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Apostila CTV 9º Ano PDF

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Cabral E; Lopes A; Ramos A

UNIVERSO

O Universo é tudo o que existe, a matéria a energia e o próprio espaço, não sendo possível
definir-lhe o limite. Actualmente aceita-se que esses limites estão a aumentar num processo de
expansão no qual o universo se desenvolve em todas as direcções.

O termo Universo pode ser usado em sentidos contextuais ligeiramente diferentes, denotando
conceitos como o cosmo, o mundo ou natureza.

Os astros são estudados pela astronomia


Astronomia → é o ramo das ciências modernas que que estuda a origem, a constituição, a
organização e o modo de funcionamento do universo.
Astrónomo → é aquele que se dedica ao estudo da astronomia.
ORIGEM DO UNIVERSO

Teoria Do Big-Bang

A explicação melhor aceite pelos cientistas é a teoria do big-bang. Segundo esta teoria, a
situação inicial seria a de uma pequena bola de densidade infinita e com uma temperatura de
milhões de graus, contendo toda a massa do universo. Posteriormente, deu-se uma gigantesca
explosão o big-bang que marcaria o inicio da explosão do universo e espalharia a matéria que iria
formar as estrelas, os planetas e outros astros. Esses astros não se formariam de modo
desordenado, mas sim ir-se-iam agrupados em conjuntos de astros.

CONSTITUIÇÃO DO UNIVERSO
O universo é constituído por centenas de milhar de milhões de galáxias formadas por: gases
poeiras e uma infinidade de corpos celestes;
Galáxias → são grandes aglomerados de bilhões de estrelas, gases e poeiras cósmicas unidas
por forças gravitacionais e girando em torno de um centro de massa comum.
Classificação Das Galáxias
O astrónomo Eduino Hubble classificou as galáxias quanto a forma como as estrelas se dispõem
umas as outras em:

Espirais →Galáxia espiral é uma galáxia que apresenta grandes


braços de estrelas e nuvens de poeira. Estes parecem enrolados
em forma de lâminas de hélice em espiral (helicóides) partindo de
um centro denso chamado também de núcleo central.

Elípticas →Na tipologia das Galáxias


Elípticas, ainda estão inseridas as Galáxias Circulares. Ambas são designadas
pelos astrônomos com a letra E de Elliptic, e um número compreendido entre
zero e sete. A função deste número é expressar excentricidade da elipse, ou, a
diferença relativa entre o seu raio maior e o raio menor, (no caso das galáxias
circulares usa-se normalmente a identificação E1). As Galáxias Elípticas têm
pouco gás, pouca poeira e poucas estrelas jovens.

Irregulares →As galáxias Irregulares são designadas como Irr de


Irregular pelos astrônomos, não possuem forma definida, algumas são
formadas por desenhos e colorações bizarras, surrealistas.

A Nossa Galáxia

A galáxia em que nos encontramos, é a via láctea também designado por estrada de Santiago.
É uma galáxia em espiral, tem um núcleo central onde a densidade das estrelas é maior e dois
braços em espiral. Num dos braços se localiza o sistema solar. A via láctea é uma galáxia grande
que contém mais de 100.000 milhões de estrelas.
O diâmetro da Via Láctea é de cerca de 10.000 anos-luz.
O sistema solar dista de 27.000 anos-luz do núcleo central da Via Láctea.
DISTÂNCIAS NO UNIVERSO – unidades de medidas do universo.
Uma Unidade Astronómica (UA) corresponde por definição à distância da Terra ao Sol.
Um ano-luz - ( a.l.) é a distância que um raio de luz percorre em um ano. Um raio de luz do Sol
demora 8,3 minutos a chegar à Terra.
O parsec é uma unidade ainda maior e utiliza-se para indicar distâncias no Universo para além
do Sistema Solar.
O que precisas de saber:
a velocidade da luz é 300 000 km/s ou seja 3,00 x 108 m/s
1 UA = 150 milhões de km ou seja 1 UA = 1,50 x 108 km (unidade astronómica)
1 a.l. = 9,5 biliões de km ou seja 1 a.l.=9,5 x 1015 km (anos-luz)
1 pc = 3,26 a.l. (parsec)
Para podermos calcular as distâncias no Universo recorremos a uma regra de três simples para
efectuar os cálculos.
Desta forma, por exemplo 3,5 UA são 3,5 x 150 milhões de km = 525 milhões de km ou seja:
1 UA --------------- 150 milhões de km
3,5 UA ------------ x
x = 150 milhões de k x = 525 milhões de km
Exercício: A Estrela Polar está 252 pc da Terra. Calcula essa distância em anos-luz.
Resolução: 1 pc -------------------- 3,26 a.l.
252 pc ------------------ x
x x = 822 a.l.
R: A Estrela Polar está a 822 a.l. da Terra. O que quer dizer que a luz que vemos demorou 822
anos a chegar à Terra.~

A FORMAÇÃO DO SISTEMA SOLAR


Existem várias teorias, que através dos tempos, tem procurado explicar a origem do sistema
solar. Hoje, a mais aceite pelos cientistas é a teoria nebular reformulada.
Teoria Nebular Reformulada
Esta teoria baseia-se no facto de se acreditar que no princípio existia uma nuvem gasosa de
forma aproximadamente esférica e com um diâmetro pouco superior que o actual sistema solar,
que girava muito lentamente.
Quando a velocidade de rotação aumentou, a nuvem começou a achatar-se e a tomar a forma de
um disco. Na parte central ficou a maior parte da matéria que se foi condensando e formou o Sol.
Em volta dele, em certos pontos do disco gasoso, formou alguns pequenos núcleos em volta dos
quais a matéria foi se juntando, aumentando a sua gravidade, dando assim origem a pedaços
cada vez maior, denominado de acreção. Desencadeou-se um bombardeamento cada vez maior,
formando-se corpos chamados protoplanetas. Finalmente, os protoplanetas por diferenciação
teriam dado lugar aos planetas. Dispondo em camada segundo a sua densidade.

ESTRUTURA DO SISTEMA SOLAR

Sistema solar – conjunto formado por uma estrela (sol) por todos os astros que giram a sua
volta.
CONSTITUIÇÃO O SISTEMA SOLAR

O sistema solar é constituído por: uma estrela, o Sol, oito planetas principais que giram em torno
do Sol (Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno), planetas
secundários, satélites naturais ou lua, planetas anãs como Plutão, Ceres, Éris e pequenos corpos
tais como os cometas e os astróides (cintura de astróides) e meteoritos. Existe ainda um meio
interplanetário constituído por material de natureza diversa.

Os corpos como as estrelas, os planetas, os cometas, astróides, meteoritos são astros do


espaço.
 Astros →são corpos que orbitam no espaço
 Estrelas →são corpos luminosos (com luz própria) cujo período de vida decorre enquanto
houver emissão de luz e calor
Tipos de estrelas
Estrelas anãs→ estrelas pequenas (são brancos).
Estrelas supernova → estrela que durante algumas horas ou dias aumentam o brilho resultará
de uma explosão no interior da estrela.
Estrelas supergigantes→ estrelas maiores (são vermelhas).
 Astróides →são corpos não luminosos e de tamanho reduzido, geralmente entre as orbitas
Marte e Júpiter, constituindo a cintura de asteróides que é constituída por fragmentos sólidos
de diferentes tamanhos.
 Cometas → são corpos muito primitivos com órbitas muito excêntricas e só visíveis quando
se aproximam do sol, sendo então formadas por nucleo, cabeleira e cauda. Ex: cometa Halley
e cometa Hale – Bopp. O mais conhecido é o Halley, tem um período de 76 anos, ou seja só
é visível na terra de 76 a 76 anos
 Meteoritos →são corpos rochosos de tamanho muito variáveis; admite-se serem originados
na cintura de astróides e caem com frequência na superfície terrestre. Um meteoróide que
atravessa a atmosfera da terra passa a ser chamado meteoro; caso chega ao solo chama
meteorito.
Os meteoritos são classificados segundo a sua composição e textura em:
 Aerólitos
 Siderólitos
 Sideritos
 Condritos
A – Estrelas; B – Cometas; C – Meteoritos; D – Planetas; E – Astróides
 Planeta →é um corpo celeste que orbita uma estrela, com massa suficiente para se tornar
esférica pela sua própria gravidade, e que tenha eliminado os corpos capazes de se deslocar
a sua região vizinha, ou seja é um astro iluminado, pois não tem luz própria, mas reflectem
luz que recebem do sol.
Classificação Dos Planetas
A União Astronómica Internacional (UAI) considera no sistema solar, para além do sol três
grandes grupos de corpos:
 Planetas clássicos ou principais →são corpos celestes que estão em orbita em volta do
sol; consegue atrair todos os corpos na vizinhança da sua órbita; tem uma forma
aproximadamente esférica devido a sua massa total; não possuem luz própria, reflectem a
luz das estrelas vizinhas. Ex: terra
 Satélites naturais ou planetas secundários→ são corpos celestes que giram a volta dos
planetas principais. Ex: a lua gira a volta da terra.
 Planetas anãs - são corpos celestes que estão em órbita a volta do sol; têm massa
suficiente para que a força de gravidade lhes permitam assumir a forma esférica, mas no
entanto, não atraem pequenos corpos para a superfície. Ex: Plutão e Éris
Pequenos corpos do sistema solar são incluídos a maior parte dos astróides, os cometas e todos
os corpos que estão para a órbita de Neptuno, como os que forma cintura de Kuiper.
Movimento de translação – é o movimento executado pelos planetas ao redor do sol.
O tempo que leva para dar uma volta completa é denominado período orbital.
Esse movimento é executado no sentido directo (contrário ao ponteiro do relógio) O movimento
de translação dá origem as estações do ano. A medida que os planetas executam o movimento
de translação, vá também rodeando sobre si próprio. A esse movimento denomina-se rotação.
Movimento de rotação – é o movimento executado pelos planetas em torno do seu eixo
imaginário dando origem a sucessão dos dias e das noites.
Com excepção dos planetas Vénus e Úrano que tem uma rotação retrógrada (mesmo sentido dos
ponteiros do relógio), todos os outros planetas tem rotação directa (igual a do sol e contrário ao
dos ponteiros).
Orbita – trajectória curva que descreve um planeta ou cometa (ou satélite artificial)em volta do sol.
Período de rotação – é o tempo que demora um planeta a dar uma volta completa em torno do
seu próprio eixo.
CARACTERÍSTICAS DO SOL E DOS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR
O SOL
1. É uma estrela de hidrogénio e hélio gasoso a brilhar devido as suas altas temperaturas;
2. Contem aproximadamente 98% do sistema solar
3. Mantém sobre os restantes componentes um perfeito domínio;
4. A sua energia é gerada por reacções termonucleares internas, que elevam a temperatura do seu
interior para cerca de 15000 0C
5. O seu diâmetro é de 14 milhões de km;
CINTURA DE ASTRÓIDES
1. Fica situada entre as orbitas de Marte e Júpiter
2. É constituído por fragmentos sólidos de diferentes tamanhos;
3. Alguns são ricos em metais como ferro, níquel e silício; outros são ricos em água azoto e
carbono.
PLANETAS
Mercúrio
1. É o mais pequeno planeta telúrico do sistema solar (2440km de raio)
2. A massa é insuficiente para desenvolver força de gravidade, capaz de reter uma atmosfera
3. A densidade do mercúrio sugere a presença de um núcleo metálico de ferro (1800km de
diâmetro)
4. A atmosfera é praticamente inexistente
Vénus

1. A sua dimensão e densidade são próximas das da terra;


2. Possui um núcleo metálico mais pequeno que o da terra
3. Não apresenta campo magnético
4. A sua superfície está sempre encoberta por uma expressa camada de nuvens amareladas,
impenetráveis para as radiações visíveis
5. A análise das observações obtidas por radar revela a existência cratera, provocada pelo choque
de meteoritos de planícies e relevos com mais de uma dezena de km de altura
6. A temperatura superficial é muito elevada, cerca de 465 0C
7. A baixa atmosfera é constituído por cerca de 96,5% de dióxido de carbono, 3,5% de azoto,
dióxido de enxofre, árgon e néon.
Terra

1. É o terceiro planeta mais próximo do sol. O seu diâmetro é de 12740km


2. É o mais denso (5,5);
3. É o único corpo do sistema solar na qual existe água a superfície na forma líquida, com cerca de
71% da superfície coberta;
4. A sua atmosfera é constituída por 77% de azoto, 21%de oxigénio, água, dióxido de carbono e
árgon;
5. A atmosfera protege-nos das radiações provenientes do sol e de meteoros de pequeno tamanho;
6. Tem uma temperatura própria para o desenvolvimento da vida na superfície
7. É um planeta muito activo;
Marte
1. É o primeiro planeta exterior a terra;
2. Seu raio (3400) é cerca da metade do raio terrestre;
3. A sua baixa gravidade e o seu campo magnético muito fraco provam que Marte não possui um
núcleo metálico maciço;
4. A sua atmosfera é constituída por 95% de dióxido de carbono 2,3% de azoto, 1% a 2% de árgon
e 0,1% a 0,4% de oxigénio
5. A sua superfície está cheia de cratera
6. A sua temperatura varia entre 0 0C e os -70 0C
7. Possui dois satélites naturais:
Júpiter
1. É o maior planeta do sistema solar
2. É cerca de 1300 vezes maior do que a terra
3. Possui um pequeno núcleo denso, constituído por gelo e corpos rochoso rodeado por uma
atmosfera expressa de hidrogénio, hélio amoníaco e metano, que sobre forte pressão, se
encontra no estado metálico (sólido ou liquido)
4. A energia emitida por Júpiter é o dobro da quantidade de energia que absorve do sol, o que indica
que o planeta tem uma fonte de calor interno;
5. Possui um anel de partículas e de 17 satélites
Saturno

1. Com uma densidade de 0,7, Saturno é menos denso que a água


2. Tem uma atmosfera idêntica a Júpiter
3. O seu anel é formado por centenas de anéis concêntricas, muito finos, constituídos por blocos e
grãos cobertos de gelo
4. As temperaturas no alto das nuvens de Saturno atingem acerca de -150 0C
5. Tem mais de 40 satélites
Úrano

1. Possui uma massa 18 vezes maior que a terra


2. Apresenta uma temperatura superficial de -210 0c. A sua baixa densidade (1,3) indica que deve
possuir uma estrutura interna semelhante ao de Júpiter e Saturno;
3. a sua atmosfera é muito permeável a radiação solar e é constituído principalmente por metano,
hélio e hidrogénio ;
4. Tem mais de 20 satélites
Neptuno

1. Tem uma massa 17 vezes maiores do que a terra


2. Tem uma densidade idêntica a úrano
3. A sua temperatura é de -220 0C
4. Já foram identificados mais de 10 satélites

Planetas Interiores Ou Telúricos E Planetas Exteriores, Gasosos Ou Gigantes


CARACTERÍSTICAS DOS PLANETAS TELÚRICOS

1. São essencialmente constituídos por materiais sólidos


2. Apresentam estruturas em camadas
3. Parece terem um núcleo metálico
4. A densidade é elevada
5. Tem um diâmetro inferior ou sensivelmente próximo ao diâmetro da terra;
6. Foram modificados por impactos que geraram crateras;
7. As atmosferas quando existam são pouco extensas relativamente as dimensões dos planetas;
8. Os movimentos de rotação que descrevem são lentos;
9. Possuem poucos satélites e em alguns casos não possuem nenhum.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PLANETAS EXTERIORES

1. Possuem diâmetros bastante superiores aos dos planetas telúricos


2. Tem baixa densidade;
3. São essencialmente formados por gases
4. Possuem um pequeno núcleo;
5. Movem-se com maior velocidade;
6. Tem na generalidade, inúmeros satélites naturais.
CARACTERÍSTICAS DOS PLANETAS SECUNDÁRIOS
São astros que descrevem, orbitas em torno de planetas principais. De acordo com esta
definição, a lua é um satélite natural da terra.
A LUA – Algumas características
1. O diâmetro equatorial da lua, de 347 km,
2. É maior que o seu diâmetro polar.
3. A densidade média é 3,34.
4. Não possui atmosfera, porque sua gravidade é cerca de 1/6 da gravidade da terra;
5. Não tem erosão, porque é um planeta árido e sem vida, não tem vento nem chuva;
6. Distingue-se na superfície da lua, duas zonas:
 Zona montanhosa – designado por continentes formados por rochas de tonalidade clara;
 Zonas baixas e muito plana com aspectos irregulares – designado por mares e tem uma
tonalidade escura devido a natureza essencialmente basáltica das rochas que os formam.
EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Vários equipamentos têm fornecido um número cada vez maior de informação sobre o universo e
em especial o sistema solar. Foi Galileu o primeiro que descobriu pormenores dos astros, do
século XVI com a sua luneta astronómica.

Telescópios – instrumentos utilizados pelos astrónomos para observar estrelas. Mas permite
estudar o sistema solar, os planetas, nuvens gasosas da via láctea e as galáxias longínquas.
Temos dois tipos de telescópios:

 Telescópios de refracção – concentram a luz por meio de uma lente.


 Telescópios de reflexão – concentram luz por meio de um espelho côncavo. O espelho
proporciona uma imagem mais brilhante e permite uma maior ampliação.
Radiotelescópios – são tipos de telescópios que captam sinais de rádio em vez de luz.

Tecnologia colocada fora da terra

Telescópios espaciais – são colocados em orbita acima da atmosfera para se obter maior
imagem do espaço.

Satélites artificiais – são aparelhos que os cientistas enviam para o espaço para nos transmitir
imagens captadas ao girarem em torno da terra e de outros
planetas. Tem diferentes utilizações, por exemplo: nas
telecomunicações e na meteorologia.

Sondas espaciais – são aparelhos que são lançados no espaço


e visam-se o estudo dos astros do sistema solar para isso tirem
fotografias da superfície dos planetas.

Naves espaciais – são aviões espaciais que permitem colocar em


orbitas homens e satélites

Foguetões – servem essencialmente para lançar no espaço


satélites e sondas que nos enviam informações.
TERRA EM FORMAÇÃO

O Ambiente Pré-Biótico

A Terra assim como os restantes planetas do sistema solar, resultaram provavelmente da


contracção gravítica de uma nuvem fria de gases e poeiras, designada por nebula proto-solar, há
cerca de 4,6 mil milhões de anos.

Desde então, terá a Terra sofrido um arrefecimento ou um aquecimento?


Alguma vez se terá encontrado no estado de fusão completa?
Existiram sempre oceanos e uma atmosfera com as características actuais?

Estas e outras questões terão respostas no decurso deste capítulo.

ACREÇÃO
Admite-se que todos os protoplanetas do Sistema Solar, na sua fase final de formação, por efeito
gravitacional agregaram-se a si materiais residuais da nebula, dando origem a corpos
sucessivamente maiores. Por efeito de uma contracção gravítica subsequente, deu-se uma
redução de volume (fig 1).

Fig1. Esquema da acreção homogénea da terra e da diferenciação interna da terra


Estima-se que a duração da fase essencial do processo de acreção do nosso planeta esteja
compreendida entre 10 e 100 milhões de anos, o que em termos geológicos corresponde a uma
fase relativamente curta. Contudo, dados recentes evidenciam que o período de acreção se terá
prolongado, embora em ritmo decrescente, até à actualidade.

O conhecimento actual sobre o sistema solar leva-nos a supor que a temperatura a que se deu a
acreção dos planetas seria menor à medida que nos afastamos do Sol. Deste modo, a
temperatura avaliada para a acreção da Terra situa-se entre os 127ºC.

Essas características parecem ser compatíveis com as características da terra primitiva.

DIFERENCIAÇÃO

Durante os primeiros anos (4.5 a 4.2 mil milhões de anos) o protoplaneta, diferenciado, terá
sofrido um conjunto de transformações, das quais resultou um aquecimento da ordem dos 5000
ºC no interior e cerca de 1000 ºC na parte externa. Julga-se que, para este aquecimento, terão
concorrido principalmente os seguintes fatores (fig 2):

• Energia gravítica – libertação de calor resultante da contracção gravítica, à medida que


decorria a acreção.

• Desintegração de elementos radioactivos – presença de radioisótopos ativos de vida curta,


26Al (cerca de 7x104 anos), que se transforma em 26 Mg e os de outros de vida longa, como o
238U, o 235U e o 40K, que, ao desintegrarem-se, libertam energia.

• Colisão dos planetesimais – libertação de energia térmica a partir do impacto de meteoritos e


de outros corpos espaciais.
Conceitos relacionados
Contracção gravítica – compressão dos materiais devido a colisões
Radioisótopos – designação atribuída aos elementos que se desintegram transformando-se
noutros.
Figura - 2 principais fatores que contribuíram para o aquecimento da Terra: A- colisão de
planetesimais; B – energia gravítica; C – desintegração de elementos radioactivos.

Em resultado deste aquecimento, tudo leva a crer que não haveria terra firme, nem oceanos, nem
lagos. A água que eventualmente esguichava em jactos de vapor de água das entranhas da terra
seria tão quente que permaneceria na alta atmosfera sob a forma gasosa. Os metais mais
pesados, como o ferro e o níquel; que devem ter constituído o primeiro conjunto que se fundiu,
formaram uma camada mais densa e progressivamente mais espessa. Esta camada, ao afundar-
se, constitui o núcleo, na parte central da terra.

Fig 3 Diferenciação do núcleo e desgaseificação

Admite-se também que os materiais silicatados do manto, parcialmente fundidos, ter-se-iam


movimentado. Os silicatos menos densos teriam ascendido à superfície, formando a crosta
primitiva (fig4) não obstante, a definição da composição da crosta primitiva mantem ainda grande
controvérsia

Fig.4 formação da crosta terrestre primitiva. Ainda não


existiam os oceanos.

Ao mesmo tempo que decorria a diferenciação da crosta ter-se-ão libertado, do interior quente da
terra, vapor de água, dióxido de carbono e outros gases, responsáveis pela hidrosfera e
atmosfera primitivas.

O processo de diferenciação descrito poderá assemelhar-se à fusão de um amontoado de sucata


de ferro num grande recipiente; os materiais voláteis ardem, gaseificam-se e vão para a
atmosfera; o ferro funde e enche o interior do recipiente, enquanto as escórias refractárias ficam a
sobrenadar no metal fundido. A separação dos materiais processa-se, assim, em função das suas
densidades.

FORMAÇÃO DOS CONTINENTES E DOS OCEANOS

Na terra actual os oceanos ocupam 75% da superfície, enquanto os continentes apenas ocupam
os 25% restante. A configuração de uns e outros tem variado no decorrer dos tempos. Existe
ainda a atmosfera, com uma composição peculiar que permite o desenvolvimento da vida.

Seguidamente, procuraremos analisar alguns aspectos da sua origem e evolução.

Formação dos continentes – existe uma ideia muito vaga relativamente ao modo como se
teriam formado os continentes. Supõe-se que a lava, fundido da parte fundida interna da terra, se
espalharia à superfície e, formaria uma fina crosta. Esta crosta primitiva, fundindo e solidificando
repetidas vezes, permitiu a separação gradual dos componentes menos densos, que se
distribuíram à superfície. Expostos posteriormente à acção das águas das chuvas e de outros
agentes, seriam fragmentados e alterados. O produto final de tal processo foi a formação de
áreas continentais primitivas que cresceram com a continuação do processo.

Origem dos oceanos – a água que constitui os oceanos poderia ter tido a sua origem nos
cometas, segundo alguns astrofísicos, pois que a riqueza dos cometas em água é cerca de 95%
da totalidade dos seus componentes. Para originar os oceanos bastaria que 25% dos impactos
meteoríticos, ocorridos durante os 500 primeiros M.a. da história da terra, fossem provocados por
fragmentos dos cometas.

Estudos mais recentes, contudo parecem apoiar mais a hipótese da origem interna da água dos
oceanos a partir da desgaseificação do manto terrestre ocorrida durante a intensa atividade
vulcânica.

Na terra primitiva, ainda com a crosta recém-formada muito quente, os fenómenos de vulcanismo
seriam generalizados.

Por todas as fissuras havia derrame de lavas e juntamente seriam libertadas grandes quantidades
de gases.

O vapor de água libertado durante os fenómenos vulcânicos ter-se-ia condensado por


arrefecimento, originando abundantes chuvas que, caindo sobre o planeta já arrefecido, se
acumularam constituindo os oceanos primitivos.
Formação da atmosfera – em simultâneo com a génese dos oceanos, durante os fenómenos de
magnetismo generalizados que ocorrem na Terra, ter-se-ia formado a atmosfera primitiva.

Os cientistas pensam que 80 a 85% dos gases atmosféricos resultam da desgaseificação da terra
durante os primeiros cem milhões de anos da sua existência. O resto ter-se-ia formado
lentamente durante os 4400 M.a restantes.

Foi com base nas medidas feitas de certos elementos radioactivos, que os geofísicos chegaram a
essa conclusão.

EVOLUÇÃO DA ATMOSFERA TERRESTRE

No decorrer dos tempos, vários modelos foram propostos para a composição da atmosfera
primitiva. Um destes modelos gozou de bastante aceitação durante vários anos. Segundo ele a
atmosfera primitiva corresponderia a uma mistura de metano (CH4), amoníaco (NH3), vapor de
água e hidrogénio. Deveria ter ainda monóxido ou mesmo algum dióxido de carbono, sulfureto de
hidrogénio e dióxido sulfuroso em proporções ainda indeterminadas.

Esta atmosfera primitiva teria sido próxima da mistura gasosa emitida pelos vulcões actuais, mas
com menor oxigenação e maior grau de hidrogenação. Teria um caracter redutor ou neutro,
contrariamente à atmosfera actual, que apresenta características oxidantes.

Provavelmente essa atmosfera primitiva teria evoluído para a atmosfera actual. O vapor de água
dissociar-se-ia em hidrogénio e oxigénio. O hidrogénio por ser pouco denso, escapar-se-ia para o
espaço e oxigénio combinar-se-ia com vários componentes. Combinando-se com o NH3 poderia
formar N2 e H2O; reagindo com o CH4 teria originado CO2 e H2O. Poderia ainda combinar-se
com diversos materiais da crosta terrestre, originando óxidos.

Assim as quantidades de metano e amoníaco iriam diminuindo até deixarem de existir e a


quantidade de compostos de carbono, como o CO2, aumentaria acumulando-se na atmosfera e
também nos oceanos.

Hoje, à luz de novas investigações científicas, outros modelos são propostos para a composição
e evolução da atmosfera primitiva.

Segundo o modelo considerado na figura (8), na atmosfera primitiva o CO2 e o N2 deveriam ser
predominantes. Haveria vestígios de CH4,NH3,SO2 e HCl. Com o decorrer dos tempos, a
atmosfera teria evoluído para a composição que apresenta na actualidade.
Existem diversas técnicas que permitem colher os gases contidos em calotes polares de gelo
muito antigo e obter informações relativamente à composição da atmosfera em tempos passados.

A evolução da atmosfera primitiva continua, contudo a ser objecto de controvérsia devido,


principalmente, aos poucos conhecimentos de que dispomos relativamente à quantidade de
energia irradiada pelo sol durante o período de formação dessa atmosfera e da sua possível
relação com a concentração dos diferentes gases atmosféricos. Em alguns aspectos, contudo
estão os cientistas actualmente de acordo:

• O papel primordial desempenhado pelo CO2.

• A existência provável de uma certa quantidade de CH4 e NH3 que permitiram a formação do
material orgânico.

O problema da intensidade da radiação solar, no entanto, permanece. Segundo alguns, entre –


4500 e 2500 M.a., a intensidade da energia irradiada pelo sol seria apenas 75% da actual. Este
valor levanta a questão de como poderia a vida ter-se desenvolvido num ambiente tão frio.

Como teria sido regulada então a temperatura?

Sabe-se que a temperatura da superfície terrestre resulta do equilíbrio entre a radiação solar
absorvida e a emissão de radiações infravermelho emitidas pelo nosso planeta. Uma grande
parte dessa emissão é bloqueada por gases como o dióxido de carbono e o vapor de água, que
absorvem a radiação infravermelho impedindo que ela abandone o planeta. Em consequência
verefica-se o aquecimento da superfície terrestre, pois as radiações são retidas pela atmosfera.
Este processo denomina-se de efeito de estufa.

Se na actualidade a concentração de CO2 interfere no efeito de estufa, é possível que a


concentração de CO2 na atmosfera primitiva tivesse sido também suficiente para criar o referido
efeito, mesmo que não existisse CH4 e NH3 ou que existisse em quantidades muito diminutas.

Na terra primitiva, seria a presença de CO2 que teria condicionado uma temperatura tal que
permitiu a formação e persistência da água no estado liquido.

A terra teria, então, escapado à glaciação devido à elevada quantidade de CO2existente nessa
altura, que teria desempenhado um papel de protecção através do referido efeito de estufa.

Admite-se que posteriormente a quantidade de CO2 na atmosfera primitiva começaria a diminuir


devido à atividade de seres vivos. Pensa-se que foram seres vivos aquáticos que
desempenharam uma atividade importante na fixação do CO2 atmosférico utilizando juntamente
com o cálcio para produzir peças esqueléticas.

Al longo do tempo a concentração de CO2 na atmosfera teria baixado para os valores atuais, que
são cerca de 20000 vezes inferiores aos da concentração desse gáz na atmosfera primitiva.

A diminuição da quantidade de CO2 teria como resultado o aumento da concentração relativa do


azoto, que deste modo de tornou maioritário.

• Como e a partir de que momento começou a acumular-se oxigénio na atmosfera?

A produção de quantidade significativas de oxigénio livre e a sua conservação na atmosfera,


provavelmente, só ocorreu apos a vida ter evoluído até ao aparecimento dos seres
fotossintéticos. Como resultado da atividade fotossintética libertou-se oxigénio. O primeiro
oxigénio biológico gerado na terra ficou possivelmente retido nos sedimentos.

Só há cerca de 2000 M.a. o oxigénio começou a acumular-se na atmosfera. Deste modo ir-se-ia
passando para uma atmosfera oxidante tal como existe actualmente.

ESTRUTURA DA TERRA

Desde o séc. XVII que a Terra é considerada um planeta organizado em camadas concêntricas,
apesar de só serem conhecidos os seus constituintes superficiais. A partir da segunda metade do
séc. XX, com o contributo dos dados geofísicos, foram surgindo modelos mais consistentes sobre
a estrutura do globo terrestre.

São vários os factores que permitiram os cientistas estabelecer e caracterizar unidades


estruturais no interior da terra:

 Pressão – a pressão aumenta com a profundidade. Ela altera a estrutura dos minerais
tornando-os mais densos e faz subir o ponto de fusão dos mesmos.
 Temperatura – aumenta igualmente com a profundidade. Em certas regiões as condições
da pressão e da temperatura devem combinar-se de tal modo que se torne possível a fusão
do material, parcial ou totalmente.
 Densidade dos materiais – a densidade média do planeta é cerca de 5,5. Como os
materiais conhecidos na crosta são bem menos densos, então tem de se admitir-se que a
densidade aumenta com a profundidade e que no interior do globo devem existir materiais
muito densos que podem atingir densidades de 12 a 13 no núcleo.
 Velocidade das ondas sísmicas – varia de acordo com a profundidade. A velocidade é
condicionada pela rigidez e pela densidade dos materiais, aumentando com a rigidez e
diminuindo com o aumento da densidade. A variação brusca da velocidade das ondas
sísmicas já atingirem deter minadas profundidades permite detectar superfícies de
descontinuidade que separa zonas cujos materiais têm diferentes propriedades.
MÉTODO PARA O ESTUDO DO INTERIOR DA TERRA

Habitamos o planeta terra, mas ainda estamos longe de o conhecer e compreender em todas as
suas dimensões.
Existem métodos utilizados pelos investigadores para melhor conhecimento da terra. São eles:
 Métodos directos
 Métodos indirectos

Métodos Directos – são métodos que nos permite tirar conclusões directamente a partir da
observação. O conhecimento directo da terra está ainda limitado a uma pelicula muito fina
relativamente as dimensões do nosso planeta, e tem sido conseguido através de diferentes
atividades.

 Estudo da superfície visível – permite o conhecimento mais ou menos completa das


rochas e de outros materiais que afloram ou que é possível ver diretamente em cortes
de estradas, de túneis etc. este estudo pode ser complementado em laboratório, mas
restringe-se a uma parte muito superficial da terra.
 Explorações de jazigos minerais – são efectuadas em minas e em escavações. Esse
estudo permite fornecer dados directos até profundidades que podem atingir entre 3 e 4
km.
 Sondagem – são perfurações envolvendo equipamento que permite retirar colunas de
rochas, correspondentes a milhões de anos de história e que revelam o conhecimento
do passado da terra.
 Magmas e xenólitos – os vulcões lançam para o exterior materiais oriundos de
profundidades que podem atingir 100 a 200 km ou mais. embora a composição do
magma não seja igual a do manto, os cientistas baseiam-se nas condições do ambiente
em que foram gerados, isto é, temperatura, pressão e da sua composição.
Métodos indirectos – sendo o conhecimento direto da terra possível apenas numa zona
restrita, os geocientistas, procuram outras informações recorrendo a tecnologia diversa que
colhe e analisa dados indirectos sobre as condições e a constituição da terra inacessível. É o
estudo feito a distância que implica uma abordagem interdisciplinar.
Entre as informações indirectas, são de salientar aquelas que são fornecidas pela:

 Planetologia e astrogeologia – as técnicas aplicadas no estudo de outros planetas do


sistema solar podem ser usadas no estudo da terra. O estudos dos meteoritos por
exemplo, têm permitido reconstruir os primeiros estádios de formação da terra e
confrontar a natureza e a composição desses meteoritos com as diferentes zonas
que se admite constituírem o interior do globo terrestre.
 Procedimentos geofísicos – a geofísica é uma ciência que combina os princípios da
química e da matemática. Com o uso de instrumentos de dimensão muito precisos,
permite determinar as propriedades físicas da terra, nomeadamente do seu interior.
É de salientar a gravimetria; determinação de densidade; geomagnetismo,
sismologia e o geotermismo.
MODELOS DA ESTRUTURA DA TERRA

Actualmente são considerados dois modelos da estrutura da terra baseados em critérios


diferentes:
 Modelo geoquímico - baseado na composição química
 Modelo físico - baseado nas propriedades físicas dos materiais
Modelo segundo a composição química

De acordo com a composição química admite-se que a terra é constituída basicamente por três
unidades estruturais concêntricas: Crosta ou crusta; Manto; Núcleo. Separados por
superfícies de descontinuidade.
Modelo segundo as propriedades físicas

De acordo com as propriedades físicas, os geofísicos admitem um modelo com as seguintes


zonas do exterior para o interior: litosfera; astenosfera; mesosfera e endosfera ( núcleo)
A TERRA CONTA A SUA HISTÓRIA

No passado, ocorreram na Terra, ao longo de milhões de anos, inúmeros acontecimentos que


nunca conheceremos, por não terem deixado vestígios que chegassem ao nosso tempo. Mas,
felizmente, em muitos casos, ficaram registados importantes testemunhos, constituindo
importantes registos geológicos.

É nas rochas que se encontram os registos das diferentes etapas da história da Terra, sobretudo
nas chamadas rochas sedimentares, que estudarás mais adiante, cujas camadas em que se
dispõem – estratos – acabam por equivaler às «páginas» do «grande livro da história do nosso
planeta». De entre os registos que contêm, os fósseis dão um inestimável contributo para
reconstituir a história da evolução da vida na Terra e conhecer a evolução das características da
superfície do planeta.

Os fósseis indicam-nos as características dos seres vivos que habitaram o nosso planeta no
passado, os tipos de ambientes em que viveram, sobretudo o clima, o momento em que se
formaram e a distribuição das áreas oceânicas e continentais, isto é, permitem-nos caracterizar
algumas etapas da história da Terra.
Para reconstruir o passado da Terra, o geólogo procede como um detective, investigando em dois
planos distintos: No terreno regista observações e recolhe amostras e, posteriormente, no
laboratório, utiliza nos seus estudos as informações obtidas e os materiais recolhidos.

Para o estudo da história da Terra, como não se pode «regressar ao passado», estudam-se os
fenómenos atuais e comparam-se com os registos geológicos, partindo do princípio que às
mesmas causas correspondem os mesmos efeitos (figura 3). Conhecidos e estudados os registos
geológicos, determina-se a ordem pela qual ocorreram no tempo, desde o passado até à
actualidade.
FÓSSEIS

Os fósseis são vestígios, marcas ou restos de seres vivos que viveram há muito tempo no nosso
planeta e são contemporâneos da formação das rochas em que se formaram.

Para que a fossilização ocorra, ou seja, para que se formem fósseis, é necessário que existam
certas condições no ambiente e no próprio ser vivo, para que os restos ou vestígios do animal ou
as impressões por ele deixadas, como as suas pegadas, não sejam destruídas.

A transformação de um organismo vivo num fóssil é um processo muito lento, que pode demorar
milhões de anos. A fossilização depende de condições particulares relacionadas com o
organismo e com o meio onde ele se encontra. Após a morte, qualquer ser vivo é destruído, num
tempo mais ou menos curto, por ação conjunta de agentes químicos, mecânicos e de
microrganismos.

As partes duras, o esqueleto (interno ou externo) e os dentes resistem mais facilmente à


decomposição.

Para se formar um fóssil, é necessário que após a sua morte o organismo fique ao abrigo das
condições que poderiam provocar a sua destruição. É necessário que se deposite sobre ele um
material isolador – um depósito de sedimentos (figura 4).
Existem diferentes processos de fossilização, tais como moldagem, marcas, mineralização, restos
rígidos e conservação total.

MOLDAGEM

Os fósseis que correspondem a moldes internos e externos dos seres vivos são o tipo de fóssil
mais frequente. Neste tipo de fossilização desaparecem as partes moles do ser vivo, ficando
apenas um molde das suas partes duras, como, por exemplo, concha, ossos, dentes, caules ou
nervuras.

MARCAS / FOSSILIZAÇÃO POR IMPRESSÃO

Por vezes não se conservam partes dos seres vivos, ficando apenas impressões, marcas e
vestígios da sua presença ou atividade. Assim, têm sido encontrados nos sedimentos marcas ou
provas de atividades variadas dos seres vivos, como por exemplo da sua reprodução (ovos) e
deslocação (pegadas e rastos – figura 6).
MINERALIZAÇÃO
Com frequência, os seres vivos aquáticos, que após a morte se depositam no fundo, ou os seres
terrestres, cujos corpos ficam nas margens de um rio ou lago, formam fósseis por mineralização.
Neste tipo de fossilização, a matéria que constitui o ser vivo é substituída por certos minerais,
como a calcite e a sílica, quando os sedimentos que envolvem o organismo sofrem compressão
devido ao peso dos que sobre eles se vão acumulando, acabando os minerais que os compõem
por cimentar e formar rocha.
Na figura seguinte podes observar as principais etapas de formação de um fóssil de um
dinossáurio por mineralização.

Fig. 7. Fossilização por mineralização de um esqueleto de dinossáurio do género Triceratops.

Restos Rígidos

Muitos fósseis correspondem a vestígios rígidos de organismos, tais como ossos, conchas ou
dentes.
Mumificação ou conservação «total»
Em situações especiais podem surgir fósseis raros, de todo ou quase todo o organismo, mesmo
das suas partes moles. Dois bons exemplos deste processo são os casos do mamute – ser
extinto há milhares de anos –, encontrado conservado por congelamento nas regiões das neves
eternas (figura 10), e dos insectos conservados em âmbar.

ESTRATOS

Os estratos, camadas horizontais sobrepostas em que se dispõem as rochas sedimentares, além


dos fósseis, contêm registos dos ambientes antigos e das atividades geológicas internas e
externas da Terra, quer na época da sua formação quer em épocas posteriores.
Sendo os estratos as «páginas» do «livro da história da Terra», para determinar a cronologia dos
acontecimentos passados é essencial conhecer a sua idade. Os geólogos têm dificuldade na
determinação da sua idade, isto é, há quantos anos se formaram. Apesar disso, desde há séculos
que determinam aquilo que se designa por idade relativa, ou seja, se as rochas são mais antigas,
mais recentes ou da mesma idade, umas em relação às outras.
Para determinar a idade relativa dos estratos é costume utilizarem-se dois princípios gerais
da estratigrafia:

• Princípio da Sobreposição dos Estratos – normalmente, os estratos mais antigos encontram-


se por baixo e os mais recentes sobre eles.

• Princípio do Sincronismo Paleontológico – qualquer fóssil tem a mesma idade do estrato que
os contém.

O Princípio da Sobreposição dos Estratos só é válido se estes não sofrerem deformações


acentuadas que lhes alterem a sua posição inicial. No entanto, acontece com frequência que as
intensas forças internas da Terra provoquem, por exemplo, dobras nos estratos que alteram a sua
disposição original (figura 11).

Estas deformações nos estratos, assim como a erosão, que pode remover camadas inteiras,
tornam difícil a tarefa de os datar. Contudo, a identificação dos fósseis existentes em cada
camada pode, em certos casos, permitir a determinação da sua idade.

De facto, se esses fósseis forem característicos de determinado intervalo de tempo, porque


viveram pouco tempo e em grande variedade de locais – fósseis característicos ou de idade
(figura 12)–, sabemos a sua idade e esta corresponde à mesma do estrato que os contém.
Na actualidade, os geólogos possuem conhecimentos científicos, técnicas e equipamentos que
lhes permitem determinar a idade absoluta das rochas e dos fósseis, ou seja, quantos anos têm.
Só a partir de meados do século XX, utilizando o conhecimento das propriedades dos materiais
radioativos, isto foi possível.

Rutherford e Holmes foram os primeiros cientistas a aplicar conhecimentos sobre propriedades


das substâncias radioativas na determinação da idade de certos minerais e rochas – métodos
radiométricos –, utilizando a desintegração espontânea de alguns elementos químicos radioativos
constituintes das rochas (figura 13).

RECONSTITUINDO A HISTÓRIA DA TERRA

Os fósseis, como acabas de estudar, permitem-nos, por um lado, conhecer a idade das rochas
independentemente do intervalo de certeza associado e, por outro, indicam-nos as características
da fauna e da flora do passado e, desse modo, a evolução dos seres vivos. Finalmente, deixam
conhecer a distribuição, ao longo do tempo, dos meios marinhos e terrestres e,
consequentemente, permitem a reconstituição dos ambientes passados.

O estudo dos fósseis é fundamental para explicar a evolução dos seres vivos. Através destes
estudos, concluiu-se que o nosso planeta foi habitado por seres vivos diferentes dos que existem
atualmente. Enquanto uns se extinguiram, outros sofreram diversas alterações nos seus
organismos ao longo do tempo, isto é, foram evoluindo. Por exemplo, o fóssil de transição
Ichtyostega apresenta características dos peixes e dos anfíbios atuais, sugerindo que estes
últimos evoluíram a partir dos primeiros (figura 14).
O estudo dos fósseis permite também reconstituir os ambientes do passado – paleoambientes.

Os fósseis fornecem informações sobre a distribuição das áreas marinhas e continentais e sobre
as condições climáticas existentes no passado. Por exemplo, a presença de fósseis de corais em
certas áreas atualmente emersas, leva a concluir que no passado estavam cobertas por mares de
águas límpidas, pouco profundos e com temperaturas entre os 25°C e os 29 °C.

Todos os organismos vivos, tanto os atuais como os que outrora povoaram a Terra, apresentam
várias características, quer externas, como o revestimento ou a forma do corpo, quer internas,
como o tipo de órgãos, adaptadas ao meio em que vivem e sobre o qual nos proporcionam
diversas informações.

Assim, o estudo dos fósseis permite verificar, por exemplo, que em certos períodos só existiram
seres vivos nos meios aquáticos, enquanto noutras épocas as plantas dominaram a Terra em
ambientes pantanosos ou em grandes florestas.

Para esses estudos são fundamentais os fósseis designados por fósseis de fácies. Este tipo de
fósseis aparece apenas em ambientes que tiveram, no passado, condições muito específicas,
fornecendo-nos importantes indicações sobre o meio em que esses seres viveram. Por exemplo,
ao serem encontradas rochas com amonites podemos concluir que no passado essas rochas se
formaram em ambiente marinho, mesmo que na atualidade se encontrem em zonas afastadas do
mar.
GRANDES ETAPAS DA HISTÓRIA DA TERRA

Através do estudo da sequência estratigráfica e dos fósseis de idade pode-se estabelecer a


sequência cronológica da história da Terra. No século XIX os geólogos criaram uma escala
geológica do tempo em que são consideradas quatro grandes divisões: as Eras Geológicas, que
se dividem em períodos.

A figura 17 apresenta um gráfico circular em que a área de cada sector é proporcional à duração
da respetiva Era. Verifica-se que a Era Pré-Câmbrica representa a maior «porção», equivalendo a
87% da área do círculo, enquanto as três Eras mais recentes correspondem a uma área de
apenas 13%.
Como foi possível construir a escala do tempo geológico?

Ao longo da história da Terra ocorreram e continuam a ocorrer constantes modificações


geológicas, devido a forças naturais. De acordo com a teoria da evolução (proposta por Darwin),
face às alterações ambientais, os seres vivos adaptam-se e evoluem, ou extinguem-se.

A determinação do tempo geológico é muito complexa, sendo particularmente difícil quando não
existem registos fósseis. Por este motivo, existem mesmo, na actualidade, opiniões divergentes
sobre os limites das grandes etapas.

Os geólogos admitem que a Terra tem cerca de 4600 milhões de anos e consideram este tempo
dividido em dois intervalos – o primeiro é designado por Criptozóico e o segundo por Fanerozóico.
O Criptozóico é geralmente subdividido nos Éons Arcaico e Proterozóico. O Éon Fanerozóico é
subdividido em três Eras: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.

A Era Paleozóica é caracterizada pela evolução da vida no mar – Era das trilobites. É também no
decorrer do Paleozóico que surgem os primeiros peixes e anfíbios e que os répteis colonizam os
continentes.

Nesta Era grandes florestas cobrem a Terra. O final da Era Paleozóica é marcado pela extinção
de cerca de 70% dos répteis e anfíbios, bem como pelo desaparecimento das trilobites, ficando a
Terra quase despovoada.
A Era Mesozóica é considerada a Era das amonites. Surgem os dinossaúrios, que se tornam
dominantes, as aves, os mamíferos e as primeiras plantas com flor. No final do Mesozóico, ocorre
uma grande extinção, não só dos dinossáurios mas também de grande parte das espécies
existentes.

Na Era Cenozóica, devido à extinção dos dinossáurios, os mamíferos passam a povoar todos os
ambientes, tornando-se dominantes. A fauna e a flora evoluem e originam as formas de vida
atuais. Surge o ser humano há relativamente pouco tempo.

Enquanto alguns cientistas explicam as grandes extinções como consequência de grandes


catástrofes à escala planetária ou cósmica, outros consideram-nas resultado do desaparecimento
gradual das espécies, ao longo de milénios ou mesmo milhões de anos.

As causas indicadas para o desaparecimento dos seres vivos são geológicas ou cosmológicas.

Como causa geológica é apontada a intensa atividade vulcânica, que poderá ter provocado
alterações ambientais significativas.
As causas cosmológicas que atualmente reúnem mais consenso, consideram como causa das
extinções a explosão de uma estrela próxima do Sistema Solar ou o impacto com a Terra de
corpos vindos do Espaço, como cometas ou asteróides.

Uma forma curiosa de «olharmos» para o tempo geológico que corresponde à história da Terra é
«condensarmos» esse tempo num único ano do nosso calendário. Podes verificar que a espécie
humana, com menos de dois milhões de anos de idade, só apareceu nos últimos segundos do dia
31 de Dezembro. Somos uma espécie muito jovem no planeta, mas talvez sejamos a que mais
tem contribuído para a alteração da vida na Terra, tal como a conhecemos.
SÍNTESE

Muitos acontecimentos, ao longo dos milhões de anos de existência da Terra, não deixaram
vestígios que chegassem à atualidade, mas muitos outros deixaram testemunhos que ficaram
registados nas rochas, constituindo registos geológicos.

Através deles conseguimos reconstituir o passado da Terra. Para reconstituírem o passado da


Terra, os geólogos procedem como detetives: investigam os documentos históricos e,
posteriormente, determinam a sua ordem cronológica.

É nos estratos sedimentares que se encontram os principais registos do passado da Terra. À


semelhança das «páginas de um livro», em cada camada de estratos ficaram gravados vários
registos dos acontecimentos passados na Terra, tais como: fósseis, marcas de erosão feitas, por
exemplo, por águas e gelos, dobras e fraturas no terreno, que evidenciam a ação das forças
internas do planeta.

Para o estudo da história da Terra, como não se pode «regressar ao passado», estudam-se os
fenómenos atuais e comparam-se com os registos geológicos, partindo do princípio que às
mesmas causas

correspondem os mesmos efeitos. Conhecidos e estudados os registos, determina-se a ordem


pela qual ocorreram no tempo, desde o passado até à atualidade.

Fósseis são restos, marcas ou outros vestígios de seres vivos existentes no passado. Existem
vários processos de formação dos fósseis, tais como: moldagem e mineralização, restos rígidos,
marcas e conservação total.

Na reconstituição da história da Terra são essenciais: os fósseis de idade, com ampla


distribuição geográfica e próprios de determina dos períodos de tempo, como certas espécies de
amonites e trilobites; os fósseis de transição, que apresentam características de dois grupos de
seres vivos, como, por exemplo, os peixes e os anfíbios, e nos dão indicações sobre a evolução
das espécies; os fósseis de fácies, que surgem apenas em ambientes bem determinados,
fornecendo-nos indicações sobre o tipo de meio em que viveram.

O estudo dos fósseis e a reconstituição dos seus organismos permitem conhecer a fauna e a flora
do passado, a distribuição dos ambientes marinhos e terrestres, as modificações climáticas e a
idade das rochas, tornando possível reconstituir o ambiente da Terra em épocas passadas.
A determinação do tempo geológico é difícil quando não há registos fósseis, mas na atualidade já
existem técnicas e equipamentos para o fazer. Os geólogos admitem que a Terra tem cerca de
4600 milhões de anos e consideram este tempo dividido em dois intervalos – o primeiro é
designado por Criptozóico – subdividido nos Éons Arcaico e Proterozóico – e o segundo por
Fanerozóico – subdividido em três Eras: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.

As etapas da história da Terra são marcadas por extinções em massa geradas por ca tás trofes à
escala planetária – causas geológicas –, como a intensa atividade vulcânica, que poderá ter
provocado grandes alterações ambientais, ou à escala cósmica – causas cosmológicas – como o
impacto com a Terra de corpos vindos do Espaço, possivelmente cometas ou asteróides.

VULCANOLOGIA

A vulcanologia é o estudo da origem e ascensão da lava, das erupções à superfície e dos


edifícios vulcânicos presentes e passados. – É a ciência que estuda todos os aspectos
relacionados com o vulcanismo.

Objectivos da vulcanologia

 Conhecer e compreender a origem e composição do material expelido pelos vulcões.


 Previsão das erupções e dos seus efeitos, para preparação de planos de emergência e,
sempre que possível, aviso das populações da possibilidade de erupções.

Alguns processos vulcânicos constituem um perigo natural enorme, enquanto outros são
altamente benéficos para a sociedade. Os vulcões e as suas erupções, contudo, são meramente
a expressão à superfície de processos magmáticos que se iniciam em profundidade na Terra.
Assim, o estudo do vulcanismo, é inevitavelmente interdisciplinar, altamente ligado à Geofísica, a
outros ramos da Geologia tais como a Petrologia e a Geoquímica.

Vulcanismo – é uma manifestação do geodinamismo interno, constituindo o mecanismo central


da evolução do planeta. Os vulcões oferecem um espetáculo por vezes trágico, mas
deslumbrante e com interesse para o conhecimento do interior do nosso planeta.

Aspectos positivos da actividade vulcânica


Esta actividade pode apresentar contrapartidas económicas tais como:
1. Utilização agrícola dos solos;
2. Aproveitamento da energia geotérmica;
3. Interesse turístico;
4. Exploração dos produtos minerais;
Aspectos negativos da actividade vulcânica

1. Alterações climáticas;
2. Destruição das zonas habitadas (catástrofes)
3. Poluição atmosferica
4. Danificação agricula

Vulcões – são aberturas naturais na superfície terrestre que põe em contacto o interior e o
exterior da terra. Durante os seus períodos de actividade – erupção vulcânica – são expelidos
para o exterior da terra grandes quantidades de materiais e energia.

CONSTITUIÇÃO DE UM VULCÃO

O vulcão se apresenta normalmente sob forma de uma elevação cónica – cone vulcânico – que
resulta da acumulação de materiais expelidos durante as erupções vulcânicas, sendo por isso a
sua formação posterior a primeira erupção. No interior da terra existe locais – câmara magmática
– onde o magma, material que existe no interior da terra em estado de fusão, se acumula.
Quando o magma ascende a superfície a superfície pela chaminé, sai para o exterior através da
abertura do cone vulcânico - a cratera. Durante uma erupção vulcânica podem produzir
diferentes tipos de materiais: gases, lava, piroclastos.
Chaminé vulcânica – Canal que estabelece a comunicação entre a câmara magmática e a
cratera. É por este canal que o magma atinge a superfície.

Cratera – Abertura através do qual o magma é projectada para fora

Cone vulcânico – Elevação de forma cónica que resulta da acumulação do material magmático
projectado durante a erupção. A sua formação é sempre posterior a primeira erupção.

Câmara magmática – Zona do interior do da terra onde se acumula o magma

Magma – Material líquido viscoso muito quente resultante da fusão das rochas no interior da
terra.

Lava – Designação atribuída ao magma quando sai do vulcão, encontra-se a elevadas


temperaturas quando arrefece e solidifica-se. É pobre em gases porque os foi se perdendo na
sua ascensão até a superfície

Gases – São libertados pela cratera ou por fissuras do cone vulcânico. Ex: vapor de água,
monóxido de carbono, amoníaco sulfureto de hidrogênio.

Piroclastos – São materiais sólidos de diferentes dimensões que resultam da solidificação e da


fragmentação do magma no interior da chaminé.

Tipos de piroclastos

1. Blocos – pedaços irregulares de lava consolidada de diâmetro de superior a 30cm


2. Bomba vulcânica – massa de lava solidificada arredondadas ou fusiforme
3. Lapili – massa esponjosa de reduzidas dimensões
4. Cinzas – partículas de dimensões muito reduzidas que podem ser arrastadas pelo vento a
grande distancias.

CARACTERISTICAS DO MAGMA
O magma é formado por uma mistura de silicatos fundidos, por cristais em suspensão e por
diversos gases. Quanto a composição é habitual classificar os magma de acordo com a riqueza
em sílica
Tipos de lavas:
Lavas básicas – a sua percentagem em silício é de 45% a 50%e representa cerca de 80% das
lavas expelidas pelos vulcões; possui baixa viscosidade e temperatura que oscila entre 1100 a
1200 ºC
Lavas intermédias – têm uma composição intermédia em silício, entre 50 a 70%
Lavas ácidas – a percentagem de silício é superior a 70%; são muito viscoso, solidificam dentro
da cratera ou próxima dela, impedindo assim a saída dos gases que provoca grandes explosões.
Causas de uma erupção Vulcânica
No interior da Terra encontra-se o magma, constituído de substâncias em estado de fusão e em
altíssimas temperaturas. Essas altas temperaturas do magma criam enormes quantidades de
gases tóxicos, os quais tendem a aumentar de pressão consideravelmente no interior da Terra –
como se fosse uma grande panela de pressão. Esses gases podem se acumular por séculos até
romperem a crosta terrestre em algumas regiões, em especial em montanhas calcárias menos
resistentes, provocando um jato inicial de gás, poeira e cinzas, sendo seguido pelo magma. As
lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem.
ACTIVIDADE VULCÂNICA

Factores que condiciona a actividade vulcânica

Entre os vários factores que influenciam a actividade vulcânica, são de grande importância:
 A composição do magma
 A temperatura
 A quantidade de gases dissolvidos
Formas de Actividades Vulcânicas

As erupções vulcânicas podem manifestar-se de modo diferente, e no decurso de uma mesma


erupção, podem alterar períodos com diferentes tipos de actividade:

 Se o magma é muito fluido: Actividade Efusiva


Actividade efusiva – o magma é fluido, a libertação dos gases é fácil e a erupção é calma, com
o derramamento da lava abundante a altas temperaturas. Nesse tipo de erupção a lava desliza
rapidamente, espalhando-se por grandes distâncias. Se os terrenos forem planos, a lava pode
cobrir grandes áreas, constituindo os mantos de lava. Se houver declive acentuado pode formar
autênticos rios de lava denominados de correntes de lava.

Características:
 Magmas básicos
 Emissão lenta de lavas
 Deslocam-se a grandes distâncias
 Grande fluidez
 As características do magma permitem a
libertação tranquila dos gases.
 Se o magma é muito viscoso Actividade Explosiva

Actividade explosiva – As lavas são mais viscosas, pelo que fluem mais lentamente, dificultando
a libertação de gases a partir do magma, o que provoca explosões violentas. Nas erupções
explosivas as lavas não chegam, por vezes a derramar, constituindo estruturas arredondadas,
chamada domas ou cúpulas, dentro da própria cratera. Noutras situações a lava solidifica
mesmo dentro da chaminé vulcânica, formando agulhas vulcânicas que podem mais tarde ficar
a descoberto devido a erosão do
cone, ou devido a pressão dos
gases que empurram para cima.

Características:

 Magma ácido e viscoso


 A lava flui muito lentamente
 Solidifica dentro da chaminé ou
perto desta
 Devido à sua viscosidade, tem
dificuldade em libertar os gases
 Adquirindo muita tensão
provocando explosões muito violentas.
 Projecção de matérias
 As explosões podem provocar a destruição parcial ou total do aparelho vulcânico.

 Se o magma é pouco viscoso Actividade Mista

Actividade mista – muitas erupções assumem aspectos intermédios entre os descritos,


observando-se fases explosivas que alternam com fases efusivas, com predomínio de uma ou
outro, conforme os casos. Nessas erupções formam-se, em regra, cones mistos em que alternam
camadas de piroclastos.

Características

 Explosões violentas
 Emissão lenta de lava
 Escoadas lávicas são geralmente curtas
 Os gases têm dificuldade em libertar-se.
Tipo de Vulcaniano Havaiano
vulcanismo & &
Estramboliano estramboliano
Materiais expelidos pelos vulcões

Tipos De Vulcanismos
O vulcanismo consiste numa manifestação da geodinâmica da Terra, em que grandes
quantidades de matéria e energia são transferidas do interior da Terra para a superfície.
Distinguem-se dois tipos de vulcanismo, o vulcanismo primário e o vulcanismo secundário ou
residual.
O vulcanismo primário pode ser, essencialmente, de dois tipos: o vulcanismo central,
caracterizado pela presença de um vulcão, e o vulcanismo fissural, em que os materiais
vulcânicos são expulsos através de fraturas da superfície terrestre.
O vulcanismo secundário refere-se a um conjunto de manifestações secundárias menos
espetaculares que as verificadas no vulcanismo primário, como a libertação de gases e/ou água a
temperaturas elevadas, com origem no interior da Terra. As manifestações do vulcanismo
secundário podem ser fumarolas, géiseres e nascentes ou fontes termais.
Vulcanismo primário
 Vulcanismo do tipo central – forma-se uma conduta tubular, chamada
chaminé vulcânica, por onde ascendem os materiais até a superfície

 Vulcanismo fissural – nesse caso a lava é expulsa através de fendas


alongadas que por vezes atingem vários km de comprimento. O
mais extenso sistema de erupções fissurais verifica-se nos fundos
oceanos.

Vulcanismo Residual Ou Secundário


A energia calorífica libertada pela câmara magmática origina a libertação de materiais líquidos e
gasosos existentes nas rochas encaixantes. A esta actividade chama-se vulcanismo residual ou
secundário. Os fenômenos de vulcanismo secundário mais comum são os seguintes:
 Géiseres – são emissões intermitentes de jactos de água e vapor através de uma fractura do
solo. Formam-se quando as águas subterrâneas em contacto com o magma, aquecem e entrem
em ebulição, subindo á superfície em forma de repuxo a elevada temperatura,
 Nascentes termais – são nascentes de água quente, mineralizada que podem ser utilizados por
fins medicinais
 Fumarolas – são emanações gasosas (vários compostos gasosos) espalhadas através de
fissuras em zonas próximas de vulcões activos; as fumarolas, com predomínio de gases
sulfurados (dióxido e trióxido de enxofre, ácido sulfídrico) denominam-se sulfataras e podem
produzir importantes depósitos de enxofre; quando, para além do vapor de água, existe libertação
quase exclusiva de dióxido de carbono, as fumarolas designam-se por mofetas.
Caldeira Vulcânica

Uma Caldeira vulcânica é geralmente uma grande estrutura vulcânica de colapso localizada
sobre uma câmara magmática.
As caldeiras apresentam formas circulares a elípticas com diâmetros que vão de pelo menos um
quilómetro, podem ultrapassar dezenas de quilómetros, estando delimitada por altas margens
topográficas (representadas por vulcões marginais ou diques anelares, em geral). O processo de
colapso ocorre com o esvaziamento da câmara magmática durante uma grande erupção
vulcânica, que poderá lançar até 100 km³ de material magmático (lava e piroclastos). Sem a
ascensão de novo magma a câmara ficará vazia e não suportará o peso exercido sobre ela, ou
seja, o peso de alguns quilómetros de crosta e edifícios vulcânicos. Poderá, posteriormente,
haver a formação de nova(s) câmara(s) magmática(s) e dar origem a novos cones vulcânicos
dentro da própria caldeira. Há ainda, por vezes, a instalação de lagos dentro da caldeira, caso a
zona tenha bastante pluviosidade.
Formação da Caldeira Vulcanica
Por vezes acontece que na parte superior de muitos vulcões formam-se depressões de
dimensões muito maiores do que as dimensões das crateras, e que correspondem ao
abatimento/afundimento da parte central do vulcão, após fortes erupções em que grande
quantidade de magma e piroclastos são rapidamente expelidos, ficando um vazio na câmara
magmática. Estas depressões tomam o nome de caldeiras.
Exemplo: Caldeiras das Sete Cidades, nos Açores, e que
está ocupada actualmente por uma Lagoa.

Etapas:

→ Durante a erupção vulcânica a câmara magmática liberta


o material, que sai para o exterior, ficando a câmara
magmática vazia.

→ Com a saída do magma para o exterior, o cone vulcânico,


fica sem suporte e colapsa, ou seja cai. Isto acontece, uma
vez que não existe um suporte inferior.

→ Com a acumulação de água nesses locais, origina-se


então uma lagoa.

Tipos de Vulcões

Não existe um consenso entre os vulcanologistas para definir o que é um vulcão “ativo”. O tempo
de vida de um vulcão pode ir de alguns meses até alguns milhões de anos. Por exemplo, em
vários vulcões na Terra ocorreram várias erupções nos últimos milhares de anos mas atualmente
não dão sinais de atividade. Alguns cientistas consideram um vulcão ativo quando está em
erupção ou mostra sinais de instabilidade, nomeadamente a ocorrência pouco usual de pequenos
sismos ou novas emissões gasosas significativas. Outros consideram um vulcão ativo aquele que
teve erupções históricas.
Os vulcões extintos são aqueles que os vulcanólogos consideram pouco provável que entrem
em erupção de novo, mas não é fácil afirmar com certeza que um vulcão está realmente extinto.
As caldeiras têm tempo de vida que pode chegar aos milhões de anos, logo é difícil determinar se
um irá voltar ou não a entrar em erupção, pois estas podem estar dormentes por vários milhares
de anos.

Vulcões adormecidos são considerados aqueles que não se encontram atualmente em atividade
(como foi definido acima) mas que poderão mostrar sinais de perturbação e entrar de novo em
erupção

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL DE VULCÕES

A maior parte dos vulcões rodeia a costa do Pacífico, formando o ANEL DE FOGO DO
PACÍFICO, como o Pinatubo e o Kilauea.

Outros distribuem-se pelo Mediterrâneo, como o Etna e o Vesúvio, formando a CINTURA


MEDITERRÂNICA.

Os mais violentos vulcões ocorrem em zonas de subducção, em que a litosfera com crosta
oceânica mergulha debaixo da crosta continental, sendo fundida. Outros vulcões localizam-se ao
longo das dorsais médias oceânicas, como é o caso da DORSAL MÉDIO-ATLÂNTICA.
Vulcanismo Nacional
Em Portugal Continental, apesar do vulcanismo primário estar inactivo há milhões de anos, ainda
é possível encontrar testemunhos dessa actividade no passado, nomeadamente, na
ESTREMADURA (Lisboa, Mafra, Monsanto, Loures e Odivelas,...) e no ALENTEJO.
Todas as ilhas e ilhéus da REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA (Madeira, Porto Santo, Desertas
e Selvagens) são de origem vulcânica. As erupções que conduziram à sua formação iniciaram-se
há cerca de 20 milhões de anos. Tendo em conta que as últimas erupções ocorreram há 1,7
milhões de anos, considera-se o seu vulcanismo primário extinto.
No entanto, é ainda possível observar estruturas resultantes dessa actividade eruptiva,
nomeadamente, os Arcos da Galheta e de S. Jorge, que constituem, na actualidade, os restos de
vulcões já desmantelados. Na ilha de Porto Santo, é, também, observável uma imponente
formação de rocha vulcânica. Assim, em Portugal, o vulcanismo primário activo está praticamente
reduzido ao arquipélago dos AÇORES, sendo histórica a erupção do vulcão dos Capelinhos,
Faial, que durou mais de um ano.

SISMOLOGIA

Sismologia é o ramo da geofisica que trata da interpretação fisica dos sismos e dos diversos
movimentos que ocorrem na superfície do globo terrestre.

Sismo é um fenómeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra, resultante de


movimentos subterrâneos de placas rochosas, de actividade vulcânica, ou por deslocamentos
(migração) de gases no interior da Terra, principalmente metano. O movimento é causado pela
liberação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.

Os sismos são basicamente a ocorrência de uma fractura a uma certa profundidade. As ondas
elásticas geradas propagam-se por toda a Terra.

Os grandes sismos são popularmente designados também pelo termo


terremoto ou terramoto No entanto, este último termo aplica-se apenas a esses grandes
sismos, sendo que para os pequenos se costuma usar abalo sísmico ou tremor de terra.

Sismógrafo é um aparelho que registra as ondas


sísmicas, ou seja, a intensidade dos terremotos,
em sismologia. Detecta e mede as ondas
sísmicas naturais ou induzidas e permite determinar,
principalmente se organizado
em rede, a posição exacta do
foco (hipocentro) dessas ondas
e do ponto da sua chegada na superfície terrestre (epicentro), para quantificar a energia desses
terremotos expressa na escala de Richter.

Sismograma é o registo em papel feito pelos sismógrafos dos movimentos do solo, ou seja,
os terremotos. Serve para determinar a magnitude de um sismo, que é dada pela Escala de
Richter.

A Origem Dos Sismos

Os sismos acontecem por três principais razões:

_A razão principal é o movimento das placas tectonicas (quanto mais perto do limite das placas
maior é a sismicidade);

_A actividade vulcanica também é uma das razões;

_Outra razão menos ocorrente é devido ao abatimento de grutas e aos deslisamentos de terra.

CAUSAS DOS SISMOS

Sismos de origem natural

 Sismos Tectônicos – são gerados pela fractura das rochas quando estas estão sob a acção de
fortes tensões tectônicos devido ao movimento das placas litosféricas. São os mais frequentes.
 Sismos Vulcânicos – são abalos de tremores que acontecem antes e durante a erupção
vulcânica.

 Sismos de colapso – são originados pelo colapso de certas estruturas geológicas como
cavernas, ou devido ao movimento em massa.

Sismos induzidos

 Acção humana – são sismos que acontecem durante a actividade humana, nomeadamente o
uso de explosivo escavações de terrenos, armazenamento de água e desabamento de minas.

CLASSIFICAÇÃO DOS SISMOS

Classificados dos de acordo com a sua profundidade focal:

• sismos pouco profundos - A maior parte da energia anual, cerca de 85 %, é libertada por
sismos pouco profundos (com profundidade focal inferior a 70km). No sistema de cristas
oceânicas os focos têm profundidades inferiores a 10-15 km.

•Os sismos intermédios, isto é, com profundidade focal entre 70 e 300km, são responsáveis por
cerca de 12 % da energia sísmica global anual.

•Os sismos profundos, com hipocentros localizados a profundidades superiores a 300 km,
libertam anualmente apenas cerca de 3 % da energia sísmica global. Estes ocorrem apenas no
arco circum-Pacífico e na zona mediterrânica transasiática e acompanham o processo de
subducção.
Nos sismos superficiais (em que a profundidade focal é inferior a 15 - 20km) em que a magnitude
é superior a 6, a ruptura na crosta litosférica propaga-se até à superfície, provocando ruptura
superficial (isto é, modificação da superfície topográfica). Normalmente forma-se, aí, uma escarpa
de falha.

Classificação dos Quanto à intensidade temos:

 Microssismo – são sismos de pequena intensidade, que muitas vezes são imperceptíveis pelo
homem

 Macrossismo – são sismos de grande intensidade e que geralmente causam destruições.

Antes e depois do sismo principal acontecem abalos premonitórios – que são pequenos abalos
que acontecem antes do abalo principal e replicas – que são abalos mais fracos que se seguem
a um sismo principal e que podem repetir durante dias ou meses.

Origem de uma onda sismica

Uma onda sísmica é uma onda que se propaga através da Terra, geralmente como
consequência de um sismo, ou devido a uma explosão. Estas ondas são estudadas pelos
sismólogos, e medidas por sismógrafos, sismómetros ou geofones. Nos estudos sísmicos de
jazidas de petróleo também podem ser utilizados hidrofones.

Parâmetros De Caracterização das ondas sismicas


Foco ou Hipocentro- Local em profundidade onde ocorreu a falha ou movimento que deu origem
ao sismo.

Epicentro- Local situado na superfície, na vertical do Hipocentro onde o sismo se sente primeiro
e atinge o máximo de intensidade.

Isossistas – linhas curvas fechadas que unem pontos de igual intensidade sísmica.

Profundidade focal – é a distância entre o foco e o epicentro. De acordo co a profundidade os


sismos podem ser classificados em:

Quando o epicentro de um sismo se localiza no mar, pode ocorrer a formação de ondas gigantes
- que se designam marmoto, ou tsunami

Antes e depois do sismo principal acontecem:

- Abalos premonitórios – que são pequenos abalos que acontecem antes do abalo principal.

- Replicas – que são abalos mais fracos que se seguem a um sismo principal e que podem
repetir durante dias ou meses.
Propagação Das Ondas Sísmicas
Onda sísmica - são ondas elásticas formadas apartir da energia libertada e propagam-se em
todas as direcções.

Frente de onda – superfície esférica definida pelo conjunto de pontos que se encontram na
mesma face do movimento.

Raio sísmico – direcção perpendicular a frente de onda.

Tipos de ondas sísmicas


Ondas profundas  Ondas superficiais
Ondas primárias – ondas P − Ondas L (Love)
Ondas secundárias – ondas S − Ondas de Rayleigh

• Ondas P - ondas de compressão semelhantes às ondas sonoras e propagam-se em


todos os estados da matéria. As partículas deslocam-se na direcção de propagação da
onda, com velocidades que oscilam entre 6 e 13,6 Km/s.
• Ondas S - Produzem nas partículas movimentos perpendiculares à direcção de
propagação da onda, com velocidades de propagação entre 3,7 e 7,2 Km/s. Não se
propagam em meios fluídos.

• Ondas L - ondas superficiais, propagam-se pela superfície terrestre e as partículas


deslocam-se segundo um plano horizontal. Imprimem ao solo movimentos de vibração
lateral. Nos sismos com focos pouco profundos, são as que transportam mais energia e
as que têm efeitos mais destruidores.

• Ondas R - são de período longo e produzem nas partículas afectadas movimentos


elípticos sobre planos verticais e em sentido oposto à direcção de propagação. São
semelhantes a vagas.

Características das ondas P

 São as primeiras a serem registradas;  Provocam movimentos longitudinais;


 Propagam-se com maior velocidade;  São ondas de compressão;
 Só se deslocam no interior da terra;  Propagam-se em todos os meios
 São de menor amplitude; (sólido, liquido e gasoso);
Características das ondas S

 São os segundos a serem registrados;  Propagam-se em meios sólidos;


 Propagam-se com metade da velocidade das  São ondas transversais;
ondas P;  Deslocam-se somente no interior da
 São de baixa amplitude, mas maior que as terra;
ondas P;
Características das ondas L

 São as ultimas a serem registradas;


 Propagam-se somente á superfície;
 São de maiores amplitude;
 Propagam-se co menor velocidade do
que as ondas P e S;
 Provocam maiores destruições
ESCALAS UTILIZADAS PARA AVALIAR OS SISMOS

Um sismo pose ser avaliado pela sua intensidade ou pela sua magnitude.
Intensidade – é um parâmetro que tem em conta os efeitos produzidos pelos
sismos em pessoas, objectos e estruturas.
Magnitude – é calculada apartir dos registros contidos nos sismogramas;
quantifica a energia libertada pelo sismo no hipocentro.

 Escala de intensidade ou escala de Mercalli modificada


É uma escala qualitativa usada para determinar a intensidade de um sismo a
partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e
naturais. Foi elaborado pelo vulcanólogo italiano Giuseppe Mercalli, em 1902. Os
efeitos de um sismo são classificados em graus, denotados pelos numerais
romanos de I a XII, com o grau I a corresponder a um tremor não sentido pelas
pessoas, e o grau XII à alteração calamitosa do relevo da região afectada. É
pouco exacta.

 Escala de magnitude ou escala de Richter


A escala de Richter, também conhecida como escala de magnitude local (ML),
atribui um número único para quantificar o nível de energia liberada por
um sismo. É uma escala logarítmica de base 10, obtida calculando o logarítmo
da amplitude horizontal combinada (amplitude sísmica) do maior deslocamento a
partir do zero em um tipo particular de sismógrafo (torção de Wood-Anderson).
Distribuição mundial dos sismos

As três principais zonas sísmicas são:

 O arco circum-Pacífico, responsável pela libertação de cerca de 75 - 80% da


energia sísmica anualmente libertada; forma uma cintura que abarca as cadeias
de montanhas da costa Oeste das Américas e os arcos insulares que se dispõem
ao longo das costas da Ásia e da Austrália.

 A zona mediterrânica - transasiática é responsável pela libertação de cerca de


15 a 20 % da energia sísmica anual; Esta zona começa na junção tripla dos
Açores, continua pela zona de fractura Açores - Gibraltar, pelo norte de África,
encurva através da península itálica, passa pelos Alpes, Grécia, Turquia, Irão,
Himalaias e termina finalmente nos arcos insulares do sudoeste da Ásia.

 O sistema das cristas oceânicas forma a terceira zona de maior sismicidade,


com 3 a 7 % da energia sísmica anualmente libertada.

Medidas de segurança durante um sismo

 Construção de edifícios e de outras obras de engenharia obedecendo as regras


anti sismos
 Conhecimento de estruturas geológicas por forma a impedir construções em solos
poucos consistentes;

58
Cuidados A Ter Durante Um Sismo

 Evitar o pânico;
 Manter a serenidade e calma de outras pessoas
Se está em casa ou dentro de um edifício

 Tenha cuidado com a queda de objectos, candeeiros e móveis;


 Mantenha-se afastado das janelas, espelhos e chaminé;
 Proteja-se no seio de uma parte interior, canto de uma sala ou debaixo de uma
mesa, uma cama.

Se estiver na rua
 Afasta-se dos edifícios, dirige-se para um local aberto com calma e serenidade
 Não corra e não anda a vaguear pelas ruas
 Afasta dos muros que podem desabar.
se estiver conduzindo

 Para a viatura afastado de edifícios, muros, postes e permaneça dentro dela.

59
DINÂMICA INTERNA DA TERRA

Deriva dos Continentes


Acerca de 250 milhões de anos os continentes formavam um
único bloco – PANGEIA (do latim pangeia, “toda a terra”),
rodeado por um único oceano - a PANTALASSA (“todo o
mar”).
Em consequência de diversos factores a pangeia viria a
fragmentar-se nos continentes e teria movimentado a deriva
ao longo do tempo até ficarem na posição que hoje se
encontra.
Factores que indicam que os continentes estiveram unidos
 Montanhas distantes que se encaixam
 Seres semelhantes na Antárctida e no equador
 Testemunho dos gelos
Teoria de Wegner
1. A pangeia fragmentou-se em
dois continentes:
 Laurásia – América do norte,
Europa e Ásia
 Gondwana – América do sul,
Austrália, índia e Antártida
2. Laurásia fragmenta-se em dois
continentes:
 América do norte
 Eurásia
3. América do sul se separa da
Àfrica; a índia desloca-se para
norte até encontrar-se á Ásia e
as duas Américas se aproximam
4. Os continentes tomam a
configuração actual

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Argumentos que apoiam a Teoria de Wegner:
a) Topográficos – semelhança de contornos de zonas costeiras de continentes actualmente
separados;
b) Geológicos – identificação de camadas rochosas com a mesma idade em regiões de vários
continentes actualmente distantes (falhas e dobras de um continente para outro);
c) Paleontológicos – testemunhos fósseis de fauna e flora com a mesma idade em diferentes
continentes;
d) Paleoclimáticos – análise de depósitos glaciares em rochas sedimentares, em diferentes
continentes.
Dados Actuais
e) Conhecimento da topografia submarina – por sondagens acústicas conhece-se a topografia
dos fundos oceânicos. Existe uma imensa cadeia montanhosa, com 1000 a 3000 km de largura
e 65000 km de comprimento, conhecido por dorsal oceânica, que se estende pelos diferentes
oceanos do globo. A dorsal oceânica em todo o seu comprimento é dividida a meio por um
vale chamado rifte que contem um alinhamento de vulcões
f) Idade dos fundos oceânicos – é feita através de perfurações no fundo dos oceanos e recolha
de amostras das rochas que informam a idade destas. O fundo oceânico é constituído
essencialmente por basalto. A idade do basalto aumenta com a distância do rifte, havendo
simetria de idades para um e outro lado do rifte.
g) A variação da distância entre os continentes – é feita por intermédio de satélites que
mostram as distâncias entre os continentes variando ao longo dos tempos. Os continentes
americano e euro africano afastam a uma velocidade de dois centímetros por ano. O oceano
atlântico esta a alargar, ou seja está em expansão
h) OBS: Essa teoria ficou conhecida como a deriva dos continentes.
TEORIA DE TECTÔNICA DE PLACA

Tectônica: é o ramo da geologia que estuda as deformações da crosta terrestre, por acção de
forças internas.

Placa – é uma grande porção de litosfera individualizada em que as fronteiras são o Rifre e a
zona de convergência (fossas abissais, zona de choque)

O interesse pela deriva dos continentes reacendeu por volta de 1950 quando se começou a
analisar os resultados da exploração dos fundos oceânicos e o magnetismo das rochas estes

61
novos conhecimentos abriram o caminho para a formulação de uma nova teoria, a tectônica
de placas
Segundo esta teoria a litosfera está dividida em várias placas rígidas - placas litosfericas – (7
grandes e várias mais pequenas) que se deslocam uma em relação a outras á velocidade de
alguns centímetros por ano.
Existem três tipos de placas litosféricas:

 Continentais: constituído por litosfera continental


 Oceânica: constituída por litosfera oceânica
 Mista: constituída por litosfera continental e litosfera oceânica.

Grandes placas:

 Placa africana
 Placa americana norte
Placas pequenas:
 Placa americana sul
 Placa euro-asiática  Placa das caraíbas

 Placa indo-australiano  Placa das filipinas

 Placa pacífica  Placa do Madagascar

 Placa Antártida

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Enquanto, a teoria da deriva continental é o movimento dos continentes a teoria da tectónica
das placas é um modelo que admite o movimento da litosfera que flutua sobre uma camada de
natureza plástica – a Astenosfera.

MORFOLOGIA DOS FUNDOS OCEANICOS

Apesar de apenas uma pequena porção do fundo oceânico ter sido visto pelo homem, este
foi totalmente cartografado, através de técnica da onda sonora.

Um navio ao cruzar o oceano lança ondas sonoras por meio de um altifalante submarino.
Como o som se propaga bem na água reflecte-se no fundo oceânico enquanto um
microfone submarino detecta os ecos. Um computador calcula a distância percorrida pelas
ondas sonoras mostrando, assim a profundidade do oceano e os contornos do fundo.

Através da utilização dos sonares foi possível chegar a um modelo geral da morfologia do
fundo dos oceanos.

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No bordo dos continentes existe um patamar que desce suavemente para o oceano – a plataforma
continental- que termina num declive acentuado mais ou menos abrupto- o talude continental.

Junto ao bordo dos continentes surgem, por vezes zonas muito profundas – as fossas abissais – na
continuidade das quais existem grandes falhas – as zonas de subdução.

Na faixa média-oceânica existem cadeias montanhosas submarinas de natureza vulcânica – as


dorsais oceânicas. Estas são constituídas por cristas aguçadas alinhadas de um e de outro lado de
enormes fendas – riftes – que chegam a atingir 2km de profundidade no fundo basáltico. Estas
fendas não são contínuas porque estão recortadas por milhares de fendas transversais designadas
por falhas transformantes. As dorsais oceânicas, nalguns casos, ultrapassam a superfície da água,
formando as ilhas oceânicas. De um e de outro lado das cadeias montanhosas submarinas
estendem-se vastas superfícies planas – planícies abissais.

Plataforma continental – é uma zona levemente inclinada que prolonga os continentes para
baixo das águas oceânicas por extensões que atingem os 200km. É onde se encontram a maioria
das espécies marinhas.

Talude continental – é um declive acentuado que se segue a plataforma continental, até aos
4000m de profundidade e marca a separação entre a crusta continental e oceânica.

Fossa oceânica ou abissal – é uma depressão estreita, muito profunda, que se localiza nos bordos
dos certos continentes.

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Planície abissal – É uma superfície mais ou menos plana com cerca 4000m de profundidade e
situa-se a seguir ao talude.

Dorsal oceânica – é cordilheiras montanhosas constituídas por cristas aguçadas alinhadas de um


lado e do outro da zona central denominada rifte.

Rifte – é um sulco profundo e estreito com mais de 2000m de profundidade situado no meio das
dorsais, e permanentemente saem de lá materiais que renovam a crosta oceânica.

Movimento Das Placas Litosféricas

Wagner não conseguiu encontrar a explicação para a movimentação dos continentes, mas acerca
de 50 anos depois da sua morte comprovou-se que a sua teoria estava certa.

Os estudos que se realizam permitiam descobrir que a litosfera está fracturada em diversas placas
– placas litosféricas – são essas placas que se movem, por acção das correntes de convecção da
astenosfera.

O que são correntes de convecção?

Corrente de convecção é a transferência de calor através de um fluido, esta é feita por um


movimento circulatório. Ou seja é o movimento de subida e descida de materiais do manto
(Astenosfera) devido a diferença de temperatura.

Existem dois tipos de correntes de convecção

 Correntes ascendentes – situam-se junto as dorsais oceânicas, sendo lançadas novos


materiais através do rifte que origina a expansão do fundo dos oceanos e provoca a sua
renovação. Neste local as placas são divergentes que provocam o distanciamento dos
continentes.
 Correntes descendentes – situam-se junto as fossas oceânicas e é onde se dá a destruição
dos fundos oceânicos antigos, voltando as camadas profundas do manto. As placas são
convergentes e a mais densa mergulha sob a outra originando a subdução.

65
Este movimento circulatório é devido ás diferenças de temperatura existentes no manto o que gera
diferenças de densidade, pois quanto mais quente menos denso, tendo tendência a subir no manto
e quanto mais fria mais densa vai ficando em baixo, desencadeando um movimento circulatório
responsável pelo deslocamento das placas Litosféricas

Estão em constante movimentação podendo se afastar ou aproximar umas das outras.

Estes processos são classificados em:

- Zonas de divergência – as placas afastam-se umas das outras;

- Zona de convergência – as placas se aproximam sendo pressionadas umas contra as outras. Este
processo pode ser de subducção ou de obdução.

Subducção – as placas movem-se em direcção a outra e a placa oceânica (mais densa) mergulha
sob a continental (menos densa).

Obdução ou colisão – choque entre duas placas na porção continental – acontece em virtude da
grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo.

O movimento das placas altera lentamente o contorno do relevo terrestre, elevando as cordilheiras
e abrindo abismos marinhos.

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Quando se movem, as placas podem:
 Afastarem-se uma da outra – movimento de divergência
 Aproximarem-se uma da outra – movimento de convergência.
 Deslizarem uma ao lada do outro - movimento de deslizamento lateral ou transformante

O limite entre duas ou mais placas é chamado de fronteira. Existem três tipos de fronteiras,
consoante o tipo de movimento das placas litosféricas:

 Limite divergente: é a fronteira entre duas placas que se afastam uma da outra; é onde está o
Rifre e onde nova crosta é formada

 Limite convergente: é a fronteira entre duas placas que se aproxima uma da outra; dependendo
do tipo de placas envolvidas pode ocorrer afundamento de uma placa ou um choque e deformação
das placas com a formação de cadeias montanhosas:

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 Convergência entre uma placa oceânica e uma placa continental: a placa oceânica mergulha sob
a placa continental, um fenômeno conhecido por subducção. Na subducção ocorre destruição de
da placa oceânica.

 Convergência entre duas placas oceânicas: a placa mais densa mergulha sob a placa menos
densa, ocorrendo também subducção. Neste caso ocorre a formação de vulcões submarinas e o
aparecimento de ilhas vulcânica

 Convergência entre duas placas continentais: como as duas placas têm densidades semelhantes
não ocorre subducção, mas sim a colisão. A colisão entre as placas provoca a sobreposição de uma
sobre a outra e o enrugamento da crosta, formando cadeias montanhosas. O Himalaia, na Ásia, e
os Alpes, na Europa, foram formados nesse processo.

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 Limite ou falha transformante: é a fronteira entre duas placas que deslizam lateralmente uma ao
lado da outra. Essas falhas fazem a ligação entre as outras formas de fronteiras.

Comparação entre os diferentes tipos de movimentos das litosféricas e os seus respectivos


limites

Podemos concluir que:

 A mobilidade da litosfera é devido a elasticidade e ao desenvolvimento de correntes


de convecção na astenosfera
 Os riftes e as fossas são zonas de intensidades sísmicas e vulcânicas
 A crosta continental é mais antiga do que a crosta oceânica, devido a formação
constante desta.
 A área de superfície conserva-se constante porque a formação contínua do fundo
dos oceanos, nas zonas de rifte é compensado pela destruição do mesmo nas zonas
da subdução.

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DEFORMAÇÃO DA SUPERFÍCIE

A parte mais superficial da terra, está submetida a forças que a deformam. Na crosta geram-se
forças que produzem grandes deformações nas rochas que a constituem. Desta maneira, os
sedimentos depositados em camadas horizontais são sujeitas a forças que podem conduzir a
formação de montanhas.

Falhas – são fracturas em massas rochosas rígidas, seguida de deslizamento, provocado por forças
de extensão.

Numa falha distingue-se:

 O plano de falha – que é a superfície ao longo da qual se dá o deslocamento.


 Os blocos da falha – que são as partem deslocadas.

Tipos de Falhas

Falha normal – Tecto desloca-se para baixo relativamente ao muro (ângulo obtuso entre o plano
de falha e o plano horizontal). Este tipo de estrutura resulta da actuação de tensões distintivas;

Falha inversa - Tecto desloca-se para cima relativamente ao muro (ângulo agudo entre o plano de
falha e o plano horizontal;

Falha de desligamento – O movimento pode ser lateral direito ou lateral esquerdo, se o bloco no
lugar oposto da falha, relativamente ao observador, se desloca para a direita ou para a esquerda.

Dobras- são ondulações ou deformações que podem afectar massas consideráveis de rochas e
são provocadas por enormes forças de compressão. As rochas têm um comportamento
plástico face a estas forças e por isso, deformam-se para sempre.

70
Existem vários tipos de dobras, conforme o seu anglo de inclinação:

Dobras verticais, dobras inclinadas e dobras deitadas

Denomina-se anticlinal quando a dobra tem a concavidade voltada para baixo e sinclinal
quando a dobra tem a concavidade voltada para cima.

MATERIAIS CONSTITUINTES DA TERRA – ROCHAS

A crosta e a parte superior do manto superior constituem a unidade rochosa a que chamamos
litosfera.

Litologia – é o ramo da geologia que estuda as rochas.

Litos = rocha logia = estudo

Rochas – são massas sólidas naturais formadas por minerais em determinada quantidade. Ex
basalto, granito, Xisto, mármore etc.

Minerais – são substâncias sólidas naturais inorgânicas de composição química e


propriedades físicas bem definidas que entram na constituição das rochas. Ex: quartzo.
71
Quanto a presença na rocha, os minerais podem ser:

 Essenciais – são aquelas cuja a presença caracteriza a rocha e estão em grande quantidade.
 Acessórios – são aqueles que não caracterizam a rocha podendo ou não estar presente nela.

Quanto a cor, os minerais podem ser:

 Félsicos – tem cor clara e são ricos em sílica. Ex: o quartzo e moscovite.
 Máficos – tem a cor escura, são ricos em ferro. Ex: a olivina.

As rochas diferenciam-se umas das outras pela cor, dureza textura, estrutura, percentagem
do mineral e a origem ou génese.

Textura de uma rocha – é uma característica relacionada com o grau de cristalização dos
minerais que a constituem.

As rochas podem apresentar:

 Textura holocristalina – quando todos os cristais estão visíveis a vista desarmada,


apresenta fenocristais que são cristais bem desenvolvidos.
 Textura hemicristalina – quando alguns cristais podem ser visíveis no meio de uma massa
vítrea
 Textura vítrea ou amorfa – não apresenta cristais visíveis. O arrefecimento foi tão rápido
que não permitiu a formação de cristais.
Estrutura - é a posição relativa dos minerais ou seja o aspectos que a rocha apresenta. Esta
pode ser:
 Compacta – a rocha tem um aspecto liso e sem buracos.
 Cavernosa – a rocha apresenta muitos poros.
Atendendo as características e as condições precederam a sua génese consideram-se três
grandes categorias de rochas:
 Magmáticas
 Sedimentares
 Metamórficas

72
Rochas Magmáticas

As rochas magmáticas formam-se pela solidificação do magma ao ascender na


crosta, em resultado da diminuição de pressão e temperatura.

Atendendo a profundidade a que se dá a solidificação consideram-se dois tipos de


rochas magmáticas.
 Rochas plutónicas resultantes do magma
consolidado em profundidade. O arrefecimento do
magma é lento, permitindo assim a formação de
cristais (rochas holocristalinas) Ex: granito.
 Rochas vulcânicas resultantes de magmas
consolidado a superfície ou perto dela. Se o
arrefecimento do magma for muito brusco, não
permite a formação de cristais (rochas vítreas) Ex:
pedra pome. Mas se não for muito brusco formam-
se pequenos cristais (rochas hemicristalina, Ex: o
basalto.

Rochas plutónica: Granito, Diorito e Gabro.

Rochas vulcânicas: Basalto, Obsidiana e Pedra pome.

Rochas magmáticas Granito Basalto


Arrefecimento do magma Lento Rápido
Cristalização Total Parcial
Origem Plutónico Vulcânico

Estudo do Granito

Granito é uma rocha constituída essencialmente por cristais de


quartzo e feldspato. A estes juntam-se com frequência micas.

O granito é uma rocha clara, apresentando as vezes uma cor


acinzentada ou rosada.

73
A Paisagem Granítica

A paisagem granítica é essencialmente caracterizada pela existência de cabeços cobertos por


amontoados de blocos rochosos designados de caos de blocos.

Em muitas regiões graníticas são também frequente o aparecimento das penhas, que são
elevações acentuadas de massas rochosas que emergem bruscamente de uma zona plana.

A formação dos blocos graníticos resulta de um processo de desagregação lenta nos locais
onde a rocha aparece a superfície da terra designada afloramento devido a acção e variações
de temperatura, da água, do vento e de alguns seres vivos.

As rochas como o granito apresentam- se normalmente com fissuras, designadas por


diáclases.

Estas correspondem a zonas onde a alteração da rocha é mais intensa, o que faz perder
coesão acabando por se separar em blocos mais ou menos arredondados.

O granito é utilizado em quase todas as construções:


 Pavimentação de estradas e passeios;
 Casa
 Pontes
 Monumentos.
Estudo do Basalto
Basalto é uma rocha escura, geralmente de aspecto homogéneo à vista
desarmada. Apresenta cor negra, cinzenta ou esverdeada.

74
A Paisagem Basáltica

As paisagens basálticas são marcadas pela cor escura da rocha. Por vezes pode observar-se
um dos aspectos mais belos desta paisagem resultante das diáclases das massas rochosas que
originam o aparecimento de inúmeros prismas alinhados, os quais fazem lembrar os tubos
dos órgãos das igrejas. A este tipo de fracturação dá-se o nome de disjunção prismática.

O basalto é largamente utilizado no calcetamento de ruas e passeios, na construção de


edifícios e monumentos.

Características das rochas magmáticas:

Plutónica Vulcânica
Totalmente cristalizada. Só alguns cristais alcançam um desenvolvimento
pleno
Disperso no seio de uma massa amorfa.
Cristais grandes, observáveis a vista Numerosas cavidades pequenas.
desarmada.
Os minerais aparecem misturados sem ordem Estruturas em forma de colunas, devido ao
de distribuição. arrefecimento.
Muito compacto, sem espaços ocos e sem Sem fosseis.
fosseis.

A classificação das rochas magmáticas é efectuada com base, essencialmente, na


composição mineralógica e no tipo de textura que apresentam.
A composição mineralógica depende, essencialmente da composição química do magma,
enquanto que a textura esta relacionada com as suas condições de arrefecimento.

75
Rochas Sedimentares

Qualquer rocha sujeita a erosão transforma-se, mais tarde ou mais cedo, em pedras e areia
que se designam por sedimentos.

Sedimentos – são fragmentos resultantes do desgaste de rochas existente, esqueletos,


conchas de animais ou restos de matérias orgânica no fundo dos oceanos, nos mares, nos
lagos ou nos pântanos.

Rochas sedimentares são rochas formadas a partir de matéria preexistente, ao longo dos
tempos e a superfície do globo.

Génese ou formação das rochas sedimentares

A formação das rochas sedimentares ocorre geralmente em quatro fases: Erosão, transporte,
sedimentação e diagénese.

 Erosão é a desagregação de rochas preexistentes, realizadas por agentes erosivos: água da


chuva, o mar, os rios, o vento e os seres vivos.
 Transporte é o movimento dos materiais erodidos. Os principais agentes de transporte são a
gravidade, a água, os glaciares e o vento.

 Sedimentação consiste na deposição dos materiais transportados e difere conforme o tipo de


sedimentos e o agente de transporte. Geralmente os sedimentos formam uma sucessão de
camadas chamadas de estratos.

 Diagénese os sedimentos depositados alternam-se por reacção química e a acção da pressão,


liga-os entres si, através de substancias designadas por cimento, ou seja é o conjunto de
transformações físicas e químicas experimentados pelos sedimentos depositados.
76
Rochas
Sedimentares

Erosão
Diagénese

Sedimentação Transportes

Processos ocorridos durante a diagénese

Depósito-------------compactação…………Cimentação………..aparecimento de novos
materiais.

Formação de estratos

Actividade: Material:

- Recipiente de vidro, de preferência um proveta alta.

- Fragmentos de materiais de diferentes dimensões desde partículas


pulverulentas até fragmentos de 1 a 2 cm. Se possível utilizar materiais
com diferentes coloração.

Sedimentação: Princípios:

- A deposição de materiais deve-se a acção da força gravítica;

- A sedimentação pode ocorrer em meios emersos da força gravítica;

- A sedimentação é condicionada pelas dimensões, forma e densidade das partículas e pela


velocidade do agente transformador.

77
A ordem de sedimentação dos detritos é condicionada pelas dimensões e pelas densidades
desses materiais. Primeiro depositam os detritos de maiores dimensões e mais densos e
posteriormente, os mais pequenos e leves.

Se não houver nenhuma perturbação, a sedimentação realiza-se regularmente, formando


camadas geralmente paralelas e horizontais que distinguem-se pela diferente espessura e
pela dimensão dos materiais.

Cada uma dessas camadas individualmente, designam-se por estratos e é delimitada por duas
superfícies.

A formação de cada estrato corresponde a sedimentação que ocorre num período de tempo
em que as condições de material disponível e de deposição se mantem globalmente
constantes.

Estratos são camadas sobrepostas, em regra paralelas, formadas por sedimentos que se
distinguem pela diferente espessura e dimensão dos materiais.

Tipos de rochas sedimentares

Conforme a origem dos sedimentos que as constituem podemos classificar as rochas


sedimentares em detríticas, químicas (de precipitação química) e organogénicas
(biogénicas).

 Rochas sedimentares detríticas - predominantemente constituídas pelos detritos de outras


rochas, resultante do processo conhecido como "meteorização" de outras rochas já
existentes. As sedimentares detríticas apresentam-se de duas formas, podendo ser:

1. Não coerentes ou não consolidadas, desagregados, soltos ou móvel – se as


partículas se encontram soltas entre si.

A sua classificação é feita com base no tamanho dos detritos:

 Muito grosseiro nos calhaus.


 Mais ou menos finos nas areias
 Muito fino nas argilas

78
Areia

Conforme a sua composição classifica-se em:

 Siliciosas – são areias brancas constituídas fundamentalmente, por grãos de


quartzo.
 Ferruginosas – como foram corados por oxido de ferro, apresentam cores
amarela e vermelha.
 Calcários – são constituídos por grãos de quartzo, misturadas com calcário
(neste caso fazem efervescência com ácidos), restos de conchas e outros
minerais.
 Basálticas – têm cor negra e são de origem vulcânica.

As areias são fundamentais na construção civil; usam frequentemente como filtros e os


grãos de quartzo, colocados sobre forte, originam a lixa.

Argilas (algumas propriedades)

 Cheira a barro quando humedecido.


 Tem cor variável (cinzento, amarelada, avermelhada, quando é branca
constitui o caulino, etc).
 Adere à língua
 É impermeável depois de embebido em água;
 Não faz efervescência com ácidos.
2. Coerentes ou Consolidadas – se as partículas estão ligadas por um cimento natural.
 Os conglomerados formam-se a partir dos calhaus. São usados na construção
civil e na indústria de mobiliário, já que depois de polidos, são de
extraordinária beleza.
 Os arenitos formam-se a partir das areias. A cor e as propriedades destas
rochas dependem da natureza dos grãos e do cimento que as constituem.
 Os xistos argilosos formam-se a partir das argilas.
 Rochas sedimentares de precipitação quimica - originárias do processo de precipitação
de minerais em solução. É um fenómeno que ocorre quando uma substância se separa do
liquido em que se encontra dissolvida ou suspensa, sedimentando-se no fundo do
recipiente.
Exemplos
Sal Gema – forma-se por precipitação de sais de cloreto de sódio, com formação do
mineral halite. Esta precipitação é desencadeada pela evaporação de águas marinhas
79
retidas em lagunas ou de água salgada de lagos de zonas áridas que contém iões de cloreto
e de sódio em solução.
Gessos – formam-se por precipitação de sais de sulfato de cálcio, com formação do
mineral gesso. Esta precipitação desencadeada pela evaporação de águas marinhas retidas
em lagunas ou de águas salgadas de lagoas de zonas áridas, que contém iões sulfato e iões
cálcio em solução.
Estalactites - são formações rochosas sedimentares que se originam no teto de uma gruta
ou caverna, crescendo para baixo, em direcção ao chão da gruta ou caverna, pela deposição
(precipitação) de carbonato de cálcio arrastado pela água que goteja do teto.
Estalagmites - são formações que crescem a partir do chão de uma gruta ou caverna que
vão em direcção ao teto, formadas pela deposição (precipitação) de carbonato de
cálcio arrastado pela água que goteja do teto.
Calcários oolíticos – são agregados de pequenas concreções (partículas em volta da quais
se acumulou uma substância), em forma de ovo de peixe. Nos calcários pisolíticos as
partículas tem o tamanho de pequenas ervilhas.

 Rochas sedimentares biogénicas - são rochas constituídas de sedimentos de origem


biológica, resultado dos restos físicos de seres vivos ou resultantes de sua atividade.
Exemplos de rochas sedimentares biogénicas são o petróleo e o carvão.
Temos:
1. Calcário
 Calcário conquífero – tem origem em resto de animais, em especial conchas de
moluscos, agregadas por um cimento natural.
 Calcário coralígeno – resulta de atividade de corais
2. Carvão
3. Petróleo

Formação do Petróleo
O Petróleo teve origem há muitos milhões de anos quando, no fundo dos oceanos, se
acumularam sedimentos juntamente com restos de seres vivos microscópicos (plâncton e
algas) e outros organismos marinhos. Estes depósitos foram sendo cobertos, lentamente, por
outros sedimentos. À medida que as camadas se acumulam, a pressão e a temperatura
aumentam. É nestas condições, que a matéria orgânica inicial através de reacções químicas
complexas (que ocorrem sempre na ausência de oxigénio) transforma-se ao longo de
milhões de anos, numa massa líquida negra- o conhecido petróleo. A rocha sedimentar

80
formada pelos sedimentos e restos orgânicos onde o petróleo se formou, designa-se de
rocha-mãe. Mais tarde, o petróleo originado na rocha-mãe desloca-se através de poros das
rochas porosas e permeáveis para outras camadas mais à superfície, denominadas por
rochas-reservatório. A movimentação do petróleo pode não acabar já nesta fase. Caso no seu
percurso não encontre uma rocha impermeável e que impeça a sua ascensão- chamadas de
rochas-armadilhas, é devido a estas que se criam os depósitos/jazidas de petróleo-, o
petróleo atinge a superfície. Nessa situação, volatiliza-se acabando por se perder no tempo e
no espaço.

Formação do carvão

O carvão, também chamado de carvão natural, é um


combustível fóssil obtido por meio da fossilização da
madeira. A madeira é constituída basicamente de hidrogênio
(H), oxigénio (O) e carbono (C), mas com o tempo, o
hidrogênio e o oxigênio são eliminados na forma de água
(H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). Desse
modo, forma-se o carvão mineral, que é uma mistura de
substâncias complexas ricas em carbono.

Dependendo da composição e principalmente do percentual


de carbono, formam-se quatro tipos de carvões minerais:

81
AGENTES MODELADORES DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Acção Modeladora Do Vento


A acção modeladora ou erosiva do vento, designada por erosão eólica faz-se sentir
principalmente nas regiões secas e sem vegetações, onde as partículas soltas do solo são
facilmente arrastadas e transportadas, sendo intensa nas regiões desérticas.
Na modelação do relevo o vento actua segundo os seguintes processos:
 Deflação – em que há remoção dos materiais leves resultantes da desagregação
das rochas, deixando apenas nos respectivos lugares os detritos mais pesados.
Por deflação resulta superfícies pedregosas e limpas de material fino,
denominadas por reg.
 Corrasão – em que os detritos são lançados com maior ou menor velocidade
contra as formações rochosas, desgastando-as mais ou menos rapidamente,
conforme a dureza das rochas atacadas. Como a quantidade de partículas
arrastadas é maior junto ao solo, os grandes blocos rochosos sofrem um desgaste
maior na base, podendo constituir-se assim os blocos pedunculados ou blocos
cogumelados.
 Acumulação – quando a velocidade do vento diminui ou este encontra algum
obstáculo, então as areias transportadas acumulam formando as dunas.

Águas De Infiltração
Partes da água das chuvas infiltram-se no solo constituindo as águas subterrâneas.
Essas águas têm um grande poder de dissolução de certas substâncias minerais. Ao
penetrarem em certas rochas, dissolvem-nas até encontrarem uma camada rochosa mais
resistente à dissolução originando os lençóis freáticos ou lençóis de água.

82
É nos maciços calcários que a água subterrânea tem uma acção erosiva mais intensa.
Ao penetrar no calcário ataca a rocha, dissolvendo-a e perfurando-a ao mesmo tempo
que forma grutas e paisagens subterrâneas.
As regiões calcárias são mais modeladas pelas águas de infiltração. Estas regiões
apresentam um modelo típico e inconfundível, o modelado cársico. Esta paisagem é
caracterizada à superfície pela presença de campos de lapiás (terrenos calcários
rasgados por inúmeras fendas e cavidades). Assim se explica que a água das chuvas se
infiltre através destas ranhuras, originando um terreno árido, sem cursos de água
superficiais. Um outro aspecto exterior da morfologia cársica são as dolinas, que são
depressões mais ou menos circulares onde se pode acumular um depósito argiloso de
cor vermelha, terra rosa, bastante fértil. Podem também observar-se nos maciços
calcários, poços naturais – Algares, posteriormente, podem contactar com as galerias e
grutas subterrâneas (onde se podem encontrar estalactites e estalagmites).

Paisagem cársica: A _________________B_________________C______________


D____________________E________________________F_____________________
G_____________________H_________________________
Águas Superficiais
Após a queda das chuvas uma parte de água escorre sem direcção definida – são as
chamadas águas de escorrência. Essas águas, ao escorrer num terreno pouco duro,
inclinado e sem vegetação arrasta partículas que arranca do solo originando a formação
se sulcos torrenciais designados por ravinas ou barrancos. Outras vezes origina as
chaminés de fada.
Nas regiões montanhosas essas águas caminham para as depressões, em direcção aos
rios e lagos próximos ou para as superfícies baixas formando assim as torrentes – que
são pequenos cursos de água intermitentes (só ativo por ocasião chuvas).

83
Acção Do Mar
A água do mar é a principal responsável pelo modelado da paisagem ao longo da costa,
originando uma serie de aspectos característicos. Os meios que o mar dispõe para
modificar o relevo costeiro são as ondas e as correntes marítimas.

 Acção Das Ondas


Constituem o meio mais eficaz de que o mar dispõe para atacar e desgastar o relevo
costeiro, actuando por dois processos:
 Força hidráulica – resulta do movimento da água. No seu avanço a água das
ondas é atirada violentamente contra as rochas costeiras, arrancando-lhes
fragmentos que por vezes são de grandes dimensões. Por outro lado, nesse
avanço violento das ondas, a água penetra nas fendas e outras cavidades das
rochas comprimindo o ar que as preenche e, no recuo a água e o ar por ela
comprimido saem de modo explosivo provocando o despreendimento do
material rochoso.
 Abrasão – este é o processo mais importante da erosão marinha, em que os
fragmentos arrancados ao litoral ou para ali transportados pelas correntes ou
cursos de água, são projectados mais ou menos violentamente contra a costa.
A erosão marinha manifesta-se geralmente com grande intensidade nas costas altas e
escarpadas formando falésias. O desgaste das falésias realiza-se principalmente pela sua
base, o que deixa a parte superior sem apoio, acabando por vezes por desmoronar,
provocando ao seu recuo. Os materiais resultantes do desmoronamento acumulam-se na
base das falésias constituindo uma superfície mais ou menos pedregosa, de declive
suave voltada para o mar, chamada de plataforma de abrasão.

84
 Acção das correntes marítimas.
Estas exercem sobretudo um trabalho de transporte e acumulação. Os materiais
resultantes do desgaste da costa acabam por se depositar e acumular em lugares mais ou
menos distantes originando praias se for junto à costa em lugares abrigados, cordões
litorais que são estreitas faixas arenosas que penetram mar adentro. Pode acontecer que
os cordões litorais isolem pequenas porções do mar originando as lagunas e pode
acontecer ainda que areia e outros materiais rochosos se acumulem entre a costa e uma
ilha próxima, ligando a ilha ao continente por uma faixa arenosa designada por
tômbolo.
Acção Do Rio
Rios – correntes de água com um caudal significativo, que desloca em leito próprio e
sentido definido. A acção erosiva do rio chama-se erosão fluvial.
Os cursos de água permanentes como os rios são condicionados pelo clima e pelas
características morfológicas do seu traçado (perfil). Podem estabelecer-se, num rio 3
secções ou traços principais:
 O curso superior – apresenta um declive elevado, correspondente a uma região
montanhosa;
 O curso médio – tem menor declive, com um traçado transversal mais longo;
 O curso inferior – onde o declive é muito pequeno e com vales muito mais
alargados.
A acção dos rios faz-se sentir por meios de processos de erosão, de transporte e de
deposição. Quanto mais acentuado for o declive do leito de um rio maior será a
velocidade das águas e, consequentemente, maior a sua capacidade erosiva. O declive
diminui de nascente para a foz, assim próximo da nascente o processo erosivo é maior
do que na foz e nesta o processo de deposição é mais acentuado.
A maior parte da erosão dos rios tem lugar sobre as margens e o leito pela acção de
desgaste dos fragmentos transportados. Á medida que estes se deslocam, choca com as
rochas sobre as quais o rio corre provocando assim o seu desgaste. Quando o rio corre
numa superfície plana, a velocidades das suas águas diminui, em resultado disso muitos
dos fragmentos transportados são depositados constituindo aluviões (são sedimentos
depositados pelas águas correntes e compostos por lodo, areia, cascalhos e outos
materiais).

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Paisagens fluviais
 Vale em V ou garganta – vale profundo e estreito de vertentes abruptos.
 Vale em U – vale mais ou menos largo, pouco profundo, de vertente mais ou
menos suave.
 Estuários - formam-se quando o rio desagua numa costa aberta, sujeita a fortes
marés, onde os materiais se depositam em forma de barra.
 Deltas – formam-se quando o rio desagua numa costa pouco aberta, de mares
fracas, originando grandes deposições sobre os quais o rio corre em forma de
braços.
 Planície – são acumulações de sedimentos mais ou menos extensos, junto á
costa onde desagua ou nas suas margens.
 Marmitas de gigantes – são cavidades mais ou menos circulares escavadas nas
rochas do leito do rio devido ao movimento turbilhantes das águas.

Acção dos glaciares


Glaciares – são grandes massas de gelo que se movem lentamente.
Tipos de glaciares
 Caletes glaciares – são glaciares que ocupam vastas superfícies.
 Glaciares de montanha ou vale – ocupam essencialmente os vales das regiões
montanhosas. Esses são os que tem maior poder erosivo.
 Icebergues – são enormes blocos de gelo que flutuam sobre as águas oceânicas,
podem percorrer a enormes distâncias constituem perigo para a navegação.

Aspectos das paisagens glaciares


 Lagos e pântanos – originam-se depressões resultantes da erosão glaciar.

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 Blocos rochosos arredondados e estriados (com pequenos sulcos) – são
designados rochas acarneiradas, visto que de longe parecem rebanhos de
carneiros.
 Vales em U
 Moreiras – deslocamentos de grandes quantidades de material rochoso pela
acção de transporte dos glaciares.
 Blocos erráticos – são grandes blocos transportados até grandes distâncias,
sendo descobertos quando o gelo dos glaciares se funde.
 Fiordes – antigos vale glaciares que posteriormente foram invadidos pelas águas
do mar.

87
Fim do II Trimestre

88
ROCHAS METAMÓRFICAS

Rochas Metamórficas - são rochas resultantes da transformação das rochas


sedimentares e magmáticas devido a acção dos agentes do metamorfismo.

Ex: Mármore, Xisto, Gneisse…

OS AGENTES DO METAMORFISMO SÃO:


- A temperatura, a pressão e fluidos de circulação (gases e líquidos)
Metamorfismo - conjunto de transformações que alteram a composição e
estrutura das rochas magmáticas e sedimentares.

TIPOS DE METAMORFISMO

As rochas metamórficas formam-se por 2 vias, existindo assim dois tipos de


Metamorfismo:

METAMORFISMO REGIONAL

Quando os sedimentos
depositados nas bacias oceânicas
atingem espessuras muito
elevadas, o peso provoca o
afundamento do fundo da bacia. As
rochas sedimentares vão sendo
arrastadas para as zonas
profundas, ficando sujeitas a temperatura
e pressão elevadas, modificando o seu
aspecto – passam a ser rochas
metamórficas.

METAMORFISMO DE CONTACTO
O contacto do magma proveniente do
interior da Terra com as rochas pré
existentes, faz com que estas se
modificam o seu aspecto e a sua
composição, devido ao calor e a circulação de fluidos originando uma rocha
metamórfica.

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CARACTERÍSTICAS DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

Aspecto folheado - é a existência de planos paralelos devido a pressão que a


rocha foi submetida. Essa rocha pode ser dividida em lâminas de pequena
espessura.

Estrutura dobrada - as fortes pressões provocam a deformação (dobras).

O CICLO DAS ROCHAS

Após a sua formação, as rochas sofrem um ciclo de transformações, quer à


superfície quer no interior da Terra – Ciclo das Rochas. Existe uma diversidade
de rochas, quanto a sua origem e quanto a sua composição mineralógica. Apesar
dessa diversidade, existe uma relação entre elas. De umas pode-se passar a
outras.

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ENERGIA DE MANUTENÇÃO DO CICLO DAS ROCHAS

O ciclo das rochas é mantido pela energia solar e pela energia interna da Terra.

Para as rochas sedimentares, a sua formação está relacionada com factores


externos (vento, ar, chuva, seres vivos, variação da temperatura…), tendo a
energia solar como o motor das forças.

Para as rochas magmáticas e metamórficas, a sua formação está relacionada


com a energia interna da Terra, responsável pelo dinamismo/ movimento interno
da Terra, manifestando-se no vulcanismo, sismo, pressões e temperatura.

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