Algoritmo Autoadaptativo de Protección Instantánea
Algoritmo Autoadaptativo de Protección Instantánea
Algoritmo Autoadaptativo de Protección Instantánea
Tese
Engenharia Elétrica.
Orientador
Julho de 2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
CDU 621.311(043)
iv
pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o
ISAAC NEWTON
DEDICATÓRIA
À minha lha Ana Heloísa, à minha esposa Maiara, aos meus pais Ana e Francisco e minhas
v
AGRADECIMENTOS
A Deus por ser para mim fonte inesgotável de amor, perfeição e bondade. Por além de ter me
À minha esposa Maiara e à minha lha Ana Heloísa que dividiram comigo o dia a dia dessa
pesquisa e compreenderem meu tempo compartilhado em meio aos prazos e obrigações da vida
real.
À minha amada mãe - Ana - ao meu amado pai - Francisco Souza - e à minhas irmãs Ana
Clara e Ana América, que durante toda minha vida não mediram esforços para dar-me uma
Ao professor Dr. Benemar Alencar de Souza pela orientação, ajuda e dedicação em todos os
momentos durante a realização deste trabalho e de todos os trabalhos aos quais nos submetemos
Aos colegas de trabalho do IFRN, campus Caicó, pelo incentivo. Aos meus atuais e ex-alunos
Aos amigos do LARCA: Huilman, Nelson, Wellinsílvio, Jamile, Felipe, Ana Vitória, Alana,
Célio, Paulo Coutinho, pelas valiosas colaborações, discussões e parcerias sobre os problemas
À CAPES, pelo suporte nanceiro dado durante o período de realização deste trabalho.
vi
RESUMO
Uma técnica auto-adaptativa que torna a obtenção dos ajustes de coordenação de relés de so-
brecorrente instantânea para sistemas de distribuição uma tarefa automática, sem a necessidade
ramento da rede é proposta. Usando uma arquitetura distribuída, formada por três camadas
linhas, e/ou nos pers de carga e geração do sistema elétrico terão seus efeitos automaticamente
reetidas nos ajustes dos dispositivos de proteção. O método proposto usa a corrente de carga
como item principal para a determinação dos ajustes das unidades instantâneas de sobrecor-
rente em redes de distribuição de média tensão com e sem a presença da geração distribuída.
Por meio do cálculo online dos equivalentes de rede a técnica proposta necessita de baixos
Palavras-chave: Proteção adaptativa; Smart Grids ; redes elétricas inteligentes; relés de sobre-
vii
ABSTRACT
A self-adaptive technique that improves the instantaneous overcurrent relay settings determi-
nation an automatic task, without human intervention neither interruption on electric supply
reected on protective device settings. Load current has been used to determine the reach of
cases with and without distributed generation connected on the grid. The possibility of online
study. Obtained results demonstrate the viability of proposed technique and increase with state
Keywords: Adaptive protection; overcurrent relays; smart grids; distribution systems; trans-
mission systems.
viii
SUMÁRIO
Lista de Tabelas xx
Siglas xxiii
Capítulo 1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
ix
Sumário x
3.3 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.2.2 TP e TC auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.6 Buer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
6.5 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
plicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
7.2.1.2 Saída da LT 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
7.2.1.3 Entrada da LT 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
3.14 Sistema elétrico com circuitos duplos e uma única fonte de potência. . . . . . . . 37
xiii
LISTA DE FIGURAS xiv
4.4 Esquema gráco de comparação de fase para: (4.4(a)) φ ≥ 90, (4.4(b)) φ = 90,
(4.4(c)) φ ≤ 90. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.6 (5.6(a)) Sistema com geração distribuída e falta aplicada a h% da linha. (5.6(b))
da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
logia da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
6.15 Operação binária para determinação das mudanças topológicas na rede elétrica. 80
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e
7.3 Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordena-
ção e da técnica adaptativa para o alcance das unidades instantâneas dos relés do
7.4 Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordena-
dos relés do sobrecorrente do sistema da Figura 7.1: (7.4(a)) Relé 1, (7.4(b)) Relé
7.6 Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecor-
7.7 Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do sis-
tema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e
7.10 Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecor-
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e
sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica pro-
7.15 Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
Relé 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
LISTA DE FIGURAS xvii
7.16 Coordenograma com os ajustes obtidos pela técnica adaptativa para o sistema
7.17 Correntes de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
7.18 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a
técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 sem modi-
7.19 Amplitude dos fasores das correntes vistas pelos relés instalados no sistema mos-
trado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam as barras
CP A e CP D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.20 Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
7.21 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
tema mostrado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam
as barras CP A e CP D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.23 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a
7.24 Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
7.25 Impedâncias vistas pelos relés com as modicações na potência da carga instalada
7.26 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
7.27 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a
técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após modi-
7.28 Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
7.29 Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
7.30 Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a
técnica adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após dimi-
7.31 Sistema de distribuição com geração distribuída utilizado para testes. . . . . . . 120
7.34 Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 com a saída de uma das
7.35 Evolução da corrente de pick-up dos relés do sistema da Figura 7.31 quando da
saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA: (7.35(a)) Relé
Relé 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Figura 7.31 quando da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM
e P CA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
7.37 Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 quando da perca do gerador
5 e 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
C.2 Diagrama fasorial prático de um relé direcional tipo tensão-corrente com região
7.5 Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1 quando
7.6 Ajustes das unidades instantâneas dos relés de sobrecorrente para os dispositivos
após a saída da LT 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
xx
LISTA DE TABELAS xxi
7.10 Alcance e corrente de pick-up obtidos por meio da técnica tradicional para o
7.14 após diminuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA. 119
7.15 Comparação da determinação online dos equivalentes entre a técnica online uti-
7.18 Resultados obtidos pela técnica adaptativa para quando da saída de uma das
7.31 quando da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA. 127
A/D Analógico/Digital. 41
CAPE Computer Aided Protection Engineering . xx, xxi, 4, 102, 120, 121
CCO Centro de Controle da Operação. 65, 68, 69, 80, 81, 82, 83, 131
CCS Centro de Controle da Subestação. 65, 69, 78, 79, 80, 81, 82, 112
FS Fator de Sobrecorrente. 30
xxiii
Siglas xxiv
pu Por Unidade . 25
ICI Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta no início da linha (close-in fault ). 33
Idg Contribuição da geração distribuída para a corrente de curto-circuito em uma rede com
geração distribuída. 25
IER Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta a h% do início da linha de transmissão.
34
IF E Corrente de curto-circuito trifásico para uma falta no nal da linha (far end fault ). 33
xxv
Lista de Símbolos xxvi
Inw Contribuição do gerador principal para a corrente de curto-circuito em uma rede com
geração distribuída. 25
isChanceD Sinal digital proveniente da saída do CCS que indica a existência de modicações
na topologia da rede. 79
KSR Relação entre a impedância do equivalente visto pelo relé e a linha de protegida pelo
mesmo. 33
19
INTRODUÇÃO
O setor elétrico vive um momento de transformação que poderá, no futuro, ser comparado ao
que aconteceu com a tecnologia digital/computação que, a partir da criação da internet tornou-
se extremamente difundida e divulgada por todo o mundo. A chegada das Smart Grid , ou
redes elétricas inteligentes, proporcionará que aqueles que até então eram meros coadjuvantes
nos processos que envolviam o sistema elétrico de potência (SEP), os clientes, deixem de atuar
apenas como consumidores de energia elétrica para poderem também contribuir como pequenos
Com esse novo cenário assumindo signicante viabilidade técnico-econômica, uma reformu-
lação nas práticas atuais de todo o SEP será necessária. Uma das áreas mais afetadas por essa
nova losoa de operação dos SEP será o sistema de proteção. A rigor, modicações topológicas
Porém, a elaboração desse tipo de estudo necessita de um tempo considerável. Dessa forma, a
repetição dos estudos de coordenação e seletividade pode tornar-se inviável. Uma alternativa
A proteção adaptativa fornece aos engenheiros de proteção uma ferramenta capaz de facilitar
a rede. Através desta técnica, um ganho considerável de tempo é obtido, favorecendo a análise
ajustes automáticos nos seus parâmetros, sem a necessidade da desenergização da rede elétrica,
essa troca de ajustes mediante a seguinte condição: deixando o sistema desprotegido por um
1
Capítulo 1 Introdução 2
determinado intervalo de tempo, que pode chegar a um minuto, em alguns casos. Logo, a
criação de um modelo de relé que possa atuar tanto em um sistema com a presença da proteção
adaptativa, quanto nos sistemas de proteção tradicionais é uma necessidade eminente desse
1.1 MOTIVAÇÃO
A realização dos estudos de coordenação necessita que sejam conhecidos resultados prévios
de ajustes para cada um dos relés. O trabalho do projetista é, então, escolher os ajustes
dos relés de modo que sejam respeitados os princípios da velocidade, seletividade, segurança e
conabilidade.
Com o crescente incremento dos SEP, existe a necessidade intrínseca de que sejam realizadas
frequentes revisões nos ajustes e nos parâmetros de conguração dos dispositivos que compõem
o sistema de proteção. Agregando ainda mais complexidade a este problema, existe o fato
coordenação da proteção. Este fato cria um ciclo que faz com que o processo de coordenação
que a proteção adaptativa aparece como uma alternativa bastante interessante, uma vez que
sugere valores de ajustes que garantem a coordenação entre todos os dispositivos de proteção
de proteção têm sido abordados nos últimos anos. Trabalhos focados na análise de dispositivos
Capítulo 1 Introdução 3
bem como no uso de técnicas baseadas na análise de sinais de tensão e corrente para avaliação
de fenômenos tais como: energização de linhas de transmissão, faltas de alta impedância, entre
outros, além de estudos relacionados com a própria determinação dos ajustes dos dispositivos
de proteção, vêm sendo realizados. Nesse cenário o tema de pesquisa de doutoramento segue a
1.2 OBJETIVOS
1.3 METODOLOGIA
O sistema de proteção adaptativa proposto teve sua validação realizada utilizando o software
eventos que exigissem modicações em seus ajustes. Neste etapa, foram ajustadas as técnicas
de detecção de eventos com potencialidade adaptativa (EPA), tarefa que como será mencionado
normais, isto é, aplicada uma falta, o relé deve detectá-la e enviar o sinal de trip para o
disjuntor associado caso a mesma esteja dentro de sua zona de atuação, o modelo proposto
passou a ser testado frente às situações nas quais a modicação dos ajustes de parametrização
fosse requerida. Nessa etapa, foi vericada apenas a coordenação entre os dispositivos de
utilizado o software CAPE por apresentar maior facilidade de realização da operação, bem
1.4 CONTRIBUIÇÕES
aumentar a conabilidade e a qualidade dos serviços relacionados à tais sistemas. Neste con-
texto, a presente tese apresenta uma metodologia para determinação dos ajustes dos relés de
Proposição de modelo de relé de proteção adaptativa com comunicação direta deste com
Uma análise dos trabalhos que tiveram maior inuência para elaboração desta tese, assim
como uma síntese comparativa entre estes e o trabalho proposto, são abordados na revisão
bibliográca do Capítulo 2.
O embasamento teórico necessário para elaboração relacionado com as técnicas tradicionais
No Capítulo 7 são apresentados os resultados obtidos por meio da técnica proposta para o
caso de três sistemas elétricos, englobando as condições de sistemas de distribuição com e sem
geração distribuída.
Por m, o Capítulo 8 encera o trabalho com as conclusões obtidas e sugestões para traba-
lhos futuros.
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Antes de iniciar a análise dos trabalhos tomados como base durante o desenvolvimento desta
tese faz-se necessário estabelecer o que se chamada de proteção adaptativa. Segundo Thorp
(1993) proteção adaptativa é: uma função através da qual um relé de proteção se ajusta auto-
nas condições da rede elétrica . Ou seja, um sistema com proteção adaptativa mantém a coor-
denação dos seus dispositivos frente à modicações ocorridas na rede. De acordo com Abdelaziz
1
Modicações na topologia do sistema (entrada ou saída de linhas ).
Com as frequentes modicações que SEP está sujeito, aumenta também a probabilidade de
ocorrências de faltas devido à ações naturais ou humanas. Por outro lado, o mercado de energia
elétrica também vem sofrendo modicações e tornando-se cada vez mais exigente quanto aos
venham corroborar com o aumento dos índices listados acima (SAHA M. M.; IZYKOWSKY;
ROSOLWSKY, 2010).
correntes nas cargas nos momentos de falta. Entretanto, com o advento das redes inteligentes,
estudos e estratégias online e em tempo real que permitam a modicação correta dos ajustes
1 Esse evento pode ser proveniente de modicações no status de dispositivos seccionadores provocados por
necessidade de manutenção.
6
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 7
dos dispositivos de proteção ou, pelo menos, a indicação de que os ajustes precisam ser atuali-
zados. Em outras palavras, análises mais próximas às aplicações reais devem ser realizadas no
com a arquitetura que o compõe ou pelo uso, ou não, de técnicas de inteligência articial.
desse tipo de arquitetura pode-se citar a necessidade de um dispositivo com alto poder
das por dispositivos sicamente diferentes, conectados entre si por meio de uma interface
desses dispositivos.
A determinação dos novos ajustes dos dispositivos de proteção são realizadas utilizando-se
bons resultados, como é o caso da função de sobrecorrente temporizada que, devido sua
não linearidade, não possui uma relação matemática fácil que possa ser utilizada para
determinação das correntes de pick-up , TDS (time dial setting ) e tipo de curva de um
solução possível, uma pontuação é dada a esta de modo que as soluções seguintes sejam
inuenciadas pelas passadas. Geralmente são mais lentas que as técnicas não-baseadas em
inteligência articial pois utilizam-se de um processo iterativo. Apesar de mais lenta, pode
Em Li et al. (2006), uma metodologia aplicável aos sistemas de transmissão com tensão
nominal de 345 kV foi apresentada. Nesse trabalho, os autores propuseram uma arquitetura
composta por cinco camadas: camada de cálculo de tensão e corrente em situações de falta,
Todos as camadas do sistema proposto em Li et al. (2006) foram conectadas por meio de
2
uma rede de bra ótica e utilizava o protocolo eldbus para troca das informações necessárias.
up dos relés de sobrecorrente, utilizavam-se dos valores da corrente de carga do sistema, obtida
em tempo real através do sistema SCADA da rede. Observa-se que os autores proporam a não
relés de sobrecorrente o que não acontece na maior parte das vezes e sim, a corrente de carga.
Uma técnica baseada em estratégia multi-agente (EMA) que implementa diversas funções
Chen et al. (2005). Nesse trabalho, um sistema de proteção adaptativa composto por três ca-
instantânea do relé de sobrecorrente foi tratada no trabalho sem a denição do método para
cálculo dos equivalentes de rede nos pontos de instalação dos relés. Uma opção para a deter-
Bahadornejad & Ledwich (2003), Yi et al. (2009), Tsai & Wong (2008).
uma relação entre a impedância equivalente vista no ponto de instalação do relé e a impedância
da linha protegida. A determinação deste parâmetro é sugerido por Anderson (1999) para
se torna eciente, uma vez que depende do conhecimento dos valores de corrente e tensão de
A proposta de Bahadornejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008) apresenta-se mais
e corrente em uma carga instalada na mesma barra que o relé. De acordo com os autores,
para a determinação correta do equivalente visto pelo relé são necessárias cerca de 40 amostras
Chávez et al. (2008) também propuseram um sistema composto por três camadas: o centro
de controle da subestação, centro de controle das proteções, e pelos próprios IED; capaz de
zonas de cada um. O primeiro centro é responsável pela análise do status dos dispositivos de
é o responsável pelos cálculos dos novos ajustes dos dispositivos de proteção e, por m, os IED
Em Mingyu & Zhu (2004), uma arquitetura distribuída para determinação dos ajustes
ótimos de relés de distância em um sistema de transmissão foi utilizada. Três camadas formam
camada do sistema. Cada uma dessas camadas possui diversos agentes que além dos ajustes
uma redenição dos pares de relés de proteção primária/retaguarda. Destaca-se ainda, o fato
de que todos os agentes responsáveis por denir modicações no sistema de proteção serem
Cheung et al. (2008) usou uma rede com arquitetura distribuída formada por quatro cama-
das interligadas através de uma rede Ethernet LAN para obtenção dos ajustes de sobrecorrente
Em Yanping et al. (2008), a mesma metodologia apresentada em Chen et al. (2005) foi
utilizada para determinação dos ajustes instantâneos dos relés do sobrecorrente. Entretanto, os
autores propuseram uma arquitetura concentrada com comunicação baseada em bras ópticas
para integração o par disjuntor/relé. Este também é o caso de Li et al. (2009), que propõe
As técnicas de inteligência articial vêm sendo cada vez mais utilizadas para solucionar pro-
blemas dos SEP. Em geral possuem algoritmos de fácil implementação e, sobretudo, apresentam
bons resultados. Porém, essas técnicas geralmente têm desempenho computacional baixo o que,
de certa forma, torna a sua utilização nas aplicações de proteção adaptativa prejudicada.
Uma técnica muito utilizada nos problemas de proteção adaptativa é a Estratégia Multi-
Agente (EMA). Franklin & Graesser (1997) dene um agente como sendo uma parte de um
ao qual está inserido, e ao desempenhá-las observa os efeitos de tal ação nos demais agentes do
sistema. É o caso de Chen et al. (2005) já listado na seção 2.1, e de Mingyu & Zhu (2004), Zhu
Uma rede de comunicação local entre agentes foi proposta em Lim et al. (2006), de modo que
possam ser obtidos os ajustes ótimos (ou sub-ótimos) dos relés de sobrecorrente de uma rede
apenas três agentes: um agente para análise das condições do sistema elétrico, um agente que
implementa as funções de proteção e cálculo dos novos ajustes e um agente nal que funciona
Já Zhu et al. (2009) criou uma rede WAN utilizando o protocolo IEC 61850 capaz de obter
os ajustes mais adequados a cada condição de operação do sistema elétrico. A rede formada
adaptativos é composta por uma rede tipo IP/SDH em que cada dispositivo é conectado através
Uma rede de comunicação utilizando o protocolo TCP/IP foi proposta por Coury et al.
(2000) para obtenção dos ajustes de primeira zona de dispositivos de proteção de distância em
Outra técnica de inteligência articial muito utilizada nos SEP são as Redes Neurais Ar-
ticiais (RNA). Bittencourt et al. (2009), Haykin (1999) descreveram várias características da
técnica que favorecem a sua utilização nos problemas do SEP, entre elas: fácil adequação a
3
problemas de natureza não-linear; através da etapa de treinamento tornando-se assim uma
Em Khaparde et al. (1993), uma RNA com treinamento utilizando o método multilayer
perceptron (MLP) foi utilizada para encontrar os ajustes de dispositivos de distância de modo
adaptativo.
A técnica dos algoritmos genéticos (AG) introduzida por Holland (1975) também vem sendo
etapas do SEP. É o caso de Abyaneh et al. (2008), Oliveira et al. (2010), Souza Jr (2011), Souza
Apesar desta técnica apresentar resultados muito bons ainda há um hiato quanto ao uso
3 Etapa que visa dar à rede capacidade de encontrar uma solução adequada ao problema através de situações
já solucionados previamente.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 12
Coury et al. (2009a), Coury et al. (2012), Coury et al. (2013) apresentaram uma proposta
para uso do dispositivo FPGA na realização da estimação de frequência de uma rede elétrica.
sinais.
Em Abdelaziz et al. (2001), a técnica da programação linear foi utilizada para determinar
4
as correntes de pick-up dos relés de sobrecorrente frente a alterações topológicas e/ou opera-
5
cionais que formam a rede de proteção para o sistema IEEE 30 barras (CHRISTIE, 1993).
É proposto também em Abdelaziz et al. (2001) que seja utilizado o mesmo tipo de curva ca-
racterística para todos os relés, restando apenas a determinação da corrente de pick-up . Porém,
o trabalho de Souza Jr & Souza (2011) mostra que, diferentemente do que foi defendido pelos
autores, as modicações do tipo de curva dos relés podem levar à uma redução considerável no
tempo total de atuação de tais dispositivos. A determinação desses valores é precedida pela
execução do algoritmo de uxo de carga. Esta necessidade torna a técnica pouco competitiva,
haja visto o esforço computacional necessário para a realização desta etapa, o que não é con-
veniente para uma técnica que exige resultados rápidos, como é o caso da proteção adaptativa
dos ajustes dos dispositivos de proteção através de equações matemáticas bem denidas, isto
Cheung et al. (2008), Abdelaziz et al. (2001), Soares & Vieira (2008), Souza Jr & Souza (2013),
4 Entradaou saída de linha do sistema. Há a necessidade de uma reformulação dos dados de entrada da
rotina, em especial na matriz admitância. Após essas atualizações, o processo segue de modo semelhante ao
ocorrido para alterações operacionais.
5 Mudança nos níveis de geração ou no perl de carga. Este tipo de mudança exige a reformulação dos estudos
de uxo de carga e de curto-circuito.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 13
Porém, há um detalhe importante citado por Souza Jr & Souza (2012) que deve ser levado
em consideração. Uma das etapas mais importantes da determinação adaptativa dos ajustes
dos relés de sobrecorrente é a determinação dos equivalentes de rede no ponto de instalação dos
mesmos. Em diversos trabalhos, como em Chen et al. (2005), Li et al. (2006), esses equivalentes
são obtidos indiretamente por meio de valores de correntes de curto-circuito. Esta técnica
sem a presença de geração distribuída (GD), esta técnica não reete valores coerentes para os
ajustes dos relés de sobrecorrente pois, a impedância equivalente usada para determinação da
corrente de falta reete apenas a topologia da rede à montante do ponto de instalação do relé.
Em Cheung et al. (2008), uma abordagem muito relevante no atual cenário dos SEP, a pre-
6
sença de gerações distribuídas ao longo da rede , foi apresentada. Em Girgis & Brahma (2001)
uma análise detalhada do impacto gerado sob o sistema de proteção devido à entrada da geração
distribuída é apresentada. Assim, uma modicação que aconteça no perl de geração da rede
provoca reexos nos dispositivos de proteção que podem deixá-lo sem operar adequadamente.
Para determinação do ajuste da unidade de neutro dos relés de sobrecorrente Cheung et al.
(2008) propuseram que esta seja composta por uma unidade xa e uma variável dependente
da corrente de carga de sequência positiva. Esta técnica resulta em ajustes menores que os
obtidos por meio das técnicas tradicionais o que faz com que um grande número de faltas de
Um conjunto de softwares foi proposto por Chattopadhyay et al. (1991) para determinação
tanto dos ajustes adaptativos dos dispositivos de sobrecorrente como da coordenação entre
Chattopadhyay et al. (1991) propõe ainda que uma parte do sistema seja responsável pela
vericação da coordenação dos relés. Por m, há uma etapa de comunicação bem denida nos
padrões Ethernet LAN que permite a troca de informações entre os diversos dispositivos que
6 Atravésde estímulos nanceiros governamentais o setor privado sente-se bastante atraído para o ingresso
na área de produção de energia elétrica, principalmente a partir de fontes renováveis de energia.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 14
Em Javadian et al. (2008), uma técnica para determinação dos ajustes da proteção de um
sistema de distribuição com grande penetração de geração distribuída foi proposta. A proposta
7
do trabalho é dividir o sistema maior em zonas onde cada uma delas possa operar isoladamente .
Dessa forma, sistemas convencionais são criados de modo a transformar um sistema malhado
relativos à estudos de uxo de carga e curto-circuito. Tais dados são usados como entrada do
bloco de análise online que realiza os estudos de determinação de tipo e localização de faltas
Ainda tratando acerca da geração distribuída, Baran & El-Markabi (2005) abordaram a re-
lação inversa entre a potência total de geração distribuída com a corrente de pick-up dos relés de
dos ajustes adaptativos. Entretanto, a determinação dos parâmetros desta função exponen-
cial não são abordados no trabalho. Os autores restringiram-se a citar que essa determinação
Em Soares & Vieira (2008), o ajuste automático dos dispositivos de proteção de sobrecor-
rente em uma rede industrial com presença de cogeração foi proposto. Os autores realizavam
a denição dos possíveis cenários de operação do sistema elétrico previamente. Para cada um
desses cenários, todos os estudos para que possam ser determinados os ajustes da proteção de
sobrecorrente instantânea e temporizada foram realizados. Foi proposto ainda que esses ajustes
do status dos disjuntores de modo que sejam reconhecidos os cenários de operação e então
Os autores utilizaram apenas a equação característica dos relés de sobrecorrente para realizar
as simulações do trabalho. Nesta mesma linha Souza Jr & Souza (2013) propuseram a utilização
desta ideia para manutenção dos ajustes de um sistema de subtransmissão com presença de
7 De acordo com Mahat P.; Chen & Bak (2006) o isolamento ocorre quando o sistema de distribuição desliga-
se do gerador principal do sistema mas continua energizado pela ação de um pequeno gerador instalado nas
suas proximidades.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 15
geração distribuída. Para isso, utilizou-se o conceito de sistema concentrado formado por um
única camada onde todo o processamento é realizado pelo IED. Entretanto, os dispositivos
coordenação da proteção de acordo com as técnicas tradicionais Perez (2006), Hor et al. (2003),
Tanto o relé quanto o sistema elétrico foram simulados utilizando o simulador digital em
tempo real RTDS INC. (2008). A grande contribuição do trabalho é a possibilidade de visua-
dispositivo microprocessador tal como o DSP, como proposto em Cheung et al. (2007).
O problema causado pela geração distribuída também foi tratado em Mahat P.; Chen &
deslocamento de potência proposta em Mahat et al. (2009) para detectar situações de ilhamento
do sistema. Os ajustes dos dispositivos de proteção foram obtidos de modo oine e dispostos
em grupos. Uma vez identicada a desconexão de parte do sistema, o próprio relé encarrega-se
Recentemente Ojaghi et al. (2013) apresentaram uma técnica baseada nos trabalhos de
Bahadornejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008) que soluciona o problema do fornecimento
de informações acerca dos equivalentes de rede para determinação dos ajustes dos dispositivos de
sobrecorrente. Com a proposta dos autores, foi possível encontrar com segurança os parâmetros
de uso de uma rede de comunicação para determinação de tais equivalentes. Essa opção faz com
redes de transmissão e de sub-transmissão. Esta característica faz com que seja necessário a
análise não apenas entre dispositivos de sobrecorrente, como citado por Souza Jr (2011), mas
para redes de distribuição. Entretanto, é possível adaptá-la para realização de tal operação.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 16
50 51 21
Legenda:
50 = Sobrecorrente Instantânea EMA = Estratégia Multi Agente
51 = Sobrecorrente Temporizada COM = Método de Comunicação
21 = Distância IA = Inteligência Articial
ARQ = Arquitetura CONC = Concentrado
DIST = Distribuída PL = Programação Linear
1 Não informado
2 Não foi implementado nenhum sistema de comunicação real entre os agentes.
3 Não é informado o tipo de arquitetura de comunicação empregada porém, o autor cita a necessidade da
interconexão entre as camadas da rede de proteção adaptativa por meio de uma estrutura bastante rápida
formada por exemplo, por bras óptica.
Capítulo 2 Revisão Bibliográfica 17
Diante do exposto, esta tese propõe a criação de um sistema de proteção adaptativo com ar-
quitetura distribuída formado por três centro distintos, como proposto em Chávez et al. (2008);
que usa a corrente de carga como patamar para cálculo dos ajustes das unidades instantâneas
de rede de forma online através de relações estatísticas entre os valores dos fasores de tensão e
corrente vistos pelos relés, de acordo com a proposta de Ojaghi et al. (2013).
com a presença ou não da geração distribuída, considerando que o mesmo é protegido apenas
Os diversos equipamentos que compõem o SEP, de maneira mais evidente as linhas de trans-
fenômenos naturais como: chuva, ventanias, raios, terremotos, etc; ou devido à vandalismo,
queimadas, etc. Na maior parte das vezes, os problemas nos sistemas elétricos são causasdos
A maioria das faltas que acontecem em sistemas de distribuição são de natureza transitória,
isto é, são faltas que se extinguem por si só. De acordo com ANEEL (2008) o tempo máximo
para perturbações transitórias é de 150 ms . Assim, o primeiro requisito que uma estratégia
de proteção deve possuir é lidar efetivamente com faltas transitórias fornecendo uma maneira
1
tempo . Atualmente os sistemas de distribuição são protegidos em sua quase totalidade por
elos fusíveis ou chaves de religamento automático. Entretanto, com a popularização das redes
de distribuição tende a ser cada vez mais frequente. Tais dispositivos permitirão que técnicas
mais modernas de proteção possam ser aplicadas nessa importante parte do sistema elétrico.
De modo geral, a proteção principal de sistemas de distribuição é obtida por meio de disposi-
está presente na formulação básica desta função, como é o caso das funções de distância de-
sempenhadas por relés do tipo mho (URDANETA et al., 1997; ASSOCIATION, 2010).
Quatro requisitos básicos devem ser seguidos durante o estudo de coordenação da proteção.
1 Este intervalo de tempo deve ser grande o suciente para que o arco elétrico, geralmente proveniente da
falta, se desionize.
18
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 19
de defeito ao qual o sistema esteja sujeito sem, no entanto, confundir tais situações com
Seletividade: os ajustes dos equipamentos de proteção devem ser tais que o menor
Rapidez: um sistema de proteção é tão melhor quanto mais rápidas forem as atuações
dos seus dispositivos. Com isto, garante-se que o sistema operará em situações de falta
Uma das principais funções dos sistemas de proteção é distinguir situações normais de
situações adversas e eliminá-las da maneira mais rápida possível. Dentre tais situações, as
faltas efetivas são as mais graves, cujas características frente aos dispositivos de proteção são
apresentadas a seguir.
intervalo de tempo (TI1 ). Após TI1 o religador verica se o evento corresponde ou não à uma
falta temporária. Caso a corrente ainda seja superior à corrente nominal do religador, uma
nova interrupção é feita. Na Figura 3.1 o religador está congurado para duas tentativas de
Após a segunda tentativa, caso a falta não tenha sido extinta, uma nova tentativa de re-
ligamento automático é realizada através de um tempo de retardo lento. Caso a falta ainda
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 20
I(A)
ICARGA
Bloqueio
tR1 tR2 t(s)
tado na Figura 3.2. Para que o correto funcionamento do sistema de proteção seja obtido,
Figura 3.3: o religador A será responsável pela tentativa de eliminar faltas ao longo da linha
principal, um pouco antes da barra 7, cando responsável por faltas ocorridas até a barra 5.
Na maioria das vezes, religadores como os da barra A são congurados para atuar de forma
instantânea duas ou três vezes, sendo usualmente congurado de acordo com a curva mais
rápida da família do dispositivo (ANDERSON, 1999). Como o uso apenas do religador A não
é suciente para proteger toda a linha, faz-se necessário acrescentar um segundo dispositivo,
chamado de B , responsável por proteger o sistema a partir da barra 5. Sendo assim, este último
é responsável por faltas no nal de todas as barras internas à sua zona de proteção. Por se
tratar de uma rede radial, é fácil observar que o religador B deve ter uma corrente de pick-up
menor que a do religador A e também, ser ajustado para atuar duas ou três vezes de forma
tisfatória a proteção contra faltas temporárias ao longo de toda a linha principal. Porém, caso
uma falta permanente ocorra no ramo 4, o religador A atuaria de maneira instantânea. Neste
cenário, toda a rede seria desenergizada por um problema ocorrido apenas no ramo 4 o que
não é uma boa prática no que diz respeito a proteção de sistemas radiais. Entretanto, esse
é o preço que deve ser pago pela economia no sistema de proteção. Para que a seletividade
Alimentadores
Laterais
1 3 4 6 7
2 5 8
A B
SE
Alimentador
Principal
De acordo com o ONS (2009), ANEEL (2008), falta permanente é qualquer defeito na rede
elétrica que tenha duração maior que 150 ms. Este tipo de falta pode ser eliminado de duas
formas: (1) quando as tentativas de reenergização dos religadores se esgotarem, ou (2) por meio
protegidas por meio dos religadores A e B. Por exemplo, para qualquer falta permanente
ocorrida após B este operará, enquanto a parte do circuito protegida por A continuará em
Para linhas terminais, uma estratégia não recomendada é o uso da eliminação das faltas
ocorridas nessas por meio do religador do alimentador principal. Este procedimento faria com
que uma parte maior da rede fosse desligada, perdendo assim a seletividade do sistema de
proteção. Por outro lado, a adição de religadores em todos os ramos laterias pode ser inviá-
vel econômica e tecnicamente. Dessa forma, a maioria dos engenheiros de proteção utilizam
fusíveis na proteção desses ramosos quais devem ser coordenados com os religadores do alimen-
tador principal. O uso dos fusíveis provoca as modicações mostradas na Figura 3.3 quando
comparadas com a Figura 3.2. Como pode-se observar, um fusível foi instalado no início de
cada ramo lateral e ainda foi adicionado um fusível ao alimentador principal, no ponto 7. Este
último fusível é responsável por reduzir a área que sofrerá desenergização nos casos de uma
falta permanente.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 22
1 3 4 6 7
A 2 B 5 8
SE Falta
Zona A
Zona B
Os fusíveis instalados em cada ramo devem suportar a corrente de carga nominal sem que
entrem em fusão. Sua corrente de pick-up deve ser ajustada para valores inferiores à menor
corrente de falta no extremo oposto do ramo. Além do ajuste de pick-up, deve-se ainda vericar
2
se os ajustes dos fusíveis são adequados para eliminar faltas close in , as que apresentam os
maiores valores de corrente de curto-circuito, por serem as que ocorrem no início da linha
protegida.
Nos parágrafos anteriores mencionou-se o alto custo de dispositivos mais modernos e mais
ecazes para o sistema de distribuição. Porém, estima-se que com a efetiva implantação das
funcionalidades das Smart Grids o custo desses dispositivos possa diminuir, favorecendo a
frequentemente relés ou elos fusíveis. São os dispositivos sensores, os relés na maior parte das
vezes, quem dão inteligência ao sistema de proteção e controlam a lógica de envio do sinal de
3
trip aos dispositivos seccionadores. Por sua vez, os relés podem ser usados em uma grande
variedade de projetos, sendo estes inteiramente adaptáveis à qualquer conguração, uma vez
que pode-se escolher a função de proteção, valores de pick-up entre outras características que
fonte geradora e pela conguração radial de suas linhas de distribuição (EDMUNDS, 1888),
como pode ser visto na Figura 3.4. A denição dos parâmetros dos relés de sobrecorrente em
própria desse sistema, as redes são em sua maioria radiais, os dispositivos de proteção podem
ter característica não direcional, ou seja, não precisam ser sensíveis à passagem de corrente em
rede por meio do sistema de distribuição, estas características vêm passando por transformações.
G H R
(3) (2) (1)
Ê
Figura 3.4: Sistema de distribuição simplicado.
Na maioria das vezes, a proteção para sistemas de distribuição é feita empregando disposi-
tivos de proteção de fase e dispositivos de proteção para o neutro da instalação. Esse arranjo
tem a vantagem de que qualquer relé pode ser retirado para manutenção e mesmo assim o
circuito continuará protegido para qualquer tipo de falta. IEEE-PSRC & Committee (1983)
sugere que faltas temporárias sejam eliminadas instantaneamente e que faltas permanentes
A proteção dos sistemas de distribuição pode ser realizada por três tipos de dispositivos:
dispositivos utilizados, é necessário que todos eles estejam coordenados. Além da diculdade
A Figura 3.5 contém exemplos da coordenação entre: 3.5(a) fusível e religador, 3.5(b) fusível
IF (A) IF (A)
Relé
Fusível
IRmin
Religador Fusível
(a) (b)
IFF (A)
(A)
IRmin Relé
Religador
(c)
Figura 3.5: Exemplos de coordenação entre: (3.5(a)) fusível e religador, (3.5(b)) fusível e relé
e (3.5(c)) relé e religador.
intervenção humana para a reenergização do sistema. Os valores das correntes de pick-up são
Esta tese assumirá que as redes elétricas são protegidas apenas por relés digitais. Por isso, o
processo de coordenação entre os outros tipos de dispositivos de proteção não serão abordados.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 25
A inerente busca por novas fontes de energia que possam substituir, ou pelo menos, mini-
mizar a dependência das fontes tradicionais como a hidroelétrica e, também reduzir os índices
de poluição gerados por fontes de energia baseadas na queima de combustíveis fósseis como
nas termoelétricas, vem ganhando cada vez mais espaço no cenário elétrico nacional, trans-
através de energia solar, biomassa, etc. Estes pequenos geradores são conhecidos como geração
distribuída (GD).
A conexão desses pequenos geradores à rede elétrica é realizada na maioria das vezes através
do sistema de distribuição. Este fato traz para o sistema de distribuição novas características
que precisam ser incorporadas pelo sistema de proteção, inclusive uma série de problemas podem
ser destacados quando a geração distribuída é conectada à rede. A base de todos os problemas
Para um sistema radial como o mostrado na Figura 3.4, a corrente de curto-circuito trifásico
(i) pode ser calculada, em pu, de acordo com (3.1), onde ZT H é a impedância de Thévennin
1
i = . (3.1)
ZT H
De acordo com Jenkins (2000), a corrente de curto-circuito em um sistema radial assume
valores entre 10 e 15 vezes o valor de corrente de carga, o que permite ser facilmente identicada
Um dos problemas que pode existir nos sistemas de proteção com GD ocorre quando a contri-
buição desta para a falta é muito maior que a contribuição da fonte principal do sistema. Esse
fato é comum quando a planta de geração distribuída pode ser representada por uma barra PV
com valor de potência ativa muito elevado (GEIDL, 2005). Nestes casos, o relé instalado no
(3.2). De acordo com Dugan & McDermott (2001), Dugan & McDermott (2002), esse fato pode
Supondo ainda para o sistema da Figura 3.6 uma falta na barra H, constata-se que o
unidade direcional nos dispositivos de sobrecorrente que formam a rede de proteção dos sistemas
GD
G H R Idg T
Inw If a
Ê
L1 L2 L3
Figura 3.6: Sistema de distribuição com presença de geração distribuída.
O sentido comum do uxo de potência nos sistemas radiais também pode sofrer modicações
quando se conecta a geração distribuída. Esse fato ocorre quando o nível de produção de energia
local supera o consumo (LOPES, 2002). Além da necessidade da inclusão da unidade direcional,
Além de problemas relacionados à qualidade, violações nos limites dos níveis de tensão
também podem ser vericadas nos sistemas com geração distribuída. De acordo com Jenkins
(2000), Tran-Quoc et al. (2003), o gradiente de tensão ao longo de uma linha radial pode ser
onde:
distribuída para o sistema, a potência segue da geração principal da rede, representada pela
fonte Ê da Figura 3.7, para as cargas, e o perl de tensão, representado pela linha contínua,
uma corrente que supera a corrente das cargas conectadas às barras R e T, o uxo de potência
assume sentido reverso em relação ao caso em que a GD não está conectada a rede. O perl da
tensão, mostrado na Figura 3.7 é representado pela linha tracejada. Conforme pode-se observar,
a GD contribui para que a tensão ao longo da rede tenha valores mais próximos ao nominal
GD
G H R Idg T
Inw IHR IRT
Ê
IL1 Il2 Il3
V
Com GD
Sem GD
jV
jx
Figura 3.7: Gradiente da tensão em sistemas radiais com e sem geração distribuída.
rede, essa ação pode ocasionar a diminuição da potência do transformador (BARKER; MELLO,
2000; CONTI et al., 2001; ARAMIZU; VIEIRA, 2013; MASOUM et al., 2012; HERMAN et
al., 2009).
De acordo com Geidl (2005), grande parte dos dispositivos que compõem o sistema de
geração distribuída seja solar, eólica ou biomassa não possuem os equipamentos de proteção e
do sistema. Além disso, como os sistemas não são perfeitamente equilibrados, a frequência
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 28
Normalmente, duas são as classes de relés para se coordenar: os relés de fase e de neutro. A
coordenação dos relés depende não somente da arquitetura da rede mas também da sua conexão
com TC e TP (ANDERSON, 1999). Para facilitar o entendimento, considere que para proteger
um sistema trifásico com neutro aterrado na saída da subestação, serão utilizados três relés de
fase e um de neutro. Esse arranjo tem a vantagem de que qualquer relé pode ser retirado para
manutenção e mesmo assim o circuito continuará protegido para qualquer tipo de falta. Vale
a observação que, quando fala-se no uso de quatro relés (três de fase e um de neutro) para
desse conjunto de relés é desempenhada por um único dispositivo digital, dispositivos estes foco
desta tese.
tema este que na maior parte das vezes possui pequenas dimensões no tocante às suas linhas de
e dos pers de geração e de carga da rede. Este fato, como mencionado, exige que revisões no
dência da topologia e pers de geração e carga do sistema, uma vez que estimam a impedância
entre o ponto de instalação do dispositivo e o local onde a falta ocorre. Seu emprego é mais
comum em sistemas de transmissão, onde as dimensões dos circuitos de transmissão são muito
grandes e informações relativas ao local de falta são importantes. Apesar de ter aplicação maior
nos sistemas de transmissão, alguns autores propõem o uso desses dispositivos também para os
uma vez que há a comunicação entre os dispositivos locais e remotos da linha protegida para
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 29
que a decisão seja tomada. Estes dispositivos apresentam valor de instalação bastante elevado.
Dessa forma, são aplicados apenas em sistemas onde os níveis de potência envolvidos sejam
muito altos ou as cargas justiquem o alto investimento. Atualmente, sistemas EHV utilizam
Supondo o sistema radial mostrado na Figura 3.8 no qual os locais analisados de falta são
representados de (1) a (5) e considere a linha compreendida entre as barras H e R. O relé local,
mais próximo à barra H, e o remoto, mais próximo à barra R, devem proteger a linha para
qualquer falta que ocorra em seu interior. Em caso de detecção de problemas, os relés enviarão
o sinal de trip para o disjuntor associado a cada um deles visando, extinção do problema.
ÊS G H R
(5) (4) (3) (2) (1)
O fato desta tese contemplar sistemas de distribuição com e sem geração distribuída, permite
eliminar um dos principais problemas na coordenação da proteção que é o efeito capacitivo das
linhas de transmissão. De acordo com Glover J. D.; Sarma & Overbye (2009), para linhas
curtas, isto é, com extensão menor que 80 km, esse efeito pode ser desconsiderado sem que haja
4
atuação instantânea (função 50) e a temporizada (função 51 ) na qual o tempo de atuação do
dispositivo de proteção possui relação inversa com os valores das correntes de falta.
Oliveira et al. (2010) propuseram a determinação dos ajustes da corrente de pick-up e do tipo
de curva característica do relé utilizando uma rotina baseada na técnica dos AG. Porém, é
comum encontrar trabalhos na literatura que partem do pressuposto que todos os relés têm
4 As características tempo-corrente dos relés de sobrecorrente são famílias de curvas de tempo de atuação
versus corrente de falta, geralmente apresentados em eixo dilog. De acordo com IEEE (1996) existem três
famílias de curvas características: moderadamente inversa, muito inversa e extremamente inversa. Já segundo
IEC (1989), os tipos de curva características são cinco: normal inversa, muito inversa, extremamente inversa,
inversa de tempo longo e inversa de tempo curto.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 30
Os TC são dispositivos que proporcionam aos relés níveis de corrente adequados aos dispo-
(IEEE, 2010). A determinação do RTC deve levar em consideração dois parâmetros: a corrente
Quanto à corrente de carga, deve-se considerar não apenas aquela que corresponde ao fun-
cionamento normal da rede, como também quando esta encontra-se em contingência (IC,M ax ).
Assim sendo, a corrente nominal no primário do TC (IN P ) deve ser tal que:
IN P ≥ k × IC,M ax . (3.4)
Sendo k uma constante que representa o fator de crescimento da carga e deve ser válida
No que se diz respeito a máxima corrente de curto-circuito para uma falta no local de
instalação do TC (ICC,M ax ), este deve ter uma relação tal que garanta que o dispositivo não
sature devido à corrente de primário elevada. Para isso, introduz-se um parâmetro conhecido
como fator de de sobrecorrente (FS) do TC, que na maioria das vezes é considerado igual a 20.
Logo, IN P deve ser computador conforme:
ICC,M ax
IN P ≥ . (3.5)
FS
Na literatura esse parâmetro geralmente é conhecido como corrente de pick-up, sendo con-
coordenação e seletividade.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 31
Unidades temporizada (51) de fase De modo geral, a corrente de pick-up (IFP U ) deve
P
k× IC,M ax
IFP U ≥ . (3.6)
RT C
A Equação (3.6) é perfeitamente geral, uma vez que pode ser aplicada tanto para sistemas
5
com circuito de transferência de carga , no qual serão levados em consideração os valores da
corrente de carga nominal do circuito ao qual o relé está conectado, bem como a corrente
nominal do circuito que possa vir a se utilizar do circuito de transferência. Caso o sistema não
Icc,2Φ
IFP U ≤ , (3.7)
RT C
sendo:
deve atuar para todas as faltas bifásicas e monofásicas dentro da linha protegida, restando aos
O processo descrito acima deve ser repetido de modo que o relé local atue sempre antes
Figura 3.9 apresenta o uxograma necessário para determinação dos ajustes dos dispositivos
dispositivos de proteção de neutro segue o mesmo princípio usado para o relé de fase, ou seja, a
corrente de pick-up (INP U ) deve estar entre dois valores: o inferior relativo à corrente de carga
da linha (IC,M ax ) e o superior relativo à corrente de curto-circuito, neste caso monofásico para
Determinar o tipo de
curva do relé i
Calcular o múltiplo de
corrente do relé i
Calcular ti por:
æ k ö
ti = TDS ´ ç k 21 ÷
è M -1 ø
Sim Barra
Terminal?
Fim do
processo Não
Calcular o múltiplo de
corrente do relé i-1
i=i-1
Figura 3.9: Fluxograma utilizada para coordenação dos dispositivos de sobrecorrente tempori-
zada em uma rede radial.
k2 × IC,M ax Icc,ΦT
≤ INP U ≤ (3.8)
RT C RT C
O valor do termo k2 depende das ligações das cargas no sistema. Caso existam cargas
alimentadas com tensão de fase, isto é, conectadas entre fase e neutro, o valor de k2 pode variar
carga do circuito. Caso todas as cargas do sistema sejam conectadas entre fases - alimentadas
por tensão de linha -, toma-se por base um valor de 10% da corrente de carga, ou seja, k2
assumirá o valor 0, 1.
Ainda conforme (3.8), as unidades de neutro dos relés de sobrecorrente devem ser sensíveis
ao menor valor de corrente de curto-circuito no nal do trecho protegido. Essa condição nem
sempre é possível de se obter devido as características das cargas. Por isso, recomenda-se o uso
de chaves-fusíveis, seccionadores ou religadores de modo que o trecho a ser protegido pelo relé
seja reduzido.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 33
de uma unidade separada do relé de sobrecorrente que proporcione uma atuação mais rápida
que aquela oferecida pela unidade 51 (unidade temporizada) para faltas com altas correntes de
pode estar disponível como um segundo elemento dos relés de sobrecorrente de fase e não como
Uma regra geral é utilizada para vericar o grau de diculdade de se coordenar os dispositivos
de proteção de uma linham que consiste em vericar o quão maior são as faltas close-in em
relação às que acontecem no nal do trecho a ser protegido. Na maioria dos casos, quando essa
diferença for menor que 30% a coordenação será de difícil obtenção (ANDERSON, 1999).
Suponha um relé com de sobrecorrente com sua unidade instantânea instalado na barra H
do sistema mostrado na Figura 3.8. Para o sistema mostrado na Figura 3.8, sejam os dados
Os valores das correntes de curto-circuito no início (close-in ) (ICI ) e no nal da linha (far
ES
ICI = , (3.10)
ZS
ES
IF E = . (3.11)
ZS + ZL
Para ns de simplicação matemática, considera-se o termo KSR conforme descrito abaixo:
ZSR
KSR = . (3.12)
ZL
ICI
IF E = . (3.13)
1
1+
KSR
De modo equivalente, a corrente de curto-circuito para uma falta ocorrida a h% do início
ES
IER = . (3.14)
ZSR + hZL
linha protegida h, também conhecido como alcance da unidade instantânea, conforme dado em
(3.15).
KSR (1 − KI ) + 1
h = . (3.15)
KI
De acordo com Anderson (1999), o valor de KI deve variar entre 1, 1 e 1, 4. Como pode-se
vericar na Figura 3.10, geralmente é possível proteger um trecho maior que 50% da linha.
0.9
0.8
h em pu
0.7
0.6
K1 = 1,1
K1 = 1.2
0.5
K1 = 1.3
K1 = 1.4
0.4
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Ksr em pu
ZS (1 − KI ) + ZL
h = (3.16)
ZL × KI
et al., 2005; YI et al., 2009). A equação (3.16), base para o desenvolvimento que resultou
se esperar, perfeitamente correta do ponto vista teórico e físico. Entretanto, restrições são
A primeira restrição, que facilmente pode ser contornada, diz respeito a necessidade do
conhecimento do equivalente de rede no local onde cada relé de sobrecorrente instantânea for
instalado. O principal entrave neste é a capacidade de processamento dos relés digitais, uma
vez que boa parte da sua memória já é reservada para a realização dos cálculos relativos à
função de proteção.
Na prática, o que fora apresentado como uma forma de obtenção do alcance de maneira
adaptativa, pode ser encarada como uma maneira auxiliar de se obter o alcance quando não se
de proteção adaptativa aquela na qual os ajustes dos dispositivos de proteção são atualizados
automaticamente frente a alguma modicação ocorrida na rede. Como pôde-se vericar pelos
citada.
Os sistemas não-radiais têm como principal característica o fato da corrente de falta não ter
sua direção previamente conhecida, como acontece com os sistemas radiais. Este fato provêm
Suponha que o sistema ctício apresentado na Figura 3.11 seja protegido por relés de so-
Ê1 K r1 r2 M Ê2
r3 r4
Figura 3.11: Sistema não-radial com presença de geração distribuída e linhas duplas.
Seja uma falta ocorrida na linha protegida pelos relés r1 e r2 . Para que esta falta possa
ser eliminada de maneira satisfatória, é necessário que as restrições dadas por (3.17) sejam
atendidas.
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 36
De maneira análoga, para uma falta na linha protegida pelos relés r3 e r4 as restrições
As restrições impostas por (3.17) e (3.18) não podem ser atendidas simultaneamente, o que
necessária ao sistema.
correntes (TC) permitem identicar o sentido da corrente em uma linha de transmissão através
de uma relação simples entre as fases da grandeza de operação, a corrente nesse caso, e da
grandeza de polarização, que pode ser outro sinal de corrente ou um sinal de tensão, como
mais frequente na prática (ALMEIDA, 2000). Dessa forma, é necessário incluir à unidade
de sobrecorrente, características direcionais que não estão presentes previamente nesta função.
Mais detalhes sobre a da função direcional e das formas de conexão dos dispositivos de operação
Acrescentando aos relés do sistema da Figura 3.11, a função direcional (função 67) conforme
apresentado na Figura 3.12 as restrições impostas por (3.17) e (3.18) podem ser atendidas
simultaneamente, uma vez que cada relé possui um sentido para o qual será sensibilizado,
Ê1 K r1 r2 M Ê2
r3 r4
De acordo com Blackburn (1987), o sentido a ser protegido pelo dispositivo deve ser denido
de acordo com a relação da corrente que ui pelos relés nos dois extremos das linhas. Seja um
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 37
sistema radial com geração distribuída conforme mostrado na Figura 3.13, onde ICargaJusante e
ICargaM ontante referem-se às correntes de carga saindo e entrando através do relé r1 instalado na
barra K.
ICargaJusante
ICargaMontante
Ê1 K M N Ê2
r1 r2 r3 r4
(1) (2) (3)
I(1)
I(2)
I(3)
O relé r1 deve possuir características direcionais se uma das condições impostas por (3.19)
for satisfeita.
I(1)max ≥ 0, 25 × I(2)min ,
Sistemas que possuem circuitos duplos mas apenas uma fonte de potência, como mostrado na
Figura 3.14 apresentam características importantes conforme descrito a seguir. Observa-se que
os relés r1 e r10 não podem ser direcionais uma vez que, caso fossem direcionais e sensibilizados
para faltas à jusante da barra K, uma falta nesta barra não provocaria o uxo de corrente por
M N
K r1 r2 r3 r4 r5
Ê1
P O
r10 r9 r8 r7 r6
Figura 3.14: Sistema elétrico com circuitos duplos e uma única fonte de potência.
sistema, quando uma falta acontece à jusante da barra K, a corrente vista pelos relés r2 e r9
aumentam até atingir o seu valor máximo, quando a falta ocorre no mesmo ponto em que os
Capítulo 3 Fundamentos da Coordenação da Proteção 38
relés estão instalados. Dessa forma, como o limite inferior da corrente de curto-circuito de r2
e r9 é nulo, estes dispositivos devem atuar de maneira mais rápida possível, com corrente de
sistema. Assim, como a corrente de falta vista pelo relé r1 é a maior da rede, este é programado
para atuar mais rápido que os demais dispositivos. Observa-se assim, que uma vez r1 atuando,
o sistema torna-se radial com sentido anti-horário para a corrente. A atuação de r1 provoca
da rede deve ser desenvolvido com base nos maiores valores das correntes de curto-circuito por
Uma vez que o relé r1 atua, a coordenação dos relés pode ser realizada conforme descrito
na Figura 3.9. Deve-se atentar ainda, para o fato de que o uxograma da Figura 3.9 deve
ser repetido para todos os relés que sejam sensibilizados por correntes no sentido oposto aos
primeiros.
3.3 RESUMO
A presença de mais de uma fonte de geração, ou topologia malhada das linhas de distri-
pick-up, exige o prévio conhecimento de valores como: dados do equivalente de rede, correntes
posse de todos esses dados, um processo iterativo é iniciado no qual os ajustes dos dispositivos
proteção adaptativa visam minimizar, uma vez que a função de sobrecorrente é amplamente
ajustes dos dispositivos cada vez que modicações no sistema protegido ocorram.
CAPÍTULO 4
A partir do início das décadas de 1970 e 1980, com o advento dos dispositivos microprocessados,
os antigos relés eletromecânicos passaram por uma transformação que possibilitou uma melhora
et al., 1979; SCHWEITZER; ALIAGA, 1980). A arquitetura dos relés de proteção digital vem
sendo alvo de pesquisas de diversos estudiosos ao longo do tempo (PEREZ, 2006; MCLAREN
O modelo básico de um relé digital tem o diagrama de blocos mostrado na Figura 4.1.
Unidade de
Unidade de Unidade de Processamento
Condicionamento de Sinais Aquisição de Dados de Dados
Transformadores
Filtros
Circuitos CPU
Analógicos Multiplexador
Auxiliares Sample/Hold
Anti-aliasing Unidade de
Memória
va S/H Memória
vb Unidade de
Comunicação
vc COM
Conversor
vn M Analógico/Digital
U A/D
Unidade de
ia
X Interface Lógica
Estados Lógicos de
Disjuntores e Mensagens
ib Clock Entradas de Disparo/Bloqueio
Lógicas
ic
Sinais de Disparo
Disjuntores e Mensagens
in S/H Saídas de Disparo/Bloqueio
Lógicas
Seguindo o diagrama de blocos da Figura 4.1, os relés digitais recebem os sinais de tensão
e corrente dos transdutores (TC e TPC) associados a cada um. Vale a observação de que nem
todas as funções de proteção necessitam usar sinais de tensão e corrente. Logo, a armação
40
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 41
realizada no início do parágrafo visa apenas realizar um comentário geral com respeito à ar-
quitetura dos relés digitais. Como sabe-se, não é possível processar uma grandeza analógica
de Nyquist, que o processo de amostragem e ltragem seja feita à uma taxa de, no mínimo, o
dobro da frequência da última hormônica desejada. Assim, esse valor é usado tanto no ltro
A estimação de fasores para grandezas senoidais é o processo pelo qual, através de uma rotina
de ltragem, podem ser obtidos os valores de amplitude e fase dos sinais de entrada. Diversas
abordagens são apresentadas na literatura para este m, sendo as mais comuns: Fourier de
um ciclo (PHADKE; THORP, 1990), Fourier de meio ciclo (PHADKE; THORP, 1990), Filtro
Cosseno (SCHWEITZER; HOU, 1993), Fourier Modicado Sidhu et al. (2003) e as baseadas
nas transformadas Wavelets (SILVA, 2009). Todas as técnicas mencionadas usam a estratégia
de janelamento do sinal, os algoritmos de estimação de fasores são não recursivos de janela xa
Para uso em relés digitais, o processo de estimação fasorial extrai apenas o fasor correspon-
dente à componente fundamental da tensão e da corrente secundária dos TPC e TC, respecti-
vamente.
de amostras do sinal a ser estimado, esse conjunto de amostras recebe o nome de janela de
dados. Com a chegada de uma nova amostra do sinal esta é incorporada à janela eliminando-se
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 42
assim a amostra mais antiga. Dessa forma, a janela utilizada no processo de estimação fasorial é
uma janela móvel (PHADKE; THORP, 1990). A Figura 4.2 mostra o processo de deslocamento
da janela para um sinal de corrente. Observa-se que durante o período da estimação existem:
(i) um intervalo no qual a janela encontra-se completamente preenchida com amostras do sinal
antes da falta, sendo por isso chamada de etapa pré-falta; (ii) um intervalo no existem na
janela amostras tanto do período de pré-falta quanto do período de falta, chamada de período
transitório; e por m (iii) quando a janela esta preenchida apenas com amostras do sinal em
A seguir serão apresentados alguns detalhes sobre o uso das técnicas de estimação fasorial
listadas na literatura.
Pré-falta Falta
10
5
Corrente (A)
-5 Janela
Móvel Primeira Amostra
com falta
-10
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (ms)
Conforme a teoria de Fourier qualquer sinal periódico pode ser representado como a soma
∞ ∞
Y0 X X
x(t) = + Ycn cos(2πf t) + Ysn sen(2πf t), (4.1)
2 n=1 n=1
Sendo os termos Y0 , Ycn e Ysn denominados de coecientes de Fourier, os quais são determi-
nados por:
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 43
Z t+T
Y0 = x(t)dt
t
Z t+T
Ycn = x(t)cosnω dt (4.2)
t
Z t+T
Ysn = x(t)sennω dt
t
Esta técnica consiste na determinação dos valores de módulo e fase da componente funda-
mental de um sinal periódico qualquer a partir do produto de um ciclo de amostras por funções
seno e cosseno. Para a componente fundamental de sinal x(t) as equações (4.3) tornam-se:
Z t+T
Ycn = x(t)cosω dt
t
Z t+T
Ysn = x(t)senω dt (4.3)
t
N −1
2 X 2πk
Yc1 = xk cos , (4.4)
N k=0 N
N −1
2 X 2πk
Ys1 = xk sen . (4.5)
N k=0 N
N −1
2 X
Yc1 = xk hck , (4.6)
N k=0
N −1
2 X
Ys1 = xk hsk , (4.7)
N k=0
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 44
2
hc = [cosωt0 cosωt1 ··· cosωtN − 1 ] (4.8)
N
2
hs = [senωt0 senωt1 ··· senωtN − 1 ] (4.9)
N
mental. Outra característica importante deste algoritmo é que os coecientes do ltro podem
Uma vez conhecidas as expressões dos ltros de Fourier de um ciclo, a amplitude e a fase
q
A = Yc12 + Ys12 , (4.10)
−1 Ys1
ϕ1 = tan . (4.11)
Yc1
Esse algoritmo assemelha-se ao algoritmo de Fourier de 1 ciclo porém, como o nome indica,
utiliza apenas meio ciclo de amostras do sinal x(t) e como resultado, o algoritmo de Fourier
de meio ciclo é mais rápido que o de Fourier de 1 ciclo. Conforme Phadke & Thorp (1990), as
N/2 − 1
4 X 2πk
Yc1 = xk cos (4.12)
N k=0 N
N/2 − 1
4 X 2πk
Ys1 = xk sen , (4.13)
N k=0 N
4
hc = [cosωt0 cosωt1 ··· cosωtN − 1 ] (4.14)
N
4
hs = [senωt0 senωt1 ··· senωtN − 1 ] (4.15)
N
DC de decaimento exponencial.
Suponha o sistema elétrico simplicado apresentado na Figura 4.3, onde a linha de transmis-
são foi modelada como uma linha curta, na qual só são representados os efeitos da resistência e
da reatância indutiva. A carga desse sistema foi modelado como sendo de corrente constante.
A (1-p)LLT B
RTH LTH pRLT pLLT F (1-p)RLT
i(t) iF (t)
S t0
vTH(t) iC(t)
RF
Antes do início da falta, a corrente vista pelo relé instalado na barra A é igual a corrente
de carga reetida para o secundário do TC que o alimenta conforme (4.18). Quando a chave S
é fechada e a falta estabelecida, a corrente vista pelo relé da barra A passa a ser igual a soma
Em
iF (t) = sen(ω(t − t0 ) + θ − ϕc ) + A0 e−(t − t0 )/τ , (4.19)
|ZF |
com:
p
|ZF | = (RT H + hRLT + RF )2 + ω 2 (LT H + hLLT )2 , (4.20)
−1 ω(LT H + hLLT )
ϕF = tan , (4.21)
RT H + hRLT + RF
LT H + hLLT
τ = , (4.22)
RT H + hRLT + RF
Em
A0 = − sen(θ − ϕF ). (4.23)
|ZF |
depende tanto dos parâmetros da linha, quanto do equivalente da rede e dos parâmetros da
falta, tais como: localização, ângulo de incidência e resistência de falta. Como alguns desses
parâmetros nem sempre são conhecidos inicialmente, assume-se o valor da contante de tempo
dos ltros de Fourier apresentados em (4.8), (4.9), (4.14) e (4.15). Essa técnica apresenta resul-
tados considerados bons, porém só pode ser utilizada em dispositivos que utilizam algoritmos
decaimento exponencial. Em Sidhu et al. (2002), Sachdev & Baribeau (1979), a componente
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 47
Outros autores sugerem o uso de ltros passa-altas e passa-faixa para a ltrar a componente
sinais de tensão e corrente. O problema das duas últimas técnicas citadas é que os parâmetros
usados são constantes para uma mesma simulação, ou seja, não se adaptam às características
do sistema.
Essa técnica baseou-se no ltro mímico proposto por Benmouyal (1995), o qual é capaz de
eliminar por completo os efeitos da componente DC nos casos em que τd seja igual a τ. O
Algoritmo que utiliza N/2+2 amostras do sinal Seja o sinal discreto x(k) dado por
N/2
k
X 2πn
x(k) = A0 Γ + An sen k + ϕn = xDC (k) + x(k), (4.24)
n=1
N
sendo:
N
2 X 2π
X(k) = x(k − N + r)e−j N r . (4.25)
N r=1
X(k) = XDC (k) + X(k). (4.26)
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 48
Com base na periodicidade da função trigonométrica do seno, sabe-se que o seu valor no
N
instante k− 2
é igual ao negativo do valor obtido no instante k. Através da análise dessa
(4.29)
xk + xk − N/2
= Γ = e−∆t/τ . (4.30)
xk − 1 + xk − N/2 − 1
ponto do algoritmo, pode ser obtido através da aproximação da função exponencial pelos dois
primeiros termos da série de Taylor, ou seja, representando o termo do lado esquerdo de (4.30)
por λ:
∆t
λ = 1− . (4.31)
τ
∆t
τ = (4.32)
1−λ
Expressão que utiliza N amostras do sinal Considere o sinal discreto dado por (4.24).
De acordo com Guo et al. (2003), as seguintes somas parciais podem ser consideradas:
N/2
X
P S1 = x2k − 1 . (4.33)
k=1
N/2
X
P S2 = x2k . (4.34)
k=1
Γ(ΓN − 1)
P S1 = A0 . (4.35)
Γ2 − 2
Γ2 (ΓN − 1)
P S1 = A0 . (4.36)
Γ2 − 2
∆t
τ = . (4.37)
P S2
1−
P S1
Em resumo, a técnica adaptativa para eliminação do efeito da componente DC de decaimento
Após cada atualização no valor de τ, o ganho do ltro mímico proposto por Benmouyal
s
1
K = 2 2 . (4.38)
2π 2π
(1 + τd ) − τd cos N
+ τd sen N
A identicação de situações anormais nas grandezas elétricas analisadas por um relé pode
ser realizada por meio de comparações. De acordo com a função do relé a comparação pode se
dar através de diversas maneiras: comparação de amplitude, de fase, de amplitude e fase, entre
outras.
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 50
Suponha dois fasores que atuam como entrada de um relé dados conforme a seguir:
 = |A|ejθ ,
(4.39)
jφ
B̂ = |B|e .
entre as fases dos sinais B̂ e  estará relacionada com as operações de soma e subtração dos
φ ≥ 90 ⇒ |A − B| ≥ |A + B|, (4.40)
φ = 90 ⇒ |A − B| = |A + B|, (4.41)
φ ≤ 90 ⇒ |A − B| ≤ |A + B|. (4.42)
B
A
B
-B
A
A+B
B
A
-B
f f
A A
(a) (b)
B B
A-
+
A
B
f
A
(c)
Figura 4.4: Esquema gráco de comparação de fase para: (4.4(a)) φ ≥ 90, (4.4(b)) φ = 90,
(4.4(c)) φ ≤ 90.
A comparação de amplitude entre dois sinais pode ser realizada através do uso de um circuito
2010).
Capítulo 4 Fundamentos da Proteção Digital 51
+VCC
|A| +
V0
|B| -
Nesse esquema caso o sinal de saída do comparador (V0 ) assuma valor maior que zero, isso
signica que a amplitude do sinal A é maior que o do sinal B . Quando o sinal B tiver amplitude
4.3 RESUMO
No que concerne à proteção digital, diversas técnicas encontram-se em uso atualmente para
a implementação dos blocos que compõem a arquitetura básica dos dispositivos de proteção
digital. Para a estimação de fasores, os algoritmos baseados na série de Fourier veem sendo mais
utilizados, embora alguns outros métodos também apresentem bons resultados. A eliminação da
não garantem uma operação efetiva em situações de mudanças da rede elétrica, notadamente
mas relacionados à perda de coordenação de uma rede antes coordenada são apresentados na
literatura como vantagens do esquema de proteção adaptativa (PAN et al., 2011; OJAGHI et
al., 2013; MAHAT P.; CHEN; BAK, 2006; DEWADASA et al., 2011; EL-KHATTAM; SIDHU,
topologia e das condições de geração do sistema. Essa característica torna o alcance da zona
instantânea um termo variável, podendo assumir inclusive valores nulos. Utilizando as técnicas
de proteção adaptativa, é possível tornar esse alcance praticamente constante, fazendo com que
uma mesma porção do sistema esteja sendo protegida por esta unidade.
Neste capítulo será apresentada a metodologia proposta para determinação dos ajustes de
relé. Essa técnica é absolutamente válida quando aplicadas às redes com geração distribuída,
haja visto que os equivalentes reem as situações da rede à jusante e à montante do relé.
reete apenas a situação à montante da rede (SOUZA JR; SOUZA, 2012). Este fato, faz
52
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 53
com que as equações propostas na literatura não apresentem valores coerentes para alguns
casos quando trata-se da proteção de sistemas de distribuição. Assim sendo, faz-se necessário
A análise do estado da arte mostoru que as diversas técnicas de proteção adaptativa têm
uma característica em comum: a atualização dos ajustes dos parâmetros dos dispositivos frente
às modicações da rede. Conforme apresentado na subseção 3.2.3, o valor do ajuste dos dis-
planta.
Para ilustrar, considere o sistema radial simplicado mostrado na Figura 5.1. De acordo
valores para as correntes de falta devem ser utilizadas para a determinação dos parâmetros de
G R
ÊS
Iaj,MAX
Iaj,MIN
tiMIN tiMAX
t
Figura 5.1: Limites para corrente mínima de atuação da unidade instantâneas de sobrecorrente.
xima representado pelo gráco contínuo da Figura 5.1 e para a geração mínima representado
pela curva tracejada. Caso o dispositivo de proteção instalado na barra G seja congurado
considerando a condição de geração máxima, sua corrente de ajuste seria dada por IajM AX e
atuaria num tempo tiM AX . Entretanto, na situação em que o perl de geração mínima esteja
vigente, o dispositivo de proteção passaria a atuar em um tempo tiM IN menor que o tiM AX .
No caso em que a barra G representa uma barra de fronteira com outro sistema, este fato pode
mínima, este passaria a ter uma corrente de ajuste de IajM IN e atuaria em tiM AX . Entretanto,
caso o perl de geração fosse o de geração máxima, o dispositivo de proteção não chegaria a
Este exemplo ilustra alguns problemas que podem ser causados pelas mudanças nas con-
dições do sistema de potência quando técnicas tradicionais de proteção são utilizadas. Assim,
para tornar os ajustes dos dispositivos de proteção um parâmetro que se adeque à condição
atual do sistema, é necessário que tais parâmetros sejam calculados com base em uma grandeza
que possa reetir a real condição operacional da rede, como por exemplo, a corrente de carga.
Considere o sistema radial simplicado representado na Figura 5.2. Para uma falta trifásica
por (5.1).
G h R
ÊS
Falta 3f
ÊS
IˆEF = . (5.1)
ZS + hZL
Essa equação é a base para determinação do ajuste das unidades de sobrecorrente instantâ-
neas das técnicas tradicionais (MASON, 1956; ANDERSON, 1999), as quais propõem relações
entre a corrente de curto-circuito à h% e a corrente para uma falta close-in na linha protegida
pelo dispositivo. A proposta desta tese é realizar a comparação com a corrente de carga do
sistema, por ser uma grandeza que reete as condições topológicas e operacionais do sistema
tanto à montante quanto à jusante, quer seja para sistemas com ou sem a presença da geração
distribuída.
Matematicamente, a corrente de carga IˆL que ui pela linha a ser protegida é igual à ela
própria, ou seja:
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 55
ÊS
IˆEF Z + hZL
= S . (5.3)
ˆ
IL IˆL
Simplicando, tem-se:
ZS
kSR = , (5.4)
ZL
IˆEF
k1 = . (5.5)
IˆL
Logo:
ÊS
k1 = . (5.6)
ZL (kSR + h)IˆL
ÊS
h = − kSR . (5.7)
ZL k1 IˆL
brecorrente não apenas como uma relação entre as impedâncias do equivalente de Thévennin
tensão equivalente e da corrente vista pelo relé. O fato de depender das grandezas vistas pelo
dispositivo faz com que este modo congure-se em uma alternativa adaptativa de calcular o
alcance da unidade de sobrecorrente instantânea, uma vez que depende de grandezas que va-
riam para qualquer modicação tanto à montante quanto à jusante do ponto de instalação do
dispositivo de proteção.
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 56
sistema ctício com corrente de carga de 36 A. Para este caso, a corrente de pick-up da
Tempo (ms)
Tempo (ms)
Figura 5.3: Compartamento da unidade instantânea de sobrecorrente obtida por meio da técnica
adaptativa proposta.
é possível observar o comportamento do alcance obtido por meio de (5.7) com a variação da
Sistemas de potência com duas ou mais fontes de potência constitui atualmente um fato fre-
quente em praticamente, todos os níveis de tensão da rede elétrica. Vantagens são apresentadas
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 57
140
120
100
80
h(%)
60
40
20
0
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL
Figura 5.4: Relação entre alcance da unidade instantânea e a razão ICC /IL .
tanto para o sistema elétrico, tais como: melhoria dos níveis de tensão nas barras de carga e
a diminuição das perdas na transmissão uma vez que as unidades geradoras aproximam-se das
unidades consumidoras; quanto para os pequenos geradores que além de vantagens nanceiras
Como citado no Capítulo 3, apesar das vantagens apresentadas pela presença da geração
mento da corrente em momentos de curto-circuito são provocados. Essas mudanças exigem que
Para ilustrar, considere o sistema com geração distribuída representado por dois equivalentes
de rede conectados nos dois extremos do sistema mostrado na Figura 5.5. Dois relés são
direcional cuja direcionalidade foi congurada conforme indicado pelas setas próximas a cada
disjuntor.
Para uma falta trifásica ocorrida à uma porção h da linha de distribuição do sistema mos-
trado na Figura 5.5, a presença da geração distribuída acarretará em uma impedância equiva-
lente que reete as impedâncias tanto à montante quanto à jusante do ponto de ocorrência. A
Figura 5.6(a) apresenta a condição geral do sistema elétrico para a falta analisada e a Figura
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 58
Equivalente Equivalente
de Rede 1 de Rede 2
Z1 A ZLT B Z2
TC TC
TP Î TP
Relé Relé
Ê1 Ê2
5.6(b) realiza a simplicação mostrada em (5.8) e (5.9) para realização do cálculo da corrente
de curto-circuito.
ZA = Z1 + hZLT . (5.8)
ZB = (1 − h)ZLT + Z2 . (5.9)
Equivalente Equivalente
de Rede 1 de Rede 2
h
Z1 A hZLT (1-h)ZLT B Z2
TC TC ZA ZB
TP TP
Relé Relé
Ê1 Falta 3f Ê2
Ê1 Falta 3f Ê2
(a) (b)
Figura 5.6: (5.6(a)) Sistema com geração distribuída e falta aplicada a h% da linha. (5.6(b))
Simplicação utilizando (5.8) e (5.9).
tensão e a impedância equivalentes são dadas, respectivamente, pelas equações (5.10) e (5.11):
b1 − IbC ZA ,
VbT H = E (5.10)
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 59
ZA ZB
ZT H = , (5.11)
ZA + ZB
b1 − E
E b2
IbC = . (5.12)
ZA + ZB
VbT H
IbCC = . (5.13)
ZT H
b1 − IbC ZA
E
IbCC = ZA ZB
. (5.14)
ZA + ZB
E
b1 ZB + Eb2 ZA
IbCC = . (5.15)
ZA ZB
Fazendo-se:
2
C = ZLT , (5.20)
(5.17) torna-se:
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 60
ZA ZB = A + B × h − C × h2 . (5.21)
Logo, (5.15) pode ser resumida considerando as equações (5.18)-(5.20) da seguinte forma:
E
b1 ZB + E
b2 ZA
IbCC = . (5.22)
A + h × B − h2 × C
corrente vista por cada um dos relés no momento da falta. Dessa forma, faz-se necessário que
informações acerca das contribuições das fontes Ê1 e Ê2 da Figura 5.5.
Na Figura 5.7 apresenta-se uma simplicação para cálculo da corrente vista por cada dis-
positivo de proteção instalado na Figura 5.5. Diferentemente do que foi feito para os sistemas
Através de análises simples do circuito da Figura 5.7 é possível obter as relações de cada
ZA ZB
b1 − ZA × IbCC1 = 0.
E (5.23)
b2 − ZB × IbCC2 = 0.
E (5.24)
b1 − E
E b2 − ZA × IbCC1 + ZB × IbCC2 = 0. (5.25)
Sabendo-se que:
ZT = Z1 + Z2 + ZLT . (5.29)
Para IbCC1 , por exemplo, é possível substituir as variáveis de acordo com (5.9), (5.29) e
(5.22):
h i
Eb1 ZB + E
b2 ZA
IbCC1 [Z2 + (1 − h)ZL ] × A + h×B − h2 ×C
+ (Ê1 − Ê2 )
= . (5.30)
IbC IbC
IbCC1
O termo assim como no caso dos sistemas sem geração distribuída, será substituído
IbC
por uma constante. Portanto, (5.30) pode ser reescrita da seguinte forma:
" #
E
b1 ZB + E
b2 ZA
k1 × IbC = [Z2 + (1 − h)ZL ] × + (Ê1 − Ê2 ), (5.31)
A + h × B − h2 × C
A1 × h2 + B1 × h + C1 = 0, (5.32)
sendo:
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 62
A2 × h2 + B2 × h + C2 = 0, (5.36)
onde:
Como pode-se observar em (5.32) e (5.36), a presença da geração distribuída torna a deter-
5.8.
oposto ao obtido nos casos em que não se considera a geração distribuída, como no caso da
Entretanto observa-se que tanto (5.7) quanto (5.36) exigem a determinação dos equivalentes
Yi et al. (2009) propuseram que este equivalente seja obtido por meio de dados de tensão
e corrente de curto-circuito porém, esses dados nem sempre são conhecidos previamente pelos
engenheiros de proteção.
Capítulo 5 Proteção adaptativa de sobrecorrente 63
1.04
1.02
0.98
0.96
h(%)
0.94
0.92
0.9
0.88
0.86
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL
(a)
0.14
0.12
0.1
0.08
h(%)
0.06
0.04
0.02
0
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
K1 = Icc/IL
(b)
Figura 5.8: Comportamento do alcance da unidade instantânea em sistemas com geração dis-
tribuída de acordo (5.36): (5.8(a)) primeira solução, (5.8(b)) segunda solução.
nejad & Ledwich (2003), Tsai & Wong (2008). Através de dados disponíveis nos próprios relés,
B.
derados, obtém-se o mesmo resultado de (5.7). Assim, sugere-se que (5.32) e (5.36) podem ser
5.2 RESUMO
Este capítulo apresentou a formulação matemática proposta nesta tese para a determinação
dos ajustes das unidades de sobrecorrente instantânea em redes de distribuição com e sem a
No que diz respeito aos sistemas sem geração distribuída, a relação entre a corrente de
curto-circuito e a corrente de carga proporciona uma relação representada por uma equação
Para redes com ou sem geração distribuída, o alcance depende da corrente vista pelos
dispositivos de proteção, dos dados da linha protegida e dos equivalentes de rede do sistema.
Portanto, tornar um sistema de proteção adaptativa capaz de calcular os ajustes dos dispositivos
Por tratar-se de um sistema de controle que atuará em contato direto com uma das mais
rede de proteção adaptativa deve ser projetada de modo a atender as modicações do sistema
Conforme mostrado no Capítulo 2, de acordo com a arquitetura utilizada, dois tipos de siste-
mas de proteção adaptativa têm sido propostos que são: sistemas com arquitetura concentrada
distribuída apresentam melhor desempenho e são mais conáveis que as de arquitetura concen-
trada . Neste sentido, implementou-se uma rede com arquitetura distribuída formada por três
ao sistema elétrico de potência por meio de duas camadas, ou centros: o Centro de Controle
constatou, diversos autores vêm propondo este tipo de arquitetura formada por três camadas
(CHEN et al., 2005; CHáVEZ et al., 2008; SOUZA JR; SOUZA, 2013).
Cada um dos centros que formam a rede de proteção adaptativa é implementado por um
dispositivo diferente e independente, não havendo assim acúmulo de tarefas para nenhum dos
65
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 66
CCS
CCO
IED
Sistema Elétrico
processadores que compõem a rede. A principal vantagem do uso dessa arquitetura distribuída
das redes com arquitetura distribuída é o fato de permitir distribuir as decisões do sistema de
proteção entre vários dispositivos, o que minimiza a ocorrência de falhas no sistema tornando-o
mais conável. Entretanto, essa arquitetura requer a conexão das camadas que formam a rede
inerente à aplicação, a rede pode ser implementada por um enlace de bras ópticas, que garante
Para interconexão e troca de informações entre as camadas que formam a rede, diversos
protocolos de comunicação podem ser utilizados. Nos últimos anos um desses protocolos vem
sendo muito utilizado no tocante a automação e padronização da troca de informações entre dis-
positivos que formam uma subestação. O protocolo IEC 61850 tem como um dos seus principais
nos sistemas elétricos de potência. Ao mesmo tempo, este protocolo visa a redução do tempo
THOLOMIER, 2006).
propondo diversos tipos de relés para uso em sistema de potência. É o caso de Perez (2006),
Hor et al. (2003). Recentemente Souza Jr & Souza (2016), propuseram um modelo de relé de
Jr & Souza (2013). O trabalho apresenta uma rede de proteção adaptativa concentrada na
qual todas as camadas do sistema são desenvolvidas por um único dispositivo. Com isso,
para que a proposta possa tornar-se sicamente viável, um dispositivo processador de alto
desempenho seria necessário, fato este que, apesar do considerável e crescente desenvolvimento
de tais dispositivos, ainda acarretaria em um equipamento com valor econômico muito elevado,
Desta forma, um dispositivo de proteção adaptativa deve possuir, além das atribuições de
qualquer dispositivo de proteção, a possibilidade de modicação dos seus parâmetros, sem que
para isso seja necessário parar o processo de análise dos sinais de tensão e corrente, como ocorre
1 - Filtro anti-alliasing ;
2 - Conversor analógico/digital;
4 - Estimação de fasores;
5 - Algoritmo de proteção.
No caso do relé de proteção adaptativa uma nova etapa é acrescentada ao modelo básico de
Perez (2006), que é a etapa responsável pela permuta automática dos ajustes do dispositivo. Em
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 68
alguns dispositivos comercializados atualmente, essa permuta já pode ser realizada, entretanto,
de acordo com os próprios fabricantes, um intervalo de até 1 minuto é necessário para que
6.2, o qual possui todos os itens listados anteriormente, além da comunicação direta com o
Centro de Controle da Operação (CCO), responsável pela determinação online dos ajustes dos
dispositivos de proteção. Mais detalhes a cerca do CCO serão apresentados na subseção 6.4.
*
v v v vd Vd
Tcs e TPs Filtro Converssor Estimação
i
*
i id Buffer Id
Auxiliares Analógico A/D de Fasores
Vem do CCO
i
técnica. Entretanto, visando uma detecção rápida e segura, o modelo de relé proposto utiliza
a técnica de janelas curtas baseada na segunda derivada (GILCREST et al., 1972; SIDHU et
al., 2002). De acordo com os autores, o valor de pico de onda periódica para uma amostra h
pode ser dado da seguinte forma:
s
00 2 0 2
xh xh
Ah = + , (6.1)
ω2 ω
0 00
onde xh e xh representam as derivadas primeira e segunda do sinal.
Utilizando o método das derivadas nitas, Johns & Salman (1995) dene-os como:
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 69
00 xh − 2xh−1 + xh−2
xh = . (6.3)
∆t2
a diferença entre os valores de pico calculados para N amostras seguidas for superior a 20% o
distúrbio é detectado. No desenvolvimento desta tese foi usado um conjunto de cinco amostras
Tempo (ms)
Tempo (ms)
sário que as equações (6.1)-(6.3) sejam utilizadas apenas quando não forem vericadas modi-
cações topológicas/operacionais da rede, isto é, o relé deve ser capaz de diferenciar distúrbios
causados por mudanças na rede das causadas por faltas. Por exemplo, observa-se que a saída
de uma linha no sistema, cujo comportamento da corrente pode ser visualizado na Figura 6.4,
X: 38404
Y: 1.94e-7
Tempo (ms)
X: 38404
Y: 1
Mudança
Tempo (ms)
Apesar da semelhança entre os sinais das Figuras 6.3 e 6.4 para o sistema de proteção
adaptativa proposto, a saída de uma linha do sistema não pode causar a atuação do relé, e
sim, desencadear o processo para determinação dos novos parâmetros por meio do CCO e do
CCS. A Tabela 6.1 resume o comportamento do sistema de proteção adaptativa frente esses
sugerido na literatura (IEEE, PSRC, 2004; FERNANDES JR., 2004; SILVA, 2010; ARAUJO
No que diz respeito aos níveis de tensão de entrada para os TPC, vários trabalhos apresen-
isto é, 230 kV e 500 kV . Nesta tese, os sistemas analisados são de baixos níveis de tensão, ca-
racterísticas dos sistemas de distribuição. Como neste trabalho não há interesse na análise da
foi o proposto em IEEE, PSRC (2004), cujo circuito elétrico equivalente é mostrado na Figura
6.5.
Alta Tensão
c1 cc
rc xc rs xs
rc xc cf
lf
c2 cp xm rm rb
rf
rp xp rs xs
ip is
Transformador Ramo de rc
Ideal Magnetização
6.2.2 TP e TC auxiliares
São utilizados para adequar os níveis dos sinais do secundário dos TC e TP à níveis com-
patíveis com os dos circuitos digitais dos relés. Outra função destes dispositivos é estabelecer o
dos circuitos de aquisição de dados contra surtos nos sinais de tensão e de corrente.
Nas Figuras 6.7 e 6.8 apresentam-se os circuitos equivalentes dos TC e TP auxiliares utili-
r
MOV Transformador
Ideal
rTP Tensão
Secundária
Conforme se vê, o sinal da corrente secundária é obtido por meio da tensão entre os terminais
Para simulação dos disjuntores foram utilizadas as chaves controladas disponíveis na rotina
é efetuada através de rotina implementada na MODELS que dene, caso necessário, o tempo
de altas frequências, o que requer o uso de um ltro analógico passa-baixas para eliminar a
WILLSKY, 2002).
Um ltro ideal é aquele que permite a passagem completa do sinal dentro da sua faixa de
passagem e bloqueio completamente na sua faixa de corte . Além disso, uma transição abrupta é
fazem com que exista uma faixa que deve ser tolerável pelo projetista para a qual o ganho
nas faixas de passagem e de corte podem distanciar-se em relação aos teóricos. Além disso,
como mostrado na Figura 6.9, ocorre o surgimento de uma faixa de transição entre a faixa de
passagem ωp na qual o ganho do ltro poderá variar em torno do ganho unitário dependendo
qual a saída do ltro terá uma atenuação de −3 dB em relação à entrada e a frequência ωs que
pela tolerância δ2 .
Diretamente relacionado à esta determinação está a escolha da ordem do ltro. Quão maior a
relacionadas ao desempenho do circuito do ltro fazem com que ltros com ordens muito grandes
apresentem tempo de resposta lento, o que não deve ser permitido para aplicações em proteção
de sistemas elétricos.
Um outro termo que incide diretamente no desempenho do ltro é o seu tipo. Os ltros mais
Butterworth são os mais indicados, pois não apresentam oscilações de ganho em sua faixa de
|H(jw)|
1+d1 Filtro
Ideal
1-d1
Faixa de
Transição
1
2
Faixa de Faixa
Passagem de Corte
d2
wp wc ws w
1
H(ω) = s 2N . (6.4)
ω
1+
ωc
O projeto do ltro Butterworth inicia-se pela determinação da ordem do mesmo, que dar-se
por (6.5).
− Gs/10
− 1 − log 10 − Gp/10 − 1
log 10
N ≥ , (6.5)
2 × log (ωs /ωp )
sendo:
valores distintos para a frequência de corte do ltro. A escolha de qual valor será utilizado é
tarefa do projetista e deve ser feita cautelosamente, uma vez que seu valor inuencia nos valores
ωp
ωc = 1/2N (6.6)
− Gp/10
10 −1
ωs
ωc = 1/2N
(6.7)
(10 − Gs/10 − 1)
A função de transferência normalizada do ltro passa-baixas tipo Butterworth é dada por
(6.8), a partir de (6.8), pode-se obter a função de transferência ajustada para a frequência de
1
Ĥ(s) = , (6.8)
(s − s1 )(s − s2 ) · · · (s − sn )
sendo:
A obtenção da função de transferência do ltro Butterworth utilizado nesta tese, foi feita
Ganho máximo AdB
max = 1dB ;
Ganho mínimo AdB
min = −60dB ;
Terceira ordem n = 3.
grama de Bode mostrado na Figura 6.10 pode-se observar que a amplitude do sinal de saída
permanece constante para grande parte do espectro de frequência analisado, fato este que não
acontece com a fase, que mantém um comportamento de defasamento crescente a partir dos
para componentes do sinal com frequência maiores que 1130 rad/s, ou cerca de 180 Hz , como
estabelecido previamente.
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 76
Ainda de acordo com a Figura 6.10, a faixa de transição do ltro projetado situa-se entre
as frequências de 180 − 1880 Hz , esta última valor a partir do qual o ltro atenua o sinal de
1, 447 × 109
H(s) = . (6.10)
s3 + 2262 × s2 + 2, 558 × 106 × s + 1, 447 × 109
Bode Diagram
0
System: H
−20 Frequency (rad/sec): 1.13e+003
Magnitude (dB): −3.01
Magnitude (dB)
−40
−60
System: H
−80 Frequency (rad/sec): 1.18e+004
Magnitude (dB): −61.2
−100
−120
0
Phase (deg)
−90
−180
−270
1 2 3 4 5
10 10 10 10 10
Frequency (rad/sec)
Na Figura 6.11 pode-se vericar a presença das harmônicas de alta frequência presentes em
tado por (6.10) proporciona um sinal com menor número de componentes harmônicos de alta
frequência.
ple/hold , o qual é necessário para que durante o processo de conversão não haja nenhuma
a chave estiver fechada, o sinal de saída será igual ao de entrada e o capacitor estará sendo
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 77
600
Corrente da Fase A
400 Corrente Filtrada da Fase A
200
0
Corrente (A)
−200
−400
−600
−800
−1000
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Tempo (s)
carregado. Com a chave aberta, o nível da saída será mantido pelo capacitor. O comportamento
300
Sinal Amostrado
Sinal Filtrado
250
200
150
Corrente (A)
100
50
−50
−100
0.09 0.095 0.1 0.105 0.11 0.115 0.12 0.125 0.13 0.135
Tempo (s)
O conversor A/D por sua vez, recebe um sinal analógico e o converte para a sua representação
digital.
O processo de conversão pode ser feito de duas maneiras: a integrada e a não integrada.
sistemas elétricos exige. Por isso, nesta tese utilizou-se o modo não integrado no qual não há a
necessidade da etapa integradora, o que faz com que a conversão se dê de maneira mais rápida
6.2.6 Buer
corrente usadas pelo bloco de estimação de fasores. Como a taxa de amostragem escolhida foi
tem capacidade de armazenar palavras com até 16 bits. Utilizou-se a taxa de amostragem de 16
amostras por ciclo para que, de acordo com o teorema de Nyquist, obter um sinal digitalizado
O CCS tem como função principal o monitoramento e detecção das modicações no cenário
O monitoramento desse centro divide-se em duas partes: (i) a primeira é responsável pelo
monitoramento dos status dos dispositivos seccionadores da rede, que indicará a saída ou en-
trada de algum equipamento na rede; (ii) o segundo é responsável pela detecção de modicações
operacionais da rede, isto é, monitora a entrada e a saída de unidades geradoras e das cargas
na rede.
A cada passo de integração do sistema, o CCS captura os dados digitais relativos a situação
de deslocamento, o buer BD1 armazena uma única palavra digital com a qual é possível
identicar a topologia do sistema. Na Figura 6.14 pode ser visualizada a estrutura da informação
BD1 é transferida para BD2 e o estado atual do sistema é novamente carregado em BD1.
Com os dois buers preenchidos, é realizada a operação de subtração bit a bit entre os valores
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 79
NÃO
BD2-BD1 != 0
SIM
BD1 BD2
isChangeD
MODIFICAÇÃO
DETECTADA
DIGITAIS isChangeA
BA1 BA2
ANALÓGICOS SIM
isFault
isFault
Relés
1 0 1 0 0 1
Relés n n-1 ... 3 2 1
Figura 6.14: Mecanismos de deslocamento para formação de palavra digital contendo a topo-
logia da rede.
Em situações onde não ocorrem modicações na rede, a operação bit a bit BD2 − BD1
será igual a zero. Entretanto, qualquer que seja a modicação na rede, o resultado da subtração
modicações na topologia da rede. A saída dessa operação binária recebe o nome de isChanceD.
As Figuras 6.15 mostram exemplos da operação realizada para determinação de modicações
na topologia da rede.
semelhante pelos blocos da parte inferior da Figura 6.13. A função de BA1 e BA2 é equivalente
à de BD1 e BD2. É importante observar que as informações analógicas colhidas pelo CCS são
informações locais, ou seja, as mesmas informações que o relé utiliza para analisar a existência
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 80
1 0 1 0 0 1 BD1 1 0 1 0 0 1 BD1
&
1 0 1 0 0 1 BD2
&
1 1 1 0 0 1 BD2
0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
isChangeD = 0 isChangeD = 1
Figura 6.15: Operação binária para determinação das mudanças topológicas na rede elétrica.
ou não de faltas na rede. Na Figura 6.16 pode ser visualizada a forma como são armazenados
O parâmetro ∆A visto na Figura 6.13 representa um vetor com a mesma estrutura de BA1
e BA2 e representa uma margem de segurança que deve ser incluída para evitar eventuais
alarmes falsos provocados por variações nos resultados das rotinas de estimação de fasores
(SILVA, 2009).
Como os dados dos buers analógicos são provenientes de dados locais de cada relé, é
necessário que para cada relé da rede exista um conjunto de buers analógicos e digitais. Ou
seja, a Figura 6.13 representa um CCS de uma rede composta por um único relé. Logo, o sinal
de mudança de cenário é um sinal único que reete mudanças em qualquer ponto do sistema.
Va Vb Vc Ia Ib Ic
Observa-se que também em situações de falta a subtração BA2 − BA1 seria diferente de
zero e o CCS interpretaria como modicação no perl de carga ou de geração da rede. Para que
isso não ocorra o bloco analógico só envia o sinal de detecção de mudança quando a subtração
BA2 − BA1 é diferente de zero e o relé não detectou falta, isto é, o valor digital isF ault é
Recentemente, alguns trabalhos apontam para o uso da estimação de frequência como uma
forma alternativa para detecção de modicações na topologia da rede (SOUZA JR et al., 2015;
SOUZA JR et al., 2016a; SANCA et al., 2016). Uma das principais vantagens da técnica
baseada na estimação da frequência é o fato desta proporcionar bons resultados tanto para mo-
dicações topológicas, quanto operacionais na rede, sem a necessidade de dois blocos separados
O CCO é a camada na qual são realizados todos os procedimentos matemáticos para de-
terminação automática dos ajustes dos dispositivos de proteção. Para tanto, no âmbito da
proteção de sobrecorrente instantânea de acordo com a proposta desta tese, são utilizadas (5.7)
e/ou (5.36).
Com a transferência ininterrupta dos fasores de tensão e corrente constante nos relés para o
CCO exigiria um canal de comunicação muito veloz, decidiu-se utilizar no CCO uma estrutura
semelhante a dos relés descritos por (PEREZ, 2006), isto é, os blocos responsáveis por todas as
etapas até a estimação fasorial estão presentes tanto nos relés quanto no CCO. Na Figura 6.17
* *
vL , v C vL , vC vLd , vCd VLd , VCd
Filtro Conversor
iL , iC analógico
*
iL , i
*
iLd , iCd Buffer ILd , ICd
C A/D
^ ,V
V ^
C L
Conforme se vê, o CCO deve ser capaz de operar com sinais de tensão e corrente em mais
de um ponto da rede elétrica, visto que a determinação dos equivalentes de rede dependem das
Embora possua a mesma estrutura básica de um relé digital, o CCO não necessita realizar a
estimação fasorial para todas as amostras do sistema, pois o processo de janelamento continua
a ser realizado ininterruptamente. Entretanto, as etapas de: estimação fasorial, cálculo dos
equivalentes de rede e dos ajustes dos dispositivos de proteção só são realizadas, caso o CCS
Constatou-se que a determinação dos ajustes dos dispositivos de proteção adaptativos são
Capítulo 6 Rede de proteção adaptativa 82
acordo com Ojaghi et al. (2013), a determinação dos equivalentes de rede apresenta resultados
com erros mais baixos quando utilizam-se janelas de cerca de 40 amostras para os fasores
de tensão e corrente. Dessa forma, xou-se que o tamanho da janela para estimação dos
equivalentes de rede seja igual a 48 amostras, ou seja, três vezes maior que a janela de estimação
fasorial.
Após o cálculo dos novos ajustes, estes são enviados aos IED através do canal de comuni-
cação.
6.5 RESUMO
tuída de uma rede distribuída formada por três camadas é responsável pelo: (i) monitoramento
(CCS), (ii) cálculo dos novos parâmetros (CCO) e (iii) pela implementação das funções de
proteção (IED).
binária para as modicações topológicas ou algébricas, para determinação das modicações nos
Para determinação dos novos ajustes de proteção, uma camada com arquitetura semelhante
à dos relés digitais é implementada no CCO. Nesse centro, além dos novos ajustes, são calcu-
lados, também de forma adaptativa, os equivalentes de rede vistos do ponto de instalação dos
atuais da rede.
O modelo de dispositivo de proteção proposto permite atualização dos ajustes dos disposi-
tivos de proteção, sem a necessidade de parada do monitoramento da rede, como acontece com
Neste capítulo será realizada a avaliação do método proposto no que concerne à determinação
distribuição com e sem a presença da geração distribuída. Além da determinação dos ajustes,
A escolha adequada do passo de integração é uma das principais etapas de qualquer simu-
lação que envolva fenômenos relacionados aos transitórios eletromagnéticos, como é o caso das
faltas em sistemas elétricos de potência. De acordo com o CIGRE Working Group 02.33 (1988),
fenômenos transitórios causados pelo efeito de faltas em linhas de transmissão apresentam si-
nais com componentes de frequência entre 60 Hz e 20 kHz . Ainda de acordo com o CIGRE
Working Group 02.33 (1988), o passo de integração para simulações deve ser, no máximo, igual
sua constante de propagação. Devido às pequenas dimensões dessas linhas de distribuição que
desse tipo de sistema são consideravelmente menores que as do caso dos sistemas de transmissão.
Logo, por essa característica, o passo de integração para simulações em sistemas de distribuição
deve ser consideravelmente menor que o valor indicado em CIGRE Working Group 02.33 (1988).
83
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 84
para um sistema cuja frequência nominal é 60 Hz . Apesar de serem frutos de uma simulação
digital, a alta taxa de amostragem dos sinais simulados permite tratá-los como sendo os sinais
A/D, que disponibiliza os sinais digitais para o IED, baseou-se nas particularidades desses
sinais. Tanto os IED quanto o CCO utilizam uma taxa de amostragem de 16 amostras por
ciclo.
A análise do método proposto para sistemas de distribuição deu-se por meio do uso de dois
sistemas: um teórico, porém com topologia apresenta características de sistemas reais, e o outro
um sistema baseado em um sistema elétrico real que compõe o regional Maceió do sistema da
7.1 e formado por seis barras e cinco linhas e tem seus parâmetros denidos nas Tabelas 7.1
e 7.2. Para determinação do alcance da unidade instantânea de sobrecorrente dos relés que
LT 1 LT 2
LT 3 LT 4
LT 5
1 12,5 0, 16 + 0, 56 0, 16 + 0, 56
2 10,34 0, 16 + 0, 56 0, 0967 + 0, 3578
3 6,31 0, 16 + 0, 56 0, 1585 + 0, 3170
4 12,5 0, 16 + 0, 56 0, 8 + 0, 160
5 5,1 0, 16 + 0, 56 0, 8 + 0, 160
3 410 205
4 4189 1396
5 2103 600,1
A análise em regime permanente do sistema foi realizada por meio um estudo de uxo de
carga. Os resultados desse estudo são mostrados na Tabela 7.3, através da qual os valores das
correntes de carga, parâmetro tomado como referência para determinação para determinação
Tabela 7.3: Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1.
1 157 1 69
2 118 2 65,4
3 38 3 64
4 13 4 65
5 25 5 64,7
- - 6 64,9
denida de acordo com (3.15), a relação entre a corrente de curto-circuito trifásico no nal e
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 86
a situação na qual a relação apresenta seu maior valor, o alcance das unidades instantâneas
de sobrecorrente dos relés instalados no sistema mostrado na Figura 7.1 obtidos por meio da
rente de pick-up da mesma. Os valores obtidos são mostrados na Figura 7.4. Como pode-se
observar o sistema mostrado na Figura 7.1 é composto por três cadeias de relés - R1 − R2,
R1 − R3 − R4 e R1 − R3 − R5 - dessa forma, o coordenograma considerando a unidades
2 2
10 10
R1
R2
1 1
10 10
Tempo (s)
Tempo (s)
R1
0 0
R3
10 10 R4
−1 −1
10 10
1 2 3 1 2 3
10 10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente
(a) (b)
2
10
1
10
Tempo (s)
R1
0
R3
10 R5
−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente
(c)
Figura 7.2: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas:
(7.2(a)) R1 − R2, (7.2(b)) R1 − R3 − R4, (7.2(c)) R1 − R3 − R5.
Conforme pode-se visualizar nas Figuras ?? e 7.4, a técnica adaptativa proposta apresenta
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 87
uma oscilação antes de estabilizar o valor do ajuste da corrente de pick-up. Esta característica
deve-se ao uso de fasores de tensão e corrente para determinação de tais ajustes. Conforme
Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo
(a) (b)
Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo
(c) (d)
Trad.
Adaptativo
(e)
Figura 7.3: Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordenação
e da técnica adaptativa para o alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do
sistema da Figura 7.1: (7.3(a)) Relé 1, (7.3(b)) Relé 2, (7.3(c)) Relé 3, (7.3(d)) Relé 4, (7.3(e))
Relé 5.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 88
Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo
(a) (b)
Trad. Trad.
Adaptativo Adaptativo
(c) (d)
Trad.
Adaptativo
(e)
Figura 7.4: Comparação dos resultados obtidos por meio da técnica tradicional de coordenação
e da técnica adaptativa para a corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do
sobrecorrente do sistema da Figura 7.1: (7.4(a)) Relé 1, (7.4(b)) Relé 2, (7.4(c)) Relé 3, (7.4(d))
Relé 4, (7.4(e)) Relé 5.
diversos pontos do sistema. Aplicação de faltas monofásicas, bifásicas, bifásicas para o terra
e trifásicas foram simuladas variando o ponto de aplicação das mesmas. De um total de 625
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 89
faltas, a Tabela 7.4 contém um resumo do desempenho do método proposto frente ao método
Tabela 7.4: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 operando sem
nenhuma modicação na rede.
ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica adaptativa proposta. Conforme
pode-se vericar na Figura 7.5 a técnica adaptativa proposta apresenta desempenho compatível
Falta trifásica na Barra 2 Falta trifásica a 50% da LT1 Falta bifásica na barra 5
R1 = 157,22 @-77,92° A R2 = - R3 = - R1 = 294,98 @-85.50° A R2 = - R3 = - R1 = 27,07 @-98,10° A R2 = - R3 = 27,07 @ -98,10° A
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta trifásica a 50% da linha 4 Falta monofásica a 50% da linha 5 Falta bifásica a 50% da linha 2
R1 = 77,57 @ -73,57° A R2 = - R3 = 77,57 @ -73,57° A R1 = 33,97 @ -78,77° A R2 = - R3 = 33,97 @ -78,77° A R1 = 36,39 @ -85,79° A R2 = 36,39 @ -85,79° A R3 = -
R4 = 77,57 @ -73,57º A R5 = - R4 = 33,97 @ -78,77° A R5 = 33,97 @ -78,77° R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Proposto
7.2.1.2 Saída da LT 2
Nos sistemas de distribuição as impedâncias das linhas são geralmente muito baixas, como
pode-se observar na Tabela 7.1. Entretanto, as cargas conectadas nas mesmas desempenham
Seja o sistema mostrado na Figura 7.1 no qual há cargas concentradas em três das suas
barras. A carga de maior potência é a instalada na barra 3. Caso, por algum motivo, o sistema
valores de corrente e tensão no sistema seriam conforme resultado da rotina de uxo de carga
Tabela 7.5: Resultado de estudo de uxo de carga realizada no sistema da Figura 7.1 quando
a linha 2 e a carga conectada à barra 3 estão desconectados.
1 39 1 69
2 - 2 67,9
3 39 3 0
4 13 4 67,5
5 26 5 67,2
- - 6 67,4
dos relés de sobrecorrente seriam os mostrados nas Figuras 7.4 e 7.3. Utilizando-se a técnica
de proteção adaptativa proposta, os valores das correntes de pick-up obtidos são mostrados na
Tabela 7.6. Para facilitar a comparação entre os resultados, nas Figuras 7.6 e 7.7 estão plotados
os resultados do alcance e da corrente de pick-up , respectivamente, obtidas por meio das duas
técnicas.
Tabela 7.6: Ajustes das unidades instantâneas dos relés de sobrecorrente para os dispositivos
que compõem a rede da Figura 7.1 quando da saída da LT 2 de acordo com a técnica adaptativa
proposta.
1 157 71,3
2 - -
3 54 71,3
4 17,5 71,4
5 47 71,4
Um comparativo entre os ajustes obtidos pelos dois métodos é apresentado na Figura 7.8.
Como pode-se vericar, o método adaptativo obteve resultados que proporcionaram a coorde-
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 7.6: Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente
do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
saída da LT 2: (7.6(a)) Relé 1, (7.6(b)) Relé 2, (7.6(c)) Relé 3, (7.6(d)) Relé 4, (7.6(e)) Relé 5.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 93
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 7.7: Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do sistema
da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a saída da
LT 2: (7.7(a)) Relé 1, (7.7(b)) Relé 2, (7.7(c)) Relé 3, (7.7(d)) Relé 4, (7.7(e)) Relé 5.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 94
2 2
10 10
1 1
10 10
Tempo (s)
Tempo (s)
R1 Adap
0 0
10 10 R1 Trad
R3 Adap
R1 Adap R3 Trad
R1 Trad R4 Adap
R2 Adap R4 Trad
R2 Trad
−1 −1
10 10
2.2 2.3 1 2 3
10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente
(a) (b)
2
10
1
10
Tempo (s)
R1 Adap
0
10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R5 Adap
R5 Trad
−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente
(c)
Figura 7.8: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas
quando da saída da LT 2: (7.8(a) R1 − R2), (7.8(b) R1 − R3 − R4) e (7.8(c) R1 − R3 − R5).
A partir dos grácos da Figura 7.6 observa-se que praticamente não há modicações rele-
as correntes de pick-up de forma especial dos relés instalados nas linhas LT 1 e LT 2. Com a
eliminação da corrente que ui pela linha LT 2, há uma consequente diminuição da corrente
fornecida pela fonte, que passa a alimentar apenas as cargas conectadas às linhas LT 4 e LT 5.
Através da aplicação de faltas no sistema da Figura 7.1 foi realizado uma comparação entre
com a técnica proposta. Na Tabela 7.7 é apresentada um levantamento estatístico que compara
Tabela 7.7: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 após a saída da
LT 2.
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Proposto
Com a saída da LT 2 do sistema, uma falta trifásica a 50% da LT 1, local incluído na zona de
atuação do relé R1, deixa de ser eliminada pelo dispositivo de proteção que atua de acordo com
as técnicas tradicionais de coordenação da proteção. Enquanto isso, o dispositivo ajustado de
acordo com a técnica adaptativa proposta identica a falta na sua zona de atuação e elimina-á.
Essa observação permite armar que a saída da LT 2 provoca uma diminuição efetiva da zona
7.2.1.3 Entrada da LT 4
compõem o sistema mostrados na Figura 7.1. De acordo com a Tabela 7.3 a corrente que ui
por essa linha é aproximadamente de 13 A. A entrada dessa linha no sistema acarreta uma
mudança no uxo de potência das linhas LT 1 e LT 3. Ou seja, é esperado que os ajustes dos
relés associados a estas linhas tenham seus valores atualizadas por meio da técnica de proteção
adaptativa proposta.
Por meio da Figura 7.10 uma comparação entre os alcances das unidades instantâneas
de sobrecorrente obtidas por meio das técnicas tradicionais e da técnica proposta pode ser
realizada. Assim como no caso da saída da LT 2, não foram vericadas grandes modicações
da Figura 7.1.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 97
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 7.10: Comparativo entre os alcance das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente
do sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
entrada da LT 4: (7.10(a)) Relé 1, (7.10(b)) Relé 2, (7.10(c)) Relé 3, (7.10(d)) Relé 4, (7.10(e))
Relé 5.
Através dos resultados obtidos pelas técnicas tradicionais e pela técnica adaptativa proposta
2 2
10 10
R1 Adap
R1 Trad
R2 Adap
R2 Trad
1 1
10 10
Tempo (s)
Tempo (s)
R1 Adap
0 0
10 10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R4 Adap
R4 Trad
−1 −1
10 10
2.22 2.25 2.28 2.31 2.34 1 2 3
10 10 10 10 10 10 10 10
Múltiplo de Corrente Múltiplo de Corrente
(a) (b)
2
10
1
10
Tempo (s)
R1 Adap
0
10 R1 Trad
R3 Adap
R3 Trad
R5 Adap
R5 Trad
−1
10
1 2 3
10 10 10
Múltiplo de Corrente
(c)
Figura 7.11: Coordenograma dos dispositivos de proteção de sobrecorrente instantâneas que
protegem o sistema da Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas tradicionais e adaptativas
quando da entrada da LT 4: (7.11(a) R1 − R2), (7.11(b) R1 − R3 − R4) e (7.11(c) R1 −
R3 − R5).
A Figura 7.12 apresenta a comparação entre os valores das correntes de pick-up dos dispo-
sitivos de proteção compõem a rede apresentada na Figura 7.1 obtidos por meio das técnicas
vericar, os ajustes dos dispositivos R1 e R3, que compõem uma das cadeias de proteção com
(a) (b)
(c) (d)
(e)
Figura 7.12: Corrente de pick-up das unidades instantâneas dos relés do sobrecorrente do
sistema da Figura 7.1 obtidos por meio da técnica tradicional e da técnica proposta com a
entrada da LT 4: (7.12(a)) Relé 1, (7.12(b)) Relé 2, (7.12(c)) Relé 3, (7.12(d)) Relé 4, (7.12(e))
Relé 5.
Através dos valores obtidos e mostrados nas Figuras 7.10 e 7.12 faltas foram aplicadas no
sistema e uma comparação estatística realizada comparando os resultados obtidos por meio da
7.8.
Tabela 7.8: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.1 após a entrada
da LT 4.
A Figura 7.13 contém um resumo do comparativo entre as duas técnicas. Conforme veri-
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta bifásica a 50% da LT3 Falta bifásica a 50% da LT 1 Falta monofásica na barra 2
R1 = 65,16 @ -112,55° A R2 = - R3 = 65,16 @ -112,55° A R1 = 138,99 @ -119,22° A R2 = - R3 = - R1 = 113,90 @ -62,30° A R2 = - R3 = -
R4 = - R5 = - R4 = - R5 = - R4 = - R5 = -
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Trip (R5) Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Proposto
presença de geração distribuída se estendeu para utilização em uma rede baseada em um sis-
tema de distribuição real operado pela Eletrobrás Distribuidora de Alagoas (EDAL). O sistema
resultante das simplicações é mostrado na Figura 7.14 e todos os detalhes a cerca do sistema
PCA
CPC
TBM
R2
TDB
MCO-CHESF
PNO
R1 R3 CTO
R4
CZA
BBE
PJA
O sistema proposto é formado por um total de 15 barras e 16 linhas e possui uma potência
instalados na rede conforme visto na Figura 7.14. O relé R1 protege uma das linhas de entrada
do sistema que faz fronteira do sistema de geração/transmissão operador pela CHESF. Como
trata-se de uma linha muito curta uma importante característica pode ser observada: a relação
De acordo com Anderson (1999) essa condição torna a coordenação desse dispositivo um tanto
trabalhosa. Os relés R2 e R3 protegem linhas relativamente longas com 16, 39 km e 10, 3 km,
respectivamente. Por m, o relé R4 protege uma linha de tamanho intermediário contendo
5 km.
Inicialmente foi analisado o caso em que o sistema opera conforme mostrado na Figura 7.14.
A determinação online dos equivalentes de rede puderam ser comparados com os obtidos por
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 103
Tabela 7.9: Comparação entre os resultados obtidos para os equivalentes de rede usando o
método proposto e os disponibilizados pelo software CAPE.
R2 1, 004 + j0, 057 0, 0004 + j0, 0024 1, 004 + j0, 057 0, 0004 + j0, 00234
R3 0, 978 + j0, 13 0, 0084 + j0, 0145 0, 98 + j0, 123 0, 0083 + j0, 0145
R4 0, 953 + j0, 132 0, 0105 + j0, 0177 0, 96 + j0, 135 0, 0105 + j0, 01775
foram calculados através da técnica tradicional proposta por Anderson (1999), cujos resultados
Tabela 7.10: Alcance e corrente de pick-up obtidos por meio da técnica tradicional para o
sistema a Figura 7.14.
R1 50 23.000
R2 21.8 4950
R3 15.4 1700
R4 75.4 1200
corrente obtidas são mostrados na Figura 7.15, onde é feita uma comparação do alcance obtido
por meio da técnica proposta e o resultado obtido através das técnicas tradicionais.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 104
(a) (b)
350
300
250
Alcance (% da LT)
Adaptativo
200 Tradicional
150
100
50
0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.15: Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma modicação na
rede: (7.15(a)) Relé 1, (7.15(b)) Relé 2, (7.15(c)) Relé 3, (7.15(d)) Relé 4.
Para os alcances mostrados na Figura 7.15 as correntes de pick-up para as unidades instan-
tâneas de sobrecorrente são as mostradas na Figura 7.17. Na Figura 7.16 pode-se visualizar o
2
10
0
10
R1
R2
R3
R4
−1
10
3 4 5
10 10 10
Múltiplo de Corrente
Figura 7.16: Coordenograma com os ajustes obtidos pela técnica adaptativa para o sistema da
Figura 7.14 sem modicações na rede.
4
x 10
2.5 5000
t: 47 ms
t: 118 ms
4500 I: 4945 A
t: 48 ms I: 4857 A
t: 126 ms
I: 2.3e+004 A I: 2.275e+004 A
2 4000
3500
Corrente de pick−up (A)
1 2000
1500
0.5 1000
500
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
1800 1400
t: 53 ms
1600 t: 128 ms
I: 1727 A
I: 1697 A 1200
1400 t: 57 ms t: 134 ms
I: 1160 A I: 1164 A
1000
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)
1200
Adaptativo
1000 Tradicional 800
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.17: Correntes de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma
modicação na rede: (7.17(a)) Relé 1, (7.17(b)) Relé 2, (7.17(c)) Relé 3, (7.17(d)) Relé 4.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 106
Faltas foram aplicadas em diversas partes do sistema am de comprovar o desempenho dos
resultados obtidos pela técnica proposta. Os resultados são mostrados na Tabela 7.11 e na
Figura 7.18.
Tabela 7.11: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e o
método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 sem modicações
na rede elétrica.
Falta bifásica a 50% da linha TDB-CTO Falta monofásica para terra a 50% da linha PCA-TDB Falta bifásica na barra TDB
R1 = 875 A R2 = 2000 A R3 = 970 A R4 = 1900 A R1 = 750 A R2 = 1900 A R3 = 1770 A R4 = - R1 = 950 A R2 = 2600 A R3 = 1050 A R4 = -
Falta trifásica a 15% da linha TBM-PCA Falta monofásica para o terra a 70% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 20% da linha TDB-CTO
R1 = 3035 A R2 = 11450 A R3 = - R4 = - R1 = 775 A R2 = 1492 A R3 = 1413 A R4 = - R1 = 800 A R2 = 1700 A R3 = 1630 A R4 = 1600 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta monofásica para a terra a 40% da linha TDB-PCA Falta trifásica a 75% da linha TDB-CTO
R1 = 1150 A R2 = 3410 A R3 = - R4 = - R1 = 830 A R2 = 1735 A R3 = 1625 A R4 = 1596 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Proposto
Figura 7.18: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 sem modicações na rede elétrica.
Conforme pode-se observar através das Figuras 7.16 e 7.18 o sistema proposto obteve valores
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 107
que proporcionaram a coordenação entre os quatro dispositivos da rede não tendo, para este
caso, diferenças relevantes quando comparado com os resultados obtidos por meio das técnicas
sistema foi vericada através da saída do circuito duplo que interliga as barras CP A e CP D do
sistema da Figura 7.14. Em operação normal, as duas linhas suprem uma carga de 13, 24 M W
e 5, 64 M V Ar e uma corrente de 138 A ui pelas mesmas.
visto pelos relés R1 e R2 enquanto que a corrente vista pelos demais dispositivos de proteção
permanece praticamente sem alterações. Os fasores das correntes vistas pelos três relés pode
ser visualizado na Figura 7.19. Através da análise dos sinais de tensão e corrente quando da
saída das linhas que interligam as barras CP A e CP D os alcances das unidades de sobrecor-
rente instantânea obtidas pelos métodos tradicionais de coordenação e pela técnica adaptativa
proposta para os quatro relés que compõem a rede de proteção são apresentados da Figura
7.20.
900
R1
800 R2
t: 45 ms R3
I: 787.5 A
700 R4
t: 144 ms
600 I: 675.6 A
Corrente (A)
500
t: 45 ms
I: 482.5 A t: 144 ms
400 I: 455.8 A
t: 45 ms t: 144 ms
300 I: 238.2 A
I: 229.3 A
200
t: 45 ms t: 144 ms
I: 188.5 A I: 195.6 A
100
0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
Figura 7.19: Amplitude dos fasores das correntes vistas pelos relés instalados no sistema mos-
trado na Figura 7.14 quando a ocorre a saída das linhas que interligam as barras CP A e CP D.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 108
600 28
26
500
24
400
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)
Adaptativo 22
Tradicional
300 20
18
200
Adaptativo
16
Tradicional
100
14
0 12
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
140 350
120 300
100 250
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)
Adaptativo Adaptativo
80 Tradicional 200 Tradicional
60 150
40 100
20 50
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.20: Alcance das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando ocorre a saída das
linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.20(a)) Relé 1, (7.20(b)) Relé 2, (7.20(c)) Relé 3,
(7.20(d)) Relé 4.
Conforme verica-se na Figura 7.20 há uma elevação no alcance das unidades instantâneas de
sobrecorrente dos relés R1 e R2, enquanto que para os relés R3 e R4 praticamente não ocorrem
modicações. A não modicação no alcance das unidades justica-se pela independência da
corrente de carga vista pelos relés R3 e R4 que, como visto na Figura 7.19, não apresenta
Para o caso analisado as correntes de pick-up dos relés R1, R2, R3 e R4 obtidas por meio
da técnica proposta e o comparativo com os ajustes obtidos por meio de técnicas tradicionais
4
x 10
2.5 6000
t: 88 ms
I: 1.93e+004 A 5000
2
t: 91 ms
I: 4069 A
Corrente de pick−up (A)
3000
Adaptativo Adaptativo
1 Tradicional Tradicional
2000
0.5
1000
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
1800 1400
1600
1200
1400
1000
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)
1200
Adaptativo Adaptativo
1000 Tradicional 800 Tradicional
800 600
600
400
400
200
200
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.21: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da
técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 quando ocorre a saída
das linhas conectam as barras CP A e CP D: (7.21(a)) Relé 1, (7.21(b)) Relé 2, (7.21(c)) Relé
3, (7.21(d)) Relé 4.
A Figura 7.22 mostra que com os resultados obtidos os quatro relés estão coordenados.
Faltas foram aplicadas ao sistema operando com os ajustes obtidos pelos técnicas tradicionais
e os obtidos pela técnica proposta. Na Figura 7.23 pode-se visualizar um extrato da operação
2
10
1
10
3 4
10 10
Múltiplo de Corrente
Tabela 7.12. Através do coordenograma da Figura 7.22, é possível vericar que os resultados
da rede.
Tabela 7.12: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após o circuito
duplo que interliga as barras CP A e CP D.
Através da análise da Figura 7.23 observa-se que para faltas nas linhas protegidas pelos relés
falta trifásica ocorrida a 70% da linha protegida por R1 o relé ajustado de acordo com a técnica
adaptativa consegue eliminar a falta em sua unidade instantânea que conforme visto na Figura
7.20 passou a operar para um valor de alcance em torno de 85% da linha. Já o dispositivo
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 111
ajustado de acordo com as técnicas tradicionais, operando para um alcance de cerca de 60%
não elimina a falta.
Uma falta monofásica no limite da zona de operação do relé R2 (20% conforme visto na
Figura 7.20) é um outro caso para o qual o dispositivo ajustado com os valores obtidos por
meio das técnicas tradicionais não é capaz de eliminar a condição anormal. Já o relé que opera
ajustado com a técnica adaptativa proposta, elimina a falta através da unidade instantânea de
Nos casos em que não há a eliminação da falta pela unidade instantânea de sobrecorrente
uma outra função, como a de distância, poderiam ser utilizadas, de acordo com a arquitetura
da rede. Entretanto, no âmbito desta tese considera-se que apenas a unidade instantânea de
sobrecorrente é responsável pela proteção do sistema, logo para os casos em que apenas o relé
ajustado de acordo com as técnicas adaptativas opera a condição de falta permaneceria caso o
sistema fosse protegido por relés ajustados por meio das técnicas tradicionais.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 112
Falta bifásica a 70% da linha MCO-TBM Falta monofásica a 20% da linha TBM-PCA Falta trifásica na barra TBM
R1 = 21.950 A R2 = - R3 = - R4 = - R1 = 1415 A R2 = 4803 A R3 = - R4 = - R1 = 6050 A R2 = 24180 A R3 = - R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Proposto
Figura 7.23: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após o circuito duplo que interliga
as barras CP A e CP D.
Modicações no perl de carga do sistema são fenômenos comuns, principalmente nos sis-
temas de distribuição. Nesses casos, variações na corrente de carga do sistema são vericadas
A identicação das mudanças operacionais na rede elétrica é feita através do bloco analógico
potência da carga instalada na barra CT O do sistema mostrado da Figura 7.14 foram realizadas.
Na Figura 7.24 são apresentadas as amplitudes dos fasores de corrente vistos por cada um dos
900
800
700
600
Corrente (A)
I(R1)
500
I(R2)
I(R3)
400
I(R4)
300
200
100
0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
Figura 7.24: Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
modicações na potência da carga instalada na barra CT O.
ajustes dos dispositivos de proteção da rede. Entretanto, a mudança referida acarreta também
mudanças nos equivalentes de rede no ponto de instalação dos relés. A Figura 7.25 apesenta as
10 2.5
8 2
7
Real(Z) Real(Z)
Impedância (Ohm)
Impedância (Ohm)
Imag(Z) Imag(Z)
6 1.5
Abs(Z) Abs(Z)
5
4 1
2 0.5
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
8 9
8
7
7
6 Real(Z)
Impedância (Ohm)
Impedância (Ohm)
Imag(Z)
6 Abs(Z)
5
Real(Z) 5
Imag(Z)
4 Abs(Z)
4
3
3
2 2
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.25: Impedâncias vistas pelos relés com as modicações na potência da carga instalada
na barra CT O para o sistema da Figura 7.14 sem nenhuma modicação na rede: (7.25(a)) Relé
1, (7.25(b)) Relé 2, (7.25(c)) Relé 3, (7.25(d)) Relé 4.
4
x 10
2.5 6000
5000
2
Corrente de pick−up (A)
0.5
1000
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
2500 2500
2000 2000
Corrente de pick−up (A)
1500 1500
Adaptativo
1000 Tradicional 1000
500 500
Adaptativo
Tradicional
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.26: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 para modicações
na potência da carga instalada na barra CT O: (7.26(a)) Relé 1, (7.26(b)) Relé 2, (7.26(c)) Relé
3, (7.26(d)) Relé 4.
Figura 7.27 e na Tabela 7.13. Como pode-se observar, para os relés R2 e R3 ocorre uma
leve elevação no valor da corrente de pick-up o que torna a zona de proteção da unidade
proteção adaptativa permite eliminar todos as faltas que ocorrem dentro das zonas de atuação
de cada relé.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 116
Tabela 7.13: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e o
método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após modicação
na potência da carga instalada na barra CT O.
Falta monofásica a 60% da linha MCO-TBM Falta bifásica 10% da linha TBM-PCA Falta trifásica a 50% da linha TDB-CTO
R1 = 22.125 A R2 = - R3 = - R4 = - R1 = 3400 A R2 = 11800 A R3 = - R4 = - R1 = 799 A R2 = 1810 A R3 = 1700 A R4 = 1685 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta trifásica a 20% da linha TDB-CTO Falta trifásica a 12% da liha PCA-TDB Falta bifásica na barra PNO
R1 = 800 A R2 = 1810 A R3 = 1650 A R4 = 1685 A R1 = 915 A R2 = 2790 A R3 = 2650 A R4 = - R1 = 1362 A R2 = 796 A R3 = 455 A R4 = 188 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta trifásica 10% da linha TBM-PCA Falta monofásica 70% da linha PCA-TDB Falta trifásica 70% da linha PCA-TDB
R1 = 3615 A R2 = 13870 A R3 = - R4 = - R1 = 740 A R2 = 1550 A R3 = 1470 A R4 = - R1 = 960 A R2 = 2533 A R3 = 2500 A R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Adaptativo
Figura 7.27: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após modicação na potência da
carga instalada na barra CT O.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 117
A Figura 7.28 apresenta a amplitude dos fasores de corrente vistas pelos quatro dispositivos
800
700
600
R1
500 R2
R3
Corrente (A)
R4
400
300
200
100
0
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
Figura 7.28: Corrente vista pelos relés que protege o sistema mostrado na Figura 7.14 após
diminuição na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA.
Uma comparação entre os resultados obtidos pela técnica proposta e pela técnica tradicional
é mostrada na Figura 7.29. A análise de gura permite observar que a coordenação entre os
rede. Na Figura 7.29 é mostrado um resumo de operação dos dispositivos de proteção ajustados
com a técnica tradicional e com a técnica proposta para algumas condições de falta simuladas
no sistema.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 118
4
x 10
2.5 5000
4500
2 4000
3500
Corrente de pick−up (A)
1 2000
1500
0.5 1000
500
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
3500 2500
3000
2000
Adaptativo
2500
Corrente de pick−up (A) Tradicional
Corrente de pick−up (A)
1500
2000
1500
1000
1000
500
500
Adaptativo
Tradicional
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
Figura 7.29: Corrente de pick-up das unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio
da técnica tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.14 após a diminuição
na potência da carga instalada nas barras T BM e P JA: (7.29(a)) Relé 1, (7.29(b)) Relé 2,
(7.29(c)) Relé 3, (7.29(d)) Relé 4.
Assim como no caso do aumento da potência de carga instalada no sistema, não foram
na potência mostrada. Mesmo havendo uma redução de 50% na potência da carga instalada em
duas das maiores barras do sistema, o sistema formado pelos dispositivos ajustados de acordo
dispositivo operando de acordo com as técnicas tradicionais para uma falta monofásica a 80%
da linha que interliga as barras T DB e CT O.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 119
Tabela 7.14: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.14 após diminuição
na potência das cargas instaladas nas barras T BM e P JA.
Falta trifásica a 90% da linha PCA-TDB Falta monofásica 10% da linha PCA-TDB Falta mofásica a 50% da linha TDB-CTO
R1 = 800 A R2 = 2042 A R3 = 1960 A R4 = - R1 = 759 A R2 = 1907 A R3 = 1890 A R4 = - R1 = 649 A R2 = 1348 A R3 = 1224 A R4 = 1200 A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta monofásica a 80% da linha TDB-CTO Falta bifásica a 50% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 20% na linha TDB-CTO
R1 = 640 A R2 = 1300 A R3 = 1165 A R4 = 1131 A R1 = 875 A R2 = 2027 A R3 = 1995 A R4 = - R1 = 810 A R2 = 1690 A R3 = 1452 A R4 = 1540A
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Falta trifásica 53% da linha TBM-PCA Falta monofásica 16% da linha TBM-PCA Falta monofásica na barra TBM
R1 = 1496 A R2 = 5036 A R3 = - R4 = - R1 = 1465 A R2 = 5345 A R3 = - R4 = - R1 = 1931 A R2 = - R3 = - R4 = -
Trip (R4) Trip (R3) Trip (R2) Trip (R1)
Tradicional Adaptativo
Figura 7.30: Atuação dos relés ajustados de acordo com as técnicas tradicionais e com a técnica
adaptativa proposta para o sistema mostrado na Figura 7.14 após diminuição na potência das
cargas instaladas nas barras T BM e P JA.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 120
PCA CPC
TBM
R1 R2
TDB
MCO-CHESF
PNO
R3 R4 CTO
R5 R6
CZA
BBE
PJA
Figura 7.31: Sistema de distribuição com geração distribuída utilizado para testes.
A análise do sistema proposto de proteção adaptativa para sistemas com geração distribuída
iniciou-se com uma análise na qual não ocorre nenhuma modicação na rede, estando esta
A avaliação do cálculo online dos equivalentes de rede vistos por cada relé foi realizado uti-
lizando como parâmetro os dados obtidos utilizando o software CAPE. Conforme vericado na
Tabela 7.15 os resultados obtidos pela técnica adaptativa não apresentam grandes discrepâncias
Tabela 7.15: Comparação da determinação online dos equivalentes entre a técnica online utili-
zada e os resultados disponibilizados pelo CAPE.
Relé
Tensão Impedância Tensão Impedância
os relés que compõem o sistema são mostrados na Tabela 7.16. Através da técnica adaptativa
Local 86 1842
R1
Remoto 36 2973
Local 42 3395
R2
Remoto 38 2378
Local 25 2814
R3
Remoto 40 3200
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 122
125 40
120
35
115
110 30
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)
Adaptativo Adaptativo
105 Tradicional Tradicional
25
100
95 20
90
15
85
80 10
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
50 38.5
45 38
40 37.5
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)
35 37
25 36
20 35.5
15 35
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
120 40.5
40
100
39.5
80 39
Alcance (% da LT)
Alcance (% da LT)
Adaptativo Adaptativo
Tradicional 38.5 Tradicional
60
38
40 37.5
37
20
36.5
0 36
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(e) (f)
Figura 7.32: Alcance da unidade de sobrecorrente instantânea obtidas por meio da técnica
tradicional e da técnica proposta para o sistema da Figura 7.31 quando nenhuma modicação
ocorre na rede: (7.32(a)) Relé 1, (7.32(b)) Relé 2, (7.32(c)) Relé 3, (7.32(d)) Relé 4, (7.32(e))
Relé 5, (7.32(f )) Relé 6.
Conforme observa-se na Figura 7.32 não são vericadas modicações importantes entre os
resultados obtidos pela técnica tradicional e a técnica proposta. Faltas foram aplicadas no
sistema da Figura 7.31 am de vericar a análise de coordenação e seletividade dos ajustes
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 123
Tabela 7.17: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto e
o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 operando sem
nenhuma modicação na rede.
Phase to Ground at 0% PCA-CPC line Three-phase to Ground at 50% TBM-PCA line 1 Line to line at 25% PCA-CPC line 1
R1L = 1729 @ -72° A R2L = 895 @ 104° A R3L = 1791 @ 104° A R1L = 3603 @ -72° A R2L = 244 @ 110° A R3L = 488 @ 110° A R1L = 901 @ -38° A R2L = 4438 @ -45° A R3L = 1447 @ 136° A
R1R = 1729 @ 108° A R2L = 895 @ -76° A R3L = 1791 @ -76° A R1R = 2770 @ -73° A R2L = 244 @ -70° A R3L = 488 @ -70° A R1R = 951 @ 142° A R2L = 1461 @ -45° A R3L = 1447 @ 44° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Double line to ground at 65% PCA-TDB line 1 Three-phase to Ground at 40% TDB-CTO line Line to ground at CPD bus
R1L = 653 @ -46° A R2L = 2475 @ 143° A R3L = 1695 @ 125° A R1L = 534 @ -65° A R2L = 1512 @ -73° A R3L = 3024 @ -73° A R1L = 691 @ -78° A R2L = 362 @ 99° A R3L = 725 @ 99° A
R1R = 653 @ 134° A R2L = 2447 @ -54° A R3L = 1695 @ -55° A R1R = 534 @ 115° A R2L = 1512 @ 107° A R3L = 3336 @ -78° A R1R = 691 @ -78° A R2L = 362 @ 99° A R3L = 725 @ 99° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Traditional Proposed
foi analisada através da simulação da saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e
P CA. Através das linhas entre T BM e P CA duas importantes barras de carga são conectadas
ao sistema, as barras CP C e CP D. Ainda nas proximidades da linha retirada, há a conexão
siderável na corrente que ui pelos seis relés que protegem a rede, conforme visto na Figura
7.34.
200 300
150
200
100
100
50 I(R )
Corrente (A)
Corrente (A)
1
abs(I(R ))
1
0 0
I(R )
2
abs(I(R ))
−50 2
−100
I(R )
−100 3
abs(I(R ))
3
−200
−150 I(R )
4
abs(I(R ))
4
−200 −300
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
300
200
100
Corrente (A)
−100
I(R )
5
abs(I(R ))
5
−200
I(R )
6
abs(I(R ))
6
−300
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
(c)
Figura 7.34: Corrente vista pelos relés do sistema da Figura 7.31 com a saída de uma das linhas
que interligam as barras T BM e P CA: (7.34(a)) Relé 1 e 2, (7.34(b)) Relé 3 e 4, (7.34(c)) Relé
5 e 6.
Apesar de não haver modicações consideráveis na corrente vista pelo relé R1, a impedância
do sistema apresenta modicações relevantes fato que faz com que o alcance das unidades
Tabela 7.18: Resultados obtidos pela técnica adaptativa para quando da saída de uma das
linhas que interligam as barras T BM e P CA.
Local 64 2579
R1
Remoto 36 2790
Local 45 3120
R2
Remoto 43 2300
Local 33 2641
R3
Remoto 40 3447
Na Figura 7.35 é apresentado a evolução das correntes de pick-up das unidades instantâneas
Comparando-se os resultados apresentado nas Tabelas 7.16 e 7.18 observa-se que conside-
ráveis modicações ocorrem nos alcances das unidades instantâneas de sobrecorrente dos relés
R1, R4 e R5. Com isso, o desempenho do sistema de proteção deve apresentar relevantes mo-
dicações quando comparadas as atuações dos dispositivos ajustados de acordo com as técnicas
Uma das modicações vericada diz respeito ao alcance da unidade de sobrecorrente ins-
tantânea do relé R1. Para o sistema que opera de acordo com as técnicas tradicionais de
utilizando as técnicas tradicionais atua para uma falta bifásica na linha protegida. As técni-
cas tradicionais de proteção ainda fazem com que o relé R1 atue para uma falta trifásica na
destacados, o dispositivo que opera de acordo com a técnica adaptativa proposta não atuou,
2500 2500
2000 2000
Corrente de pick−up (A)
Adaptativo Adaptativo
1000 Tradicional 1000 Tradicional
500 500
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(a) (b)
3500 2500
3000
2000
2500
Corrente de pick−up (A)
Corrente de pick−up (A)
1500 Adaptativo
2000 Tradicional
1500 Adaptativo
Tradicional 1000
1000
500
500
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(c) (d)
3000 3500
3000
2500
2500
Corrente de pick−up (A)
2000
Adaptativo Adaptativo
Tradicional 2000 Tradicional
1500
1500
1000
1000
500
500
0 0
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
Tempo (ms) Tempo (ms)
(e) (f)
Figura 7.35: Evolução da corrente de pick-up dos relés do sistema da Figura 7.31 quando da
saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA: (7.35(a)) Relé 1, (7.35(b))
Relé 2, (7.35(c)) Relé 3, (7.35(d)) Relé 4, (7.35(e)) Relé 5, (7.35(f )) Relé 6.
vericados quando a técnica adaptativa proposta é utilizada. Para uma falta bifásica para o
terra a 40% da linha protegida, verica-se que o dispositivo local (R3) que opera de acordo com
as técnicas tradicionais não elimina a condição de falha, enquanto que o dispositivo que atua
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 127
Uma última modicação é vericada no alcance do dispositivo R5 que passa de 25% para
33%. As simulações mostraram que uma falta bifásica sem conexão com o terra a 25% da linha
protegida deixa de ser eliminada pelo dispositivo de proteção que atua conforme as técnicas
tradicionais de coordenação, enquanto que o dispositivo que opera de acordo com a técnica
Tabela 7.19: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto
e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 quando da
saída de uma das linhas que interligam as barras T BM e P CA.
Assim como a entrada de uma planta de geração distribuída, a saída da mesma é evento
comum no sistemas elétricos de potência. Por ser uma fonte também para curto-circuitos na
rede, a perca de uma unidade de geração distribuída pode acarretar problemas no desempenho
adaptativa proposta é utilizada o gerador conectado a barra CZA foi retirado da rede e o
Com a saída do gerador da rede, a corrente vista por cada dispositivo de proteção é mostrado
na Figura 7.37.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 128
Falta bifásico a 90% da linha TBM-PCA circuito 1 Falta trifásica a 25% da linha PCA-TDB Falta bifásica a 55% da linha TBM-PCA circuito 1
R1L = 2488 @ -56° A R2L = 443 @ -53° A R3L = 818 @ -56° A R1L = 1286 @ -66° A R2L = 4376 @ -74° A R3L = 1824 @ -72° A R1L = 2944 @ -40° A R2L = 316 @ -32° A R3L = 581 @ -38° A
R1R = 3139 @ -124° A R2L = 443 @ 127° A R3L = 818 @ 124° A R1R = 1286 @ 144° A R2L = 1762 @ 110° A R3L = 1824 @ 108° A R1R = 2459 @ 136° A R2L = 316 @ 148° A R3L = 581 @ 142° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Falta bifásica para o terra a 40% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 25% da linha TDB-CTO Falta trifásica na barra CPD
R1L = 960 @ -52° A R2L = 3251 @ -56° A R3L = 1643 @ -73° A R1L = 642 @ -34° A R2L = 1307 @ -43° A R3L = 2738 @ -40° A R1L = 1848 @ -69° A R2L = 1005 @ -69° A R3L = 1899 @ -73° A
R1R = 960 @ 128° A R2L = 1936 @ 125° A R3L = 1643 @ 107° A R1R = 642 @ 146° A R2L = 1307 @ 137° A R3L = 2878 @ 146° A R1R = 1848 @ 111° A R2L = 1005 @ 111° A R3L = 1899 @ 107° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Adaptativo Tradicional
600
200
400 150
100
200
I(R1)
Corrente (A)
50 I(R )
Corrente (A)
3
abs(I(R1))
0 abs(I(R ))
3
I(R2) 0
I(R )
4
abs(I(R2))
abs(I(R ))
−50 4
−200
−100
−400
−150
−600
0 50 100 150 200 −200
Tempo (ms) 0 50 100 150 200
Tempo (ms)
(a) (b)
300
200
100
Corrente (A)
−100
I(R )
5
abs(I(R ))
5
−200
I(R )
6
abs(I(R ))
6
−300
0 50 100 150 200
Tempo (ms)
(c)
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 129
Os ajustes obtidos através da técnica adaptativa proposta são mostrado na Tabela 7.20.
é vericado praticamente todos os relés da rede. Entretanto, a corrente de pick-up não sofre
modicações tão relevantes quanto o alcance da unidade. Para essa situação, o desempenho
do sistema de proteção foi analisado para algumas faltas e os resultados são apresentados na
Tabela 7.20: Alcance e correntes de pick-up das unidades de sobrecorrente instantâneas dos
dispositivos de proteção do sistema da Figura 7.31 obtidos pela técnica adaptativa proposta
quando da perca do gerador conectado na barra CZA.
Local 78 2000
R1
Remoto 39 2820
Local 45 3250
R2
Remoto 42 2285
Local 29 2850
R3
Remoto 42 3100
Tabela 7.21: Comparação de desempenho de acerto no envio do trip entre o método proposto
e o método tradicional de coordenação da proteção para o sistema da Figura 7.31 quando da
perca do gerador conectado na barra CZA.
Conforme observa-se na Figura 7.38 o sistema de proteção tradicional não atua para uma
falta trifásica a 90% do circuito 1 entre as barras T BM e P CA, enquanto que os dispositivos
que operam de acordo com a técnica adaptativa proposta esta condição de falta é eliminada.
Fato semelhante ocorre para uma falta bifásica a 55% da mesma linha.
Capítulo 7 Apresentação e análise dos resultados 130
Falta bifásica a 90% da linha TBM-PCA circuito 1 Falta trifásica a 25% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 55% da linha TBM-PCA circuito 1
R1L = 1826 @ -58° A R2L = 579 @ 127° A R3L = 1064 @ 122° A R1L = 1054 @ 113° A R2L = 5129 @ -73° A R3L = 1585 @ 108° A R1L = 2805 @ -41° A R2L = 232 @ 151° A R3L = 411 @ 144° A
R1R = 5360 @ 122° A R2L = 579 @ 126° A R3L = 1064 @ 122° A R1R = 1054 @ 113° A R2L = 1698 @ 110° A R3L = 1585 @ 108° A R1R = 2571 @ 138° A R2L = 232 @ 151° A R3L = 411 @ 144° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Falta bifásica para o terra a 40% da linha PCA-TDB circuito 1 Falta bifásica a 25% da linha TDB-CTO Falta trifásica na barra CPD
R1L = 766 @ -36° A R2L = 3495 @ -42° A R3L = 1426 @ 141° A R1L = 476 @ -34° A R2L = 1392 @ -42° A R3L = 2909@ -40° A R1L = 1545 @ -70° A R2L = 833 @ 112° A R3L = 1551 @ 108° A
R1R = 766 @ -36° A R2L = 1822 @ 140° A R3L = 1426 @ 141° A R1R = 476 @ -34° A R2L = 1392 @ -42° A R3L = 2622 @ 137° A R1R = 1545 @ -70° A R2L = 833 @ 112° A R3L = 1551 @ 108° A
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Trip (R3R) Trip (R3L) Trip (R2R) Trip (R2L) Trip (R1R) Trip (R1L)
Tempo (ms) Tempo (ms) Tempo (ms)
Adaptativa Tradicional
7.4 RESUMO
geração distribuída. Para tanto foram realizadas simulações de faltas em um sistema ctício e
A partir da análise dos resultados obtidos, verica-se que em todos os casos analisados o
compõem a rede. Para o sistema baseado nas técnicas tradicionais de proteção em alguns casos
adaptativa proposto permite a obtenção dos ajustes das unidades de sobrecorrente de forma
automática em um processo mais simples e rápido que o utilizado pela técnica tradicional.
CAPÍTULO 8
CONCLUSÕES
Esta tese apresentou um método auto-adaptativo para determinação dos ajustes das unidades
instantâneas dos relés de sobrecorrente. A técnica proposta diferencia-se das técnicas listadas
Uso de valores de tensão e corrente vistos pelo próprio relé para determinar os equivalentes
Apresenta uma arquitetura distribuída na qual as tomadas de decisão são feitas com base
O primeiro ponto no qual destaca-se diferença neste trabalho, permite que o sistema de
proteção torne-se na prática independente de informações que tradicionalmente são tidas como
estatísticos dos equivalentes redes, os engenheiros de proteção passam a precisar listar informa-
ções apenas relativas aos dados da linha e a constante de seletividade que o relé deve assumir.
se que quanto mais espaços são os agentes, isto é, quanto maior for o grau de independência
entre eles, melhor será o desempenho em termos de segurança do sistema como um todo. Ao
adaptativa proposto não foram idealizados com base em valores não realizáveis na prática de,
131
Capítulo 8 Conclusões 132
sobretudo, que o uso da corrente de curto-circuito não reete todas as modicação topológicas
que a rede possa sofrer, uma vez que são baseadas em equivalentes de Thévennin e estes, por
um parâmetro que reete o sistema elétrico tanto à montante quanto à jusante do ponto de
sível o uso da técnica em sistema de distribuição sem e com a presença de geração distribuída
ao longo da rede. Como já abordado, no primeiro caso, sistemas sem a presença de geração
distribuída, não há a necessidade de projeto de relés do tipo direcional, uma vez que o uxo
Os resultados obtidos para o sistema de distribuição sem geração distribuída estão em per-
feito acordo com os resultados esperados. Não foram vericadas discrepâncias entre os valores
obtidos para a corrente de picku-up e para o alcance máximo da unidade instantânea quando
seu regime permanente, isto é, considerando a topologia nal da rede como entrada para o
que o sistema de proteção adaptativa proposto apresentou desempenho melhor que o sistema
baseado nas técnicas tradicionais não atuou para faltas dentro da sua zona de proteção e chegou
de coordenação possa tornar-se uma atividade bem mais simples do que a forma como é feita
segurança, quer seja com relação a coordenação e seletividade dos relés, ou contra panes nos
e diferencial;
rede do sistema;
proposto;
elétricos de potência;
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143
Apêndice A Publicações Associados ao Projeto de Doutorado 144
SOUZA Jr, F.; SANCA, H.; COSTA, F.; SOUZA, B. Proteção Adaptativa de Sobrecorrente
EQUIVALENTES DE REDE
Z1 ZLT
Î1 +
Ê1 V
^
ZC
-
Figura B.1: Sistema de distribuição simplicado.
b1 − Z1 Ib1 = Vb ,
E (B.1)
b1 − Z1 × ∆Ib1 = ∆Vb ,
∆E (B.3)
Pode-se multiplicar (B.3) pela variação da impedância da carga ZC . Realizando esse pro-
∆ZC × ∆E
b1 − Z1 × ∆Ib1 ∆ZC = ∆Vb ∆ZC , (B.4)
145
Apêndice B Equivalentes de Rede 146
Aplicando a função da covariância a todos os termos de (B.4) observa-se que como não há
correlação entre a impedância da carga e fonte equivalente do sistema, a correlãção entre esses
Considere um sistema genérico qualquer. Para determinação dos parâmetros dos dispositivos
de proteção é interessante que este seja simplicado e representado na forma mostrada na Figura
B.2.
Z1 Z2
+
Ê1 ZL Ê2
V
-
Figura B.2: Equivalente por fase de uma linha de transmissão do sistema.
Aplicando a Lei de Kirchho das tensões às duas malhas da Figura B.2 tem-se o seguinte:
b1 − Z1 (Ib2 + IbL ) = Vb
E (B.8)
Vb = Z2 Ib2 − E
b2 (B.9)
Apêndice B Equivalentes de Rede 147
Onde:
Z1 + Z2 Z1
E
b1 = Z1 IbL + Vb − E
b2 (B.10)
Z2 Z2
Considerando que as fontes equivalentes apresentam uma variação incremental em sua am-
plitude, todas as correntes da rede também seriam incrementadas por um valor incremental.
Assim, considerando esse valor incremental (B.10) pode ser reescreta por:
Z1 + Z2 Z1
E
b1 + ∆E
b1 = Z1 (IbL + ∆IbL ) + (Vb + ∆Vb ) − (E
b2 + ∆E
b2 ) (B.11)
Z2 Z2
Z1 + Z2 Z1
∆E
b1 = Z1 ∆IbL + ∆Vb − ∆E
b2 (B.12)
Z2 Z2
Z1 + Z2 Z1
∆ZL ∆E
b1 = Z1 ∆IbL ∆ZL + ∆Vb ∆ZL − ∆E
b2 ∆ZL (B.13)
Z2 Z2
Observa-se em (B.13) que há alguns termos em que as variações de uma variável não tem
relação com a outra, ou seja, são variáveis independentes. Assim, aplicando o princípio da cova-
Z1 + Z2
0 = Z1 × COV (∆IbL , ∆ZL ) + × COV (∆Vb , ∆ZL ) (B.14)
Z2
rede.
Apêndice B Equivalentes de Rede 148
Z1 × {COV (∆IbL , ∆ZL ) + COV (∆Ib2 , ∆ZL )} = −Z2 × COV (∆Ib2 , ∆ZL ) (B.16)
De posse de (B.15) e (B.16), é possível chegar as seguintes relações para as impedâncias dos
equivalentes.
Agora que as impedâncias equivalentes são conhecidas as fontes equivalentes podem ser
Considere que no sistema mostrado na Figura B.3 a diferença de tensão entre as barras 1 e
1 ZL 2
+ Î1 +
Z1 Z2
^ ^
V1 V2
Ê1 Ê2
- -
Figura B.3: Sistema de transmissão simplicado.
b1 − Z1 Ib1 − Vb − Z2 Ib2 − E
E b2 = 0 (B.19)
Apêndice B Equivalentes de Rede 149
Repetindo a mesma consideração de que as por meio de uma variação incremental das
fontes equivalentes a corrente do sistema também sofrerá uma variação, e multiplicando todos
os termos por uma variação da impedância da linha, pode-se reescrever (B.19) como:
∆ZLT × ∆E
b1 − ∆ZLT × ∆E
b2 − ∆ZLT × ∆Ib1 × (Z1 + Z2 ) − ∆ZLT × ∆Vb = 0 (B.21)
Utilizando o operador da covariância observa-se mais uma vez a não correlação entre a
variação da impedância com as fontes equivalentes. Logo, cada um desses termos será nula e a
Para solucionar o problema de (B.22) pode-se fazer a análise da malha só até a barra 1.
Realizando o mesmo procedimento feito para (B.19) obtem-se:
RELÉS DIRECIONAIS
primeiros possuem sinais de corrente tanto como grandeza de operação, quanto de polarização.
que irão realmente classicar a condição de falta enquanto a unidade direcional identica o
H = E1 × E2 cos(θ − τ ) (C.1)
onde:
E1 = Tensão de polarização = VP OL
150
Apêndice C Relés direcionais 151
Região de
ATUAÇÃO
Reta de MÁXIMA
Região de Sensibilidade
NÃO-ATUAÇÃO IOP
Qt
VPOL
Reta de MÍNIMA
Sensibilidade
A operação dos dispositivos diferenciais se dá de acordo com o tipo de conexão dos trans-
dutores de tensão e de corrente. As conexões mais comuns desse tipo de dispositivo são: 90o ,
60o , 30o e 0o . Essa diferença é obtida considerando um sistema com fator de potência unitário
ângula de máxima sensibilidade do relé, o dispositivo torna-se mais ou menos sensível, conforme
pode-se observar na Figura C.1 dependendo da direção da corrente de falta. Essa conexão é
Na prática, os ângulos de sensibilidade dos relés direcionais variam na faixa de 20o a 80o ,
enquanto que a faixa de atuação na prática varia entre −120o e 120o em relação à reta de
CONEXÃO 90O
Nessa conexão, a corrente de operação deve está 90o adiantada em relação a tensão de
depender do ângulo de torque máximo, dispositivos ajustados com essa conexão são comumente
Região de
ATUAÇÃO Reta de MÁXIMA
Sensibilidade
IOP
Região de
NÃO-ATUAÇÃO Qt
VPOL
Reta de MÍNIMA
Sensibilidade
Figura C.2: Diagrama fasorial prático de um relé direcional tipo tensão-corrente com região de
o o
atuação entre −120 e 120 .
^
Va
A
B Îa
^
Vbc
C
^
Îc Îb ^
Vc Vb
Relé
67
Figura C.3: Esquema de ligação de relé direcional a 90o .
CONEXÃO 60O
Nessa conexão, a corrente de operação deve está 60o adiantada em relação a tensão de
A
^
Va
B ^ ^ +V
^
bc
Vac V ac
C Îa
60°
^
Vbc
^
Îc Îb ^
^ ^
Vc Vb
Vac+Vbc
Relé
67
Figura C.4: Esquema de ligação de relé direcional a 60o .
Apêndice C Relés direcionais 153
CONEXÃO 30O
Nessa conexão, a corrente de operação deve está 30o adiantada em relação a tensão de
polarização. Um exemplo de conexão desse tipo de ligação é o mostrado na Figura C.5. Esse
tipo de ligação é mais adequado para conguração do relé direcional para correntes de falta no
sentido horário.
A ^
ac
Va
V^
B Îa
30°
C
^
Îc Îb ^
Vc Vb
Relé
67
Figura C.5: Esquema de ligação de relé direcional a 30o .
potência. Para o caso em que a rede pode ser considerada balanceada essas congurações se
adequam a todos os tipos de falta. Esse é o caso da maioria dos sistemas de transmissão.
Entretanto, para a maioria dos sistemas de distribuição, o balanceamento das cargas nem
sempre é suciente para que possa-se fazer a mesma consideração que a feita para os sistemas
de transmissão.
A Tabela C.1 apresenta o resumo das grandezas de operação e polarização para todas as
algumas diferenças em relação aos ajustes das unidades de fase. Este fato se dá, entre outras
enquanto que durante a operação normal do sistema essa componente assume valores muito
baixos. Desse modo, o ajuste da unidade de neutro dos dispositivos de sobrecorrente direcionais
IˆA V̂AC
30o IˆB V̂BA
IˆC V̂CB
IˆA V̂BC
90o IˆB V̂CA
IˆC V̂AB
A proteção de sobrecorrente de fase em conjunto com a função direcional pode ser obtida
através da conexão com a tensão de neutro V̂n como grandeza de polarização e a corrente de
neutro Iˆn como grandeza de operação (PHADKE; THORP, 1990). A proteção direcional de
sobrecorrente pode ser obtida de maneira adequada utilizado-se dois relés de fase e um relé de
neutro, isto é, tanto faltas entre fases quanto faltas que envolvam o neutro serão identicadas
e eliminadas.
APÊNDICE D
155
Apêndice D Detalhes do Regional Maceió 157
TITU
REG . MACEIÓ : ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA COM PATAMAR DE CARGA MÁXIMA - JAN 2013
DOPC IMPR
( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E ( Op ) E
FLAT L QLIM L VLIM L CREM L CTAP L STEP L NEWT L RCVG L RMON L TAPD L
MFCT L
99999
DCTE
( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val ) ( Mn ) ( Val )
BASE 100. DASE 100. TEPA .0001 EXST 4. TETP 5. TBPA 5.
TLPP 1. TEPR .0001 QLST 4. TLPR 1. TLPQ 2. TSBZ .01
TSBA 5. ASTP .05 VSTP 5. TLVC .005 TLTC .01 TSFR .1 E -7
ZMAX 500. TLPV .5 VDVM 200. VDVN 40. TUDC .001 TADC .01
PGER 30. TPST 2. VFLD 70. ZMIN .001 HIST 470 LFIT 10
ACIT 90 LFCV 1 DCIT 10 VSIT 10 LPIT 50 LFLP 10
PDIT 1 LCRT 96 LPRT 60 CSTP .01745 ASDC 1.
ICIT 30 DMAX 5 FDIV 2. ICMN .05 VART 5. TSTP 33
ICMV .5 APAS 90. CPAR 70. VAVT 2. VAVF 5. VMVF 15.
VPVT 2. VPVF 5. VPMF 10. VSVF 20. VINF 1. VSUP 1.
TLSI 0. VPVF 5. VPMF 10. VSVF 20. VINF 1. VSUP 1.
99999
DBAR
( Num ) OETGb ( nome ) Gl ( V )( A )( Pg )( Qg )( Qn )( Qm )( Bc )( Pl )( Ql )( Sh ) Are ( Vf ) M (1)(2)(3)(4)(5)(6)
1000 L2 3 MCO - CHESF 31020 0.245.555.66 -999999999 1100 11000
1100 L1 3 SEC . TBM 31029 -.13 0. 0. 0. 0. 21000
1101 L 3 TBM FIC 31029 -.13 21000
1105 L 1 TBM 1 11014 -3.9 25.7510.97 6.1 21000
1106 L 1 TBM 2 11014 -3.9 25.7510.97 6.1 21000
1110 L 3 BBE 69 31016 -1.3 31000
1115 L 1 BBE 13 11011 -4.3 17.73 7.55 6.1 31000
1120 L 3 CRUZ_ALMAS69 31005 -2.2 41000
1125 L 1 CZA 1 1 997 -4.8 22.79 9.53 6.1 41000
1126 L 1 CZA 2 1 998 -5.2 19.91 7.8 5.59 41000
1130 L 3 PAJUSSARA_69 3 995 -3. 51000
1135 L 1 PJA 13 11000 -8.9 31.0513.23 6.1 51000
1140 L 3 PNO 69 31021 -1.1 61000
1145 L 1 PNO 3 11023 -3.6 11.19 6.11 6.6 61000
1146 L 1 PNO 2 11015 -3.9 14.94 8.15 6.65 61000
1147 L 1 PNO 1 11023 -3.6 11.19 6.11 6.6 61000
1160 L 3 PCA 31009 -1.8 71000
1165 L 1 PCA 11014 -3. 5.25 2.23 71000
1170 L 3 CPC 31008 -1.8 13.24 5.64 81000
1171 L 3 CPC -F 31009 -1.8 81000
1180 L 3 TDB 69 3 996 -3. 91000
1181 L 3 CTO 69 3 995 -3.2 91000
1182 L 1 CTO 13 11007 -5.1 17. 7.24 6.1 91000
1185 L 1 TDB 1 11000 -5.9 13.4 5.71 3.05 91000
1186 L 1 TDB 2 11007 -5.5 13.4 5.71 4.56 91000
99999
DLIN
( De )d O d( Pa ) NcEP ( R% )( X % )( Mvar )( Tap )( Tmn )( Tmx )( Phs )( Bc )( Cn )( Ce ) Ns ( Cq )(1)(2)(3)(4)(5)(6)
1000 1100 1 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 2 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 3 .0639.40498 .008 129 129 129
1000 1100 4 .0639.40498 .008 129 129 129
1100 1101 1 .001 .001 .1E -4 100 100 100
1100 1110 1 2.52046.0673 .1075 46 46 46
1100 1120 1 4.435214.695 .2763 80 80 80
1100 1120 2 4.556515.097 .2838 80 80 80
1100 1140 1 4.074310.184 .1738 46 46 46
1100 1140 2 4.046710.115 .1727 46 46 46
1100 1160 1 6.5467 15.76 .2793 46 46 46
1100 1160 2 6.5467 15.76 .2793 46 46 46
1100 1160 3 4.581 15.7 .284 80 80 80
1101 1105 1 40. 1. 20 20 20
1101 1105 2 82.4 1. 12 12 12
1101 1106 1 81.8 1. 12 12 12
1101 1106 2 40.1 1. 20 20 20
1110 1115 1 61.33 1. 20 20 20
1110 1115 2 61.33 1. 20 20 20
1110 1120 1 3.854 9.279 .164 46 46 46
Apêndice D Detalhes do Regional Maceió 158
Símbolos concentrada, 7, 63
Índice distribuída, 7, 63
de conabilidade, 6 relé, 38
Ângulo ATP, 3, 81
de incidência, 44 Atuação
instantânea, 28
A temporizada, 28
Ajustes Automação, 64
ótimos, 9
B
ótimos, 10
Biomassa, 24, 26
adaptativos, 14
Buer, 75
Alcance
Butterworth, 71
unidade
instantânea, 10 C
Algoritmo Camada
de coordenação, 27 da subestação, 9
de proteção, 65 de equipamentos, 9
Amostragem, 39 de operação, 8
de sinais, 65 de organização, 8
ANEEL, 17 do sistema, 9
Arco Característica
elétrico, 17 direcional, 17
161
Apêndice D Índice Remissivo 162
Cenário Constante
Chaves de tempo, 45
Chebyshev, 71 Contribuições, 58
Circuito Conversor
de transfência, 30 A/D, 74
Circuitos analógico/digital, 65
Coeciente A/D, 82
de Fourier, 40 Corrente
Filtro carga, 29
de Fourier, 44 constante, 43
Cogeração, 14 curto-circuito, 8
Fósseis, 24
de curto-circuito, 12
Comparação
de pick-up, 19, 89
de amplitude, 47
pick-up, 7, 8, 12, 14, 21, 23, 28, 29, 36
de fase, 47
CTI, 30
Componente
Curto-circuito, 13, 55
DC
trifásico, 24
decaimento exponencial, 43
Curva
fundamental, 39
característica, 12, 28
Comunicação, 27, 64
Condição D
de bloqueio, 19 Decaimento
Delocamento Equivalente
nitas, 66 Equivalentes
de distúrbios, 66 de Thévennin, 60
Diagrama Estimação
Digitalização, 39 de frequência, 78
Direcional fasorial, 5, 45
sobrecorrente Estudo
Disjuntor, 70 Etapa
Dispositivo pré-falta, 40
de sobrecorrente, 17
Distância, 27
F
Faixa
DSP, 14
de corte, 70
E de passagem, 70
Efeito close-in, 52
Eletrobrás, 82 permanente, 20
Elos trifásica, 55
EMA, 8, 10 bifásicas, 30
eólica, 26 close-in, 32
EPA, 4 temporárias, 18
Apêndice D Índice Remissivo 164
Fator de um ciclo, 39
de crescimento modicado, 39
da carga, 29 Frequência, 26
de sobreocorrente, 29 de corte, 71
Fibra de passagem, 71
ótica, 10 fundamental, 42
ótica, 8 Função
eldbus, 8 67, 35
da proteção, 1 direcional, 35
Filtro
G
analógico, 39, 70
Geração
anti-aliasing, 70
distribuída, 5, 10, 12, 14, 19, 24, 55, 60,
anti-alliasing, 65
81, 122, 125
Cosseno, 39
distribuída, 17
mímico, 45
máxima, 51
Filtros
mínima, 51
ortogonais, 42
Gradiente
passa-altas, 45
de tensão, 25
passa-faixas, 45
Grandeza
Fluxo
de operação, 35
de carga, 12, 13
de polarização, 35
de corrente, 36
Grupo
de potência, 25
de ajustes, 14
Fluxograma, 30
H
Fontes
Hidroelétrica, 24
de energia, 24
Fourier I
de 1 ciclo, 41 IEC, 10
Apêndice D Índice Remissivo 165
IED, 63 MATLAB, 81
IEEE, 10 Mho, 17
equivalente, 9 relé, 3, 38
Inteligência MODELS, 3, 81
articial, 7 Modicações
isChangeD, 77 Mudanças
isFault, 78 operacionais, 6
topológicas, 6
J
Mudança
Janelamento, 39
operacionais, 12
Janelas
topológicas, 12
curtas, 66
L O
Ordem
LAN, 9
do ltro, 71
Linha
curta, 43
P
de transmissão, 61
Parâmetros
Linhas
da linha, 44
curtas, 28
Passo
de transmissão, 17
de integração, 81
terminais, 20
Perl
Localização
de tensão, 26
de falta, 44
Perturbações
de faltas, 13
transitórias, 17
M Poluição, 24
Mínimos Processadores
quadráticos, 45 de sinais, 38
Apêndice D Índice Remissivo 166
Programação sobrecorrente, 12
linear, 11 relé, 1
diferencial, 8 Religamento
digital, 38 automático, 18
distância, 8 Resistência
principal, 17 de falta, 44
retaguarda, 10 RNA, 11
sobrecorrente, 8 MLP, 11
Protocolo treinamento, 11
de comunicação, 64 RTC, 29
RTDS, 14
R
Rapidez, 18 S
Reconguração Série
da rede de Fourier, 40
de proteção Sample/hold, 74
adaptativa, 63 Seccionadores, 31
Relés, 20 derivada, 66
Sinal Sobreposição
Sistema
T
com geração
Taxa
distribuída, 54
de amostragem, 129
computacional, 10
TC, 68
de controle, 63
auxilar, 69
de distribuição, 5, 10, 12, 15, 1719, 24,
TDS, 7
27
Tele-proteção, 27
de proteção, 1, 13, 24
Tipo
de subtramissão, 14
curva, 7
de transmissão, 8, 10, 15
TP
malhado, 13
auxilar, 69
não-radial, 34
TPC, 68
proteção
Transformadas
adaptativa, 6
Wavelets, 39
radial, 28
Transitórios, 17
Sistemas
Transitório, 40
com geraçã distribuída, 24
Transitórios, 14
de distribuição, 50
eletromagnéticos, 81
de transmissão, 9
eletomagnéticos, 3
radiais, 22, 25, 52
Trip, 28
Smart
trip, 4, 21
grid, 21
Smart Grid, 1 U
Smart grid, 6, 17 Unidade
temporizada, 8, 14 Unidades
Apêndice D Índice Remissivo 168
consumidoras, 54 W
geradoras, 54 WAN, 10
unidirecionalidade, 24