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Estudo Orientado Unidade 01

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MODALIDADE

O FI C I NAS

METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA
Simone de Oliveira

UNIDADE - 1
METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA
SIMONE DE OLIVEIRA
SUMÁRIO
Sumário
1 Conhecimento - ............................................................................................................................. 5
Apresentação
1.1 Tipos de conhecimento - ......................................................................................................... 6
7
1.1.1 Conhecimento filosófico - .................................................................................................... 7
Conheça a estrutura do seu livro
1.1.2 Conhecimento teológico - ................................................................................................... 8
9
1.1.3 Conhecimento empírico - .................................................................................................... 9
Unidade 1 - 11
1.1.4 Conhecimento científico - ................................................................................................. 10
Unidade 2 - 31
2 Ciência - ......................................................................................................................................... 11
Unidade 3 - 49
3 Método - ........................................................................................................................................ 12
Unidade 4 - 67
4 Metodologia Científica - ............................................................................................................. 13
Unidade 5 - 83
5 Pesquisa - ..................................................................................................................................... 13
Unidade 6 - 95
5.1 Conceitos de pesquisa - ........................................................................................................ 14
Unidade 7 - 107
5.2 Tipos de conhecimento - ....................................................................................................... 14
Unidade 8 - 117
5.3 Habilidades desenvolvidas pela pesquisa - .................................................................... 15
Referências - ................................................................................................................................... 15
Atividades do Portal - Unidade 1 - .............................................................................................. 16
UNIDADE DE ENSINO 1

CONHECIMENTO,
CIÊNCIA,
CONHECIMENTO CIENTÍFICO,
MÉTODO E
METODOLOGIA CIENTÍFICA
CONTEÚDOS DA UNIDADE
1. Conhecimento, Ciência, Conhecimento Científico, Método e
Metodologia Científica;
2. Pesquisa: contribuições, habilidades, conceitos, funções e novas
possibilidades.

OBJETIVO DA UNIDADE
Refletir e analisar a conceitualização científica no mundo
acadêmico a partir da leitura e atividades com teóricos que fundamentam
essas definições referentes ao Conhecimento, Ciência e Pesquisa.

1. CONHECIMENTO

Para que serve o conhecimento?


Olhando a imagem abaixo, podemos dizer que ele serve para a superação
do caos. Ou seja, serve para resolver aquelas questões que, num primeiro momento,
parecem impossíveis de serem resolvidas.

Obs.: Quando não temos conhecimento, não usamos a inteligência (cérebro),


usamos apenas os músculos. Na imagem, podemos ver que os músculos dos braços
são bem desenvolvidos.

Considerando que o caos significa não compreender o que está acontecendo


ao nosso redor, o ser humano foi desenvolvendo, ao longo de sua história, diferentes
formas de compreensão da realidade. Além disso, um mesmo problema pode ser
resolvido de diferentes maneiras.
Assim, foram se desenvolvendo os saberes:

a) dos mitos (crenças);


b) do senso comum (saberes do cotidiano);
c) filosofia e ciências (acadêmico científico);
Cervo e Bervian (1996) mencionam que, conhecer é uma relação que
se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido. No processo de
conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo, do objeto conhecido.
O estudo dos fundamentos filosóficos do conhecimento é conhecido como
“epistemologia” ou Teoria do Conhecimento. Suas questões principais são: O que é
conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo
contra o desafio céptico?
Racionalismo - afirma ser possível adquirir conhecimento por dedução, por
meio do raciocínio.
Empirismo - afirma ser possível adquirir conhecimento por indução, a partir
de experiências sensoriais.
A doutrina aristotélica, conforme Abbagnano (1982) pode ser considerada a
forma típica de interpretação do conhecimento como identidade com o objeto. Para
Aristóteles, a faculdade sensível e o intelecto potencial são simples possibilidades
de conhecer, que ao se realizarem pela ação das coisas externas ou pela ação do
intelecto ativo, identificam-se com os respectivos objetos. Assim, Aristóteles pode
afirmar em geral que “[...] a ciência em ato é idêntica ao seu objeto”. Aristóteles (apud
ABBAGNANO, 1982 p.162).

1.1 Tipos de conhecimento

O progresso científico, de modo geral, é produto da atividade humana, por


meio da qual o homem, compreendendo o que o cerca, passa a desenvolver novas
descobertas. E, por relacionar-se com o mundo de diferentes formas de vida, o homem
utiliza-se de diversos meios de conhecimentos, por intermédio dos quais evolui e faz
evoluir o meio em que vive, trazendo contribuições para a sociedade.
Entre esses tipos de conhecimentos, encontram-se o filosófico, o teológico,
o empírico e o científico.
Para Platão (considerado por Nonaka e Takeuchi como racionalista) conhecer
significa tornar semelhante o pensante e o pensado. Para ele o conhecimento não faz
senão reproduzir o objeto; de modo que “[...] o que é absolutamente, é absolutamente
cognoscível, enquanto o que não é de nenhum modo, de nenhum modo é cognoscível”
(PLATÃO apud ABBAGNANO, 1982, p.161).
Filosófico: Conduz à reflexão crítica sobre os fenômenos e
possibilita informações coerentes. Seu objetivo é o desenvol-
vimento funcional da mente, procurando educar o raciocínio.
Teológico: É o produto do intelecto do ser humano, o qual re-
cai sobre a fé; provém das revelações do mistério oculto ou
do sobrenatural. Apresenta respostas para questões que o
ser humano não pode responder.
Empírico: Se adquire na vida cotidiana, fundamentadas em
experiências vivenciadas ou transmitidas de uma pessoa
para outra, fazendo parte de antigas tradições.
Científico: Pressupõe aprendizagem superior. Por meio de
métodos e sistemática, com classificação, comparação,
aplicação de métodos, análise e síntese extraídos do con-
texto social ou do universo (PLATÃO apud ABBAGNANO, 1982,
p.161).

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Vamos aprofundar um pouco mais esses quatro tipos de conhecimento com
a leitura do excerto (trecho do livro Fundamentos da Metodologia de Odília fachin).

1.1.1 Conhecimento filosófico

A filosofia teve seu início na Jônia, Ásia Menor, com Tales de Mileto, e na
Magna Grécia, sul da Itália, no século VI a.C.
Após o sucesso de Atenas na luta contra os persas, desviou-se e expandiu-se
a sabedoria na Grécia. Nesses conhecimentos tiveram grande destaque Sócrates (por
volta de 469-399 a.C.), Platão (mais ou menos 427-347 a.C.) e Aristóteles (por volta
de 384-322 a.C.). Por conseguinte, o pensamento filosófico foi difundindo-se por todo
o mundo civilizado, com uma tradição que prevalece até os dias atuais.
O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano
a possibilidade de reflexão ou a capacidade de raciocínio. Ela não é uma ciência
propriamente dita, mas a busca do saber. A filosofia, ou seja, a reflexão crítica, deve
ser uma atitude de todas as pessoas que se propõem a fazer qualquer estudo, pois
exercita e educa o intelecto; caso o homem não se esforce para isso, seu raciocínio
tende a atrofiar-se.
Em filosofia, podemos falar, especificamente, sobre duas fases que conduzem
à reflexão. A primeira tem como ponto de partida os objetos reais, e é denominada
realismo; a segunda tem como ponto de partida as ideias, e é designada idealismo.
Ambas as fases são criticadas pelos estudiosos.
O problema do alcance do conhecimento é distinto, porque o fato de que
somos capazes de chegar ao verdadeiro deixa subsistir a questão a respeito de
saber que verdades ou que coisas somos efetivamente suscetíveis de conhecer.
Podemos, aqui, distinguir duas opiniões contêm muitas variantes: uma afirma que
podemos conhecer ideias (idealismo) e outra admite que conhecemos as coisas reais
(realismo).
O idealismo proposto por Descartes consiste em dizer que o homem não
conhece direta e imediatamente, a não ser seu próprio pensamento. O idealismo faz
as seguintes colocações:

a) O imanente do conhecer – o princípio da imanência do conhecer é


considerado pelo idealismo como evidente. A explicação que ele se propõe
a dar consiste em dizer que a razão para conhecer não pode sair de si para
vagar nas coisas, não tem mais do que as aparências de demonstração. O
princípio da imanência é puro postulado;
b) A crítica das noções de substância e de matéria – a ideia de substância é
inconsciente. ‘A matéria não é nem isto nem aquilo, sem nada determinado”,
segundo diz Berkelea em sua obra Curso de filosofia de Jolivet. Ela é,
então, absolutamente impensável e não corresponde a nada real. Assim,
conclui-se que todo real se reduz a fenômenos, os quais nada mais são do
que as ideias. Ser, nesta concepção, é perceber ou ser percebido.

O realismo, doutrina que professa a realidade do mundo exterior, faz os


seguintes enunciados:

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a) o objeto da inteligência, afirmando a realidade objetiva do ser, é a
ordenação essencial da inteligência ao conhecimento do ser, sendo que, o
realismo existe, de início, para que o objeto da inteligência seja realmente
a universidade do ser. É daí que nasce, em nós, o desejo de saber sempre
mais, de tudo penetrar e abarcar pelo próprio espírito;
b) observando os limites efetivos da razão humana, conclui-se que nossa
inteligência é condicionada em seu exercício por órgãos corporais;
o realismo não conseguiria esquecer os limites efetivos de nosso
conhecimento, limitado por um máximo e por um mínimo.

A reflexão traz, sobretudo, uma crítica analítica e sistemática em torno de


todas as coisas, objetos reais, e sobre as questões ideias que envolvem o pensamento
e a ação humana. Entende-se que o conhecimento filosófico extrai, tanto das ciências
já existentes como das demais preocupações da inteligência do homem, suas metas
gerais.
De modo geral, as ciências progrediram rapidamente graças ao auxílio do
conhecimento da filosofia dos séculos XV e XVI. Baseada nas reflexões, por exemplo,
dos estudos de Galileu, que relacionava as leis do movimento, surgiu a mecânica
clássica; as invenções de Newton adquiriram autoridade nas ciências física,
comparando-se a Aristóteles e a tantos outros estudiosos tradicionais.
Enquanto existir a filosofia natural, seu último e mais elevado objetivo será
a correlação das várias observações físicas em um sistema unificado e, se possível,
de uma única forma.
O conhecimento filosófico conduz à reflexão crítica sobre os fenômenos
e possibilita informações coerentes. Seu objetivo é o desenvolvimento funcional da
mente, procurando educar o raciocínio. O estudioso, ao obter as informações das
operações mentais e todas as suas formas de processá-las, chega a um raciocínio
lógico e a um espírito científico como hábito. É a razão que nos dá o conhecimento;
a intuição permite que a razão coordene, analise e sintetize em uma visão clara e
ordenada.
Devemos reparar que o conhecimento filosófico não está isolado no tempo
da atividade intelectual. Ele oferece seus princípios às ciências de todas as áreas do
saber, enquanto o conhecimento científico oferece à filosofia novos dados, capazes
de transformar e reformular os princípios gerais, tornando-os passíveis de novas
descobertas.
Existe profunda interdependência entre o conhecimento filosófico e os
demais conhecimentos, como o científico, o teológico e o empírico. O conhecimento
filosófico unicamente guia para a reflexão e conduz à elaboração de princípios e
valores universais válidos. Não está isolado dos demais tipos de conhecimentos, pois
se dispõe como um elemento dinâmico e operante no processo geral do conhecimento
humano.

1.1.2 Conhecimento teológico

O conhecimento teológico é produto do intelecto do ser humano, o qual recai


sobre a fé; provém das revelações do mistério oculto ou do sobrenatural, que são

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interpretadas como mensagens ou manifestações divinas. Este conhecimento está
intimamente relacionado à fé e à crença divina, ou ainda a um deus, seja este Deus,
Jesus Cristo, Maomé, Buda, um ser invisível, ou uma autoridade suprema, com quem
o ser humano se relaciona por meio de sua fé e crença religiosa. Não importa qual é a
sua crença, tampouco qual é o seu deus; importa, porém, sua fé.
De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostas para as
questões que o ser humano não pode responder com os demais conhecimentos
(filosófico, empírico ou científico), pois envolve uma aceitação, ou não, como
consequência da fé que o aceitante deposita na existência de uma divindade.
Para melhor entendimento, o conhecimento teológico está ligado à fé, assim
como, a botânica está ligada à vida das plantas. Sem a vida das plantas não poderia
haver botânica, ou sem os astros seria impossível a existência da astronomia. Da
mesma forma, é impossível a existência desse conhecimento sem existir a fé.
A fé religiosa é um fato que nem a teologia nem a ciência que estuda o fato
religioso podem explicar ou justificar perfeitamente. A fé religiosa é de ordem místico
– intuitiva, e não de ordem racional – analítica.
Os levantamentos bibliográficos sobre este assunto são unânimes ao dizer
que a fé, é a vida do homem em relação ao poder de Deus, que o criou. Os ontologistas
vão mais além, dizendo que não é necessário demonstrar a existência de Deus,
porque, segundo eles, a existência de Deus é imediatamente evidente, e não se
demonstra a evidência – ela vale por si só.
A fé manifesta-se por meio da capacidade que a pessoa possui para pensar,
sentir e querer. Ela tem sua morada na parte invisível e espiritual, e é nisso que
consiste todo o seu poder, pois assim se possibilita uma operação unida e coesa de
suas faculdades. Consiste mais em ser do que em fazer. O ser humano dificilmente
deixará de ter um conhecimento teológico, pois as experiências da própria vida estão
ligadas a revelações divinas e à própria fé.

1.1.3 Conhecimento empírico

O conhecimento empírico é adquirido independentemente de estudos,


pesquisas, reflexões ou aplicações de métodos. Em geral, é um conhecimento que
se adquire na vida cotidiana e, muitas vezes, ao acaso, fundamentado apenas em
experiências vivenciadas ou transmitidas de uma pessoa para outra, fazendo parte
das antigas tradições. Esse conhecimento também pode derivar das experiências
casuais, por meio de erros e acertos, sem a fundamentação dos postulados
metodológicos.
O primeiro nível dos contatos entre o intelecto e o mundo sensível se faz
sentir pelo conhecimento empírico, pois ele se contenta com as imagens superficiais
das coisas, com a visão ingênua do contexto exterior. Por suas características, é um
conhecimento que não estabelece relações significativas de suas interpretações,
proporcionando uma imagem fragmentária da realidade. A forma pela qual se
conduz só permite estabelecer relações vagas e superficiais entre as informações
conseguidas.
As declarações do conhecimento empírico referem-se à vivência imediata dos
objetos ou fatos observados, e possui grandes limitações. Por ser um conhecimento

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do dia-a-dia e preso a convicções pessoais, passa a ser, muitas vezes incoerente e
até impreciso. Outras vezes, produz crenças arbitrárias, com inúmeras interpretações
para a complexidade dos fatos. Geralmente, isso é fruto de uma inclinação de
interesses voltados para os assuntos práticos e aplicáveis somente às áreas de
experiência cotidiana.
Por exemplo, pelo conhecimento empírico, os indivíduos sabem o que são
folhas de uma planta ornamental, porém, não conhecem sua classificação, pois
esse assunto compete à área da botânica, ou seja, as pessoas não sabem que uma
folha, quando completa, apresenta as seguintes partes: bainha, pecíolo e limbo. É um
conhecimento limitado, não proporciona visão unitária global da interpretação das
coisas ou dos fatos.
Reparem que o conhecimento empírico é a estrutura para se chegar ao
conhecimento científico; embora de nível inferior, não deve ser menosprezado. Ele é
a base fundamental do conhecer, e já existia muito antes de o ser humano imaginar a
possibilidade de existência da ciência.

1.1.4 Conhecimento científico

O conhecimento científico pressupõe aprendizagem superior. Caracteriza-se


pela presença do acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade sensível.
Por meio da classificação, da comparação, da aplicação dos métodos, da análise e
síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que
estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal.
Tal conhecimento preocupa-se com a abordagem sistemática dos fenômenos
(objetos), tendo em vista seus termos relacionais que implicam noções básicas de
causa e efeito. Difere do conhecimento empírico pela maneira como se processa e
pelos instrumentos metodológicos que utiliza. Englobando as sequências de suas
etapas, o conhecimento científico configura um método.
De maneira geral, o conhecimento científico prende-se aos fatos, isto é, tem
uma referência empírica, e, embora parta deles, transcende-os. Vale-se da testagem
empírica para formular respostas aos problemas e apoiar suas próprias afirmações.
Normalmente, exige constante confrontação com a realidade e procura dar forma
de problema mesmo ao que já é aceito. Suas formulações são gerais, abrangendo o
objeto particular ou o fato singular que pertençam a uma outra classe ou lei.
Contudo, sempre se pressupõe que todo fato ou objeto seja classificável e
matéria de estudo. Os eventos históricos apontam inúmeras descobertas científicas.
Como exemplo, podemos mencionar, na área das ciências médicas, o médico e
cientista brasileiro Vital Brasil, que desenvolveu um antídoto para a picada de cobras
venenosas. O soro antiofídico que conseguiu preparar tornou-se conhecido e aplicado
em todo o mundo.
O conhecimento científico procura alcançar a verdade dos fatos (objetos),
independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas; resulta
de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade. Como o objeto da ciência é
o universo material, físico, naturalmente perceptível pelos órgãos dos sentidos
ou mediante ajuda de instrumentos de investigação, o conhecimento científico é
verificável na prática, seja por demonstração, seja por experimentação. Além disso,

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como tem o filme propósito de desvendar os segredos da realidade, explica-os e
demonstra-os com clareza e precisão, descobrindo suas relações de predomínio,
igualdade ou subordinação com outros fatos ou fenômenos. Assim, conclui-se que
são leis gerais, universalmente válidas para todos os casos da mesma espécie.
O conhecimento científico existe porque o ser humano tem necessidade de
aprimorar-se constantemente, e não assumir uma postura simplesmente passiva
observando os fatos ou objetos, sem poder de ação ou controle sobre eles. Compete
ao ser humano, usando de seu intelecto, desenvolver formas sistemáticas, metódicas,
analíticas e críticas da missão de inventar e comprovar novas descobertas científicas.
Como o conhecimento descreve e explica-nos a realidade, ele faz parte
do nosso mundo. Não temos conhecimento que vá além da experiência, mas não
podemos, em hipótese alguma, considerar que a experiência seja complexa. Dessa
maneira, o conhecimento, mesmo em seu grau mais elevado, não nos proporciona
nada mais que segmento do mundo existente. E a realidade é, em si, parte de uma
realidade mais ampla.
A literatura metodológica mostra que o conhecimento científico é adquirido
pelo método científico e, sem interrupção, pode ser submetido a teste e aperfeiçoar-
se, reformular-se ou até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método.
No conhecimento científico, ocorre uma retomada constante de novas
descobertas ou ampliações, do passado para o presente, por meio dos procedimentos
metodológicos e científicos.

2. CIÊNCIA

É uma preocupação legítima, nesta etapa, perguntar-se o que é essa coisa


chamada ciência, quando ela começa e até onde ela vai.

A ciência começa com: “Eu quero saber”

“Saber” é tão natural e direto que tentar definir o que isso significa pode
parecer estranho. Mas, na verdade, explicar o que queremos dizer com “saber” pode
ser extremamente complexo, já que este conceito pode ter muitos significados.
Se fizermos uma lista de sinônimos, veremos que “saber” pode significar
conhecer, compreender, ler ou ver, sentir, avaliar, reconhecer, considerar, analisar,
praticar ou dominar.
“Conhecer” alguém significa que encontramos uma pessoa (pessoalmente
ou por meio de seus feitos), que podemos reconhecê-la dentro de um grupo e que
estamos cientes de sua existência.
Mas, para realmente conhecer alguém, você deve conhecer a pessoa
de tal forma que possa prever seu comportamento e suas reações, assim como,
compreendê-la o bastante para explicar sua personalidade a terceiros.
“Conhecer” um tema, fato ou fenômeno significa que você pode descrevê-lo
visual e virtualmente, explicar como ele interage com outros objetos ao seu redor e
dizer como ele influencia seu ambiente e é influenciado por ele.

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O conhecimento científico pretende entender a natureza e o universo
em que vivemos por meio de elementos conhecidos, concretos e objetivos. Esse
tipo de conhecimento tem suas regras. Cientistas fazem afirmações baseadas em
justificativas razoáveis.
A abordagem científica perfeita é a demonstração. Uma demonstração é
um argumento claro e completo. Em ciência, uma demonstração pode ser também
algo prático como um experimento de laboratório, mostrando um fenômeno e
estabelecendo causa e efeito. Uma demonstração mostra resultados certeiros e torna
possíveis as generalizações, levando a previsões. Assim, é a ciência moderna, em
oposição à ciência antiga que, com sua proximidade da religião, usava a autoridade
para combater argumentos e questionamentos sobre o “porquê” das coisas.
A ciência moderna surgiu no século XVII – durante o período do Iluminismo
– e é baseada em fatos observáveis. A ciência compara os fatos com a realidade por
meio de experimentos. Por isso, a ciência precisa de laboratórios e ferramentas para
estudar tudo, da mais minúscula partícula ao universo inteiro. A ciência estabelece
metodologias rigorosas com instrumentos confiáveis para acumular evidências com
as quais pode comprovar ou refutar uma hipótese. A ciência avalia suas próprias
metodologias e reexamina suas próprias provas.
A ciência ideal fornece resultados claros, lógicos e isentos de ambiguidade.
Sua validade pode ser verificada ou refutada usando argumentos e razão (este ponto
é abordado com mais profundidade na seção sobre o conceito de falseabilidade de
Karl Popper). Resultados científicos devem sobreviver a testes duros e meticulosos.
Isso é racionalidade científica.
A ciência moderna deduz a verdade a partir de fatos verificados pela
experimentação metódica.
Experimentos medem as coisas e os fenômenos, dizem quanto pesam,
quanto tempo duram, em que direção estão indo etc. Experimentos fornecem
informações matemáticas.
Enquanto a ciência antiga procurava explicar o “porquê” das coisas, a ciência
moderna pretende responder “como” as coisas funcionam.

3. MÉTODO

São estratégias ou ações selecionadas para explicar a realidade


problematizada.

“Método é um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para


conseguir alguma coisa, seja material ou conceitual” (BUNGE, 1975, p. 19).

O termo método é utilizado quando se pretende converter a simples


especulação ideológica, filosófica ou literária sobre a sociedade em intentos de
compreensão ou explicação científica. Ou seja, trata-se do critério para obtenção do
conhecimento científico, que é a própria lógica da investigação científica (FERRANDO
et al, 2000).

12
4. METODOLOGIA CIENTÍFICA

É o conjunto dos métodos que cada ciência particular põe em ação. A


colaboração entre demonstração lógica e experimentação, a interação entre ciência
pura e tecnologia, é uma característica do espírito científico contemporâneo (MATIAS-
PEREIRA, 2007).
Conforme Gil (2002, p. 43)
[...] refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimen-
são mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a
previsão de análise e interpretação de coleta de dados. [...]
considera o ambiente em que são coletados os dados e as
formas de controle das variáveis envolvidas.

Em essência, a ciência moderna estabelece o conhecimento por meio dos


seguintes passos:

a) observação;
b) experimentos;
c) explicação;
d) generalização e previsão.

Os métodos apresentados anteriormente podem ser aplicados, em princípio,


em todas as ciências – tanto nas ciências naturais (ciências “duras”) quanto nas
humanidades ou ciências sociais (ciências “leves”) como sociologia, psicologia,
ciências políticas, história, geografia, teologia, economia e até medicina.
No entanto, as diferentes etapas do método científico podem levar a certas
dificuldades quando aplicadas a algumas dessas ciências “leves” e seus objetos de
pesquisa. Por exemplo, não se podem realizar experimentos em seres humanos como
se faz com plantas e minerais. Da mesma forma, a ciência que estuda a sociedade
pode encontrar dificuldade ao tentar fazer generalizações e previsões.
Em geral, os princípios básicos da abordagem científica permanecem válidos,
mas as ciências “leves” usam algumas de suas metodologias, mais do que outras.
Assim, o método científico permanece válido em todos os campos de estudo que se
pretendem científicos.

5. PESQUISA

Para que você entenda a importância da pesquisa, vamos pensar, por


exemplo, na área dos negócios, seguem algumas situações que caracterizam o
contexto atual das organizações:

a) as organizações estão sendo desafiadas a se tornarem mais decisivas e a


oferecerem produtos e serviços de melhor qualidade, fazendo com menos

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pessoas e com menores custos. Neste sentido, os gestores necessitam
tomar decisões mais qualificadas em um menor período de tempo. As
tecnologias possibilitam a criação de novos instrumentos de coleta de
dados que são essenciais para melhorar a inteligência administrativa na
tomada de decisões;
b) a quantidade de informações disponíveis para os indivíduos que devem
tomar decisões cresceu nos últimos anos e continuará a aumentar no
futuro;
c) os gestores e empreendedores que não possuem recursos nem
conhecimentos de pesquisa simplesmente não podem se beneficiar da
inteligência que emerge da expansão do número de informações;
d) mudanças no ambiente de negócios têm criado tanto oportunidades
quanto incertezas e tornaram o papel da pesquisa ainda mais importante
para a tomada de decisões;
e) conhecimento é poder, mas os gestores devem converter a maior
quantidade de informações em conhecimento antes que possam utilizar
esse poder;
f) o sucesso nos negócios será tarefa mais fácil para aquelas empresas que
souberem empregar o poder do conhecimento.

5.1 Conceitos de pesquisa

Define-se como pesquisa todo o procedimento racional e sistemático, que


tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos (GIL,
2002).
Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos. A pesquisa é requeri-
da quando não se dispõem de informação suficiente para
responder ao problema, ou então, quando a informação
disponível se encontra em tal estado de desordem que
não possa ser adequadamente relacionada ao problema.
A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhe-
cimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade,
a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que en-
volve inúmeras fases, desde a adequada formulação do pro-
blema até a satisfatória apresentação dos resultados (GIL,
2002, p. 54).

O seu desenvolvimento exige o uso cuidadoso de métodos, processos e


técnicas (DIEHL; TATIM, 2004).
É uma investigação sistemática que visa a fornecer informações para
orientar as decisões empresariais (COOPER; SCHINDLER, 2001).

5.2 Contribuições da pesquisa

a) a pesquisa dá o conhecimento e as habilidades necessárias para resolver


e vencer desafios de um ambiente de criação e de tomada de decisão. Ex.
14
(indústria automobilística);
b) aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador, são
habilidades indispensáveis do cidadão e do trabalhador moderno, para
além dos meros treinamentos, aulas, ensinos, instruções, etc. (DEMO,
2000);
c) a vida acadêmica autêntica é um processo permanente de construção
científica, com vistas a formas mais competentes de intervenção na
realidade, unindo teoria e prática (DEMO, 2000).

5.3 Habilidades desenvolvidas pela pesquisa

a) avaliação e resolução de problemas atuais;


b) organização das informações antes da tomada de decisão;
c) criação e proposição de alternativas de alto nível.

Para que serve a pesquisa?


Por meio da leitura posso:

a) controlar as diferentes situações da vida profissional;


b) identificar problemas, produzir e avaliar soluções;
c) criar situações inovadoras;
d) identificar novas oportunidades;
e) desenvolver a criatividade.

Funções do planejamento da pesquisa:


a) orientar a seleção de fontes e tipos de informação para responder às
questões de pesquisa;
b) descrever procedimentos que destaca cada etapa, da definição do
problema à análise.

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
BUNGE, Mario. A ciência, seu método e sua filosofia. Buenos Aires. Edições Século
Vinte, 1996.
CERVO, Amado Luis; BERVIAN, Pedro Alcindo. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo:
Makron Books,1996.
CHERUBINI NETO, Reinaldo. O que é conhecimento? Sintetizando epistemologia,
metodologia e teoria de sistemas em uma nova proposição. Trabalho de disciplina do
PPGA – Programa de Pós Graduação em Administração – UFRGS, s/d.
COOPER, D. R. & Schindler, P. S. (2001). Business research methods. New York:
McGrew-Hill Companies.

15
DIEHL, Astor. Tatim, Denise. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e
técnicas. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2004.
DEMO, P. Educar pela Pesquisa. São Paulo: Autores Associados, Campinas, 2000.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo:
Atlas, 2007.

ATIVIDADES DO PORTAL - UNIDADE 1


1. Correlacione as afirmações sobre os tipos de conhecimento com os conceitos
apresentados.

(___) Pressupõe aprendizagem superior. Por meio de métodos e sistemática, com


classificação, comparação, aplicação de métodos, análise e síntese extraídos do
contexto social ou do universo.
(___) Adquire-se na vida cotidiana, fundamentadas em experiências vivenciadas ou
transmitidas de uma pessoa para outra, fazendo parte de antigas tradições.
(___) É o produto do intelecto do ser humano, o qual recai sobre a fé; provém das
revelações do mistério oculto ou do sobrenatural. Apresenta respostas para
questões que o ser humano não pode responder.
(___) Conduz à reflexão crítica sobre os fenômenos e possibilita informações coerentes.
Seu objetivo é o desenvolvimento funcional da mente, procurando educar o
raciocínio.

a) Empírico
b) Científico
c) Filosófico
d) Teológico

2. Assinale as Habilidades desenvolvidas pela prática da Pesquisa: Escolha uma ou


mais:

a)(___) Avaliação e resolução de problemas atuais.


b)(___) A quantidade de informações disponíveis para os indivíduos que devem tomar
decisões diminuiu nos últimos anos e seguirá esta tendência nos próximos anos.
c)(___) Organização das informações antes da tomada de decisão.
d)(___) Criação e proposição de alternativas de alto nível.
e)(___) Aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador.
f )(___) Terapia continuada em educação.

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3. Analise o conceito de ciência e escolha a resposta correta:
a)(___) Todas as respostas estão certas.
b)(___) Consiste no simples levantamento de fatos e dados isolados.
c)(___) Consiste no conhecimento no qual se pode identificar as operações mentais
que possibilitam a sua verificação.
d)(___) Um conjunto de teses que estão de acordo com os valores e princípios morais
da sociedade.
e)(___) Um conjunto fragmentado de sistemas e conceitos, proposições e teorias.

4. Sobre o conhecimento científico, escolha uma afirmação correta: Escolha uma:


a)(___) O conhecimento científico na sua forma moderna foi desenvolvido pelos jesuí-
tas e religiosos.
b)(___) O conhecimento autoritário advindo das autoridades civis e religiosas é também
um método científico.
c)(___) O conhecimento científico evolui somente pela indução.
d)(___) O conhecimento científico é produzido pelos cientistas, por meio da observação
com método e exige evidência na sua operacionalização. Esse tipo de conhecimento
tem suas regras.
e)(___) Entende-se como o conhecimento científico todo processo de coleta e análise
de dados empíricos.

5. Escolha uma das afirmações para definir o método científico como um conjunto:
Escolha uma:
a)(___) De regras metafísicas e religiosas.
b)(___) De princípios não sistematizados.
c)(___) Autoritário de preceitos e normas.
d)(___) De regras físicas e sociais.
e)(___) Refere-se ao Planejamento de Pesquisas em sua dimensão mais ampla.

6. Assinale a resposta correta sobre o conceito do que é Pesquisa Científica: Escolher


uma resposta.
a)(___) A pesquisa é um procedimento organizado a partir de observação racional,
interpretação e explicação adequada dos fenômenos, verificação dos fenômenos,
pelo resultado assistemáticos.
b)(___) A pesquisa científica é uma adequação do sujeito com o objeto; o sujeito
tem seus meios de conhecimento e o objeto revela-se a ele conforme tais meios
empíricos.
c)(___) A pesquisa científica pode ser classificada como um conhecimento: Empírico,
Científico, Filosófico e Popular.
d)(___) Define-se como pesquisa o procedimento racional e sistemático, que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.
e)(___) A pesquisa envolve estratégias ou ações selecionadas para explicar a realidade
problematizada.

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7. Correlacione as afirmações sobre os tipos de conhecimento com as situações
apresentadas para eles.
(___) Gelatina diet (sem adição de açúcar), contendo três vitaminas e dois sais mine-
rais, é indicada para quem necessita fazer tratamento de ingestão controlada de
açúcar.
(___) O homem poderá ser produzido em série, em tubos de ensaio.
(___) Benzer cura dor de cabeça, mas tem de ser antes do pôr do Sol.
(___) Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar dos pecados.
a) Científico
b) Filosófico
c) Empírico
d) Teológico
8. Em filosofia, podemos falar, especificamente, sobre duas fases que conduzem à
reflexão. Assinale a resposta correta:
a)(___) Impressionismo e Cubismo.
b)(___) Realismo e Idealismo
c)(___) Cubismo e Modernismo
d)(___) Romantismo e Etnocentrismo
e)(___) Romantismo e Realismo

9. “É adquirido independentemente de estudos, pesquisas, reflexões ou aplicações


de métodos. Em geral, é um conhecimento que se adquire na vida cotidiana e, muitas
vezes, ao acaso, fundamentado apenas em experiências vivenciadas ou transmitidas
de uma pessoa para outra, fazendo parte das antigas tradições. Esse conhecimento
também pode derivar das experiências casuais, por meio de erros e acertos, sem a
fundamentação dos postulados metodológicos.”

Assinale a alternativa que contem a resposta que corretamente indica o tipo de


conhecimento que o trecho aborda:

a)(___) Teológico
b)(___) Filosófico
c)(___) Científico
d)(___) Empírico
e)(___) Senso Comum

10. A ciência moderna surgiu no século XVII em qual momento histórico?

a)(___) Revolução Industrial


b)(___) Iluminismo
c)(___) Antiguidade
d)(___) Idade medieval
e)(___) Nenhuma das respostas

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