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Analise Do Instrumento de Mensuracao de Carga Mental
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Analise Do Instrumento de Mensuracao de Carga Mental
1. INTRODUÇÃO
Considerando Ergonomia uma disciplina científica relacionada ao
entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim
de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. (IEA,
2013) consideraram a Ergonomia como um dos aspectos a ser analisados na
relação de ensino-aprendizagem.
Considerando que o e-learning é um processo virtual e tem uma
abrangência mais restrita do que o ensino à distância (EAD) por representar
uma aprendizagem baseada apenas na internet, intranet ou extranet para a
distribuição do conteúdo. (CAPITÃO e LIMA, 2003, p.38). A constante
demanda de novas informações para o desenvolvimento do trabalho no
ambiente de tecnologia de informação pode levar a uma sobrecarga de
informações.
Esse trabalho apresenta um estudo de caso da mensuração da carga de
trabalho subjetiva (carga mental) em uma turma de graduação EAD.
Com base na literatura estudada na área de ergonomia e carga mental,
levantam-se as perguntas:
Quais são as percepções da demanda de processo ensino-
aprendizagem através de EAD no decorrer dos anos?
1.1 OBJETIVO:
Mensurar a carga de trabalho subjetiva no ensino por EAD para uma
turma do curso de Gestão da Informação da UFPR, utilizando as premissas da
ergonomia e gestão da informação nos períodos de 2014 a 2017.
1.3 JUSTIFICATIVA
Recentemente, a EaD, passou a utilizar, com maior intensidade,
tecnologias de telecomunicação e transmissão de dados, som e imagens que
convergem cada vez mais para o computador. (VALENTE e MATTAR; 2007,
p.20) apud VILAÇA, 2010
O e-learning (técnica de aprender por meios eletrônicos ou computador
eletrônico) contribui com o processo de EAD em oferecer um treinamento
padrão, abrangente, sem barreiras e de baixo custo por não exigir
deslocamento do indivíduo.
No contexto científico, sua contribuição se baseia no fato de oferecer
uma compreensão da utilização de e-learnings no âmbito acadêmico sob o viés
da gestão da informação e da ergonomia da informação. Apoiado na aplicação
de um conhecido método de pesquisa (NASA-TLX) será possível apresentar
como resultado, no curso em EAD a carga de trabalho subjetiva que é
produzida nos alunos, com consequente benefícios na segurança, conforto e
eficiência pretendidos pelos mesmos.
Quanto aos benefícios tem-se a proposta de atualização dos
conhecimentos e novos aprendizados por um modelo de menor custo geral e
menor esforço mental terão uma maximização dos resultados globais da
organização com uma minimização dos desembolsos tornando a mesma mais
competitiva e efetiva. A utilização de um método de mensuração da carga de
trabalho subjetiva possibilitará identificar o aproveitamento dos alunos com
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2. ERGONOMIA DA INFORMAÇÃO
Historicamente, a ergonomia já havia sido mencionada em um artigo
chamado “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis
objetivas da ciência sobre a natureza”, pelo polonês Woitej Yastembowsky em
1957, no entanto, somente a partir da fundação da Sociedade de Pesquisa em
Ergonomia, que esse termo acabou sendo mundialmente difundido. (IIDA,
1997).
Abrahão e Pinho (2002) apontam que a ergonomia " vem trabalhando na
introdução de novas tecnologias, demonstrando a transformação do conteúdo e
natureza do trabalho e das consequências destas mudanças na saúde e na
produtividade".
Tradicionalmente a ergonomia tem evoluído utilizando-se como objeto
de estudo o desenho de sistemas de trabalho ou “o ambiente sobre o qual o
trabalho humano tem efeito e do qual o ser humano extrai a informação que
necessita para trabalhar”. (CAÑAS e WAERNS, 2001, p.2)
Com a introdução de novas tecnologias e exigências de novos
conhecimentos, surge a necessidade de adequação cognitiva para utilização
dos novos mecanismos. Da interação entre o ser humano e o sistema de
trabalho destaca-se um aspecto segundo Cañas e Waerns, (2001):
e) A Ergonomia psicológica ou Cognitiva que estuda o aspecto de como
a pessoa atua no sistema de trabalho e como ela deve perceber
estímulos ao seu redor, receber informações, tomar decisões e transmitir
informações.
Atualmente observa-se uma distinção mais abrangente na ergonomia, a
qual se divide em três especializações segundo a Associação Brasileira de
Ergonomia (ABERGO, 2013):
a) Ergonomia física, relaciona-se com anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Estuda aspectos
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3. A ERGONOMIA COGNITIVA
Ergonomia cognitiva busca contribuir com um referencial teórico e
metodológico para analisar como o trabalho afeta a cognição humana e por ela
é afetado. Tendo o objetivo de apontar as articulações dos processos
cognitivos face às situações de resolução de problemas, a ergonomia cognitiva
visa adequar as soluções tecnológicas com as características e necessidades
dos usuários. (HOLLNAGEL,1997 apud ABRAHÃO, SILVINO e SARMET,
2005).
Para explicar a interação entre uma pessoa e um artefato, Wickens,
(1992 apud CAÑAS e WAERNS, 2001) propõe um modelo cognitivo (FIGURA
01).
FIGURA 02: MODELO COGNITIVO GERAL
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4. APRENDIZAGEM
Os conceitos de aprendizagem na linguagem cotidiana referem-se à
ação de reter algo ou tornar-se capaz de algo; obter conhecimento por meio de
estudo ou treino; e reter algo na memória ou instruir-se para algo. (JUNIOR e
BORGES-ANDRADE, 2008).
De acordo com o Centro de Pesquisa do Aprendizado (CPA), dos EUA,
(apud Terra, 2005), “o aprendizado é a uma atividade social, ou seja, o
aprendizado é mais efetivo em grupos. Além disso, o aprendizado ocorreria,
principalmente, quando os grupos surgem por consenso, quando a atração
entre as pessoas é tanto social quanto profissional.”
Terra (2005), o aprendizado (o socializado aprendido) envolve
mudanças de comportamento e de modelos mentais. O real aprendizado
ocorre quando há um feedback loop (retorno de informação), ou seja, quando
os modelos mentais que guiam os comportamentos são alterados pelas
próprias respostas que eles provocam. Esse processo ocorre quando as
pessoas se engajam na compreensão de seus comportamentos e em atitudes
de cooperação e participação com os outros.
No que se refere ao produto da aprendizagem, seja ela formal, ou
natural, ressalta-se que a relação entre aprendizagem, transferência e
desempenho podem gerar três tipos de resultados: Positivos- o que aprendeu
facilita a tarefa do indivíduo; (2) Negativos- o que aprendeu interfere, dificulta
ou piora o desempenho do indivíduo; (3) Nulos- o que aprendeu não afeta o
desempenho do indivíduo.
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6. CONHECIMENTO
Choo (2003) propõe diferenciar o conhecimento em tácito, explicito e
cultural. O conhecimento tácito, é usado de modo implícito, subjetivo. É um
conhecimento não divulgado e difícil de ser verbalizado por ser expresso por
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8. METODOLOGIA
O tipo de pesquisa qualitativa empírica, que tem base na experiência e
vivência do autor, com apoio da técnica de estudo de caso que para Triviños
(1987) é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa
profundamente que é dada por duas circunstâncias: a natureza e abrangência
da unidade, sendo o treinamento à distância a natureza ou variável
independente e a abrangência o conjunto de variareis intervenientes ou
secundárias, sobre os treinados ou variáveis dependentes.
Segundo Gil (1996), o estudo de caso pode ser visto como um método
de pesquisa sendo verificado principalmente nas pesquisas exploratórias
Foi adotado o protocolo NASA-LTX com seis níveis de análise. O
recurso a vários níveis de análise permite, muitas vezes, conceber um caso
que responda melhor à questão da pesquisa e este sendo um meio de
organizar dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social
estudado (GOODE & HATT, 1977, p.422).
9. POPULAÇÃO DA PESQUISA
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Exigência Física Baixo/Alto Quanto de atividade física a tarefa exige (ex.: empurrando, puxando,
virando, controlando, mexendo)?
A tarefa é leve, lenta, facilmente realizada e tranqüila? (indica LIMITE
BAIXO na escala); Ou é pesada, rápida, vigorosa e agitada? (indica LIMITE
ALTO na escala).
Exigência Baixo/Alto Quanto de pressão de tempo você sofreu com relação ao tamanho da tarefa
pelo tempo para executa-la? Quanta pressão você sentiu com relação ao
Temporal
ritmo cobrado para a execução dessa tarefa? (ex.; proporção entre o horário
de trabalho e o tamanho ou complexidade da tarefa, prazo do serviço
encomendado)
O ritmo de trabalho é lento e tranqüilo? (indica LIMITE BAIXO na escala);
Ou é frenético? (indica LIMITE ALTO na escala)
Nível de Alto/Baixo Quanto sucesso você acha que tem realizando as metas da sua tarefa? (ex.:
satisfação, reconhecimento)
Realização
Você fica muito satisfeito e é elogiado quando você alcança as metas?
(indica LIMITE ALTO na escala); Ou você fica pouco satisfeito e quase
ninguém nota o seu trabalho? (indica LIMITE BAIXO na escala)
Nível de Esforço Baixo/Alto Que quantidade de esforço total (mental+físico) você precisou aplicar para
realizar sua tarefa? (ex.: concentração, força muscular, raciocínio, destreza).
Para que a execução da sua tarefa seja desempenhada com sucesso é
necessária concentração superficial, força muscular leve, raciocínio simples,
pouca destreza? (indica LIMITE BAIXO na escala?; Ou é necessária
concentração profunda, força muscular intensa, raciocínio complexo e muita
destreza? (indica LIMITE ALTO)
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Nível de Baixo/Alto Quanto sofrimento você acha que tem realizando as metas da sua tarefa?
(ex.: insegurança, desencorajamento, irritação, desconforto e estresse).
Frustração
Você se sente seguro, contente e tranqüilo quando realiza a sua tarefa?
(indica LIMITE BAIXO na escala); Ou pelo contrário, inseguro,
desencorajado, irritado, incomodado e estressado? (indica LIMITE ALTO na
escala)
FONTE: NASA-TLX MANUAL, 1986.
16. REFERENCIAS
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Acesso em: 20/10/2013.
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