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Algoritmo Autoadaptativo de Protección Instantánea

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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Engenharia Elétrica e Informática


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Grupo de Sistemas Elétricos

Tese

Algoritmo auto-adaptativo para proteção de


sobrecorrente instantânea

Francisco das Chagas Souza Júnior

Campina Grande - Paraíba - Brasil


© Francisco das Chagas Souza Júnior, Julho de 2016
Francisco das Chagas Souza Júnior

Algoritmo auto-adaptativo para proteção de sobrecorrente


instantânea

Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Fede-

ral de Campina Grande, em cumprimento às exigências do

Programa de Doutoramento em Ciências no Domínio da

Engenharia Elétrica.

Área de Concentração: Processamento da Energia

Benemar Alencar de Souza, D.Sc.

Orientador

Campina Grande - Paraíba - Brasil

Julho de 2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG

S729a Souza Júnior, Francisco das Chagas.


Algoritmo auto-adaptativo para proteção de sobrecorrente instantânea /
Francisco das Chagas Souza Júnior. – Campina Grande, 2016.
168 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal


de Campina Grande, Centro de Engenharia Elétrica e Informática, 2016.
"Orientação: Prof. Dr. Benemar Alencar de Souza".
Referências.

1. Proteção adaptativa - Smart Grids. 2. Redes Elétricas Inteligentes. 3.


Relés de Sobrecorrente Instantânea. 4. Sistemas de Distribuição. 5.
Geração Distribuída. I. Souza, Benemar Alencar. II. Título.

CDU 621.311(043)
iv

Tenho a impressão de ter sido uma criança

brincando à beira-mar, divertindo-me em descobrir uma

pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o

imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos. 

ISAAC NEWTON
DEDICATÓRIA

À minha lha Ana Heloísa, à minha esposa Maiara, aos meus pais Ana e Francisco e minhas

irmãs Ana Clara e Ana América, DEDICO.

v
AGRADECIMENTOS

A Deus por ser para mim fonte inesgotável de amor, perfeição e bondade. Por além de ter me

dado a vida sempre me guiar e me conduzir para o caminho do bem.

À minha esposa Maiara e à minha lha Ana Heloísa que dividiram comigo o dia a dia dessa

pesquisa e compreenderem meu tempo compartilhado em meio aos prazos e obrigações da vida

real.

À minha amada mãe - Ana - ao meu amado pai - Francisco Souza - e à minhas irmãs Ana

Clara e Ana América, que durante toda minha vida não mediram esforços para dar-me uma

boa formação ajudando-me a superar as diversidades do dia a dia.

Ao professor Dr. Benemar Alencar de Souza pela orientação, ajuda e dedicação em todos os

momentos durante a realização deste trabalho e de todos os trabalhos aos quais nos submetemos

nos últimos 6 anos.

Aos colegas de trabalho do IFRN, campus Caicó, pelo incentivo. Aos meus atuais e ex-alunos

por terem sido para mim antídoto de alegria, felicidade e perseverança.

Aos amigos do LARCA: Huilman, Nelson, Wellinsílvio, Jamile, Felipe, Ana Vitória, Alana,

Célio, Paulo Coutinho, pelas valiosas colaborações, discussões e parcerias sobre os problemas

da proteção de sistemas elétricos.

À CAPES, pelo suporte nanceiro dado durante o período de realização deste trabalho.

Francisco das Chagas Souza Júnior

vi
RESUMO

Uma técnica auto-adaptativa que torna a obtenção dos ajustes de coordenação de relés de so-

brecorrente instantânea para sistemas de distribuição uma tarefa automática, sem a necessidade

de intervenção humana e nem a interrupção do fornecimento de energia elétrica ou do monito-

ramento da rede é proposta. Usando uma arquitetura distribuída, formada por três camadas

conectadas através de canal de comunicação, modicações topológicas como entrada/saída de

linhas, e/ou nos pers de carga e geração do sistema elétrico terão seus efeitos automaticamente

reetidas nos ajustes dos dispositivos de proteção. O método proposto usa a corrente de carga

como item principal para a determinação dos ajustes das unidades instantâneas de sobrecor-

rente em redes de distribuição de média tensão com e sem a presença da geração distribuída.

Por meio do cálculo online dos equivalentes de rede a técnica proposta necessita de baixos

níveis de intervenção humana para a realização dos estudos de coordenação e seletividade. Os

resultados obtidos comprovam a viabilidade técnica da metodologia proposta e corrobora com

o estado da arte no tocante ao desenvolvimento das redes elétricas inteligentes.

Palavras-chave: Proteção adaptativa; Smart Grids ; redes elétricas inteligentes; relés de sobre-

corrente instantânea; sistemas de distribuição; geração distribuída.

vii
ABSTRACT

A self-adaptive technique that improves the instantaneous overcurrent relay settings determi-

nation an automatic task, without human intervention neither interruption on electric supply

or grid monitoring is proposed. An architecture designed by three layers connected using a

communication channel provides that modication on power electric grid as connection/dis-

connection of transmission lines, and/or on generator or load proles will be automatically

reected on protective device settings. Load current has been used to determine the reach of

instantaneous overcurrent relay settings in a medium voltage distribution system considering

cases with and without distributed generation connected on the grid. The possibility of online

determination at Thevenin equivalent circuit low human interventions to execute coordination

study. Obtained results demonstrate the viability of proposed technique and increase with state

of art about improvements of smart electric grids.

Keywords: Adaptive protection; overcurrent relays; smart grids; distribution systems; trans-

mission systems.

viii
SUMÁRIO

Lista de Figuras xiii

Lista de Tabelas xx

Siglas xxiii

Lista de Símbolos xxv

Capítulo 1  Introdução 1

1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.4 Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.5 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Capítulo 2  Revisão Bibliográca 6

2.1 Métodos que Utilizam Arquitetura Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.2 Métodos que Utilizam Arquitetura Concentrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.3 Métodos Baseados em Inteligência Articial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.4 Métodos Não Baseados em Inteligência Articial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

ix
Sumário x

Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 18

3.1 Sistema de proteção para redes de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.1.1 Isolamento de Faltas Temporárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3.1.2 Isolamento de Faltas Permanentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.2 Coordenação de relés de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.2.1 Sistemas radiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.2.2 Sistemas com Geração Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.2.3 Algoritmo de Coordenação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.2.3.1 Determinação da relação de TC (RTC) . . . . . . . . . . . . . . 30

3.2.3.2 Critérios para ajustes de corrente mínima de atuação . . . . . . 30

3.2.3.3 Sistemas não-radiais e com geração distribuída . . . . . . . . . 35

3.3 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 40

4.1 Estimação de fasores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.1.1 Janelamento de sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.1.2 Algoritmos de estimação de fasores baseados na série de Fourier . . . . . 42

4.1.2.1 Algoritmo de Fourier de 1 ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.1.2.2 Algoritmo de Fourier de meio ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . 44

4.1.3 Eliminação do efeito da componente DC de decaimento exponencial . . . 45

4.2 Relé como comparador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4.3 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 52

5.1 Proteção adaptativa de sobrecorrente instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

5.1.1 Sistemas radiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54


Sumário xi

5.1.2 Sistema com geração distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

5.2 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 65

6.1 Arquitetura do Sistema de Proteção Adaptativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

6.2 Modelo de relé de sobrecorrente adaptativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

6.2.1 TPC e TC de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

6.2.2 TP e TC auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

6.2.3 Modelo do disjuntor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

6.2.4 Filtro analógico Anti-aliasing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

6.2.5 Conversão Analógico/Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

6.2.6 Buer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

6.3 Centro de Controle da Subestação (CCS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

6.4 Centro de Controle da Operação (CCO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

6.5 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 83

7.1 Considerações sobre as simulações no ATP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

7.2 Sistemas de Distribuição Sem Geração Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

7.2.1 Análise do Sistema de Proteção Adaptativa Para um Sistema Radial Sim-

plicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

7.2.1.1 Análise em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

7.2.1.2 Saída da LT 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

7.2.1.3 Entrada da LT 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

7.2.2 Análise do Sistema de Proteção Adaptativa Para um Sistema Real . . . . 101

7.2.2.1 Análise em Regime Permanente (Sem Modicações na Rede) . . 102

7.2.2.2 Saída de Linha do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107


Sumário xii

7.2.2.3 Acréscimo da Potência de Carga Instalada . . . . . . . . . . . . 112

7.2.2.4 Diminuição da Potência de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

7.3 Sistema de Distribuição com Geração Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

7.3.1 Análise em Regime Permanente (Sem Modicações no Sistema) . . . . . 120

7.3.2 Saída de Linha do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

7.3.3 Perda de Um dos Geradores da Geração Distribuída . . . . . . . . . . . . 127

7.4 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

Capítulo 8  Conclusões 131

Referências Bibliográcas 134

Apêndice A  Publicações Associados ao Projeto de Doutorado 143

A.1 Trabalhos Publicados em Periódicos Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . 143

A.2 Trabalhos Publicados em Anais de Eventos Nacionais e Internacionais . . . . . . 143

Apêndice B  Equivalentes de Rede 145

B.1 Sistema de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

B.2 Barras de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

B.3 Linhas de transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

Apêndice C  Relés direcionais 150

Apêndice D  Detalhes do Regional Maceió 155

D.1 Diagrama Unilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

D.2 Entrada de rotina de Fluxo de Carga (ANAREDE) . . . . . . . . . . . . . . . . 157

D.3 Entrada de rotina de Estudo de Curto-Circuito (ANAFAS) . . . . . . . . . . . . 158


LISTA DE FIGURAS

3.1 Esquema de funcionamento de um religador automático com duas interrupções

rápidas e uma lenta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3.2 Sistema de distribuição com os respectivos dispositivos de proteção. . . . . . . . 21

3.3 Faltas permanentes sendo isoladas por fusíveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.4 Sistema de distribuição simplicado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.5 Exemplos de coordenação entre: (3.5(a)) fusível e religador, (3.5(b)) fusível e

relé e (3.5(c)) relé e religador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.6 Sistema de distribuição com presença de geração distribuída. . . . . . . . . . . . 26

3.7 Gradiente da tensão em sistemas radiais com e sem geração distribuída. . . . . 27

3.8 Sistema de potência radial simplicado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.9 Fluxograma utilizada para coordenação dos dispositivos de sobrecorrente tem-

porizada em uma rede radial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3.10 Fração da linha protegida pela unidade instantânea. . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3.11 Sistema não-radial com presença de geração distribuída e linhas duplas. . . . . . 35

3.12 Relés de sobrecorrente direcionais protegendo sistema ctício. . . . . . . . . . . 36

3.13 Sistema radial com duas fontes de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

3.14 Sistema elétrico com circuitos duplos e uma única fonte de potência. . . . . . . . 37

4.1 Estrutura geral de um relé digital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

4.2 Esquema de janelamento móvel para estimação de fasores. . . . . . . . . . . . . 42

4.3 Sistema elétrico simplicado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

xiii
LISTA DE FIGURAS xiv

4.4 Esquema gráco de comparação de fase para: (4.4(a)) φ ≥ 90, (4.4(b)) φ = 90,
(4.4(c)) φ ≤ 90. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.5 Esquema de comparação de amplitude utilizando amplicador operacional. . . . 51

5.1 Limites para corrente mínima de atuação da unidade instantâneas de sobrecorrente. 53

5.2 Modelo equivalente de rede radial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

5.3 Compartamento da unidade instantânea de sobrecorrente obtida por meio da

técnica adaptativa proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

5.4 Relação entre alcance da unidade instantânea e a razão ICC /IL . . . . . . . . . . 57

5.5 Modelo de sistema elétrico com geração distribuída. . . . . . . . . . . . . . . . . 58

5.6 (5.6(a)) Sistema com geração distribuída e falta aplicada a h% da linha. (5.6(b))

Simplicação utilizando (5.8) e (5.9). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

5.7 Contribuição dos equivalentes para a corrente de curto-circuito. . . . . . . . . . 60

5.8 Comportamento do alcance da unidade instantânea em sistemas com geração

distribuída de acordo (5.36): (5.8(a)) primeira solução, (5.8(b)) segunda solução. 63

6.1 Arquitetura do sistema de proteção adaptativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

6.2 Modelo do relé de proteção adaptativa desenvolvido. . . . . . . . . . . . . . . . . 68

6.3 Exemplo de funcionamento da rotina de detecção de falta. . . . . . . . . . . . . 69

6.4 Exemplo de funcionamento da rotina de detecção de modicação na topologia

da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

6.5 Circuito equivalente do TPC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

6.6 Circuito equivalente do TC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

6.7 Circuito equivalente do transformador de potencial auxiliar. . . . . . . . . . . . 72

6.8 Circuito equivalente do transformador de corrente auxiliar. . . . . . . . . . . . . 72

6.9 Exemplo de ltro passa-baixas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

6.10 Diagrama de Bode do ltro projetado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

6.11 Exemplo de ltragem de sinal de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77


LISTA DE FIGURAS xv

6.12 Sinal de corrente amostrado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

6.13 Arquitetura do centro de controle da subestação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

6.14 Mecanismos de deslocamento para formação de palavra digital contendo a topo-

logia da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

6.15 Operação binária para determinação das mudanças topológicas na rede elétrica. 80

6.16 Estrutura de armazenamento das variáveis analógicas no CCS. . . . . . . . . . . 80

6.17 Estrutura interna do Centro de Controle da Operação. . . . . . . . . . . . . . . 81

7.1 Sistema de distribuição formado por seis barras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

7.2 Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que

protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e

adaptativas: (7.2(a)) R1 − R2, (7.2(b)) R1 − R3 − R4, (7.2(c)) R1 − R3 − R5. 86

7.3 Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordena-

ção e da técnica adaptativa para o alcance das unidades instantâneas dos relés do

sobrecorrente do sistema da Figura 7.1: (7.3(a)) Relé 1, (7.3(b)) Relé 2, (7.3(c))

Relé 3, (7.3(d)) Relé 4, (7.3(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

7.4 Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordena-

ção e da técnica adaptativa para a corrente de pick-up das unidades instantâneas

dos relés do sobrecorrente do sistema da Figura 7.1: (7.4(a)) Relé 1, (7.4(b)) Relé

2, (7.4(c)) Relé 3, (7.4(d)) Relé 4, (7.4(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

7.5 Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.1 operando sem nenhuma modicação na rede. . . . . . . . . . . . . . . 90

7.6 Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecor-

rente do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da

técnica proposta com a saída da LT 2: (7.6(a)) Relé 1, (7.6(b)) Relé 2, (7.6(c))

Relé 3, (7.6(d)) Relé 4, (7.6(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92


LISTA DE FIGURAS xvi

7.7 Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do sis-

tema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta

com a saída da LT 2: (7.7(a)) Relé 1, (7.7(b)) Relé 2, (7.7(c)) Relé 3, (7.7(d))

Relé 4, (7.7(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

7.8 Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que

protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e

adaptativas quando da saída da LT 2: (7.8(a) R1 − R2), (7.8(b) R1 − R3 − R4)


e (7.8(c) R1 − R3 − R5). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

7.9 Resumo do desempenho de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.1 após a saída da LT 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

7.10 Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecor-

rente do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da

técnica proposta com a entrada da LT 4: (7.10(a)) Relé 1, (7.10(b)) Relé 2,

(7.10(c)) Relé 3, (7.10(d)) Relé 4, (7.10(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

7.11 Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que

protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e

adaptativas quando da entrada da LT 4: (7.11(a) R1 − R2), (7.11(b) R1 − R3 −


R4) e (7.11(c) R1 − R3 − R5). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

7.12 Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do

sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica pro-

posta com a entrada da LT 4: (7.12(a)) Relé 1, (7.12(b)) Relé 2, (7.12(c)) Relé

3, (7.12(d)) Relé 4, (7.12(e)) Relé 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

7.13 Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.1 após a entrada da LT 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

7.14 Sistema de distribuição baseado no regional Maceió/EDAL. . . . . . . . . . . . . 102

7.15 Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica

tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma

modicação na rede: (7.15(a)) Relé 1, (7.15(b)) Relé 2, (7.15(c)) Relé 3, (7.15(d))

Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
LISTA DE FIGURAS xvii

7.16 Coordenograma com os ajustes obtidos pela técnica adaptativa para o sistema

da Figura 7.14 sem modicações na rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

7.17 Correntes de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio

da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem

nenhuma modicação na rede: (7.17(a)) Relé 1, (7.17(b)) Relé 2, (7.17(c)) Relé

3, (7.17(d)) Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

7.18 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a

técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 sem modi-

cações na rede elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

7.19 Amplitude dos fasores das correntes vistas pelos relés instalados no sistema mos-

trado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam as barras

CP A e CP D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107

7.20 Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica

tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando ocorre

a saída das linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.20(a)) Relé 1, (7.20(b))

Relé 2, (7.20(c)) Relé 3, (7.20(d)) Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

7.21 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio

da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando

ocorre a saída das linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.21(a)) Relé 1,

(7.21(b)) Relé 2, (7.21(c)) Relé 3, (7.21(d)) Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . 109

7.22 Coordenograma comparando as corrente de pick-up para os relé instalado no sis-

tema mostrado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam

as barras CP A e CP D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

7.23 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a

técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após o

circuito duplo que interliga as barras CP A e CP D. . . . . . . . . . . . . . . . . 112

7.24 Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após

modicações na potência da carga instalada na barra CT O. . . . . . . . . . . . 113


LISTA DE FIGURAS xviii

7.25 Impedâncias vistas pelos relés com as modicações na potência da carga instalada

na barra CT O para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma modicação na rede:

(7.25(a)) Relé 1, (7.25(b)) Relé 2, (7.25(c)) Relé 3, (7.25(d)) Relé 4. . . . . . . . 114

7.26 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio

da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 para

modicações na potência da carga instalada na barra CT O: (7.26(a)) Relé 1,

(7.26(b)) Relé 2, (7.26(c)) Relé 3, (7.26(d)) Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . 115

7.27 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a

técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após modi-

cação na potência da carga instalada na barra CT O. . . . . . . . . . . . . . . . 116

7.28 Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após

diminuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA. . . . . . 117

7.29 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio

da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 após

a diminuição na potência da carga instalada nas barras T BM e P JA: (7.29(a))

Relé 1, (7.29(b)) Relé 2, (7.29(c)) Relé 3, (7.29(d)) Relé 4. . . . . . . . . . . . . 118

7.30 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a

técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após dimi-

nuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA. . . . . . . . . 119

7.31 Sistema de distribuição com geração distribuída utilizado para testes. . . . . . . 120

7.32 Alcance da unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica

tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.31 quando nenhuma

modicação ocorre na rede: (7.32(a)) Relé 1, (7.32(b)) Relé 2, (7.32(c)) Relé 3,

(7.32(d)) Relé 4, (7.32(e)) Relé 5, (7.32(f )) Relé 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . 122

7.33 Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.31 operando sem nenhuma modicação na rede. . . . . . . . . . . . . . 123

7.34 Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 com a saída de uma das

linhas que interligam as barras T BM e P CA: (7.34(a)) Relé 1 e 2, (7.34(b))

Relé 3 e 4, (7.34(c)) Relé 5 e 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124


LISTA DE FIGURAS xix

7.35 Evolução da corrente de pick-up dos relés do sistema da Figura 7.31 quando da

saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA: (7.35(a)) Relé

1, (7.35(b)) Relé 2, (7.35(c)) Relé 3, (7.35(d)) Relé 4, (7.35(e)) Relé 5, (7.35(f ))

Relé 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

7.36 Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.31 quando da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM
e P CA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128

7.37 Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 quando da perca do gerador

conectado à barra CZA: (7.37(a)) Relé 1 e 2, (7.37(b)) Relé 3 e 4, (7.37(c)) Relé

5 e 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128

7.38 Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da

Figura 7.31 quando da perca do gerador conectado na barra CZA. . . . . . . . . 130

B.1 Sistema de distribuição simplicado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

B.2 Equivalente por fase de uma linha de transmissão do sistema. . . . . . . . . . . 146

B.3 Sistema de transmissão simplicado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148

C.1 Diagrama fasorial de um relé direcional tipo tensão-corrente. . . . . . . . . . . . 151

C.2 Diagrama fasorial prático de um relé direcional tipo tensão-corrente com região

de atuação entre −120o e 120o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

C.3 Esquema de ligação de relé direcional a 90o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

C.4 Esquema de ligação de relé direcional a 60o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

C.5 Esquema de ligação de relé direcional a 30o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153


LISTA DE TABELAS

2.1 Resumo da revisão bibliográca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

6.1 Tabela resumo de atuação dos relés de proteção adaptativa. . . . . . . . . . . . . 70

7.1 Dados das linhas do sistema da Figura 7.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

7.2 Cargas conectadas ao sistema da Figura 7.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

7.3 Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1. . . . . 85

7.4 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1

operando sem nenhuma modicação na rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

7.5 Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1 quando

a linha 2 e a carga conectada à barra 3 estão desconectados. . . . . . . . . . . . 91

7.6 Ajustes das unidades instantâneas dos relés de sobrecorrente para os dispositivos

que compõem a rede da Figura 7.1 quando da saída da LT 2 de acordo com a

técnica adaptativa proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

7.7 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1

após a saída da LT 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

7.8 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1

após a entrada da LT 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

7.9 Comparação entre os resultados obtidos para os equivalentes de rede usando o

método proposto e os disponibilizados pelo software CAPE. . . . . . . . . . . . 103

xx
LISTA DE TABELAS xxi

7.10 Alcance e corrente de pick-up obtidos por meio da técnica tradicional para o

sistema a Figura 7.14. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

7.11 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.14 sem modicações na rede elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

7.12 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.14 após o circuito duplo que interliga as barras CP A e CP D. . . . . . . . . . 110

7.13 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.14 após modicação na potência da carga instalada na barra CT O. . . . . . . 116

7.14 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.14 após diminuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA. 119

7.15 Comparação da determinação online dos equivalentes entre a técnica online uti-

lizada e os resultados disponibilizados pelo CAPE. . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

7.16 Resultados obtidos pela técnica tradicional de coordenação da proteção. . . . . . 121

7.17 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.31 operando sem nenhuma modicação na rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

7.18 Resultados obtidos pela técnica adaptativa para quando da saída de uma das

linhas que interligam as barras T BM e P CA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

7.19 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.31 quando da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA. 127

7.20 Alcance e correntes de pick-up das unidades de sobrecorrente instantâneas dos

dispositivos de proteção do sistema da Figura 7.31 obtidos pela técnica adapta-

tiva proposta quando da perca do gerador conectado na barra CZA. . . . . . . . 129


LISTA DE TABELAS xxii

7.21 Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto

e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura

7.31 quando da perca do gerador conectado na barra CZA. . . . . . . . . . . . . 129

C.1 Polarização dos relés . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154


SIGLAS

A/D Analógico/Digital. 41

AG Algoritmos Genéticos. 11, 29

ATP Alternative Transiente Program . 3, 5

CAPE Computer Aided Protection Engineering . xx, xxi, 4, 102, 120, 121

CCO Centro de Controle da Operação. 65, 68, 69, 80, 81, 82, 83, 131

CCS Centro de Controle da Subestação. 65, 69, 78, 79, 80, 81, 82, 112

CHESF Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. 102

CTI Coordination Time Interval . 31

DC Direct Current . 42, 45

DSP Digital Signal Processer . 15

EDAL Eletrobrás Distribuidora de Alagoas. 84, 101, 119, 129

EHV Extra High Voltage . 28

EMA Estratégia Multi-agente. 8, 10

EPA Eventos com Potencialidade Adaptativa. 3, 4

FS Fator de Sobrecorrente. 30

GD Geração Distribuída. 13, 24, 25, 26, 27

IEC International Electrotechnical Commission . 11

xxiii
Siglas xxiv

IED Inteligent Electronic Device . 9, 14, 65, 82, 83

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers . 9, 12

IHM Interface Homem-Máquina. 8, 10

LAN Local Area Network . 9, 13

MLP Multi Layer Perceptron . 11

pu Por Unidade . 25

RDP Registrador Digital de Perturbações. 133

RNA Redes Neurais Articiais. 11

RTC Relação de transformação do TC. x, 30

RTDS Real Time Digital Simulator . 15

SCADA Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados. 8

SEP Sistema Elétrico de Potência. 1, 2, 6, 10, 11, 13, 18, 65

TC Transformador de corrente. 23, 30, 36, 40, 41, 45, 70, 71

TDS Time Dial Settings . 7, 13

TP Transformador de potencial. 36, 70, 71

TPC Transformador de potencial capacitivo. 40, 41, 70, 71

WAN World Area Network . 11


LISTA DE SÍMBOLOS

δ1 Tolerância de atenuação máxima dentro da faixa de passagem do ltro anti-aliasing . 73

δ2 Tolerância de atenuação mínima após da frequência de corte do ltro anti-aliasing . 73

h Porção da linha protegida pela unidade instantânea de sobrecorrente. 34, 55

i Corrente de curto-circuito trifásico para um sistema radial sem geração distribuída. 25

Icc,ΦT Corrente de curto-circuito monofásico no nal da linha protegida pelo relé. 31

Icc,2Φ Corrente de curto-circuito bifásico no nal da linha protegida pelo relé. 31

ICC,M ax Máxima corrente de curto-circuito no ponto de instalação do relé. 30

ICI Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta no início da linha (close-in fault ). 33

IC,M ax Corrente máxima de carga. 30, 31

Idg Contribuição da geração distribuída para a corrente de curto-circuito em uma rede com

geração distribuída. 25

IER Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta a h% do início da linha de transmissão.
34

If Corrente de curto-circuito em uma rede com geração distribuída. 25

IF E Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta no nal da linha (far end fault ). 33

IFP U Corrente de pick-up da unidade de fase do relé. 30

IˆL Corrente de carga. 54

IN P Corrente nominal primária do TC. 30

xxv
Lista de Símbolos xxvi

INP U Corrente de pick-up da unidade de neutro do relé. 31

Inw Contribuição do gerador principal para a corrente de curto-circuito em uma rede com

geração distribuída. 25

isChanceD Sinal digital proveniente da saída do CCS que indica a existência de modicações

na topologia da rede. 79

isF ault Sinal digital que indica a detecção de falta na rede. 80

KI Relação entre as correntes de curto-circuito a h% da linha e a corrente de curto-circuito no


nal da mesma. 34, 85

KSR Relação entre a impedância do equivalente visto pelo relé e a linha de protegida pelo

mesmo. 33

ωc Frequência de corte do ltro anti-aliasing . 73

ωp Frequência de passagem do ltro anti-aliasing . 73

rT C Resistor de saída do TC auxiliar. 72

TI1 Tempo de interrupção de um religador automático após a primeira ocorrência do distúrbio.

19

ZT H Impedância de Thévennin vista no ponto onde ocorre a falta. 25


CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

O setor elétrico vive um momento de transformação que poderá, no futuro, ser comparado ao

que aconteceu com a tecnologia digital/computação que, a partir da criação da internet tornou-

se extremamente difundida e divulgada por todo o mundo. A chegada das Smart Grid , ou

redes elétricas inteligentes, proporcionará que aqueles que até então eram meros coadjuvantes

nos processos que envolviam o sistema elétrico de potência (SEP), os clientes, deixem de atuar

apenas como consumidores de energia elétrica para poderem também contribuir como pequenos

geradores, quer sejam isolados ou conectados à rede das concessionárias.

Com esse novo cenário assumindo signicante viabilidade técnico-econômica, uma reformu-

lação nas práticas atuais de todo o SEP será necessária. Uma das áreas mais afetadas por essa

nova losoa de operação dos SEP será o sistema de proteção. A rigor, modicações topológicas

ou operacionais no sistema requerem que novos estudos de parametrização sejam realizados.

Porém, a elaboração desse tipo de estudo necessita de um tempo considerável. Dessa forma, a

repetição dos estudos de coordenação e seletividade pode tornar-se inviável. Uma alternativa

para contornar o aumento no número de repetições dos estudos de coordenação, e consequen-

temente, o esforço inerente a estes, é o uso da proteção adaptativa.

A proteção adaptativa fornece aos engenheiros de proteção uma ferramenta capaz de facilitar

sobremaneira, o processo de determinação da coordenação entre os dispositivos que compõem

a rede. Através desta técnica, um ganho considerável de tempo é obtido, favorecendo a análise

de contingências de diversos tipos, dando a possibilidade à equipe de proteção de sugerir um

cenário que atenda à vários casos de operação do sistema.

A losoa do sistema de proteção adaptativa sugere a existência de um relé capaz de realizar

ajustes automáticos nos seus parâmetros, sem a necessidade da desenergização da rede elétrica,

ou interromper o monitoramento do SEP. Os relés disponíveis atualmente no mercado realizam

essa troca de ajustes mediante a seguinte condição: deixando o sistema desprotegido por um

1
Capítulo 1  Introdução 2

determinado intervalo de tempo, que pode chegar a um minuto, em alguns casos. Logo, a

criação de um modelo de relé que possa atuar tanto em um sistema com a presença da proteção

adaptativa, quanto nos sistemas de proteção tradicionais é uma necessidade eminente desse

novo SEP que começa a ganhar forma.

1.1 MOTIVAÇÃO

A elaboração do estudo de coordenação da proteção é uma das etapas mais complexas e

importantes no processo de planejamento do setor elétrico. Apesar da importância e com-

plexidade, a coordenação da proteção ainda é feita em muitas empresas de maneira muito

rudimentar. Nesses casos, a experiência adquirida pelos engenheiros de proteção torna-se um

dos fatores mais relevantes para o sucesso, ou não, do estudo realizado.

A realização dos estudos de coordenação necessita que sejam conhecidos resultados prévios

de estudos de uxo de carga e curto-circuito, além de gabaritos com as inúmeras possibilidades

de ajustes para cada um dos relés. O trabalho do projetista é, então, escolher os ajustes

dos relés de modo que sejam respeitados os princípios da velocidade, seletividade, segurança e

conabilidade.

Com o crescente incremento dos SEP, existe a necessidade intrínseca de que sejam realizadas

frequentes revisões nos ajustes e nos parâmetros de conguração dos dispositivos que compõem

o sistema de proteção. Agregando ainda mais complexidade a este problema, existe o fato

da topologia do sistema estar em constante modicação. Cada modicação, seja na topologia

da rede, pers de carga ou de geração, devem ser levadas em consideração no processo de

coordenação da proteção. Este fato cria um ciclo que faz com que o processo de coordenação

da proteção nunca termine, ou necessitem no mínimo, de revisões frequentes. É nesse cenário

que a proteção adaptativa aparece como uma alternativa bastante interessante, uma vez que

sugere valores de ajustes que garantem a coordenação entre todos os dispositivos de proteção

da rede, frente às modicações às quais encontra-se vulnerável.

Dentro do Grupo de Sistemas Elétricos (GSE) do Departamento de Engenharia Elétrica

(DEE) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), temas relacionados ao sistema

de proteção têm sido abordados nos últimos anos. Trabalhos focados na análise de dispositivos
Capítulo 1  Introdução 3

que compõem o sistema de proteção como: disjuntores, transformadores de tensão e de corrente,

bem como no uso de técnicas baseadas na análise de sinais de tensão e corrente para avaliação

de fenômenos tais como: energização de linhas de transmissão, faltas de alta impedância, entre

outros, além de estudos relacionados com a própria determinação dos ajustes dos dispositivos

de proteção, vêm sendo realizados. Nesse cenário o tema de pesquisa de doutoramento segue a

grande área de proteção de sistemas elétricos propondo a atuação em um campo extremamente

atual e que tem sido pouco explorado dentro do GSE.

1.2 OBJETIVOS

Constam como objetivos principais desta tese:

ˆ Implementar um sistema de proteção adaptativa simulado em ambiente ATP;

ˆ Criar um modelo de relé de sobrecorrente instantânea com características adaptativas;

ˆ Avaliar os métodos de determinação de equivalentes de redes de modo a permitir a escolha

de um deles para ser usado em conjunto com o método de proteção adaptativa;

ˆ Determinar os valores dos ajustes dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâ-

nea de maneira adaptativa;

ˆ Propor melhorias no cálculo dos ajustes adaptativos;

ˆ Analisar o desempenho das equações de proteção adaptativa propostas.

1.3 METODOLOGIA

O sistema de proteção adaptativa proposto teve sua validação realizada utilizando o software

de simulação de transitórios eletomagnéticos ATP. Para simulação do dispositivo de proteção e

dos demais componentes do sistema de proteção adaptativa utilizou-se a linguagem MODELS

que faz parte do software ATP.

Uma vez modelados os sistemas-teste e o dispositivo de proteção, seguiram-se diversas análi-

ses do comportamento do método proposto. As primeiras simulações consistiram em vericar o


Capítulo 1  Introdução 4

funcionamento do relé proposto em operações de regime permanente, isto é, sem a presença de

eventos que exigissem modicações em seus ajustes. Neste etapa, foram ajustadas as técnicas

de detecção de eventos com potencialidade adaptativa (EPA), tarefa que como será mencionado

no capítulo 5, é desenvolvida em um das camadas que compõem a arquitetura do sistema de

proteção adaptativa, chamadas de centros.

Ajustado o módulo detector de EPA e vericado o funcionamento do relé em situações

normais, isto é, aplicada uma falta, o relé deve detectá-la e enviar o sinal de trip para o

disjuntor associado caso a mesma esteja dentro de sua zona de atuação, o modelo proposto

passou a ser testado frente às situações nas quais a modicação dos ajustes de parametrização

fosse requerida. Nessa etapa, foi vericada apenas a coordenação entre os dispositivos de

proteção de sobrecorrente instantânea. Na vericação da coordenação entre os dispositivos foi

utilizado o software CAPE por apresentar maior facilidade de realização da operação, bem

como modelos aproximados dos dispositivos de proteção.

1.4 CONTRIBUIÇÕES

No contexto das redes elétricas inteligentes, metodologias que proporcionem automatizar

etapas tradicionalmente realizadas de maneiras laboriosas, apresentam-se como alternativa de

aumentar a conabilidade e a qualidade dos serviços relacionados à tais sistemas. Neste con-

texto, a presente tese apresenta uma metodologia para determinação dos ajustes dos relés de

sobrecorrente instantânea em sistemas de distribuição de média tensão com e sem a presença

da geração distribuída. Destacam-se como contribuições do trabalho os seguintes itens:

ˆ Desenvolvimento de uma arquitetura distribuída formada por três centros independentes

conectados por meio de canal de comunicação;

ˆ Proposição de modelo de relé de proteção adaptativa com comunicação direta deste com

os demais componentes do sistema de proteção adaptativa;

ˆ Nova metodologia para determinação do alcance da unidade de sobrecorrente instantânea

baseada na corrente de carga vista pelos dispositivos de proteção;


Capítulo 1  Introdução 5

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Esta tese encontra-se estruturada da seguinte forma:

Uma análise dos trabalhos que tiveram maior inuência para elaboração desta tese, assim

como uma síntese comparativa entre estes e o trabalho proposto, são abordados na revisão

bibliográca do Capítulo 2.
O embasamento teórico necessário para elaboração relacionado com as técnicas tradicionais

de coordenação de proteção de relés de sobrecorrente é apresentado no Capítulo 3.


No Capítulo 4 são apresentados aspectos acerca da proteção digital tais como: técnica de

estimação fasorial, relés como comparadores, entre outros.

No Capítulo 5 são apresentados detalhes da arquitetura do sistema de proteção adaptativa


e do modelo do relé implementado no ATP.

O Capítulo 6 apresenta os detalhes da proposta de rede de proteção auto-adaptativa

desenvolvido durante a elaboração desta tese.

No Capítulo 7 são apresentados os resultados obtidos por meio da técnica proposta para o
caso de três sistemas elétricos, englobando as condições de sistemas de distribuição com e sem

geração distribuída.

Por m, o Capítulo 8 encera o trabalho com as conclusões obtidas e sugestões para traba-
lhos futuros.
CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Antes de iniciar a análise dos trabalhos tomados como base durante o desenvolvimento desta

tese faz-se necessário estabelecer o que se chamada de proteção adaptativa. Segundo Thorp

(1993) proteção adaptativa é:  uma função através da qual um relé de proteção se ajusta auto-

maticamente às características operacionais e topológicas do sistema em resposta às mudanças

nas condições da rede elétrica . Ou seja, um sistema com proteção adaptativa mantém a coor-

denação dos seus dispositivos frente à modicações ocorridas na rede. De acordo com Abdelaziz

et al. (2001) as modicações capazes de ativar as funções de proteção adaptativa são:

ˆ Modicações nos níveis de carga;

ˆ Modicações nos níveis de geração;

1
ˆ Modicações na topologia do sistema (entrada ou saída de linhas ).

Com as frequentes modicações que SEP está sujeito, aumenta também a probabilidade de

ocorrências de faltas devido à ações naturais ou humanas. Por outro lado, o mercado de energia

elétrica também vem sofrendo modicações e tornando-se cada vez mais exigente quanto aos

índices de conabilidade, continuidade e segurança, o que motiva a realização de estudos que

venham corroborar com o aumento dos índices listados acima (SAHA M. M.; IZYKOWSKY;

ROSOLWSKY, 2010).

No tocante à proteção adaptativa, há um grande número de artigos na literatura que

utilizam-se de aplicações oine provenientes de valores em regime permanente de tensões e

correntes nas cargas nos momentos de falta. Entretanto, com o advento das redes inteligentes,

as chamadas Smart Grids , é cada vez maior a necessidade de desenvolvimento e análises de

estudos e estratégias online e em tempo real que permitam a modicação correta dos ajustes

1 Esse evento pode ser proveniente de modicações no status de dispositivos seccionadores provocados por
necessidade de manutenção.

6
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 7

dos dispositivos de proteção ou, pelo menos, a indicação de que os ajustes precisam ser atuali-

zados. Em outras palavras, análises mais próximas às aplicações reais devem ser realizadas no

tocante à proteção adaptativa.

Dos sistemas de proteção adaptativa listados na literatura é possível classica-lós de acordo

com a arquitetura que o compõe ou pelo uso, ou não, de técnicas de inteligência articial.

De acordo com a arquitetura, os sistemas de proteção adaptativa dividem-se em:

ˆ Arquitetura concentrada: Esse tipo de sistema consiste de um único dispositivo que

desempenha todas as funções do sistema de proteção adaptativa. Como desvantagem

desse tipo de arquitetura pode-se citar a necessidade de um dispositivo com alto poder

de processamento, que permita além do monitoramento da rede, a tomada de decisões

acerca da proteção adaptativa;

ˆ Arquitetura distribuída: Nesses sistemas, as decisões da proteção adaptativa são toma-

das por dispositivos sicamente diferentes, conectados entre si por meio de uma interface

de comunicação. Por um lado, tem-se a vantagem da utilização de dispositivos que não

necessitam de altos investimentos em processamento, como acontece nos sistemas de ar-

quitetura concentrada. Entretanto, por outro lado, há a necessidade de criar um canal de

comunicação e um protocolo que permita a robusta troca de informações entre cada um

desses dispositivos.

A determinação dos novos ajustes dos dispositivos de proteção são realizadas utilizando-se

basicamente dois métodos:

ˆ Não-baseados em técnicas de inteligência articial: Possuem a vantagem de serem rá-

pidos entretanto, dependendo da função de proteção analisada, podem não apresentar

bons resultados, como é o caso da função de sobrecorrente temporizada que, devido sua

não linearidade, não possui uma relação matemática fácil que possa ser utilizada para

determinação das correntes de pick-up , TDS (time dial setting ) e tipo de curva de um

relé, por exemplo;

ˆ Baseados no uso de técnicas de inteligência articial: Obtém seus resultados através

de análises baseadas geralmente, no método da tentativa e erro no qual, para cada


Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 8

solução possível, uma pontuação é dada a esta de modo que as soluções seguintes sejam

inuenciadas pelas passadas. Geralmente são mais lentas que as técnicas não-baseadas em

inteligência articial pois utilizam-se de um processo iterativo. Apesar de mais lenta, pode

ser utilizada para determinação de praticamente todas as funções de proteção, mesmo as

que não apresentam linearidade, como a de sobrecorrente temporizada.

2.1 MÉTODOS QUE UTILIZAM ARQUITETURA DISTRIBUÍDA

Em Li et al. (2006), uma metodologia aplicável aos sistemas de transmissão com tensão

nominal de 345 kV foi apresentada. Nesse trabalho, os autores propuseram uma arquitetura

composta por cinco camadas: camada de cálculo de tensão e corrente em situações de falta,

camada de cálculo dos ajustes de proteção, vericação de seletividade e análise de tomada de

decisão para envio de trip, culminando na camada de interfase homem-máquina (IHM).

Todos as camadas do sistema proposto em Li et al. (2006) foram conectadas por meio de

2
uma rede de bra ótica e utilizava o protocolo eldbus para troca das informações necessárias.

A camada de cálculo dos ajustes da proteção foi implementada através de um servidor

dedicado instalado em uma subestação do sistema e para a determinação da corrente de pick-

up dos relés de sobrecorrente, utilizavam-se dos valores da corrente de carga do sistema, obtida

em tempo real através do sistema SCADA da rede. Observa-se que os autores proporam a não

utilização da corrente de curto-circuito na determinação do valor da corrente de pick-up dos

relés de sobrecorrente o que não acontece na maior parte das vezes e sim, a corrente de carga.

Uma técnica baseada em estratégia multi-agente (EMA) que implementa diversas funções

de proteção tais como: distância, diferencial e sobrecorrente instantânea foi apresentada em

Chen et al. (2005). Nesse trabalho, um sistema de proteção adaptativa composto por três ca-

madas foi implementado tendo os seguintes componentes: camada de organização, camada de

cooperação e a camada de execução. A determinação da corrente de pick-up para a unidade

instantânea do relé de sobrecorrente foi tratada no trabalho sem a denição do método para

cálculo dos equivalentes de rede nos pontos de instalação dos relés. Uma opção para a deter-

minação da impedância equivalente do sistema foi o uso do conjunto de equações propostas em

2 Sistema de rede de comunicação industrial para controle em tempo real.


Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 9

Bahadornejad & Ledwich (2003), Yi et al. (2009), Tsai & Wong (2008).

A determinação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente foi obtida através de

uma relação entre a impedância equivalente vista no ponto de instalação do relé e a impedância

da linha protegida. A determinação deste parâmetro é sugerido por Anderson (1999) para

sistemas radiais e sem geração distribuída.

O processo de determinação da impedância equivalente de acordo com Yi et al. (2009) não

se torna eciente, uma vez que depende do conhecimento dos valores de corrente e tensão de

um curto-circuito trifásico para terra no ponto de instalação do relé.

A proposta de Bahadornejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008) apresenta-se mais

eciente do que a de Yi et al. (2009). O processo consiste na utilização de amostras de tensão

e corrente em uma carga instalada na mesma barra que o relé. De acordo com os autores,

para a determinação correta do equivalente visto pelo relé são necessárias cerca de 40 amostras

de tensão e de corrente. Em termos de tempo, um sistema que use com 16 amostras/ciclo e

frequência nominal de 60 Hz , seriam necessários cerca de 37, 5 ms.

Chávez et al. (2008) também propuseram um sistema composto por três camadas: o centro

de controle da subestação, centro de controle das proteções, e pelos próprios IED; capaz de

manter a coordenação entre relés de distância determinando o alcance da segunda e terceira

zonas de cada um. O primeiro centro é responsável pela análise do status dos dispositivos de

seccionamento da rede (disjuntores e chaves seccionadoras); o centro de controle das proteções

é o responsável pelos cálculos dos novos ajustes dos dispositivos de proteção e, por m, os IED

executarão as funções de proteção.

Em Mingyu & Zhu (2004), uma arquitetura distribuída para determinação dos ajustes

ótimos de relés de distância em um sistema de transmissão foi utilizada. Três camadas formam

a arquitetura proposta pelos autores: a camada de equipamentos, camada da subestação e a

camada do sistema. Cada uma dessas camadas possui diversos agentes que além dos ajustes

dos dispositivos de distância, podem realizar a reconguração da rede de proteção, viabilizando

uma redenição dos pares de relés de proteção primária/retaguarda. Destaca-se ainda, o fato

de que todos os agentes responsáveis por denir modicações no sistema de proteção serem

implementados em um dispositivo computacional de alto poder de processamento, deixando

para os relés apenas o processamento relativo às funções de proteção implementadas.


Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 10

Cheung et al. (2008) usou uma rede com arquitetura distribuída formada por quatro cama-

das interligadas através de uma rede Ethernet LAN para obtenção dos ajustes de sobrecorrente

das redes dos sistemas-teste do IEEE de 123 e 13 barras (KERSTING, 1991).

2.2 MÉTODOS QUE UTILIZAM ARQUITETURA CONCENTRADA

Em Yanping et al. (2008), a mesma metodologia apresentada em Chen et al. (2005) foi

utilizada para determinação dos ajustes instantâneos dos relés do sobrecorrente. Entretanto, os

autores propuseram uma arquitetura concentrada com comunicação baseada em bras ópticas

para integração o par disjuntor/relé. Este também é o caso de Li et al. (2009), que propõe

a determinação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente de relés que atuam como

proteção de retaguarda em sistemas de transmissão.

2.3 MÉTODOS BASEADOS EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

As técnicas de inteligência articial vêm sendo cada vez mais utilizadas para solucionar pro-

blemas dos SEP. Em geral possuem algoritmos de fácil implementação e, sobretudo, apresentam

bons resultados. Porém, essas técnicas geralmente têm desempenho computacional baixo o que,

de certa forma, torna a sua utilização nas aplicações de proteção adaptativa prejudicada.

Uma técnica muito utilizada nos problemas de proteção adaptativa é a Estratégia Multi-

Agente (EMA). Franklin & Graesser (1997) dene um agente como sendo uma parte de um

sistema computacional autônomo que desempenha sentidos e ações automáticas no ambiente

ao qual está inserido, e ao desempenhá-las observa os efeitos de tal ação nos demais agentes do

sistema. É o caso de Chen et al. (2005) já listado na seção 2.1, e de Mingyu & Zhu (2004), Zhu

et al. (2009), Coury et al. (2000).

Uma rede de comunicação local entre agentes foi proposta em Lim et al. (2006), de modo que

possam ser obtidos os ajustes ótimos (ou sub-ótimos) dos relés de sobrecorrente de uma rede

de distribuição com presença discreta de geração distribuída. Entretanto, nenhum protocolo de

comunicação comercial foi utilizado. Os autores propuseram um conjunto de palavras reservadas

para estabelecer comunicação entre os dispositivos. A arquitetura proposta é composta por


Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 11

apenas três agentes: um agente para análise das condições do sistema elétrico, um agente que

implementa as funções de proteção e cálculo dos novos ajustes e um agente nal que funciona

com IHM da rede.

Já Zhu et al. (2009) criou uma rede WAN utilizando o protocolo IEC 61850 capaz de obter

os ajustes mais adequados a cada condição de operação do sistema elétrico. A rede formada

para comunicação entre os dispositivos envolvidos no processo de determinação nos ajustes

adaptativos é composta por uma rede tipo IP/SDH em que cada dispositivo é conectado através

de um roteador de alta velocidade.

Uma rede de comunicação utilizando o protocolo TCP/IP foi proposta por Coury et al.

(2000) para obtenção dos ajustes de primeira zona de dispositivos de proteção de distância em

uma rede multi-terminais.

Outra técnica de inteligência articial muito utilizada nos SEP são as Redes Neurais Ar-

ticiais (RNA). Bittencourt et al. (2009), Haykin (1999) descreveram várias características da

técnica que favorecem a sua utilização nos problemas do SEP, entre elas: fácil adequação a

3
problemas de natureza não-linear; através da etapa de treinamento tornando-se assim uma

técnica com alto grau de adaptação.

Em Khaparde et al. (1993), uma RNA com treinamento utilizando o método multilayer

perceptron (MLP) foi utilizada para encontrar os ajustes de dispositivos de distância de modo

adaptativo.

A técnica dos algoritmos genéticos (AG) introduzida por Holland (1975) também vem sendo

amplamente utilizada para determinação dos ajustes de dispositivos de proteção em todas as

etapas do SEP. É o caso de Abyaneh et al. (2008), Oliveira et al. (2010), Souza Jr (2011), Souza

Jr & Souza (2011).

Apesar desta técnica apresentar resultados muito bons ainda há um hiato quanto ao uso

da proteção adaptativa baseada em algoritmos genéticos. Em Souza Jr et al. (2016b), uma

proposta do uso desta técnica é apresentada. Os autores abordam o problema simulando o

sistema de proteção adaptativa através do software MATLAB


®. No tocante à implementação
de estratégias baseadas na técnica dos algoritmos genéticos sicamente, Coury et al. (2009b),

3 Etapa que visa dar à rede capacidade de encontrar uma solução adequada ao problema através de situações
já solucionados previamente.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 12

Coury et al. (2009a), Coury et al. (2012), Coury et al. (2013) apresentaram uma proposta

para uso do dispositivo FPGA na realização da estimação de frequência de uma rede elétrica.

Dessa forma, apesar do esforço computacional necessário para a implementação do método, os

trabalhos listados, permitem armar ser viável o desenvolvimento de um sistema de proteção

adaptativa baseado no uso dos algoritmos genéticos através de dispositivos processadores de

sinais.

Em Abdelaziz et al. (2001), a técnica da programação linear foi utilizada para determinar

4
as correntes de pick-up dos relés de sobrecorrente frente a alterações topológicas e/ou opera-

5
cionais que formam a rede de proteção para o sistema IEEE 30 barras (CHRISTIE, 1993).

É proposto também em Abdelaziz et al. (2001) que seja utilizado o mesmo tipo de curva ca-

racterística para todos os relés, restando apenas a determinação da corrente de pick-up . Porém,

o trabalho de Souza Jr & Souza (2011) mostra que, diferentemente do que foi defendido pelos

autores, as modicações do tipo de curva dos relés podem levar à uma redução considerável no

tempo total de atuação de tais dispositivos. A determinação desses valores é precedida pela

execução do algoritmo de uxo de carga. Esta necessidade torna a técnica pouco competitiva,

haja visto o esforço computacional necessário para a realização desta etapa, o que não é con-

veniente para uma técnica que exige resultados rápidos, como é o caso da proteção adaptativa

2.4 MÉTODOS NÃO BASEADOS EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Há um conjunto de trabalhos que abordam a proteção adaptativa de modo a não utilizarem-

se de nenhuma técnica de inteligência articial. Para tanto, os autores realizam a determinação

dos ajustes dos dispositivos de proteção através de equações matemáticas bem denidas, isto

é, sem a presença ou com condições de contorno reduzidas, como é comum na coordenação da

proteção tradicional; ou através de análises oine. É o caso de Chattopadhyay et al. (1991),

Cheung et al. (2008), Abdelaziz et al. (2001), Soares & Vieira (2008), Souza Jr & Souza (2013),

4 Entradaou saída de linha do sistema. Há a necessidade de uma reformulação dos dados de entrada da
rotina, em especial na matriz admitância. Após essas atualizações, o processo segue de modo semelhante ao
ocorrido para alterações operacionais.
5 Mudança nos níveis de geração ou no perl de carga. Este tipo de mudança exige a reformulação dos estudos
de uxo de carga e de curto-circuito.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 13

Souza Jr & Souza (2012).

Porém, há um detalhe importante citado por Souza Jr & Souza (2012) que deve ser levado

em consideração. Uma das etapas mais importantes da determinação adaptativa dos ajustes

dos relés de sobrecorrente é a determinação dos equivalentes de rede no ponto de instalação dos

mesmos. Em diversos trabalhos, como em Chen et al. (2005), Li et al. (2006), esses equivalentes

são obtidos indiretamente por meio de valores de correntes de curto-circuito. Esta técnica

apresenta valores coerentes quando ocorrem modicações à montante do ponto de instalação

do relé. Porém, quando as modicações ocorrem à jusante do relé, em redes de distribuição

sem a presença de geração distribuída (GD), esta técnica não reete valores coerentes para os

ajustes dos relés de sobrecorrente pois, a impedância equivalente usada para determinação da

corrente de falta reete apenas a topologia da rede à montante do ponto de instalação do relé.

Em Cheung et al. (2008), uma abordagem muito relevante no atual cenário dos SEP, a pre-

6
sença de gerações distribuídas ao longo da rede , foi apresentada. Em Girgis & Brahma (2001)

uma análise detalhada do impacto gerado sob o sistema de proteção devido à entrada da geração

distribuída é apresentada. Assim, uma modicação que aconteça no perl de geração da rede

provoca reexos nos dispositivos de proteção que podem deixá-lo sem operar adequadamente.

Para determinação do ajuste da unidade de neutro dos relés de sobrecorrente Cheung et al.

(2008) propuseram que esta seja composta por uma unidade xa e uma variável dependente

da corrente de carga de sequência positiva. Esta técnica resulta em ajustes menores que os

obtidos por meio das técnicas tradicionais o que faz com que um grande número de faltas de

alta impedância possam ser detectadas pelo relé.

Um conjunto de softwares foi proposto por Chattopadhyay et al. (1991) para determinação

tanto dos ajustes adaptativos dos dispositivos de sobrecorrente como da coordenação entre

estes. Basicamente, há a necessidade de um relé modelado em ambiente computacional e que

possibilite a modicação do ajuste do múltiplo de templo TDS frente a modicações na rede.

Chattopadhyay et al. (1991) propõe ainda que uma parte do sistema seja responsável pela

vericação da coordenação dos relés. Por m, há uma etapa de comunicação bem denida nos

padrões Ethernet LAN que permite a troca de informações entre os diversos dispositivos que

6 Atravésde estímulos nanceiros governamentais o setor privado sente-se bastante atraído para o ingresso
na área de produção de energia elétrica, principalmente a partir de fontes renováveis de energia.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 14

compõem a rede de proteção adaptativa.

Em Javadian et al. (2008), uma técnica para determinação dos ajustes da proteção de um

sistema de distribuição com grande penetração de geração distribuída foi proposta. A proposta

7
do trabalho é dividir o sistema maior em zonas onde cada uma delas possa operar isoladamente .

Dessa forma, sistemas convencionais são criados de modo a transformar um sistema malhado

que possa funcionar conforme os princípios tradicionais de coordenação da proteção. Para

tanto, há a necessidade de realização de uma etapa oine am de determinar os parâmetros

relativos à estudos de uxo de carga e curto-circuito. Tais dados são usados como entrada do

bloco de análise online que realiza os estudos de determinação de tipo e localização de faltas

para então determinar a estratégia de isolamento da rede.

Ainda tratando acerca da geração distribuída, Baran & El-Markabi (2005) abordaram a re-

lação inversa entre a potência total de geração distribuída com a corrente de pick-up dos relés de

sobrecorrente. Os autores propuseram uma relação exponencial decrescente para determinação

dos ajustes adaptativos. Entretanto, a determinação dos parâmetros desta função exponen-

cial não são abordados no trabalho. Os autores restringiram-se a citar que essa determinação

depende do comportamento transitório das máquinas de geração distribuída.

Em Soares & Vieira (2008), o ajuste automático dos dispositivos de proteção de sobrecor-

rente em uma rede industrial com presença de cogeração foi proposto. Os autores realizavam

a denição dos possíveis cenários de operação do sistema elétrico previamente. Para cada um

desses cenários, todos os estudos para que possam ser determinados os ajustes da proteção de

sobrecorrente instantânea e temporizada foram realizados. Foi proposto ainda que esses ajustes

sejam organizados em grupos, onde cada um é associado a um cenário de operação do sistema.

Através de um sistema centralizado nos dispositivos de proteção foi feito o monitoramento

do status dos disjuntores de modo que sejam reconhecidos os cenários de operação e então

associados ao grupo de ajuste relativo ao cenário atual.

Os autores utilizaram apenas a equação característica dos relés de sobrecorrente para realizar

as simulações do trabalho. Nesta mesma linha Souza Jr & Souza (2013) propuseram a utilização

desta ideia para manutenção dos ajustes de um sistema de subtransmissão com presença de

7 De acordo com Mahat P.; Chen & Bak (2006) o isolamento ocorre quando o sistema de distribuição desliga-
se do gerador principal do sistema mas continua energizado pela ação de um pequeno gerador instalado nas
suas proximidades.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 15

geração distribuída. Para isso, utilizou-se o conceito de sistema concentrado formado por um

única camada onde todo o processamento é realizado pelo IED. Entretanto, os dispositivos

de proteção foram simulados conforme os modelos propostos na literatura para estudos de

coordenação da proteção de acordo com as técnicas tradicionais Perez (2006), Hor et al. (2003),

Schweitzer III & Zocholl (1996).

Tanto o relé quanto o sistema elétrico foram simulados utilizando o simulador digital em

tempo real RTDS INC. (2008). A grande contribuição do trabalho é a possibilidade de visua-

lização do desempenho do dispositivo de proteção em um simulador em tempo real. Este fato

comprova a possibilidade de implementação do modelo de relé de proteção adaptativa em um

dispositivo microprocessador tal como o DSP, como proposto em Cheung et al. (2007).

O problema causado pela geração distribuída também foi tratado em Mahat P.; Chen &

Bak (2006). Os autores utilizaram o método do monitoramento da taxa média de tensão e

deslocamento de potência proposta em Mahat et al. (2009) para detectar situações de ilhamento

do sistema. Os ajustes dos dispositivos de proteção foram obtidos de modo oine e dispostos

em grupos. Uma vez identicada a desconexão de parte do sistema, o próprio relé encarrega-se

de mudar os seus parâmetros de modo a adequar-se à nova conguração.

Recentemente Ojaghi et al. (2013) apresentaram uma técnica baseada nos trabalhos de

Bahadornejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008) que soluciona o problema do fornecimento

de informações acerca dos equivalentes de rede para determinação dos ajustes dos dispositivos de

sobrecorrente. Com a proposta dos autores, foi possível encontrar com segurança os parâmetros

de sobrecorrente para diversas topologias do sistema. Os autores defendem a não necessidade

de uso de uma rede de comunicação para determinação de tais equivalentes. Essa opção faz com

que os relés necessitem de um aumento em seu poder de processamento quando comparados

com o que existe nos dispositivos comerciais da atualidade.

Ojaghi et al. (2013) realizavam a coordenação dos dispositivos de sobrecorrente apenas

quando empregados como proteção de retaguarda de dispositivos de distância, fato comum às

redes de transmissão e de sub-transmissão. Esta característica faz com que seja necessário a

análise não apenas entre dispositivos de sobrecorrente, como citado por Souza Jr (2011), mas

também, entre os de sobrecorrente e de distância. Assim, a técnica não apresenta aplicabilidade

para redes de distribuição. Entretanto, é possível adaptá-la para realização de tal operação.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 16

A Tabela 2.1 apresenta uma síntese da revisão bibliográca realizada.

Tabela 2.1: Resumo da revisão bibliográca.

Referência Função ARQ COM IA

50 51 21

Coury et al. (2000) - - X DIST TCP/IP EMA


1
Mingyu & Zhu (2004) - - X DIST EMA
2
Chen et al. (2005) X - X DIST EMA

Lim et al. (2006) X - X DIST LAN EMA

- - X DIST IP/SDH EMA


Zhu et al. (2009)
IEC 61850

Khaparde et al. (1993) - - X CONC - RNA


3
Abdelaziz et al. (2001) - X - DIST PL

Cheung et al. (2008) X X - DIST Ethernet -


2
Javadian et al. (2008) - - - DIST -

Chattopadhyay et al. (1991) - X - DIST Ethernet -


1
Soares & Vieira (2008) X X - CONC - -
2
Souza Jr & Souza (2012) X - - DIST - -
2
Souza Jr & Souza (2013) X X - DIST - -
2
Li et al. (2006) X - - DIST - -
1
Baran & El-Markabi (2005) - X - CONC -
1
Mahat P.; Chen & Bak (2006) X X - CONC -

Yuan et al. (2007) X X - CONC - -

Cheung et al. (2007) X X - CONC - -


3
Yanping et al. (2008) X - - CONC -

Yi et al. (2009) X X - CONC - -

Li et al. (2009) X X - CONC - -

Ojaghi et al. (2013) X X X CONC - -

Legenda:
50 = Sobrecorrente Instantânea EMA = Estratégia Multi Agente
51 = Sobrecorrente Temporizada COM = Método de Comunicação
21 = Distância IA = Inteligência Articial
ARQ = Arquitetura CONC = Concentrado
DIST = Distribuída PL = Programação Linear

1 Não informado
2 Não foi implementado nenhum sistema de comunicação real entre os agentes.
3 Não é informado o tipo de arquitetura de comunicação empregada porém, o autor cita a necessidade da
interconexão entre as camadas da rede de proteção adaptativa por meio de uma estrutura bastante rápida
formada por exemplo, por bras óptica.
Capítulo 2  Revisão Bibliográfica 17

Diante do exposto, esta tese propõe a criação de um sistema de proteção adaptativo com ar-

quitetura distribuída formado por três centro distintos, como proposto em Chávez et al. (2008);

que usa a corrente de carga como patamar para cálculo dos ajustes das unidades instantâneas

de sobrecorrente, conforme proposto em Li et al. (2006); e, que possa calcular os equivalentes

de rede de forma online através de relações estatísticas entre os valores dos fasores de tensão e

corrente vistos pelos relés, de acordo com a proposta de Ojaghi et al. (2013).

O sistema proposto visa aplicação em sistemas de distribuição de energia, em média tensão,

com a presença ou não da geração distribuída, considerando que o mesmo é protegido apenas

por relés digitais de sobrecorrente instantânea.


CAPÍTULO 3

FUNDAMENTOS DA COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO

Os diversos equipamentos que compõem o SEP, de maneira mais evidente as linhas de trans-

missão/distribuição, estão sujeitos à problemas de diversas origens, quer sejam oriundos de

fenômenos naturais como: chuva, ventanias, raios, terremotos, etc; ou devido à vandalismo,

queimadas, etc. Na maior parte das vezes, os problemas nos sistemas elétricos são causasdos

por faltas ou curto-circuitos.

A maioria das faltas que acontecem em sistemas de distribuição são de natureza transitória,

isto é, são faltas que se extinguem por si só. De acordo com ANEEL (2008) o tempo máximo

para perturbações transitórias é de 150 ms . Assim, o primeiro requisito que uma estratégia

de proteção deve possuir é lidar efetivamente com faltas transitórias fornecendo uma maneira

de reconhecimento, eliminação e rápido religamento do circuito após um breve intervalo de

1
tempo . Atualmente os sistemas de distribuição são protegidos em sua quase totalidade por

elos fusíveis ou chaves de religamento automático. Entretanto, com a popularização das redes

inteligentes, ou Smart Grids , a presença de dispositivos de proteção microprocessados nas redes

de distribuição tende a ser cada vez mais frequente. Tais dispositivos permitirão que técnicas

mais modernas de proteção possam ser aplicadas nessa importante parte do sistema elétrico.

De modo geral, a proteção principal de sistemas de distribuição é obtida por meio de disposi-

tivos de sobrecorrente. A presença da geração distribuída nas redes de distribuição, entretanto,

exige a necessidade de incluir dispositivos de sobrecorrente a característica direcional que não

está presente na formulação básica desta função, como é o caso das funções de distância de-

sempenhadas por relés do tipo mho (URDANETA et al., 1997; ASSOCIATION, 2010).

Quatro requisitos básicos devem ser seguidos durante o estudo de coordenação da proteção.

De acordo com Blackburn (1987), ALSTON (2002) essas características são:

1 Este intervalo de tempo deve ser grande o suciente para que o arco elétrico, geralmente proveniente da
falta, se desionize.

18
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 19

ˆ Sensibilidade: os equipamentos de proteção devem ser sensibilizados pelo menor nível

de defeito ao qual o sistema esteja sujeito sem, no entanto, confundir tais situações com

uma condição de contingência, por exemplo;

ˆ Seletividade: os ajustes dos equipamentos de proteção devem ser tais que o menor

número possível de consumidores que sem suprimento de energia;

ˆ Segurança: em nenhuma hipótese o sistema de proteção deve interromper o funciona-

mento normal do sistema elétrico de potência;

ˆ Rapidez: um sistema de proteção é tão melhor quanto mais rápidas forem as atuações

dos seus dispositivos. Com isto, garante-se que o sistema operará em situações de falta

sempre no menor tempo possível.

3.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO PARA REDES DE DISTRIBUIÇÃO

Uma das principais funções dos sistemas de proteção é distinguir situações normais de

situações adversas e eliminá-las da maneira mais rápida possível. Dentre tais situações, as

faltas efetivas são as mais graves, cujas características frente aos dispositivos de proteção são

apresentadas a seguir.

3.1.1 Isolamento de Faltas Temporárias

A eliminação de faltas temporárias em sistemas de distribuição é realizado pelos religadores

automáticos. O esquema de funcionamento deste dispositivo segue a sequência mostrada na

Figura 3.1. Na primeira ocorrência do distúrbio a alimentação é interrompida em um curto

intervalo de tempo (TI1 ). Após TI1 o religador verica se o evento corresponde ou não à uma

falta temporária. Caso a corrente ainda seja superior à corrente nominal do religador, uma

nova interrupção é feita. Na Figura 3.1 o religador está congurado para duas tentativas de

religamento automático rápido e uma tentativa lenta.

Após a segunda tentativa, caso a falta não tenha sido extinta, uma nova tentativa de re-

ligamento automático é realizada através de um tempo de retardo lento. Caso a falta ainda
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 20

persista o dispositivo entra na condição de bloqueio.

I(A)

IFALTA tI1 tI2 t2T

ICARGA
Bloqueio
tR1 tR2 t(s)

Figura 3.1: Esquema de funcionamento de um religador automático com duas interrupções


rápidas e uma lenta.

Considere o sistema de distribuição típico sem a presença da geração distribuída, apresen-

tado na Figura 3.2. Para que o correto funcionamento do sistema de proteção seja obtido,

deve-se seguir a seguinte ordem considerando os dispositivos proteção conforme apresentado na

Figura 3.3: o religador A será responsável pela tentativa de eliminar faltas ao longo da linha

principal, um pouco antes da barra 7, cando responsável por faltas ocorridas até a barra 5.
Na maioria das vezes, religadores como os da barra A são congurados para atuar de forma

instantânea duas ou três vezes, sendo usualmente congurado de acordo com a curva mais

rápida da família do dispositivo (ANDERSON, 1999). Como o uso apenas do religador A não

é suciente para proteger toda a linha, faz-se necessário acrescentar um segundo dispositivo,

chamado de B , responsável por proteger o sistema a partir da barra 5. Sendo assim, este último

é responsável por faltas no nal de todas as barras internas à sua zona de proteção. Por se

tratar de uma rede radial, é fácil observar que o religador B deve ter uma corrente de pick-up

menor que a do religador A e também, ser ajustado para atuar duas ou três vezes de forma

instantânea, seguido de duas ou três vezes de maneira temporizada.

Para o sistema mostrado na Figura 3.2, os religadores A e B desempenham de forma sa-

tisfatória a proteção contra faltas temporárias ao longo de toda a linha principal. Porém, caso

uma falta permanente ocorra no ramo 4, o religador A atuaria de maneira instantânea. Neste

cenário, toda a rede seria desenergizada por um problema ocorrido apenas no ramo 4 o que

não é uma boa prática no que diz respeito a proteção de sistemas radiais. Entretanto, esse

é o preço que deve ser pago pela economia no sistema de proteção. Para que a seletividade

do sistema melhore é necessário que novos religadores automáticos, ou outros dispositivos de

proteção, sejam instalados na rede.


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 21

Alimentadores
Laterais

1 3 4 6 7
2 5 8
A B
SE

Alimentador
Principal

Figura 3.2: Sistema de distribuição com os respectivos dispositivos de proteção.

3.1.2 Isolamento de Faltas Permanentes

De acordo com o ONS (2009), ANEEL (2008), falta permanente é qualquer defeito na rede

elétrica que tenha duração maior que 150 ms. Este tipo de falta pode ser eliminado de duas

formas: (1) quando as tentativas de reenergização dos religadores se esgotarem, ou (2) por meio

de relés e elos fusíveis.

Na Figura 3.2 ao longo do alimentador principal, faltas permanentes estão adequadamente

protegidas por meio dos religadores A e B. Por exemplo, para qualquer falta permanente

ocorrida após B este operará, enquanto a parte do circuito protegida por A continuará em

operação normal. Em alimentadores grandes o uso de três ou mais religadores é recomendado

de forma a connar melhor as faltas.

Para linhas terminais, uma estratégia não recomendada é o uso da eliminação das faltas

ocorridas nessas por meio do religador do alimentador principal. Este procedimento faria com

que uma parte maior da rede fosse desligada, perdendo assim a seletividade do sistema de

proteção. Por outro lado, a adição de religadores em todos os ramos laterias pode ser inviá-

vel econômica e tecnicamente. Dessa forma, a maioria dos engenheiros de proteção utilizam

fusíveis na proteção desses ramosos quais devem ser coordenados com os religadores do alimen-

tador principal. O uso dos fusíveis provoca as modicações mostradas na Figura 3.3 quando

comparadas com a Figura 3.2. Como pode-se observar, um fusível foi instalado no início de

cada ramo lateral e ainda foi adicionado um fusível ao alimentador principal, no ponto 7. Este

último fusível é responsável por reduzir a área que sofrerá desenergização nos casos de uma

falta permanente.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 22

1 3 4 6 7
A 2 B 5 8
SE Falta

Zona A
Zona B

Figura 3.3: Faltas permanentes sendo isoladas por fusíveis.

Os fusíveis instalados em cada ramo devem suportar a corrente de carga nominal sem que

entrem em fusão. Sua corrente de pick-up deve ser ajustada para valores inferiores à menor

corrente de falta no extremo oposto do ramo. Além do ajuste de pick-up, deve-se ainda vericar

2
se os ajustes dos fusíveis são adequados para eliminar faltas close in , as que apresentam os

maiores valores de corrente de curto-circuito, por serem as que ocorrem no início da linha

protegida.

Nos parágrafos anteriores mencionou-se o alto custo de dispositivos mais modernos e mais

ecazes para o sistema de distribuição. Porém, estima-se que com a efetiva implantação das

funcionalidades das Smart Grids o custo desses dispositivos possa diminuir, favorecendo a

viabilidade prática das técnicas mais modernas.

3.2 COORDENAÇÃO DE RELÉS DE PROTEÇÃO

Um sistema de proteção é formado basicamente por dispositivos seccionadores e sensores,

frequentemente relés ou elos fusíveis. São os dispositivos sensores, os relés na maior parte das

vezes, quem dão inteligência ao sistema de proteção e controlam a lógica de envio do sinal de

3
trip aos dispositivos seccionadores. Por sua vez, os relés podem ser usados em uma grande

variedade de projetos, sendo estes inteiramente adaptáveis à qualquer conguração, uma vez

que pode-se escolher a função de proteção, valores de pick-up entre outras características que

2 Faltas que ocorrem no início da linha , logo após a barra local


3 Sinal que comanda a abertura de um disjuntor em caso de falha.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 23

os adequam ao sistema ao qual serão aplicados.

3.2.1 Sistemas radiais

Tradicionalmente, os sistemas de distribuição caracterizam-se pela existência de uma única

fonte geradora e pela conguração radial de suas linhas de distribuição (EDMUNDS, 1888),

como pode ser visto na Figura 3.4. A denição dos parâmetros dos relés de sobrecorrente em

redes de distribuição é realizada de que a velocidade de atuação dos dispositivos de proteção

seja inversamente proporcional a magnitude da corrente de falta. Como, por característica

própria desse sistema, as redes são em sua maioria radiais, os dispositivos de proteção podem

ter característica não direcional, ou seja, não precisam ser sensíveis à passagem de corrente em

apenas um sentido. Entretanto, com o aumento no número de pequenos geradores conectados à

rede por meio do sistema de distribuição, estas características vêm passando por transformações.

G H R
(3) (2) (1)

Ê
Figura 3.4: Sistema de distribuição simplicado.

Na maioria das vezes, a proteção para sistemas de distribuição é feita empregando disposi-

tivos de proteção de fase e dispositivos de proteção para o neutro da instalação. Esse arranjo

tem a vantagem de que qualquer relé pode ser retirado para manutenção e mesmo assim o

circuito continuará protegido para qualquer tipo de falta. IEEE-PSRC & Committee (1983)

sugere que faltas temporárias sejam eliminadas instantaneamente e que faltas permanentes

sejam eliminadas pela parte temporizada dos dispositivos de proteção.

A proteção dos sistemas de distribuição pode ser realizada por três tipos de dispositivos:

religadores automáticos, relés e fusíveis (ANDERSON, 1999). Independente de quais sejam os

dispositivos utilizados, é necessário que todos eles estejam coordenados. Além da diculdade

inerente ao processo de coordenação, a coordenação nas redes de distribuição ainda é acrescida

do fato de que as características dos TC que os alimentam podem ser diferentes.

A Figura 3.5 contém exemplos da coordenação entre: 3.5(a) fusível e religador, 3.5(b) fusível

e relé, e 3.5(c) relé e religador.


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 24

IF (A) IF (A)

Relé

Fusível

IRmin

Religador Fusível

t2T tR2 tR1 t (s) t (s)

(a) (b)
IFF (A)
(A)

IRmin Relé

Religador

t2T tR2 tR1 t (s)

(c)
Figura 3.5: Exemplos de coordenação entre: (3.5(a)) fusível e religador, (3.5(b)) fusível e relé
e (3.5(c)) relé e religador.

Recentemente Hussain et al. (2013) apresentaram uma proposta de modicação adaptativa

da corrente de pick-up da unidade de sobrecorrente instantânea dos religadores que compõem o

sistema de proteção visando evitar a fusão do elo fusível e, consequentemente, a necessidade de

intervenção humana para a reenergização do sistema. Os valores das correntes de pick-up são

obtidas por meios de valores de correntes de curto-circuito previamente denidas no algoritmo,

ou seja, a técnica não é capaz de determinar tais parâmetros automaticamente.

Esta tese assumirá que as redes elétricas são protegidas apenas por relés digitais. Por isso, o

processo de coordenação entre os outros tipos de dispositivos de proteção não serão abordados.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 25

3.2.2 Sistemas com Geração Distribuída

A inerente busca por novas fontes de energia que possam substituir, ou pelo menos, mini-

mizar a dependência das fontes tradicionais como a hidroelétrica e, também reduzir os índices

de poluição gerados por fontes de energia baseadas na queima de combustíveis fósseis como

nas termoelétricas, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário elétrico nacional, trans-

formando indústrias e consumidores residenciais em agentes geradores de energia, seja esta

através de energia solar, biomassa, etc. Estes pequenos geradores são conhecidos como geração

distribuída (GD).

A conexão desses pequenos geradores à rede elétrica é realizada na maioria das vezes através

do sistema de distribuição. Este fato traz para o sistema de distribuição novas características

que precisam ser incorporadas pelo sistema de proteção, inclusive uma série de problemas podem

ser destacados quando a geração distribuída é conectada à rede. A base de todos os problemas

ocasionados pela GD para o sistema de proteção é a quebra do paradigma da unidirecionalidade

da corrente, seja a de carga ou de curto-circuito.

Para um sistema radial como o mostrado na Figura 3.4, a corrente de curto-circuito trifásico

(i) pode ser calculada, em pu, de acordo com (3.1), onde ZT H é a impedância de Thévennin

vista no ponto onde ocorre a falta.

1
i = . (3.1)
ZT H
De acordo com Jenkins (2000), a corrente de curto-circuito em um sistema radial assume

valores entre 10 e 15 vezes o valor de corrente de carga, o que permite ser facilmente identicada

pelo sistema de proteção.

A Figura 3.6 apresenta um exemplo de sistema de distribuição contendo geração distribuída.

Um dos problemas que pode existir nos sistemas de proteção com GD ocorre quando a contri-

buição desta para a falta é muito maior que a contribuição da fonte principal do sistema. Esse

fato é comum quando a planta de geração distribuída pode ser representada por uma barra PV

com valor de potência ativa muito elevado (GEIDL, 2005). Nestes casos, o relé instalado no

início da linha H −R pode não ser sensibilizado e não eliminar a falta.

No sistema da Figura 3.6, um curto-circuito no ponto a resulta em numa corrente de falta


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 26

If formada pela contribuição da corrente do gerador principal (Inw ) e da GD (Idg ), conforme

(3.2). De acordo com Dugan & McDermott (2001), Dugan & McDermott (2002), esse fato pode

ocasionar sérios problemas principalmente quando faltas de alta impedância ocorrem.

If = Inw + Idg . (3.2)

Supondo ainda para o sistema da Figura 3.6 uma falta na barra H, constata-se que o

dispositivo de proteção iria enxergar a contribuição da geração distribuída no sentido oposto

ao uxo da corrente da geração principal. Esse fato justica a necessidade da inclusão da

unidade direcional nos dispositivos de sobrecorrente que formam a rede de proteção dos sistemas

com geração distribuída.

GD

G H R Idg T
Inw If a

Ê
L1 L2 L3
Figura 3.6: Sistema de distribuição com presença de geração distribuída.

O sentido comum do uxo de potência nos sistemas radiais também pode sofrer modicações

quando se conecta a geração distribuída. Esse fato ocorre quando o nível de produção de energia

local supera o consumo (LOPES, 2002). Além da necessidade da inclusão da unidade direcional,

o uxo de potência reverso implica na modicação do gradiente de tensão ao longo da linha.

Além de problemas relacionados à qualidade, violações nos limites dos níveis de tensão

também podem ser vericadas nos sistemas com geração distribuída. De acordo com Jenkins

(2000), Tran-Quoc et al. (2003), o gradiente de tensão ao longo de uma linha radial pode ser

aproximado através de (3.3).

Pdg Rth + Qdg Xth


∆V ≈ , (3.3)
Vn

onde:

Vn - tensão nominal do sistema

Rth + jXth - impedância da linha analisada

Pdg + jQdg - potência injetada pela GD.


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 27

Gracamente, é apresento na Figura 3.7 o efeito da inclusão da geração distribuída no perl

de tensão do alimentador e no gradiente. Observa-se que quando não há contribuição da geração

distribuída para o sistema, a potência segue da geração principal da rede, representada pela

fonte Ê da Figura 3.7, para as cargas, e o perl de tensão, representado pela linha contínua,

assume características decrescentes ao longo da rede. Quando a contribuição da GD fornece

uma corrente que supera a corrente das cargas conectadas às barras R e T, o uxo de potência

assume sentido reverso em relação ao caso em que a GD não está conectada a rede. O perl da

tensão, mostrado na Figura 3.7 é representado pela linha tracejada. Conforme pode-se observar,

a GD contribui para que a tensão ao longo da rede tenha valores mais próximos ao nominal

entretanto, para a proteção tradicional, este fato representa um problema em potencial.

GD

G H R Idg T
Inw IHR IRT

Ê
IL1 Il2 Il3
V
Com GD
Sem GD
jV
jx

Figura 3.7: Gradiente da tensão em sistemas radiais com e sem geração distribuída.

Tradicionalmente, os sistemas que não possuem GD utilizam o artifício da modicação do tap

dos transformadores para melhorar o perl de tensão do sistema. Quando a GD é conectada a

rede, essa ação pode ocasionar a diminuição da potência do transformador (BARKER; MELLO,

2000; CONTI et al., 2001; ARAMIZU; VIEIRA, 2013; MASOUM et al., 2012; HERMAN et

al., 2009).

De acordo com Geidl (2005), grande parte dos dispositivos que compõem o sistema de

geração distribuída seja solar, eólica ou biomassa não possuem os equipamentos de proteção e

controle necessários para estabilizar a frequência e tensão da rede em momentos de ilhamento

do sistema. Além disso, como os sistemas não são perfeitamente equilibrados, a frequência
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 28

varia conforme a variação da potência ativa.

3.2.3 Algoritmo de Coordenação

Normalmente, duas são as classes de relés para se coordenar: os relés de fase e de neutro. A

coordenação dos relés depende não somente da arquitetura da rede mas também da sua conexão

com TC e TP (ANDERSON, 1999). Para facilitar o entendimento, considere que para proteger

um sistema trifásico com neutro aterrado na saída da subestação, serão utilizados três relés de

fase e um de neutro. Esse arranjo tem a vantagem de que qualquer relé pode ser retirado para

manutenção e mesmo assim o circuito continuará protegido para qualquer tipo de falta. Vale

a observação que, quando fala-se no uso de quatro relés (três de fase e um de neutro) para

proteção do alimentador, tais dispositivos são do tipo eletromecânico. Atualmente, a função

desse conjunto de relés é desempenhada por um único dispositivo digital, dispositivos estes foco

desta tese.

Para proteção de linhas de transmissão/distribuição três funções de proteção são recomen-

dadas atualmente, são elas: sobrecorrente, distância e tele-proteção.

Os dispositivos de sobrecorrente se sobressaem na proteção de sistemas de distribuição, sis-

tema este que na maior parte das vezes possui pequenas dimensões no tocante às suas linhas de

transmissão. Entretanto, essa função apresenta a desvantagem de ser dependente da topologia

e dos pers de geração e de carga da rede. Este fato, como mencionado, exige que revisões no

estudo de coordenação da proteção sejam realizadas frequentemente no sistema.

Para os dispositivos de distância apresentam melhor desempenho no que se refere à depen-

dência da topologia e pers de geração e carga do sistema, uma vez que estimam a impedância

entre o ponto de instalação do dispositivo e o local onde a falta ocorre. Seu emprego é mais

comum em sistemas de transmissão, onde as dimensões dos circuitos de transmissão são muito

grandes e informações relativas ao local de falta são importantes. Apesar de ter aplicação maior

nos sistemas de transmissão, alguns autores propõem o uso desses dispositivos também para os

sistemas de distribuição (SINCLAIR et al., 2014).

Os últimos dispositivos citados - tele-proteção -, proporcionam uma atuação mais correta

uma vez que há a comunicação entre os dispositivos locais e remotos da linha protegida para
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 29

que a decisão seja tomada. Estes dispositivos apresentam valor de instalação bastante elevado.

Dessa forma, são aplicados apenas em sistemas onde os níveis de potência envolvidos sejam

muito altos ou as cargas justiquem o alto investimento. Atualmente, sistemas EHV utilizam

este tipo de proteção.

Supondo o sistema radial mostrado na Figura 3.8 no qual os locais analisados de falta são

representados de (1) a (5) e considere a linha compreendida entre as barras H e R. O relé local,

mais próximo à barra H, e o remoto, mais próximo à barra R, devem proteger a linha para

qualquer falta que ocorra em seu interior. Em caso de detecção de problemas, os relés enviarão

o sinal de trip para o disjuntor associado a cada um deles visando, extinção do problema.

ÊS G H R
(5) (4) (3) (2) (1)

Figura 3.8: Sistema de potência radial simplicado.

O fato desta tese contemplar sistemas de distribuição com e sem geração distribuída, permite

eliminar um dos principais problemas na coordenação da proteção que é o efeito capacitivo das

linhas de transmissão. De acordo com Glover J. D.; Sarma & Overbye (2009), para linhas

curtas, isto é, com extensão menor que 80 km, esse efeito pode ser desconsiderado sem que haja

prejuízo ao sistema de proteção.

A característica de atuação dos dispositivos de sobrecorrente pode se dar de duas maneiras:

4
atuação instantânea (função 50) e a temporizada (função 51 ) na qual o tempo de atuação do

dispositivo de proteção possui relação inversa com os valores das correntes de falta.

Para obtenção de parâmetros que garantam o melhor desempenho do sistema de proteção

Oliveira et al. (2010) propuseram a determinação dos ajustes da corrente de pick-up e do tipo

de curva característica do relé utilizando uma rotina baseada na técnica dos AG. Porém, é

comum encontrar trabalhos na literatura que partem do pressuposto que todos os relés têm

curva característica do tipo normal inversa.

4 As características tempo-corrente dos relés de sobrecorrente são famílias de curvas de tempo de atuação
versus corrente de falta, geralmente apresentados em eixo dilog. De acordo com IEEE (1996) existem três
famílias de curvas características: moderadamente inversa, muito inversa e extremamente inversa. Já segundo
IEC (1989), os tipos de curva características são cinco: normal inversa, muito inversa, extremamente inversa,
inversa de tempo longo e inversa de tempo curto.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 30

O passo-a-passo para a denição de todos os parâmetros necessários em um projeto de

coordenação da proteção são apresentados nos itens a seguir.

3.2.3.1 Determinação da relação de TC (RTC)

Os TC são dispositivos que proporcionam aos relés níveis de corrente adequados aos dispo-

sitivos de proteção. Em geral, padronizam-se as saídas dos secundários dos TC em 1 A ou 5 A

(IEEE, 2010). A determinação do RTC deve levar em consideração dois parâmetros: a corrente

de carga máxima e a maior corrente de curto-circuito no ponto de instalação do dispositivo.

Quanto à corrente de carga, deve-se considerar não apenas aquela que corresponde ao fun-

cionamento normal da rede, como também quando esta encontra-se em contingência (IC,M ax ).

Assim sendo, a corrente nominal no primário do TC (IN P ) deve ser tal que:

IN P ≥ k × IC,M ax . (3.4)

Sendo k uma constante que representa o fator de crescimento da carga e deve ser válida

para o período durante ao qual aquele TC esteja em uso.

No que se diz respeito a máxima corrente de curto-circuito para uma falta no local de

instalação do TC (ICC,M ax ), este deve ter uma relação tal que garanta que o dispositivo não

sature devido à corrente de primário elevada. Para isso, introduz-se um parâmetro conhecido

como fator de de sobrecorrente (FS) do TC, que na maioria das vezes é considerado igual a 20.
Logo, IN P deve ser computador conforme:

ICC,M ax
IN P ≥ . (3.5)
FS

3.2.3.2 Critérios para ajustes de corrente mínima de atuação

Na literatura esse parâmetro geralmente é conhecido como corrente de pick-up, sendo con-

siderado um dos mais importantes parâmetros a serem determinados durante um estudo de

coordenação e seletividade.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 31

Unidades temporizada (51) de fase De modo geral, a corrente de pick-up (IFP U ) deve

atender às restrições mostradas em (3.6) e (3.7).

P
k× IC,M ax
IFP U ≥ . (3.6)
RT C

A Equação (3.6) é perfeitamente geral, uma vez que pode ser aplicada tanto para sistemas

5
com circuito de transferência de carga , no qual serão levados em consideração os valores da

corrente de carga nominal do circuito ao qual o relé está conectado, bem como a corrente

nominal do circuito que possa vir a se utilizar do circuito de transferência. Caso o sistema não

possua circuito de transferência, o somatório resumir-se apenas ao valor da corrente de carga.

Icc,2Φ
IFP U ≤ , (3.7)
RT C

sendo:

Icc,2Φ é a corrente de curto-circuito bifásico no extremo oposto da linha protegida.

Assim, de (3.7) pode-se armar que a unidade temporizada de um relé de sobrecorrente

deve atuar para todas as faltas bifásicas e monofásicas dentro da linha protegida, restando aos

demais tipos de falta serem eliminados pela unidade instantânea do relé.

O processo descrito acima deve ser repetido de modo que o relé local atue sempre antes

que o relé remoto, em no mínimo um tempo de intervalo de coordenação CTI). O valor do

CTI é denido de acordo com as restrições da empresa e assume valores entre 0, 2 s a 0, 5 s. A

Figura 3.9 apresenta o uxograma necessário para determinação dos ajustes dos dispositivos

que compõem a cadeia de proteção.

Unidade temporizada (51) de neutro O ajuste do valor da corrente de pick-up dos

dispositivos de proteção de neutro segue o mesmo princípio usado para o relé de fase, ou seja, a

corrente de pick-up (INP U ) deve estar entre dois valores: o inferior relativo à corrente de carga

da linha (IC,M ax ) e o superior relativo à corrente de curto-circuito, neste caso monofásico para

o terra no nal do trecho protegido pelo mesmo (Icc,ΦT ). Matematicamente tem-se:

5 Subestações tipo barramento principal/barramento de transferência.


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 32

Determinar o tipo de
curva do relé i

Calcular o múltiplo de
corrente do relé i

Calcular ti por:
æ k ö
ti = TDS ´ ç k 21 ÷
è M -1 ø

Sim Barra
Terminal?
Fim do
processo Não

Calcular ti-1 por:


ti -1 = ti + Dt

Calcular o múltiplo de
corrente do relé i-1

De posse do Mi-1 e ti-1,


determinar a família de
curvas que melhor
reproduzem esses valores

i=i-1

Figura 3.9: Fluxograma utilizada para coordenação dos dispositivos de sobrecorrente tempori-
zada em uma rede radial.

k2 × IC,M ax Icc,ΦT
≤ INP U ≤ (3.8)
RT C RT C

O valor do termo k2 depende das ligações das cargas no sistema. Caso existam cargas

alimentadas com tensão de fase, isto é, conectadas entre fase e neutro, o valor de k2 pode variar

entre 0, 1 e 0, 3, ou seja, utiliza-se uma amostra de no máximo 30% do valor da corrente de

carga do circuito. Caso todas as cargas do sistema sejam conectadas entre fases - alimentadas

por tensão de linha -, toma-se por base um valor de 10% da corrente de carga, ou seja, k2
assumirá o valor 0, 1.

Ainda conforme (3.8), as unidades de neutro dos relés de sobrecorrente devem ser sensíveis

ao menor valor de corrente de curto-circuito no nal do trecho protegido. Essa condição nem

sempre é possível de se obter devido as características das cargas. Por isso, recomenda-se o uso

de chaves-fusíveis, seccionadores ou religadores de modo que o trecho a ser protegido pelo relé

seja reduzido.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 33

Unidade Instantânea (50) A prática comum entre os engenheiros de proteção é o uso

de uma unidade separada do relé de sobrecorrente que proporcione uma atuação mais rápida

que aquela oferecida pela unidade 51 (unidade temporizada) para faltas com altas correntes de

curto-circuito, as chamadas close-in faults. Comumente, a função de sobrecorrente instantânea

pode estar disponível como um segundo elemento dos relés de sobrecorrente de fase e não como

uma unidade completamente separada.

Uma regra geral é utilizada para vericar o grau de diculdade de se coordenar os dispositivos

de proteção de uma linham que consiste em vericar o quão maior são as faltas close-in em

relação às que acontecem no nal do trecho a ser protegido. Na maioria dos casos, quando essa

diferença for menor que 30% a coordenação será de difícil obtenção (ANDERSON, 1999).

Suponha um relé com de sobrecorrente com sua unidade instantânea instalado na barra H
do sistema mostrado na Figura 3.8. Para o sistema mostrado na Figura 3.8, sejam os dados

abaixo relacionados ao equivalente de rede neste ponto do sistema:

ÊS = Equivalente de Thévennin de circuito aberto

ZSR = Impedância do equivalente de Thévenin (3.9)

ZL = Impedância da linha H-R

Os valores das correntes de curto-circuito no início (close-in ) (ICI ) e no nal da linha (far

end )(IF E ) podem ser calculadas por.

ES
ICI = , (3.10)
ZS
ES
IF E = . (3.11)
ZS + ZL

Para ns de simplicação matemática, considera-se o termo KSR conforme descrito abaixo:

ZSR
KSR = . (3.12)
ZL

Após manipulações matemáticas, obtém-se a seguinte relação entre as correntes de falta no

nal e no início da linha.


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 34

ICI
IF E = . (3.13)
1
1+
KSR
De modo equivalente, a corrente de curto-circuito para uma falta ocorrida a h% do início

da linha (IER ) pode ser obtida por:

ES
IER = . (3.14)
ZSR + hZL

Dividindo (3.14) por (3.13) e igualando o resultado a KI , obtêm-se o valor da fração da

linha protegida h, também conhecido como alcance da unidade instantânea, conforme dado em
(3.15).
KSR (1 − KI ) + 1
h = . (3.15)
KI

De acordo com Anderson (1999), o valor de KI deve variar entre 1, 1 e 1, 4. Como pode-se

vericar na Figura 3.10, geralmente é possível proteger um trecho maior que 50% da linha.

0.9

0.8
h em pu

0.7

0.6
K1 = 1,1
K1 = 1.2
0.5
K1 = 1.3
K1 = 1.4
0.4
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Ksr em pu

Figura 3.10: Fração da linha protegida pela unidade instantânea.

Substituindo em (3.15) a expressão de KSR , dada por (3.12), tem-se:

ZS (1 − KI ) + ZL
h = (3.16)
ZL × KI

Como pode-se vericar, (3.16) é exatamente igual à expressão apresentada em (CHEN

et al., 2005; YI et al., 2009). A equação (3.16), base para o desenvolvimento que resultou

na expressão do alcance da zona de proteção instantânea de sobrecorrente é, como podia-


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 35

se esperar, perfeitamente correta do ponto vista teórico e físico. Entretanto, restrições são

encontradas quando uma abordagem realista é apresentada à referida equação.

A primeira restrição, que facilmente pode ser contornada, diz respeito a necessidade do

conhecimento do equivalente de rede no local onde cada relé de sobrecorrente instantânea for

instalado. O principal entrave neste é a capacidade de processamento dos relés digitais, uma

vez que boa parte da sua memória já é reservada para a realização dos cálculos relativos à

função de proteção.

Na prática, o que fora apresentado como uma forma de obtenção do alcance de maneira

adaptativa, pode ser encarada como uma maneira auxiliar de se obter o alcance quando não se

dispõe de todos os valores necessários para uso em (3.16).

Relembrando o conceito de proteção adaptativa apresentado no início do texto, chama-se

de proteção adaptativa aquela na qual os ajustes dos dispositivos de proteção são atualizados

automaticamente frente a alguma modicação ocorrida na rede. Como pôde-se vericar pelos

argumentos mostrados acima, (3.16) não apresenta a possibilidade de desempenhar a função

citada.

3.2.3.3 Sistemas não-radiais e com geração distribuída

Os sistemas não-radiais têm como principal característica o fato da corrente de falta não ter

sua direção previamente conhecida, como acontece com os sistemas radiais. Este fato provêm

da existência de circuitos duplos ou da presença de mais de uma fonte de geração.

Suponha que o sistema ctício apresentado na Figura 3.11 seja protegido por relés de so-

brecorrente sem a função direcional.

Ê1 K r1 r2 M Ê2

r3 r4

Figura 3.11: Sistema não-radial com presença de geração distribuída e linhas duplas.

Seja uma falta ocorrida na linha protegida pelos relés r1 e r2 . Para que esta falta possa

ser eliminada de maneira satisfatória, é necessário que as restrições dadas por (3.17) sejam

atendidas.
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 36

tr1 < tr3 ,


(3.17)
tr2 < tr4

De maneira análoga, para uma falta na linha protegida pelos relés r3 e r4 as restrições

apresentadas em (3.18) devem ser atendidas.

tr3 < tr1 ,


(3.18)
tr4 < tr2

As restrições impostas por (3.17) e (3.18) não podem ser atendidas simultaneamente, o que

permite a armação que os relés de sobrecorrente sozinhos não proporcionam a seletividade

necessária ao sistema.

A conexão de dispositivos medidores de tensão (TP) em conjunto com os transdutores de

correntes (TC) permitem identicar o sentido da corrente em uma linha de transmissão através

de uma relação simples entre as fases da grandeza de operação, a corrente nesse caso, e da

grandeza de polarização, que pode ser outro sinal de corrente ou um sinal de tensão, como

mais frequente na prática (ALMEIDA, 2000). Dessa forma, é necessário incluir à unidade

de sobrecorrente, características direcionais que não estão presentes previamente nesta função.

Mais detalhes sobre a da função direcional e das formas de conexão dos dispositivos de operação

e polarização podem ser obtidos no Apêndice C.

Acrescentando aos relés do sistema da Figura 3.11, a função direcional (função 67) conforme

apresentado na Figura 3.12 as restrições impostas por (3.17) e (3.18) podem ser atendidas

simultaneamente, uma vez que cada relé possui um sentido para o qual será sensibilizado,

identicado na Figura por meio das setas em cada dispositivo.

Ê1 K r1 r2 M Ê2

r3 r4

Figura 3.12: Relés de sobrecorrente direcionais protegendo sistema ctício.

De acordo com Blackburn (1987), o sentido a ser protegido pelo dispositivo deve ser denido

de acordo com a relação da corrente que ui pelos relés nos dois extremos das linhas. Seja um
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 37

sistema radial com geração distribuída conforme mostrado na Figura 3.13, onde ICargaJusante e

ICargaM ontante referem-se às correntes de carga saindo e entrando através do relé r1 instalado na

barra K.
ICargaJusante
ICargaMontante
Ê1 K M N Ê2
r1 r2 r3 r4
(1) (2) (3)

I(1)
I(2)
I(3)

Figura 3.13: Sistema radial com duas fontes de potência.

O relé r1 deve possuir características direcionais se uma das condições impostas por (3.19)

for satisfeita.

I(1)max ≥ 0, 25 × I(2)min ,

I(1)max ≥ 0, 25 × I(3)min , (3.19)

ICargaM ontante > ICargaJusante .

Sistemas que possuem circuitos duplos mas apenas uma fonte de potência, como mostrado na

Figura 3.14 apresentam características importantes conforme descrito a seguir. Observa-se que

os relés r1 e r10 não podem ser direcionais uma vez que, caso fossem direcionais e sensibilizados

para faltas à jusante da barra K, uma falta nesta barra não provocaria o uxo de corrente por

nenhuma das linhas do sistema.

M N
K r1 r2 r3 r4 r5
Ê1

P O

r10 r9 r8 r7 r6

Figura 3.14: Sistema elétrico com circuitos duplos e uma única fonte de potência.

Apesar de não provocar o surgimento do uxo de corrente em nenhuma das linhas do

sistema, quando uma falta acontece à jusante da barra K, a corrente vista pelos relés r2 e r9
aumentam até atingir o seu valor máximo, quando a falta ocorre no mesmo ponto em que os
Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 38

relés estão instalados. Dessa forma, como o limite inferior da corrente de curto-circuito de r2
e r9 é nulo, estes dispositivos devem atuar de maneira mais rápida possível, com corrente de

pick-up superior apenas a corrente de carga da rede.

Facilmente verica-se que a barra K é o local com maior potência de curto-circuito do

sistema. Assim, como a corrente de falta vista pelo relé r1 é a maior da rede, este é programado

para atuar mais rápido que os demais dispositivos. Observa-se assim, que uma vez r1 atuando,

o sistema torna-se radial com sentido anti-horário para a corrente. A atuação de r1 provoca

alterações nos níveis de curto-circuito dos dispositivos sensíveis à correntes de curto-circuito no

sentido da linha KM , isto é, relés r2 , r4 , r6 , r8 e r10 . O estudo de coordenação e seletividade

da rede deve ser desenvolvido com base nos maiores valores das correntes de curto-circuito por

serem as condições mais extremas a qual o sistema está exposto.

Uma vez que o relé r1 atua, a coordenação dos relés pode ser realizada conforme descrito

na Figura 3.9. Deve-se atentar ainda, para o fato de que o uxograma da Figura 3.9 deve

ser repetido para todos os relés que sejam sensibilizados por correntes no sentido oposto aos

primeiros.

3.3 RESUMO

Neste capítulo foram apresentados os fundamentos da coordenação da proteção de relés de

sobrecorrente em redes de distribuição com e sem a presença da geração distribuída. A principal

vantagem da proteção de sobrecorrente, principalmente no que diz respeito aos sistemas de

distribuição atuais, é o baixo custo de instalação dos dispositivos na rede protegida.

A presença de mais de uma fonte de geração, ou topologia malhada das linhas de distri-

buição, acarreta a necessidade do incremento no sistema de proteção com a inclusão da função

direcional aos já presentes dispositivos de sobrecorrente. Para esta modicação, também se

faz necessário a instalação de transdutores de tensão que permitirão, através da execução de

rotinas de comparação, identicar o sentido do uxo de corrente na rede.

A determinação dos ajustes dos dispositivos de sobrecorrente, notadamente da corrente de

pick-up, exige o prévio conhecimento de valores como: dados do equivalente de rede, correntes

de curto-circuito monofásico e bifásico no extremo oposto à linha protegida entre outros. De


Capítulo 3  Fundamentos da Coordenação da Proteção 39

posse de todos esses dados, um processo iterativo é iniciado no qual os ajustes dos dispositivos

vão sendo escolhidos de modo a garantirem coordenação, seletividade e velocidade à rede de

proteção. É esse processo iterativo, longo e computacionalmente árduo que as técnicas de

proteção adaptativa visam minimizar, uma vez que a função de sobrecorrente é amplamente

dependente das condições topológicas e operacionais da rede, necessitando de revisões nos

ajustes dos dispositivos cada vez que modicações no sistema protegido ocorram.
CAPÍTULO 4

FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO DIGITAL

A partir do início das décadas de 1970 e 1980, com o advento dos dispositivos microprocessados,

os antigos relés eletromecânicos passaram por uma transformação que possibilitou uma melhora

relevante no desempenho desses dispositivos em termos de conabilidade, além de permitir a

integração em um único dispositivos de diversas funções de proteção, entre outros benefícios

obtido a partir de uma arquitetura baseada em dispositivos processadores de sinais (LARSON

et al., 1979; SCHWEITZER; ALIAGA, 1980). A arquitetura dos relés de proteção digital vem

sendo alvo de pesquisas de diversos estudiosos ao longo do tempo (PEREZ, 2006; MCLAREN

et al., 2001; SIDHU et al., 1998; KEZUNOVIC; CHEN, 1996).

O modelo básico de um relé digital tem o diagrama de blocos mostrado na Figura 4.1.

Unidade de
Unidade de Unidade de Processamento
Condicionamento de Sinais Aquisição de Dados de Dados

Transformadores
Filtros
Circuitos CPU
Analógicos Multiplexador
Auxiliares Sample/Hold
Anti-aliasing Unidade de
Memória
va S/H Memória

vb Unidade de
Comunicação

vc COM
Conversor
vn M Analógico/Digital

U A/D
Unidade de
ia
X Interface Lógica
Estados Lógicos de
Disjuntores e Mensagens
ib Clock Entradas de Disparo/Bloqueio
Lógicas
ic
Sinais de Disparo
Disjuntores e Mensagens
in S/H Saídas de Disparo/Bloqueio
Lógicas

Figura 4.1: Estrutura geral de um relé digital.

Seguindo o diagrama de blocos da Figura 4.1, os relés digitais recebem os sinais de tensão

e corrente dos transdutores (TC e TPC) associados a cada um. Vale a observação de que nem

todas as funções de proteção necessitam usar sinais de tensão e corrente. Logo, a armação

40
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 41

realizada no início do parágrafo visa apenas realizar um comentário geral com respeito à ar-

quitetura dos relés digitais. Como sabe-se, não é possível processar uma grandeza analógica

diretamente em um dispositivo digital. Para tanto, faz-se necessário o processo de ltragem,

amostragem e digitalização deste sinal.

Para evitar o fenômeno da sobreposição de espectro do sinal, propõe, baseado no critério

de Nyquist, que o processo de amostragem e ltragem seja feita à uma taxa de, no mínimo, o

dobro da frequência da última hormônica desejada. Assim, esse valor é usado tanto no ltro

analógico anti-aliasing quanto no bloco sample-and-hold do modelo da Figura 4.1.

Após esta etapa de condicionamento do sinal já é possível transformá-lo em um sinal digital

através do conversor A/D.

4.1 ESTIMAÇÃO DE FASORES

A estimação de fasores para grandezas senoidais é o processo pelo qual, através de uma rotina

de ltragem, podem ser obtidos os valores de amplitude e fase dos sinais de entrada. Diversas

abordagens são apresentadas na literatura para este m, sendo as mais comuns: Fourier de

um ciclo (PHADKE; THORP, 1990), Fourier de meio ciclo (PHADKE; THORP, 1990), Filtro

Cosseno (SCHWEITZER; HOU, 1993), Fourier Modicado Sidhu et al. (2003) e as baseadas

nas transformadas Wavelets (SILVA, 2009). Todas as técnicas mencionadas usam a estratégia

de janelamento do sinal, os algoritmos de estimação de fasores são não recursivos de janela xa

e baseiam-se na avaliação de um conjunto especíco de amostras do sinal a ser estimado.

Para uso em relés digitais, o processo de estimação fasorial extrai apenas o fasor correspon-

dente à componente fundamental da tensão e da corrente secundária dos TPC e TC, respecti-

vamente.

4.1.1 Janelamento de sinais

Os algoritmos de estimação fasorial não recursivos de janela xa utilizam-se de um conjunto

de amostras do sinal a ser estimado, esse conjunto de amostras recebe o nome de janela de

dados. Com a chegada de uma nova amostra do sinal esta é incorporada à janela eliminando-se
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 42

assim a amostra mais antiga. Dessa forma, a janela utilizada no processo de estimação fasorial é

uma janela móvel (PHADKE; THORP, 1990). A Figura 4.2 mostra o processo de deslocamento

da janela para um sinal de corrente. Observa-se que durante o período da estimação existem:

(i) um intervalo no qual a janela encontra-se completamente preenchida com amostras do sinal

antes da falta, sendo por isso chamada de etapa pré-falta; (ii) um intervalo no existem na

janela amostras tanto do período de pré-falta quanto do período de falta, chamada de período

transitório; e por m (iii) quando a janela esta preenchida apenas com amostras do sinal em

situação de falta, denominado regime permanente de falta.

A seguir serão apresentados alguns detalhes sobre o uso das técnicas de estimação fasorial

listadas na literatura.

Pré-falta Falta
10

5
Corrente (A)

-5 Janela
Móvel Primeira Amostra
com falta

-10
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (ms)

Figura 4.2: Esquema de janelamento móvel para estimação de fasores.

4.1.2 Algoritmos de estimação de fasores baseados na série de Fourier

Conforme a teoria de Fourier qualquer sinal periódico pode ser representado como a soma

de senos e cossenos e de uma componente DC (OPPENHEIM; WILLSKY, 2002):

∞ ∞
Y0 X X
x(t) = + Ycn cos(2πf t) + Ysn sen(2πf t), (4.1)
2 n=1 n=1

Sendo os termos Y0 , Ycn e Ysn denominados de coecientes de Fourier, os quais são determi-

nados por:
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 43

Z t+T
Y0 = x(t)dt
t
Z t+T
Ycn = x(t)cosnω dt (4.2)
t
Z t+T
Ysn = x(t)sennω dt
t

Em (4.1), f representa o valor da frequência da componente fundamental do sinal, n repre-

senta a n-ésima harmônica do sinal, ω a frequência angular do sinal, calculada por ω = 2π × f


e T, o período do sinal.

4.1.2.1 Algoritmo de Fourier de 1 ciclo

Esta técnica consiste na determinação dos valores de módulo e fase da componente funda-

mental de um sinal periódico qualquer a partir do produto de um ciclo de amostras por funções

seno e cosseno. Para a componente fundamental de sinal x(t) as equações (4.3) tornam-se:

Z t+T
Ycn = x(t)cosω dt
t
Z t+T
Ysn = x(t)senω dt (4.3)
t

Na representação discreta pode-se escrever:

N −1  
2 X 2πk
Yc1 = xk cos , (4.4)
N k=0 N
N −1  
2 X 2πk
Ys1 = xk sen . (4.5)
N k=0 N

Ainda é possível escrever (4.4) e (4.5) conforme a seguir:

N −1
2 X
Yc1 = xk hck , (4.6)
N k=0
N −1
2 X
Ys1 = xk hsk , (4.7)
N k=0
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 44

Sendo hck e hsk os coecientes do ltro de Fourier de um ciclo dados por:

2
hc = [cosωt0 cosωt1 ··· cosωtN − 1 ] (4.8)
N
2
hs = [senωt0 senωt1 ··· senωtN − 1 ] (4.9)
N

Conforme se vê em (4.8) e (4.9) os ltros hc e hs são ortogonais para a frequência funda-

mental. Outra característica importante deste algoritmo é que os coecientes do ltro podem

ser calculados o-line, diminuindo assim o esforço computacional requerido.

Uma vez conhecidas as expressões dos ltros de Fourier de um ciclo, a amplitude e a fase

do fasor, na frequência fundamental, são dadas por:

q
A = Yc12 + Ys12 , (4.10)

 
−1 Ys1
ϕ1 = tan . (4.11)
Yc1

4.1.2.2 Algoritmo de Fourier de meio ciclo

Esse algoritmo assemelha-se ao algoritmo de Fourier de 1 ciclo porém, como o nome indica,

utiliza apenas meio ciclo de amostras do sinal x(t) e como resultado, o algoritmo de Fourier

de meio ciclo é mais rápido que o de Fourier de 1 ciclo. Conforme Phadke & Thorp (1990), as

equações (4.4) e (4.5) podem ser reescritas por:

N/2 − 1  
4 X 2πk
Yc1 = xk cos (4.12)
N k=0 N
N/2 − 1  
4 X 2πk
Ys1 = xk sen , (4.13)
N k=0 N

Analogamente ao que foi realizado no algoritmo de Fourier de 1 ciclo, os ltros hc e hs


passam a ser:
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 45

4
hc = [cosωt0 cosωt1 ··· cosωtN − 1 ] (4.14)
N
4
hs = [senωt0 senωt1 ··· senωtN − 1 ] (4.15)
N

O cálculo de módulo e fase da grandeza estimada é realizado da mesma forma que no

algoritmo de Fourier de 1 ciclo.

4.1.3 Eliminação do efeito da componente DC de decaimento exponencial

Antes de iniciar a apresentação das técnicas de eliminação do efeito da componente DC de

decaimento exponencial, demonstrar-se-à matematicamente como surge a termo da componente

DC de decaimento exponencial.

Suponha o sistema elétrico simplicado apresentado na Figura 4.3, onde a linha de transmis-

são foi modelada como uma linha curta, na qual só são representados os efeitos da resistência e

da reatância indutiva. A carga desse sistema foi modelado como sendo de corrente constante.

O restante do sistema foi modelado através do equivalente de Thévennin da rede na qual a

tensão vT H fornecida por este equivalente é dada por:

vT H (t) = Em sen(ωt + θ). (4.16)

A (1-p)LLT B
RTH LTH pRLT pLLT F (1-p)RLT

i(t) iF (t)
S t0
vTH(t) iC(t)
RF

Figura 4.3: Sistema elétrico simplicado.

Antes do início da falta, a corrente vista pelo relé instalado na barra A é igual a corrente

de carga reetida para o secundário do TC que o alimenta conforme (4.18). Quando a chave S
é fechada e a falta estabelecida, a corrente vista pelo relé da barra A passa a ser igual a soma

da corrente de carga, modelada como corrente constante, e a corrente de falta.


Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 46

i(t) = iC (t) + iF (t), (4.17)

i(t) = iC (t) = Im sen(ωt + θ − ϕc ) (4.18)

onde a corrente de falta, iF (t), é dada por:

Em
iF (t) = sen(ω(t − t0 ) + θ − ϕc ) + A0 e−(t − t0 )/τ , (4.19)
|ZF |

com:

p
|ZF | = (RT H + hRLT + RF )2 + ω 2 (LT H + hLLT )2 , (4.20)

 
−1 ω(LT H + hLLT )
ϕF = tan , (4.21)
RT H + hRLT + RF

LT H + hLLT
τ = , (4.22)
RT H + hRLT + RF

Em
A0 = − sen(θ − ϕF ). (4.23)
|ZF |

Conforme as Equações (4.19), (4.22) e (4.23), a componente DC de decaimento exponencial

depende tanto dos parâmetros da linha, quanto do equivalente da rede e dos parâmetros da

falta, tais como: localização, ângulo de incidência e resistência de falta. Como alguns desses

parâmetros nem sempre são conhecidos inicialmente, assume-se o valor da contante de tempo

dentro da faixa que vai de 0, 5 a 5 ciclos (BENMOUYAL, 1995).

Diversos trabalhos apresentam uma formulação baseada na periodicidade dos coecientes

dos ltros de Fourier apresentados em (4.8), (4.9), (4.14) e (4.15). Essa técnica apresenta resul-

tados considerados bons, porém só pode ser utilizada em dispositivos que utilizam algoritmos

baseados na série de Fourier.

Várias outras técnicas são empregadas para eliminação do efeito da componente DC de

decaimento exponencial. Em Sidhu et al. (2002), Sachdev & Baribeau (1979), a componente
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 47

DC de decaimento exponencial é incluída no modelo de estimação fasorial baseada na técnica

dos mínimos quadráticos, utilizando-se os primeiros termos da aproximação da série de Taylor.

Outros autores sugerem o uso de ltros passa-altas e passa-faixa para a ltrar a componente

DC e estimar sua amplitude e a constante de decaimento exponencial através de amostras dos

sinais de tensão e corrente. O problema das duas últimas técnicas citadas é que os parâmetros

usados são constantes para uma mesma simulação, ou seja, não se adaptam às características

do sistema.

Em Silva (2010), uma técnica adaptativa para determinação de um valor da constante de

tempo τd que elimine a inuência da componente DC de decaimento exponencial foi apresentada.

Essa técnica baseou-se no ltro mímico proposto por Benmouyal (1995), o qual é capaz de

eliminar por completo os efeitos da componente DC nos casos em que τd seja igual a τ. O

problema consiste exatamente na impossibilidade da determinação, a priori, do valor de τ que,

como já visto, depende dos parâmetros da linha de transmissão, do equivalente do sistema e

das características da falta.

Para determinação da constante τ os seguintes algoritmos são propostos ( ??).

Algoritmo que utiliza N/2+2 amostras do sinal Seja o sinal discreto x(k) dado por

(4.24), o qual deseja-se realizar a sua estimação.

N/2  
k
X 2πn
x(k) = A0 Γ + An sen k + ϕn = xDC (k) + x(k), (4.24)
n=1
N

sendo:

A0 a amplitude da componente DC de decaimento exponencial, cuja constante de tempo

é dada por τ, levado em consideração em Γ = e−∆t/τ . An e ϕn são a amplitude e fase da

n-ésima harmônica, com n variando de 1 até N/2 − 1.

O fasor da componente fundamental do sinal x(k) é dado por:

N
2 X 2π
X(k) = x(k − N + r)e−j N r . (4.25)
N r=1
X(k) = XDC (k) + X(k). (4.26)
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 48

Com base na periodicidade da função trigonométrica do seno, sabe-se que o seu valor no

N
instante k− 2
é igual ao negativo do valor obtido no instante k. Através da análise dessa

característica pode-se escrever:

xk + xk−N/2 = A0 Γk (1 + A0 Γ−N/2 ). (4.27)

xk−1 + xk−N/2−1 = A0 Γk−1 (1 + A0 Γ−N/2 ), (4.28)

(4.29)

Dividindo-se (4.27) por (4.28) tem-se:

xk + xk − N/2
= Γ = e−∆t/τ . (4.30)
xk − 1 + xk − N/2 − 1

O valor de τ, constante de tempo de decaimento exponencial e desejo de obtenção nesse

ponto do algoritmo, pode ser obtido através da aproximação da função exponencial pelos dois

primeiros termos da série de Taylor, ou seja, representando o termo do lado esquerdo de (4.30)

por λ:

∆t
λ = 1− . (4.31)
τ

Logo τ é dado por:

∆t
τ = (4.32)
1−λ

Expressão que utiliza N amostras do sinal Considere o sinal discreto dado por (4.24).

De acordo com Guo et al. (2003), as seguintes somas parciais podem ser consideradas:

N/2
X
P S1 = x2k − 1 . (4.33)
k=1
N/2
X
P S2 = x2k . (4.34)
k=1

A partir de manipulações trigonométricas é possível reescrever (4.33) e (4.34) conforme:


Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 49

Γ(ΓN − 1)
P S1 = A0 . (4.35)
Γ2 − 2
Γ2 (ΓN − 1)
P S1 = A0 . (4.36)
Γ2 − 2

Dividindo-se (4.36) por (4.35) obtém-se a expressão de Γ. Utilizando a mesma aproxima-

ção baseada na série de Taylor, apresentada em (4.32), a constante de tempo de decaimento

exponencial é dada conforme:

∆t
τ = . (4.37)
P S2
1−
P S1
Em resumo, a técnica adaptativa para eliminação do efeito da componente DC de decaimento

exponencial apresentada por Silva (2010) segue os seguintes passos:

ˆ Assume-se no início da simulação que o valor de τ como sendo igual a um ciclo;

ˆ Entre as amostras N/2 + 2 e N, após a detecção do distúrbio, τ é calculado como sendo

a média entre os dois últimos resultados calculados via (4.32);

ˆ Após a amostra N +1 , depois da detecção do distúrbio, τ é calculado como sendo a

média entre os dois últimos resultados calculados via (4.37).

Após cada atualização no valor de τ, o ganho do ltro mímico proposto por Benmouyal

(1995) deve também ser atualizado através da seguinte equação:

s
1
K = 2 2 . (4.38)
2π 2π
 
(1 + τd ) − τd cos N
+ τd sen N

4.2 RELÉ COMO COMPARADOR

A identicação de situações anormais nas grandezas elétricas analisadas por um relé pode

ser realizada por meio de comparações. De acordo com a função do relé a comparação pode se

dar através de diversas maneiras: comparação de amplitude, de fase, de amplitude e fase, entre

outras.
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 50

Suponha dois fasores que atuam como entrada de um relé dados conforme a seguir:

 = |A|ejθ ,
(4.39)

B̂ = |B|e .

Considerando o sinal representado pelo fasor  como referência, isto é, θ = 00 , a diferença

entre as fases dos sinais B̂ e  estará relacionada com as operações de soma e subtração dos

dois fasores de acordo com as seguintes condições:

φ ≥ 90 ⇒ |A − B| ≥ |A + B|, (4.40)

φ = 90 ⇒ |A − B| = |A + B|, (4.41)

φ ≤ 90 ⇒ |A − B| ≤ |A + B|. (4.42)

Gracamente, essas condições podem ser representadas conforme a Figura 4.4.

B
A

B
-B

A
A+B

B
A

-B

f f
A A
(a) (b)

B B
A-

+
A
B

f
A
(c)
Figura 4.4: Esquema gráco de comparação de fase para: (4.4(a)) φ ≥ 90, (4.4(b)) φ = 90,
(4.4(c)) φ ≤ 90.

A comparação de amplitude entre dois sinais pode ser realizada através do uso de um circuito

comparador, como um amplicador operacional, conforme mostrado na Figura 4.5 (SEDRA,

2010).
Capítulo 4  Fundamentos da Proteção Digital 51

+VCC

|A| +

V0
|B| -

Figura 4.5: Esquema de comparação de amplitude utilizando amplicador operacional.

Nesse esquema caso o sinal de saída do comparador (V0 ) assuma valor maior que zero, isso

signica que a amplitude do sinal A é maior que o do sinal B . Quando o sinal B tiver amplitude

maior que o do sinal A, a saída do comparador assumirá valor zero.

4.3 RESUMO

Este capítulo apresentou a fundamentação teórica necessária para o correto entendimento

a cerca dos temas relacionados à proteção de sobrecorrente em sistemas de distribuição, bem

como à proteção digital de sistemas de potência.

No que concerne à proteção digital, diversas técnicas encontram-se em uso atualmente para

a implementação dos blocos que compõem a arquitetura básica dos dispositivos de proteção

digital. Para a estimação de fasores, os algoritmos baseados na série de Fourier veem sendo mais

utilizados, embora alguns outros métodos também apresentem bons resultados. A eliminação da

componente DC de decaimento exponencial, pode ser eliminada de maneira adaptativa através

de uma aproximação baseada nos dois primeiros termos da série de Taylor.


CAPÍTULO 5

PROTEÇÃO ADAPTATIVA DE SOBRECORRENTE

Conforme apresentado no Capítulo 2 os esquemas tradicionais de proteção de sobrecorrente

não garantem uma operação efetiva em situações de mudanças da rede elétrica, notadamente

mudanças na topologia ou perl de geração e/ou carga. A possibilidade de resolução de proble-

mas relacionados à perda de coordenação de uma rede antes coordenada são apresentados na

literatura como vantagens do esquema de proteção adaptativa (PAN et al., 2011; OJAGHI et

al., 2013; MAHAT P.; CHEN; BAK, 2006; DEWADASA et al., 2011; EL-KHATTAM; SIDHU,

2009; HALABI et al., 2011; SOUZA JR et al., 2015).

De maneira geral, a proteção tradicional de sobrecorrente é intimamente dependente da

topologia e das condições de geração do sistema. Essa característica torna o alcance da zona

instantânea um termo variável, podendo assumir inclusive valores nulos. Utilizando as técnicas

de proteção adaptativa, é possível tornar esse alcance praticamente constante, fazendo com que

uma mesma porção do sistema esteja sendo protegida por esta unidade.

Neste capítulo será apresentada a metodologia proposta para determinação dos ajustes de

sobrecorrente dos dispositivos de proteção.

5.1 PROTEÇÃO ADAPTATIVA DE SOBRECORRENTE INSTANTÂNEA

Como apresentado no Capítulo 3, na maioria dos trabalhos disponibilizados na literatura,

as equações sugeridas para determinação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente

dependem dos dados obtidos através de equivalentes de Thévennin no ponto de instalação do

relé. Essa técnica é absolutamente válida quando aplicadas às redes com geração distribuída,

haja visto que os equivalentes reem as situações da rede à jusante e à montante do relé.

Porém, em redes radiais sem a presença de geração distribuída, o equivalente de Thévennin

reete apenas a situação à montante da rede (SOUZA JR; SOUZA, 2012). Este fato, faz

52
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 53

com que as equações propostas na literatura não apresentem valores coerentes para alguns

casos quando trata-se da proteção de sistemas de distribuição. Assim sendo, faz-se necessário

a utilização de uma metologia através da qual os parâmetros reitam qualquer modicação

ocorrida na rede, tanto à montante quanto à jusante do ponto de instalação do relé.

A análise do estado da arte mostoru que as diversas técnicas de proteção adaptativa têm

uma característica em comum: a atualização dos ajustes dos parâmetros dos dispositivos frente

às modicações da rede. Conforme apresentado na subseção 3.2.3, o valor do ajuste dos dis-

positivos de proteção dependem tanto da topologia da rede quanto do perl de geração da

planta.

Para ilustrar, considere o sistema radial simplicado mostrado na Figura 5.1. De acordo

com as técnicas tradicionais de coordenação da proteção, as condições que fornecem os maiores

valores para as correntes de falta devem ser utilizadas para a determinação dos parâmetros de

sobrecorrente (MASON, 1956).

G R
ÊS

Iaj,MAX

Iaj,MIN

tiMIN tiMAX
t
Figura 5.1: Limites para corrente mínima de atuação da unidade instantâneas de sobrecorrente.

Considere o comportamento da corrente de curto-circuito para a condição de geração má-

xima representado pelo gráco contínuo da Figura 5.1 e para a geração mínima representado

pela curva tracejada. Caso o dispositivo de proteção instalado na barra G seja congurado

considerando a condição de geração máxima, sua corrente de ajuste seria dada por IajM AX e

atuaria num tempo tiM AX . Entretanto, na situação em que o perl de geração mínima esteja

vigente, o dispositivo de proteção passaria a atuar em um tempo tiM IN menor que o tiM AX .
No caso em que a barra G representa uma barra de fronteira com outro sistema, este fato pode

causar grandes problemas de coordenação e seletividade na rede.

Caso o dispositivo da barra G fosse congurado de acordo com as condições de geração


Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 54

mínima, este passaria a ter uma corrente de ajuste de IajM IN e atuaria em tiM AX . Entretanto,

caso o perl de geração fosse o de geração máxima, o dispositivo de proteção não chegaria a

atuar, deixando o sistema desprotegido.

Este exemplo ilustra alguns problemas que podem ser causados pelas mudanças nas con-

dições do sistema de potência quando técnicas tradicionais de proteção são utilizadas. Assim,

para tornar os ajustes dos dispositivos de proteção um parâmetro que se adeque à condição

atual do sistema, é necessário que tais parâmetros sejam calculados com base em uma grandeza

que possa reetir a real condição operacional da rede, como por exemplo, a corrente de carga.

5.1.1 Sistemas radiais

Considere o sistema radial simplicado representado na Figura 5.2. Para uma falta trifásica

ocorrida à uma porção h da linha cuja impedância é ZL , a corrente de curto-circuito é dada

por (5.1).

G h R
ÊS
Falta 3f

Figura 5.2: Modelo equivalente de rede radial.

ÊS
IˆEF = . (5.1)
ZS + hZL

Essa equação é a base para determinação do ajuste das unidades de sobrecorrente instantâ-

neas das técnicas tradicionais (MASON, 1956; ANDERSON, 1999), as quais propõem relações

entre a corrente de curto-circuito à h% e a corrente para uma falta close-in na linha protegida

pelo dispositivo. A proposta desta tese é realizar a comparação com a corrente de carga do

sistema, por ser uma grandeza que reete as condições topológicas e operacionais do sistema

tanto à montante quanto à jusante, quer seja para sistemas com ou sem a presença da geração

distribuída.

Matematicamente, a corrente de carga IˆL que ui pela linha a ser protegida é igual à ela

própria, ou seja:
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 55

IˆL = IˆL . (5.2)

Dividindo (5.1) por (5.2) tem-se:

ÊS
IˆEF Z + hZL
= S . (5.3)
ˆ
IL IˆL

Simplicando, tem-se:

ZS
kSR = , (5.4)
ZL

IˆEF
k1 = . (5.5)
IˆL

Logo:

ÊS
k1 = . (5.6)
ZL (kSR + h)IˆL

Isolando h em (5.6) obtêm-se:

ÊS
h = − kSR . (5.7)
ZL k1 IˆL

A equação (5.7) permite calcular o alcance da unidade instantânea de dispositivos de so-

brecorrente não apenas como uma relação entre as impedâncias do equivalente de Thévennin

(vista do ponto de instalação do dispositivo e da linha protegida), mas também da fonte de

tensão equivalente e da corrente vista pelo relé. O fato de depender das grandezas vistas pelo

dispositivo faz com que este modo congure-se em uma alternativa adaptativa de calcular o

alcance da unidade de sobrecorrente instantânea, uma vez que depende de grandezas que va-

riam para qualquer modicação tanto à montante quanto à jusante do ponto de instalação do

dispositivo de proteção.
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 56

O comportamento de (5.7) pode ser observado na Figura 5.3, no qual considerou-se um

sistema ctício com corrente de carga de 36 A. Para este caso, a corrente de pick-up da

unidade instantânea foi ajustada em 40% do valor da corrente de carga.

Tempo (ms)

Tempo (ms)

Figura 5.3: Compartamento da unidade instantânea de sobrecorrente obtida por meio da técnica
adaptativa proposta.

As técnicas tradicionais de ajuste da unidade instantânea de sobrecorrente denem relações

apropriadas entre a corrente de curto-circuito e a corrente de carga do sistema. Na Figura 5.4

é possível observar o comportamento do alcance obtido por meio de (5.7) com a variação da

relação corrente de curto-circuito e corrente de carga, representada em (5.7) pelo termo k1 .

5.1.2 Sistema com geração distribuída

Sistemas de potência com duas ou mais fontes de potência constitui atualmente um fato fre-

quente em praticamente, todos os níveis de tensão da rede elétrica. Vantagens são apresentadas
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 57

140

120

100

80
h(%)

60

40

20

0
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL

Figura 5.4: Relação entre alcance da unidade instantânea e a razão ICC /IL .

tanto para o sistema elétrico, tais como: melhoria dos níveis de tensão nas barras de carga e

a diminuição das perdas na transmissão uma vez que as unidades geradoras aproximam-se das

unidades consumidoras; quanto para os pequenos geradores que além de vantagens nanceiras

tornam-se menos dependentes das grandes companhias de geração e transmissão da região.

Como citado no Capítulo 3, apesar das vantagens apresentadas pela presença da geração

distribuída e também de circuitos duplos e em anel, modicações importantes no comporta-

mento da corrente em momentos de curto-circuito são provocados. Essas mudanças exigem que

para um funcionamento correto do sistema de proteção de sobrecorrente, a função direcional

deve ser incluída.

Para ilustrar, considere o sistema com geração distribuída representado por dois equivalentes

de rede conectados nos dois extremos do sistema mostrado na Figura 5.5. Dois relés são

responsáveis pela proteção da linha de transmissão e possuem as funções de sobrecorrente e

direcional cuja direcionalidade foi congurada conforme indicado pelas setas próximas a cada

disjuntor.

Para uma falta trifásica ocorrida à uma porção h da linha de distribuição do sistema mos-

trado na Figura 5.5, a presença da geração distribuída acarretará em uma impedância equiva-

lente que reete as impedâncias tanto à montante quanto à jusante do ponto de ocorrência. A

Figura 5.6(a) apresenta a condição geral do sistema elétrico para a falta analisada e a Figura
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 58

Equivalente Equivalente
de Rede 1 de Rede 2

Z1 A ZLT B Z2
TC TC

TP Î TP

Relé Relé

Ê1 Ê2

Figura 5.5: Modelo de sistema elétrico com geração distribuída.

5.6(b) realiza a simplicação mostrada em (5.8) e (5.9) para realização do cálculo da corrente

de curto-circuito.

ZA = Z1 + hZLT . (5.8)

ZB = (1 − h)ZLT + Z2 . (5.9)

Equivalente Equivalente
de Rede 1 de Rede 2
h
Z1 A hZLT (1-h)ZLT B Z2
TC TC ZA ZB
TP TP

Relé Relé

Ê1 Falta 3f Ê2
Ê1 Falta 3f Ê2

(a) (b)
Figura 5.6: (5.6(a)) Sistema com geração distribuída e falta aplicada a h% da linha. (5.6(b))
Simplicação utilizando (5.8) e (5.9).

Para o cálculo da correte de curto-circuito, é necessária a determinação do circuito equi-

valente de Thévennin no ponto da falta. Omitindo os procedimentos matemáticos, a fonte de

tensão e a impedância equivalentes são dadas, respectivamente, pelas equações (5.10) e (5.11):

b1 − IbC ZA ,
VbT H = E (5.10)
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 59

ZA ZB
ZT H = , (5.11)
ZA + ZB

sendo a corrente de carga do sistema dada por:

b1 − E
E b2
IbC = . (5.12)
ZA + ZB

A corrente de curto-circuito pode então ser calculada por:

VbT H
IbCC = . (5.13)
ZT H

Substituindo (5.10) e (5.11) em (5.13), tem-se:

b1 − IbC ZA
E
IbCC = ZA ZB
. (5.14)
ZA + ZB

Após algumas manipulações matemáticas (5.14) pode ser reescrita como:

E
b1 ZB + Eb2 ZA
IbCC = . (5.15)
ZA ZB

Substituindo o produto ZA ZB do denominador de (5.15) pelas equações (5.8) e (5.9), tem-se:

ZA ZB = (Z1 + hZLT ) × [Z2 + (1 − h)ZLT ], (5.16)

Reescrevendo (5.16) chega-se:

ZA ZB = Z1 (Z2 + ZLT ) + h × ZLT (Z2 + ZLT − Z1 ) − h2 × ZLT


2
, (5.17)

Fazendo-se:

A = Z1 (Z2 + ZLT ), (5.18)

B = ZLT (Z2 + ZLT − Z1 ), (5.19)

2
C = ZLT , (5.20)

(5.17) torna-se:
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 60

ZA ZB = A + B × h − C × h2 . (5.21)

Logo, (5.15) pode ser resumida considerando as equações (5.18)-(5.20) da seguinte forma:

E
b1 ZB + E
b2 ZA
IbCC = . (5.22)
A + h × B − h2 × C

Como apresentado no Capítulo 3, a unidade direcional leva em consideração o valor da

corrente vista por cada um dos relés no momento da falta. Dessa forma, faz-se necessário que

informações acerca das contribuições das fontes Ê1 e Ê2 da Figura 5.5.

Na Figura 5.7 apresenta-se uma simplicação para cálculo da corrente vista por cada dis-

positivo de proteção instalado na Figura 5.5. Diferentemente do que foi feito para os sistemas

de distribuição sem geração distribuída, é necessário encontrar a relação entre as contribuições

de cada lado da linha com a corrente de carga.

Através de análises simples do circuito da Figura 5.7 é possível obter as relações de cada

contribuição em função da corrente de curto-circuito.

ZA ZB

Ê1 ÎCC1 ÎCC ÎCC2 Ê2

Figura 5.7: Contribuição dos equivalentes para a corrente de curto-circuito.

Para a malha de IbCC1 , tem-se:

b1 − ZA × IbCC1 = 0.
E (5.23)

Já para a malha de IbCC2 , tem-se:

b2 − ZB × IbCC2 = 0.
E (5.24)

Fazendo (5.23) - (5.24), obtem-se:


Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 61

b1 − E
E b2 − ZA × IbCC1 + ZB × IbCC2 = 0. (5.25)

Sabendo-se que:

IbCC = IbCC1 + IbCC2 . (5.26)

Manipulações matemáticas com (5.25) e (5.26) resultam em:

ZB × IˆCC + (Ê1 − Ê2 )


IbCC1 = , (5.27)
ZT

ZA × IˆCC − (Ê1 − Ê2 )


IbCC2 = , (5.28)
ZT

ZT = Z1 + Z2 + ZLT . (5.29)

Para IbCC1 , por exemplo, é possível substituir as variáveis de acordo com (5.9), (5.29) e

(5.22):

h i
Eb1 ZB + E
b2 ZA
IbCC1 [Z2 + (1 − h)ZL ] × A + h×B − h2 ×C
+ (Ê1 − Ê2 )
= . (5.30)
IbC IbC
IbCC1
O termo assim como no caso dos sistemas sem geração distribuída, será substituído
IbC

por uma constante. Portanto, (5.30) pode ser reescrita da seguinte forma:

" #
E
b1 ZB + E
b2 ZA
k1 × IbC = [Z2 + (1 − h)ZL ] × + (Ê1 − Ê2 ), (5.31)
A + h × B − h2 × C

Resolvendo-se (5.31) para h tem-se:

A1 × h2 + B1 × h + C1 = 0, (5.32)

sendo:
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 62

A1 = k1 IˆC ZT A − [Ê1 (Z2 + ZL )2 + Ê2 Z1 (Z2 + ZL )] − A × (Ê1 − Ê2 ), (5.33)

B1 = k1 IˆC ZT B − ZL ZT Ê2 − B × (Ê1 − Ê2 ), (5.34)

C1 = k1 IˆC ZT C − ZL2 × (Ê1 − Ê2 ) − C × (Ê1 − Ê2 ). (5.35)

Repetindo o processo para (5.28) chega-se ao seguinte:

A2 × h2 + B2 × h + C2 = 0, (5.36)

onde:

A2 = k1 IˆC ZT A − [Ê1 (Z2 + ZL ) + Ê2 Z1 ] + A × (Ê1 − Ê2 ), (5.37)

B2 = k1 IˆC ZT B − ZL [Z1 × (Ê2 − Ê1 ) + Ê1 (Z2 + ZL ) + Ê2 Z) ] +

B × (Ê1 − Ê2 ), (5.38)

C2 = k1 IˆC ZT C − ZL2 × (Ê2 − Ê1 ) + A × (Ê1 − Ê2 ). (5.39)

Como pode-se observar em (5.32) e (5.36), a presença da geração distribuída torna a deter-

minação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente uma função de segundo grau. O

comportamento das soluções de (5.36) em função do parâmetro k1 é apresentado nas Figuras

5.8.

Observa-se na Figura 5.8(a) que o comportamento do alcance da unidade instantânea de

sobrecorrente em função da relação entre corrente de curto-circuito e a corrente de carga é

oposto ao obtido nos casos em que não se considera a geração distribuída, como no caso da

Figura 5.4. Já na Figura 5.8(b) observa-se um comportamento semelhante ao da Figura 5.4.

Entretanto observa-se que tanto (5.7) quanto (5.36) exigem a determinação dos equivalentes

de rede no ponto de instalação do dispositivo de proteção.

Yi et al. (2009) propuseram que este equivalente seja obtido por meio de dados de tensão

e corrente de curto-circuito porém, esses dados nem sempre são conhecidos previamente pelos

engenheiros de proteção.
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 63

1.04

1.02

0.98

0.96
h(%)

0.94

0.92

0.9

0.88

0.86
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL

(a)

0.14

0.12

0.1

0.08
h(%)

0.06

0.04

0.02

0
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL

(b)
Figura 5.8: Comportamento do alcance da unidade instantânea em sistemas com geração dis-
tribuída de acordo (5.36): (5.8(a)) primeira solução, (5.8(b)) segunda solução.

Uma alternativa prática para a determinação desses parâmetros é apresentada em Bahador-

nejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008). Através de dados disponíveis nos próprios relés,

é possível realizar a determinação dos equivalentes de Thévennin para estudos de proteção. A

fundamentação teórica da determinação de tais equivalentes encontra-se descrita no Apêndice

B.

Observa-se que se forem feitas as considerações de Ê2 = 0 e Z2 = 0 no procedimento para


determinação de (5.32) ou (5.36), ou seja, se os dados da geração distribuída forem desconsi-
Capítulo 5  Proteção adaptativa de sobrecorrente 64

derados, obtém-se o mesmo resultado de (5.7). Assim, sugere-se que (5.32) e (5.36) podem ser

consideradas gerais para determinação do alcance das unidades instantâneas de sobrecorrente,

entretanto, o modelo tanto da carga quanto da linha de transmissão, principalmente, podem

acarretar alterações em sua formulação.

5.2 RESUMO

Este capítulo apresentou a formulação matemática proposta nesta tese para a determinação

dos ajustes das unidades de sobrecorrente instantânea em redes de distribuição com e sem a

presença de geração distribuída.

No que diz respeito aos sistemas sem geração distribuída, a relação entre a corrente de

curto-circuito e a corrente de carga proporciona uma relação representada por uma equação

de primeiro grau. Em relação às redes com a presença de geração distribuída, o alcance da

unidade de sobrecorrente instantânea resulta uma equação de segundo de grau.

Para redes com ou sem geração distribuída, o alcance depende da corrente vista pelos

dispositivos de proteção, dos dados da linha protegida e dos equivalentes de rede do sistema.

Portanto, tornar um sistema de proteção adaptativa capaz de calcular os ajustes dos dispositivos

de proteção de maneira a adequar-se às modicações da rede, é necessário que os dados dos

equivalentes sejam realizados de maneira adaptativa como proposto nessa tese.


CAPÍTULO 6

REDE DE PROTEÇÃO ADAPTATIVA

Por tratar-se de um sistema de controle que atuará em contato direto com uma das mais

importantes partes do sistema elétrico de potência, como é o caso do sistema de proteção, a

rede de proteção adaptativa deve ser projetada de modo a atender as modicações do sistema

elétrico de maneira rápida e precisa.

Conforme mostrado no Capítulo 2, de acordo com a arquitetura utilizada, dois tipos de siste-

mas de proteção adaptativa têm sido propostos que são: sistemas com arquitetura concentrada

e sistemas com arquitetura distribuída. Além de poderem ser implementados em dispositivos

processadores de sinais com capacidade de processamento modesto, as redes com arquitetura

distribuída apresentam melhor desempenho e são mais conáveis que as de arquitetura concen-

trada . Neste sentido, implementou-se uma rede com arquitetura distribuída formada por três

centros independentes, cujos detalhes a cerca são apresentados a seguir.

6.1 ARQUITETURA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO ADAPTATIVA

A rede de proteção adaptativa desenvolvida é mostrada na Figura 6.1, a qual é conectada

ao sistema elétrico de potência por meio de duas camadas, ou centros: o Centro de Controle

da Subestação (CCS) e os Intenligent Electronic Devices (IED). O CCS é a primeira camada

da rede de proteção adaptativa, responsável pelo monitoramento do SEP. A camada na qual

os ajustes dos dispositivos de proteção são calculados é chamada de Centro de Comando da

Operação (CCO) e constitui a camada intermediária entre o CCS e os IED. Conforme se

constatou, diversos autores vêm propondo este tipo de arquitetura formada por três camadas

(CHEN et al., 2005; CHáVEZ et al., 2008; SOUZA JR; SOUZA, 2013).

Cada um dos centros que formam a rede de proteção adaptativa é implementado por um

dispositivo diferente e independente, não havendo assim acúmulo de tarefas para nenhum dos

65
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 66

CCS

CCO

IED

Sistema Elétrico

Figura 6.1: Arquitetura do sistema de proteção adaptativa.

processadores que compõem a rede. A principal vantagem do uso dessa arquitetura distribuída

é a possibilidade de utilização da tecnologia disponível atualmente, sem a necessidade de incre-

mento da capacidade de processamento dos dispositivos de proteção. Outra vantagem do uso

das redes com arquitetura distribuída é o fato de permitir distribuir as decisões do sistema de

proteção entre vários dispositivos, o que minimiza a ocorrência de falhas no sistema tornando-o

mais conável. Entretanto, essa arquitetura requer a conexão das camadas que formam a rede

de arquitetura distribuída via rede de comunicação. Devido a necessidade de alta velocidade

inerente à aplicação, a rede pode ser implementada por um enlace de bras ópticas, que garante

ainda um grau de perda de dados baixo (RIBEIRO, 2003).

Para interconexão e troca de informações entre as camadas que formam a rede, diversos

protocolos de comunicação podem ser utilizados. Nos últimos anos um desses protocolos vem

sendo muito utilizado no tocante a automação e padronização da troca de informações entre dis-

positivos que formam uma subestação. O protocolo IEC 61850 tem como um dos seus principais

objetivos simplicar e padronizar a comunicação entre dispositivos eletrônicos com aplicação

nos sistemas elétricos de potência. Ao mesmo tempo, este protocolo visa a redução do tempo

e do custo para implementação de novas soluções de automação e proteção (APOSTOLOV;


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 67

THOLOMIER, 2006).

6.2 MODELO DE RELÉ DE SOBRECORRENTE ADAPTATIVO

Avaliação da literatura especializada mostrou que existe um grande número de trabalhos

propondo diversos tipos de relés para uso em sistema de potência. É o caso de Perez (2006),

Hor et al. (2003). Recentemente Souza Jr & Souza (2016), propuseram um modelo de relé de

sobrecorrente instantânea aplicável à sistemas de proteção adaptativa.

Um dispositivo de proteção com características adaptativa é proposto também em Souza

Jr & Souza (2013). O trabalho apresenta uma rede de proteção adaptativa concentrada na

qual todas as camadas do sistema são desenvolvidas por um único dispositivo. Com isso,

para que a proposta possa tornar-se sicamente viável, um dispositivo processador de alto

desempenho seria necessário, fato este que, apesar do considerável e crescente desenvolvimento

de tais dispositivos, ainda acarretaria em um equipamento com valor econômico muito elevado,

o que poderia tornar a proposta inviável.

Desta forma, um dispositivo de proteção adaptativa deve possuir, além das atribuições de

qualquer dispositivo de proteção, a possibilidade de modicação dos seus parâmetros, sem que

para isso seja necessário parar o processo de análise dos sinais de tensão e corrente, como ocorre

atualmente (SEL SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES, 2014).

Como visto no Capítulo 4, um relé digital deve possuir os seguintes blocos:

1 - Filtro anti-alliasing ;

2 - Conversor analógico/digital;

3 - Bloco para amostragem dos sinais;

4 - Estimação de fasores;

5 - Algoritmo de proteção.

No caso do relé de proteção adaptativa uma nova etapa é acrescentada ao modelo básico de

Perez (2006), que é a etapa responsável pela permuta automática dos ajustes do dispositivo. Em
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 68

alguns dispositivos comercializados atualmente, essa permuta já pode ser realizada, entretanto,

de acordo com os próprios fabricantes, um intervalo de até 1 minuto é necessário para que

a troca seja efetivamente realizada (SEL SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES,

2014). Durante esta permuta, o relé torna-se vulnerável às situações de falta.

O modelo proposto para o dispositivo de proteção de sobrecorrente é mostrado na Figura

6.2, o qual possui todos os itens listados anteriormente, além da comunicação direta com o

Centro de Controle da Operação (CCO), responsável pela determinação online dos ajustes dos

dispositivos de proteção. Mais detalhes a cerca do CCO serão apresentados na subseção 6.4.

RELÉ DE PROTEÇÃO ADAPTATIVA

*
v v v vd Vd
Tcs e TPs Filtro Converssor Estimação
i
*
i id Buffer Id
Auxiliares Analógico A/D de Fasores

Vem do CCO
i

Status dos disjuntores Entradas


Digitais
^ ^
V I

Vai para o CCS


Saídas Lógica Ajustes
Comparação
Digitais do Relé do Relé
Sinal para abertura de disjuntores

Figura 6.2: Modelo do relé de proteção adaptativa desenvolvido.

Diversas técnicas de detecção de distúrbios em redes elétricas são apresentadas na literatura

técnica. Entretanto, visando uma detecção rápida e segura, o modelo de relé proposto utiliza

a técnica de janelas curtas baseada na segunda derivada (GILCREST et al., 1972; SIDHU et

al., 2002). De acordo com os autores, o valor de pico de onda periódica para uma amostra h
pode ser dado da seguinte forma:

s
 00 2  0 2
xh xh
Ah = + , (6.1)
ω2 ω
0 00
onde xh e xh representam as derivadas primeira e segunda do sinal.

Utilizando o método das derivadas nitas, Johns & Salman (1995) dene-os como:
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 69

0 3xh − 4xh−1 + xh−2


xh = . (6.2)
2∆t

00 xh − 2xh−1 + xh−2
xh = . (6.3)
∆t2

A detecção do distúrbio é feita analisando-se N amostras seguidas do valor de Ah . Quando

a diferença entre os valores de pico calculados para N amostras seguidas for superior a 20% o

distúrbio é detectado. No desenvolvimento desta tese foi usado um conjunto de cinco amostras

consecutivas (N = 5) para a detecção dos distúrbios.

A utilização das Equações (6.1)-(6.3) promovem detecção das situações de curto-circuitos

ocorridos no sistema conforme ilustrado na Figura 6.3. Entretanto, algumas modicações na

rede elétrica podem assumir características semelhantes às das condições de falta.

Tempo (ms)

Tempo (ms)

Figura 6.3: Exemplo de funcionamento da rotina de detecção de falta.

Para utilização do método de detecção em uma arquitetura de proteção adaptativa, é neces-

sário que as equações (6.1)-(6.3) sejam utilizadas apenas quando não forem vericadas modi-

cações topológicas/operacionais da rede, isto é, o relé deve ser capaz de diferenciar distúrbios

causados por mudanças na rede das causadas por faltas. Por exemplo, observa-se que a saída

de uma linha no sistema, cujo comportamento da corrente pode ser visualizado na Figura 6.4,

apresenta comportamento semelhante ao vericado na Figura 6.3.


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 70

X: 38404
Y: 1.94e-7

Tempo (ms)

X: 38404
Y: 1
Mudança

Tempo (ms)

Figura 6.4: Exemplo de funcionamento da rotina de detecção de modicação na topologia da


rede.

Tabela 6.1: Tabela resumo de atuação dos relés de proteção adaptativa.

isF ault isChangeD Ação

0 0 Relé funcionando normalmente

0 1 Cálculo dos novos parâmetros dos relés

1 0 Atuação do relé enviando trip para disjuntor

Atuação do relé enviando trip para disjuntor e


1 1
cálculo dos novos parâmetros dos relés

(já considerando eliminação da falta)

Apesar da semelhança entre os sinais das Figuras 6.3 e 6.4 para o sistema de proteção

adaptativa proposto, a saída de uma linha do sistema não pode causar a atuação do relé, e

sim, desencadear o processo para determinação dos novos parâmetros por meio do CCO e do

CCS. A Tabela 6.1 resume o comportamento do sistema de proteção adaptativa frente esses

dois fenômenos possíveis: faltas e mudanças na topologia da rede.


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 71

6.2.1 TPC e TC de Potência

Os transdutores de tensão e corrente têm por objetivo condicionar os sinais de tensão e

corrente à níveis compatíveis aos dispositivos de proteção. Modelos de TP/TPC e TC são

sugerido na literatura (IEEE, PSRC, 2004; FERNANDES JR., 2004; SILVA, 2010; ARAUJO

PEREIRA et al., 2014; GUERRA; MOTA, 2007).

No que diz respeito aos níveis de tensão de entrada para os TPC, vários trabalhos apresen-

tam a modelagem desses dispositivos para tensões características de sistemas de transmissão,

isto é, 230 kV e 500 kV . Nesta tese, os sistemas analisados são de baixos níveis de tensão, ca-

racterísticas dos sistemas de distribuição. Como neste trabalho não há interesse na análise da

inuência desses parâmetros no desempenho dos dispositivos de proteção, o modelo utilizado

foi o proposto em IEEE, PSRC (2004), cujo circuito elétrico equivalente é mostrado na Figura

6.5.

Alta Tensão

c1 cc

rc xc rs xs
rc xc cf

lf
c2 cp xm rm rb

rf

Figura 6.5: Circuito equivalente do TPC.

Em relação aos transformadores de corrente, adotou-se também o modelo proposto em

IEEE, PSRC (2004) (ver Figura 6.6).

rp xp rs xs

ip is

Transformador Ramo de rc
Ideal Magnetização

Figura 6.6: Circuito equivalente do TC.


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 72

6.2.2 TP e TC auxiliares

São utilizados para adequar os níveis dos sinais do secundário dos TC e TP à níveis com-

patíveis com os dos circuitos digitais dos relés. Outra função destes dispositivos é estabelecer o

isolamento elétrico entre os circuitos de potência e de proteção, além de estabelecer a proteção

dos circuitos de aquisição de dados contra surtos nos sinais de tensão e de corrente.

Nas Figuras 6.7 e 6.8 apresentam-se os circuitos equivalentes dos TC e TP auxiliares utili-

zados nesta tese.

r
MOV Transformador
Ideal

rTP Tensão
Secundária

Figura 6.7: Circuito equivalente do transformador de potencial auxiliar.

Conforme se vê, o sinal da corrente secundária é obtido por meio da tensão entre os terminais

de um resistor. Caso seja necessario transformar o valor da tensão em um valor de corrente,

utiliza-se o resistor rT C como sendo igual a 1 Ω.

Transformador MOV rTC Sinal de


Ideal Tensão

Figura 6.8: Circuito equivalente do transformador de corrente auxiliar.

6.2.3 Modelo do disjuntor

Para simulação dos disjuntores foram utilizadas as chaves controladas disponíveis na rotina

ATP/MODELS. A abertura do dispositivo, que representa a eliminação de um cenário de falta,

é efetuada através de rotina implementada na MODELS que dene, caso necessário, o tempo

de abertura para o disjuntor.


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 73

6.2.4 Filtro analógico Anti-aliasing

É fato que os transitórios eletromagnéticos provenientes de faltas possuem componentes

de altas frequências, o que requer o uso de um ltro analógico passa-baixas para eliminar a

inuência do efeito da sobreposição do espectro do sinal, do inglês aliasing (OPPENHEIM;

WILLSKY, 2002).

Um ltro ideal é aquele que permite a passagem completa do sinal dentro da sua faixa de

passagem e bloqueio completamente na sua faixa de corte . Além disso, uma transição abrupta é

desejada entre a faixa de passagem e a faixa de corte/bloqueio. Entretanto, restrições práticas

fazem com que exista uma faixa que deve ser tolerável pelo projetista para a qual o ganho

nas faixas de passagem e de corte podem distanciar-se em relação aos teóricos. Além disso,

como mostrado na Figura 6.9, ocorre o surgimento de uma faixa de transição entre a faixa de

passagem e a de corte na qual o sinal começa a ser atenuado.

Na Figura 6.9, os parâmetros que denem o comportamento do ltro são: a frequência de

passagem ωp na qual o ganho do ltro poderá variar em torno do ganho unitário dependendo

da variável de tolerância δ1 , a frequência de corte ωc representa o valor da frequência para a

qual a saída do ltro terá uma atenuação de −3 dB em relação à entrada e a frequência ωs que

é a frequência na qual o projetista deverá considerar o bloqueio total do sinal, representado

pela tolerância δ2 .

Na prática o desempenho de um ltro depende da denição dos parâmetros listados acima.

Diretamente relacionado à esta determinação está a escolha da ordem do ltro. Quão maior a

ordem do ltro, mais o desempenho do mesmo aproxima-se do ideal. Entretanto, implicações

relacionadas ao desempenho do circuito do ltro fazem com que ltros com ordens muito grandes

apresentem tempo de resposta lento, o que não deve ser permitido para aplicações em proteção

de sistemas elétricos.

Um outro termo que incide diretamente no desempenho do ltro é o seu tipo. Os ltros mais

comumente utilizados na atualidade são os ltros Butterworth, Chebyshev e Elíptico (THEDE,

2004). Entretanto, para aplicações em proteção de sistemas elétricos de potência, os ltros

Butterworth são os mais indicados, pois não apresentam oscilações de ganho em sua faixa de

passagem (SCHWEITZER; HOU, 1993).


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 74

|H(jw)|

1+d1 Filtro
Ideal
1-d1
Faixa de
Transição
1
2

Faixa de Faixa
Passagem de Corte
d2

wp wc ws w

Figura 6.9: Exemplo de ltro passa-baixas.

A amplitude da função de transferência de |H(ω)| para um ltro passa-baixas de ordem N


é dado por (6.4).

1
H(ω) = s  2N . (6.4)
ω
1+
ωc

O projeto do ltro Butterworth inicia-se pela determinação da ordem do mesmo, que dar-se

por (6.5).

− Gs/10
− 1 − log 10 − Gp/10 − 1
 
log 10
N ≥ , (6.5)
2 × log (ωs /ωp )

sendo:

Gp é o ganho máximo na faixa de passagem (em dB )


Gs é o ganho máximo na faixa de corte (em dB )
ωp é frequência que limita faixa de passagem (em rad/s)
ωs é frequência na qual inicia-se a faixa de corte (em rad/s)

A frequência de corte do ltro é calculada através de (6.6) e (6.7), as quais proporcionam

valores distintos para a frequência de corte do ltro. A escolha de qual valor será utilizado é

tarefa do projetista e deve ser feita cautelosamente, uma vez que seu valor inuencia nos valores

do ganho para as frequências ωp e ωs .


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 75

ωp
ωc = 1/2N (6.6)
− Gp/10
10 −1

ωs
ωc = 1/2N
(6.7)
(10 − Gs/10 − 1)
A função de transferência normalizada do ltro passa-baixas tipo Butterworth é dada por

(6.8), a partir de (6.8), pode-se obter a função de transferência ajustada para a frequência de

corte ωc por meio de (6.9).

1
Ĥ(s) = , (6.8)
(s − s1 )(s − s2 ) · · · (s − sn )

sendo:

sj são os pólos da função de transferência.

H(s) = Ĥ(s/ωc ) (6.9)

A obtenção da função de transferência do ltro Butterworth utilizado nesta tese, foi feita

utilizando-se o software MATLAB


®.

ˆ Frequência de corte fc = 180 Hz ;

ˆ

Ganho máximo AdB
max = 1dB ;

ˆ

Ganho mínimo AdB
min = −60dB ;

ˆ Terceira ordem n = 3.

A função de transferência obtida pelo MATLAB


®é apresentada a seguir. Através do dia-

grama de Bode mostrado na Figura 6.10 pode-se observar que a amplitude do sinal de saída

permanece constante para grande parte do espectro de frequência analisado, fato este que não

acontece com a fase, que mantém um comportamento de defasamento crescente a partir dos

primeiros valores do espectro de frequência. Portanto, uma atenuação de cerca de −3 dB ocorre

para componentes do sinal com frequência maiores que 1130 rad/s, ou cerca de 180 Hz , como

estabelecido previamente.
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 76

Ainda de acordo com a Figura 6.10, a faixa de transição do ltro projetado situa-se entre

as frequências de 180 − 1880 Hz , esta última valor a partir do qual o ltro atenua o sinal de

saída em mais de −60 dB .

1, 447 × 109
H(s) = . (6.10)
s3 + 2262 × s2 + 2, 558 × 106 × s + 1, 447 × 109

Bode Diagram

0
System: H
−20 Frequency (rad/sec): 1.13e+003
Magnitude (dB): −3.01
Magnitude (dB)

−40

−60
System: H
−80 Frequency (rad/sec): 1.18e+004
Magnitude (dB): −61.2
−100

−120
0
Phase (deg)

−90

−180

−270
1 2 3 4 5
10 10 10 10 10
Frequency (rad/sec)

Figura 6.10: Diagrama de Bode do ltro projetado.

Na Figura 6.11 pode-se vericar a presença das harmônicas de alta frequência presentes em

um extrato da corrente de falta para um sistema de potência. A utilização do ltro represen-

tado por (6.10) proporciona um sinal com menor número de componentes harmônicos de alta

frequência.

6.2.5 Conversão Analógico/Digital

O processo da conversão analógico/digital é sempre precedido pelo uso de um circuito sam-

ple/hold , o qual é necessário para que durante o processo de conversão não haja nenhuma

variação no sinal analógico.

Idealmente, o circuito sample/hold é composto por uma chave e um capacitor. Quando

a chave estiver fechada, o sinal de saída será igual ao de entrada e o capacitor estará sendo
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 77

600
Corrente da Fase A
400 Corrente Filtrada da Fase A

200

0
Corrente (A)

−200

−400

−600

−800

−1000
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Tempo (s)

Figura 6.11: Exemplo de ltragem de sinal de corrente.

carregado. Com a chave aberta, o nível da saída será mantido pelo capacitor. O comportamento

de um sinal após o circuito sample/hold é ilustrado na Figura 6.12.

300
Sinal Amostrado
Sinal Filtrado
250

200

150
Corrente (A)

100

50

−50

−100

0.09 0.095 0.1 0.105 0.11 0.115 0.12 0.125 0.13 0.135
Tempo (s)

Figura 6.12: Sinal de corrente amostrado.

O conversor A/D por sua vez, recebe um sinal analógico e o converte para a sua representação

digital.

O processo de conversão pode ser feito de duas maneiras: a integrada e a não integrada.

A primeira maneira não atende as exigências de velocidade que o problema de proteção de


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 78

sistemas elétricos exige. Por isso, nesta tese utilizou-se o modo não integrado no qual não há a

necessidade da etapa integradora, o que faz com que a conversão se dê de maneira mais rápida

(JOHNS; SALMAN, 1995).

6.2.6 Buer

Os buers são blocos de memória utilizados para armazenar as informações de tensão e

corrente usadas pelo bloco de estimação de fasores. Como a taxa de amostragem escolhida foi

de 16 amostradas/ciclo e o método de estimação foi o de Fourier de 1 ciclo, os buers do relé

tem capacidade de armazenar palavras com até 16 bits. Utilizou-se a taxa de amostragem de 16

amostras por ciclo para que, de acordo com o teorema de Nyquist, obter um sinal digitalizado

que contenha características até a oitava harmônica do sinal analógico.

6.3 CENTRO DE CONTROLE DA SUBESTAÇÃO (CCS)

O CCS tem como função principal o monitoramento e detecção das modicações no cenário

da rede elétrica. A Figura 6.13 apresenta a arquitetura básica desse centro.

O monitoramento desse centro divide-se em duas partes: (i) a primeira é responsável pelo

monitoramento dos status dos dispositivos seccionadores da rede, que indicará a saída ou en-

trada de algum equipamento na rede; (ii) o segundo é responsável pela detecção de modicações

operacionais da rede, isto é, monitora a entrada e a saída de unidades geradoras e das cargas

na rede.

A detecção de novas condições topológicas é feita seguindo o procedimento descrito a seguir.

A cada passo de integração do sistema, o CCS captura os dados digitais relativos a situação

de todos os disjuntores/chaves secionadoras que compõem a rede. Utilizando um mecanismo

de deslocamento, o buer BD1 armazena uma única palavra digital com a qual é possível

identicar a topologia do sistema. Na Figura 6.14 pode ser visualizada a estrutura da informação

armazenada no buer BD1. No intervalo de integração seguinte, a informação armazenada em

BD1 é transferida para BD2 e o estado atual do sistema é novamente carregado em BD1.
Com os dois buers preenchidos, é realizada a operação de subtração bit a bit entre os valores
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 79

NÃO

BD2-BD1 != 0

SIM

BD1 BD2

isChangeD
MODIFICAÇÃO
DETECTADA

DIGITAIS isChangeA

BA1 BA2
ANALÓGICOS SIM

NÃO |BA2-BA1| > A


&&
!isFault

isFault
isFault

Relés

Figura 6.13: Arquitetura do centro de controle da subestação.

armazenados em BD1 e BD2.

1 0 1 0 0 1
Relés n n-1 ... 3 2 1

Figura 6.14: Mecanismos de deslocamento para formação de palavra digital contendo a topo-
logia da rede.

Em situações onde não ocorrem modicações na rede, a operação bit a bit BD2 − BD1
será igual a zero. Entretanto, qualquer que seja a modicação na rede, o resultado da subtração

será diferente de zero. A presença de valores diferentes de zero é a indicação de ocorrência de

modicações na topologia da rede. A saída dessa operação binária recebe o nome de isChanceD.
As Figuras 6.15 mostram exemplos da operação realizada para determinação de modicações

na topologia da rede.

A detecção de modicações do perl de carga ou de geração da rede é realizada de modo

semelhante pelos blocos da parte inferior da Figura 6.13. A função de BA1 e BA2 é equivalente
à de BD1 e BD2. É importante observar que as informações analógicas colhidas pelo CCS são

informações locais, ou seja, as mesmas informações que o relé utiliza para analisar a existência
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 80

1 0 1 0 0 1 BD1 1 0 1 0 0 1 BD1

&
1 0 1 0 0 1 BD2
&
1 1 1 0 0 1 BD2

0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
isChangeD = 0 isChangeD = 1

Figura 6.15: Operação binária para determinação das mudanças topológicas na rede elétrica.

ou não de faltas na rede. Na Figura 6.16 pode ser visualizada a forma como são armazenados

os dados analógicos em cada um dos buers.

O parâmetro ∆A visto na Figura 6.13 representa um vetor com a mesma estrutura de BA1
e BA2 e representa uma margem de segurança que deve ser incluída para evitar eventuais

alarmes falsos provocados por variações nos resultados das rotinas de estimação de fasores

(SILVA, 2009).

Como os dados dos buers analógicos são provenientes de dados locais de cada relé, é

necessário que para cada relé da rede exista um conjunto de buers analógicos e digitais. Ou

seja, a Figura 6.13 representa um CCS de uma rede composta por um único relé. Logo, o sinal

de mudança de cenário é um sinal único que reete mudanças em qualquer ponto do sistema.

Va Vb Vc Ia Ib Ic

Figura 6.16: Estrutura de armazenamento das variáveis analógicas no CCS.

Observa-se que também em situações de falta a subtração BA2 − BA1 seria diferente de

zero e o CCS interpretaria como modicação no perl de carga ou de geração da rede. Para que

isso não ocorra o bloco analógico só envia o sinal de detecção de mudança quando a subtração

BA2 − BA1 é diferente de zero e o relé não detectou falta, isto é, o valor digital isF ault é

igual a zero, conforme indicado na Tabela 6.1.

Recentemente, alguns trabalhos apontam para o uso da estimação de frequência como uma

forma alternativa para detecção de modicações na topologia da rede (SOUZA JR et al., 2015;

SOUZA JR et al., 2016a; SANCA et al., 2016). Uma das principais vantagens da técnica

baseada na estimação da frequência é o fato desta proporcionar bons resultados tanto para mo-

dicações topológicas, quanto operacionais na rede, sem a necessidade de dois blocos separados

como utilizado nesta tese.


Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 81

6.4 CENTRO DE CONTROLE DA OPERAÇÃO (CCO)

O CCO é a camada na qual são realizados todos os procedimentos matemáticos para de-

terminação automática dos ajustes dos dispositivos de proteção. Para tanto, no âmbito da

proteção de sobrecorrente instantânea de acordo com a proposta desta tese, são utilizadas (5.7)

e/ou (5.36).

Com a transferência ininterrupta dos fasores de tensão e corrente constante nos relés para o

CCO exigiria um canal de comunicação muito veloz, decidiu-se utilizar no CCO uma estrutura

semelhante a dos relés descritos por (PEREZ, 2006), isto é, os blocos responsáveis por todas as

etapas até a estimação fasorial estão presentes tanto nos relés quanto no CCO. Na Figura 6.17

é possível visualizar a arquitetura proposta para o CCO.

* *
vL , v C vL , vC vLd , vCd VLd , VCd
Filtro Conversor
iL , iC analógico
*
iL , i
*
iLd , iCd Buffer ILd , ICd
C A/D

^ ,V
V ^
C L

CCS Mudanças S Estimação Cálculo dos


na rede? de Fasores Equivalentes
^
IC , ^
IL ^ ^
E1 E 2
ZL
Z1 Z2

Cálculo dos IED


Ajustes OC

Figura 6.17: Estrutura interna do Centro de Controle da Operação.

Conforme se vê, o CCO deve ser capaz de operar com sinais de tensão e corrente em mais

de um ponto da rede elétrica, visto que a determinação dos equivalentes de rede dependem das

tensões em diversos pontos do sistema, como visto no Apêndice B.

Embora possua a mesma estrutura básica de um relé digital, o CCO não necessita realizar a

estimação fasorial para todas as amostras do sistema, pois o processo de janelamento continua

a ser realizado ininterruptamente. Entretanto, as etapas de: estimação fasorial, cálculo dos

equivalentes de rede e dos ajustes dos dispositivos de proteção só são realizadas, caso o CCS

tenha detectado alguma modicação na rede elétrica.

Constatou-se que a determinação dos ajustes dos dispositivos de proteção adaptativos são
Capítulo 6  Rede de proteção adaptativa 82

extremamente dependentes das rotinas de estimação fasorial e dos equivalentes de rede, de

acordo com Ojaghi et al. (2013), a determinação dos equivalentes de rede apresenta resultados

com erros mais baixos quando utilizam-se janelas de cerca de 40 amostras para os fasores

de tensão e corrente. Dessa forma, xou-se que o tamanho da janela para estimação dos

equivalentes de rede seja igual a 48 amostras, ou seja, três vezes maior que a janela de estimação

fasorial.

Após o cálculo dos novos ajustes, estes são enviados aos IED através do canal de comuni-

cação.

6.5 RESUMO

Este capítulo apresentou o detalhamento da rede de proteção adaptativa proposta, consti-

tuída de uma rede distribuída formada por três camadas é responsável pelo: (i) monitoramento

(CCS), (ii) cálculo dos novos parâmetros (CCO) e (iii) pela implementação das funções de

proteção (IED).

A determinação das mudanças na rede é realizada por meio de operações de subtração

binária para as modicações topológicas ou algébricas, para determinação das modicações nos

pers operacionais do sistema.

Para determinação dos novos ajustes de proteção, uma camada com arquitetura semelhante

à dos relés digitais é implementada no CCO. Nesse centro, além dos novos ajustes, são calcu-

lados, também de forma adaptativa, os equivalentes de rede vistos do ponto de instalação dos

dispositivos de proteção, considerando tanto a topologia, quanto o perl de carga e geração

atuais da rede.

O modelo de dispositivo de proteção proposto permite atualização dos ajustes dos disposi-

tivos de proteção, sem a necessidade de parada do monitoramento da rede, como acontece com

os relés disponíveis atualmente.


CAPÍTULO 7

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo será realizada a avaliação do método proposto no que concerne à determinação

online do alcance da unidade instantânea dos dispositivos de sobrecorrente em sistemas de

distribuição com e sem a presença da geração distribuída. Além da determinação dos ajustes,

será analisado o desempenho dos dispositivos de proteção adaptativa de modo a possibilitar

análise e comparação entre a técnica proposta e as utilizadas tradicionalmente. Todas as

simulações foram realizadas utilizando os softwares ATP/MODELS e MATLAB


® (DOMMEL,
1996; HANSELMAN; LITTLEFIELD, 2003).

7.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS SIMULAÇÕES NO ATP

A escolha adequada do passo de integração é uma das principais etapas de qualquer simu-

lação que envolva fenômenos relacionados aos transitórios eletromagnéticos, como é o caso das

faltas em sistemas elétricos de potência. De acordo com o CIGRE Working Group 02.33 (1988),

fenômenos transitórios causados pelo efeito de faltas em linhas de transmissão apresentam si-

nais com componentes de frequência entre 60 Hz e 20 kHz . Ainda de acordo com o CIGRE

Working Group 02.33 (1988), o passo de integração para simulações deve ser, no máximo, igual

a um décimo do período da onda de maior componente de frequência, ou seja, para o transitório

de maior frequência (20 kHz ), ter-se-á uma onda com 50 µs.

Os sistemas de distribuição apresentam características interessantes no que diz respeito à

sua constante de propagação. Devido às pequenas dimensões dessas linhas de distribuição que

compõem o mesmo e aos valores da relação R/X característicos, as constantes de propagação

desse tipo de sistema são consideravelmente menores que as do caso dos sistemas de transmissão.

Logo, por essa característica, o passo de integração para simulações em sistemas de distribuição

deve ser consideravelmente menor que o valor indicado em CIGRE Working Group 02.33 (1988).

83
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 84

Durante as simulação realizadas nesta tese, utilizou-se um passo de integração de 9, 5 ns,


o que representa uma taxa de amostragem de aproximadamente 1.754.734 amostras por ciclo

para um sistema cuja frequência nominal é 60 Hz . Apesar de serem frutos de uma simulação

digital, a alta taxa de amostragem dos sinais simulados permite tratá-los como sendo os sinais

analógicos de entrada da rede de proteção. Assim, o desenvolvimento do bloco conversor

A/D, que disponibiliza os sinais digitais para o IED, baseou-se nas particularidades desses

sinais. Tanto os IED quanto o CCO utilizam uma taxa de amostragem de 16 amostras por

ciclo.

7.2 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO SEM GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

A análise do método proposto para sistemas de distribuição deu-se por meio do uso de dois

sistemas: um teórico, porém com topologia apresenta características de sistemas reais, e o outro

um sistema baseado em um sistema elétrico real que compõe o regional Maceió do sistema da

Eletrobrás Distribuidora de Alagoas (EDAL).

7.2.1 Análise do Sistema de Proteção Adaptativa Para um Sistema Radial Simplicado

O sistema de proteção adaptativa proposto foi inicialmente testado utilizando-se um sistema

simples de distribuição sem a presença da geração distribuída. O sistema é mostrado na Figura

7.1 e formado por seis barras e cinco linhas e tem seus parâmetros denidos nas Tabelas 7.1

e 7.2. Para determinação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente dos relés que

compõem a rede foi utilizada a equação (5.7).

LT 1 LT 2

LT 3 LT 4

LT 5

Figura 7.1: Sistema de distribuição formado por seis barras.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 85

Tabela 7.1: Dados das linhas do sistema da Figura 7.1.

Linha Comprimento (km) Z0 (Ω/km) Z1 (Ω/km)

1 12,5 0, 16 + 0, 56 0, 16 + 0, 56
2 10,34 0, 16 + 0, 56 0, 0967 + 0, 3578
3 6,31 0, 16 + 0, 56 0, 1585 + 0, 3170
4 12,5 0, 16 + 0, 56 0, 8 + 0, 160
5 5,1 0, 16 + 0, 56 0, 8 + 0, 160

Tabela 7.2: Cargas conectadas ao sistema da Figura 7.1.

Barra R (Ω) X (Ω)

3 410 205

4 4189 1396

5 2103 600,1

A análise em regime permanente do sistema foi realizada por meio um estudo de uxo de

carga. Os resultados desse estudo são mostrados na Tabela 7.3, através da qual os valores das

correntes de carga, parâmetro tomado como referência para determinação para determinação

do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente, podem ser visualizado.

Tabela 7.3: Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1.

Linha Corrente (A) Barra Tensão (kV)

1 157 1 69

2 118 2 65,4

3 38 3 64

4 13 4 65

5 25 5 64,7

- - 6 64,9

7.2.1.1 Análise em regime permanente

De acordo com Anderson (1999) para o alcance da unidade de sobrecorrente instantânea,

denida de acordo com (3.15), a relação entre a corrente de curto-circuito trifásico no nal e
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 86

no início da linha, representada pelo parâmetro KI , deve variar entre 1, 1 e 1, 4. Considerando

a situação na qual a relação apresenta seu maior valor, o alcance das unidades instantâneas

de sobrecorrente dos relés instalados no sistema mostrado na Figura 7.1 obtidos por meio da

técnica proposta e da técnica tradicional são mostrados na Figura ??.


Através dos valores obtidos para o alcance da unidade instantânea, pode-se calcular a cor-

rente de pick-up da mesma. Os valores obtidos são mostrados na Figura 7.4. Como pode-se

observar o sistema mostrado na Figura 7.1 é composto por três cadeias de relés - R1 − R2,
R1 − R3 − R4 e R1 − R3 − R5 - dessa forma, o coordenograma considerando a unidades

instantânea de sobrecorrente para os três pares é mostrado na Figura 7.2.

2 2
10 10

R1
R2
1 1
10 10
Tempo (s)

Tempo (s)

R1
0 0
R3
10 10 R4

−1 −1
10 10
1 2 3 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente

(a) (b)

2
10

1
10
Tempo (s)

R1
0
R3
10 R5

−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente

(c)
Figura 7.2: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas:
(7.2(a)) R1 − R2, (7.2(b)) R1 − R3 − R4, (7.2(c)) R1 − R3 − R5.

Conforme pode-se visualizar nas Figuras ?? e 7.4, a técnica adaptativa proposta apresenta
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 87

uma oscilação antes de estabilizar o valor do ajuste da corrente de pick-up. Esta característica

deve-se ao uso de fasores de tensão e corrente para determinação de tais ajustes. Conforme

visto na seção 4.1 o uso da janela móvel durante o processo de

Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo

(a) (b)

Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo

(c) (d)

Trad.
Adaptativo

(e)
Figura 7.3: Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordenação
e da técnica adaptativa para o alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do
sistema da Figura 7.1: (7.3(a)) Relé 1, (7.3(b)) Relé 2, (7.3(c)) Relé 3, (7.3(d)) Relé 4, (7.3(e))
Relé 5.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 88

Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo

(a) (b)

Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo

(c) (d)

Trad.
Adaptativo

(e)
Figura 7.4: Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordenação
e da técnica adaptativa para a corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do
sobrecorrente do sistema da Figura 7.1: (7.4(a)) Relé 1, (7.4(b)) Relé 2, (7.4(c)) Relé 3, (7.4(d))
Relé 4, (7.4(e)) Relé 5.

A coordenação e seletividade do sistema foi simulada por meio de aplicação de faltas em

diversos pontos do sistema. Aplicação de faltas monofásicas, bifásicas, bifásicas para o terra

e trifásicas foram simuladas variando o ponto de aplicação das mesmas. De um total de 625
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 89

faltas, a Tabela 7.4 contém um resumo do desempenho do método proposto frente ao método

tradicional de coordenação da proteção.

Tabela 7.4: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 operando sem
nenhuma modicação na rede.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 100% 100% 100% 100%

Na Figura 7.5 é apresentado a comparação entre o desempenho dos dispositivos de proteção

ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica adaptativa proposta. Conforme

pode-se vericar na Figura 7.5 a técnica adaptativa proposta apresenta desempenho compatível

com o obtido por meio das técnicas tradicionais de proteção.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 90

Falta trifásica na Barra 2 Falta trifásica a 50% da LT1 Falta bifásica na barra 5
R1 = 157,22 @-77,92° A R2 = - R3 = - R1 = 294,98 @-85.50° A R2 = - R3 = - R1 = 27,07 @-98,10° A R2 = - R3 = 27,07 @ -98,10° A
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta monofásica a 0% da linha 6 Falta trifásica na barra 6 Falta monofásica na barra 3


R1 = 47,97 @ -78,77° A R2 = - R3 = 47,97 @ -78,77 ° A R1 = 21,12 @-99,96° A R2 = - R3 = 21,12 @-99,96° A R1 = 56,41 @ 80,65° A R2 = 56,41 @ 80,65° A
R4 = - R5 = 47,97 @ -78,77° A R4 = - R5 = 21,12 @-99,96° A R3 = 56,41 @ 80,65° A R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica a 50% da linha 4 Falta monofásica a 50% da linha 5 Falta bifásica a 50% da linha 2
R1 = 77,57 @ -73,57° A R2 = - R3 = 77,57 @ -73,57° A R1 = 33,97 @ -78,77° A R2 = - R3 = 33,97 @ -78,77° A R1 = 36,39 @ -85,79° A R2 = 36,39 @ -85,79° A R3 = -
R4 = 77,57 @ -73,57º A R5 = - R4 = 33,97 @ -78,77° A R5 = 33,97 @ -78,77° R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Proposto

Figura 7.5: Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.1 operando sem nenhuma modicação na rede.

7.2.1.2 Saída da LT 2

Nos sistemas de distribuição as impedâncias das linhas são geralmente muito baixas, como

pode-se observar na Tabela 7.1. Entretanto, as cargas conectadas nas mesmas desempenham

papel fundamental no uxo de potência da rede.

Seja o sistema mostrado na Figura 7.1 no qual há cargas concentradas em três das suas

barras. A carga de maior potência é a instalada na barra 3. Caso, por algum motivo, o sistema

perdesse a linha entre as barras 2 e 3, e consequentemente a carga conectada a esta última, os


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 91

valores de corrente e tensão no sistema seriam conforme resultado da rotina de uxo de carga

do sistema mostrados na Tabela 7.5.

Tabela 7.5: Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1 quando
a linha 2 e a carga conectada à barra 3 estão desconectados.

Linha Corrente (A) Barra Tensão (kV)

1 39 1 69

2 - 2 67,9

3 39 3 0

4 13 4 67,5

5 26 5 67,2

- - 6 67,4

Utilizando as técnicas tradicionais de coordenação, os ajustes das unidades instantâneas

dos relés de sobrecorrente seriam os mostrados nas Figuras 7.4 e 7.3. Utilizando-se a técnica

de proteção adaptativa proposta, os valores das correntes de pick-up obtidos são mostrados na

Tabela 7.6. Para facilitar a comparação entre os resultados, nas Figuras 7.6 e 7.7 estão plotados

os resultados do alcance e da corrente de pick-up , respectivamente, obtidas por meio das duas

técnicas.

Tabela 7.6: Ajustes das unidades instantâneas dos relés de sobrecorrente para os dispositivos
que compõem a rede da Figura 7.1 quando da saída da LT 2 de acordo com a técnica adaptativa
proposta.

Relé Ipickup (A) h (%)

1 157 71,3

2 - -

3 54 71,3

4 17,5 71,4

5 47 71,4

Um comparativo entre os ajustes obtidos pelos dois métodos é apresentado na Figura 7.8.

Como pode-se vericar, o método adaptativo obteve resultados que proporcionaram a coorde-

nação entre todos os dispositivos da rede.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 92

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Figura 7.6: Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente
do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
saída da LT 2: (7.6(a)) Relé 1, (7.6(b)) Relé 2, (7.6(c)) Relé 3, (7.6(d)) Relé 4, (7.6(e)) Relé 5.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 93

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Figura 7.7: Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do sistema
da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a saída da
LT 2: (7.7(a)) Relé 1, (7.7(b)) Relé 2, (7.7(c)) Relé 3, (7.7(d)) Relé 4, (7.7(e)) Relé 5.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 94

2 2
10 10

1 1
10 10
Tempo (s)

Tempo (s)
R1 Adap
0 0
10 10 R1 Trad
R3 Adap
R1 Adap R3 Trad
R1 Trad R4 Adap
R2 Adap R4 Trad
R2 Trad
−1 −1
10 10
2.2 2.3 1 2 3
10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente

(a) (b)

2
10

1
10
Tempo (s)

R1 Adap
0
10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R5 Adap
R5 Trad

−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente

(c)
Figura 7.8: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas
quando da saída da LT 2: (7.8(a) R1 − R2), (7.8(b) R1 − R3 − R4) e (7.8(c) R1 − R3 − R5).

A partir dos grácos da Figura 7.6 observa-se que praticamente não há modicações rele-

vantes quanto ao alcance da unidade instantânea, quando comparadas as técnicas tradicionais

e a proposta. Entretanto, na Figura 7.7 observam-se modicações importantes com relação

as correntes de pick-up de forma especial dos relés instalados nas linhas LT 1 e LT 2. Com a

eliminação da corrente que ui pela linha LT 2, há uma consequente diminuição da corrente

fornecida pela fonte, que passa a alimentar apenas as cargas conectadas às linhas LT 4 e LT 5.

Através da aplicação de faltas no sistema da Figura 7.1 foi realizado uma comparação entre

o desempenho dos dispositivos de proteção ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e

com a técnica proposta. Na Tabela 7.7 é apresentada um levantamento estatístico que compara

o desempenho entre o método proposto e o tradicional para coordenação da proteção.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 95

Tabela 7.7: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 após a saída da
LT 2.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 93, 5% 96, 7% 100% 100%

Trifásicas 85, 5% 93, 2% 100% 100%

Um resumo desse comparativo é apresentado na Figura 7.9.

Falta trifásica a 50% da LT 1 Falta monofásica na barra 2 Falta bifásica na barra 5


R1 = 205,61 @-53,18° A R2 = - R3 = - R1 = 113,90 @ -57,52° A R2 = - R3 = - R1 = 36,31 @ -109,89° A R2 = - R3 = 36,31 @ -109,89 A
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta monofásica a 0% da LT 5 Falta bifásica na barra 6 Falta monofásica a 0% da LT 4


o
R1 = 47,69 @ -68,50° A R2 = - R3 = 47,69 @ -68,50° A R1 = 33,18 @-109,59° A R2 = - R3 = 33,18 @ -109,59 A R1 = 49,89 @ -67,81° A R2 = -
o o o
R4 = - R5 = 47,69 @ -68,50° A R4 = - R5 = 33,18 @ -109,59 A R3 = 49,49 @ -67,81 A R4 = 49,89 @ -67,81 A R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta monofásica a 50% da LT 4 Falta bifásica a 50% da LT 1 Falta monofásica na barra 3


o o
R1 = 58,08 @ -67,19° A R2 = - R3 = 58,08 @ -67,19 A R1 = 138,99 @ -119,22° A R2 = - R3 = - R1 = 51,62 @ -111,29° A R2 = 51,62 @ -111,29 A R3 = -
R4 = 58,08 @ -67,19º A R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Proposto

Figura 7.9: Resumo do desempenho de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.1 após a saída da LT 2.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 96

Com a saída da LT 2 do sistema, uma falta trifásica a 50% da LT 1, local incluído na zona de
atuação do relé R1, deixa de ser eliminada pelo dispositivo de proteção que atua de acordo com
as técnicas tradicionais de coordenação da proteção. Enquanto isso, o dispositivo ajustado de

acordo com a técnica adaptativa proposta identica a falta na sua zona de atuação e elimina-á.

Essa observação permite armar que a saída da LT 2 provoca uma diminuição efetiva da zona

de atuação da unidade de proteção instantânea de sobrecorrente do dispositivo instalado na

LT 1. Falta semelhante ocorre também para uma falta bifásica a 50% da LT 1.

7.2.1.3 Entrada da LT 4

A LT 4 é o alimentador que conduz a menor corrente entre todos os alimentadores que

compõem o sistema mostrados na Figura 7.1. De acordo com a Tabela 7.3 a corrente que ui

por essa linha é aproximadamente de 13 A. A entrada dessa linha no sistema acarreta uma

mudança no uxo de potência das linhas LT 1 e LT 3. Ou seja, é esperado que os ajustes dos

relés associados a estas linhas tenham seus valores atualizadas por meio da técnica de proteção

adaptativa proposta.

Por meio da Figura 7.10 uma comparação entre os alcances das unidades instantâneas

de sobrecorrente obtidas por meio das técnicas tradicionais e da técnica proposta pode ser

realizada. Assim como no caso da saída da LT 2, não foram vericadas grandes modicações

no alcance da unidade de sobrecorrente dos dispositivos de proteção que protegem o sistema

da Figura 7.1.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 97

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Figura 7.10: Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente
do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
entrada da LT 4: (7.10(a)) Relé 1, (7.10(b)) Relé 2, (7.10(c)) Relé 3, (7.10(d)) Relé 4, (7.10(e))
Relé 5.

Através dos resultados obtidos pelas técnicas tradicionais e pela técnica adaptativa proposta

o coordenograma dos dispositivos da rede é apresentado na Figura 7.11.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 98

2 2
10 10

R1 Adap
R1 Trad
R2 Adap
R2 Trad
1 1
10 10
Tempo (s)

Tempo (s)
R1 Adap
0 0
10 10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R4 Adap
R4 Trad

−1 −1
10 10
2.22 2.25 2.28 2.31 2.34 1 2 3
10 10 10 10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente

(a) (b)

2
10

1
10
Tempo (s)

R1 Adap
0
10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R5 Adap
R5 Trad

−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente

(c)
Figura 7.11: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas
quando da entrada da LT 4: (7.11(a) R1 − R2), (7.11(b) R1 − R3 − R4) e (7.11(c) R1 −
R3 − R5).

A Figura 7.12 apresenta a comparação entre os valores das correntes de pick-up dos dispo-

sitivos de proteção compõem a rede apresentada na Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas

tradicionais e da técnica adaptativa proposta quando da saída da LT 4. Conforme pode-se

vericar, os ajustes dos dispositivos R1 e R3, que compõem uma das cadeias de proteção com

o dispositivo que protege a linha LT 4.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 99

(a) (b)

(c) (d)

(e)
Figura 7.12: Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do
sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
entrada da LT 4: (7.12(a)) Relé 1, (7.12(b)) Relé 2, (7.12(c)) Relé 3, (7.12(d)) Relé 4, (7.12(e))
Relé 5.

Através dos valores obtidos e mostrados nas Figuras 7.10 e 7.12 faltas foram aplicadas no

sistema e uma comparação estatística realizada comparando os resultados obtidos por meio da

técnica proposta e da tradicional. Os resultados dessa comparação são apresentados na Tabela


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 100

7.8.

Tabela 7.8: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 após a entrada
da LT 4.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 97, 5% 100% 100% 100%

A Figura 7.13 contém um resumo do comparativo entre as duas técnicas. Conforme veri-

cado, o dispositivo de proteção R1 ajustado de acordo com as técnicas tradicionais de proteção


não atua para uma falta trifásica a 50% da linha protegida, fato que não acontece quando a

rede é ajustada de acordo com a técnica de coordenação proposta.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 101

Falta trifásica a 50% da LT 1 Falta monofásica na barra 3 Falta trifásica a 0% da LT 2


R1 = 205,61 @-53,18° A R2 = - R3 = - R1 = 77,92 @ -64,59° A R2 = 77,92 @ -64,59° A R3 = - R1 = 169,67 @ -57,05° A R2 = 169,67 @ -57,05° A R3 = -
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica a 50% da LT 3 Falta bifásica na barra 6 Falta monofásica na barra 4


o
R1 = 125,36 @ -59,42° A R2 = - R3 = 125,36 @ -59,42° A R1 = 33,18 @-109,59° A R2 = - R3 = 33,18 @ -109,59 A R1 = 69,14 @ -66,19° A R2 = -
o
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = 33,18 @ -109,59 A R3 = 69,14 @ -66,19°A R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta bifásica a 50% da LT3 Falta bifásica a 50% da LT 1 Falta monofásica na barra 2
R1 = 65,16 @ -112,55° A R2 = - R3 = 65,16 @ -112,55° A R1 = 138,99 @ -119,22° A R2 = - R3 = - R1 = 113,90 @ -62,30° A R2 = - R3 = -
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Proposto

Figura 7.13: Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.1 após a entrada da LT 4.

7.2.2 Análise do Sistema de Proteção Adaptativa Para um Sistema Real

A análise do método de proteção adaptativa proposto para sistemas de distribuição sem a

presença de geração distribuída se estendeu para utilização em uma rede baseada em um sis-

tema de distribuição real operado pela Eletrobrás Distribuidora de Alagoas (EDAL). O sistema

resultante das simplicações é mostrado na Figura 7.14 e todos os detalhes a cerca do sistema

completo podem ser consultados no Apêndice D.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 102

PCA
CPC

TBM

R2
TDB
MCO-CHESF
PNO

R1 R3 CTO

R4

CZA

BBE

PJA

Figura 7.14: Sistema de distribuição baseado no regional Maceió/EDAL.

O sistema proposto é formado por um total de 15 barras e 16 linhas e possui uma potência

instalada de cerca de 265 M V A.

Quatro dispositivos de proteção implementando a função de sobrecorrente instantânea foram

instalados na rede conforme visto na Figura 7.14. O relé R1 protege uma das linhas de entrada
do sistema que faz fronteira do sistema de geração/transmissão operador pela CHESF. Como

trata-se de uma linha muito curta uma importante característica pode ser observada: a relação

entre as correntes de curto-circuito no início e no nal da linha é aproximadamente igual a 1.

De acordo com Anderson (1999) essa condição torna a coordenação desse dispositivo um tanto

trabalhosa. Os relés R2 e R3 protegem linhas relativamente longas com 16, 39 km e 10, 3 km,
respectivamente. Por m, o relé R4 protege uma linha de tamanho intermediário contendo

5 km.

7.2.2.1 Análise em Regime Permanente (Sem Modicações na Rede)

Inicialmente foi analisado o caso em que o sistema opera conforme mostrado na Figura 7.14.

A determinação online dos equivalentes de rede puderam ser comparados com os obtidos por
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 103

meio do software CAPE e os resultados são mostrados na Tabela 7.9.

Tabela 7.9: Comparação entre os resultados obtidos para os equivalentes de rede usando o
método proposto e os disponibilizados pelo software CAPE.

CAPE (pu) Método proposto (pu)


Relé

Tensão Impedância Tensão Impedância

R1 1, 02 + j0, 056 0, 0004 + 0, 0023 1, 02 + j0, 05 0, 0004 + j0, 0023

R2 1, 004 + j0, 057 0, 0004 + j0, 0024 1, 004 + j0, 057 0, 0004 + j0, 00234

R3 0, 978 + j0, 13 0, 0084 + j0, 0145 0, 98 + j0, 123 0, 0083 + j0, 0145

R4 0, 953 + j0, 132 0, 0105 + j0, 0177 0, 96 + j0, 135 0, 0105 + j0, 01775

Os ajustes das unidades instantâneas de sobrecorrente dos quatro dispositivos de proteção

foram calculados através da técnica tradicional proposta por Anderson (1999), cujos resultados

são mostrados na Tabela 7.10.

Tabela 7.10: Alcance e corrente de pick-up obtidos por meio da técnica tradicional para o
sistema a Figura 7.14.

Relé h (%) Ipick−up (A)

R1 50 23.000

R2 21.8 4950

R3 15.4 1700

R4 75.4 1200

Utilizando a técnica adaptativa proposta os alcances das unidades instantâneas de sobre-

corrente obtidas são mostrados na Figura 7.15, onde é feita uma comparação do alcance obtido

por meio da técnica proposta e o resultado obtido através das técnicas tradicionais.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 104

(a) (b)

350

300

250
Alcance (% da LT)

Adaptativo
200 Tradicional

150

100

50

0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.15: Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma modicação na
rede: (7.15(a)) Relé 1, (7.15(b)) Relé 2, (7.15(c)) Relé 3, (7.15(d)) Relé 4.

Para os alcances mostrados na Figura 7.15 as correntes de pick-up para as unidades instan-

tâneas de sobrecorrente são as mostradas na Figura 7.17. Na Figura 7.16 pode-se visualizar o

coordenograma dos ajustes obtidos através da técnica adaptativa.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 105

2
10

Tempo de Atuação (s)


10

0
10

R1
R2
R3
R4
−1
10
3 4 5
10 10 10
Múltiplo de Corrente

Figura 7.16: Coordenograma com os ajustes obtidos pela técnica adaptativa para o sistema da
Figura 7.14 sem modicações na rede.

4
x 10
2.5 5000
t: 47 ms
t: 118 ms
4500 I: 4945 A
t: 48 ms I: 4857 A
t: 126 ms
I: 2.3e+004 A I: 2.275e+004 A
2 4000

3500
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)

1.5 Adaptativo 3000 Adaptativo


Tradicional Tradicional
2500

1 2000

1500

0.5 1000

500

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
1800 1400

t: 53 ms
1600 t: 128 ms
I: 1727 A
I: 1697 A 1200

1400 t: 57 ms t: 134 ms
I: 1160 A I: 1164 A
1000
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)

1200
Adaptativo
1000 Tradicional 800

800 600 Adaptativo


Tradicional
600
400
400
200
200

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.17: Correntes de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma
modicação na rede: (7.17(a)) Relé 1, (7.17(b)) Relé 2, (7.17(c)) Relé 3, (7.17(d)) Relé 4.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 106

Faltas foram aplicadas em diversas partes do sistema am de comprovar o desempenho dos

resultados obtidos pela técnica proposta. Os resultados são mostrados na Tabela 7.11 e na

Figura 7.18.

Tabela 7.11: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e o
método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 sem modicações
na rede elétrica.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 100% 100% 100% 100%

Falta bifásica a 50% da linha TDB-CTO Falta monofásica para terra a 50% da linha PCA-TDB Falta bifásica na barra TDB
R1 = 875 A R2 = 2000 A R3 = 970 A R4 = 1900 A R1 = 750 A R2 = 1900 A R3 = 1770 A R4 = - R1 = 950 A R2 = 2600 A R3 = 1050 A R4 = -

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)


Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica a 15% da linha TBM-PCA Falta monofásica para o terra a 70% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 20% da linha TDB-CTO
R1 = 3035 A R2 = 11450 A R3 = - R4 = - R1 = 775 A R2 = 1492 A R3 = 1413 A R4 = - R1 = 800 A R2 = 1700 A R3 = 1630 A R4 = 1600 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta monofásica para a terra a 40% da linha TDB-PCA Falta trifásica a 75% da linha TDB-CTO
R1 = 1150 A R2 = 3410 A R3 = - R4 = - R1 = 830 A R2 = 1735 A R3 = 1625 A R4 = 1596 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Proposto

Figura 7.18: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 sem modicações na rede elétrica.

Conforme pode-se observar através das Figuras 7.16 e 7.18 o sistema proposto obteve valores
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 107

que proporcionaram a coordenação entre os quatro dispositivos da rede não tendo, para este

caso, diferenças relevantes quando comparado com os resultados obtidos por meio das técnicas

tradicionais de coordenação da proteção.

7.2.2.2 Saída de Linha do Sistema

A simulação do comportamento da técnica adaptativa frente a modicações topológicas no

sistema foi vericada através da saída do circuito duplo que interliga as barras CP A e CP D do

sistema da Figura 7.14. Em operação normal, as duas linhas suprem uma carga de 13, 24 M W
e 5, 64 M V Ar e uma corrente de 138 A ui pelas mesmas.

A modicação na topologia da rede acarreta modicações relevantes no perl de corrente

visto pelos relés R1 e R2 enquanto que a corrente vista pelos demais dispositivos de proteção

permanece praticamente sem alterações. Os fasores das correntes vistas pelos três relés pode

ser visualizado na Figura 7.19. Através da análise dos sinais de tensão e corrente quando da

saída das linhas que interligam as barras CP A e CP D os alcances das unidades de sobrecor-

rente instantânea obtidas pelos métodos tradicionais de coordenação e pela técnica adaptativa

proposta para os quatro relés que compõem a rede de proteção são apresentados da Figura

7.20.

900
R1
800 R2
t: 45 ms R3
I: 787.5 A
700 R4
t: 144 ms
600 I: 675.6 A
Corrente (A)

500
t: 45 ms
I: 482.5 A t: 144 ms
400 I: 455.8 A

t: 45 ms t: 144 ms
300 I: 238.2 A
I: 229.3 A

200
t: 45 ms t: 144 ms
I: 188.5 A I: 195.6 A
100

0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

Figura 7.19: Amplitude dos fasores das correntes vistas pelos relés instalados no sistema mos-
trado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam as barras CP A e CP D.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 108

600 28

26
500

24

400
Alcance (% da LT)

Alcance (% da LT)
Adaptativo 22
Tradicional
300 20

18
200
Adaptativo
16
Tradicional
100
14

0 12
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
140 350

120 300

100 250
Alcance (% da LT)

Alcance (% da LT)

Adaptativo Adaptativo
80 Tradicional 200 Tradicional

60 150

40 100

20 50

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.20: Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando ocorre a saída das
linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.20(a)) Relé 1, (7.20(b)) Relé 2, (7.20(c)) Relé 3,
(7.20(d)) Relé 4.

Conforme verica-se na Figura 7.20 há uma elevação no alcance das unidades instantâneas de

sobrecorrente dos relés R1 e R2, enquanto que para os relés R3 e R4 praticamente não ocorrem
modicações. A não modicação no alcance das unidades justica-se pela independência da

corrente de carga vista pelos relés R3 e R4 que, como visto na Figura 7.19, não apresenta

variações após a saída das linhas que interligam as barras CP A e CP D.

Para o caso analisado as correntes de pick-up dos relés R1, R2, R3 e R4 obtidas por meio

da técnica proposta e o comparativo com os ajustes obtidos por meio de técnicas tradicionais

é apresentado na Figura 7.21.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 109

4
x 10
2.5 6000

t: 88 ms
I: 1.93e+004 A 5000
2
t: 91 ms
I: 4069 A
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)


4000
1.5

3000
Adaptativo Adaptativo
1 Tradicional Tradicional
2000

0.5
1000

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
1800 1400

1600
1200

1400
1000
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)

1200
Adaptativo Adaptativo
1000 Tradicional 800 Tradicional

800 600

600
400
400

200
200

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.21: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da
técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando ocorre a saída
das linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.21(a)) Relé 1, (7.21(b)) Relé 2, (7.21(c)) Relé
3, (7.21(d)) Relé 4.

A Figura 7.22 mostra que com os resultados obtidos os quatro relés estão coordenados.

Faltas foram aplicadas ao sistema operando com os ajustes obtidos pelos técnicas tradicionais

e os obtidos pela técnica proposta. Na Figura 7.23 pode-se visualizar um extrato da operação

dos dois sistemas.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 110

2
10

1
10

Tempo de Atuação (s) 0


10
R1 − Adap
R2 − Adap
R3 − Adap
−1
R4 − Adap
10 R1 − Trad
R2 − Trad

3 4
10 10
Múltiplo de Corrente

Figura 7.22: Coordenograma comparando as corrente de pick-up para os relé instalado no


sistema mostrado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam as barras
CP A e CP D.

O desempenho do sistema de proteção para algumas falta é apresentado na Figura 7.23 e na

Tabela 7.12. Através do coordenograma da Figura 7.22, é possível vericar que os resultados

obtidos através da técnica proposta permitem a coordenação e a seletividade de todos os relés

da rede.

Tabela 7.12: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após o circuito
duplo que interliga as barras CP A e CP D.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 53, 5% 97, 2% 100% 100%

Bifásicas 91, 2% 95, 3% 100% 100%

Trifásicas 93, 6% 98, 6% 100% 100%

Através da análise da Figura 7.23 observa-se que para faltas nas linhas protegidas pelos relés

R1 e R2, modicações no comportamento do sistema de proteção são vericadas. Para uma

falta trifásica ocorrida a 70% da linha protegida por R1 o relé ajustado de acordo com a técnica
adaptativa consegue eliminar a falta em sua unidade instantânea que conforme visto na Figura

7.20 passou a operar para um valor de alcance em torno de 85% da linha. Já o dispositivo
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 111

ajustado de acordo com as técnicas tradicionais, operando para um alcance de cerca de 60%
não elimina a falta.

Uma falta monofásica no limite da zona de operação do relé R2 (20% conforme visto na

Figura 7.20) é um outro caso para o qual o dispositivo ajustado com os valores obtidos por

meio das técnicas tradicionais não é capaz de eliminar a condição anormal. Já o relé que opera

ajustado com a técnica adaptativa proposta, elimina a falta através da unidade instantânea de

sobrecorrente, a qual apresenta um acréscimo no valor do alcance.

Nos casos em que não há a eliminação da falta pela unidade instantânea de sobrecorrente

uma outra unidade deveria eliminá-la. Na prática a unidade temporizada de sobrecorrente, ou

uma outra função, como a de distância, poderiam ser utilizadas, de acordo com a arquitetura

da rede. Entretanto, no âmbito desta tese considera-se que apenas a unidade instantânea de

sobrecorrente é responsável pela proteção do sistema, logo para os casos em que apenas o relé

ajustado de acordo com as técnicas adaptativas opera a condição de falta permaneceria caso o

sistema fosse protegido por relés ajustados por meio das técnicas tradicionais.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 112

Falta bifásica a 70% da linha MCO-TBM Falta monofásica a 20% da linha TBM-PCA Falta trifásica na barra TBM
R1 = 21.950 A R2 = - R3 = - R4 = - R1 = 1415 A R2 = 4803 A R3 = - R4 = - R1 = 6050 A R2 = 24180 A R3 = - R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)


Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Falta monofásica a 20% da linha TDB-CTO Falta trifásica a 12% da linha PCA-TDB Falta monofásica a 27,5% da linha TBM-PCA
R1 = 725 A R2 = 1600 A R3 = 1558 A R4 = 1550 A R1 = 915 A R2 = 2790 A R3 = 2650 A R4 = - R1 = 1160 A R2 = 4080 A R3 = - R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)


Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Falta trifásica a 75% da linha TDB-CTO Falta monofásica a 10% da linha TBM-PCA Falta trifásica na barra PCA
R1 = 825 A R2 = 1716 A R3 = 1650 A R4 = 1625 A R1 = 1697 A R2 = 6190 A R3 = - R4 = - R1 = 954 A R2 = 2975 A R3 = 2970 A R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Proposto

Figura 7.23: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após o circuito duplo que interliga
as barras CP A e CP D.

7.2.2.3 Acréscimo da Potência de Carga Instalada

Modicações no perl de carga do sistema são fenômenos comuns, principalmente nos sis-

temas de distribuição. Nesses casos, variações na corrente de carga do sistema são vericadas

e, em alguns casos, também modicações nos equivalentes de rede.

A identicação das mudanças operacionais na rede elétrica é feita através do bloco analógico

do CCS, conforme visto na seção 6.3.

Para analisar o comportamento do sistema proposto frente a esta modicação, alterações na

potência da carga instalada na barra CT O do sistema mostrado da Figura 7.14 foram realizadas.
Na Figura 7.24 são apresentadas as amplitudes dos fasores de corrente vistos por cada um dos

quatro relés que protegem a rede.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 113

900

800

700

600

Corrente (A)
I(R1)
500
I(R2)
I(R3)
400
I(R4)

300

200

100

0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

Figura 7.24: Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
modicações na potência da carga instalada na barra CT O.

A mudança na potência da carga instalada na barra CT O pode provocar modicações nos

ajustes dos dispositivos de proteção da rede. Entretanto, a mudança referida acarreta também

mudanças nos equivalentes de rede no ponto de instalação dos relés. A Figura 7.25 apesenta as

modicações na impedância de rede para os quatro dispositivos de proteção.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 114

10 2.5

8 2

7
Real(Z) Real(Z)
Impedância (Ohm)

Impedância (Ohm)
Imag(Z) Imag(Z)
6 1.5
Abs(Z) Abs(Z)
5

4 1

2 0.5

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
8 9

8
7

7
6 Real(Z)
Impedância (Ohm)
Impedância (Ohm)

Imag(Z)
6 Abs(Z)
5
Real(Z) 5
Imag(Z)
4 Abs(Z)
4

3
3

2 2
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.25: Impedâncias vistas pelos relés com as modicações na potência da carga instalada
na barra CT O para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma modicação na rede: (7.25(a)) Relé
1, (7.25(b)) Relé 2, (7.25(c)) Relé 3, (7.25(d)) Relé 4.

Considerando a diminuição vericada na impedância equivalente vista pelos dispositivos de

proteção, o método proposto obteve as correntes de pick-up mostradas na Figura 7.26.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 115

4
x 10
2.5 6000

5000
2
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)


4000
1.5 Adaptativo
Tradicional
3000
Adaptativo
1 Tradicional
2000

0.5
1000

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
2500 2500

2000 2000
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)

1500 1500

Adaptativo
1000 Tradicional 1000

500 500

Adaptativo
Tradicional
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.26: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 para modicações
na potência da carga instalada na barra CT O: (7.26(a)) Relé 1, (7.26(b)) Relé 2, (7.26(c)) Relé
3, (7.26(d)) Relé 4.

O desempenho do sistema de proteção frente algumas situações de falta é mostrado na

Figura 7.27 e na Tabela 7.13. Como pode-se observar, para os relés R2 e R3 ocorre uma

leve elevação no valor da corrente de pick-up o que torna a zona de proteção da unidade

instantânea de sobrecorrente menor. Entretanto, em todos os casos simulados o sistema de

proteção adaptativa permite eliminar todos as faltas que ocorrem dentro das zonas de atuação

de cada relé.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 116

Tabela 7.13: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e o
método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após modicação
na potência da carga instalada na barra CT O.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 100% 100% 100% 100%

Falta monofásica a 60% da linha MCO-TBM Falta bifásica 10% da linha TBM-PCA Falta trifásica a 50% da linha TDB-CTO
R1 = 22.125 A R2 = - R3 = - R4 = - R1 = 3400 A R2 = 11800 A R3 = - R4 = - R1 = 799 A R2 = 1810 A R3 = 1700 A R4 = 1685 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)


Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica a 20% da linha TDB-CTO Falta trifásica a 12% da liha PCA-TDB Falta bifásica na barra PNO
R1 = 800 A R2 = 1810 A R3 = 1650 A R4 = 1685 A R1 = 915 A R2 = 2790 A R3 = 2650 A R4 = - R1 = 1362 A R2 = 796 A R3 = 455 A R4 = 188 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica 10% da linha TBM-PCA Falta monofásica 70% da linha PCA-TDB Falta trifásica 70% da linha PCA-TDB
R1 = 3615 A R2 = 13870 A R3 = - R4 = - R1 = 740 A R2 = 1550 A R3 = 1470 A R4 = - R1 = 960 A R2 = 2533 A R3 = 2500 A R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Adaptativo

Figura 7.27: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após modicação na potência da
carga instalada na barra CT O.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 117

7.2.2.4 Diminuição da Potência de Carga

Para analisar o desempenho do sistema de proteção adaptativa proposto, uma diminuição

de 50% na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA do sistema mostrado na

Figura 7.14 foi realizada.

A Figura 7.28 apresenta a amplitude dos fasores de corrente vistas pelos quatro dispositivos

de proteção conectado à rede.

800

700

600
R1
500 R2
R3
Corrente (A)

R4
400

300

200

100

0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

Figura 7.28: Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
diminuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA.

Uma comparação entre os resultados obtidos pela técnica proposta e pela técnica tradicional

é mostrada na Figura 7.29. A análise de gura permite observar que a coordenação entre os

dispositivos de proteção é alcançada para os quatro dispositivos de proteção que compõem a

rede. Na Figura 7.29 é mostrado um resumo de operação dos dispositivos de proteção ajustados

com a técnica tradicional e com a técnica proposta para algumas condições de falta simuladas

no sistema.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 118

4
x 10
2.5 5000

4500

2 4000

3500
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)


1.5 Adaptativo 3000 Adaptativo
Tradicional Tradicional
2500

1 2000

1500

0.5 1000

500

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
3500 2500

3000
2000
Adaptativo
2500
Corrente de pick−up (A) Tradicional
Corrente de pick−up (A)

1500
2000

1500
1000

1000

500
500
Adaptativo
Tradicional
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
Figura 7.29: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 após a diminuição
na potência da carga instalada nas barras T BM e P JA: (7.29(a)) Relé 1, (7.29(b)) Relé 2,
(7.29(c)) Relé 3, (7.29(d)) Relé 4.

Assim como no caso do aumento da potência de carga instalada no sistema, não foram

vericadas grandes variações no comportamento do sistema de proteção no caso da diminuição

na potência mostrada. Mesmo havendo uma redução de 50% na potência da carga instalada em
duas das maiores barras do sistema, o sistema formado pelos dispositivos ajustados de acordo

com as técnicas adaptativas é capaz de manter a coordenação entre os quatro dispositivos do

sistema conforme vericado na Figura 7.30 e na Tabela 7.14.

No caso apresentado da diminuição da carga instalada no sistema, verica-se que a unida-

des instantânea de sobrecorrente apresenta um sobre-alcance que acarretou a não atuação do

dispositivo operando de acordo com as técnicas tradicionais para uma falta monofásica a 80%
da linha que interliga as barras T DB e CT O.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 119

Tabela 7.14: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após diminuição
na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 100% 100% 100% 100%

Falta trifásica a 90% da linha PCA-TDB Falta monofásica 10% da linha PCA-TDB Falta mofásica a 50% da linha TDB-CTO
R1 = 800 A R2 = 2042 A R3 = 1960 A R4 = - R1 = 759 A R2 = 1907 A R3 = 1890 A R4 = - R1 = 649 A R2 = 1348 A R3 = 1224 A R4 = 1200 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)


Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta monofásica a 80% da linha TDB-CTO Falta bifásica a 50% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 20% na linha TDB-CTO
R1 = 640 A R2 = 1300 A R3 = 1165 A R4 = 1131 A R1 = 875 A R2 = 2027 A R3 = 1995 A R4 = - R1 = 810 A R2 = 1690 A R3 = 1452 A R4 = 1540A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta trifásica 53% da linha TBM-PCA Falta monofásica 16% da linha TBM-PCA Falta monofásica na barra TBM
R1 = 1496 A R2 = 5036 A R3 = - R4 = - R1 = 1465 A R2 = 5345 A R3 = - R4 = - R1 = 1931 A R2 = - R3 = - R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)

Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Tradicional Adaptativo

Figura 7.30: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após diminuição na potência das
cargas instaladas nas barras T BM e P JA.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 120

7.3 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COM GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

A análise do sistema de proteção adaptativa proposto para sistemas de distribuição com

a presença da geração distribuída foi realizada também utilizando um sistema baseado no

Regional Maceió operado pela EDAL. O sistema mostrado na Figura 7.31.

O sistema proposto é formado por 11 barras, 21 linhas e potência instalada de 265 M V A.


Duas unidades de geração distribuída conectam-se ao sistema através das barras CP C e CZA
e são capazes de suprir em torno de 40% da carga total do mesmo.

A proteção da rede é realizada por meio de seis dispositivos direcionais de sobrecorrente

instantânea conforme ilustrado na Figura 7.31.

PCA CPC

TBM

R1 R2
TDB
MCO-CHESF
PNO

R3 R4 CTO

R5 R6

CZA

BBE

PJA

Figura 7.31: Sistema de distribuição com geração distribuída utilizado para testes.

7.3.1 Análise em Regime Permanente (Sem Modicações no Sistema)

A análise do sistema proposto de proteção adaptativa para sistemas com geração distribuída

iniciou-se com uma análise na qual não ocorre nenhuma modicação na rede, estando esta

operando conforme mostrado na Figura 7.31.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 121

A avaliação do cálculo online dos equivalentes de rede vistos por cada relé foi realizado uti-

lizando como parâmetro os dados obtidos utilizando o software CAPE. Conforme vericado na

Tabela 7.15 os resultados obtidos pela técnica adaptativa não apresentam grandes discrepâncias

com relação aos resultados do CAPE.

Tabela 7.15: Comparação da determinação online dos equivalentes entre a técnica online utili-
zada e os resultados disponibilizados pelo CAPE.

CAPE (pu) Proposto (pu)

Relé
Tensão Impedância Tensão Impedância

Local Remoto Local Remoto Local Remoto Local Remoto

R1 1, 02 + 0, 998 + 0, 0022 + 0, 0086 + 1, 024 + 0, 999 + 0, 0022 + 0, 0085 +


j 0, 056 j 0, 157 j 0, 0195 j 0, 0422 j 0, 057 j 0, 158 j 0, 0196 j 0, 0424

R2 0, 998 + 0, 984 + 0, 0086 + 0, 0167 + 0, 997 + 0, 987 + 0, 0086 + 0, 0167 +


j 0, 157 j 0, 256 j 0, 0422 j 0, 0625 j 0, 158 j 0, 255 j 0, 0422 j 0, 0625

R3 0, 984 + 0, 967 + 0, 0167 + 0, 0124 + 0, 984 + 0, 967 + 0, 0166 + 0.0125 +


j 0, 256 j 0, 287 j 0, 0625 j 0, 0584 j 0, 256 j 0, 287 j 0, 0624 j 0.0585

Aplicando as técnicas tradicionais de coordenação da proteção, os resultados obtidos para

os relés que compõem o sistema são mostrados na Tabela 7.16. Através da técnica adaptativa

proposta os resultados para o alcance são mostrados na Figura 7.32.

Tabela 7.16: Resultados obtidos pela técnica tradicional de coordenação da proteção.

Relé h (%) Ipick−up (A)

Local 86 1842
R1
Remoto 36 2973

Local 42 3395
R2
Remoto 38 2378

Local 25 2814
R3
Remoto 40 3200
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 122

125 40

120
35
115

110 30

Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)

Adaptativo Adaptativo
105 Tradicional Tradicional
25
100

95 20

90
15
85

80 10
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
50 38.5

45 38

40 37.5
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)

35 37

30 Adaptativo 36.5 Adaptativo


Tradicional Tradicional

25 36

20 35.5

15 35
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
120 40.5

40
100
39.5

80 39
Alcance (% da LT)

Alcance (% da LT)

Adaptativo Adaptativo
Tradicional 38.5 Tradicional
60
38

40 37.5

37
20
36.5

0 36
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(e) (f)
Figura 7.32: Alcance da unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.31 quando nenhuma modicação
ocorre na rede: (7.32(a)) Relé 1, (7.32(b)) Relé 2, (7.32(c)) Relé 3, (7.32(d)) Relé 4, (7.32(e))
Relé 5, (7.32(f )) Relé 6.

Conforme observa-se na Figura 7.32 não são vericadas modicações importantes entre os

resultados obtidos pela técnica tradicional e a técnica proposta. Faltas foram aplicadas no

sistema da Figura 7.31 am de vericar a análise de coordenação e seletividade dos ajustes
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 123

obtidos. O resultado da atuação dos dispositivos de proteção é mostrado na Figura 7.33 e um

comparativo estatístico é apresentado na Tabela 7.17.

Tabela 7.17: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 operando sem
nenhuma modicação na rede.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 100% 100% 100% 100%

Trifásicas 100% 100% 100% 100%

Phase to Ground at 0% PCA-CPC line Three-phase to Ground at 50% TBM-PCA line 1 Line to line at 25% PCA-CPC line 1
R1L = 1729 @ -72° A R2L = 895 @ 104° A R3L = 1791 @ 104° A R1L = 3603 @ -72° A R2L = 244 @ 110° A R3L = 488 @ 110° A R1L = 901 @ -38° A R2L = 4438 @ -45° A R3L = 1447 @ 136° A
R1R = 1729 @ 108° A R2L = 895 @ -76° A R3L = 1791 @ -76° A R1R = 2770 @ -73° A R2L = 244 @ -70° A R3L = 488 @ -70° A R1R = 951 @ 142° A R2L = 1461 @ -45° A R3L = 1447 @ 44° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Time (ms) Time (ms) Time (ms)

Double line to ground at 65% PCA-TDB line 1 Three-phase to Ground at 40% TDB-CTO line Line to ground at CPD bus
R1L = 653 @ -46° A R2L = 2475 @ 143° A R3L = 1695 @ 125° A R1L = 534 @ -65° A R2L = 1512 @ -73° A R3L = 3024 @ -73° A R1L = 691 @ -78° A R2L = 362 @ 99° A R3L = 725 @ 99° A
R1R = 653 @ 134° A R2L = 2447 @ -54° A R3L = 1695 @ -55° A R1R = 534 @ 115° A R2L = 1512 @ 107° A R3L = 3336 @ -78° A R1R = 691 @ -78° A R2L = 362 @ 99° A R3L = 725 @ 99° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Time (ms) Time (ms) Time (ms)

Traditional Proposed

Figura 7.33: Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.31 operando sem nenhuma modicação na rede.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 124

7.3.2 Saída de Linha do Sistema

A avaliação do sistema de proteção adaptativa frente a modicações na topologia da rede

foi analisada através da simulação da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e

P CA. Através das linhas entre T BM e P CA duas importantes barras de carga são conectadas
ao sistema, as barras CP C e CP D. Ainda nas proximidades da linha retirada, há a conexão

da geração distribuída instalada na barra CP C . A saída da linha acarreta um aumento con-

siderável na corrente que ui pelos seis relés que protegem a rede, conforme visto na Figura

7.34.

200 300

150
200

100

100
50 I(R )
Corrente (A)

Corrente (A)

1
abs(I(R ))
1
0 0
I(R )
2
abs(I(R ))
−50 2
−100
I(R )
−100 3
abs(I(R ))
3
−200
−150 I(R )
4
abs(I(R ))
4
−200 −300
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
300

200

100
Corrente (A)

−100
I(R )
5
abs(I(R ))
5
−200
I(R )
6
abs(I(R ))
6
−300
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

(c)
Figura 7.34: Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 com a saída de uma das linhas
que interligam as barras T BM e P CA: (7.34(a)) Relé 1 e 2, (7.34(b)) Relé 3 e 4, (7.34(c)) Relé
5 e 6.

Apesar de não haver modicações consideráveis na corrente vista pelo relé R1, a impedância
do sistema apresenta modicações relevantes fato que faz com que o alcance das unidades

instantâneas de sobrecorrente assumam os valores mostrados na Tabela 7.18.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 125

Tabela 7.18: Resultados obtidos pela técnica adaptativa para quando da saída de uma das
linhas que interligam as barras T BM e P CA.

Relé h (%) Ipick−up (A)

Local 64 2579
R1
Remoto 36 2790

Local 45 3120
R2
Remoto 43 2300

Local 33 2641
R3
Remoto 40 3447

Na Figura 7.35 é apresentado a evolução das correntes de pick-up das unidades instantâneas

de sobrecorrente dos dispositivos que protegem a rede mostrada na Figura 7.31.

Comparando-se os resultados apresentado nas Tabelas 7.16 e 7.18 observa-se que conside-

ráveis modicações ocorrem nos alcances das unidades instantâneas de sobrecorrente dos relés

R1, R4 e R5. Com isso, o desempenho do sistema de proteção deve apresentar relevantes mo-

dicações quando comparadas as atuações dos dispositivos ajustados de acordo com as técnicas

tradicionais e com a técnica adaptativa. Essa comparação é apresentada na Figura 7.36.

Uma das modicações vericada diz respeito ao alcance da unidade de sobrecorrente ins-

tantânea do relé R1. Para o sistema que opera de acordo com as técnicas tradicionais de

coordenação, a corrente de pick-up do dispositivo corresponde à um alcance de cerca de 91% da


linha T BM − P CA. Conforme vericado na Figura 7.36 o dispositivo que opera coordenado

utilizando as técnicas tradicionais atua para uma falta bifásica na linha protegida. As técni-

cas tradicionais de proteção ainda fazem com que o relé R1 atue para uma falta trifásica na

barra CP D, provocando assim, a perda da seletividade do sistema de proteção. Para os casos

destacados, o dispositivo que opera de acordo com a técnica adaptativa proposta não atuou,

mantendo a coordenação e a seletividade na rede.


Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 126

2500 2500

2000 2000
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)


1500 1500

Adaptativo Adaptativo
1000 Tradicional 1000 Tradicional

500 500

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(a) (b)
3500 2500

3000
2000

2500
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)

1500 Adaptativo
2000 Tradicional

1500 Adaptativo
Tradicional 1000

1000

500
500

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(c) (d)
3000 3500

3000
2500

2500
Corrente de pick−up (A)

Corrente de pick−up (A)

2000
Adaptativo Adaptativo
Tradicional 2000 Tradicional
1500
1500

1000
1000

500
500

0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)

(e) (f)
Figura 7.35: Evolução da corrente de pick-up dos relés do sistema da Figura 7.31 quando da
saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA: (7.35(a)) Relé 1, (7.35(b))
Relé 2, (7.35(c)) Relé 3, (7.35(d)) Relé 4, (7.35(e)) Relé 5, (7.35(f )) Relé 6.

Um pequeno aumento no alcance da zona de proteção dos dispositivos R3 e R4 foram

vericados quando a técnica adaptativa proposta é utilizada. Para uma falta bifásica para o

terra a 40% da linha protegida, verica-se que o dispositivo local (R3) que opera de acordo com
as técnicas tradicionais não elimina a condição de falha, enquanto que o dispositivo que atua
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 127

ajustado através da técnica adaptativa proposta consegue eliminar o defeito.

Uma última modicação é vericada no alcance do dispositivo R5 que passa de 25% para

33%. As simulações mostraram que uma falta bifásica sem conexão com o terra a 25% da linha
protegida deixa de ser eliminada pelo dispositivo de proteção que atua conforme as técnicas

tradicionais de coordenação, enquanto que o dispositivo que opera de acordo com a técnica

proposta apresenta atuação normal.

Tabela 7.19: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto
e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 quando da
saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 95, 6% 96, 8% 100% 100%

Trifásicas 92, 5% 90, 8% 100% 100%

7.3.3 Perda de Um dos Geradores da Geração Distribuída

Assim como a entrada de uma planta de geração distribuída, a saída da mesma é evento

comum no sistemas elétricos de potência. Por ser uma fonte também para curto-circuitos na

rede, a perca de uma unidade de geração distribuída pode acarretar problemas no desempenho

do sistema de proteção. Para analisar o comportamento desse fenômeno quando a técnica

adaptativa proposta é utilizada o gerador conectado a barra CZA foi retirado da rede e o

comportamento do sistema de proteção baseado nas técnicas tradicionais de proteção e na

técnica adaptativa foram avaliados.

Com a saída do gerador da rede, a corrente vista por cada dispositivo de proteção é mostrado

na Figura 7.37.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 128

Falta bifásico a 90% da linha TBM-PCA circuito 1 Falta trifásica a 25% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 55% da linha TBM-PCA circuito 1
R1L = 2488 @ -56° A R2L = 443 @ -53° A R3L = 818 @ -56° A R1L = 1286 @ -66° A R2L = 4376 @ -74° A R3L = 1824 @ -72° A R1L = 2944 @ -40° A R2L = 316 @ -32° A R3L = 581 @ -38° A
R1R = 3139 @ -124° A R2L = 443 @ 127° A R3L = 818 @ 124° A R1R = 1286 @ 144° A R2L = 1762 @ 110° A R3L = 1824 @ 108° A R1R = 2459 @ 136° A R2L = 316 @ 148° A R3L = 581 @ 142° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta bifásica para o terra a 40% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 25% da linha TDB-CTO Falta trifásica na barra CPD
R1L = 960 @ -52° A R2L = 3251 @ -56° A R3L = 1643 @ -73° A R1L = 642 @ -34° A R2L = 1307 @ -43° A R3L = 2738 @ -40° A R1L = 1848 @ -69° A R2L = 1005 @ -69° A R3L = 1899 @ -73° A
R1R = 960 @ 128° A R2L = 1936 @ 125° A R3L = 1643 @ 107° A R1R = 642 @ 146° A R2L = 1307 @ 137° A R3L = 2878 @ 146° A R1R = 1848 @ 111° A R2L = 1005 @ 111° A R3L = 1899 @ 107° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Adaptativo Tradicional

Figura 7.36: Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.31 quando da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA.

600
200

400 150

100
200
I(R1)
Corrente (A)

50 I(R )
Corrente (A)

3
abs(I(R1))
0 abs(I(R ))
3
I(R2) 0
I(R )
4
abs(I(R2))
abs(I(R ))
−50 4
−200

−100
−400
−150

−600
0 50 100 150 200 −200
Tempo (ms) 0 50 100 150 200
Tempo (ms)

(a) (b)
300

200

100
Corrente (A)

−100
I(R )
5
abs(I(R ))
5
−200
I(R )
6
abs(I(R ))
6
−300
0 50 100 150 200
Tempo (ms)

(c)
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 129

Os ajustes obtidos através da técnica adaptativa proposta são mostrado na Tabela 7.20.

Conforme pode-se observar, um aumento no alcance da unidade instantânea de sobrecorrente

é vericado praticamente todos os relés da rede. Entretanto, a corrente de pick-up não sofre

modicações tão relevantes quanto o alcance da unidade. Para essa situação, o desempenho

do sistema de proteção foi analisado para algumas faltas e os resultados são apresentados na

Tabela 7.21 e um resumo dos mesmos na Figura 7.38.

Tabela 7.20: Alcance e correntes de pick-up das unidades de sobrecorrente instantâneas dos
dispositivos de proteção do sistema da Figura 7.31 obtidos pela técnica adaptativa proposta
quando da perca do gerador conectado na barra CZA.

Relé h (%) Ipick−up (A)

Local 78 2000
R1
Remoto 39 2820

Local 45 3250
R2
Remoto 42 2285

Local 29 2850
R3
Remoto 42 3100

Tabela 7.21: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto
e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 quando da
perca do gerador conectado na barra CZA.

Falta Tradicional Proposto

Interna Externa Interna Externa

Monofáscias 100% 100% 100% 100%

Bifásicas 95, 6% 96, 8% 100% 100%

Trifásicas 99, 5% 100% 100% 100%

Conforme observa-se na Figura 7.38 o sistema de proteção tradicional não atua para uma

falta trifásica a 90% do circuito 1 entre as barras T BM e P CA, enquanto que os dispositivos

que operam de acordo com a técnica adaptativa proposta esta condição de falta é eliminada.

Fato semelhante ocorre para uma falta bifásica a 55% da mesma linha.
Capítulo 7  Apresentação e análise dos resultados 130

Falta bifásica a 90% da linha TBM-PCA circuito 1 Falta trifásica a 25% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 55% da linha TBM-PCA circuito 1
R1L = 1826 @ -58° A R2L = 579 @ 127° A R3L = 1064 @ 122° A R1L = 1054 @ 113° A R2L = 5129 @ -73° A R3L = 1585 @ 108° A R1L = 2805 @ -41° A R2L = 232 @ 151° A R3L = 411 @ 144° A
R1R = 5360 @ 122° A R2L = 579 @ 126° A R3L = 1064 @ 122° A R1R = 1054 @ 113° A R2L = 1698 @ 110° A R3L = 1585 @ 108° A R1R = 2571 @ 138° A R2L = 232 @ 151° A R3L = 411 @ 144° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Falta bifásica para o terra a 40% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 25% da linha TDB-CTO Falta trifásica na barra CPD
R1L = 766 @ -36° A R2L = 3495 @ -42° A R3L = 1426 @ 141° A R1L = 476 @ -34° A R2L = 1392 @ -42° A R3L = 2909@ -40° A R1L = 1545 @ -70° A R2L = 833 @ 112° A R3L = 1551 @ 108° A
R1R = 766 @ -36° A R2L = 1822 @ 140° A R3L = 1426 @ 141° A R1R = 476 @ -34° A R2L = 1392 @ -42° A R3L = 2622 @ 137° A R1R = 1545 @ -70° A R2L = 833 @ 112° A R3L = 1551 @ 108° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)

Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)

Adaptativa Tradicional

Figura 7.38: Resumo da performance de operação dos dispositivos de proteção do sistema da


Figura 7.31 quando da perca do gerador conectado na barra CZA.

7.4 RESUMO

Neste capítulo foram analisadas os desempenhos dos sistemas de proteção baseados na

técnica tradicional e na técnica adaptativa proposta para determinação da corrente de pick-up

da unidade instantânea de sobrecorrente de sistemas de distribuição com e sem a presença da

geração distribuída. Para tanto foram realizadas simulações de faltas em um sistema ctício e

um real operado pela EDAL.

A partir da análise dos resultados obtidos, verica-se que em todos os casos analisados o

sistema proposto garantiu a coordenação e a seletividade entre os dispositivos de proteção que

compõem a rede. Para o sistema baseado nas técnicas tradicionais de proteção em alguns casos

vericou-se a perca da seletividade do sistema.

Além de garantir coordenação e seletividade destaca-se ainda que os sistema de proteção

adaptativa proposto permite a obtenção dos ajustes das unidades de sobrecorrente de forma

automática em um processo mais simples e rápido que o utilizado pela técnica tradicional.
CAPÍTULO 8

CONCLUSÕES

Esta tese apresentou um método auto-adaptativo para determinação dos ajustes das unidades

instantâneas dos relés de sobrecorrente. A técnica proposta diferencia-se das técnicas listadas

na literatura em três pontos principais:

ˆ Uso de valores de tensão e corrente vistos pelo próprio relé para determinar os equivalentes

de rede no local onde está instalado;

ˆ Apresenta uma arquitetura distribuída na qual as tomadas de decisão são feitas com base

em três agentes sicamente distintos;

ˆ Adota a corrente de carga como indicador da topologia da rede, ao invés do uso de

correntes de curto-circuito, como é feito na maioria dos trabalhos analisados.

O primeiro ponto no qual destaca-se diferença neste trabalho, permite que o sistema de

proteção torne-se na prática independente de informações que tradicionalmente são tidas como

dados de entradas para os relés convencionais. Com a determinação baseada em procedimentos

estatísticos dos equivalentes redes, os engenheiros de proteção passam a precisar listar informa-

ções apenas relativas aos dados da linha e a constante de seletividade que o relé deve assumir.

A segunda diferença vem de encontro a um paradigma de todo sistema automático. Sabe-

se que quanto mais espaços são os agentes, isto é, quanto maior for o grau de independência

entre eles, melhor será o desempenho em termos de segurança do sistema como um todo. Ao

concentrar as análises a respeito do CCO em um único equipamento dedicado a este m torna-se

possível, além do já mencionado, concebê-lo com a tecnologia de processamento digital de sinais

disponível atualmente. Logo, os agentes que compõem a arquitetura do sistema de proteção

adaptativa proposto não foram idealizados com base em valores não realizáveis na prática de,

por exemplo, taxa de amostragem, armazenamento de memória, entre outros.

131
Capítulo 8  Conclusões 132

Tradicionalmente os estudos de coordenação da proteção são realizados em função de valores

de correntes de curto-circuito obtidos em pontos determinados do sistema elétrico. Observou-se,

sobretudo, que o uso da corrente de curto-circuito não reete todas as modicação topológicas

que a rede possa sofrer, uma vez que são baseadas em equivalentes de Thévennin e estes, por

sua vez, concentram-se na parte à montante do ponto de interesse. Já a corrente de carga é

um parâmetro que reete o sistema elétrico tanto à montante quanto à jusante do ponto de

instalação do relé tornando-se assim um parâmetro que atende as necessidades do problema de

determinação automática dos ajustes dos relés de sobrecorrente.

O trabalho concentrou-se no desenvolvimento matemático de equações que tornassem pos-

sível o uso da técnica em sistema de distribuição sem e com a presença de geração distribuída

ao longo da rede. Como já abordado, no primeiro caso, sistemas sem a presença de geração

distribuída, não há a necessidade de projeto de relés do tipo direcional, uma vez que o uxo

de corrente é conhecido previamente. Já no segundo caso, como não há o conhecimento pré-

vio do sentido da corrente, há a necessidade do uso conjunto com a função de sobrecorrente

instantânea da função direcional.

Os resultados obtidos para o sistema de distribuição sem geração distribuída estão em per-

feito acordo com os resultados esperados. Não foram vericadas discrepâncias entre os valores

obtidos para a corrente de picku-up e para o alcance máximo da unidade instantânea quando

comparados os resultados com as das técnicas tradicionais quando comparados os circuitos em

seu regime permanente, isto é, considerando a topologia nal da rede como entrada para o

método de coordenação tradicional.

Quanto aos sistemas de distribuição com a presença da geração distribuída, vericou-se

que o sistema de proteção adaptativa proposto apresentou desempenho melhor que o sistema

baseado nas técnicas tradicionais não atuou para faltas dentro da sua zona de proteção e chegou

a apresentar perda de seletividade para alguns casos simulados.

Vislumbra-se que com o amadurecimento da técnica desenvolvida a realização de estudos

de coordenação possa tornar-se uma atividade bem mais simples do que a forma como é feita

atualmente. Os resultados obtidos comprovam que a técnica é factível tanto em termos de

segurança, quer seja com relação a coordenação e seletividade dos relés, ou contra panes nos

equipamentos que fazem parte da arquitetura de proteção adaptativa proposta.


Capítulo 8  Conclusões 133

Diante do exposto, visando consolidar o método proposto, propõe-se como continuação do

estudo proposto nesta tese a realização das seguintes etapas:

ˆ Utilizar o sistema de proteção adaptativa para desenvolver um sistema automático de

determinação de outras funções de proteção como: sobrecorrente temporizada, distância

e diferencial;

ˆ Avaliar a inuência das componentes harmônicas da determinação dos equivalentes de

rede do sistema;

ˆ Avaliar a inuência da saturação dos transdutores da rede no desempenho do sistema

proposto;

ˆ Implementar o método proposto em um simulador digital em tempo real de sistemas

elétricos de potência;

ˆ Implementar o sistema de comunicação entre as camadas dos dispositivos que formam o

sistema de proteção adaptativa utilizando protocolos da área, tais como o IEC-61850;

ˆ Avaliar o desempenho do método com dados reais provenientes de RDP ou de relés;

ˆ Desenvolver dispositivos baseados em microprocessadores que desempenhem as funções

de cada componente do sistema de proteção adaptativa proposto.


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APÊNDICE A

PUBLICAÇÕES ASSOCIADOS AO PROJETO DE


DOUTORADO

A.1 TRABALHOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS INTERNACIONAIS

SOUZA Jr., F. C.; SOUZA, B. A. An overcurrent relay model to adaptive protection applica-

tions. Przeglad Elektrotechniczny, v. 1, p. 173-176, Abril, 2016, DOI: 10.15199/48.2016.04.37.

A.2 TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS NACIONAIS E INTER-


NACIONAIS

SOUZA JR., F. C.; SOUZA, B. A. Esquema de proteção adaptativa aplicada a proteção

instantânea de sobrecorrente. In: Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA

2012. [S.l.: s.n.], 2012. p. 4522-4528.

SOUZA JR., F.; SOUZA, B. Adaptive overcurrent adjustment settings: A case study using

RTDS In: Innovative Smart Grid Technologies Latin America (ISGT LA), 2013 IEEE PES

Conference On. [S.l.: s.n.], 2013. p. 1-5.

SOUZA Jr, F.; SANCA, H.; COSTA, F.; SOUZA, B. Adaptive instantaneous overcurrent

powered by frequency estimation: a case study using a real brazilian system. In: International

Conference on Power Systems Transients, 2015. IPST. [S.l.: s.n.], 2016.

SANCA, H.; SOUZA Jr, F.; COSTA, F.; SOUZA, B. Comparison frequency estimation

methods on adaptive protection architecture applied on systems with distributed generation. In:

13th IET International Conference on Develpment in Power System Protection . [S.l.: s.n.],

2016.

SOUZA Jr, F.; SANCA, H.; COSTA, F.; SOUZA, B. Adaptive Instantaneous Overcurrent

Powered by Frequency Estimation: a Case Study Using a Real Brazilian System. In: IEEE PES

143
Apêndice A  Publicações Associados ao Projeto de Doutorado 144

Transmission and Distribution Conference and Exposition (TeD), 2016.

SOUZA Jr, F.; SANCA, H.; COSTA, F.; SOUZA, B. Proteção Adaptativa de Sobrecorrente

em Sistemas de Distribuição Baseado em Algoritmos Genéticos. In: Simpósio Brasileiro de

Sistemas Elétricos (SBSE), 2016.


APÊNDICE B

EQUIVALENTES DE REDE

B.1 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Seja um sistema de distribuição simples, representado conforme a Figura B.1. Aplicando a

lei de Kircho das malhas para o sistema tem-se:

Z1 ZLT

Î1 +
Ê1 V
^
ZC
-
Figura B.1: Sistema de distribuição simplicado.

b1 − Z1 Ib1 = Vb ,
E (B.1)

Acrescentando uma variação às grandezas fasoriais de (B.1) tem-se:

∆E b1 − Z1 (∆Ib1 + Ib1 ) = ∆Vb + Vb ,


b1 + E (B.2)

Subtraindo (B.2) por (B.1) tem-se:

b1 − Z1 × ∆Ib1 = ∆Vb ,
∆E (B.3)

Pode-se multiplicar (B.3) pela variação da impedância da carga ZC . Realizando esse pro-

cedimento pode-se destacar:

∆ZC × ∆E
b1 − Z1 × ∆Ib1 ∆ZC = ∆Vb ∆ZC , (B.4)

145
Apêndice B  Equivalentes de Rede 146

Aplicando a função da covariância a todos os termos de (B.4) observa-se que como não há

correlação entre a impedância da carga e fonte equivalente do sistema, a correlãção entre esses

dois termos será zero. Logo, Pode-se escrever:

− Z1 × COV (∆Ib1 ∆ZC ) = COV (∆Vb ∆ZC ), (B.5)

Isolando Z1 em (B.5), tem-se:

COV (∆Vb ∆ZC )


Z1 = − , (B.6)
COV (∆Ib1 ∆ZC )
Substituindo Z1 em (B.1), pode-se obter a expressão para determinação da fonte equivalente
do sistema:

b1 = V × COV (∆I1 ∆ZC ) − COV (∆V ∆ZC ) × I1 ,


b b b
E (B.7)
COV (∆Ib1 ∆ZC )

B.2 BARRAS DE CARGA

Considere um sistema genérico qualquer. Para determinação dos parâmetros dos dispositivos

de proteção é interessante que este seja simplicado e representado na forma mostrada na Figura

B.2.

Z1 Z2

+
Ê1 ZL Ê2
V
-
Figura B.2: Equivalente por fase de uma linha de transmissão do sistema.

Aplicando a Lei de Kirchho das tensões às duas malhas da Figura B.2 tem-se o seguinte:

b1 − Z1 (Ib2 + IbL ) = Vb
E (B.8)

Vb = Z2 Ib2 − E
b2 (B.9)
Apêndice B  Equivalentes de Rede 147

Onde:

Ib2 - corrente que circula pelo equivalente 2

IbL - corrente que circula pela carga

Resolvendo (B.9) para IbL e substituindo em (B.8) tem-se:

   
Z1 + Z2 Z1
E
b1 = Z1 IbL + Vb − E
b2 (B.10)
Z2 Z2

Considerando que as fontes equivalentes apresentam uma variação incremental em sua am-

plitude, todas as correntes da rede também seriam incrementadas por um valor incremental.

Assim, considerando esse valor incremental (B.10) pode ser reescreta por:

   
Z1 + Z2 Z1
E
b1 + ∆E
b1 = Z1 (IbL + ∆IbL ) + (Vb + ∆Vb ) − (E
b2 + ∆E
b2 ) (B.11)
Z2 Z2

Fazendo a subtração de (B.11) por (B.10), tem-se:

   
Z1 + Z2 Z1
∆E
b1 = Z1 ∆IbL + ∆Vb − ∆E
b2 (B.12)
Z2 Z2

Sendo ∆ZL uma variação incremental da impedância da carga, multiplicando todos os

termos de (B.12) tem-se:

   
Z1 + Z2 Z1
∆ZL ∆E
b1 = Z1 ∆IbL ∆ZL + ∆Vb ∆ZL − ∆E
b2 ∆ZL (B.13)
Z2 Z2

Observa-se em (B.13) que há alguns termos em que as variações de uma variável não tem

relação com a outra, ou seja, são variáveis independentes. Assim, aplicando o princípio da cova-

riância à (B.13) os termos onde há a multiplicação entre variaváeis independentes, a covariância

será nula. Logo, pode-se reescrever (B.13) da seguinte forma:

 
Z1 + Z2
0 = Z1 × COV (∆IbL , ∆ZL ) + × COV (∆Vb , ∆ZL ) (B.14)
Z2

Reescrevendo (B.14) chega-se a seguinte a relação entre as impedâncias dos equivalentes da

rede.
Apêndice B  Equivalentes de Rede 148

Z1 + Z2 COV (∆IbL , ∆ZL )


=− (B.15)
Z2 Z1 COV (∆Vb , ∆ZL )

De maneira análogo para a supermalha da Figura B.2 chega-se a seguinte relação:

Z1 × {COV (∆IbL , ∆ZL ) + COV (∆Ib2 , ∆ZL )} = −Z2 × COV (∆Ib2 , ∆ZL ) (B.16)

De posse de (B.15) e (B.16), é possível chegar as seguintes relações para as impedâncias dos

equivalentes.

COV (∆Vb , ∆ZL )


Z2 = (B.17)
COV (∆Ib2 , ∆ZL )

COV (∆Vb , ∆ZL )


Z1 = (B.18)
COV (∆Ib2 , ∆ZL ) + COV (∆IbL , ∆ZL )

Agora que as impedâncias equivalentes são conhecidas as fontes equivalentes podem ser

obtidas por meio de (B.8) e (B.9).

B.3 LINHAS DE TRANSMISSÃO

Considere que no sistema mostrado na Figura B.3 a diferença de tensão entre as barras 1 e

2 dada pela variável V. A análise da malha resulta na seguinte equação:

1 ZL 2

+ Î1 +
Z1 Z2
^ ^
V1 V2
Ê1 Ê2
- -
Figura B.3: Sistema de transmissão simplicado.

b1 − Z1 Ib1 − Vb − Z2 Ib2 − E
E b2 = 0 (B.19)
Apêndice B  Equivalentes de Rede 149

Repetindo a mesma consideração de que as por meio de uma variação incremental das

fontes equivalentes a corrente do sistema também sofrerá uma variação, e multiplicando todos

os termos por uma variação da impedância da linha, pode-se reescrever (B.19) como:

E b1 − (Ib1 + ∆Ib1 ) × (Z1 + Z2 ) − (Vb + ∆Vb ) − (E


b1 + ∆E b2 + ∆E
b2 ) = 0 (B.20)

Subtraindo (B.20) de (B.19) tem-se:

∆ZLT × ∆E
b1 − ∆ZLT × ∆E
b2 − ∆ZLT × ∆Ib1 × (Z1 + Z2 ) − ∆ZLT × ∆Vb = 0 (B.21)

Utilizando o operador da covariância observa-se mais uma vez a não correlação entre a

variação da impedância com as fontes equivalentes. Logo, cada um desses termos será nula e a

(B.21) pode ser reescrita por:

COV (∆ZLT × ∆Vb )


Z1 + Z2 = − (B.22)
COV (∆ZLT × ∆Ib1 )

Para solucionar o problema de (B.22) pode-se fazer a análise da malha só até a barra 1.
Realizando o mesmo procedimento feito para (B.19) obtem-se:

COV (∆ZLT × ∆Vb1 )


Z1 = − (B.23)
COV (∆ZLT × ∆Ib1 )

Substituindo (B.24) em (B.22) pode-se obter a impedância do equivalente 2.

COV (∆ZLT × ∆Vb1 ) − COV (∆ZLT × ∆Vb )


Z2 = (B.24)
COV (∆ZLT × ∆Ib1 )
APÊNDICE C

RELÉS DIRECIONAIS

Os relés direcionais operam enxergando a corrente de curto-circuito em apenas um sentido.

Esses dispositivos possuem duas entradas: a grandeza de operação e a de polarização. Na

prática, os relés direcionais podem ser de dois tipos: corrente-corrente e tensão-corrente. Os

primeiros possuem sinais de corrente tanto como grandeza de operação, quanto de polarização.

Já os segundos, mais comuns na prática, possuem um sinal de corrente como grandeza de

operação e um sinal de tensão como grandeza de polarização. Esse dispositivo é geralmente

utilizado em conjunto com outros relés de proteção, como o de sobrecorrente ou o de distância

que irão realmente classicar a condição de falta enquanto a unidade direcional identica o

sentido da corrente ou da potência, conforme o tipo de relé.

Matematicamente, a sensibilidade do dispositivo de proteção é dada por (C.1).

H = E1 × E2 cos(θ − τ ) (C.1)

onde:

E1 e E2 são as grandezas de polarização e de operação, respectivamente;

θ é a diferença entre os ângulos das grandezas de polarização e de operação;

τ é o ângulo de máxima sensibilidade do relé.

Para um relé tensão-corrente, isto é:

E1 = Tensão de polarização = VP OL

E2 = Corrente de operação = IOP

O diagrama fasorial de atuação do relé é mostrado na Figura C.1.

150
Apêndice C  Relés direcionais 151

Região de
ATUAÇÃO
Reta de MÁXIMA
Região de Sensibilidade
NÃO-ATUAÇÃO IOP
Qt
VPOL

Reta de MÍNIMA
Sensibilidade

Figura C.1: Diagrama fasorial de um relé direcional tipo tensão-corrente.

A operação dos dispositivos diferenciais se dá de acordo com o tipo de conexão dos trans-

dutores de tensão e de corrente. As conexões mais comuns desse tipo de dispositivo são: 90o ,
60o , 30o e 0o . Essa diferença é obtida considerando um sistema com fator de potência unitário

e sequência positiva. A conexão de 0o é utilizada em sistemas que possuam transformadores de

potencial monofásicos, por isso não será abordado nesta tese.

De acordo com a conexão das grandezas de operação e de polarização e com a escolha do

ângula de máxima sensibilidade do relé, o dispositivo torna-se mais ou menos sensível, conforme

pode-se observar na Figura C.1 dependendo da direção da corrente de falta. Essa conexão é

realizada combinando sinais de tensão e de corrente conforme apresentado a seguir.

Na prática, os ângulos de sensibilidade dos relés direcionais variam na faixa de 20o a 80o ,
enquanto que a faixa de atuação na prática varia entre −120o e 120o em relação à reta de

máxima sensibilidade (ALMEIDA, 2000). Assim, a região de atuação prática de um dispositivo

direcional é mostrado na Figura C.2.

CONEXÃO 90O

Nessa conexão, a corrente de operação deve está 90o adiantada em relação a tensão de

polarização. Um exemplo de conexão desse tipo de ligação é o mostrado na Figura C.3. A

depender do ângulo de torque máximo, dispositivos ajustados com essa conexão são comumente

utilizados para congurar atuações do relé direcional quando correntes de curto-circuito no

sentido anti-horário proveem das condições de falta.


Apêndice C  Relés direcionais 152

Região de
ATUAÇÃO Reta de MÁXIMA
Sensibilidade
IOP
Região de
NÃO-ATUAÇÃO Qt
VPOL

Reta de MÍNIMA
Sensibilidade

Figura C.2: Diagrama fasorial prático de um relé direcional tipo tensão-corrente com região de
o o
atuação entre −120 e 120 .

^
Va
A
B Îa
^
Vbc
C
^
Îc Îb ^
Vc Vb

Relé
67
Figura C.3: Esquema de ligação de relé direcional a 90o .

CONEXÃO 60O

Nessa conexão, a corrente de operação deve está 60o adiantada em relação a tensão de

polarização. Um exemplo de conexão desse tipo de ligação é o mostrado na Figura C.4.

A
^
Va
B ^ ^ +V
^
bc

Vac V ac

C Îa
60°
^
Vbc
^
Îc Îb ^

^ ^
Vc Vb
Vac+Vbc
Relé
67
Figura C.4: Esquema de ligação de relé direcional a 60o .
Apêndice C  Relés direcionais 153

CONEXÃO 30O

Nessa conexão, a corrente de operação deve está 30o adiantada em relação a tensão de

polarização. Um exemplo de conexão desse tipo de ligação é o mostrado na Figura C.5. Esse

tipo de ligação é mais adequado para conguração do relé direcional para correntes de falta no

sentido horário.

A ^

ac
Va

V^
B Îa
30°

C
^
Îc Îb ^
Vc Vb

Relé
67
Figura C.5: Esquema de ligação de relé direcional a 30o .

Os exemplos de conexão apresentados acima consideram apenas uma fase do sistema de

potência. Para o caso em que a rede pode ser considerada balanceada essas congurações se

adequam a todos os tipos de falta. Esse é o caso da maioria dos sistemas de transmissão.

Entretanto, para a maioria dos sistemas de distribuição, o balanceamento das cargas nem

sempre é suciente para que possa-se fazer a mesma consideração que a feita para os sistemas

de transmissão.

A Tabela C.1 apresenta o resumo das grandezas de operação e polarização para todas as

fases e as três conexões apresentadas acima.

O ajuste da unidades de neutro dos dispositivos de direcionais de sobrecorrente apresentam

algumas diferenças em relação aos ajustes das unidades de fase. Este fato se dá, entre outras

razões, pela existência de componentes de sequência zero durante a ocorrência de de faltas,

enquanto que durante a operação normal do sistema essa componente assume valores muito

baixos. Desse modo, o ajuste da unidade de neutro dos dispositivos de sobrecorrente direcionais

devem ser bem mais seletivos que os dispositivos de fase.


Apêndice C  Relés direcionais 154

Tabela C.1: Polarização dos relés .

Conexão Operação Polarização

IˆA V̂AC
30o IˆB V̂BA
IˆC V̂CB

IˆA V̂AC + V̂BC


60o IˆB V̂AB + V̂BC
IˆC V̂AC + V̂CB

IˆA V̂BC
90o IˆB V̂CA
IˆC V̂AB

A proteção de sobrecorrente de fase em conjunto com a função direcional pode ser obtida

através da conexão com a tensão de neutro V̂n como grandeza de polarização e a corrente de

neutro Iˆn como grandeza de operação (PHADKE; THORP, 1990). A proteção direcional de

sobrecorrente pode ser obtida de maneira adequada utilizado-se dois relés de fase e um relé de

neutro, isto é, tanto faltas entre fases quanto faltas que envolvam o neutro serão identicadas

e eliminadas.
APÊNDICE D

DETALHES DO REGIONAL MACEIÓ

D.1 DIAGRAMA UNIFILAR

155
Apêndice D  Detalhes do Regional Maceió 157

D.2 ENTRADA DE ROTINA DE FLUXO DE CARGA (ANAREDE)

TITU
REG . MACEIÓ : ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA COM PATAMAR DE CARGA MÁXIMA - JAN 2013
DOPC IMPR
( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E
FLAT L QLIM L VLIM L CREM L CTAP L STEP L NEWT L RCVG L RMON L TAPD L
MFCT L
99999
DCTE
( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val )
BASE 100. DASE 100. TEPA .0001 EXST 4. TETP 5. TBPA 5.
TLPP 1. TEPR .0001 QLST 4. TLPR 1. TLPQ 2. TSBZ .01
TSBA 5. ASTP .05 VSTP 5. TLVC .005 TLTC .01 TSFR .1 E -7
ZMAX 500. TLPV .5 VDVM 200. VDVN 40. TUDC .001 TADC .01
PGER 30. TPST 2. VFLD 70. ZMIN .001 HIST 470 LFIT 10
ACIT 90 LFCV 1 DCIT 10 VSIT 10 LPIT 50 LFLP 10
PDIT 1 LCRT 96 LPRT 60 CSTP .01745 ASDC 1.
ICIT 30 DMAX 5 FDIV 2. ICMN .05 VART 5. TSTP 33
ICMV .5 APAS 90. CPAR 70. VAVT 2. VAVF 5. VMVF 15.
VPVT 2. VPVF 5. VPMF 10. VSVF 20. VINF 1. VSUP 1.
TLSI 0. VPVF 5. VPMF 10. VSVF 20. VINF 1. VSUP 1.
99999
DBAR
( Num ) OETGb ( nome ) Gl ( V )( A )( Pg )( Qg )( Qn )( Qm )( Bc )( Pl )( Ql )( Sh ) Are ( Vf ) M (1)(2)(3)(4)(5)(6)
1000 L2 3 MCO - CHESF 31020 0.245.555.66 -999999999 1100 11000
1100 L1 3 SEC . TBM 31029 -.13 0. 0. 0. 0. 21000
1101 L 3 TBM FIC 31029 -.13 21000
1105 L 1 TBM 1 11014 -3.9 25.7510.97 6.1 21000
1106 L 1 TBM 2 11014 -3.9 25.7510.97 6.1 21000
1110 L 3 BBE 69 31016 -1.3 31000
1115 L 1 BBE 13 11011 -4.3 17.73 7.55 6.1 31000
1120 L 3 CRUZ_ALMAS69 31005 -2.2 41000
1125 L 1 CZA 1 1 997 -4.8 22.79 9.53 6.1 41000
1126 L 1 CZA 2 1 998 -5.2 19.91 7.8 5.59 41000
1130 L 3 PAJUSSARA_69 3 995 -3. 51000
1135 L 1 PJA 13 11000 -8.9 31.0513.23 6.1 51000
1140 L 3 PNO 69 31021 -1.1 61000
1145 L 1 PNO 3 11023 -3.6 11.19 6.11 6.6 61000
1146 L 1 PNO 2 11015 -3.9 14.94 8.15 6.65 61000
1147 L 1 PNO 1 11023 -3.6 11.19 6.11 6.6 61000
1160 L 3 PCA 31009 -1.8 71000
1165 L 1 PCA 11014 -3. 5.25 2.23 71000
1170 L 3 CPC 31008 -1.8 13.24 5.64 81000
1171 L 3 CPC -F 31009 -1.8 81000
1180 L 3 TDB 69 3 996 -3. 91000
1181 L 3 CTO 69 3 995 -3.2 91000
1182 L 1 CTO 13 11007 -5.1 17. 7.24 6.1 91000
1185 L 1 TDB 1 11000 -5.9 13.4 5.71 3.05 91000
1186 L 1 TDB 2 11007 -5.5 13.4 5.71 4.56 91000
99999
DLIN
( De )d O d( Pa ) NcEP ( R% )( X % )( Mvar )( Tap )( Tmn )( Tmx )( Phs )( Bc )( Cn )( Ce ) Ns ( Cq )(1)(2)(3)(4)(5)(6)
1000 1100 1 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 2 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 3 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 4 .0639.40498 .008 129 129 129
1100 1101 1 .001 .001 .1E -4 100 100 100
1100 1110 1 2.52046.0673 .1075 46 46 46
1100 1120 1 4.435214.695 .2763 80 80 80
1100 1120 2 4.556515.097 .2838 80 80 80
1100 1140 1 4.074310.184 .1738 46 46 46
1100 1140 2 4.046710.115 .1727 46 46 46
1100 1160 1 6.5467 15.76 .2793 46 46 46
1100 1160 2 6.5467 15.76 .2793 46 46 46
1100 1160 3 4.581 15.7 .284 80 80 80
1101 1105 1 40. 1. 20 20 20
1101 1105 2 82.4 1. 12 12 12
1101 1106 1 81.8 1. 12 12 12
1101 1106 2 40.1 1. 20 20 20
1110 1115 1 61.33 1. 20 20 20
1110 1115 2 61.33 1. 20 20 20
1110 1120 1 3.854 9.279 .164 46 46 46
Apêndice D  Detalhes do Regional Maceió 158

1120 1125 1 40. 1. 20 20 20


1120 1125 2 40. 1. 20 20 20
1120 1126 3 40. 1. 20 20 20
1120 1126 4 78.3 1. 12 12 12
1120 1130 1 1.425 4.882 .088 80 80 80
1130 1135 1 68.6 .9656 .9 1. -1135 20 2033 20
1130 1135 2 67.87 .9656 .9 1. -1135 20 2033 20
1140 1145 1 40.35 1. 20 20 20
1140 1146 2 66.2 1. 12 12 12
1140 1146 3 66.5 1. 12 12 12
1140 1147 4 40.15 1. 20 20 20
1160 1165 1 126. .985 5 5 5
1160 1165 2 63.89 .985 10 10 10
1160 1170 1 .21969.52885 .0094 46 46 46
1160 1171 1 .21969.52885 .0094 46 46 46
1160 1180 1 4.11419.9039 .1755 46 46 46
1160 1180 2 4.11419.9039 .1755 46 46 46
1180 1181 1 .6722.2974 .041 80 80 80
1180 1185 1 77.4 .985 12 12 12
1180 1185 2 75.4 .985 12 12 12
1180 1186 3 67.5 .985 12 12 12
1180 1186 4 65.1 .985 12 12 12
1181 1182 1 40. .985 20 20 20
1181 1182 2 40. .985 20 20 20
99999
DGER
( No ) O ( Pmn ) ( Pmx ) ( Fp ) ( FpR ) ( FPn ) ( Fa ) ( Fr ) ( Ag ) ( Xq ) ( Sno )
99999
DGLT
(G ( Vmn ) ( Vmx ) ( Vmne ( Vmxe
3 .95 1.05 .95 1.05
1 .95 1.05 .95 1.05
99999
DARE
( Ar ( Xchg ) ( Identificacao da area ) ( Xmin ) ( Xmax )
1 0. * CHESF *
2 0. * SUBESTAÇÃO TABULEIRO MARTINS *
3 0. * SUBESTAÇÃO BENEDITO BENTES *
4 0. * SUBESTAÇÃO CRUZ DAS ALMAS *
5 0. * SUBESTAÇÃO PAJUÇARA *
6 0. * SUBESTAÇÃO PINHEIRO *
7 0. * SUBESTAÇÃO PÓLO QUÍMICO *
8 0. * SUBESTAÇÃO CPC *
9 0. * SUBESTAÇÃO TRAPICHE DA BARRA *
99999
DGBT
(G ( kV )
3 69.
1 13.8
99999
FIM

D.3 ENTRADA DE ROTINA DE ESTUDO DE CURTO-CIRCUITO (ANAFAS)

(-- ------ ----- ------ -- Titulo do Caso --- ------


TITU
caso usuario de FRANCISCO
DBAR
(-- ------ ----- ------ -- Dados de Barra - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -)
( NB CEM BN VPRE ANG VBAS DISJUN DDMMAAAADDMMAAAA IA SA
( - - - -= -= ------------ - - - -==== ---- ------ - - - - - - - -======== --- --
1100 TAB . SECC - -69 69 1
1101 PAJUÇARA - -13 13.8 1
1102 CENTRO - - - -13 13.8 1
1105 TABULEI .1 -13 13.8 1
1106 TABULEI .2 -13 13.8 1
1110 BEN . BENT - -69 69 1
1115 BEN . BEN .1 -13 13.8 1
1116 BEN . BEN .2 -13 13.8 1
1120 CZ . ALMAS - -69 69 1
1125 CZ . ALMA .1 -13 13.8 1
Apêndice D  Detalhes do Regional Maceió 159

1126 CZ . ALMA .2 -13 13.8 1


1130 PAJUÇARA - -69 69 1
1135 PAJUÇARA - -13 13.8 1
1140 PINHEIRO - -69 69 1
1145 PINHEI .3 - -13 13.8 1
1146 PINHEI .2 - -13 13.8 1
1147 PINHEI .1 - -13 13.8 1
1160 PCA - - - - - - -69 69 1
1165 PCA - - - - - - -13 13.8 1
1170 CPC - - - - - - -69 69 1
1180 TRAP . BAR - -69 69 1
1185 TRAP . BA .1 -13 13.8 1
1186 TRAP . BA .2 -13 13.8 1
1190 CENTRO - - - -69 69 1
1195 CENTRO - - - -13 13.8 1
99999
DCIR
(-- ------ ----- ----- --- Dados de Circuitos ----- ----- ------ ----- ------ ----- ----- ---
( BF CE BT NCT R1 X1 R0 X0 CN S1 S0 TAP TB TCIA DEFE KM
( - - - -= -===== - -= - - - - - -====== - - - - - -====== - - - - - -===== - - - - -===== - - - - -== - - -=== -====
1100 D 0 1G .311195.80751.317444.675 1
1100 0 2G 315.6944999999999999 1
1100 1110 1 2.606 6.366 6.75325.056 LIN 1
1100 1120 1 4.61715.10114.95161.687 LIN 1
1100 1120 2 4.74315.51415.35963.373 LIN 1
1100 1140 1 42710.43111.06541.057 LIN 1
1100 1140 2 4.24110.361 109940.779 LIN 1
1100 1160 1 6.76816.53417.53565.074 1
1100 1160 2 6.76816.53417.53565.074 LIN 1
1106 1105 1 L0 .00010.00010.00010.0001 1
1110 1120 1L 3.985 9.73510.32638.318 0
1116 1115 1 L0 .00010.00010.00010.0001 1
1120 1130 1 1.494 5.005 4.84620.111 LIN 1
1126 1125 1 L0 .00010.00010.00010.0001 1
1135 1101 1L 0.001 0.001 0
1135 1101 2L 0.001 0.001 0
1145 1146 1 L0 .00010.00010.00010.0001 1
1146 1147 1 L0 .00010.0001 0.0001 1
1160 1170 1 0.227 0.555 0.589 2.184 LIN 1
1160 1170 2 0.227 0.555 0.589 2.184 LIN 1
1160 1180 1 4.25410.39111.02240.898 LIN 1
1160 1180 2 4.25410.39111.02240.898 LIN 1
1180 1190 1 L0 .70452.30422.28189.4132 1
1186 1185 1 L0 .00010.00010.00010.0001 1
1195 1102 1L 0.001 0.001 0
1100 1105 1T 4000999999999999 TRF 1 30
0 1105 T999999999999 4000 TRF 1100 1 1
1100 D 1105 2T 6592999999999999 TRF 1 30
0 D 1105 T999999999999 6592 TRF 1100 2 1
1100 1106 1T 4000999999999999 TRF 1 30
0 1106 T999999999999 4000 TRF 1100 1 1
1100 D 1106 2T 4115999999999999 TRF 1 30
0 D 1106 T999999999999 4115 TRF 1100 2 1
1110 1115 1T 4600999999999999 TRF 1 30
0 1115 T999999999999 4600 TRF 1110 1 1
1110 1116 1T 6010999999999999 TRF 1 30
0 1116 T999999999999 6010 TRF 1110 1 1
1120 1125 1T 6320999999999999 TRF 1 30
0 1125 T999999999999 6320 TRF 1120 1 1
1120 1125 2T 4000999999999999 TRF 1 30
0 1125 T999999999999 4000 TRF 1120 2 1
1120 1126 1T 6328999999999999 TRF 1 30
0 1126 T999999999999 6328 TRF 1120 1 1
1120 1126 2T 6264999999999999 TRF 1 30
0 1126 T999999999999 6264 TRF 1120 2 1
1130 1101 2T 5780999999999999 TRF 1 30
0 1101 T999999999999 5780 TRF 1130 2 1
1130 1135 1T 5900999999999999 TRF 1 30
0 1135 T999999999999 5900 TRF 1130 1 1
1140 1145 1T 4015999999999999 TRF 1 30
0 1145 T999999999999 4015 TRF 1140 1 1
1140 1146 1T 6608999999999999 TRF 1 30
0 1146 T999999999999 6608 TRF 1140 1 1
1140 1146 2T 6620999999999999 TRF 1 30
Apêndice D  Detalhes do Regional Maceió 160

0 1146 T999999999999 6620 TRF 1140 2 1


1140 1147 1T 4035999999999999 TRF 1 30
0 1147 T999999999999 4035 TRF 1140 1 1
1160 1165 1T 12600999999999999 TRF 1 30
0 1165 T999999999999 12600 TRF 1160 1 1
1160 1165 2T 6389999999999999 TRF 1 30
0 1165 T999999999999 6389 TRF 1160 2 1
1180 1185 1T 5024999999999999 TRF 1 30
0 1185 T999999999999 5024 TRF 1180 1 1
1180 1185 2T 6032999999999999 TRF 1 30
0 1185 T999999999999 6032 TRF 1180 2 1
1180 1186 1T 5400999999999999 TRF 1 30
0 1186 T999999999999 5400 TRF 1180 1 1
1180 1186 2T 5208999999999999 TRF 1 30
0 1186 T999999999999 5208 TRF 1180 2 1
1190 1102 2T 4295999999999999 1 30
0 1102 T999999999999 4295 1190 2 1
1190 1195 1T 4305999999999999 1 30
0 1195 T999999999999 4305 1190 1 1
1100 0 1 H9999999999991 .317444.675 1
99999
DMUT
(-- ------ ----- ----- ------ --- Dados de Mutua ---------------------------------
( BF1 CE BT1 N1 BF2 BT2 N2 RM XM I1 F1 I2 F2 IA SA
( - - - -= -===== == - - - - - ===== == - - - - - -====== - - - - - -====== - - - - - -====== - - - ==
99999
DMOV
(-- ------ ----- ----- --- Dados de Protecao MOV - ----- ---
( BF CE BT NC VBAS Ipr Imax Emax Pmax Vpr TEMPO D
( - - - -= -===== -- ==== -------- ======== -------- ======== -------- ===== -
99999
DSHL
(-- ------ ----- ------ ----- Dados de Shunt de Linha - ----- ----- ------ ----- --
( BF E BT NCLNG Qpos L Rn Xn E Nome NunNop AAA
(==== =--- -- == -== ====== = - - - - - -====== -====== === - - - ===
99999
ÍNDICE REMISSIVO

Símbolos concentrada, 7, 63

Índice distribuída, 7, 63

de conabilidade, 6 relé, 38

Ângulo ATP, 3, 81

de incidência, 44 Atuação

instantânea, 28

A temporizada, 28

Ajustes Automação, 64

ótimos, 9
B
ótimos, 10
Biomassa, 24, 26
adaptativos, 14
Buer, 75
Alcance
Butterworth, 71
unidade

instantânea, 10 C
Algoritmo Camada

de coordenação, 27 da subestação, 9

de proteção, 65 de equipamentos, 9

genético, 11, 28 de execução, 8

Amostragem, 39 de operação, 8

de sinais, 65 de organização, 8

ANEEL, 17 do sistema, 9

Anti-aliasing, 39 CAPE, 4, 100

Arco Característica

elétrico, 17 direcional, 17

Arquitetura CCO, 63, 67

161
Apêndice D  Índice Remissivo 162

CCS, 63, 67, 75 de falta, 67

Cenário Constante

de operação, 14 de seletividade, 129

Chaves de tempo, 45

de religamento automático, 17 Consumidores, 18

Chaves-fusíveis, 31 Contingência, 18, 29

Chebyshev, 71 Contribuições, 58

Circuito Conversor

de transfência, 30 A/D, 74

Circuitos analógico/digital, 65

duplos, 34, 36 conversor

Coeciente A/D, 82

ltro de Fourier, 42 Coordenação, 51, 120

Coecientes da proteção, 12, 17

de Fourier, 40 Corrente

Filtro carga, 29

de Fourier, 44 constante, 43

Cogeração, 14 curto-circuito, 8

Combustíveis de carga, 13, 52

Fósseis, 24
de curto-circuito, 12

Comparação
de pick-up, 19, 89

de amplitude, 47
pick-up, 7, 8, 12, 14, 21, 23, 28, 29, 36

de fase, 47
CTI, 30

Componente
Curto-circuito, 13, 55

DC
trifásico, 24

decaimento exponencial, 43
Curva

fundamental, 39
característica, 12, 28

Comunicação, 27, 64

Condição D
de bloqueio, 19 Decaimento

Condições exponencial, 43, 44


Apêndice D  Índice Remissivo 163

Delocamento Equivalente

de potência, 14 de rede, 8, 12, 33, 44

Derivadas de Thévennin, 50, 56

nitas, 66 Equivalentes

Detecção de rede, 15, 55, 80, 100, 110, 119

de distúrbios, 66 de Thévennin, 60

Diagrama Estimação

de Bode, 73 de fasores, 39, 65

Digitalização, 39 de frequência, 78

Direcional fasorial, 5, 45

sobrecorrente Estudo

instantânea, 118 de coordenação, 2

Disjuntor, 70 Etapa

Dispositivo pré-falta, 40

de sobrecorrente, 17

Distância, 27
F
Faixa
DSP, 14

de corte, 70

E de passagem, 70

EDAL, 82, 99, 128 Falta

Efeito close-in, 52

capacitivo, 28 de alta impedância, 13

Elíptico, 71 de alta impedância, 25

Eletrobrás, 82 permanente, 20

Elos trifásica, 55

fusíveis, 17, 20, 21, 23 Faltas

EMA, 8, 10 bifásicas, 30

Energia close in, 21

eólica, 26 close-in, 32

solar, 24, 26 monofásicas, 30

EPA, 4 temporárias, 18
Apêndice D  Índice Remissivo 164

transitórias, 17 de meio ciclo, 39, 42

Fator de um ciclo, 39

de crescimento modicado, 39

da carga, 29 Frequência, 26

de sobreocorrente, 29 de corte, 71

Fibra de passagem, 71

ótica, 10 fundamental, 42

ótica, 8 Função

eldbus, 8 67, 35

Filosoa de distância, 109

da proteção, 1 direcional, 35

Filtragem, 39 Fusíveis, 20, 22

Filtro
G
analógico, 39, 70
Geração

anti-aliasing, 70
distribuída, 5, 10, 12, 14, 19, 24, 55, 60,

anti-alliasing, 65
81, 122, 125

Cosseno, 39
distribuída, 17

mímico, 45
máxima, 51

Filtros
mínima, 51

ortogonais, 42
Gradiente

passa-altas, 45
de tensão, 25

passa-faixas, 45
Grandeza

Fluxo
de operação, 35

de carga, 12, 13
de polarização, 35

de corrente, 36
Grupo

de potência, 25
de ajustes, 14

Fluxograma, 30
H
Fontes
Hidroelétrica, 24
de energia, 24

Fourier I
de 1 ciclo, 41 IEC, 10
Apêndice D  Índice Remissivo 165

IED, 63 MATLAB, 81

IEEE, 10 Mho, 17

Ilhamento, 14, 26 Modelo

Impedância, 27, 55 de relé, 14, 65

equivalente, 9 relé, 3, 38

Inteligência MODELS, 3, 81

articial, 7 Modicações

Interface de carga, 110

comunicação, 7 topológicas, 105

isChangeD, 77 Mudanças

isFault, 78 operacionais, 6

topológicas, 6
J
Mudança
Janelamento, 39
operacionais, 12
Janelas
topológicas, 12
curtas, 66

L O
Ordem
LAN, 9

do ltro, 71
Linha

curta, 43
P
de transmissão, 61
Parâmetros
Linhas
da linha, 44
curtas, 28
Passo
de transmissão, 17
de integração, 81
terminais, 20
Perl
Localização
de tensão, 26
de falta, 44
Perturbações
de faltas, 13
transitórias, 17

M Poluição, 24

Mínimos Processadores

quadráticos, 45 de sinais, 38
Apêndice D  Índice Remissivo 166

Processo local, 28, 30

iterativo, 8 remoto, 28, 30

Programação sobrecorrente, 12

linear, 11 relé, 1

Proteção, 64 Relés, 21, 22

adaptativa, 1, 2, 6, 7, 12, 50, 51, 63, 79 digitais, 23, 80

de retaguarda, 15 Religadores, 18, 23, 31

de sobrecorrente, 15, 50 automáticos, 22

diferencial, 8 Religamento

digital, 38 automático, 18

distância, 8 Resistência

principal, 17 de falta, 44

retaguarda, 10 RNA, 11

sobrecorrente, 8 MLP, 11

Protocolo treinamento, 11

de comunicação, 64 RTC, 29

RTDS, 14

R
Rapidez, 18 S
Reconguração Série

da rede de Fourier, 40

de proteção, 9 de Taylor, 45, 46

Rede Sample and hold, 39

de proteção Sample/hold, 74

adaptativa, 63 Seccionadores, 31

Relé, 14, 30 Segunda

Relés, 20 derivada, 66

Relé, 9, 51, 60, 78 Segurança , 18

como comparador, 47 Seletividade, 18, 35, 51, 120, 123

digital, 27, 34 Sensibilidade, 18

eletromecânico, 27, 38 SEP, 1, 17, 63


Apêndice D  Índice Remissivo 167

Sinal Sobreposição

periódico, 40 de espectro, 39, 70

Sistema
T
com geração
Taxa
distribuída, 54
de amostragem, 129
computacional, 10
TC, 68
de controle, 63
auxilar, 69
de distribuição, 5, 10, 12, 15, 1719, 24,
TDS, 7
27
Tele-proteção, 27
de proteção, 1, 13, 24
Tipo
de subtramissão, 14
curva, 7
de transmissão, 8, 10, 15
TP
malhado, 13
auxilar, 69
não-radial, 34
TPC, 68
proteção
Transformadas
adaptativa, 6
Wavelets, 39
radial, 28
Transitórios, 17
Sistemas
Transitório, 40
com geraçã distribuída, 24
Transitórios, 14
de distribuição, 50
eletromagnéticos, 81
de transmissão, 9
eletomagnéticos, 3
radiais, 22, 25, 52
Trip, 28
Smart
trip, 4, 21
grid, 21

Smart Grid, 1 U
Smart grid, 6, 17 Unidade

Sobrecorrente, 27 direcional, 25, 58

direcional, 55 instantânea, 30, 31

instantânea, 3, 14, 23, 78, 101 sobrecorrente, 54

instantâneas, 52 temporizada, 30, 31

temporizada, 8, 14 Unidades
Apêndice D  Índice Remissivo 168

consumidoras, 54 W
geradoras, 54 WAN, 10

unidirecionalidade, 24

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