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IMBERNÓN - Formação Continuada de Professores

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IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Artmed Editora, 2010.

(pp 10-12)

Escolhi 10 temas, poderiam ser muitos mais. Escolher 10 temas tem suas vantagens e
desvantagens. Uma das vantagens é que obriga o leitor a sintetizar e a escolher o que julga
essencial. A desvantagem é a repetição, sobretudo quando se tenta resumir com propostas em
uma seção que denominei “O que fazer na pratica da formação?”. Como se pode verificar,
algumas propostas são intercambiáveis na abordagem de diversos temas deste livro. Situá-las
em um lugar ou em outro foi resultado de uma tomada de decisão. A estrutura da obra também
foi um fator condicionante, mas peço ao leitor que seja compreensivo e veja o texto como um
conjunto de ideias e propostas globais que pretendem melhorar a formação continuada de
professores.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

1. De onde viemos e para onde vamos?

E necessário conhecer os elementos da herança formadora que nos permitam continuar


construindo e oferecer alternativas de inovação e mudança às políticas e práticas de formação.
Ninguém pode negar que a realidade social, o ensino, a instituição educacional e as finalidades
do sistema educacional foram evoluindo e que, como consequência, o professor deve sofrer
uma mudança radical em sua forma de exercer a profissão e em seu processo de incorporação
e formação.

2. O que aprendemos?

Atualmente, existem evidências quase inquestionáveis para todos aqueles que, de uma forma
ou de outra, dedicam-se à formação continuada de professores. Conhecê-las implica analisar os
acertos e os erros e ter consciência de tudo o que nos resta conhecer e avançar.

3. Quais são as novas ideias e práticas para uma formação de professores em uma nova época?

Considerando nossa aprendizagem, devemos olhar para a frente. A teoria e a prática da


formação, seus planos, suas modalidades e estratégias, seu processo, etc. devem ser
introduzidos em novas perspectivas. Por exemplo, as relações entre os professores, as emoções
e as atitudes, a complexidade docente, a mudança de relações de poder nos cursos de formação,
a autoformação, a comunicação, a formação com a comunidade, a influência da sociedade da
informação.

p. 11

4. É possível passar do problema à situação problemática?

A formação Standard, aplicada à formação docente tenta dar respostas deforma igual a todos,
a partir da solução de problemas genéricos. A formação clássica é a constituição de problemas,
mas na formação continuada não há problemas genéricos, apenas situações problemáticas.
Passar de uma a outra oferecerá uma nova perspectiva de formação.

5. Como superar o individualismo para chegar ao trabalho cooperativo?

A profissão de docente tem sua parte individual, mas também necessita de uma parte
cooperativa. Educar na infância e na adolescência requer um grupo de pessoas (para não
mencionar a famosa frase indígena “necessita de todo um povo para ser educado”). Portanto, a
formação continuada, para desenvolver processos conjuntos e romper com o isolamento e a
não comunicação entre professores, deve considerar a formação cooperativa.
6. Sou objeto da formação ou sujeito da formação com uma identidade docente?

A formação continuada de professores passa pela condição de que estes vão assumindo uma
identidade docente, o que supõe a assunção do fato de serem sujeitos da formação, e não
objetos dela, como meros instrumentos maleáveis e manipuláveis nas mãos de outros.

7. Como se passa da formação isolada à comunitária?

E preciso superar a antinomia família-comunidade-professor. O que existe fora da instituição


educacional deve ser um aliado, não um inimigo. A formação conjunta com a comunidade
perfila-se, nos diversos contextos educativos e sociais, como uma das alternativas às difíceis
situações problemáticas da educação atual e, principalmente, à exclusão social de uma parte da
humanidade.

8. Atualizar ou criar espaços de formação?

A tradição de preparação dos formadores ou dos planos de formação consiste em atualizar e


culturalizar os professores em conhecimentos de qualquer denominação ou tipologia. A
formação continuada dos professores, mais do que atualizá-los, deve ser capaz de criar espaços
de formação, de pesquisa, de inovação, de imaginação, etc., e os formadores de professores
devem saber criar tais espaços para passarem do ensinar ao aprender.

p. 12

9. Trabalha-se na simplicidade ou na complexidade da formação? A tarefa docente sempre foi


complexa, mas nas últimas décadas tal complexidade aumentou muito. A formação deve deixar
de trabalhar a partir de uma perspectiva linear, uniforme e simplista para se introduzir na análise
educativa a partir de um pensamento complexo, a fim de revelar as questões ocultas que nos
afetam e, assim, tomar decisões adequadas.

10. Ser frio e distante ou agir e demonstrar emoções?

A cultura profissional dos professores, caracterizada pelo distanciamento, pela frieza e pelo
ocultamento das emoções e da naturalidade do ser humano, se refletiu no trabalho conjunto
dos mesmos com os alunos. A formação deve ser mais dinâmica no seu processo e na sua
metodologia, permitindo mostrar as diferentes emoções, para que os docentes possam
melhorar a comunicação, conviver nas instituições educacionais e transmitir essa educação aos
alunos.

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