cargos em outras áreas ou níveis superiores.
Acredito que você tenha percebido com clareza que treinar nada mais é do que
preparar o funcionário para desempenhar tarefas organizacionais de modo mais
eficiente e eficaz, sempre procurando ser mais produtivo, por este motivo é que des-
tacou-se o termo investimento empresarial na definição de Hoyler. Albuquerque
(2012) reforça essa informação colocando que o setor de T&D foi estabelecido, nas
Pós-Universo 9
““
1. Alcançar, obter conhecimento, compreensão ou domínio de (informa-
ção, assunto, matéria etc.), por meio de estudo ou prática. [td. : aprender um
idioma.] [int. : Crianças desnutridas têm dificuldade para aprender.] [tr. + com
: aprender com os próprios erros.]
2. Adquirir a habilidade de; tornar-se adestrado em. [td. : Quero aprender ca-
poeira.] [tr. + a (seguido de verbo no infinit.): “....Eu sou poeta e não aprendi a
amar....” ( Cássia Eller , Malandragem) ]
3. Fixar na memória; DECORAR; MEMORIZAR [td. : João aprendeu todos os
rios da Amazônia.]
4. Entender melhor, tirar como lição. [td. : Aprendemos que é melhor dar que
receber.] [tdr. + com, de : Maria aprendeu a prudência com os avós.]
[F.: Do lat. apprendere. Hom./Par.: aprender, apreender (em todas as fl.).]
(APRENDER, online).
Fica claro que aprendizagem nada mais é do que aprender ou adquirir conhecimento
e habilidade para fazer algo. Em outras palavras, treina-se para aprender. Réus (2002
apud ARAÚJO, 2006, p. 93) vai um pouco além dessa definição em que, para ele, “a
aprendizagem significa uma mudança no comportamento das pessoas por meio da
incorporação de novas atitudes, novos hábitos, conhecimentos e destreza”. Aprender
para o autor é se transformar como pessoa ou desenvolver. Por isso, a preocupação
das empresas está no treinamento e desenvolvimento. Não adianta em nada treinar
o funcionário se ele não se desenvolver.
10 Pós-Universo
fatos e dados
Levantamento das
Necessidades de Treinamento
““
a) Definir claramente as necessidades de treinamento;
•• Quando existe muita pressão dos colegas, restrições impostas pelas chefias,
receios de sobrecarga motivada por mais e mais tarefas etc.
Feito tudo isso, neste momento, procura-se determinar quais funcionários têm ne-
cessidade de treinamento e, principalmente, quais não querem. Fazer isso é evitar
que funcionários sem necessidade de treinamento sejam enviados para a realização
do mesmo, fazendo com que a empresa desperdice recursos.
16 Pós-Universo
saiba mais
Criar padrões é uma prática bastante utilizada e disseminada pelo mundo.
Talvez a padronização mais conhecida seja a ISO 9001, que trata dos padrões
de qualidade. Em processos de treinamento e desenvolvimento, não poderia
ser diferente e, para tanto, se tem a ISO 10015. A figura 1 mostra o que se
busca alcançar com programas de treinamento e desenvolvimento em
suas diferentes instâncias do saber, saber fazer e querer fazer, e sua relação
com o CHA.
Em Busca da Eficácia em Treinamento – Norma ISO 10015 20
•As habilidades são atributos relacionados não apenas ao saber-fazer, mas
aos saberes (conhecimentos), ao saber ser (atitudes) e ao saber-agir (práti-
cas no trabalho).
•A competência é formada ao longo da vida do trabalhador, exigindo um
processo de educação contínua, as habilidades devem seguir essa mesma
configuração. Assim, habilidades básicas, específicas e de gestão podem ser
desenvolvidas em qualquer momento da vida de uma pessoa.
•As habilidades básicas podem ser entendidas em uma ampla escala de
atributos, que parte de habilidades mais essenciais, como ler, interpretar,
calcular, até chegar ao desenvolvimento de funções cognitivas que propi-
ciem o desenvolvimento de raciocínios mais elaborados.
•As habilidades específicas estão estreitamente relacionadas ao trabalho e
dizem respeito aos saberes, saber-fazer e saber ser exigidas por postos, pro-
fissões ou trabalhos em uma ou mais áreas correlatas.
•As habilidades de gestão estão relacionadas às competências de autoges-
tão, de empreendimento, de trabalho em equipes.
•No planejamento das habilidades, devem-se considerar as expectativas
não apenas do mercado de trabalho, mas as expectativas e interesses do
trabalhador.
•Na perspectiva das ações educativas, deve-se pensar na formação de for-
madores para que as habilidades tenham potencial para serem realmente
incorporadas.
•Os planejamentos de desenvolvimento das habilidades básicas, específicas
e de gestão devem prever o acompanhamento e a avaliação dos resulta-
dos obtidos.
Pós-Universo 17
saiba mais
Tipos Principais de
Treinamentos
Após a realização do L.N.T., é possível que se tenha uma ideia da real necessidade
da organização. O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamen-
to a ser aplicada.
Quando se pensa em metodologia, é preciso estar atento(a) que treinamento,
na maioria das vezes, tem uma dinâmica diferente da metodologia educacional con-
vencional, ou seja, aquela que estamos acostumados quando frequentamos salas
de aula em cursos de nível superior ou pós-graduação. Sendo assim, torna-se es-
sencial conhecer os tipos de metodologia de ensino voltadas, especificamente, para
treinamento. Vale ressaltar o que Ferreira (1985 apud BOMFIM, 1995, p.37) coloca a
respeito daquilo que ele chama de técnico-pedagogia. O autor afirma que “é preciso
ter presente que o treinamento, enquanto processo de aprendizagem, tem sua base
Pós-Universo 21
fundada na pedagogia”. Assim, é preciso salientar que, conforme autor, “embora a pe-
dagogia tenha o vocábulo oriundo na educação infantil, ela não se restringe apenas
à criança, e muito menos só à escola”.
Bomfim (1995, p.37) complementa:
““
Com isso, fica assegurado que a pedagogia tem, no treinamento, influência e
presença necessárias. Por outro lado é bom que se registre que a pedagogia
tem suas bases fundadas nas ciências humanas, e, neste sentido, Abramovici
(1989) faz o seguinte alerta: As ciências humanas sofrem de um inconveniente
inerente ao seu objeto: uma vez que tratam dos fenômenos dos quais todos
nós temos uma experiência quotidiana, é fácil a cada um ter uma opinião
pessoal de tudo, o que já não sucederia se nos interessássemos pela astro-
nomia ou pela física nuclear. Existe, pois o risco de considerar como negócio
certo aquilo que não passa de uma ideia recebida e este risco todos corre...
Este alerta, de certa forma, denuncia o risco de se terem muitos profis-
sionais realizando treinamento sem uma base teórico-metodológica
assentada nos princípios pedagógicos das Ciências da Educação.
““
Para dar suporte ao rompimento de orientação autocrática, supostamente
responsabiliza à Pedagogia, que traz em si uma compreensão da relação de
autoridade do adulto para a criança, surge o termo Andragogia. Essa expres-
são surge como sinônimo de Educação de adultos onde, na relação adulto/
adulto, haveria de ser uma relação democrática/participativa e não autocrá-
tica, como aquela inerente à concepção de Pedagogia.
22 Pós-Universo
fatos e dados
Para melhorar o nível de atendimento, empresas dos setores de serviço,
transporte e turismo investem na capacitação da equipe que vai entrar em
campo em 2014.
Num dia de forte movimento, Guarulhos chega a receber 16 000 pessoas
a mais que o usual. Para evitar assistir a um cenário mais dramático daqui
a um ano, o GRU Airport não viu outra saída senão investir em um treina-
mento de padronização do atendimento entre os 600 lojistas (ainda que
eles não sejam funcionários diretos do aeroporto).
A notícia completa pode ser lida no link: <http://exame.abril.com.br/
revista-voce-rh/edicoes/27/noticias/em-ritmo-de-copa?page=1>.
Compreender
a codifica-
ção-deco-
dificação e
problema-
Preparar o tização da
• Atividade aluno para situação, per-
sensorial usar as ha- mitindo aos
• Memorização bilidades e educandos
Levar a
• Compreensão conhecimen- um esforço
pessoa a sua
Privilegiam-se, tos que ele de compreen-
Ensino- própria ex-
igualmente, o aprendeu e são do vivido,
Aprendizagem periência,
verbal (escrito e prepará-lo chegando,
estruturando-
oral), as ativida- para apren- assim, a um
-se para agir.
des intelectuais der mais a conhecimen-
e o raciocínio respeito do to mais crítico
abstrato. que lhe foi da sua reali-
ensinado. dade, sempre
através da
troca de ex-
periência
em torno da
prática social.
24 Pós-Universo
Desenvolver
Transformação
um ser Estabelecer
do proces-
humano com o objetivo
so mental do
base em um que se deseja
Conduzir o educando na
modelo ideal, atingir de
aluno ao co- sua relação
que inclui modo que
Objetivo nhecimento homem-mun-
o funciona- se possa pla-
da verdade do e não a
mento pleno nejar com
universal. transmissão
e livre da antecedência
de conteú-
pessoa em o que se pre-
dos culturais
toda a sua po- tende atingir.
sujeito-objeto.
tencialidade.
Pós-Universo 25
Não se
envolve
Autonomia
apenas às ati-
do aluno
Exposição e de- vidades de
para pesqui- A preo-
monstração sala de aula,
sa, crítica, cupação
feitas pelo pro- mas envolve
aperfeiçoa- metodoló-
fessor. O aluno toda uma
mento e até gica se dá a
Metodologia atua como re- preparação
substituição partir do ob-
ceptor das prévia, abolin-
dos conteú- jetivo que
verdades univer- do posturas
dos que não se pretenda
sais que lhe são que indicam
tenham signi- atingir.
transmitidas. aula exposi-
ficados para
tiva e outras
si.
técnicas didá-
ticas usuais.
A avalia-
ção está
Autoavaliação,
diretamen-
onde o aluno
te ligada com
é diretamente
os objetivos
responsávelpor
específicos Consiste na
Medição quan- este processo,
do passo autoavaliação
titativa da assegurando,
a passo ou e/ou na ava-
exatidão de in- através dos
Avaliação como o ob- liação mútua
formações que pontos de
jetivo geral. professor
o aluno conse- controle, se
Do pré-tes- aluno e aluno
gue reproduzir. os objetivos
te à avaliação professor.
que preten-
final, todo
de alcançar
o processo
estão sendo
estará vin-
atingidos.
culado ao
objetivo.
26 Pós-Universo
O professor
não ensina,
apenas
Verticalização O professor
cria condi-
onde o profes- é que define
ções para
Relação pro- sor é o detentor o que, como
que o aluno
fessor e aluno de todo o saber, e quando o
aprenda.
programa, recur- professor e
O profes-
sos e controle. aluno farão.
sor assume
o papel de
facilitador.
Fonte: o autor com base em Bomfim (1995, p. 45-90)
Por fim, Baptista (2002 apud ALBUQUERQUE, 2012, p.16) caracteriza os treinamentos
em Treinamento Cognitivo ou Comportamental e Treinamento Motriz ou Técnico,
como é possível ver na tabela 2:
Fonte: o autor com base em Baptista (2002 apud ALBUQUERQUE, 2012, p.16)
Pós-Universo 27
Liste Quem...?
Identifique O quê...?
Memorizar
Diga Quando...?
Lembrar
Conhecimento Defina Onde...?
Reconhecer
Classifique Descreva o que
Relembrar
Nomeie aconteceu...
Colecione Quantos...?
Resuma
Interpretar Você pode recontar
Explique
Organizar e a história...?
Parafraseie
selecionar Você pode dar um
Compreensão Ilustre
Traduzir de uma exemplo de...?
Avalie
linguagem Você pode prever...?
Distinga
Identificar Calcule quantos...?
Preveja
Perceba que existe uma grande quantidade de ferramentas pedagógicas que podem
ser aplicadas em treinamento. O importante é você escolher aquela que melhor se
adeque a sua necessidade no momento do treinamento. Para isso, é necessário que
seja identificado com antecedência o perfil dos participantes que irão integrar seu
grupo de treinamento. A melhor maneira de se identificar este perfil é fazer uma en-
trevista com antecedência, sempre que possível.
Espero que tenha ficado clara a correlação existente entre o L.N.T. e a escolha
do tipo de metodologia pedagógica que será utilizado em seus programas de trei-
namento e desenvolvimento. O principal é lembrar que, apesar da diversidade de
metodologias e ferramentas, estas só poderão ser utilizadas em situações específicas
para obter resultados específicos, assim, sua análise e correlação com as necessida-
des organizacionais sempre deverão ser levadas em consideração.
30 Pós-Universo
Planejando, Formatando e
Executando T&D
Feitas, então, as análises que antecedem pelo tipo de treinamento a ser implemen-
tado, inicia-se o momento de preparar o treinamento, realizando seu planejamento,
sua formatação e, por fim, a execução do mesmo.
O planejamento do treinamento pode ser realizado seguindo algumas suges-
tões apresentadas por Boog e Boog (2006, p.24):
““
1) Quantificar o treinamento necessário a ser ministrado.
reflita
Como as empresas podem se certificar de que todos os participantes da sua
cadeia respeitam as boas práticas de tratamento de seus colaboradores?
Etapa Ações/Detalhamento
Etapa Ações/Detalhamento
Classificar o treinamento a ser ofertado à luz das classes
CHAs (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes).
(C) Conhecimentos: Compreensão de uma ciência ou tec-
nologia. “Saber as causas de um efeito”, o “por quê fazer” as
coisas.
Envolve o aprendizado através de 2 fases: Comunicação e
3) Definir o conteú- Compreensão.
do do treinamento (H) Habilidades: Envolve a capacidade de executar tarefas
de acordo com as motoras ou mentais com certo automatismo e preci-
necessidades são. “Como fazer”. Habilidades nem sempre dependem de
conhecimentos. O indivíduo pode aprender através de pro-
cessos de comunicação e prática.
(A) Atitudes: São respostas automáticas a estímulos
percebidos pelo indivíduo, com componentes motores,
racionais e emocionais. São hábitos adquiridos ao longo da
vida e que podem ser alterados.
4) Estabelecer a me- Considerando os aspectos de CHAs, definir a melhor meto-
todologia a ser dologia conforme o volume de treinamento e os recursos
utilizada para a disponíveis. Em alguns casos, treinamentos isolados podem
transmissão dos ser aplicados, enquanto que em outros, o treinamento cole-
conteúdos tivo, em grupo, seria o mais indicado.
Independente da metodologia, o treinamento deve ser do-
5) Documentar as
cumentado, copiado e arquivado, com anexos de quaisquer
ações de treinamento
materiais utilizados, bem como o plano de aula estabelecido.
6) Programar Definido quem, como e quando treinar, confeccionar um
os eventos de programa de treinamento visualmente compreensível (utili-
treinamento zando, por exemplo, tabelas demonstrativas do programa).
7) Definir os recursos
Definir os quadros próprios que serão utilizados e em quais
internos e externos
funções, e os especialistas em áreas pré-determinadas que
que serão utilizados
serão contratados para ministrar treinamentos específicos.
no treinamento
8) Elaborar um Elaborar um orçamento de T&D, considerando os custos
orçamento de de pessoal próprio, equipamentos, depreciações, custo de
treinamento pessoal externo contratado para treinamentos específicos.
9) Apresentar o plano
de treinamento e Preparar um relatório contendo todas as informações
obter autorização relevantes sobre L.N.T., quantidade e pessoas que serão trei-
para executá-lo dos nadas, o orçamento necessário, os resultados esperados e os
setores com autorida- valores que agregam à empresa.
de para isso
Fonte: O autor com base em Boog e Boog (2006 apud ALBUQUERQUE, 2012, p. 18)
Pós-Universo 33
Feito isso, a mesma norma recomenda a elaboração do plano de aula. Este deverá
conter: objetivo geral, objetivos específicos, conteúdo programático, recursos instru-
cionais e tempo, como pode ser observado na figura 2:
34 Pós-Universo
Por fim, é muito importante ao término do treinamento realizar uma avaliação a res-
peito da percepção dos participantes com relação ao treinamento em si, como nos
apresenta a NBR ISO 10015:
““
O objetivo principal da monitoração é assegurar que o processo de treina-
mento, como parte do sistema da qualidade da organização, está sendo
devidamente gerenciado e implementado, de forma a comprovar a eficá-
cia do processo em alcançar os requisitos do treinamento e da organização
(NBR ISO 10015).
Em resumo, conhecer a opinião das pessoas que vivenciaram o treinamento irá auxiliar
na elaboração de novos treinamentos, de modo que seja possível eliminar proble-
mas e dificuldades que possam ter surgido.
Acredito que você percebeu a importância do planejamento do treinamento para
que o mesmo possa ser formatado de acordo com a demanda organizacional de maneira
que, após a sua execução, seja alcançado exatamente aquilo que se propusera em seu
planejamento. O resultado positivo só, e somente só será alcançado caso esses três itens
cumpram adequadamente seus propósitos, tendo como escopo os objetivos da empresa.
atividades de estudo
IV. A fase 4, por ser a última, irá se preocupar com a avaliação do treinamento.
4. Após a realização do L.N.T., é possível que se tenha uma ideia da real necessidade da
organização. O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamento
a ser aplicada. Sabendo disso, assinale a alternativa correta referente às metodolo-
gias pedagógicas:
5. Existem 4 tipos de metodologia pedagógica e cada uma tem uma maneira específi-
ca de proporcionar o aprendizado. Com essa informação, relacione corretamente os
tipos com seus objetivos assinalando a alternativa que apresente a sequência correta:
1. Pedagogia tradicional.
2. Pedagogia nova.
3. Pedagogia tecnicista.
4. Pedagogia libertadora.
e) 2,1,3,4
É preciso ficar atento(a) para não confundir educação escolar com treinamento e desenvolvi-
mento organizacional. A escola tem o papel de alfabetizar e desenvolver as pessoas para que
estas estejam preparadas para enfrentar o mundo. A empresa irá utilizar o T&D para preparar e
desenvolver o profissional de modo a se tonar eficiente e eficaz em determinado segmento da
organização. Entretanto, para que T&D sejam eficientes, é fundamental, por parte da empresa, a
realização do levantamento das necessidades de treinamento – L.N.T., ou seja, os treinamentos
devem ser aplicados sempre buscando o desenvolvimento das pessoas, de modo que esta se
adeque àquilo que a organização espera dela e que a organização consiga minimizar o risco de
perdas financeiras na elaboração dos treinamentos e, consequentemente, economizar em tempo
e, muitas vezes, contribuir para o fortalecimento positivo do clima organizacional.
Com a realização do L.N.T. é possível que se tenha uma ideia da real necessidade da organização.
O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamento a ser aplicada.
Uma vez realizadas as análises que antecedem o de treinamento a ser implementado, inicia-se
o momento de preparar o treinamento, realizando seu planejamento, sua formatação e, por fim,
a execução do mesmo em que, em seu encerramento, é fundamental que seja feita uma avalia-
ção do mesmo para que erros e acertos possam ser corrigidos ou aprimorados em um próximo
treinamento.
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a), estudamos ao longo desta unidade conteúdos que, provavelmente, em pelo
menos alguns aspectos, já deveria ser de seu conhecimento. Entretanto, o escopo que procura-
mos foi de levá-lo(a) a aprofundar-se nestes conceitos.
Qualquer gestor deve compreender que, sem uma clara visão das necessidades de treinamento
e desenvolvimento, qualquer tipo de esforço desprendido neste sentido será, no mínimo, pouco
eficaz. Num grau maior, poderemos pensar em desperdícios enormes de recursos empregados
em treinamento, sem que a efetividades deste investimento seja comprovada.
Assim, é vital compreender claramente que as ações de capacitação devem sempre estar alinha-
das às metas organizacionais e que sua atuação em desenvolver pessoas seja em contribuição
ao alcance destas.
Se a organização não atingir os objetivos para os quais ela existe – sua missão – de nada adian-
tará ter pessoas que fizeram dezenas de cursos dos mais diferentes assuntos.
Portanto, o L.N.T. é um passo fundamental em todo o planejamento de T&D. Feito isso, a escolha
do tipo de treinamento a ser ministrado vem em seguida comprovar que as pessoas, via de regra,
desenvolvem-se melhor quando conseguem estabelecer relações entre o aprendizado e a vivên-
cia profissional. Daí termos um grande desenvolvimento nos últimos tempos dos treinamentos
do tipo vivencial.
Sem querer ser prescritivo entre essa ou aquela técnica, o que deve ser avaliado é a correspon-
dência com os objetivos a serem atingidos. Sempre esse deve ser o ponto principal em qualquer
situação.
A partir desse ponto, você já está preparado(a) para implementar e desenvolver treinamentos
em sua empresa.
Muito sucesso!!
Prof. Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque
material complementar
APRENDER. In: Dicionário Online Caldas Aulete. Lexikon Editora Digital. Disponível em: <http://
aulete.uol.com.br/aprender#ixzz2hElEX6q1>. Acesso em: 09 out. 2013.
ARAUJO, Luis César Gonçalves de; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: estratégias e
integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006.
BATES, Janet; MUNDAY, Sarah. Trabalhando com Alunos Superdotados, Talentosos e com
Altas Habilidades. Editora Galpão, 2007.
BOHLANDER, George et al. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson
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<http://qualidadeonline.files.wordpress.com/2010/03/em-busca-da-eficacia-em-treinamento.
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CONTE, Alvacir C. C.; SCHNEIDER, Ernani J. Educação Corporativa: Empresa, lugar de trabalhar e
crescer. Revista ICPG, 2004.
referências
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<http://aulete.uol.com.br/desenvolvimento#ixzz2hEB9oqYM>. Acesso em: 09 out. 2013.
EBOLI, Marisa. O desenvolvimento das pessoas e a educação corporativa. In: FLEURY, Maria Tereza
Leme. As pessoas nas organizações. São Paulo: Editora Gente, 2002.
GAU BENI, Bettyna P. B.; LUCHETI, Wilson David; POERNER, Marcos. Avaliação dos resultados em
treinamento comportamental: como o investimento no capital humano pode retornar às or-
ganizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresas e técnicas vivenciais. São Paulo: Makron
Books, 1995.
SAUL, Renato P. As raízes renegadas da teoria do capital humano. Sociologias, Porto Alegre, ano
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aulete.uol.com.br/treinamento#ixzz2hEBFCanm>. Acesso em: 09 out. 2013.
resolução de exercícios
5. a) 1, 2, 3, 4.
6. d) 3, 2, 1, 4.