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Troca Da Válvula Termostática Do Ford Fiesta - Revista O Mecânico

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Troca da válvula termostática do Ford Fiesta

por Revista O Mecânico| ago, 17, 2015

Acompanhe nesta reportagem os procedimentos de diagnóstico e


manutenção da válvula termostática eletrônica do popular da Ford, que exige
alguns cuidados na substituição, além de checagem de todo o sistema

O sistema de arrefecimento é bastante complexo e merece atenção dos


mecânicos em eventuais revisões, principalmente, porque abrange muitos
componentes essenciais, como a válvula termostática. Sua função é fazer com
que a temperatura ideal de trabalho do motor se eleve rapidamente e
permaneça dessa maneira. Mas se isso não acontecer, aí começa a dor de cabeça
para o proprietário do veículo.

Fizemos nessa edição a troca de válvula termostática do Ford Fiesta Flex, ano
2008, com 60 mil Km rodados. Alberto Maciel, técnico da MTE Thomson, explica
que esse modelo é equipado com eletroválvula termostática eletrônica,
semelhante a comum, exceto pela cera expansiva que é aquecida por um
aquecedor do tipo PTC (Coeficiente de temperatura Positiva, em inglês), ou seja,
uma resistência elétrica. Na válvula comum, a cera é aquecida pelo líquido de
arrefecimento.
“Esse tipo permite que a válvula trabalhe em temperaturas diferentes em função
do combustível que está no tanque, ou seja, quando o motor está 100% etanol
(9,0:1 de RAC –relação ar/combustível na mistura), seu início de abertura é a 100º
C. Já quando tem 100% de gasolina no tanque (13,3:1 de RAC), sua abertura
acontece a 97º C”, comenta Alberto.

O caminho que o líquido de arrefecimento percorre é o seguinte: impulsionado


pela bomba d’água na fase fria, circula somente dentro do motor e, após
abertura da válvula termostática, com o motor já aquecido, o líquido passa pelo
radiador, retornando para o motor já resfriado. Parece simples, né, mas sem a
manutenção apropriada, isso pode causar diversos danos ao motor do carro,
com sérios prejuízos ao cliente.
Diagnóstico e troca

A troca da válvula termostática é recomendada quando o sistema apresenta


problemas e depois de uma minuciosa checagem e testes para certificar que o
problema está mesmo na peça. “Se houver superaquecimento, é necessário
testar o circuito do sistema com um termômetro. Este teste deve ser feito
quando o carro chega com o motor quente e depois de trocar a válvula”, explica
Alberto.

O técnico insiste que o veículo nunca deve funcionar sem a válvula, pois pode
continuar o superaquecimento. “Existem casos em que a válvula termostática é
retirada quando dá problema e isso é incorreto, pois a válvula possui um “by
pass” que direciona o líquido para o radiador e quando ela é retirada, o líquido
não é direcionado e fica circulando na galeria do bloco, levando o carro ao
superaquecimento”.

Vamos realizar desta vez a troca de uma válvula termostática do motor Zetec
Rocam do Ford Fiesta, 2008, com 60 mil km rodados. O procedimento será
efetuado com a ajuda de Edson da Silva Moraes, proprietário e mecânico da
Oficina Mecânica Moraes & Moraes.
Alberto explica que a válvula original do Fiesta é construída com uma carcaça de
plástico e a que foi colocada na reposição pela MTE é de alumínio. “Essa
alternativa foi desenvolvida porque como o carro é flex, trabalha com
temperatura alta, o que provoca problemas de ressecamento e empenamento
do plástico. Um outro fator é que se, por ventura, vazar a água de
arrefecimento, o calor da carcaça não dissipa para o “plug” eletrônico, ou seja,
não informa para o módulo que o motor está aquecido. A vantagem do
alumínio é que dissipa melhor o calor da carcaça, evitando o problema de
empenamento”.

Em caso de avarias, o sistema deve ser inspecionado para ver se é necessário a


troca da válvula com a carcaça ou apenas o refil, de qualquer maneira, a carcaça
deve ser muito bem examinada para ver se pode ser reutilizada.
O técnico da MTE dá uma dica importante: “um erro comum no mercado é
quando o técnico coloca um tampão da saída de ar quente, mesmo o carro não
tendo esse equipamento como opcional. O correto é fazer uma conexão com a
mangueira, pois o líquido tem que circular pelas duas galerias”.

Testes e troca do componente

1) Teste mecânico: quando o caro chega na oficina, com o veículo funcionando, o


primeiro passo é fazer um teste comparativo entre a temperatura do motor (90°)
e a do radiador (50°), utilizando um termômetro especial. Se as temperaturas
estiverem iguais, o sistema está adequado, pois a água está circulando, ou seja, o
sistema está aberto. Caso não esteja, deve se substituir a válvula termostática e
verificar também a bomba água. Em casos mais raros, pode haver obstrução do
radiador.
2) Testes eletrônicos: com o scanner automotivo, vamos ver se o problema é
eletrônico. Assim, testamos não só o funcionamento do aquecimento da
resistência da válvula, mas também o sensor de temperatura do motor.

3) O procedimento começa retirando o filtro de ar e soltando a abraçadeira da


mangueira de admissão de ar.
4) Coloque um recipiente embaixo do carro para escoar o líquido e abra a tampa
do reservatório.

5) Desconecte o sensor de temperatura do líquido, solte a travinha de segurança


e puxe a peça com cuidado.
6) Com um alicate especial para soltar abraçadeiras, desconecte todas as cinco
mangueiras de circulação de água, para o radiador, para o sistema de ar quente
e para o reservatório de expansão, para poder drenar o líquido.
7) Com uma chave em L de 8 mm, comece a soltar os seis parafusos da fixação
da carcaça, para agilizar pode usar a pneumática. Na montagem o torque é de
3kg. Os parafusos são limpos e reaproveitados.

8) Na retirada da válvula, na parte de baixo, desconecte o conector da aquecedor


da válvula termostática (PTC).
Obs: Para ver se pode reaproveitar a carcaça, verifique se não há corrosão e se a
flange está em ordem sem corrosão ou empenamento.

9) Faça o teste da resistência do aquecedor da válvula com a ajuda de um


multímetro, sem necessidade de especificar a polaridade, em escala 200 Ohms.
O valor tem que ser em torno de 14 a 17 Ohms.
10) Faça também o teste de resistência do sensor de temperatura do líquido de
arrefecimento, que deve ser feito em escala de 200 kOhms. O valor em
temperatura ambiente é em torno de 33 KOhms .

11) Agora, execute o teste elétrico do refil, remova-o da carcaça e encaixe no


conector do aquecedor um chicote de testes e as outras duas pontas na bateria
do carro. Aplique 12 V. De dois a cinco minutos a válvula vai ter sua abertura. Se
não estiver abrindo, o problema é eletrônico e a válvula deve ser trocada.
Instalação
1) É necessário que se faça um preparo para a instalação da nova válvula.
Comece removendo os resíduos de vedação na superfície do cabeçote, para isso
utilize um paninho com gasolina.

2) Use também uma lixa d’água para remover imperfeições da superfície do


cabeçote, deixando-a bem lisinha.
3) Retire os recipientes do líquido e jogue num reservatório adequado para
descarte.

4) Coloque a peça nova. Certifique-se de que a superfície esteja limpa e sem


irregularidades.
5) Faça o teste da resistência do aquecedor da válvula PTC com a ajuda de um
multímetro, sem necessidade de especificar a polaridade, em escala 200 Ohms. O
valor tem que ser em torno de 14 a 17 Ohms.
6) Quando colocar o sensor de temperatura novo, prenda a travinha.

7) Faça também o teste de resistência do sensor de temperatura do líquido de


arrefecimento, que deve ser feito em escala de 200 kOhms. O valor em
temperatura ambiente é em torno de 33 KOhms.

8) Estando tudo pronto, parafusos limpos, faça a instalação da peça no local


adequado. Coloque os parafusos na sequencia cruzada e com torque de 3 kg.
9) Siga o mesmo processo da desmontagem, mas na sequência inversa. Coloque
as mangueiras e o conector do sensor de temperatura do líquido.
10) A montagem está pronta, agora tem que encher o reservatório com fluido
novo, na proporção correta que é de 40% de aditivo e 60% de água
desmineralizada.
11) A sangria é feita automaticamente, conforme a colocação do líquido no
sistema. Deixe o conector do ar quente no vermelho, mesmo sem o carro estar
ligado.

Ao final do reparo conferir:

1) O ideal é fazer novamente o teste do termômetro para checar as informações


depois do reparo feito. Faça também o teste de funcionamento do aquecimento
da resistência da válvula e o do sensor de temperatura do motor.
2) Por fim, vamos conferir com o scanner automotivo se todos os sensores estão
funcionando com perfeição.

_______________________________________________________
Colaboração técnica:
Oficina Mecânica Moraes & Moraes
Mais informações: MTE-Thomson (11) 4393-4343

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