Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Ap 1 Movimentos Sociais

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH


Licenciatura em História - EAD
UNIRIO/CEDERJ

PRIMEIRA AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2020.1


DISCIPLINA: HISTÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
COORDENAÇÃO: LUCIA GRINBERG

Nome: Edson de Oliveira Santos


Matrícula: 10216090198
Polo: Resende- Centro

Caro(a) aluno(a):

Essa é a sua primeira avaliação presencial. Leia os enunciados com atenção e


procure ser claro e objetivo na elaboração de suas respostas.

Leia atentamente as instruções abaixo:

 Leia atentamente todas as questões;


 Escreva com letra legível;
 Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras;
 Esta avaliação é individual e sem consulta;
 Responda com caneta azul ou preta;
 Utilize o caderno de resposta.

Boa prova!!!

Prezado(a) aluno(a),

Os critérios de avaliação das questões dissertativas da sua avaliação presencial são


os seguintes:
 Correção do português;
 Clareza e qualidade da argumentação (coesão/coerência).
Questão 1. (5 pontos)

1-Apesar das constituições democráticas afirmarem o princípio da igualdade


entre os cidadãos, ao longo da história, há sempre novas reivindicações. É justamente
através de movimentos sociais que determinados grupos ou classes sociais conquistam
novos direitos, muitas vezes direitos que outros grupos já possuem. Caracterize os
movimentos sociais de operários e de camponeses na Primeira República (1889-1930).

R: para compreender a formação dos movimentos sociais e suas principais


características, assim como suas reivindicações é necessário salientar que o período da
Primeira República (1889-1930), é marcado por transformações econômicas e sociais,
entretanto ainda consiste em grande parte a pobreza, violência e concentração de terras
nas mãos dos grandes proprietários.
Sendo assim é importante salientar que os movimentos sociais neste período,
ecoam em áreas distintas e motivos distintos, de modo que os movimentos ruralistas
formados por camponeses, ocorrem em áreas rurais fora dos centros urbanos como
Bahia, Pernambuco, Santa Catarina e Paraná. Diferentemente dos Operários que
articulavam seu movimento sobretudo nas grandes Cidades a quais já se desenvolviam
no processo de industrialização como São Paulo e Rio de Janeiro.
O movimento ruralista, fora motivado por fatores como a desigualdade social,
pobreza, concentração de terras por parte dos grandes proprietários, que agiam com
violência e perseguições, aplicadas pelos coronéis.
Dentre os movimentos mais incisivos podemos destacar o de Canudos,
Contestado e o caldeirão, que mesmo em regiões e tempos diferentes ambos tinham em
comum o “messianismo”, forma a quais milhares de sertanejos fundaram comunidades
comandadas por um líder religioso, e a ele era atribuído qualidades como o dom de
fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos.
Estes movimentos apresentaram em sua estrutura formas organizadas de plantio
e distribuição de terras assim como trabalho coletivo, e de práticas religiosas coletivas
organização política e de defesa em casos de repressão.
Estas ações coletivas ia na contramão dos ideais latifundiários que temiam o
surgimento de novos movimentos assim como a perda de terras e consequentemente o
enfraquecimentos da mão de obra, ao lado dos grandes proprietários estavam as forças
burocráticas que se empenhavam em cobrar autos impostos, assim como intensificar o
fim destes movimentos, a igreja também não apoiava visto que o fortalecimento de
líderes religiosos, afetaria a força e a doutrinação do catolicismo condenando-os como
fanáticos religiosos.
O movimento operário diferentemente, surge para reivindicar direitos básicos
visando atender suas necessidades imediatas, em um período marcado pelo crescimento
industrial e dos meios de produção em larga escala, que também é marcado pela
desigualdade e exploração da mão de obra por parte do empresariado, este movimento
teve forte influência de imigrantes europeus com princípios idealistas a qual tinham
como base, o anarquismo e o comunismo.
Já na primeira década do século XX, com a crescente produção industrial
sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo, as reivindicações passaram a ser outras, como
melhores salários, jornada de trabalho reduzida e assistência social, tais ações se
caracterizavam por organizações que reuniam trabalhadores para se empenharem a essas
cobranças, iniciando assim o que mais tarde seria denominado os movimentos sindicais.
Entre os anos de 1903 e 1906, greves de menor expressão tomavam conta dos
grandes centros industriais. Tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e
ferroviários foram os primeiros a demonstrar sua insatisfação.
Já em 1917 aconteceu em São Paulo, uma das mais importantes greves reunindo
cerca de 70 mil trabalhadores, que cruzaram os braços exigindo melhores condições de
trabalho e aumentos salariais durando uma semana, sendo duramente reprimida pelo
governo paulista, porem chegando a um acordo que garantiu 20% de aumento para os
trabalhadores.
A influência da revolução Russa com a vitória dos comunistas inspirava vários
. grupos operários no Brasil e no mundo que acreditavam que havia chegado o
momento de colocar um fim à exploração capitalista e construir uma nova sociedade.
Tanto que em 1922, inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, foi oficializada a
fundação do PCB, Partido Comunista Brasileiro e Paralelamente, a estes acontecimentos
os sindicatos passaram a se organizar melhor, mobilizando muitos trabalhadores
pertencentes a um mesmo ramo da economia industrial.
Porém é importante ressaltar que os movimentos operários divergiam, de modo
que os grupos adeptos a corrente política moderada buscava melhorias dentro das
indústrias e lutavam para garantir o reconhecimento dos sindicatos por parte do Estado,
ao contrário dos anarquistas, que atuavam no espaço político legal apoiando e lançando
candidatos, pois entendiam que o Estado era como um mal em si, já os comunistas os
viam como um espaço a ser ocupado e transformado. Essas concepções os levaram, seja
na ilegalidade, seja nos breves momentos de vida legal, a buscar aliados e participar da
vida parlamentar do país.

Questão 2. (5 pontos)

2- De acordo com o historiador E.P. Thompson, a história da classe operária não


é apenas um fato de história econômica, mas um fato de história social, relacionado
sempre à história política nacional. No caso do Brasil nos anos 1930-1945, entendemos
que a história dos movimentos sociais deve ser investigada em relação ao projeto de
República liderado por Getúlio Vargas. Disserte sobre a dinâmica entre as políticas
públicas relativas aos direitos do trabalho e as práticas e tradições de operários e de
camponeses.

R: O projeto de republica liderado por Getúlio Vargas, teve como uma de suas
características principais de governo, após a Revolução de 1930, a afirmação do Estado
intervencionista, deste modo o governo provisório criou dois ministérios, considerados
“revolucionários”: o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC) e o
Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP).
Ambos tinham como principal papel, reforçar o interesse em consolidar um
estado forte, com base na cidadania e a identificação do Estado Nação, o ministério da
educação e Saúde Pública, propagou o início de uma ruptura com as primeiras
formações escolares fundadas por imigrantes estrangeiros italianos e alemães, as
escolas foram o pilar deste novo processo sendo fundadas diversas escolas públicas, em
um processo denominado “abrasileiramento” onde as crianças precisavam aprender em
primeiro lugar, a língua, os costumes e a História do Brasil, precisavam se identificar
como brasileiras: cantar o Hino Nacional e emocionar-se.
O ministério do Trabalho seguia regulamentando Leis, para o setor trabalhista a
novidade consistia na lei de sindicalização, e a fiscalização da legislação trabalhista por
funcionários do ministério nos locais de trabalho e a criação da Justiça do Trabalho.
Dentre as principais medidas estabelecidas por Vargas, estão o regulamento da
lei do salário mínimo, decreto-lei relativo à isenção de impostos para habitações
proletárias, a criação da Justiça do Trabalho, a fixação do salário mínimo, a instalação
da Justiça do Trabalho a CLT, e a nova Lei Orgânica da Previdência.
Com a criação da lei de sindicalização, determinava-se que podia haver apenas
um sindicato por classe e apenas os sindicalizados poderiam gozar da legislação social,
foi proibido a manifestação de trabalhadores nas ruas e instituído o dia 1° de maio como
dia do trabalhador, aos sindicatos também eram impostos a proibição de filiação a
sindicatos internacionais e a propagação de ideologias como a comunista.
O projeto trabalhista respondeu a preocupações do movimento operário tanto de
ordem material, quanto de ordem simbólica, veiculando o trabalho como um valor
positivo, reconhecendo no trabalhador o estatuto de cidadão e considerando a
legislação, portanto, o Estado, era responsável por garantir os direitos do trabalhador.
Porem estas ações tinham como base por parte do governo, o controle dos
sindicatos, visando o apoio da massa trabalhista, que favorecia ao combate as possíveis
manifestações comunistas e anarquistas, deste modo e de certa forma, atendiam em
parte os anseios desejos das classes operarias que viviam em constante tensão na
Primeira República.
Mas deve-se destacar é que estas medidas favoreciam no âmbito da política
social em sua maioria, apenas a classe operaria, e não o restante da população em si,
outro ponto relevante é que parte dos benefícios garantidos provinha de dinheiro
atrelado aos descontos e impostos voltados para o fundo previdenciário e para os
sindicatos.
Deste modo houve um grande debate a respeito da legalização dos sindicatos já
que eles necessitavam do respaldo do Ministério do Trabalho, além de ter que cumprir
diversas orientações como não apoiar ideologias ou manifestações o que o tornava
incompatível com a real caráter ideológico de liberdade na luta pelos direitos
trabalhistas.

Bibliografia

Aula 1 - História dos movimentos sociais: conceitos e definições

Aula 2 - Primeira República: socialistas, anarquistas, comunistas e cooperativistas


Aula 3 - Movimentos Messiânicos Rurais

Aula 4 - Os anos 1930 - 1945: o impacto do projeto trabalhista no movimento operário

Você também pode gostar