Petencosalidade e Peencostalismo Fatores de Crescimentos Associados A Oralidade
Petencosalidade e Peencostalismo Fatores de Crescimentos Associados A Oralidade
Petencosalidade e Peencostalismo Fatores de Crescimentos Associados A Oralidade
PENTECOSTALISMO: FATORES
DE CRESCIMENTO ASSOCIADOS
ORALIDADE1
RESUMO
1
POMMERENING, Claiton Ivan. Oralidade e escrita na teologia pentecostal: acer-
tos, riscos e possibilidades. 2008. Dissertao (Mestrado) IEPG, Escola Superior de
Teologia, So Leopoldo (RS), p. 35-75. Adaptaes do original a este artigo cientfico.
2
Claiton Ivan Pommerening tem graduao em Cincias Contbeis e Teologia, especi-
alizao em Teologia e Bblia, mestrado em Teologia e doutorando em Teologia; co-
pastor na Igreja Evanglica Assembleia de Deus em Joinville (SC), diretor do CEEDUC
Centro Evanglico de Educao e Cultura e presidente da SASEDEP Sociedade de
Assistncia Social e Educacional Deus Prover.
2 Claiton Ivan Pommerening
INTRODUO
3
Dos cerca de 26,2 milhes (ano 2000) de evanglicos, os assembleianos formam
percentual de 33% do total. No Brasil existiam, no ano 2000, quase 9 milhes de
assembleianos, hoje se acredita que sejam 12 milhes. MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de
Janeiro: CPAD, maro de 2008. Ano 78, n. 1474. p. 15.
4
Atos 2.38,39. Este texto tem sido usado pelos pentecostais para ratificar a
contemporaneidade do Batismo no Esprito Santo.
5
CAMPOS, Bernardo. Da reforma protestante pentecostalidade da Igreja. Sinodal/
CLAI, 2002.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 3
6
SOUZA, Alexandre Carneiro de. Pentecostalismo: de onde vem, para onde vai? Vi-
osa (MG): Ultimato, 2004. p. 17.
7
OLIVEIRA, Jos de. Breve histria do movimento pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003. p. 42.
8
CAMPOS, Leonildo Silveira; GUTIERREZ, Benjamim (Ed.). Na fora do esprito
os pentecostais na Amrica Latina: um desafio s igrejas histricas. Trad. Jlio
Zabatiero. So Paulo: Pendo Real, 1996. p. 81.
9
CURTIS, A. Kenneth; LANG, J. Stephen; PETERSEN, Randy. Os 100 aconteci-
mentos mais importantes da histria do cristianismo. So Paulo: Vida, 2003. p. 204.
4 Claiton Ivan Pommerening
10
OLIVEIRA, 2003, p. 43-45.
11
OLIVEIRA, 2003, p. 62.
12
OLIVEIRA, 2003, p. 58.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 5
13
CURTIS, et al., 2003, p. 203.
14
OLIVEIRA, 2003, p. 61.
15
CONDE, Emlio. Pentecoste para todos. Rio de Janeiro: CPAD, 1985. p. 41.
16
SANTOS, Ismael dos. Razes da nossa f. Blumenau: Letra Viva, 1996. p. 30.
17
ALISTER, Robert Mc. A experincia pentecostal. Rio de Janeiro: Igreja de Nova
Vida, 1977. p. 19-20.
18
CURTIS, et al., 2003, p. 204-205.
6 Claiton Ivan Pommerening
19
CURTIS, et al., 2003, p. 205.
20
CURTIS, et al., 2003, p. 205.
21
CAMPOS, Leonildo Silveira; GUTIERREZ, Benjamim. (Ed.). Na fora do esprito
os pentecostais na Amrica Latina: um desafio s igrejas histricas. Trad. Jlio
Zabetiero. So Paulo: Pendo Real, 1996. p. 83.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 7
22
OLIVEIRA, 2003, p. 58.
23
HURLBUT, Jess Lyman. Histria da igreja crist. 5. ed. So Paulo: Vida, 1990. p.
231.
8 Claiton Ivan Pommerening
24
Existem algumas verses desta ruptura que na sua maioria so coincidentes com
pequenas divergncias entre si quanto forma deste rompimento e a quantidade de
pessoas envolvidas. As verses so as de Gunnar Vingren no livro O dirio do pionei-
ro; de Daniel Berg no livro Enviado por Deus; de Daniel Berg no livro Hedningen
fran Vargn, p. 40-41; e da Ata n. 222, do dia 13 de junho de 1911, da Igreja Batista
de Belm - ARAUJO, Isael de. Dicionrio do movimento pentecostal. Rio de Janei-
ro: CPAD, 2007. p. 35-39.
25
OLIVEIRA, 2003, p. 67.
26
OLIVEIRA, Joanyr de. As Assemblias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD,
1997. p. 37.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 9
2 DISSONNCIAS DA ORALIDADE
27
Na Sucia o clero da igreja oficial estava muito distante dos anseios do povo e a
igreja era fortemente institucionalizada, qualquer movimento ou igreja no oficial era
marginalizado; isso abriu espao para insatisfao e isolamento das classes mais pobres
da sociedade da poca, favorecendo a criao de comunidades no institucionalizadas,
pois atrairiam ateno das autoridades. Quando os missionrios suecos chegaram ao
Brasil trouxeram este ethos sueco, que foi agravado por vrias perseguies impostas
pela liderana catlica e em casos mais isoladas pelas prprias autoridades policiais,
desta forma aceitaram com lenincia a marginalizao como cumprimento do texto de
Mt 5.11: Bem-aventurados sois vs, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo,
disserem todo mal contra vs por minha causa. Para maiores informaes sobre as
perseguies consultar: BERG, Daniel. Enviado por Deus: memrias de Daniel Berg.
10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. 208 p.; VINGREN, Ivar. O dirio do pioneiro:
Gunnar Vingren. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1982. 236 p.
28
POMMERENING, Claiton Ivan. Oralidade e escrita na teologia pentecostal. Azu-
sa Revista de Estudos Pentecostais. v. I, n. 1, jul 2010. Joinville: Faculdade Refidim,
2010. p. 23-62.
10 Claiton Ivan Pommerening
29
ALMEIDA, Antonio. 80 anos construindo para a glria de Deus. Ed. prpria, [s.d.].
p. 55. In: CETRULO NETO, Francisco. Os que semeiam chorando ceifaro com j-
bilo: a origem da igreja Assemblia de Deus em Belm. 1995. 168 f. Dissertao
(Mestrado) Ncleo de Altos Estudos Amaznicos NAEA, Universidade Federal do
Par, Belm. p. 23.
30
ARAUJO, Isael de. Dicionrio do movimento pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2007. p. 278.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 11
de Deus no Brasil. Esta disputa fez com que Seymour exclusse Durham
da Misso de F Apostlica, fazendo-o estabelecer-se definitivamente em
Chicago.31
3 FATORES DE CRESCIMENTO
31
HOLLENWEGER, Walter J. El pentecostalismo: historia y doctrinas. Buenos Aires:
La Aurora, 1976. p. 11.
32
DREHER, Martin N. A igreja latino-americana no contexto mundial. 3. ed. v. 4.
So Leopoldo: Sinodal, 1999. p. 241-242.
12 Claiton Ivan Pommerening
33
Alm da migrao natural, o governo de Getlio Vargas convoca os soldados da
borracha, com status de militares que atuavam diretamente nas frentes de batalha, atraiu
muitos jovens brasileiros. Longe de seus familiares e sua terra natal, encontraram ref-
gio no pentecostalismo que aflorava em Belm (PA) e no Norte do Brasil. Assim se deu
a simbiose necessria ao pentecostalismo.
34
ROLIM, Francisco Cartaxo. Pentecostais no Brasil: uma interpretao scio-religi-
osa. Petrpolis: Vozes, 1985. p. 46.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 13
Assembleia [de Deus] para sua rpida expanso. Foi o germe que
fez os templos se multiplicarem quando este ramo pentecostal
atravessava o Nordeste e outras regies. [...].35
35
ROLIM, 1985, p. 46.
36
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. So Paulo: Artmed, 2005. p. 31, 562.
37
DREFHAL, Harold. Crise e Anomia no Brasil. In: Despertar tico, Petrpolis: Vo-
zes, vol. 54, fasc. 214, 1994. vol. 54, fasc. 214, p. 282.
38
DREFHAL, 1994, p. 282.
14 Claiton Ivan Pommerening
39
DREFHAL, 1994, p. 286-297.
40
MARIZ, Ceclia Loreto. Pentecostalismo e a luta contra a pobreza no Brasil. In:
CAMPOS, Leonildo Silveira; GUTIERREZ, Benjamim. Na fora do esprito os pen-
tecostais na Amrica Latina: uma desafio s igrejas histricas. So Paulo: Associao
Literria pendo real, 1996. p. 175.
41
GUTIRREZ, Gustavo. Situao e tarefas da teologia da libertao. In: SUSIN, Luiz
Carlos (Org.). Sara ardente: teologia na Amrica Latina: prospectivas. (?): Soter/
Paulinas, (?). p. 70.
42
IBGE. Os 10% mais ricos gastam dez vezes mais que os 40% mais pobres. Dispo-
nvel em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.
php?id_noticia=961. Acesso em: 06 set. 2007.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 15
43
CESAR, Waldo; SCHAULL, Richard. Pentecostalismo e futuro das igrejas cris-
ts. Petrpolis: Vozes/Sinodal, 1999. p. 11.
44
Mito. Em qualquer cultura o mito uma realidade complexa. Mas poder-se-ia afir-
mar que a ecloso dramtica do sagrado na histria individual da pessoa e consequente
alterao em sua maneira de enxergar a vida, tornando-se modelo exemplar de todas as
actividades [sic] humanas significativas. Pode ser ainda mais abrangente quando se
vm muitos pentecostais perpetuando, as histrias hericas de seus fundadores ou o
zelo ferrenho para proteger alguns dogmas implantados pelos primitivos fundadores,
tomando como base o texto de Provrbios 22.28: No removas os limites antigos que
teus pais fixaram. Isto porque conta como algo comeou a existir, ou como um com-
portamento, uma instituio [...] foram fundados. ELIADE, Mircea. Aspectos do mito.
Lisboa, Portugal: Edies 70, 1963. p. 12-24.
45
MARIZ, Ceclia. Religion and Coping with in Brazil. Tese de doutoramento, Boston
University, 1989. p. 11-13. In: CESAR; SCHAULL, 1999, p. 49.
46
CAMPOS; GUTIERREZ, 1996, p. 54.
16 Claiton Ivan Pommerening
47
CAMPOS, Bernardo. Experiencia del Espritu: claves para uma interpretacin del
pentecostalismo. Quito: Clai, 2002. p. 145.
48
DROOGERS, Andr. Visiones paradojicas sobre una religion paradojica. In:
BOUDEWIJNSE, Barbara; DROOGERS, Andr; KAMSTEEG, Frans (Orgs.). Algo mas
que opio: uma lectura antropolgica del pentecostalismo latinoamericano y caribeo.
San Jos, Costa Rica: DEI, 1991. p. 24.
49
MARIZ, Ceclia Loreto. Pentecostalismo e a luta contra a pobreza no Brasil. In:
CAMPOS; GUTIERREZ, 1996. p. 169-170.
50
MENDONA, Antnio Gouva; VELASQUES FILHO, Prcoro. Introduo ao pro-
testantismo no Brasil. So Paulo: Loyola, 1990. p. 253.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 17
51
Latin Amrica and Revolution-II: The New Mood in the Churches, The Christian
Century, p. 1.439, 24 nov. 1965. In: BONINO, Jos Mguez. Rostos do protestantismo
latino-americano. So Leopoldo: Sinodal, 2003. p. 53-54.
52
PEREIRA, Camila Pereira; LINHARES, Juliana. Os novos pastores. Revista Veja,
So Paulo, n. 27, 12 jul. 2006. p. 78.
53
BOUDEWIJNSE, DROOGERS, KAMSTEEG, 1991, p. 29.
18 Claiton Ivan Pommerening
54
CETRULO NETO, Francisco. Os que semeiam chorando ceifaro com jbilo: a
origem da igreja Assemblia de Deus em Belm. 1995. 168 f. Dissertao (Mestrado)
Ncleo de Altos Estudos Amaznicos NAEA, Universidade Federal do Par, Belm.
p. 147.
55
MENDONA; VELASQUES FILHO, 1990, p. 254.
56
LISBOA, Ageu Heringer. O pentecostalismo visto por um psiclogo. Revista da
cultura teolgica, So Paulo, ano IV, n. 16, jul/set 1996, p. 47-51.
57
ROLIM, Francisco C. Religio e classes populares. p. 140. In: CETRULO NETO,
Francisco. Os que semeiam chorando ceifaro com jbilo: a origem da igreja As-
semblia de Deus em Belm. 1995, 168 f. Dissertao (Mestrado) Ncleo de Altos
Estudos Amaznicos NAEA, Universidade Federal do Par, Belm. p. 149.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 19
58
CESAR; SCHAULL, 1999, p. 81.
59
No que no haja oralidade nas demais igrejas, o que no h o espao para o
indivduo manifestar esta oralidade, ela se restringe apenas ao lder da comunidade e
aos momentos litrgicos coletivos formais.
60
MENDONA; VELASQUES FILHO, 1990, p. 240.
20 Claiton Ivan Pommerening
61
MENDONA; VELASQUES FILHO, 1990, p. 241.
62
CAMPOS; GUTIERREZ, 1996, p. 93.
63
MAUS, Raymundo Heraldo. Bailando com o Senhor: tcnicas corporais de
culto e louvor (o xtase e o transe como tcnicas corporais). Disponvel em: http://
w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 0 0 3 4 -
77012003000100001&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 07 jun. 2007.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 21
63
MAUS, Raymundo Heraldo. Bailando com o Senhor: tcnicas corporais de cul-
to e louvor (o xtase e o transe como tcnicas corporais). Disponvel em: http://
w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 0 0 3 4 -
77012003000100001&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 07 jun. 2007.
64
CAMPOS; GUTIERREZ, 1996, p. 93.
65
AUBRE, M. 1996 Transe: entre libration de linconscient et contraintes
socioculturelles. In: GODELIER, M. & HASSOUN, J. (orgs.) Meurte du Pre, sacrifice
de la sexualit: approches anthropologiques et psychanalytiques. Paris, Arcanes, p. 175.
In: MAUS, Raymundo Heraldo. Bailando com o Senhor: tcnicas corporais de
culto e louvor (o xtase e o transe como tcnicas corporais). Disponvel em: http://
w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 0 0 3 4 -
77012003000100001&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 24 mai. 2007.
66
TILLICH, Paul. Teologia sistemtica. Trad. Getlio Bertelli e Geraldo Korndrfer.
5. ed. So Leopoldo: Sinodal, 2005. p. 570.
67
TILLICH, 2005, p. 575.
68
TILLICH, 2005, p. 124.
22 Claiton Ivan Pommerening
69
TILLICH, 2005, p. 125.
70
TILLICH, 2005, p. 124-125. O autor usa o termo preocupao ltima referindo-se
a angstia da vacuidade e do destino, abordadas em seu livro: TILLICH, Paul. A cora-
gem de ser. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
71
So expresses de louvor a Deus utilizadas espontaneamente no culto pentecostal.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 23
72
WESLEY, John, The Journal, Londres, 1879, vol. II: 417, citado por Brandt-Bessire,
1986:51. Apud: CORTEN, Andr. Os pobres e o Esprito Santo: o pentecostalismo no
Brasil. Petrpolis: Vozes, 1996. p. 52.
73
Vidanet. Boletim Eletrnico. So Paulo: Vida, n. 210.
74
Cntico de um Compact Disc gravado pela cantora evanglica Lauriete.
75
Cntico de um Compact Disc gravado pelo cantor evanglico Jorge Macedo.
76
Em 2002 existiam 96 gravadoras, 1000 artistas e bandas, 5 CDs eram lanados por
ms e um faturamento de 200 milhes de reais por ano. VEJA. A fora do Senhor. So
Paulo: Abril, n. 1758, 03 de julho de 2002, p. 90.
24 Claiton Ivan Pommerening
77
CSAR; SHAULL, 1999, p. 76.
78
ONG, Walter Jackson. Oralidade e cultura escrita: a tecnologizao da palavra.
Campinas: Papirus, 1998. p. 50.
79
LVAREZ, Carmelo. Panorama histrico dos pentecostalismos latino-america-
nos e caribenhos. In: CAMPOS; GUTIERREZ, 1996. p. 45.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 25
80
Outros fatores que levaram ao desprezo dos estudos, e que foram assimilados pelos
implantadores do pentecostalismo no Brasil, foram: 1) os movimentos de santidade e os
pentecostais da Europa e EUA, enfatizaram que o estudo acadmico e a intelectualidade
gerariam esfriamento espiritual e assim afastariam a operao do Esprito Santo; 2) a
nfase pentecostal no arminiamismo, ou seja, a deciso da vontade humana para a salva-
o e a parousia (segunda vinda de Cristo) quase imediata, criaram a ideia de seria
perda de tempo estudar, pois a necessidade era o evangelismo do maior nmero de
pessoas num curto espao de tempo. Ainda comum ouvir-se a frase: Vamos esvaziar
o inferno e encher o cu.
81
CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, templo e mercado: organizao e marketing
de um empreendimento neopentecostal. Petrpolis: Vozes; So Paulo: Simpsio e Umesp,
1999. p. 312.
82
DREHER, 1999, p. 243.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 27
83
MENDONA; VELASQUES FILHO, 1990, p. 247.
84
Ascese refere-se a todo aparato pentecostal de observncia de regras dos usos e costumes,
tanto na espiritualidade quanto na vida pessoal. Este item da pesquisa se deteve na ascese
pessoal demonstrada nas vestimentas, maquiagem e formas de pentear os cabelos. Neste
sentido as mulheres devem evitar usos de embelezamentos que chamem a ateno para sua
feminilidade, no devem usar calas compridas, o cabelo deve ser penteado de forma sim-
ples, os homens devem usar calas compridas e ter os cabelos curtos. Tal observncia
baseada na autoridade bblica de textos tomados fora de seu contexto cultural. No site da
CGADB (Conveno Geral das Assemblias de Deus no Brasil) consta uma lista onde re-
afirma o seu ponto de vista no tocante aos sadios princpios estabelecidos como doutrina na
Palavra de Deus a Bblia Sagrada e conservados como costumes desde o incio desta
Obra no Brasil. Nesta lista, elaborada por ocasio da 22 Conveno Geral das Assemblias
de Deus no Brasil, reunida na cidade de Santo Andr, Estado de So Paulo, (no se menciona
a data), pede-se para que as igrejas [sic] se abstenham de: uso de cabelos crescidos, pelos
membros do sexo masculino; uso de traje masculino, por parte dos membros ou congrega-
dos, do sexo feminino; uso de pinturas nos olhos, unhas e outros rgos da face; corte de
cabelos, por parte das irms (membros ou congregados); sobrancelhas alteradas; uso de
mini-saias e outras roupas contrrias ao bom testemunho da vida crist; uso de aparelho de
televiso convindo abster-se, tendo em vista a m qualidade da maioria dos seus progra-
mas; absteno essa que justifica, inclusive, por conduzir a eventuais problemas de sade; e
uso de bebidas alcolicas. Paradoxalmente no mesmo texto onde constam as normas acima
tambm se afirma que o costume humano, local e temporrio. Numa tentativa de atualizar
a relao de abstenes acima descritas, a Comisso de Doutrinas da CGADB atendendo
parecer do Conselho Consultivo da CGADB encaminhou ao 5 ELAD (Encontro de Lderes
da Assemblia de Deus), em 25 de agosto de 1999, a seguinte relao de abstenes: ter os
homens cabelos crescidos (1 Co 11.14), bem como fazer cortes extravagantes; as mulheres
usarem roupas que so peculiares aos homens e vestimentas indecentes e indecorosas, ou
sem modstias (1 Tm 2.9, 10); uso exagerado de pintura e maquiagem - unhas, tatuagens e
cabelos- (Lv 19.28; 2 Rs 9.30); uso de cabelos curtos em detrimento da recomendao bbli-
ca (1 Co 11.6, 15); mal uso dos meios de comunicao: televiso, Internet, rdio, telefone (1
Co 6.12; Fp 4.8); e uso de bebidas alcolicas e embriagantes (Pv 20.1; 26.31; 1 Co 6.10; Ef.
5.18). Disponvel em: http://www.cgadb.com.br/sobreCgadb/posicaoSobre/
usosCostumes.html. Acesso em: 07 jun. 2007.
28 Claiton Ivan Pommerening
85
CAMPOS M., Bernardo L. Na fora do Esprito: pentecostalismo, teologia e tica
social. In: CAMPOS; GUTIERREZ, 1996, p. 54.
86
MARIZ, Ceclia Loreto. Pentecostalismo e a luta contra a pobreza no Brasil. In:
CAMPOS; GUTIERREZ, 1996. p. 175.
87
FRESTON, Paul (Org.). Marxismo e f crist: o desafio mtuo. So Paulo: A.B.U.,
1.988. p. 85. In: CETRULO NETO, Francisco. Os que semeiam chorando ceifaro
com jbilo: a origem da igreja Assemblia de Deus em Belm. 1995. 168 f. Dissertao
(Mestrado) Ncleo de Altos Estudos Amaznicos NAEA, Universidade Federal do
Par, Belm. p. 27. O autor no menciona o nome do lder que proferiu esta frase.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 29
3.2.6 Laicato
Acredita-se que 90% dos lderes das igrejas pentecostais sejam leigos89,
assim permitem proporcionar identidade e empatia com quem chega de
classes sociais mais baixas. O fiel no s se sente aceito por um lder que
fala sua linguagem, mas tambm se esfora para evangelizar e arrebanhar
o maior nmero de pessoas, pois, desejosos de expandirem sua igreja,
divulgam oralmente a mensagem.
Seu dinamismo est na iniciativa de cada crente. Nenhuma
programao ou planejamento antecipadamente traado. Fica ao
sabor das circunstncias e aos cuidados de cada um. No vem de
cima para baixo. Brota da base. informal. Em torno de algum crente
ou pastor no faz diferena, ela no comeo simples reunio de no
crentes, curiosos ou desejosos de conhecerem a Bblia. Muitas casas
de crentes foram a matriz da nucleao. Na moradia simples a leitura
88
MONTANINI, Luiz. Trinta milhes de crentes feridos esto esquecidos nas trin-
cheiras. Disponvel em: http://www.jornalhoje.com.br/100hoje/newfiles/
jhdesviados240903.php. Acesso em: 07 jun. 2007. Estes dados certamente carecem de
fundamentao cientfica.
89
Liderana leiga so pastores e lderes que no tiveram acesso a uma formao teol-
gica formal, em boa parte tambm no completaram a Educao Bsica. Este quadro,
porm j toma outra conotao com a criao de vrios seminrios teolgicos pelo Bra-
sil, alguns reconhecidos pelo Ministrio da Educao com cursos superiores. Entretanto
no exigido curso teolgico em alguns casos para se tornar pastor.
30 Claiton Ivan Pommerening
REFERNCIAS
ALISTER, Robert Mc. A experincia pentecostal. Rio de Janeiro: Igreja de
Nova Vida, 1977.
ARAUJO, Isael de. Dicionrio do movimento pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007.
BONINO, Jos Mguez. Rostos do protestantismo latino-americano. So
Leopoldo: Sinodal, 2003.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais. v. I, n. 1, jul. 2010. Joinville: Faculda-
de Refidim, 2010.
BOUDEWIJNSE, Barbara; DROOGERS, Andr; KAMSTEEG, Frans (Orgs.).
Algo mas que opio: uma lectura antropolgica del pentecostalismo
latinoamericano y caribeo. San Jos, Costa Rica: DEI, 1991.
CAMPOS, Bernardo. Da reforma protestante pentecostalidade da Igreja.
Sinodal/CLAI, 2002.
________. El post pentecostalismo: renovacin del liderazgo y hermenutica
del Espritu. Disponvel em: http://www.pctii.org/cyberj/cyberj13/
bernado.html#_Toc57341950. Acesso em: 17 jan. 2008.
________. Experiencia del Espritu: claves para uma interpretacin del pente-
costalismo. Quito: Clai, 2002.
90
ROLIM, 1985, p. 46.
Azusa Revista de Estudos Pentecostais 31