Este documento descreve a contribuição da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e seus membros para a Guerra do Paraguai (1864-1870). O Rio Grande do Norte cedeu mais de 2.000 homens, incluindo membros da Polícia Militar, para lutar contra o Paraguai. Embora a participação da Polícia Militar tenha sido discreta em comparação com outras forças, seus membros honraram o estado e o país com seu serviço e sacrifício durante este importante conflito na história do Brasil.
Este documento descreve a contribuição da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e seus membros para a Guerra do Paraguai (1864-1870). O Rio Grande do Norte cedeu mais de 2.000 homens, incluindo membros da Polícia Militar, para lutar contra o Paraguai. Embora a participação da Polícia Militar tenha sido discreta em comparação com outras forças, seus membros honraram o estado e o país com seu serviço e sacrifício durante este importante conflito na história do Brasil.
Este documento descreve a contribuição da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e seus membros para a Guerra do Paraguai (1864-1870). O Rio Grande do Norte cedeu mais de 2.000 homens, incluindo membros da Polícia Militar, para lutar contra o Paraguai. Embora a participação da Polícia Militar tenha sido discreta em comparação com outras forças, seus membros honraram o estado e o país com seu serviço e sacrifício durante este importante conflito na história do Brasil.
Este documento descreve a contribuição da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e seus membros para a Guerra do Paraguai (1864-1870). O Rio Grande do Norte cedeu mais de 2.000 homens, incluindo membros da Polícia Militar, para lutar contra o Paraguai. Embora a participação da Polícia Militar tenha sido discreta em comparação com outras forças, seus membros honraram o estado e o país com seu serviço e sacrifício durante este importante conflito na história do Brasil.
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CONTRIBUIÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE E DA
SUA POLÍCIA MILITAR NA GUERRA DO PARAGUAI
Lourival Cassimiro da Costa Júnior
2º SGT PMRN, Escritor, Instrutor (PMRN) e Sócio do IHGRN
Aos 185 anos, a Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte é
consolidada como uma instituição formada por homens e mulheres abnegados que são norteados em servir e proteger a sociedade, mesmo com o risco da própria vida, conforme seu Juramento. Ao longo da sua história, a Gloriosa PMRN passou por inúmeras provações para manutenção da ordem pública, bem estar do seu povo e a integridade/soberania do nosso amado país. Vários foram os desafios enfrentados e vencidos, destaque para alguns deles: a luta contra o Cangaço; Coluna Prestes; Revolução Constitucionalista de 1932 e a Intentona Comunista. Partindo deste princípio, caro leitor, há uma necessidade de rememorar um dos acontecimentos mais marcantes da nossa história, ocorrido há quase 155 anos: a Guerra do Paraguai. Esta contou com a colaboração e o esforço da PMRN e de alguns dos seus membros que hoje infelizmente são pouco lembrados. No dia 26 dezembro de 1864, ocorreu o aprisionamento no Rio Paraguai do navio a vapor Marquês de Olinda e toda a sua tripulação que estava rumo à Cuiabá. Dentre os presos destaca-se o Presidente da Província do Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Este, que morreria em prisão paraguaia por maus-tratos. Isto marcou o início da Guerra do Paraguai. As tensões já existiam na bacia platina entre os países vizinhos e foi agravado devido ao fato do Império do Brasil ter invadido o Uruguai durante sua guerra civil e colaborado na vitória dos Colorados. Por outro lado, López, era aliado dos Blancos, tomou uma atitude extraordinária e belicista contra a soberania brasileira, enviou uma força de ocupação de mais de 7 700 homens e tomaram a Província de Mato Grosso. Em pouco tempo, os paraguaios marcharam rumo ao Uruguai para socorrer seus aliados. Chegando próximo à cidade argentina de Corrientes, pediram passagem para o General Bartolomé Mitre, presidente daquele país e também aliado dos Colorados. Após negativa, López invade a cidade supracitada e declara guerra a Argentina. No dia 1º de maio de 1865, Brasil, Argentina e Colorados uruguaios, formam a Tríplice Aliança e declaram guerra ao Paraguai. Importante frisar, que o Paraguai tinha um exército numeroso, com cerca de 80 mil homens (serviço militar obrigatório), que estavam bem preparados e equipados, além do seu ditador ter uma visão imperialista para aquela região. Por outro lado, o nosso exército se encontrava desprestigiado e enfraquecido há décadas. As tropas de 1ª Linha não eram confiáveis aos olhos dos Regentes. Ainda no mesmo período, em 1831, é criado a Guarda Nacional, uma milícia para fazer frente a uma eventual ameaça e atender os interesses das classes dominantes. Para se ter uma ideia, a quantidade de militares do nosso Exército foi reduzido a o número inadequado de 10 000 homens, para um país de dimensões continentais como o nosso. Já à Armada (Marinha), não foi desvalorizada. Os primeiros momentos da guerra foram de vitórias e avanços do exército inimigo, destaque para a ocupação da cidade de Uruguaiana. Diante deste fato, o Imperador resolveu ir pessoalmente à guerra e levou junto o seu conselheiro militar, o Marquês de Caxias. Lá, Caxias encontrou a tropa em estado deplorável. Diante da agressão sofrida à nossa soberania e ao nosso brio, houve um clamor popular e um sentimento de união nacional para reconquistar nosso território perdido, derrotar o inimigo e lavar nossa honra. Portanto, no dia 07 de janeiro de 1865 é criado o Corpo de Voluntários da Pátria, que vislumbrava elevar o moral dos seus súditos e incentivar o alistamento. O Imperador Dom Pedro II foi o primeiro Voluntário da Pátria, em jargão militar, foi o ZERO UM. O sentimento de brasilidade foi tanto, que abnegados patriotas de todas as classes sociais espalhados pelo país uniram-se por este ideal. Cada um contribuiu para o esforço de guerra de alguma forma. Dentre tantos, destacam- se a figura de Ana Neri e muitos escravos que foram à luta e receberam sua merecida alforria em troca. Na Província do Rio Grande do Norte o amor e o civismo do nosso povo não estavam aquém das demais. Éramos presididos por Olinto Meira e a repercussão foi grande entre os potiguares. Dentre tantos incentivadores à causa destacam-se: o Presidente Olinto Meira, o Conselheiro Luiz Gonzaga Brito Guerra e o Padre Bartolomeu da Rocha Fagundes. Várias personalidades potiguares contribuíram com o esforço de guerra, destacamos alguns: Fócio Joaquim do Rêgo Barros (Comandante da PM) 30$; Cadete José Getúlio Teixeira de Moura, que renunciou seus proventos; Professor Joaquim Xavier da Cunha, 23$ (correspondia a um mês de salário), dentre tantos que contribuíram com valores ou serviços para a causa. Toda ajuda foi importantíssima! Uma das figuras mais temerosas e detestadas do período foi o Sargento da polícia (comissionado Alferes) Rolim Cavalcante de Albuquerque, o recrutador. Alistou cidadãos voluntários ou na marra nas cidades do estado. O caso mais emblemático foi à invasão, juntamente com seus homens, ao Teatro Santa Cruz, em Natal, onde após o espetáculo, recrutou-os para a guerra. O Rio Grande do Norte cedeu um total de 2 197 dos seus filhos para lutarem na Guerra do Paraguai. Homens que pertenciam à 1ª Linha, Guarda Nacional, Companhia de Polícia (nome da Polícia Militar na época), voluntários civis e alistados à força. No dia 09 de junho de 1865, 1º Corpo de Voluntários da Pátria (28º V. P.), sob o comando do Tenente Coronel da Guarda Nacional José da Costa Vilar, desfila pelas ruas de Natal rumo ao conflito. A cidade está em festa, para uma justíssima despedida aos nossos heróis que foram embarcados no navio Jaguaribe. Durante os festejos, dois adolescentes chamaram atenção, o primeiro estava vestido de índio (simbolizando o Brasil) era o Joaquim Açucena Soares da Câmara, o futuro Professor Joaquim Lourival ou Professor Panqueca, filho de Lourival Açucena. Joaquim Açucena, antes do final do conflito seria convocado, já na condição de 2º Sargento para ir lutar na guerra. Não chegou a seguir ao Paraguai por incapacidade física numa inspeção realizada no Rio de Janeiro. O segundo era João da Fonseca Varela, com apenas 15 anos de idade estava entre os militares que desfilavam para ir à guerra. Este seria o futuro Comandante da PMRN. Durante a viagem fizeram escala no Recife, e no Rio de Janeiro, onde foram bem recebidos com toda pompa. No banquete oferecido para os Oficiais e Cadetes houve muita empolgação devido a recente vitória na Batalha do Riachuelo. O próximo destino foi Santa Catarina, os bravos potiguares desprovidos de materiais adequados, enfrentaram uma das maiores provações em solo tupiniquim, o clima frio, condições sanitárias deploráveis e as doenças (sarampo, pneumonia, bexiga e febre catarral). Dezenas de potiguares adoeceram, chegando a vitimar alguns. Dentre os mortos por pneumonia estavam Luiz Gonzaga e Urbano Égide, irmãos de Isabel Gondim. Pouco depois, o 28º Corpo de Voluntários da Pátria formado por potiguares foi desmembrado e introduzido ao 34º e 36º Corpos de Voluntários da Pátria do Pará e Maranhão, respectivamente. O mesmo ocorreu com o 2º Corpo de Voluntários da Pátria da Província do Rio Grande do Norte, que foi incorporada ao 55º Corpo de Voluntários da Pátria do Piauí. Imaginem caros leitores, um único Corpo de Voluntários da Pátria exclusivo de potiguares, como ocorreu com algumas províncias? Nada que diminua o brilhantismo dos nossos heróis! Durante o conflito a Província do Rio Grande do Norte foi presidida por doze presidentes que contribuíram de alguma forma para o esforço de guerra. Neste período a Banda de Música da PMRN (fundada e consolidada em 1886) teve sua fase embrionária e foi acionada em dois momentos: nascimento de um membro da Família Imperial (o Príncipe Dom Augusto Leopoldo, em 06/12/1867) e em 1868, chegou a ser instrumentada pela aludida Banda, uma marcha para o retorno dos heróis em solo potiguar (CÂMARA, 1951). Em março de 1870, sob o comando do Marechal Conde d’Eu, nossas tropas caçaram e mataram o ditador paraguaio Solano López, na Batalha de Cerro Corá. Marcando a capitulação e o fim da Guerra do Paraguai. Era o término de mais de cinco anos de lutas. O retorno dos nossos heróis para o Rio Grande do Norte. Receberam uma calorosa recepção de toda a sociedade potiguar. A Companhia de Polícia (PMRN) e o Corpo prestaram honras. Uma efígie do Imperador foi erguida, salva de 21 tiros de canhões da Fortaleza dos Reis Magos e fogos de artifício riscavam o céu... Era o povo potiguar saudando o retorno dos bravos filhos que voltavam com a cabeça erguida e o sentimento do dever cumprido. É importante ressaltar o Hino Patriótico composto pelo 1º Cadete João Carlos Carneiro de Albuquerque Gondim e as poesias da sua Irmã, professora Isabel Gondim. A Gloriosa Polícia Militar da então Província do Rio Grande do Norte teve uma participação discreta na guerra, comparados com os militares de 1ª Linha e com a Guarda Nacional, que tinham funções diferentes em suas finalidades. Tal como nossos coirmãos em armas, nossos heróis abnegados honraram o seu povo, sua província e o seu país. Hoje, têm seus nomes relembrados e servirão como norte para os audazes guerreiros do presente. Vejamos o nome de Alguns dos bravos guerreiros que lutaram na Guerra do Paraguai e que serviram nas fileiras da Policial Militar (patente da época), durante e após as hostilidades: Capitão da Guarda Nacional Fócio Joaquim do Rêgo Barros (Ex- Comandante da PM entre 1861 a 1885); Alferes da Guarda Nacional João Fonseca Varela (Ex-Comandante de 1885 a 1889). Em 1919, através do decreto 3.958, foi promovido ao posto de General de Brigada;
Tenente da Guarda Nacional Joaquim José do Rêgo Barros (Ex-
Comandante de 1889 a 1891);
Alferes do Exército José Getúlio Teixeira de Moura;
Tenente Ponciano Bisneto Ferreira Souto;
Alferes João Capistrano Pereira Pinto;
Capitão Manoel Ramos de Oliveira;
Soldado da Companhia de Polícia João Ferreira de Oliveira;
Soldado da Companhia de Polícia Miguel Francisco da Silva;
Soldado da Companhia de Polícia Manoel Antônio do Nascimento.
Destaque para alguns familiares de alguns membros que pertenceram a
PMRN: Capitão da Guarda Nacional Manoel Ferreira Nobre. Dentre várias funções, foi: Escritor, Deputado Provincial e pesquisador. Filho do primeiro Comandante da PMRN (1834 a 1835), Tenente do Exército Manoel Ferreira Nobre;
Alferes José Ferreira Nobre Pelinca, irmão do primeiro Comandante da
PMRN (1834 a 1835), Tenente do Exército Manoel Ferreira Nobre;
Alferes Ulisses Olegário Lins Caldas (morto em combate). Irmão do TC
Manuel Lins Caldas Sobrinho (Ex-Comandante PM por três oportunidades, a mais duradoura foi de 1895 a 1913); 2º SGT João Perceval Lins Caldas (morto em combate). Irmão do TC Manuel Lins Caldas Sobrinho (Ex-Comandante PM por três oportunidades, a mais duradoura foi de 1895 a 1913);
Várias homenagens foram prestadas no estado que, aos poucos, acabaram
caindo no esquecimento do nosso povo de seu motivo/razão, por exemplo: Duas cidades têm o nome de batalhas decisivas da Guerra do Paraguai, Riachuelo e Cerro Corá. Em Natal, há o Bairro do Passo da Pátria e a Rua Voluntários da Pátria, bem como homenagens individuais que dão nomes a algumas ruas em várias cidades que homenageiam nossos heróis que pegaram em armas. A Guerra do Paraguai foi o maior confronto beligerante das América do Sul, com mais centenas de milhares de mortos (combates, epidemias e fome), em números não oficiais. O Paraguai foi devastado e com aproximadamente 300 mil mortos, graças ao intermédio brasileiro para não aumentar a influência da Argentina, foi mantida a sua soberania. O Brasil perdeu mais de 50 mil combatentes e o rombo ao erário superou 11 vezes o orçamento anual de 1864. O Exército Brasileiro que antes do conflito estava desprestigiado saiu fortalecido, assinalando o declínio da monarquia. No tocante a Guarda Nacional, após a República entrou em derrocada, sendo extinta em 1922. Uma das maiores lições, quiçá, a maior, que a Guerra do Paraguai trouxe para o nosso país é manter sempre suas Forças Armadas fortalecidas, bem equipadas e motivadas. Pois, é histórico o poder dissuasor em conservar o inimigo distante e salvaguardar a nossa soberania no presente e no futuro, para que jamais sejamos pegos novamente de surpresa. REFERÊNCIAS: Abril Cultural. Grandes Personagens da Nossa História. São Paulo/SP. Abril Cultural Ltda. 1969. Abril S/A Cultural. Saga: A Grande História do Brasil – Império: 1808-1870 (Volume 3). São Pulo/SP. Abril S/A Cultural, 1981. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/guerra-paraguai.htm CÂMARA. Adauto Miranda Raposo. O Rio Grande do Norte na Guerra do Paraguai. Natal/RN. Sebo Vermelho Edições, 2008 (Reedição – 1951) DANTAS. Angelo Mário de Azevedo. Cronologia da Polícia Militar do Rio Grande do Norte – 175 anos de história – 1834 a 2009 (Volume I). Natal/RN. 1ª Ed. Edição do autor. 2010 http://gibsonmachadocm.blogspot.com/2011/06/general-joao-varela.html http://www.historiaegenealogia.com/2015/09/familias-ferreira-nobre-e-seabra- de.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Voluntários_da_Pátria WANDERLEY, Rômulo C.. História do Batalhão de Segurança. Natal/RN. Edições Walter Pereira S/A. 1969. Irmãos: Fócio Joaquim do Rêgo Barros e Joaquim José do Rêgo Barros Imagem Acervo: Instituto Tavares de Lyra
João da Fonseca Varela
Imagem Acervo: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte Ponciano Bisneto Ferreira Souto Imagem Acervo: Instituto Tavares de Lyra
Tenente João Cabanas revolucionário, herói e mito: o bravo, intrépido e audacioso comandante da Coluna da Morte na Revolução dos Tenentes no Paraná (1924-1925)