Revolução Francesa
Revolução Francesa
Revolução Francesa
Bastilha era o nome que se dava a todos os castelos fortificados, mas depois se
aplicou especialmente ao célebre castelo real situado em Paris, o qual servia de
prisão aos réus de inconfidências e de fortaleza para defender a cidade.
Essa Bastilha começou a ser construída em 1369 e foi concluída em 1383. Seu
construtor, Aubriot, foi o primeiro a ser nela encarcerado. Voltaire também foi
preso ali em 1717, devido a uma sátira injustamente a ele atribuída, e lá concluiu
sua primeira tragédia – Édipo – em 1718. Em 1726, voltou a ser encarcerado na
Bastilha; liberto, seguiu para a Inglaterra retornando à França em 1729.
Luiz XVI (1774-1792) era neto de Luiz XV (1715-1774) e tetraneto de Luiz XVI (1643-
1715). Soberanos absolutos, donos de todo o poder, esses três homens
governaram a França durante 150 anos. A Bastilha, que era símbolo do absolutismo,
caiu em 14 de julho de 1789, mas Luiz XVI somente deixou de reinar em 22 de
setembro de 1792, quando foi proclamada a República. Em 21 de janeiro de 1793,
por decisão da Convenção Nacional que o condenou à guilhotina, num escrutínio
em que 387 votaram a favor e 344 contra, Luiz XVI foi decapitado, na Place de la
Révolucion, hoje Place de La Concordia.
A Revolução Francesa de 1789 foi feita então pela burguesia, em virtude dos
motivos já explanados. Nenhum proeminente revolucionário era Maçom, embora
quase todos Maçons fossem burgueses, já que lordes eram poucos. Da plebe não
tinha ninguém. Não eram Maçons: Robespierre, Marat, Carmot, Danton, Condorcet,
David (Jeaj-Luis), Saint-Just, nem mesmo Mamoro (Antoine-François) um dos
principais editores de imprensa do período revolucionário e que, em 1791, cunhou
a expressão LIBERTÉ, ÈGUALITÉ, FRATERNITÉ e a fez escrever nos edifícios públicos.
Também não era Maçom o libertino Mirabeau, preso várias vezes e eleito deputado
do Terceiro estado para os Estados Gerais e que também era grande orador e
fundador dos primeiros jornais revolucionários.
Pode-se querer alegar que a Revolução Francesa foi inspirada nos ideais de
Voltaire, mas este iniciou-se na Maçonaria em 7 de abril de 1778, aos 84 anos de
idade, e morreu a 30 de maio do mesmo ano, lamentando tê-la conhecido tão
tarde e afirmando que os Maçons e os filósofos buscam o mesmo fim.
Treze anos depois de sua morte, a Revolução Francesa transladou seu esquife para
o Panteon, em homenagem àquele considerado um dos seus autores,
proclamando-o “o libertador do pensamento humano”, talvez por haver sido
Voltaire o profeta de uma “revolução inevitável” à qual não estaria presente como
testemunha do seu vaticínio.
Para com a revolução, Voltaire contribuiu apenas com o vocábulo que trouxe para a
filosofia política. Entretanto, Maçons desavisados proclamam que a Revolução
Francesa foi feita pela Maçonaria, inspirada na sua divisa LIBERDADE, IGUALDADE,
FRATERNIDADE, criada por um profano e adotada por ela depois da Revolução.
Nela Barruel afirma: “Nesta Revolução Francesa, tudo, até nos seus crimes mais
espantosos, tudo foi previsto, meditado, constituído, resolvido, estatuído; tudo tem
tido o efeito da mais profunda perversidade, pois que tudo foi preparado,
conduzido por homens que tinham, sozinhos, o fio das conspirações há muito
tempo tramadas dentro das sociedades secretas”.
Nicola Aslan, em seu livro História da Maçonaria, trata do assunto bem como
assegura que no dia 17 de julho de 1789, “numa recepção feita a Luiz XVI, na
Cultura de Paris, depois da tomada da Bastilha, os Maçons que lá estavam em
grande número, fizeram a abóbada de aço à qual, o rei espantado e amedrontado,
passou”. Esse gesto, de respeito e apoio maçônico ao rei, desmente o jesuíta
Barruel e reforça nossa convicção de que não foram os Maçons franceses que
fizeram a Revolução e, muito menos, pretenderam eles destruir o Cristianismo.
Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a
surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a
alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos
e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e
defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre
e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças
na sociedade que beneficiassem os mais pobres.
A Fase do Terror
Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais
Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder
e organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar
qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros
franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a
radicalização política são as marcas desta época.
A burguesia no poder
Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês
Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo
burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da
burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês
Napoleão Bonaparte é colocado no poder com o objetivo de controlar a
instabilidade social e implantar um governo burguês.
Conclusão
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa
civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O
povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A
vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro
lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As
bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a
revolução. A Revolução Francesa também influenciou, com seus ideais iluministas, a
independência de alguns países da América e o movimento de Inconfidência
Mineira no Brasil.
Elí José Cesconetto, M.M. (G.’. 32)
M.’.P.’. Consistório dos Príncipes do Real Segredo Nº 7, Florianópolis – Brasil
BIBLIOGRAFIA:
1- E. Malynski — A Grande Conjuração Mundial — Livraria Cervantes. Paris, .
2- Alberto Lantoine — Hiram coroado de espinhos, — Vol. II, pag. 513. E. Nourry.
Paris, 1926.
3- G. Hervé — Assuntos de pós guerra, — pag. 13. Livraria da Victoria, Paris.
4- G. Hervé — Assumtos de pós guerra, — Prefacio. Liv. da Victoria. Paris
5- Artigo do Matin citado pela Maçonaria desmascarada; setembro de 1893.
6- Boletim do Grande Oriente
7- R. Meimevée — A organização anti-maçônica na França
8- G. Hervé — A Vitória, 25 de fevereiro de 1929. Primeira carta às elites.
9- A. Lebey — Na Loja Maçônica — E. Chiron, Paris. Discurso de encerramento da
Convenção de 1920.