School Work">
Alterações Da Curvatura Da Coluna Vertebral
Alterações Da Curvatura Da Coluna Vertebral
Alterações Da Curvatura Da Coluna Vertebral
PROJECTO:
Alteraes da curvatura da coluna vertebral:
Influncia da Fisioterapia, a nvel neuromuscular
ii
Agradecimentos
iii
Abreviaturas
AVDs
BS
Base de Sustentao
CG
Centro de Gravidade
CM
Centro de Massa
CP
Centro de Presso
EI
Escoliose Idioptica
ESTeSL
GABA
cido Gama-aminobutrico
LCR
Lquido Cfalo-raquidiano
PDC
RCT
SN
Sistema Nervoso
SNC
iv
Resumo
Abstract
vi
ndice
1. Introduo
11
2. Enquadramento Terico
12
12
12
14
17
17
27
29
34
2.2.2.1. Cifose
34
38
40
3. Metodologia
41
41
3.2. Finalidades
43
43
43
3.5. Objectivos
44
44
44
44
44
44
45
45
3.9. Procedimento
46
46
47
61
3.11. Recursos
62
3.12. Cronograma
63
65
65
vii
4.2. Amostra
66
67
67
68
68
69
69
71
71
73
75
78
78
79
6. Concluso
82
83
8. Referncias bibliogrficas
84
Apndices:
89
100
Apndice II Rastreio
137
141
151
157/164
viii
NDICE DE FIGURAS
48-61
ix
NDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Cronograma
63 e 64
65 e 66
rastreio
Tabela 3 Alteraes da curvatura da coluna vertebral a incluir no estudo
Tabela 4 Resumo da anlise da postura
66
68 e 69
69
70
flexibilidade
Tabela 7 Resumo da avaliao postural em apoio bipodal
Tabela 8 - Resumo da aplicao do teste de Wilcoxon para a avaliao
71
72 e 73
73 e 74
74 e 75
76
76 e 77
1. Introduo
As doenas relacionadas com a coluna vertebral tm aumentado no mundo civilizado em
decorrncia de vrios fatores, de entre eles, mudanas importantes no comportamento, como
sedentarismo e maus hbitos posturais. A coluna, alm de sustentao, oferece a flexibilidade
necessria movimentao do tronco, possuindo um papel importante na postura, locomoo e
equilbrio. O seu eixo sseo ainda serve como proteco medula espinhal e razes nervosas.
Ela responsvel pela interligao mecnica entre os segmentos e, quase todos os
movimentos executados no dia-a-dia, envolvem uma coordenao sinrgica entre os membros
da coluna. Dessa forma, o funcionamento da coluna diretamente relacionado com a qualidade
de vida.[1-3]
A deformidade dessa estrutura, tanto no plano frontal - Escoliose-, quer no plano sagital Cifose e Hiperlordose-, pode ser um obstculo para a estabilidade do controlo postural, j que
pode interferir directamente no alinhamento sseo, na sincronizao muscular e no centro de
massa do corpo humano. A incidncia das alteraes posturais nas crianas e adolescentes
bastante significativa devido s situaes vulnerveis em que permanecem nas escolas, em
posturas inadequadas, actividades assimtricas repetidas e a grande quantidade de peso de
material que levam para a escola. [1-3]
A Fisioterapia consiste numa possvel forma de tratamento dos adolescentes com
alteraes da curvatura da coluna vertebral escoliose, cifose ou hiperlordose -, quer atravs
de terapia manual, quer atravs de exerccios. Os programas de exerccios disponveis so
diversos e no existe um consenso sobre qual o mais eficaz. Alm do referido, em alguns
artigos cientficos e na literatura continua a ser mencionado que a evidncia no suporta a
prtica da Fisioterapia[4,5]. Ademais, na prtica clnica diria constata-se que estes pacientes
exibem melhorias a nvel dos sinais e sintomas e em termos funcionais, o que se repercute nos
padres motores, no esquema e conscincia corporal, na postura, no controlo e estabilidade
postural e no equilbrio.
Num momento fulcral de necessidade de afirmao profissional e prtica baseada na
evidncia, surge este projecto que visa estudar, objectivamente, a influncia da Fisioterapia, a
nvel neuromuscular (msculo-esqueltico e postural atravs da distribuio das presses
plantares) em crianas com alteraes da curvatura da coluna vertebral.
11
2. Enquadramento Terico
2.1. A coluna vertebral
2.1.1. Anatomo-fisiologia e biomecnica
A coluna vertebral parte integrante do sistema locomotor. Merc da sua situao central
no corpo, como eixo de mobilidade do tronco (rgo-eixo), possui uma srie de
especificidades anatmicas, fisiolgicas e fisiopatolgicas.[3]
A mobilidade articular da coluna vertebral possibilita a estabilidade do tronco, sujeito
gravidade, bem como a mobilidade livre em diferentes posturas no campo do movimento. O
termo rgo-eixo corresponde ao significado central do tronco: a, a referncia proprioceptiva,
a partir dos segmentos de mobilidade e dos msculos, a base do controlo motor e da postura
de equilbrio.[3]
A coluna vertebral mantida na sua posio vertical por aco muscular estando o
equilbrio da cabea e os membros centrados com a bacia tanto no plano frontal como sagital. A
coluna vertebral no rectilnea, apresentando dois tipos de curvaturas: ntero-posteriores ou
sagitais e laterais. As curvaturas sagitais so quatro: a curvatura cervical, convexa para diante;
a curvatura dorsal ou torcica, cncava para diante; a curvatura lombar, convexa para diante; e
a curvatura sacro-coccgea, cncava para diante. As curvaturas laterais so menos
pronunciadas e muito variveis, so normalmente em nmero de trs: a curvatura cervical,
convexa para a esquerda; a curvatura dorsal, convexa para a direita; e a curvatura lombar,
convexa para a esquerda.[3,6,7]
No feto, a coluna vertebral apresenta forma de C, tornando-se recta ao nascimento e
adoptando a forma de S quando vista do plano lateral, com o desenvolvimento da posio
bpede. No adulto, o centro de gravidade do corpo encontra-se frente de S2, com a coluna
alinhada no plano ntero-posterior, sendo que graus mnimos de escoliose na regio torcica
so considerados fisiolgicos, para a direita nos destros e para a esquerda nos canhotos.[5]
A coluna vertebral composta, em geral, de trinta e trs vrtebras, sendo sete cervicais,
doze torcicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccgeas.[4-7]
12
Vinte por cento dos indivduos podem apresentar alterao no nmero das vrtebras,
tanto por subtraco como por adio, sendo as mais comuns ao nvel coccgeo e, em segundo
lugar, a nvel lombar.[4,5,7]
Entre cada dois pares de vrtebras temos os discos intervertebrais, responsveis por
aproximadamente um quarto do crescimento vertebral, sendo a sua desidratao responsvel,
em grande parte, pela perda de altura da idade senil.[4,5,7]
Os corpos vertebrais so formados por uma parte central, o ncleo pulposo, rico em gua
e mucopolissacardeos, e outra esfrica, o anel fibroso, formado por anis concntricos de
tecido colagnio.[4-7]
A vrtebra clssica apresenta corpo vertebral, arco posterior e lminas, que associados
ao corpo vertebral constituem o canal medular, pedculos originados verticalmente ao corpo e
unindo-se
partes
interarticulares,
apfises
espinhosas
transversas,
originados
13
14
O tubo nervoso est formado ao redor da 3 semana de vida embrionria, perodo no qual
o embrio consiste da ectoderme, dorsalmente, da endoderme, ventralmente e da mesoderme,
entre os dois.[5]
A coluna vertebral desenvolve-se a partir da mesoderme, que se prolifera e condensa em
forma de pares de somitos, que se formam ao mesmo tempo que os gnglios espinhais,
oriundos da crista neural, dando a relao de um par de somitos para cada nervo. Os msculos
originrios de um somito preservaro a inervao do somito correspondente. Ao mesmo tempo
em que eles se esto a desenvolver, um vaso sanguneo originrio de vasos longitudinais,
divide o somito ao meio, transversalmente, numa posio intersegmentria. A formao do
somito inicia-se na regio cranial, a qual futuramente ser a regio occipital, progredindo para a
regio caudal. A formao desses somitos demora cerca de 10 dias, formando-se 29 pares na
quarta semana e o restante no incio da quinta semana, com um total de 42 a 44, sendo quatro
occipitais, oito cervicais, doze torcicos, cinco lombares, cinco sacrais e 8 a 10 coccgeos. As
clulas na regio ventral e medial proliferam e migram para o notocrdio e para o tubo neural,
formando o esclertomo, que, ao se desenvolver, envolve o notocrdio, separando-o do tubo
neural.[5]
Uma vez ocorrida a fuso dos somitos direito e esquerdo na meia-linha, incorporando o
notocrdio, ocorre uma ressegmentao, que tem incio na quinta e sexta semanas de vida
embrionria. Essa diviso deixar uma metade menos celular cranialmente e uma outra mais
celular caudalmente. Nesse estgio, em torno do notocrdio, comeam a formar-se reas de
maior densidade celular, chamadas de discos pericordais, que futuramente se transformaro
nos discos intervertebrais, e os restos do notocrdio no seu interior iro tornar-se o ncleo
pulposo estrutura central do disco. A primeira segmentao foi a que ocorreu para formar os
somitos, e a segunda consite na juno da metade caudal de um somito unindo-se com a
metade ceflica do inferior para formar os segmentos definitivos. A migrao de grupos
celulares a partir do esclertomo forma as vrias partes dos corpos vertebrais e as costelas.[5]
A ossificao vertebral ocorre custa de centros de ossificao primrios e secundrios,
cada vrtebra apresentando trs primrios e cinco secundrios. A ossificao do centro da
vrtebra comea na regio torcica baixa e lombar alta, difundindo-se cranial e caudalmente,
com extenso para as apfises espinhosas, transversas e articulares. Na fase embrionria, a
vrtebra apresenta um centro de ossificao para o centro e dois centros no-unidos para o
arco posterior, que se uniro no perodo fetal final e logo aps o nascimento, com o
15
16
2.2.
2.2.1. Escoliose
A escoliose est entre ns desde que o homem assumiu a postura erecta. A palavra
escoliose originria da palavra grega que significa curvatura e foi Hipcrates (1460-1375
a.C.), o primeiro a efectuar citaes sobre esta patologia, com meno a aspectos clnicos e s
formas de tratamento em traco, no livro De Articulationes, do Corpus Hippocratum.[5]
17
Escoliose uma entidade nosolgica em que surgem curvaturas (uma ou mais) anormais
da coluna vertebral no plano frontal/coronal. Est geralmente associada a uma deformidade
rotacional e este componente rotacional, que se manifesta com uma elevao das costelas,
uma omoplata proeminente, uma alterao lombar ou uma obliquidade plvica, que tem mais
probabilidades de chamar a ateno para a curvatura da coluna.[3-5,8-21-23-25]
Relativamente sua classificao, considera-se:[4-5,8-16,18,20,21,25]
- No estrutural (atitude escolitica): so curvaturas patolgicas, mveis, flexveis e
caracterizadas essencialmente pela inclinao das vrtebras da curvatura, mas sem
rotao dos corpos vertebrais. Sob o ponto de vista clnico este tipo de escoliose no
est associado com deformidade da caixa torcica, razo pela qual est preservada a
simetria da face posterior do trax na flexo anterior da coluna e na posio de
decbito e sempre possvel corrigir a deformidade. Sob o ponto de vista radiogrfico
este tipo de escoliose caracterizado por ser uma curva de grande amplitude, pela
ausncia de rotao dos corpos vertebrais, e nas radiografias dinmicas em flexo
lateral a amplitude de movimentos simtrica para a direita e para a esquerda. No
que se refere ao prognstico estes casos tm a caracterstica de no progredirem e
de no se tornarem estruturais. Podem ser classificadas em trs grupos:
postural: mais frequente nos adolescentes do sexo feminino. As curvas so
de grande amplitude geralmente toracolombar, convexas para a esquerda e
desaparecem com flexo anterior da coluna.
compensadora: as causas mais frequentes so de dismetria dos membros
inferiores ou a obliquidade plvica por contractura em aduo ou abduo das
coxofemurais. Quando o paciente se senta esta curvatura desaparece. A
assimetria do comprimento dos membros inferiores, provoca uma escoliose
convexa para o lado do membro inferior mais curto.
outras formas mais raras de escoliose no estrutural so, por exemplo, a
escoliose antlgica da ciatlgia ou dos tumores das vtrbras (por contractura
para vertebral). Ao contrrio dos outros tipos de escolioses, a escoliose
antlgica caracterizada por um quadro doloroso muito marcado de dor
lombar com ou sem citica que agravada pelos movimentos da coluna e cujo
incio mais ou menos sbito.
18
Sugere-se
ainda
que
os
fusos
musculares
dos
msculos
produo mais frequente, baseia-se na Lei de Delpech que afirma seja de onde for
que as cartilagens diartrodiais transmitam uma presso anormalmente diminuda, a
cartilagem de conjuno vizinha entrar em actividade e ocorrer o contrrio nos
casos em que a presso aumente. Neste caso, se um corpo vertebral recebe mais
presses numa zona do que noutra, tender a formar mais osso na zona de menor
presso, e devido a este mecanismo, a vrtebra vai-se acunhando. Estes factores
produzem acunhamento vertebral localizado sobretudo nas vrtebras pices da
curvatura de uma escoliose.
- Rotao vertebral: Na escoliose estruturada os corpos vertebrais rodam e, portanto,
tambm as apfises correspondentes a essa vrtebra. Considere-se a grelha costal
da zona da convexidade da curva e o que ocorre quando a pessoa faz uma flexo do
tronco para a frente. Aparece uma proeminncia na zona de convexidade da curva
devida rotao vertebral. Na escoliose estruturada, na vrtebra produz-se uma
rotao do corpo vertebral no sentido da convexidade da curva e da apfise
espinhosa no sentido da concavidade. Este tipo de rotao produz uma proeminncia
na zona da convexidade da curva, originada pelas costelas que acompanham o
movimento de rotao das vrtebras. Portanto, a proeminncia costal, numa
escoliose estruturada, aparece na zona da convexidade da curva, caracterstica muito
importante na hora de programar os exerccios de correco.
Dentro das escolioses estruturais considera-se a idioptica pois a mais frequente (7080% dos caso) e por isso aquela que surge na prtica clnica com maior frequncia.
Dependendo da idade em que surgem com maior frequncia as EI podem dividir-se em trs
grupos (pelos surtos de crescimento rpido do esqueleto): infantil (antes dos 3 anos), juvenil
(entre os 3 anos e o incio da puberdade) e adolescente (surge durante ou logo aps o incio da
puberdade incio 10 ou 11 anos).[18,20]
De acordo com a angulao da curva, pode classificar-se em quatro graus:[4,5,18]
- grau I: angulao inferior a 20;
- grau II: angulao entre 20 e 30;
- grau III: angulao entre 31 e 50;
- grau IV: angulao superior a 51.
21
anormalidades
bioqumicas,
anormalidades
msculo-esquelticas
vestibulares.
Como
se
podem
reconciliar
estas
diferentes
teorias?
Provavelmente, no apenas uma doena, mas uma via final comum a um nmero de
desordens. A gentica parece apresentar um papel importante, uma vez que existe ocorrncia
familiar e a escoliose frequentemente vista na desordem de um nico gene dos tecidos
conjuntivos (tais como a sndrome de Marfan, a sndrome de Ehlers-Danlos e osteognese
imperfeita); provavelmente alteraes das fibras de colagnio; comparao dos discos de
escoliticos e normais mostrou diferenas na composio de proteoglicanos dos monmeros
22
[4,5,11,12,14,15,20]
razo, as crianas de mulheres com escoliose devem ser examinadas repetidamente durante
os seus anos da pr-adolescncia e da adolescncia. A EI do tipo adolescente mais comum
no sexo feminino, enquanto o tipo infantil mais comum no sexo masculino.[4,5,8-17]
O exame objectivo comea pela observao do doente e pela maneira como ele caminha.
De seguida, inspeco na posio ortosttica, existe uma assimetria do tronco, da altura dos
ombros (um ombro mais alto do lado da convexidade e uma anca mais proeminente do lado da
concavidade), dos flancos e das glndulas mamrias (nos pacientes do sexo feminino).
inspeco da face posterior da coluna necessrio despistar a assimetria das massas
musculares paravertebrais (mais proeminente do lado da convexidade), alteraes da
pigmentao da pele, depresso da pele ou tufos pilosos e verificar a esquadria da bacia na
posio de p por meio da altura das cristas ilacas e das espinhas ilacas postero-superiores.
No teste de flexo anterior do tronco torna-se evidente a bossa na face posterior do hemitrax
mais saliente, devido ao agravamento da rotao dos corpos vertebrais com a flexo anterior
(Teste de Adams), caracterstica patognomnica das escolioses estruturais. Em qualquer tipo
de escoliose, o exame objectivo s est terminado quando complementado pelo exame
neurolgico para efectuar o diagnstico diferencial. A proeminncia de um ombro de um
hemitrax muitas vezes a razo pela qual se detecta o desvio da coluna. Na adolescncia,
perodo em que se detectam a maioria das EI, so raras as queixas dolorosas ou de cansao
muscular localizado na coluna. Estas queixas podem surgir em idades mais avanadas com
quadro clnico de dorsolombalgias por vezes com radiculopatias ou, nos casos mais graves,
mesmo com zonas de presso entre o rebordo das costelas e a crista ilaca, que podem
provocar escaras. No grupo etrio mais idoso, podem surgir alteraes degenerativas graves
das facetas articulares e discos intervertebrais que so a origem do quadro doloroso. Nas EI do
adolescente, o tipo de curvatura mais frequente a torcica direita que ocorre
predominantemente em doentes do sexo feminino, entre os 10 e os 15 anos e tem tendncia a
progredir at ao final do crescimento. [4,5,8-18]
Os exames mais importantes para o diagnstico desta situao so os radiogrficos.
Numa radiografia anteroposterior normal encontramos componentes tais como o corpo
vertebral, as apfises espinhosas e transversas e os pednculos vertebrais. Para determinar,
numa radiografia, o grau de rotao da coluna vertebral, necessrio observar a simetria dos
pednculos vertebrais com respeito ao eixo central, que corresponde, em situaes de
equilbrio, com a apfise espinhosa da vrtebra. Deve-se ter em conta uma anlise simples mas
metdica e com revises peridicas, sobretudo, quando so detectadas algumas alteraes
24
25
[4,5,8-18,20,21,24,25]
26
escoliose congnita, a cirurgia ser ento indicada. A cirurgia , tambm, indicada em curvas
superiores a 40. [4,5,8-17]
As tcnicas cirrgicas apresentam dois objectivos: impedir agravamentos futuros e corrigir
a deformidade. O primeiro objectivo obtido pela fuso ssea (desenvolvida nos anos 40-50,
sendo, ainda, a mais praticada, actualmente) do segmento afectado, transformando as
vrtebras envolvidas na deformidade num bloco sseo indeformvel. Na dcada seguinte,
apareceu o primeiro sistema instrumental posterior capaz de imprimir correces em quase
todos os tipos de escoliose estrutural. Conforme as caractersticas e gravidade da deformidade,
a cirurgia correctiva das escolioses efectuada por via posterior ou por via anterior, por vezes
associando as duas abordagens. A abordagem e instrumentao posterior consiste na
abordagem dorsal do segmento vertebral afectado, na aplicao de implantes constitudos por
varetas longitudinais (varetas de Harrington), com capacidade de corrigir parcialmente o grau da
curvatura final por distraco. As tcnicas por via anterior (surgiram a partir dos anos 70) e so
baseadas na exciso dos discos intervertebrais com osteossntese e artrodese intersomtica
(instrumentao de Dwyer e de Zielke).[4,5,12]
27
[18,22,36,40-47]
30
[40]
[19,37,40,52].
Negrini et al
existe evidncia sobre a eficcia da terapia manual e Negrini et al (2005) referem que a
mobilizao manual e a manipulao so de evitar.[18,41]
No que concerne interveno baseada em exerccios existem concluses contraditrias.
Lenssinck et al, 2005 referem que a efectividade dos exerccios no est bem esclarecida uma
vez
que
os
estudos
analisados
apresentam
fraca
qualidade
metodolgica
so
31
heterogneos[19]. Por sua vez, Negrini et al (2008) apontam que a evidncia para tratamento de
adolescentes com EI de nvel 1.[41]
Negrini et al, 2005, argumentam que o programa de exerccios especfico til na
preveno da progresso da deformidade e visa melhorar o controlo neuromuscular e postural
da coluna, equilbrio e propriocepo e fortalecer o tnus muscular torcico. Acrescentam,
ainda, que deve ser realizado regularmente, de forma individual ou em grupo.[18]
Num estudo comparativo entre a Fisioterapia usual e a abordagem cientfica dos
exerccios para escolioses concluiu-se que no existiam diferenas estatisticamente
significativas entre elas, embora o ngulo Cobb e o ngulo Bunnell melhoraram no grupo da
abordagem cientfica dos exerccios para escolioses.[48]
Negrini et al (2008) apontam que Abordagem cientfica dos exerccios para escoliose
diminui a necessidade de coletes correctivos, melhora os parmetros da escoliose (ngulo
Cobb e ngulo Bunnell), normaliza o equilbrio e a coordenao e activa a auto-correco dos
exerccios para diminuir a curvatura.[41]
O estudo sobre a terapia funcional individual para escoliose ocorreu diminuio da
rotao do tronco na curva primria e aumento das capacidades para correco da postura
activa.[44]
A reabilitao intensiva para escoliose apresenta princpios sensoriomotores e
cinestsicos, individualizada, combina padres comportamentais correctivos com mtodos de
Fisioterapia, facilita a correco da postura assimtrica e ensina os pacientes a corrigir a
postura nas AVDs. O programa de exerccios fisiolgico consiste em exerccios de mobilidade
simtrica, exerccios assimtricos e postura nas AVDs fisolgica. Um estudo sobre estas
abordagens concluiu que a combinao destas duas intervenes contribui para a diminuio
significativa do desvio lateral e da rotao.[38]
Weiss e Goodall, 2008 relatam que Fisioterapia pode alterar sinais e sintomas de
escoliose se for efectuada 6 horas por dia e 4-6 perodos por semana.[21]
Relativamente aos exerccios de estabilidade lombar (estabilidade do core), na populao
saudvel, verificou-se que os exerccios da ponte contribuem para fortalecer os msculos do
tronco e controlar a posio e o movimento da coluna e que os exerccios em superfcies
instveis (tais como, a bola teraputica) so mais eficazes, uma vez que alteram tanto o nvel
32
33
[1,18]
coluna
toraco-lombar
das
articulaes
sacro-ilacas.
cifose
nas
36
est
intimamente
relacionado
com
as
caractersticas
biomecnicas
aspectos da mecnica da coluna podendo causar leses nos tecidos adjacentes. A flexo, alm
do fisiolgico, da coluna lombar, comparada com a postura normal resulta em: reduo de fora
dos msculos extensores; aumento do risco de leses nos ligamentos e herniao posterior do
disco; e diminuio da tolerncia de esforos fsicos como o transporte de peso. [1,2,18]
O procedimento mais comum para a mensurao da lordose o mtodo de Cobb. H
vrios parmetros diferentes para mensurar o ngulo da lordose. Alguns autores, embasados
no mtodo de Cobb, traaram uma linha perpendicular a D12 e outra perpendicular a S1 e na
interseco dessas linhas obtm-se o ngulo de Cobb (Propst-Proctor e Bleck, 1983; Voutsinas
e Macewen, 1986; Bernhardt e Bridwell, 1989; Gelb et al, 1995; Vedantam e tal, 1998). [1]
No h padro para a forma exacta da coluna lombar em repouso, variando de indivduo
para indivduo, dificultando assim a definio do que pode ser chamado de curvatura lombar
normal (Bogduk, 1997; Vialle et al, 2005). Bradford et al (1994), utilizando a vrtebra L1 e o
sacro, encontrou um intervalo de 33 a 79 para ngulos normais da lordose lombar, e de 18 a
69 quando utilizado o intervalo, L1 a L5, para a mensurao. J Propst-Proctor e Bleck (1983)
fixam os valores entre 22 e 54 e Bernhardt e Bridwell (1989) colocam entre 14 e 69, com
mdia em 44, para os ngulos normais. Leroux et al (2000) encontraram 52 de curvatura
normal lombar. Por fim, Vialle et al (2005), utilizando radiografias digitalizadas, encontraram 60
de curvatura. Como se constatou, h uma discrepncia de valores na mensurao da lordose.
Fernand e Fox (1985), Jackson e McManus (1994) e Harrison et al (2001), justificam referindo
que h uma carncia de estudos que avaliam o ngulo normal da curvatura lombar e que
apesar de muitos usarem o mtodo de Cobb, no h definio e consenso nos parmetros
utilizados para mensurar o ngulo.[1]
A hiperlordose lombar pode interferir no estado emocional do indivduo, alm de resultar
em distrbios dermato-funcionais, devido diminuio do retorno venoso e linftico; e flacidez
muscular e da pele, ocasionados pela hipotonia muscular. Sendo assim, alguns distrbios
estticos associam-se a problemas posturais. Porm, h uma carncia de protocolos de
avaliao e de programas de tratamento apropriados. [57]
39
40
3. Metodologia
3.1. Identificao das necessidades
A boa postura o estado de equilbrio muscular e esqueltico que protege as estruturas
de suporte do corpo contra leso ou deformidade progressiva, independentemente da atitude
(erecta, deitada, agachada, curvada) nas quais essas estruturas esto a trabalhar ou em
repouso. Sob tais condies, os msculos funcionam mais eficientemente e posies ideais so
proporcionadas para os rgos torcicos e abdominais. A m postura uma relao defeituosa
entre vrias partes do corpo, que produz uma maior tenso sobre as estruturas de suporte e
onde ocorre um equilbrio menos eficiente do corpo sobre a sua base de suporte.
As alteraes posturais em crianas e adolescentes afectam a anatomia, a mobilidade e a
simetria do tronco e, consequentemente, podem modificar a locomoo humana e conduzir a
dfices perceptuais, na adaptao sensoriomotora, na aprendizagem e no controlo do
equilbrio.[24,26-28,30,-32]
De entre os distrbios ortopdicos, as alteraes posturais da coluna so as mais
incidentes. Este facto preocupante, pois na infncia e na adolescncia o sistema musculoesqueltico ainda se est a desenvolver, o que torna o corpo mais susceptvel a deformaes.
A incidncia das alteraes posturais nas crianas bastante significativa devido s
situaes vulnerveis em que permanecem nas escolas, em posturas inadequadas, actividades
assimtricas repetidas e a grande quantidade de peso de material que as crianas levam para a
escola. As posturas das meninas de 11 a 12 anos e dos meninos de 13 a 15 anos (fase do
estiro de crescimento) sofrem transformaes em busca de equilbrio para as novas
propores do seu corpo e os seus hbitos de postura, bons ou maus, tero reflexo no futuro. A
partir do momento que os pais e professores ficam cientes dos bons hbitos posturais e so
capazes de identificar influncias e hbitos que tendem ao desenvolvimento da boa e da m
postura, eles podem contribuir para o bem-estar da criana em crescimento e prevenir o mau
alinhamento postural. [2]
A Fisioterapia consiste numa possvel forma de tratamento das crianas e adolescentes
com alteraes posturais, quer atravs de terapia manual, quer atravs de exerccios. Os
41
[4,5,51]
constata-se que estes pacientes exibem melhorias a nvel dos sinais e sintomas e em termos
funcionais, o que se repercute nos padres motores, no esquema e conscincia corporal, na
postura, no controlo e estabilidade postural e no equilbrio.
De uma forma geral, os Fisioterapeutas recomendam a interveno da Fisioterapia e
apontam os mesmos objectivos no tratamento das alteraes posturais em crianas e
adolescentes, nomeadamente: manter a funo e prevenir sintomas, diminuir ou estabilizar o
grau da curvatura, a dor e a disfuno pulmonar atravs de auto-correco, treino de AVDs,
estabilizao da postura correcta e educao do paciente.[18,52]
A interveno da Fisioterapia apresenta diferentes abordagens de tratamento,
nomeadamente terapia manual (massagem; mobilizao, manipulao e traco; estimulao
elctrica e ultrassom) e programas de exerccios, os quais apresentam inmeros artigos
publicados. Contudo, de salientar que as diferentes metodologias de estudo, a subjectividade
dos instrumentos de avaliao e a diversidade de abordagens de terapia manual e de
programas de exerccios limitam e enviesam as concluses.[18,38,41,44,48,51]
Aps o que foi exposto, pode concluir-se que a interveno da Fisioterapia em crianas e
adolescentes com alteraes da curvatura da coluna vertebral necessita de mais estudos,
sobretudo que visem a uniformizao das prticas, por exemplo: definir qual o programa de
exerccios mais eficaz e apresent-lo no artigo (no apenas mencionar) e apresentar as
caractersticas do mesmo, em termos de repeties, sries, tempo de repouso e frequncia
semanal.
Num momento fulcral de necessidade de afirmao profissional e prtica baseada na
evidncia, surge este projecto que visa estudar, objectivamente, a influncia da Fisioterapia, a
nvel neuromuscular (msculo-esqueltico e postural atravs da distribuio das presses
plantares) em crianas com alteraes da curvatura da coluna vertebral.
Tendo em conta estas necessidades normativas, justificou-se a necessidade de
implementao deste projecto.
42
3.2. Finalidades
Contribuir para a prtica baseada na evidncia.
Verificar o benefcio da interveno da Fisioterapia nas alteraes da curvatura da
coluna verebral, a nvel neuromuscular.
Contribuir para a promoo da sade, preveno e manuteno ou melhoria das
alteraes da curvatura da coluna vertebral.
Introduzir a prtica da Fisioerapia, em contexto escolar.
43
3.5. Objectivos
3.5.1. Objectivos gerais
Verificar se a interveno da Fisioterapia benfica na melhoria das alteraes da
curvatura vertebral, a nvel msculo-esqueltico.
Verificar se a interveno da Fisioterapia benfica na melhoria das alteraes da
curvatura vertebral, a nvel do controlo postural.
45
Critrios de Incluso:
Alteraes da curvatura da coluna vertebral (escoliose s considerado o teste de
Adams; cifose; hiperlordose; lordose rectificada), identificadas aps a realizao
de um rastreio (Apndice II).
Ambos os sexos.
Faixa etria 11-13 anos.
Critrios de Excluso:
Presena de outras doenas ou leses (msculo-esquelticas, respiratrias,
circulatrias, neurolgicas, cognitivas, psicolgicas).
Frequentar tratamentos de Fisioterapia.
Definio dos grupos do estudo:
O projecto apresentou apenas um grupo de estudo - grupo experimental.
3.9. Procedimento
3.9.1. Etapas de implementao do projecto
O estudo compreendeu as seguintes etapas de implementao:
I Reunio com os directores do Agrupamento-Escola: explicar o projecto e definir os
timings de cada uma das etapas de implementao. O contacto com os Encarregados
de Educao e a obteno das autorizaes (consentimento informado) foi efectuado
pelos directores do Agrupamento-Escola e pela Professora de Educao Fsica,
Mestre Cristina Escada. (Apndice III)
II Formao dos docentes e alunos do 3 ano da Escola Superior de Tecnologia da
Sade de Lisboa (ESTeSL) relativamente aplicao do protocolo de avaliao.
46
III Rastreio (Apndice II) dos alunos da escola, de forma a detectar as alteraes da
curvatura da coluna vertebral, ou seja, a constituir a amostra.
IV Aco de sensibilizao populao-alvo sobre postura, efectuada pela mestranda.
Tpicos abordados: o que a postura; quais as posturas a evitar; quais as mais
correctas; exerccios de relaxamento (alongamentos) da coluna que devem ser
efectuados vrias vezes ao dia.
V Formao da Professora de Educao Fsica, Mestre Cristina Escada, relativamente
implementao do programa de exerccios.
VI - Avaliao inicial (aplicao do protocolo de avaliao e estudo das presses)
(Apndice IV e V).
VII Implementao do programa de exerccios (3 sesses).
VIII Avaliao final (aplicao do protocolo de avaliao e estudo das pressses)
(Apndice IV e V).
47
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figuras 4 e 5
Figura 6
Na posio ortosttica, com as mos dadas atrs das costas, alongar os msculos
peitorais. Efectuar 10 repeties.
49
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
51
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
53
Figura 20
Figura 21
Figura 22
Figura 23
Figuras 24 e 25
Ainda na posio referida, efectuar abdominais, com as mos atrs da cabea. Efectuar
10 repeties.
Figuras 26 e 27
Figura 28
Em decbito dorsal, com todos os membros em extenso, flectir tronco e ancas, com os
joelhos em extenso, de modo a tocar com as mos nas canelas. Efectuar 10 repeties. A
posio de partida com joelhos e ancas a 90 de flexo, com os ps apoiados.
Figuras 29 e 30
Figura 31
56
Figura 32
Figura 33
Figuras 34 e 35
Em decbito lateral, com os joelhos flectidos, efectuar abduo e aduo horizontal dos
ombros em simultneo com a rotao da coluna cervical. Efectuar 10 repeties.
57
Figura 36
Figura 37
Em decbito lateral, com a cabea e o ombro na posio anterior, com o joelho inferior
flectido e com o membro inferior superior em extenso, efectuar abduo da anca. Efectuar 10
repeties.
Figura 38
58
Figura 39
Figuras 40, 41 e 42
59
Figura 43
Figura 46
60
Figura 47
Figura 48
Na posio de gatas, alongar a coluna vertebral (rabo aos calcanhares). Manter durante
cerca de 1 minuto.
3.11. Recursos
Recursos Espaciais:
Ginsio para realizao do rastreio e implementao do programa.
Sala para realizao da avaliao.
Recursos Humanos:
Fisioterapeutas: docentes (Doutora Lusa Pedro) e alunos do 3 ano do curso de
Fisioterapia da ESTeSL (Ins Fraga, Ins Mexia, Ins Pinto, Maria Conceio Barbosa
e Mnica Abreu), que apresentaram uma formao do rastreio pela mestranda.
Professora de Educao Fsica, Mestre Cristina Escada, para a implementao do
programa de exerccios, aps formao pela mestranda.
62
3.12. Cronograma
Actividades
4 meses
3 meses
3 meses
Fase de Planeamento
Pesquisa Bibliogrfica
Definir / planear o projecto (pr-projecto)
Contacto com instituies para viabilizar o pr-projecto
Apresentao do Pr-projecto Escola Bsica 2,3 dos
Olivais
Formao relativamente ao rastreio e programa de
exerccios
Fase de Implementao
63
Consentimento informado
Rastreio (antes da avaliao inicial)
Aco de sensibilizao sobre postura
Avaliao Inicial
Implementao do programa
Avaliao Final
Fase de Tratamento e Anlise dos Dados
Elaborao do relatrio de projecto
Apresentar resultados publicamente
Tabela 1 - Cronograma
64
Percentagem de alunos
com alterao
Suspeita de Escoliose
Avaliao Posterior da Cabea
7,9%
52,6%
28,9%
18,4%
15,8%
13,2%
Hemicorpos
Observao Posterior do Teste de Adams - Ancas
Observao Anterior do Teste de Adams Simetria dos
7,9%
36,8%
65
Hemicorpos
Suspeita de outras alteraes da curvatura da coluna vertebral
Hipercifose
36,8%
Hiperlordose
23,7%
Lordose Rectificada
10,5%
Desta forma, atravs dos dados recolhidos e apresentados, suspeita-se das seguintes
alteraes da curvatura da coluna vertebral, as quais sero includas no estudo (Tabela 3):
Suspeita de Escoliose
36,8%
(14 alunos: 6 do sexo feminino e 8 do sexo masculino)
52,6%
(hipercifose,
hiperlordose
lordose rectificada)
Incluso no estudo
71,1%
(27 alunos: 12 do sexo feminino e 15 do sexo masculino)
4.2. Amostra
O projecto iniciou com uma amostra de 27 alunos, 12 do sexo feminino e 15 do sexo
masculino, sendo possvel um estudo experimental, do tipo ensaio clnico controlado (com
grupo de controlo). Pelo que se expe de seguida (reduo da amostra para 7 elementos) no
foi possvel concretizar o projecto inicial.
Apenas se obtiveram 19 respostas de consentimento informado, das quais 18
autorizavam o estudo. Acresce ainda, a presena de apenas 10 alunos na avaliao inicial e 7
alunos na avaliao final. Deste modo, a amostra final consistiu em 7 alunos: 6 do sexo
feminino e 1 do sexo masculino; 4 do 6A e 3 do 6B; range de idades de 11-12 anos.
66
67
Avaliao Inicial
avaliada
Cabea
aluno
apresentava
Avaliao Final
Resultado
Sem alteraes
Melhorou
3 com alteraes
com
alteraes:
Melhorou
mantiveram-se os casos
de ombro esquerdo mais
elevado e corrigiu-se o
direito mais elevado
Omoplatas
aluno
apresentava
alteraes
(omoplata
esquerda
Manteve-se
Sem alteraes
alada,
proeminente e alada)
Coluna
6 indivduos apresentavam
indivduos
com
frequente a hiperlordose
apresentavam
hiperlordose.
Melhorou
Corrigiu-se
Sem alteraes
Melhorou
68
braos
(assimetria
tronco
Sem alteraes
Melhorou
esquerdo
mais afastado)
Tabela 4 Resumo da anlise da postura
Avaliao Inicial
Avaliao Final
Resultado
-14,86
-11,54
Melhorou
-17,07
-13,21
Melhorou
0,14
1,14
Melhorou
-3,93
-1,64
Melhorou
-9,71
-8,57
Melhorou
direito
Membro inferior
esquerdo
Membro superior
direito
Membro superior
esquerdo
3 dedo ao solo
Teste de Flexibilidade
Ranks
(Estatstica de
teste)
Valor_p
Baseado nos
ranks negativos
Membro inferior direito
P=5
-2,023
0,043/2=0,0215**
-2,207
0,027/2=0,0135**
-1,511
0,131/2=0,0655
-2,201
0,028/2=0,014**
-0,962
0,336/2=0,168
I=2
N=0
Membro inferior esquerdo
P=6
I=1
N=0
P=4
I=2
N=1
P=6
I=0
N=1
3dedo ao solo
P=3
I=2
N=2
Dos resultados apresentados, verifica-se que apenas a melhoria que ocorreu nos testes
de flexibilidade - membro inferior direito (z=-2,023, p=0,0215), membro inferior esquerdo (z=2,207, p=0,0135) e membro superior esquerdo (z=-2,201, p=0,014) - foi significativa a um nvel
de significncia de 5%.
Resultado
Presso esquerda
50,86
51,71
Aumentou
Presso direita
48,71
47,86
Diminuiu
Presso anterior
39,14
38,86
Diminuiu
Presso posterior
60,43
60,71
Aumentou
Quadrante 1
20,00
20,57
Aumentou
Quadrante 2
19,14
18,29
Diminuiu
Quadrante 3
30,86
31,14
Aumentou
Quadrante 4
29,57
29,57
Manteve
Avaliao da presso
Ranks
(Estatstica de
teste)
Valor_p
P=4
-0,948
0,343
-0,962
0,336
-0,135
0,893
-0,105
0,917
-0,422
0,673
-0,423
0,672
I=0
N=3
Bipodal Presso direita
P=1
I=2
N=4
P=3
I=2
N=2
Bipodal Presso
posterior
P=2
I=1
N=4
Bipodal Quadrante 1
P=4
I=1
N=2
Bipodal Quadrante 2
P=3
I=0
N=4
72
Bipodal Quadrante 3
P=2
-0,106
0,915
-0,314
0,753
I=1
N=4
Bipodal Quadrante 4
P=3
I=1
N=3
Tabela 8 Resumo da aplicao do teste de Wilcoxon para a avaliao postural em apoio bipodal
P Final > Inicial
I Final = Inicial
N Final < Inicial
* Diferenas significativas ao nvel de significncia de 1%
** Diferenas significativas ao nvel de significncia de 5%
Resultado
Presso interna
47,86
47,71
Diminuiu
Presso externa
51,86
52,29
Aumentou
Presso anterior
49,71
46,57
Diminuiu
Presso posterior
50,00
53,43
Aumentou
73
Quadrante 1
23,29
18,86
Diminuiu
Quadrante 2
26,43
27,71
Aumentou
Quadrante 3
24,57
28,57
Aumentou
Quadrante 4
25,43
24,57
Diminuiu
Ranks
(Estatstica de teste)
Valor_p
P=3
-0,170n
0,865
-0,000n
1,000
-2,032n
0,042**
-2,023n
0,043**
I=0
N=4
Unilateral direita Presso
externa
P=4
I=0
N=3
P=0
I=2
N=5
P=5
I=2
N=0
74
Unilateral direita
Quadrante 1
P=2
-1,016n
0,310
-0,677n
0,498
-0,813n
0,416
-0,210n
0,833
I=0
N=5
Unilateral direita
Quadrante 2
P=4
I=0
N=3
Unilateral direita
Quadrante 3
P=3
I=2
N=2
Unilateral direita
Quadrante 4
P=3
I=1
N=3
Tabela 10 Resumo da aplicao do teste de Wilcoxon para a avaliao postural em apoio unipodal direito
P Final > Inicial
I Final = Inicial
N Final < Inicial
* Diferenas significativas ao nvel de significncia de 1%
** Diferenas significativas ao nvel de significncia de 5%
75
Avaliao da presso
unilateral esquerda (%)
Resultado
Presso externa
47,00
50,29
Aumentou
Presso interna
53,43
49,57
Diminuiu
Presso anterior
46,43
47,71
Aumentou
Presso posterior
54,00
52,14
Diminuiu
Quadrante 1
25,29
25,43
Aumentou
Quadrante 2
21,14
22,29
Aumentou
Quadrante 3
21,71
24,86
Aumentou
Quadrante 4
32,29
27,29
Diminuiu
Avaliao da presso
Ranks
(Estatstica de
teste)
Valor_p
P=5
-1,265n
0,206
-2,043n
0,041**
I=1
N=1
Unilateral esquerda
P=1
76
Presso interna
I=0
N=6
Unilateral esquerda
Presso anterior
P=4
-1,018
0,309
-1,160n
0,246
-0,085n
0,932
-1,160n
0,246
-1,192n
0,233
-2,120n
0,034**
I=0
N=3
Unilateral esquerda
Presso posterior
P=2
I=1
N=4
Unilateral esquerda
Quadrante 1
P=4
I=0
N=3
Unilateral esquerda
Quadrante 2
P=5
I=1
N=1
Unilateral esquerda
Quadrante 3
P=4
I=0
N=3
Unilateral esquerda
Quadrante 4
P=1
I=0
N=6
Tabela 12 Resumo da aplicao do teste de Wilcoxon para a avaliao postural em apoio unipodal esquerdo
P Final > Inicial
I Final = Inicial
N Final < Inicial
* Diferenas significativas ao nvel de significncia de 1%
** Diferenas significativas ao nvel de significncia de 5%
77
78
79
80
81
6. Concluso
Este estudo pretendeu ser um pr-teste de um projecto futuro, com caractersticas
metodolgicas mais rigorosas: estudo experimental, do tipo ensaio clnico controlado; amostra
maior; tempo de durao da implementao superior; e mais instrumentos de avaliao
objectivos (nomeadamente, a radiologia, a electromiografia e a avaliao do controlo postural
atravs da plataforma de foras).
Do rastreio se pode concluir que a percentagem de alunos com alteraes da curvatura
da coluna vertebral preocupante 71,1% (36,8% com suspeita de escoliose e 52,6% com
alteraes da curvatura da coluna vertebral no plano sagital) -, justificando um projecto desta
natureza.
Relativamente, implementao do programa de exerccios, pode concluir-se que este
parece benfico na melhoria das alteraes da curvatura da coluna vertebral, a nvel msculoesqueltico (amplitudes articulares e flexibilidade e alinhamento corporal e da curvatura da
coluna vertebral e a nvel do controlo postural/distribuio das presses plantares). Contudo,
apenas alguns parmetros avaliados foram estatisticamente significativos a um nvel de
significncia de 5%, nomeadamente: nos testes de flexibilidade - membro inferior direito,
membro inferior esquerdo e membro superior esquerdo; na avaliao das presses plantares,
para a presso anterior e presso posterior na avaliao da presso em apoio unilateral direito
e para a presso interna e quadrante 4 na avaliao da presso em apoio unilateral esquerdo.
A pertinncia de mais estudos consiste na obteno de concluses significativas que
permitam basear a prtica na evidncia, contribuindo, assim, para o processo de afirmao
profissional da Fisioterapia e aumentar o campo de actuao dos Fisioterapeutas, os quais
teriam um papel fundamental no meio escolar, tanto na preveno, como no tratamento de
leses.
82
83
8. Referncias bibliogrficas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Pountney T (Ed.). Fisioterapia Peditrica. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda; 2008.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
Lenssinck M-L B et al. Effect of Bracing and Other Conservative Interventions in the
Treatment of Idiopathic Scoliosis in Adolescents: A systematic Review of Clinical Trials.
Physical Therapy. 2005 December; 85 (12): 1329-1338.
20.
21.
Weiss H-R, Goodall D. The treatment of adolescent idiopathic scoliosis (AIS) according to
present evidence. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine. 2008; 44:
177-193.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
Mahaudens
et
al.
Gait
in
adolescent
idiopathic
scoliosis:
kinematics
and
30.
Bruyneel A-V et al. Lateral steps reveal adaptative biomechaminal strategies in adolescent
idiopathic scoliosis. Annales de radaptation et de mdecine physique. 2008; 51: 630-641.
31.
32.
Bruyneel A-V et al. Dynamical asymmetries in idiopathic scoliosis during forward and
lateral initiation step. Eur Spine J. 2009; 18: 188-195.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
86
39.
Hasler C et al. No effect of osteopathic treatment on trunk morphology and spine flexibility
in young women with adolescent idiopathic scoliosis. J Child Orthop. 2010; 4: 219-226.
40.
Negrini S et al. Exercises reduce the progression rate of adolescent idiopathic scoliosis:
Results of a comprehensive systematic review of the literature. Disability and
Rehabilitation. 2008; 30(10): 772-785.
41.
42.
Akuthota V, Nadler S F. Core Strengthening. Arch Phys Med Rehabil. 2004 March. 85
(Suppl I): S86-S91.
43.
Behm D G et al. The use of instability to train the core musculature. Appl. Physiol. Nutr.
Metab. 2010; 35: 91-108.
44.
45.
Stevens V K et al. Trunk muscle activity in health subjects during bridging stabilization
exercises. BMC Musculoskeletal Disorders. 2006; 7: 75.
46.
47.
48.
49.
Imai A et al. Trunk Muscle Activity During Lumbar Stabilization Exercises on Both a Stable
and Unstable Surface. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy. 2010 June; 40
(6): 369-374.
87
50.
Sherry M, Best T, Heiderscheit B. The Core: Where We and Where Are We Going?. Clin J
Sport Med. 2005 January; 15 (1):1-2.
51.
Weiss H-R. Spinal deformities rehabiliattion state of the art review. Scoliosis. 2010; 5:28.
52.
Weiss H-R et al. Physical exercises in the treatment of idiopathic scoliosis at risk of brace
treatment SOSORT consensus paper 2005. Scoliosis. 2006; 1:6.
53.
Marshall P W, Murphy B A. Core Stability Exercises On and Off a Swiss Ball. Arch Phys
Med Rehabil. 2005 February; 86: 242-248.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.
61.
62.
Understanding
Clinical
Trials.
[Internet].
[cited
2011
Mar
2].
Available
from
http://clinicaltrials.gov/ct2/info/understand.
88
APNDICES
89
APNDICE I
90
91
crenas, acerca da forma como as pessoas que so importantes para ns, esperam que nos
comportemos.[2,4]
Neste sentido, torna-se importante entender as atitudes, uma vez que, sendo elas a
influenciar a maneira como processada a informao sobre o mundo, tm, igualmente, um
papel de relevo no comportamento e, consequentemente, na postura.[2,4]
Rothwell (1994) afirmou que o conceito de postura muito abrangente, podendo por isso,
ser influenciado por diversos factores, distribudos por vrios grupos, de entre os quais se
podem destacar:[1]
- Os Psicolgicos e Sociais que incluem a auto-estima, a imagem corporal, a sade
mental, a experincia social, a satisfao, a educao, a aprendizagem dos hbitos
posturais, o estilo de vida, a motivao...
- Os Genticos e Hereditrios que abrangem o gnero, o tipo e caractersticas do
corpo, os defeitos congnitos, as variaes estruturais, as doenas e as
deformidades intrnsecas, a capacidade visual, a flexibilidade articular...
- Os Fisiolgicos que incluem a idade, o peso, a flexibilidade, a tenso muscular, a
dor, as doenas intrnsecas, o desenvolvimento sensrio-motor, o crescimento, a
maturidade sexual, os processos metablicos, a fadiga, a degenerescncia
tecidular, a funo endcrina de cada indivduo...
- Os Idiopticos abrangendo as paralisias (completas e incompletas), as
malformaes sseas...
- Os Ambientais que incluem a vida intra-uterina, as posies no sono, a nutrio
me-filho, as drogas (me), os traumas, as cirurgias, o stress fsico no usual, o
vesturio, a profisso, o exerccio fsico, os brinquedos, o clima, a aco da
gravidade... de entre outros.
Se se pode admitir que os genes tm capacidade para influir e regular alguns dos
comportamentos humanos, no deixa de ser menos verdade, que o Homem, no seu percurso,
vai adquirindo capacidades para poder reagir a uma multiplicidade de estmulos provenientes
do mundo exterior, uma vez que o desenvolvimento do ser humano fruto de uma interaco
permanente de mltiplas influncias biolgicas e ambientais. A este propsito, conclui-se, que
95
96
actividade muscular dinmica, possibilitando a passagem de uma postura para outra, num
encadeamento de posturas sucessivas, necessrias para que o ser humano se adapte de uma
posio para outra.[13]
De um modo geral, o termo postura representa o posicionamento dos segmentos
corporais, uns em relao aos outros, e a orientao desses segmentos no espao. Este
posicionamento est directamente relacionado com o controle da posio do centro de massa
(CM) do corpo e a sua relao com os limites da base de suporte ou de sustentao, com a
estabilizao do corpo durante a realizao dos movimentos voluntrios, e com a orientao
especfica dos vrios segmentos entre si e em relao ao ambiente.[2,4]
O CM corresponde ao ponto que est no centro da massa corporal total, sendo o seu
valor resultante da mdia do peso do centro de massa de cada segmento do corpo. O CM
projecta-se na vertical, em direco ao solo, tomando a designao de centro de gravidade
(CG). Na realidade, a estabilidade consiste no controlo do CG relativamente base de suporte
ou de sustentao. Desta forma, o equilbrio corporal alcanado, quando todas as foras que
agem sobre o corpo, tanto externas como internas, esto controladas e permitem que este
permanea em equilbrio esttico ou dinmico.[2,4]
O CG um ponto imaginrio no espao, calculado biomecanicamente a partir das
avaliaes dos momentos de foras, onde o somatrio total dessas foras igual a zero. Este
ponto constantemente rectificado durante o movimento, atravs das alteraes a nvel da
geometria corporal.[2,4]
A base de sustentao (BS) corresponde rea corporal que experimenta a presso
como resultado do peso corporal e da gravidade (na posio erecta corresponde aos ps). A
dimenso da BS vai afectar a capacidade de manter o equilbrio, enquanto a sua forma vai
alterar a distncia que o centro de gravidade pode percorrer em diferentes direces. O CG
pode sofrer oscilaes, tanto maiores quanto maior for a BS. No entanto, h um limite de
estabilidade, dentro do qual o corpo pode sofrer oscilaes, sem risco de queda ou alterao da
BS.[2,4]
Sob condies estticas, a distribuio do peso corporal tem de ser tal, que o centro de
gravidade, em relao ao solo, esteja localizado dentro da BS, sendo a mesma definida como a
rea abrangida pelos limites externos dos ps em contacto com o solo.[2,4]
97
- Tnus de Aco
O terceiro nvel de trabalho do msculo o que provoca ou o deslocamento dos
segmentos sseos, com vista a uma aco com movimento, ou a manuteno de
uma posio, no caso de uma aco sem movimento. Nesta situao, a parte activa
do movimento assegurada por um conjunto de msculos agonistas.
Este tipo de trabalho muscular pode alcanar um alto nvel de intensidade, o qual
no pode ser mantido durante muito tempo, uma vez que o msculo em contraco
intensa prolongada, rapidamente entra em fadiga, por esgotar as suas reservas
energticas.
Em termos de funcionalidade, o tnus de aco assegura a transio do esquema
de atitude ao esquema de aco, acompanhando todas as variaes deste,
garantindo as condies de apoio necessrias prossecuo dos actos motores.
De igual modo, mas ao nvel de cada msculo, a sua adaptao funcional tnica
estabelece-se tambm em trs nveis:[2,4]
Num primeiro patamar, a adaptao funcional do msculo efectuada na
forma de reflexo miottico ou de estiramento, para a auto-manuteno da
tenso.
Num segundo nvel, existe a modulao da actividade reflexa anterior,
realizada pelo cerebelo e tronco cerebral, a fim de responder s
necessidades de manuteno da postura, do equilbrio e de certos
movimentos geneticamente determinados, como, por exemplo, a locomoo.
Num terceiro patamar j mais elevado constata-se a interferncia cortical
na adaptao funcional muscular, que reflecte a livre vontade do sujeito e os
automatismos j adquiridos.
Em termos gerais, pode afirmar-se, que a tonicidade est subjacente a toda a actividade
postural e de equilbrio, que tem, como fim ltimo, a aquisio de um equilbrio geral e a sua
adaptao situao envolvente, de acordo com as informaes sensoriais.[2,4]
Por outro lado, a actividade tnica est intimamente ligada actividade motora, cuja
101
As
contraces
musculares
desencadeiam
uma
srie
de
movimentos
compensatrios que corrigem a posio relativa dos segmentos, e isto tanto no equilbrio
esttico como no equilbrio dinmico.[4,14]
Porm, o equilbrio, na sua concepo geral, mais do que um fenmeno mecnico
relacionado com posies ou formas fsicas, constituindo um processo em contnuo
ajustamento, dependente de aferncias inerentes ao prprio corpo e ao espao onde se
relaciona numa situao particular, pois no perspectiva apenas aspectos anatmicos e
mecnicos, nem se circunscreve unicamente ao alinhamento vertical do centro de gravidade, da
102
cabea, do tronco e dos membros. ...Ele resultante de uma infinidade de reflexos sensriomotores integrados nas diversas partes do sistema nervoso, mediante uma regulao
automtica extremamente complexa".[2,3,4]
Enquanto o estado de equilbrio um conceito fsico, ou simplesmente espacial, a
equilibrao uma funo psicomotora regulada por um sistema neurofisiolgico complexo,
sendo uma funo determinante da organizao psicomotora e, como tal, o alicerce de todas as
aces coordenadas e intencionais, ao envolver uma multiplicidade de ajustamentos posturais
antigravticos, e a condio indispensvel proficiente concretizao da actividade prxica.[2,3,4]
Se os indivduos, mesmo na ausncia de qualquer deslocamento aparente, esto
permanentemente em actividade, devemos admitir que a noo de equilbrio existe tanto na
actividade tnico-postural como no movimento.[2,4]
O homem quando se desloca necessita igualmente de uma actividade de equilibrao,
que fornecida atravs do reconhecimento que faz do meio que o envolve e, igualmente, da
prpria progresso nesse meio. por intermdio da integrao da informao, fornecida pelos
sistemas somato-sensorial, vestibular e visual, que o homem faz esse reconhecimento, no
esquecendo, contudo, o suporte vegetativo, materializado nas mais variadas funes como a
respiratria, cardaca, gastrointestinal, renal, hormonal...[2,4]
Pode dizer-se, que a execuo eficiente de uma dada tarefa motora, para alm de
requerer a concomitante activao de um determinado conjunto postural, necessita de certa
adaptao dos prprios mecanismos posturais que se encontram relacionados com o
equilbrio.[4]
Assim a actividade tnico-postural de um indivduo deve ser considerada como um
suporte primrio para a explorao do espao circundante, em termos de anlise perceptual e
aco motora. Para esta explorao, o sistema nervoso tem de possuir uma imagem exacta da
posio dos segmentos corporais em relao uns aos outros e em relao ao espao. A
imagem postural interna, ou esquema postural corporal, fornece esta informao e
monitorizado por aferncias multisensoriais.[2,4]
104
Desta forma, o ajustamento postural que controla tanto a posio como o CP, no decorrer
do movimento, aparentemente est organizado a dois nveis um, a nvel inferior, que tem
como funo ajustar o movimento de forma automtica, quando o mesmo se inicia por via das
estimulaes sensitivas, ou de origem central; e um outro, a um nvel superior, que controla os
circuitos inferiores e promove a adaptao da actividade postural em cada um dos
movimentos.[2,4]
105
das respostas musculares posturais, no idoso, em relao ao adulto jovem, quando se procura
induzir uma situao de desequilbrio e, sobretudo, quando as aferncias sensoriais esto
reduzidas, o que, por outro lado, vm demonstrar a no existncia, nestas idades, de grande
redundncia, no que concerne as mesmas informaes.[2,4,18,19,20,21]
Segundo Srgio (1995), a verificarem-se alteraes significativas, no que respeita ao
controlo postural, no dever ser somente a idade, a principal responsvel por uma maior
amplitude de oscilaes do corpo e, consequentemente, a poder levar s quedas, mas sim, a
existncia concomitante de quadros patolgicos, apesar de, por vezes, ser difcil a sua
deteco.[4]
Por muito simples que seja um gesto, ele transcende sempre a aco de um nico
msculo, implicando, no s, outros msculos com aco semelhante do principal, que
desenvolve essa aco motora (msculos agonistas), mas tambm os msculos cuja
disposio anatmica lhes concede uma aco articular exactamente oposta (msculos
antagonistas). Quando se pensa na execuo de um movimento coordenado, atenta-se
geralmente ao papel dos msculos agonistas como principais intrpretes da maior forca,
velocidade, durao ou preciso do movimento. No entanto, deve-se colocar em igual nvel de
importncia a interveno dos msculos antagonistas, dado que tambm passa por eles a
graduao das variveis referidas para a execuo de um movimento.[2,4]
Na execuo de um movimento, e no referente contraco muscular subjacente a esse
dado movimento, importa distinguir dois tipos de coordenao a intermuscular e a
intramuscular.[2,4,14]
A coordenao intermuscular assume-se como o trabalho de coordenao entre os
msculos agonistas e antagonistas. O grau dessa colaborao tem uma influncia decisiva na
velocidade, assim como na economia da participao de grupos musculares, num determinado
movimento. Por outro lado, a coordenao intramuscular traduz a cooperao entre o SNC e o
aparelho locomotor, revelando a coordenao entre as unidades motoras do mesmo msculo
no processo de sinergia muscular.[2,4,14]
A relao entre a clula nervosa e as fibras musculares por ela enervadas a unidade
motora que permite ao sistema nervoso regular a contraco muscular desejada, no sentido
de se obter a determinada fora, velocidade e durao de contraco. [2,4,14]
106
107
relativo ao envolvimento.[4]
Tubino (1989) considera a coordenao como a qualidade fsica que permite ao homem
assumir a conscincia e a execuo, levando-o a uma integrao progressiva de aquisies,
favorecendo-o a uma aco ptima dos diversos grupos musculares na realizao de uma
sequncia de movimentos com um mximo de eficincia e economia. O desenvolvimento da
coordenao, que ocorre desde os primeiros anos de vida, est sempre implcita nas destrezas
especficas de qualquer acto motor, sendo, deste modo, um pr-requisito para qualquer
indivduo atingir um alto rendimento. Considera ainda, o mesmo autor, que o sistema nervoso
a varivel condicionante da coordenao.[4]
De acordo com a Association Franaise de Posturologie (1986), existem diferentes tipos
de receptores, diferenciados em entradas primrias visuais, vestibulares e somticas (como
as podais e musculo-tendinosas) e secundrias proprioceptivas do rquis e culo-motoras
sendo os neurnios motores responsveis pela integrao das mltiplas aferncias conduzidas
at eles, antecedendo o estmulo muscular final.[4]
Acerca destas entradas ou receptores, afirma-se que as informaes visuais e os
movimentos oculares desempenham um papel de extrema importncia no controlo e na
manuteno do equilbrio corporal. Por outro lado, os msculos extra-oculares tm um
importante papel na regulao da postura, ao moderarem a amplitude motora dos diferentes
segmentos corporais, em apenas alguns graus, no que respeita ao endireitamento do eixo
ceflico. Em movimentos de maior amplitude a regulao efectuada pelo labirinto.[2,4,18,22,23,25]
Contudo, e segundo o mesmo autor, a orientao proporcionada pelo sistema visual no
modifica a distribuio da posio do CG no interior do polgono de sustentao (situado no
quadrante posterior direito em trs quartos dos indivduos).[2,4,18,22,23,25]
A amplitude e a frequncia dos deslocamentos corporais encontram-se aumentadas
quando os indivduos cerram os olhos. Quanto maior for a riqueza da estimulao, mais
reforado se toma o controlo postural. A viso uma componente que age em
complementaridade com as demais informaes, proporcionando no entanto, uma informao
proprioceptiva mais rica que a do sistema vestibular ou que a dos mecanorreceptores podais.[2,4]
Os seis msculos extra-oculares, nos quais existem receptores proprioceptivos, e que
constituem uma entrada secundria, participam igualmente no controlo postural.[2,4]
108
Roll & Roll, (1985), demonstraram que a vibrao dos msculos oculomotores provocava
um movimento do eixo corporal, assegurando, deste modo, o papel postural das aferncias
fusoriais oculomotoras. Por outro lado, este sistema, pelo tipo de movimentos que induz nos
globos oculares, permite ao indivduo a fixao do olhar no alvo, contribuindo assim para
estabilizao visual da sua postura.[4]
Este sistema, como no possui relao directa com o exterior, influenciado por vrios
centros sub-corticais e corticais, na sua funo estabilizadora, caracterizada pela ocorrncia de
vrios reflexos oculares que tornam possvel a transmisso da informao visual aos centros de
regulao postural. Um desses sistemas refere-se ao reflexo ptico-cintico, responsvel pela
estabilizao das imagens na retina, durante os movimentos da cabea, ao fim de 0,5
segundos.[2,4,18,22,25]
Este reflexo surge quando o movimento unidireccional da cabea mais prolongado,
ocasionando a adaptao do reflexo culo-vestibular, e quando no h, por conseguinte,
movimentos compensatrios. Deste modo, para conservar a imagem localizada na retina, o
globo ocular comea a perseguir automaticamente o alvo, medida que a cabea se
movimenta. Esta perseguio conserva a velocidade do olho, igual e em sentido oposto, da
cabea. Quando o objecto, que est a ser perseguido, se movimenta para fora do campo visual,
o globo ocular tem uma sacada rpida em direco ao alvo a perseguir, acompanhandoo.[2,4,18,22,25]
Paralelamente a este movimento-reflexo de perseguio, existe, o sistema de
vergncia de convergncia ou de divergncia dos eixos oculares, consoante o alvo se
aproxima ou se afasta que trabalha em associao com o sistema reflexo de controlo da
pupila e do cristalino, igualmente designado por reflexo de acomodao. O centro de
controlo para a vergncia parece localizar-se no crtex occipital.[2,4,18,22,25]
Acerca da importncia da viso, Berthelot (1973), de opinio que "as informaes
visuais e os movimentos oculares continuam a desempenhar um papel importante no controlo e
manuteno do equilbrio postural, ao longo do desenvolvimento e no adulto".[4]
No entanto, outros autores tm considerado que o sistema visual apresenta uma limitada
contribuio na manuteno da postura ortosttica, quando comparado com os sistemas
vestibular e somato-sensorial. Devido dificuldade verificada na manuteno do equilbrio,
aquando da informao visual, afirma-se que o equilbrio se encontra dependente da
109
nos
movimentos
voluntrios
dos
olhos,
so
os
campos
oculares
[2,4,18,22,23,24,25]
110
controlam as anlises feitas pelos outros, atravs de interaces sinpticas. Muitos mdulos
partilham circuitos de anlise e todos a via comum final do sistema.[2,4]
Pode-se concluir que, no mbito da regulao postural, a viso hoje entendida como
uma componente que completa, quer as informaes vestibulares otolticas, uma vez que estes
no tm a capacidade de distinguir uma acelerao linear de uma inclinao do corpo (neste
caso tambm existe a varivel acelerao no plano da mcula), e quinestsicas, extravasando
o mbito da exteroceptividade, para onde se encontrava remetida.[2,4]
Tendo o segmento ceflico, no seu conjunto, um papel importante na organizao das
aces posturais e cinticas, o aparelho vestibular ocupa a um lugar de destaque como rgo
preparado para assinalar a posio da cabea no espao, os seus desvios em relao atitude
fundamental de referncia e os seus deslocamentos.[2,4,5,18,22,23,25]
Este aparelho, que est intimamente relacionado com o ouvido, fica localizado numa srie
de canais sseos convolutos no rochedo do osso temporal, em cujo interior se situa o labirinto
membranoso, correspondendo parte posterior desse labirinto o aparelho vestibular, dividido
em dois componentes, anatmica e fisiologicamente distintos: os dois orgos saciformes o
utrculo e o sculo e os trs canais semicirculares.[2,4,5,18,22,23,25]
O labirinto possui dois tipos de receptores: as cristas ampolares, nos canais semicirculares, cuja estimulao mecnica pelas aceleraes angulares origina reaces de
equilbrio cintico; e as mculas, no sculo e triculo, cuja estimulao mecnica pelas
aceleraes lineares origina reaces tnicas de equilbrio esttico.[2,4,5,18,22,23,25]
Os padres de estimulao, dos diferentes receptores, informam o SN sobre a posio da
cabea em relao fora da gravidade. Por sua vez, os sistemas motores vestibular,
cerebeloso e reticular, excitam os msculos posturais apropriados para a manuteno do
equilbrio adequado.[2,4]
O sistema vestibular funciona de modo extremamente eficiente para a manuteno do
equilbrio, quando a cabea est numa posio prxima da vertical. Por outro lado, quando o
corpo se afasta muito da vertical, a determinao da orientao da cabea, pelo sentido
vestibular, torna-se cada vez menos exacta. Na espcie humana, a extrema sensibilidade
vestibular, na posio vertical, tem uma importncia fundamental para a manuteno do
equilbrio vertical correcto.[2,4,18,22]
111
No entanto, a perda de funo das clulas que compem as cristas ampolares dos canais
semicirculares, faz com que a pessoa tenha uma diminuio do equilbrio ao tentar realizar
movimentos corporais rpidos. Por outras palavras, o mecanismo dos canais semicirculares
prev que o desequilbrio vai ocorrer, antes mesmo de este ocorrer, e, desta maneira, faz com
que os centros do equilbrio providenciem os ajustes preventivos apropriados.[2,4,18,22]
Os ncleos vestibulares, situados no tronco cerebral, e aonde acorrem a maior parte das
sensaes recolhidas no labirinto membranoso posterior do temporal, ao estabelecerem
conexes entre si e com os homlogos do lado oposto, funcionam como um centro de
integrao de informaes provenientes do crtex cerebral, da substncia reticulada, e de
outros ncleos do tronco cerebral e da medula espinhal.[2,4,18,22]
Assim, o sistema vestibular participa na manuteno e no controlo do tnus muscular,
movimentos oculares e ainda no controlo postural e cintico dos membros e do tronco. Este
sistema est tambm encarregue da deteco do posicionamento e da movimentao da
cabea no espao, atravs da integrao da informao dada par receptores perifricos,
situados no ouvido interno, de cada lado da cabea.[2,4,18,22]
Contrariamente ao que se passa com os estmulos e as aferncias visuais, no sistema
vestibular, o organismo no tem a percepo consciente dos seus estmulos.[4]
Nelson (1972), em trabalhos levados a efeito em adultos, versando o efeito da
labirintectomia unilateral sobre o equilbrio postural, verificou que este procedimento
aumentava, significativamente, as perturbaes posturais.[3]
Por seu lado, Kehaiov (1976), verificou uma acentuada interdependncia entre a
estimulao vestibular e a percepo visual, num estudo acerca das influncias vestibulares
sobre as funes visuais e auditivas, feito em operrios afectados por rudo intenso e vibraes,
tendo constatado que a excitao vestibular, aquando da estimulao calrica, provoca
deformaes na percepo das diferentes cores e desencadeia situaes de vertigem. Deste
modo, o vestbulo, quando excitado, influenciava mais significativamente os objectos vermelhos
e amarelos, os quais manifestaram as maiores deformaes. Os objectos visionados com a cor
verde foram moderadamente afectados, enquanto os objectos azuis e, sobretudo, os violetas,
foram os menos modificados.[3]
Quanto s manifestaes auditivas, Kehaiov (1976), concluiu, que a excitao labirntica
112
113
tornozelo, por aumento da actividade das fibras II tnicas, maior a variabilidade da velocidade
de deslocao do CP dos ps, devido ao aumento da actividade das fibras IA fsicas.[2,4,18,22]
Assim, as aferncias fusoriais tnicas e fsicas vindas, sobretudo, do receptor podal,
representam uma fonte de informao muito importante para o sistema postural, sem a qual no
pode funcionar normalmente na ausncia da viso. Estas aferncias so modulveis por via
dos motoneurnios gama, sobre os quais intervm diversas influncias supra-espinhais e
segmentares.[2,4,18,22]
No referente aos receptores exteroceptivos, as correspondentes informaes, vindas das
regies podais, so de grande importncia para o sistema postural. Est demonstrado que,
quando um indivduo aumenta a superfcie de contacto entre a pele dos ps e o seu meio
envolvente, pelo uso de sapatos, melhora as respectivas performances do seu sistema postural,
constatando-se, do ponto de vista estatoquinesigrfico, uma diminuio da superfcie e da
amplitude das oscilaes posturais.[2,4,18,22]
Por outro lado, foi demonstrado que a insensibilidade da abbada plantar, provocada por
anestesia ou por frio, ocasiona perturbaes do equilbrio e da marcha.[3]
Fornecendo a localizao posicional entre os receptores podlicos e os ceflicos, no que
respeita ao sistema postural, h que ter em conta a entrada secundria raquidiana, para a qual
igualmente contribuem as informaes vindas das articulaes coxo-femurais e do joelho, ainda
que os trabalhos experimentais sobre estas entradas ou receptores sejam, por ora, escassos.[4]
Alguns trabalhos, como o de Richmond et al. (1979), tm vindo a chamar a ateno sobre
as aferncias proprioceptivas da nuca, de origem essencialmente fusorial. A vibrao destes
msculos susceptvel de provocar uma resposta postural, ainda que no registvel, quando o
sujeito se encontra sobre uma plataforma.[4]
Madeira (1986), perspectivando ainda numa lgica de estudos neurofisiolgicos, chama a
ateno para a existncia de outros trabalhos, sob o ponto de vista comportamental, da
actividade postural, quase todos eles focando a influncia dos nveis de vigilidade nesta
actividade, tendo sido utilizados vrios mtodos para a sua determinao como o
electroencefalograma, a frequncia cardaca, a presso arterial, e a resistncia palmar.[3]
Os efeitos exercidos pelos nveis de vigilidade, na regulao da actividade postural, tm
sido objecto de vrias investigaes. Deste modo, os investigadores tm demonstrado uma
114
certa unanimidade, uma vez que consideram que os nveis de vigilidade interferem com a
delicadeza dos finos ajustamentos posturais. Assim, Madeira (1986), citando Baron (1971),
verificou que, pela aplicao de provas farmacolgicas, actuando sobre certas estruturas da
substancia reticulada aos casos de aumento do nvel de vigilidade, correspondia a uma
diminuio da amplitude dos movimentos laterais e ntero-posteriores; aos casos de diminuio
do nvel de vigilidade, correspondia um aumento da amplitude dos movimentos laterais e
ntero-posteriores.[2,4,14,18,22,25]
Num estudo realizado sobre a estabilizao da postura vertical, durante o stress
emocional, conclui-se que:[4]
- A avaliao quantitativa das oscilaes do corpo, durante a estabilizao da postura
vertical, permitiu revelar a dependncia deste parmetro em relao com certos
estados emocionais.
- As particularidades da profisso, a tipologia e outras actividades, so de grande
importncia para a determinao da influncia do stress emocional, na estabilizao
da postura vertical.
Por outro lado, o aumento do nvel de vigilidade, por uma participao mais ou menos
activa do crtex, parece aumentar a subtileza dos ajustamentos posturais, ao contrrio da
emotividade, que tende a perturb-la.[4]
O estabelecimento de uma relao especfica entre os finos mecanismos de controlo
da actividade postural e a actividade motora desenvolvida, levou Paillard (1986) a
considerar, que a formulao e adaptao desses mecanismos s so possveis atravs de
uma remodelao dos circuitos nervosos, o que demonstra uma certa plasticidade do
prprio sistema de controlo postural. por intermdio desses circuitos nervosos que o
organismo se encontra capacitado para poder responder aos estmulos, quer de origem
intrnseca quer extrnseca, os quais so captados pelos diferentes receptores sensitivos, e,
mais tarde, direccionados para os centros de integrao, situados a vrios nveis do eixo
nervoso central crebro-medular, de onde tem incio a resposta motora.[5]
Relativamente a qualquer movimento, sendo este entendido por qualquer modificao
que se efectue no inter-relacionamento dos diferentes componentes articulares a nvel de um
segmento do corpo humano vai originar alteraes do primitivo posicionamento, isto , da
115
116
118
119
os ps) e prximo-distal (de dentro para fora), no qual as estruturas superiores e centrais
amadurecem antes das inferiores e das regies perifricas.[18,26,30,32,33,34,35]
Os desenvolvimentos sseos e musculares acompanham as mudanas que ocorrem em
peso e altura. Os ossos alongam-se, afinam e gradualmente endurecem, completando o seu
desenvolvimento ao final da adolescncia. A idade ssea uma ptima medida da maturao
fsica. Os msculos aumentam em tamanho e densidade, particularmente durante o estiro de
crescimento do incio da adolescncia.[34]
O crescimento fsico bastante irregular, ou no-sincrnico, porque o crebro, o sistema
reprodutivo e os tecidos linfticos amadurecem em diferentes ritmos. Tambm existem
diferenas culturais e individuais no crescimento e desenvolvimento fsico.[34]
A coordenao da resposta postural vai de um estgio inicial de 4 a 6 anos de idade,
alcanando a maturidade do adulto aos 7 a 10 anos de idade.[35]
A capacidade dos sistemas sensoriais para detectar o desequilbrio durante a posio
ortosttica tambm segue uma sequncia de desenvolvimento. Crianas com idades entre os 4
meses e os 2 anos so dependentes do sistema visual para manter o equilbrio. Aos 3 a 6 anos
de idade, as crianas comeam a utilizar a informao somatosensorial apropriadamente.
Finalmente, aos 7 a 10 anos de idade, as crianas esto capazes de resolver o conflito
sensorial (informaes incompatveis oriundas dos receptores visuais e somatosensoriais) e
recorrem apropriadamente ao sistema vestibular como referncia. De forma interessante, aos 7
a 10 anos de idade, o padro de equilbrio tambm atinge a maturidade total.[35,36]
Seguidamente
apresentam-se
as
principais
etapas
do
desenvolvimento
motor:[18,26,30,32,33,34]
- Um beb nasce com vrios padres de respostas imaturas, que ocorrem contra uma
base de tnus postural normal. Essas respostas, evocadas automaticamente por um
estmulo ou uma experincia especficos, so chamadas de reflexos ou reaces
primitivas. Algumas delas, tais como a fundamental, a de preenso e a de Moro,
desaparecem
completamente
durante
amadurecimento;
outras
sofrem
de interaces com o mundo sua volta. Sentar e levantar-se com as mos e com
os joelhos so importantes marcos no caminho da independncia fsica. As
aquisies do 2 trimestre so impressionantes: o beb move-se na superfcie de
apoio pela posio de ponte ou por rastejamento, senta-se com apoio, levanta-se
com as mos e com os joelhos e fica em p com apoio. O beb est a ganhar o
controlo do corpo em posturas fundamentais que levaro a uma maior amplitude de
mobilidade. O ambiente de poio oferece oportunidades para o beb explorar o corpo
e vencer a fora de gravidade evidenciada pelo aumento de posturas elevadas e
verticais.
- 3 Trimestre: movimento constante
Durante o 3 trimestre, o beb torna-se mvel e desenvolve a habilidade de
movimentar-se pelo ambiente. A explorao torna-se uma actividade dominante. O
impulso para mover-se contra a fora da gravidade parece fortalecer-se, de modo
que, no final do 3 trimestre, os bebs so capazes de puxar-se para levantar. O
mundo est sua espera para ser descoberto.
- 4 Trimestre: finalmente a andar
- 1infncia
A primeira infncia o perodo dos 2 aos 6 anos. O desenvolvimento motor durante
esta fase leva ao alcance de novas habilidades, mas no necessariamente a novos
padres de movimento. Acredita-se que a criana tenha adquirido todos os padres
de movimento fundamentais e que, a partir de ento, esteja a aprender a coloc-los
em uso em actividades significativas: correr (2-4 anos e aperfeioado aos 5-6 anos);
pular caixas/degraus (a partir dos 22 meses); saltar com uma perna (30 meses e
aperfeioado aos 6 anos); andar saltitante (6 anos); agarrar (3 anos); chutar (6
anos).
Meninos e meninas demonstram desempenho melhor dentro de todas as
habilidades fundamentais na primeira infncia. Entretanto, os meninos demonstram
velocidade e fora tipicamente maiores em todas as idades quando comparados
com as meninas.
- 2infncia
A segunda infncia tipicamente o perodo entre 7 e 10 ou 12 anos de idade.
125
A segunda infncia um perodo de lento mas porm estvel crescimento fsico que
permite uma maturao gradual das habilidades motoras. As habilidades so
aperfeioadas e estabilizadas antes da adolescncia. Surgem as preferncias por
vrios desportos e actividades atlticas.
- Adolescncia
A adolescncia comea com mudanas fsicas que marcam a puberdade e termina
quando o crescimento fsico cessa. A idade do comeo da adolescncia
aproximadamente 11 para 12 anos em meninas e 12 para 13 anos em meninos. Os
perodos posteriores ao primeiro ano de vida parecem dar oportunidade para um
maior refinamento e para o desenvolvimento do controlo e da coordenao, levando
a um melhor desempenho das habilidades.
Durante a segunda infncia, adolescncia e durante o resto da vida humana, as
mudanas na forma do movimento esto relacionadas com a idade. Parece que o indivduo
est constantemente procurando a forma mais eficiente de movimento dentro das habilidades
que ele j alcanou, uma vez que o seu crescimento e o seu estilo de vida mudam.30
126
127
ano aps o nascimento. No encfalo, a mielinizao comea por volta do 6 ms de vida intrauterina, completando-se na adolescncia. As fibras do corpo estriado e dos feixes ascendentes
dos nveis inferiores esto mielinizadas ao nascer. As fibras comissurais so as ltimas a
mielinizar-se. As regies do crtex cerebral mielinizam-se em fases diferentes. As zonas
primrias sensoriais e motoras completam o seu processo de mielinizao, aproximadamente,
aos 15 anos. Como se deduz do que foi exposto, importante realar que o processo de
mielinizao paralelo ao desenvolvimento cognitivo; assim, aps a mielinizao dos
neurnios, estes podem comear a funcionar. Os axnios dos neurnios dos hemisfrios
cerebrais apresentam uma mielinizao particularmente tardia, apesar de este processo de
mielinizao ter incio numa fase imediata ao perodo ps-natal. Pelo seu lado, as fibras
comissurais, de projeco e de associao, alcanam a mielinizao completa numa fase mais
tardia.[22,25,37]
O desenvolvimento do SN , geralmente, determinado por factores programados
(genticos) e por factores externos no programados (epigenticos: nutrio, cultura).[37]
Seguidamente apresenta-se a descrio das fases maturativas ps-natais:[37]
- Primeira fase maturativa ps-natal: perodo neonatal
Desde o nascimento at ao final do primeiro ms de vida, no recm-nascido de
termo, podemos falar da primeira fase maturativa ps-natal, o perodo neonatal.
Funcionalmente o crebro do recm-nascido (desde o 8 ms de gestao at ao
2-3 ms de idade) caracteriza-se pela continuidade da actividade bioelctrica
cerebral, sinergia inter-hemisfrica, diferenciao viglia-sono e reactividade aos
estmulos externos nos sonhos.
Aspectos morfolgicos: O crebro do recm-nascido pesa, aproximadamente,
350g. 355g a 400g (um oitavo do peso total do recm-nascido). Ao primeiro
ano, o peso cerebral superou o dobro do peso que se observa no momento do
nascimento e aos dois anos triplicou. O peso mdio do crebro de um adulto
varia entre 1300g e 1500g e correlaciona-se com a estatura de um indivduo.
O aspecto externo similar ao do adulto. As circunvolues cerebrais
alcanaram a sua forma definitiva. As regies posteriores apresentam um
desenvolvimento maior que as frontais e encontrar-nos-amos no estdio 2 de
formao das circunvolues. Martn e colaboradores, em 1988, realizaram
um estudo de grande repercusso e interesse para o tema que nos ocupa.
Descreveram quatro estdios evolutivos da superfcie cerebral: 1) crtex
129
130
pares cranianos no. Os nervos pticos esto, por seu turno, em processo de
mielinizao. Na terceira semana de vida a mielinizao avanara muito.
Aspectos bioqumicos: De destacar, de entre os aspectos bioqumicos, o alto
teor hdrico que o crebro possui nesta fase. Existem variaes quanto ao
consumo de glicose nas diferentes zonas e estruturas cerebrais; o crebro do
recm-nascido consome glicose, preferencialmente, no vrmix cerebeloso,
tronco cerebral, tlamo e crtex sensorimotor. Aumentam os lipidoscerebrsidos e esfingomielina-, necessrios para a formao de mielina e,
quanto s protenas, de destacar que a sntese proteica tem lugar durante o
perodo fetal paralelamente diviso das clulas nervosas. Detectam-se
concentraes baixas dos neurotransmissores fundamentais: cido glutmico,
cido gamaaminobutrico (GABA), monoaminas cerebrais.
- Segunda fase maturativa ps-natal: Lactncia e primeira infncia
Esta fase vai do 1-3 ms de vida at ao 3-4 ano. A actividade fundamental
nesta fase localiza-se nas regies posteriores, onde se detecta reactividade a
estmulos sensoriais. No final desta fase, os diversos estdios do sono j esto bem
estabelecidos.
Aspectos morfolgicos: De um ponto de vista estrutural, o crebro adquire as
caractersticas e propores definitivas a partir do primeiro ano de idade.
Cresce a expensas de lbulos frontais e temporais. Aumentam os sulcos e as
circunvolues tercirias.
Aspectos histolgicos: O crebro apresenta j uma estratificao cortical
satisfatria, mostrando as diferenas citoarquitectnicas regionais especificas
e com um importante aumento do desenvolvimento dendrtico. Proliferam e
desenvolvem-se as sinapses excitatrias, com um desenvolvimento lento das
sinapses inibitrias. As vias de associao mielinizam-se, permitindo as
conexes, fundamentais para o inicio da organizao crtico-subcortical. Os
oligodendrcitos proliferam maciamente (mielinizao). A maturao celular
progride, alcanando um grau ptimo no fim do primeiro ano. Cessa a
migrao dos neuroblastos e perfilam-se as zonas corticais que ficaro
definidas a partir do terceiro ano (desenvolvimento cerebral praticamente
terminado).
131
132
133
20. Hobeika C P. Equilibrium and balance in the elderly. Ear, Nose & Throat Journal, 78 (8):
558-566; 1999.
21. Carvalho R G T. Os ajustes posturais antecipatrios nos idosos Estudo comparativo
entre praticantes veteranos, praticantes recentes e no praticantes de exerccio fsico.
Tese de Mestrado. Faculdade de Cincias do Desporto e de Educao Fsica da
Universidade de Porto: Porto; 2005.
22. Cohen H. Neurocincia para Fisioterapeutas incluindo correlaes clnicas (2ed). So
Paulo: Editora Manole; 2001.
23. Correia P P. Anatomofisiologia. Tomo II. Funo Neuromuscular. Cruz Quebrada: FMH
edies; 2003.
24. Widmaier E P, Raff H, Strang K T. Vander, Sherman & Luciano, Fisiologia Humana: os
mecanismos das funes corporais (9ed). Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S
A; 2006.
25. Habib M. Bases neurolgicas dos comportamentos. Lisboa: Climepsi Editores; 2003.
26. Merlo L M, Mata J F. Fisioterapia en Pediatra. Madrid: McGraw-Hill Interamericana de
Espaa, S. A. U.; 2002.
27. Montgomery P C, Effgen S K. Developing Postural Control (cap.8). In Connoly B H,
Montogomery P C (Eds.). Exercise in Developmental Disabilities (3ed). USA: Slack
Incorporated; 2005.
28. Perrin D H, Schultz S J. Models for Clinical Research Involving Proprioception and
Neuromuscular Control (Cap 31). In Lephart S M, Fu F H (Eds.). Proprioception and
Neuromuscular Control in Joint Stability. USA: Human Kinetics; 2000.
29. Latash M L et al. Movement Sway: cahnges in postural sway during voluntary shifts of
the center of pressure. Experimental Brain Research, 150: 314-324 ; 2003.
30. Tecklin J S. Fisioterapia Peditrica (3ed). Porto Alegre: Artmed; 2002.
31. Pountney T (Ed.). Fisioterapia Peditrica. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda; 2008.
135
32. Shepherd R B. Fisioterapia em Pediatria (3ed). So Paulo: Livraria Santos Editora Com.
Imp. Ltda; 1996.
33. Alexander R, Boehme R, Cupps B. Normal Development of Functional Motor Skills The
First Year of Life. Arizona : Therapy Skill Builders; 1993.
34. Shafter D R. Psicologia do Desenvolvimento Infncia e Adolescncia. So Paulo:
Pioneira Thomson Learning; 2005.
35. Westcott S L, Lowes L P, Richardson P K. Evaluation of Postural Stability in Children:
Current Theories and Assessment Tools. In Physical Therapy. (Junho 1997) (Volume 77,
n. 6). (pp. 629-645).
36. Sundermier L, Woollacott M H. The influence of vision on the automatic postural muscle
responses of newly standing and newly walking infants. In Exp Brain Res (1998) (120)
(pp. 537-540).
37. Bartolom M V P. Desenvolvimento cerebral pr-natal. Fases maturativas ps-natais In
Santos P S (Org) (2007). Temas Candentes em Psicologia do Desenvolvimento.
Manuais Universitrios 49. Climepsi Editores: Lisboa. (pp. 209-217).
136
APNDICE II
137
Apndice II Rastreio
1. Identificao do aluno
Nome: _________________________________________________________________
Data de nascimento: ____/____/______
Idade: _________ Sexo: ___________________________
Escola: _______________________________________Turma: ___________________
Peso: _____________
Altura: ______________
Suspeita de Escoliose
Cabea centralizada
Cabea
inclinada
para
DIREITA/ESQUERDA
Ombros alinhados
Omoplatas simtricas/igual
Omoplata
proeminncia
mais
DIREITA/ESQUERDA
elevada/com
proeminncia
Ancas
niveladas
simtricas
elevada
e braos
braos e tronco
138
Teste de Adams
Assimetria
ao longo da coluna
hemicorpos/proeminncia
Ancas
niveladas
dos
Curvatura no alinhamento da
simtricas
coluna
Assimetria/proeminncia
(Observao
Posterior)
Teste de Adams
(Observao
Anterior)
2.2. Observaes:
No
139
140
APNDICE III
141
Tema de investigao:
Alteraes da curvatura da coluna vertebral: Influncia da Fisioterapia, a nvel
neuromuscular
Fisioterapeuta responsvel:
Slvia Correia Monteiro
Eu, Slvia Correia Monteiro, sou Fisioterapeuta, e com o propsito de contribuir para a
prtica da Fisioterapia baseada na evidncia, nas alteraes da curvatura da coluna vertebral,
solicito a participao do seu filho e a sua colaborao neste estudo.
A presente investigao visa estudar, objectivamente, a influncia de um programa de
exerccios de Fisioterapia, a nvel neuromuscular em crianas com alteraes da curvatura da
coluna vertebral.
O programa de exerccios apresentar os seguintes objectivos: melhorar as amplitudes
articulares e a flexibilidade; reduzir o grau de curvatura da coluna vertebral; melhorar a fora
muscular, sobretudo dos msculos do core; melhorar o equilbrio, a coordenao e o controlo
postural; melhorar a conscincia/esquema corporal; melhorar a funcionalidade (crescimento).
Desta forma, o estudo apresentar a seguinte estruturao:
Rastreio de todos os alunos para detectar a presena de alteraes da coluna vertebral.
142
Solicito, por favor, a Vossa Colaborao para a realizao do estudo e para o efeito poder
assinar a declarao de consentimento informado.
143
Tema de investigao:
Alteraes da curvatura da coluna vertebral: Influncia da Fisioterapia, a nvel
neuromuscular
Fisioterapeuta responsvel:
Slvia Correia Monteiro
145
146
147
148
149
1.
Mundial.
[Internet]
[2011
Julho
5].
Available
from
https://bdigital.ufp.pt/dspace/bitstream/10284/1211/4/DECLARA%C3%87%C3%83O%20
DE%20CONSENTIMENTO%20para%20o%20question%C3%A1rio.pdf.
Declarao de Helsnquia da Associao Mdica Mundial - Princpios ticos para a Investigao
Mdica em Seres Humanos. [Internet] Outubro 2011 [2011 Julho 5]. Available from
http://oobyole.com/biblivirtu/HelsinquiaBV20080101004.pdf.
150
APNDICE IV
151
Altura: ______________
Nmero do p: _________
2. Avaliao objectiva
2.1. Postura
Anterior
Perfil
Posterior
152
2.2. Flexibilidade
Teste de Sentar e Alcanar (Membros inferiores) (cm)
Dto:
Esq:
Dto:
Esq:
Teste 3dedo-solo
153
154
Teste 3 dedo-solo
Objectivo: Avaliar a flexibilidade anterior do tronco e a plvis.
Procedimento: Solicita-se aos utentes que permaneam na posio ortosttica com os
calcanhares sobre uma linha horizontal traada, que mantenham os ps juntos e os joelhos
em extenso. Posteriormente efectua-se a flexo anterior do tronco e mantm-se alguns
segundos.
Resultado: Mede-se a distncia do solo ao 3 dedo.
2. Teste de Adams
Objectivo: Avaliar a presena ou no de escoliose.
Procedimento: O indivduo deve baixar-se para a frente, mantendo os ps juntos e os joelhos
rectos. Os membros superiores devem estar pendentes, com as mos aproximadamente ao
nvel dos joelhos. O utente ser avaliado pela cabea e/ou pelas costas. Deve-se observar o
alinhamento da coluna vertebral e procurar por qualquer assimetria no tronco, seja ao nvel do
trax ou da cintura. A coluna vertebral dever estar rectilnea e no haver assimetrias no tronco.
Resultado: Anlise da postura/ coluna vertebral.
155
156
APNDICE V
157
158
2. Plataforma de Presso
Para a apresentao da distribuio da presso as solues comerciais existentes
tipicamente usam uma representao 2D colorida da planta do p, com diferentes cores
associadas a distintos valores de presso. Tambm so usuais representaes 3D da planta do
p com elevaes (pressure mountains) de acordo com a amplitude da presso exercida nas
diferentes regies do p. Existe ainda a possibilidade de visualizar a distribuio da presso
plantar atravs de curvas isobricas (conjunto de linhas interligando pontos a idnticos nveis
de presso). Estes grficos podem ser visualizados durante toda a etapa de contacto do p
com o solo, ou para cada instante temporal considerado.[3,4]
Para apresentao de outro tipo de informao, como por exemplo, reas de contacto,
impulsos, etc., usam-se frequentemente grficos 2D, em que uma das variveis observadas o
tempo. [3,4]
Existem diversos parmetros teis anlise clnica da presso: centro de presso
(posio central da distribuio de presso), picos de presso/fora de reaco (mximos da
presso/fora de reaco adquiridos por cada sensor de presso durante um passo (stance
phase), integrais de presso/fora de reaco (correspondentes rea delimitada pelos
grficos da presso versus tempo ou da fora de reaco versus tempo, designam-se tambm
por impulsos), tempos de contacto (durao de uma determinada etapa da marcha), instantes
de tempo a que ocorrem determinados eventos com relevncia clnica e reas de contacto
(rea formada pelos pontos sob as regies de contacto). A importncia e interpretao de cada
um dos parmetros dependem da aplicao em questo. [3,5]
Para alm das variveis consideradas por Orlin (2000) como as mais usadas na anlise
clnica da presso plantar: valores de pico/valores mdios de presses, foras e reas de
contacto, integrais de presso/fora versus tempo; considera-se tambm importante, para a
comparao das anlises efectuadas pelos diferentes pacotes de software, a apresentao do
centro de presso. Note-se que, por exemplo, os integrais de presso/fora no tempo j incluem
a informao relativa a tempos de contacto e instantes de tempo com relevncia clnica. [3,5]
Na anlise clnica baromtrica dos ps igualmente relevante estudar o padro da
presso por subreas com relevncia anatmica, assim como, por fases da marcha. Alm do
mais, conveniente a repetio das medies de forma a diminuir a variabilidade dos valores
adquiridos durante a marcha de um determinado indivduo em observao.[3,5]
159
ser aplicado ao estudo realizado por laboratrios capazes de adquirir e tratar de forma
instrumentada a informao cinemtica, cintica, energtica e mioelctrica do movimento,
integrando pessoal especializado capaz de interpretar clinicamente essa informao. Os
mtodos predominantes na anlise clnica da marcha so a medio da cinemtica, da cintica
e da actividade muscular durante o ciclo de marcha. A presso plantar pode no ser
considerada uma componente bsica da anlise clnica da marcha, porm a medio das
presses plantares durante a marcha uma mais-valia avaliao clnica do sujeito. A
cinemtica consiste na caracterizao do movimento sem referncia s foras envolvidas. A
cintica descreve as foras internas e externas que actuam num corpo em movimento. A
electromiografia serve para definir a actividade muscular que controla os movimentos durante a
marcha. A presso plantar permite a anlise pormenorizada da distribuio da carga entre a
planta do p e a respectiva superfcie de contacto. A tomada de deciso relativa a problemas
relacionados com alteraes do padro de movimento poder ser apoiada por medidas,
objectivas e replicveis dos parmetros que lhes esto associados. A potencialidade do uso de
dados de marcha inclui a determinao da eficcia das intervenes e a interpretao correcta
das causas primrias para a disfuno. O sujeito tem um papel activo no processo podendo
acompanhar e melhorar os seus resultados atravs dos indicadores estabelecidos. O
alinhamento das ajudas tcnicas, nomeadamente das prteses para o membro inferior, tem
uma influncia determinante na qualidade do resultado final no sujeito. A determinao exacta
de alguns parmetros de alinhamento, efectuada em contexto de laboratrio, permite obter
ganhos de tempo no perodo de adaptao e no conforto percepcionado.[5,6]
A plataforma de presso tambm permite estudar a funo dos ps na aquisio da
marcha independente nos primeiros meses de vida. Trs caractersticas principais podem ser
atribudas funo do p infantil que o distinguem claramente da funo do p adulto. Em
primeiro lugar, como esperado, no incio da aprendizagem, para caminhar de forma
independente, as caractersticas da funo do p mostram uma grande quantidade de variao.
Em contraste com o adulto, a funo do p infantil no mostra um padro estereotipado. Em
segundo lugar, problemas de equilbrio so refletidos na funo do p por um aumento na rea
de contacto com a superfcie plantar e um deslocamento da carga para a frente. Estas
respostas permitem um maior controlo do equilbrio evitando assim que a criana caia. Terceiro,
diferenas na anatomia do p entre adultos e as crianas tambm se refletem na funo do p.
A grande quantidade de tecido mole nos ps das crianas conduzir a uma reduo no pico das
presses plantares durante o contato do p, porque o tecido mole ir permitir que a carga se
161
distribua sobre uma rea maior. Alm disso, os ps infantis mostram grandes presses
plantares sob a regio do mediop (absoluta e relativa) em comparao com os adultos, devido
ausncia do arco longitudinal do p.[7]
A presso plantar pode ser utilizada na deteco, tratamento e seguimento clnico de
problemas
nos
membros
inferiores
causados
por
disfunes
msculo-esquelticas,
De Roy K, Peeraer L, Visualising the pressure distribution on the plantar surface of the
foot during stance, walking and running using a plantar pressure measurement system.
The encyclopedia of imaging science and technology (chapter 8); 2002.
2.
3.
[Internet]
2006
Abril.
cited
[2012
Abril
25]
Available
from
http://paginas.fe.up.pt/~tavares/downloads/publications/relatorios/MercadoBarometrico.
pdf
162
4.
5.
6.
integrada
do
desempenho
funcionalidade
de
cidados
com
8.
9.
10. Van Gheluwe B, Nelen B. Plantar foot pressure of leg amputees during gait and
running. [Internet] 1999 [cited 2012 Abril 25] Available from http://www.rsscan.com/.
11. De Cock A, De Clercq D, Willems T, Witvrouw E. Normative data for temporal
parameters and patterns of foot during barefoot running. Gait and posture. 2002
September; 16 (suppl.1): 135.
12. Praet S F E, Wilssens J P, Vanderhaeghen V, Lambrechts W, Schwellnus M, Vaughan
C, Noakes T D. Right versus left foot pressure dynamics in running [Internet] 1998
[cited 2012 Abril 25] Available from http://www.rsscan.com/.
13. De Wit B, De Clercq D, Aerts P. Biomechanical analysis of the stance phase during
barefoot and shod running. Journal of biomechanics 2000; 33: 269-278.
14. Darmana R, Scandella M, Salmeron S, Martinez E, Cahuzac J P. Dynamic plantar
pressure measurement in children with in toeing and out toeing walking. [Internet] 2001
[cited 2012 Abril 25] Available from http://www.rsscan.com/.
163
15. Van Gheluwe B, Dananberg. Changes in plantar pressure with in-shoe varus or valgus
wedging. J. Am. Podiatr. Med. Assoc. 2004; 94: 1-11.
16. Van Gheluwe B, Dananberg H. Changes in plantar foot pressure due to varus or valgus
wedging, J. of the American Podiatric Medical Association. 2004; 94 (1): 1-11.
17. Hoffmann L, Schwirtz A, Neubert A, Pfaff G. Anterior knee pain and its correlation to the
plantar pressure distribution. [Internet] 1998 [cited 2012 Abril 25] Available from
http://www.rsscan.com/.
18. Willems T, Witvrouw E, Delbaere K, De Cock, De Clercq D. Relationship between gait
biomechanics and inversion sprains: a prospective study of risk factos. Gait and
Posture. 2004.
19. Silva D N. Influncia do transporte de cargas na biomecnica do apoio plantar durante
o caminhar de mulheres ps-menopasicas. [Internet] 2010 [cited 2012 Abril 25]
Available from http://hdl.handle.net/10348/621.
20. Bruylants M, Moens M, Adam A. Influence of ankle foot orthosis on postural control in
children with cerebral palsy. [Internet] 2000 [cited 2012 Abril 25] Available from
http://www.rsscan.com/.
164