Sobreda - Manual de Saúde Da Pessoa Idosa - Cuidados Básicos
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Curso: Geriatria
MANUAL
U niã o E uro pe ia
Governo da
República Portuguesa F u ndo S o cia l E urop eu
Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil
Princípios fundamentais
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O Envelhecimento e a Saúde
A vida
Morte
Processo de desenvolvimento
Processo de aprendizagem
Processo de socialização
Nascimento
" Envelhecer é o preço que pagamos por viver mais tempo ".
Envelhecer é uma característica, por enquanto inevitável, de formas de vida mais
elevadas.
Envelhecer - Processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de
acidente ou doença e que acontece inevitavelmente com o passar dos anos. (O
envelhecimento por si só não é uma doença, mas pode ser agravado ou acelerado pela
doença).
Envelhecer é um processo multidimensional que comporta mecanismos de
reparação e de destruição desencadeados ou interrompidos em momentos e a ritmos
diferentes para cada ser humano.
Os problemas associados ao envelhecimento biológico não têm que ser
necessariamente corrigidos médica, cirúrgica ou farmacologicamente, visto fazerem
parte do processo de adaptação. Embora os efeitos do envelhecimento sejam múltiplos e
complexos podem, por vezes, serem modificados.
ALTERAÇÕES
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS FUNCIONAIS
Sistema cardiovascular
Células e tecidos Sistema respiratório
Composição global do corpo e peso Sistema renal e urinário
corporal
Músculos ossos e articulações Sistema gastrointestinal
Pele e tecidos subcutâneos Sistema nervoso e sensorial
• Incontinência urinária;
• Instabilidade postural e quedas;
• Imobilidade;
• Demência;
• Delirium;
• Depressão.
Demências
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Doenças neurológicas
Sistema Nervoso Padrões de sono
Central Delirium
Depressões
Limitações físicas
incapacitantes
Artropatias
Aparelho
Imobilidade
Locomotor
Instabilidade postural /
quedas
Reumatismos
Arteriosclerose
Sistema Hipertensão
Cardiovascular Cardiopatias
Sistema Afecções pulmonares
Respiratório
Sistema Urinário Incontinência
Perturbações renais
Apesar de uma importante parcela deste grupo etário relatar estar bem de saúde e
de se verificar alguma variabilidade de opinião relativamente às alterações mais
prevalentes nos idosos, persiste a ideia que a maioria dos problemas de saúde são de
carácter crónico e que, portanto, vão perdurar 15, 20 ou mais anos.
Outra ideia comum, e que tem sido confirmada por vários estudos, é que em
relação a outras faixas etárias os idosos consomem muito mais do nosso sistema de
saúde e que este maior custo não tem revertido em seu benefício.
Isto leva-nos a pensar que o modelo existente de assistência aos idosos não se
adequa à satisfação das suas necessidades. Os problemas de saúde dos mais velhos,
além de serem de longa duração, requerem pessoal qualificado, equipas
multidisciplinares, equipamentos próprios e exames complementares mais
esclarecedores.
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A relação entre actividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento têm sido
cada vez mais discutidos e analisada cientificamente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1997) a prática da actividade física está
associada a melhorias na qualidade de vida dos idosos, e que, através desta, obterão
benefícios significativos a níveis fisiológicos, psicológicos e socioculturais. O que se
destaca como objectivo principal da actividade física na terceira idade, é o retardamento
do processo inevitável do envelhecimento através da manutenção de um estado
suficientemente saudável que possibilite a normalização da vida dos idosos e os afaste
dos factores de risco comuns na terceira idade.
Segundo Shephard (1997) o idoso médio passa 10 ou mais anos a sofrer de um grau
crescente de deficiência física e apresenta um declínio na capacidade de viver
independente, pelo que a actividade física regular tem uma forte influência sobre as
capacidades funcionais, qualidade de vida e saúde mental do cidadão idoso beneficiando
de um aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade de vida.
A participação do idoso em programas de exercício físico regular, influencia no
processo de envelhecimento com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida,
melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito
benéfico no controlo, tratamento e prevenção de doenças como diabetes, enfermidades
cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose,
distúrbios mentais, artrite e dor crónica.
Segundo Shephard (1997) existem evidências que tantos os programas gerais de
actividade física, como os exercícios específicos de escala de movimentos, podem
melhorar a flexibilidade nas pessoas idosas. Estes programas são ainda mais eficientes
para o movimento da articulação que a fisioterapia convencional. De acordo com o
mesmo autor a actividade física permite também aumentar as trocas gasosas e as
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As doenças cardiovasculares são muito mais frequentes em pessoas idosas, que por
serem a maior causa de morte em homens e mulheres idosas, o efeito do treino de
resistência sobre os factores de risco para doenças cardiovasculares é de fundamental
importância.
Segundo o ACSM (2000) os idosos com doenças cardiovasculares parecem obter as
mesmas adaptações cardiovasculares benéficas com o treino que os jovens. Estas
alterações incluem diminuição da frequência cardíaca em repouso durante o exercício
sub-máximo e diminuição em outras respostas fisiológicas durante o exercício sub-
máximo na mesma intensidade absoluta de exercício.
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Agente em geriatria
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Actividades Principais:
Actividades Específicas:
Competências - Saberes
Saber-Fazer
Saber-Ser
Objectivos da Geriatria:
Manutenção da Saúde em
idades avançadas
Manutenção da funcionalidade
Prevenção de doenças
Detecção e tratamento precoce
Máximo grau de independência
Cuidado e apoio durante
doenças terminais
Tratamentos seguros
• Relações humanas
O (A) Agente de Geriatria deve seleccionar as intervenções gerais que satisfaçam todas
as pessoas idosas, assim como as intervenções específicas para que estas tenham uma
boa qualidade de vida. Todo o ser humano tem uma dimensão biopsicossocial, com
todas as suas necessidades que transformam cada um, numa pessoa única.
Há 3 tipos de “respeito”:
Interesse e disponibilidade pelas pessoas - por mais diferentes que possam ser, todos
queremos que se interessem por nós, e pelos nossos problemas. Para os outros a nossa
vida pode parecer uma comédia, mas para nós que a sentimos, é uma tragédia.
Escuta activa - as pessoas precisam de tempo para falar sobre si mesmas, seus interesses
e problemas. Portanto precisamos ouvir com atenção, interesse e respeito, escutando
com todos os nossos sentidos.
Evitar orgulho ou presunção - por mais que possamos conhecer sobre um assunto,
mesmo que vivamos mil anos, ainda assim haverá muitos aspectos com relação a ele
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que desconhecemos, sempre haverá algo mais a aprender, uma maneira diferente de ver,
portanto nunca se considere o único capaz.
Perguntar - para descobrir problemas, desejos e necessidades das pessoas. Mas faça
perguntas abertas e não perguntas que levem a um "sim" ou "não" ou que sejam
invasivas na vida do outro.
Exclusividade - cada um é como cada qual, cada situação é distinta de outra, em tempos
diferentes e locais diferentes, por isso os Utentes possuem necessidades distintas e nós
deveremos ter a atitude a este adaptada.
Inovar - fazer diferente e fazer melhor, quebrar a rotina, mudar hábitos no sentido de
melhorar os cuidados.
Manter contacto visual - os olhos são a janela da alma, através dele comunicamos muito
de forma não verbal.
Não interromper para corrigir - corrigir sim, mas em local e tempo oportunos e
adequados.
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Empatia - arte de comunicar no seio de uma relação de ajuda, num ambiente agradável,
onde há bem-estar do emissor e receptor.
Sentido positivo - reforço positivo, elogiar, falar na forma afirmativa e não na negativa,
mesmo quando algo não está bem, procurar um ponto positivo.
Higiene pessoal
O QUE É?
(definição)
PORQUÊ?
(objectivos)
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Lavagem de mãos
Os auxiliares de idosos devem manter as mãos limpas, lisas e sem fissuras onde
os microrganismos se possam alojar e desenvolver.
A lavagem das mãos deve ser frequente e de forma correcta. Deve ser realizada
num lavatório de uso exclusivo para esse fim, com comando não manual. Junto a este
deverá estar disponível um sabonete líquido bactericida (ou um sabonete líquido e um
desinfectante), assim como toalhas de papel descartáveis. O lavatório deverá ser provido
de água quente e fria. Cada funcionário deverá possuir a sua escova de unhas para que
as possa lavar de forma conveniente.
Lavamos as mãos várias vezes ao dia. Mas será que as lavamos bem? A figura
seguinte mostra as zonas que ficam frequentemente mal lavadas, quando a sua lavagem
não é feita de modo adequado.
Apresentação pessoal
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UNIFORME
Usar avental de plástico para tarefas com água, Não utilizar panos ou sacos de plástico para protecção do
mas nunca perto no fogão ou forno uniforme
Não carregar os bolsos do uniforme de canetas, batons, cigarros, isqueiros, relógios, etc. (apenas o essencial)
Adaptar/trocar uniforme de acordo com a tarefa Evitar vestir roupa que não pertença ao uniforme,
(confecção de alimentos, limpeza, prestação de nomeadamente por baixo do mesmo. Se for necessário
cuidados de higiene, etc.) usar peças de algodão e de cor branca
Linguagem
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Neste quadro serão apresentados as regras e cuidados a ter para manter uma higiene e
apresentação pessoa adequadas.
Não usar adornos (anéis, brincos, relógio, Evitar trabalhar com ferimentos nas mãos ou se
pulseiras, colares, piercing, etc. – aliança) estiver doente (diarreia, febre, vómitos, contacto
com pessoas com doenças infecto-contagiosas,
infecções os olhos, garganta, nariz ouvidos pele,
Promover Saúde Oral
etc.)
Unhas curtas (não roídas), limpas e sem vernizes Promover a integração correcta de novos
coloridos elementos
Atitude
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Processos de
comunicação e observação
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citadas de conflitos interpessoais. Uma das principais forças que podem impedir o bom
desempenho de um grupo é a falta de comunicação eficaz.
Precisa-se tomar cuidado com os sentimentos das pessoas. Certas palavras expressam
estereótipos, intimidam e ofendem as pessoas. É necessário prestar atenção nas palavras
e gestos que podem ser ofensivos.
O ser humano é dotado de cinco sentidos (visão, audição, tacto, olfacto e paladar) que
lhe permite receber a informação sobre o seu meio ambiente. O processo de senescência
e certas doenças crónicas alteram o funcionamento dos órgãos que servem para a
comunicação e afectam a necessidade de comunicar.
Deste modo, cabe à Equipa Multidisciplinar utilizar como principal instrumento de
recolha de dados, a observação, ou seja, ver de forma atenta e cuidada todos os aspectos
envolventes do Idoso, de forma a prevenir ou detectar alterações, promovendo a saúde e
o bem-estar.
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Sono e repouso
Dor
Stress e a ansiedade (perdas resultantes do envelhecimento ou falta de capacidade para
ultrapassar os problemas da vida corrente)
Depressão
Medo e inquietação
Alteração de rotina quotidiana (hora de levantar, a hora das refeições, etc.)
Intimidade partilhada
Temperatura ambiente
Outras patologias
Para que o sono/ repouso seja adequado ao Idoso, deverá ser providenciada uma cama/
leito apropriado e confortável. Assim, torna-se fundamental a cama e o colchão,
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podendo ser uma cama vulgar ou articulada (como na imagem), onde se pode elevar a
cabeça e/ ou os pés. Estas camas podem ser manuais ou eléctricas, com possível
ajustamento da altura, para facilitar a subida/ descida do Idoso e a prestação de cuidados
aos Idosos dependentes por parte do Profissionais. Poderá também ser necessária a
utilização de outros acessórios, tais como grades de protecção/ segurança (prevenção de
quedas), “trapézio” (para o Idoso mobilizar-se no leito), etc.
Quanto ao colchão também pode ser normal ou então especial para Idosos com
problemas músculo-esqueléticos ou de mobilidade, para prevenção de úlceras de
pressão (colchões de alto risco ou de pressões alternas – imagem).
Para manter um sono e repouso adequado deve-se manter bons hábitos de sono,
promover um ambiente relaxante e calmo e evitar os factores de risco.