PILATESNASPATOLOGIASDOJOELHOLivro 4
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SUMÁRIO
ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO JOELHO 05
PROPRIEDADES DA CARTILAGEM ARTICULAR 08
ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL 10
PILATES NA SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL 13
LESÃO MENISCAL 24
PILATES NO PÓS OPERATÓRIO DA LESÃO MENISCAL 30
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA LESÃO MENISCAL 32
GONARTROSE OU OSTEOARTROSE DO JOELHO 33
TRATAMENTOS ADICIONAIS DA GONARTROSE 41
PILATES NO PÓS OPERATÓRIO DA GONARTROSE 43
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA GONARTROSE 43
PROPRIEDADES DO LIGAMENTO 46
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 49
TRATAMENTOS NA LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 52
PILATES NO PÓS OPERATÓRIO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 57
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA LESÃO DO LCA 58
ANATOMIA E BIOMECÂNICA DO PÉ 61
ENTORSE DE TORNOZELO 64
INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO 67
TRATAMENTO DO ENTORSE DE TORNOZELO 67
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NO ENTORSE DE TORNOZELO 69
PÉ PLANO 70
PÉ CAVO 71
PILATES NAS DISFUNÇÕES DO PÉ 72
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NAS DISFUNÇÕES DO PÉ 74
EXERCÍCIOS 75
ANATOMIA E BIOMECÂNICA
DO JOELHO
O
joelho é uma das articulações mais comumente lesionada por estar
envolvida em grande parte dos gestos diários e ser uma das primeiras
estruturas a absorver o impacto das forças de reação do solo.
PROPRIEDADES DA
CARTILAGEM ARTICULAR
A
s articulações sinovias apresentam cápsula articular, cavidade articular com
presença do líquido sinovial e a cartilagem articular nas extremidades ósseas.
• Condrócitos
ARTICULAÇÃO
PATELOFEMORAL
A
patela se articula com o fêmur nos movimentos de flexão (0 a 135°) esta é
a sua posição de máxima congruência e, na extensão (0 a -15°) sendo a sua
posição de repouso. A patela tem como funções aumentar a eficiência dos
últimos 30 graus de extensão, diminuir o atrito do quadríceps no fêmur e proteger
o joelho contra golpes anteriores.
PILATES NA SÍNDROME
DA DOR PATELOFEMORAL
A
síndrome da dor patelofemoral também conhecida como condromalácia
patelar, estresse femoropatelar ou disfunção patelofemoral é uma
patologia frequente nos estúdios de Pilates. Esta doença tem alta incidência
nos esportes e na população em geral, estimasse que 7 a 15% da população são
acometidas com a síndrome da dor patelofemoral. Nas clínicas ortopédicas o
diagnóstico da síndrome da dor patelofemoral chega a 25%.
• Desalinhamento patelar
• Aumento do ângulo Q
• Anteversão femoral
• GRAU III - Áreas de fibrilação com fissuras que se estendem até o osso subcondral;
fissuras com diâmetro maior que 1,3cm
e à medida que a flexão aumenta entre 90° e 120° o estresse diminui. Em CCF as
menores compressões acontecem até os 30° e acima dos 90°.
Já em cadeia cinética aberta (CCA) o maior estresse articular ocorre nos primeiros
30° e diminui a 90°. A menor quantidade de estresse em CCA ocorre entre 60° e 90°
de flexão. Os exercícios em isometria com elevação da perna retificada produzem
o mínimo de estresse sobre a articulação patelofemoral.
Apesar dos pacientes com síndrome da dor patelofemoral ter um bom resultado
com o tratamento conservador, nos casos que evoluem para o tratamento cirúrgico
é realizada a liberação do retináculo lateral e por via artroscópica, adicionalmente
pode ser realizado a terapia com plasma rico em plaquetas (PRP), outros
procedimentos cirúrgicos também podem ser realizados como a mosaicoplastia e
a patelectomia.
Os testes abaixo podem ser realizados com os alunos no estúdio de Pilates para
confirmar o diagnóstico médico. Cuidado ao realizá-los, pois eles podem aumentar
a dor na articulação femoropatelar.
ÂNGULO Q
O ângulo Q (quadríceps) é definido pelo ângulo do músculo quadríceps e o
tendão patelar, representa a força do quadríceps. O paciente fica em pé com os pés
e pelve em neutra e os membros inferiores alinhados, num ângulo reto. Passa uma
linha da espinha ilíaca ântero-superior até o ponto médio da patela, o quadríceps
deve estar relaxado durante o teste. Outra linha é traçada da tuberosidade da tíbia
até o ponto médio da patela. O ângulo formado pelo cruzamento dessas duas
linhas é o ângulo Q. Normalmente o ângulo Q é de 13° nos homens e 18° nas
mulheres (em função da pelve mais larga). Ângulos menores que 13° ou maiores
que 18° podem estar associados com a síndrome da dor patelofemoral. Este teste
pode ser realizado diretamente no paciente ou no RX. Alterações no ângulo Q
pode não ser a causa primária da síndrome da dor patelofemoral, mas contribui
para a síndrome na presença de outras alterações.
Figura 9: Ângulo Q
SINAL DE CLARKE
Paciente em decúbito dorsal com o joelho estendido, pressionar a patela para
baixo, em seguida é solicitado a contração do quadríceps. O teste é considerado
positivo se causar dor ou não consegue manter a contração. Pode-se testar em
diferentes graus de flexão: 30°, 60° e 90°.
TESTE DE OBER
Este teste tem como objetivo verificar o encurtamento do músculo tensor da
fáscia lata (TFL).
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
NA SÍNDROME DA DOR
PATELOFEMORAL
A
revisão sistemática de Alba-Martín et al., (2015) avaliaram os efeitos
do tratamento conservador através de exercícios físicos e técnicas
fisioterapeuticas em pacientes com a síndrome da dor patelofemoral e
concluíram que os exercícios de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP),
alongamentos e fortalecimentos dos músculos rotadores externos e abdutores do
quadril, assim como dos extensores do joelho foram efetivos na melhora da dor e
da função de pacientes com síndrome da dor patelofemoral.
O estudo de Baldon et al., (2014) avaliaram os efeitos dos exercícios apenas para
quadríceps comparados com o treinamento de estabilização funcional de quadris,
joelhos e tronco e concluíram que os pacientes com síndrome da dor patelofemoral
se beneficiaram do último tipo de tratamento após 8 semanas. Os autores também
destacam que se deve incentivar o alinhamento de membros inferiores nas tarefas
diárias e enfatizam o fortalecimento de abdutores, extensores e rotadores laterais
de quadris em pacientes com diagnóstico de síndrome da dor patelofemoral.
LESÃO MENISCAL
Os meniscos são essenciais para a estabilidade articular do joelho, absorção de
impacto, distribuição de forças de contato, lubrificação articular e propriocepção.
O menisco medial tem formato de “U”, enquanto o menisco lateral tem formato
de “C”, eles absorvem cerca de 50-60% das forças compressivas sobre os joelhos.
Eles são avasculares, área conhecida de zona branca, exceto na porção mais
externa conhecida como zona vermelha - área de aproximadamente 25% da
periferia. As lesões meniscais centrais têm baixa regeneração por ser na zona
avascular/branca.
Depois da remissão dos sintomas agudos, devem ser feitos exercícios em CCF e
CCA para preparar o aluno para os movimentos funcionais.
TESTE DE MCMURRAY
Identifica a lesão do corno posterior do menisco. Com o paciente em decúbito
dorsal, os quadris a 90º e os joelhos em flexão máxima, o examinador ao lado
do joelho a ser examinado palpa a interlinha articular com uma das mãos e, com
a outra, segura o pé do paciente, provocando movimentos de rotação interna
e externa da perna, alternadamente. A presença de dor com ou sem estalidos,
junto à interlinha articular medial após rotação externa, pode caracterizar lesão
do menisco medial. Quando se realiza rotação interna com sintomatologia junto à
interlinha articular lateral, pode caracterizar a lesão do menisco lateral.
TESTE DE APLEY
Paciente em decúbito ventral com o joelho flexionado a 90º. O examinador roda
a tíbia lateral e medial. Aplica-se uma força axial junto ao pé à medida em que se
realiza-se rotação interna e externa da perna. As lesões são caracterizadas pela
presença de dor ou estalidos junto às interlinhas articulares durante a fase de
compressão de teste, para o menisco medial em rotação externa e para o menisco
lateral em rotação interna.
esta cirurgia é mais indicada para pacientes jovens que após 2 anos tem 80% de
sucesso do tratamento. Durante as 3 primeiras semanas, o paciente permanece
com uma órtese para que o joelho fique em extensão durante a noite e após 6-8
semanas a órtese é removida.
GONARTROSE
A
gonartrose também é conhecida como osteoartrose (OA) ou osteoartrite
do joelho, ela é a doença que mais afeta as articulações que sustentam
o peso corporal, aproximadamente 33% das pessoas acima de 65 anos
apresentam evidências radiológicas de OA e sua incidência aumenta com a idade.
No Brasil estimasse que o número de pessoas acometidas com doenças articulares
cresce 20% a cada ano, e 35% dos casos acomete o joelho.
- A profundidade da lesão
- A maturidade da cartilagem e
- A localização da lesão
Agachamentos são permitidos desde que o aluno não sinta dor durante a
execução. Pode realizar agachamentos com a bola suíça na parede e sobre o bosu.
Os pacientes devem ter consciência que a dor pode variar a cada dia. Se possível
realizar os exercícios no período vespertino ou noturno uma vez que a dor e a
rigidez matinal estão presentes na OA. Caso os exercícios sejam avançados para o
aluno, este irá sentir aumento da dor entre 1-2h após o Pilates.
Outros sinais são a rigidez matinal, aumento da dor articular com o apoio de
peso, crepitação e perda da amplitude de movimento.
O tipo de fixação pode ser cimentada onde a prótese é fixada co cimento ósseo
e, permite descarga de peso total logo após a cirurgia, também não requer a troca
da prótese por aproximadamente 20 anos. Já na não cimentada, facilita a troca
da prótese geralmente realizada em pacientes mais jovens, contudo, os cuidados
com este tipo de cirurgia são maiores, uma vez que se tem de respeitar as fases de
reparo ósseo. A descarga de peso acontece com a liberação médica em torno da
6ª semana de pós-operatório.
PROPRIEDADES DO
LIGAMENTO
O ligamento é classificado como tecido conjuntivo regular denso constituído
por colágeno. A maioria dos ligamentos é denso, pouco vascularizado e com fibras
em paralelo.
Na fase III conhecida como microfalha, ocorre a ruptura parcial das fibras de
colágeno e a força é redistribuída para as fibras remanescentes, o que aumenta a
tendência das fibras se romperem.
• Carga dinâmica;
• Overuse;
• Vulnerabilidade estrutural;
• Baixa flexibilidade;
• Desequilíbrio muscular; e
• Estirão do crescimento.
As lesões do LCA podem ser parciais ou totais, 70% das lesões do LCA ocorrem
por trauma indireto como a desaceleração aguda em extensão, mudança de
direção ou na aterrissagem do salto. Outro mecanismo de lesão do LCA é durante
a desaceleração quando o indivíduo fica com o pé no chão e promove uma força
de rotação do joelho, ou seja, é ocasionado por uma hiperextensão, ou ainda,
rotações com o pé fixo no chão, onde frequentemente são observadas também
lesões de ligamento colaterais e mediais, 30% das lesões por trauma direto como
a força lateral levando o joelho ao valgo.
• Idade
Na maioria das vezes o LCA precisa de reconstrução cirúrgica. Esta é feita por
artroscopia e o médico cirurgião utiliza como autoenxertos o terço central do
TESTES ESPECIAIS
Cuidados ao realizar os testes abaixo, o examinador deve utilizar um ou dois
testes para resultado mais acurado; a direção da instabilidade não indica apenas a
lesão unidirecional, considerar que estruturas adjacentes são também lesionadas;
testar o joelho não comprometido primeiro para referência do avaliador; aplicar
a mesma força bilateralmente; deve ser evitado a repetição nos testes rotacionais
pois podem lesionar a cartilagem, menisco e aumentar a lesão ligamentar.
GAVETA ANTERIOR
Em decúbito dorsal com o joelho em 90º de flexão, o examinador senta sobre o
pé do paciente e com as duas mãos apoiadas na região posterior do terço superior
da tíbia, traciona-a anteriormente. É positivo quando percebe-se a anteriorização
da tíbia durante a execução, sem a sensação do “end fell” que o ligamento íntegro
produz. Varia de 33% a 70% de positividade. Não é um bom teste na fase aguda.
Deve ser realizado com a tíbia em neutra e nas rotações interna e externa.
TESTE DE LACHMANN
Deve ser realizado comparativamente com o lado contralateral. Em decúbito
dorsal e joelho flexionado a 30º, segura-se com uma das mãos o fêmur e com a outra
desloca-se anteriormente a tíbia, provocando o deslizamento entre as superfícies
articulares. Como LCA íntegro o examinador percebe uma interrupção abrupta da
anteriorização da tíbia. O sinal positivo é caracterizado pela interrupção suave do
movimento sugestivo de ruptura do ligamento.
Cuidado com exercícios que anteriorizam a tíbia como a ponte com os MMII em
extensão sobre a bola suíça. A flexão total de joelho deve ser prioridade entre 40 e
60 dias mesmo nos casos de dor.
O estudo de Czaplicki, Jarocka & Walawski (2015) teve como objetivo avaliar
o torque flexor e extensor (isquiotibiais e quadríceps) de 29 homens pré e pós-
cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior. E concluíram que após 6
e 12 meses tanto a força dos músculos flexores quando dos extensores do joelho
foi menor quando comparado ao membro inferior saudável. Os autores também
concluíram que 12 meses foi insuficiente para retornar ao esporte. Segundo os
autores, estes resultados biomecânicos são de relevância clínica, uma vez que
avaliou o progresso da reabilitação e incentiva a implementação de modificações
necessárias para a otimização de força no treinamento destes grupos musculares.
Jalali et al., 2015 avaliaram e efeito da órtese no joelho para evitar a translação
anterior da tíbia durante o exercício de afundo através da vídeo fluoroscopia e
• Anteriorização pélvica;
• Fadiga muscular;
• Pivot;
PÉ
O pé e o tornozelo são estruturas complexas que exercem impacto em todo o
membro inferior como joelho e quadril. Existem 26 ossos no pé e 33 articulações
juntamente com vários músculos intrínsecos e extrínsecos.
O pé tem com função propulsão e suporte, na primeira atua como uma alavanca
flexível na fase de impulsão e na segunda, como uma alavanca rígida que suporta
o corpo inteiro com o mínimo de esforço muscular.
ANATOMIA DO PÉ
RETROPÉ
ARTICULAÇÃO TIBIOFIBULAR
ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
O maléolo lateral é mais distal que o medial, por isso o movimento de inversão
é maior que o de eversão.
ARTICULAÇÃO SUBTALAR
MÉDIOPÉ
As articulações do médiopé são também conhecidas como mediotarsais em
conjunto permitem que o pé se adapte nos pisos irregulares. Fazem parte do médiopé
os ossos do tarso: cuneiformes medial, lateral e intermediário, navicular e cubóide.
ANTEPÉ
Fazem parte do antepé os ossos do metatarso e as falanges. As articulações
são sinoviais, nas articulações tarsometatarsais e intermetatarsais ocorrem o
deslizamento. Já na articulação metatarsofalageanas ocorre a flexão, extensão,
abdução e adução. E na articulação interfalangeanas ocorre a flexão e extensão
dos dedos.
MÚSCULOS DO PÉ
Há 12 músculos extrínsecos e 11 intrínsecos da perna e pé. A divisão dos
músculos extrínsecos é baseada na localização numa vista superior: anteriores,
posteriores profundo e superficial e laterais. Os músculos anteriores permitem
a dorsiflexão os músculos restantes cruzam a articulação posteriormente e são
flexores plantares. O músculo tibial anterior é responsável pela inversão e o tibial
posterior pela eversão.
ARCOS DO PÉ
São três arcos no pé: longitudinal medial e lateral e arco transversal.
Para avaliar o alinhamento dos arcos do pé pode ser realizado o teste da linha de
Feiss, sem descarga de peso, traça-se uma linha do ápice do maléolo medial a 1ª
articulação metatarsofalangeana. O normal é a linha passar sobre o osso navicular
ou perto dela.
ENTORSE DE TORNOZELO
O entorse de tornozelo é uma das lesões mais comuns sofridas no esporte e
durante as atividades diárias. As lesões dos ligamentos laterais do pé contribuem
para 15%-25% de todas as lesões nos esportes e são mal tratadas com hiperproteção
articular ou subtratadas.
A reabilitação para o II e III grau é mais lenta que para o I grau. O entorse de grau
I limitam as atividades funcionais entre 1 a 3 semanas. O entorse de grau II limitam
as atividades entre 4 a 6 semanas.
Apesar do uso frequente das órteses pelos alunos que sofreram entorse, seu
uso deve se limitar na fase aguda para evitar amplitudes de movimento maiores
e edema, já na fase crônica é aconselhável que o paciente evite o uso de órtese
durante as aulas de Pilates, pois não há evidências científicas que seu uso previna
novos entorses de tornozelo e que estabilize efetivamente a articulação.
seja capacitado. É preciso estar atento aos sinais inflamatórios indicando que
o estresse aplicado foi excessivo como edema pós-exercício e aumento da dor
durante ou após a aula de Pilates.
O estudo de Kemler et al., 2015 teve como objetivo avaliar o efeito da órtese –
soft brace baseado no taping funcional (n=77) pós entorse de tornozelo em 157
adultos durante 4 semanas de uso comparado com o grupo controle (n=80) que
realizou o taping. Após 52 semanas, 17% do grupo intervenção e 14% do grupo
controle tiveram recidiva de lesão. Após um ano os sintomas residuais como o
edema estava presente em 11% (soft brace) e 12% (taping) e a dor nas atividades
funcionais como caminhar, correr e saltar estava presente em 21 e 18% dos
pacientes respectivamente.
Exitem 3 tipo de pés: neutro, plano e cavo. E os tipos de pisada são: normal,
pronada e supinada conforme a imagem abaixo. Um pé estático pode ser neutro
e, durante a pisada ser pronador.
PÉ PLANO
No pé plano o arco longitudinal medial está desabado, o pé plano é mais flexível
que o pé cavo e a linha de Feiss passa acima do navicular, estimasse que 20 a 30%
da população tenha alteração biomecânica com o pé plano e um dos fatores que
desencadeia é o excesso de peso. Na primeira década de vida os arcos plantares
ainda não estão completamente formados, por isso é comum o pé plano em
crianças, todavia, deve-se estimular o andar descalço e em diferentes solos para a
formação adequada do arco plantar.
PÉ CAVO
Outro recurso utilizado nas aulas é de ficar com pés descalços, o que aumenta a
propriocepção e ativam músculos intrínsecos (músculos que tem origem e inserção
nos pés). Muitas alunas estão inseridas em trabalhos que o uso do salto alto é
rotineiro e às vezes obrigatório, este hábito pode ocasionar deformidades nos pés,
alterações posturais como hiperlordose lombar, aumento do risco de entorse de
tornozelo e joelho e até dor lombar crônica, por isso manter a estabilidade da
articulação para prevenir possíveis lesões.
O estudo de Goo, Kim e Lim (2016) teve como objetivo avaliar o efeito do
fortalecimento de glúteo máximo e do abdutor do hálux no pé pronador durante
8 semanas. Foram 18 participantes divididos em dois grupos: Fortalecimento de
glúteos máximo e abdutor do hálux e outro grupo que realizou somente exercícios
de fortalecimento de abdutor do hálux, ambos numa frequência de 5 vezes por
semana. Os autores concluíram que o fortalecimento de glúteo máximo foi efetivo
para diminuir o desabamento do navicular, consequentemente a pronação do pé.
Hawke, Rome & Evans (2016) avaliaram o pé, massa corporal e flexibilidade de
crianças entre 7 a 15 anos, os autores concluíram que as crianças com pronação
de pé apresentaram maior flexibilidade global, porém menor mobilidade de
tornozelo.
A PRÁTICA COM O
MÉTODO PILATES
A seguir serão apresentados os exercícios que podem ser utilizados para reduzir
a dor no joelho e consequentemente melhorar a qualidade de vida dos alunos
com patologias de joelho frequentes nos estúdio de Pilates, todavia, cabe ao
profissional a aplicação dos exercícios de acordo com uma avaliação prévia, fase
de reabilitação e o estabelecimento de metas prognósticas que venham a conciliar
com o que os exercícios se propõem.
EXERCÍCIOS NO
SOLO
Érika Cássia Barroso Batista 75
PILATES NAS PATOLOGIAS DO JOELHO
IMÃS ARTICULARES
OBJETIVOS:
INSTRUÇÕES:
A ativação deve ser suave. Para alunos com joelhos varos solicitar o objetivo
inverso, dando um estimulo para abdução do quadril de forma isométrica.
1. BRIDGE
2. SIDE KICK
OBJETIVOS: Fortalecer os abdutores do quadril.
3. GLUTEOS STRENGTH
INSTRUÇÕES: Em quatro apoios, fixe uma faixa elástica sob o joelho de apoio,
passe-a ao redor de um pé que irá realizar o movimento e fixe a outra extremidade
da faixa sob a mão de apoio. Realizar a extensão de quadril e joelho contra a
resistência da faixa elástica e retorne à posição inicial.
4. AFUNDO
5. BRIDGE VARIAÇÃO I
7. AGACHAMENTO
8. CONCHA
11. BRIDGE IV
13. SWAN
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: O comando verbal deve ser dado para que o
aluno mantenha o Magic Circle a tensão em abdutores do quadril.
14. SWIMMING
EXERCÍCIOS NO
CADILLAC
Érika Cássia Barroso Batista 92
PILATES NAS PATOLOGIAS DO JOELHO
1. MERMAID
2. MONKEY
MODIFICAÇÕES: Pode ser realizado com o aluno sentando sobre a Short Box
ou associada à rotação da coluna.
3. FOOTWORK VARIAÇÃO I
4. AGACHAMENTO
5. GLUTEOS STRENGTH
6. PUSH BAR
7. BRIDGE + TOWER
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: Aluno deve ter uma boa consciência corporal
para não perder o controle da barra. Priorize a mobilização da coluna vertebral na
execução e no retorno à posição inicial.
8. SIT UP + BRIDGE
MODIFICAÇÕES: Pode-se fixar molas de cima para baixo para auxíliar a execução.
9. JETE
OBJETIVOS: Fortalecer os
extensores do quadril.
11. STIFF
INSTRUÇÕES: Em decúbito dorsal com os pés apoiados na barra móvel presa por
molas de cima para baixo, segure-se com as mãos nas barras verticais. Mantenha
os quadris flexionados a 90 graus e realize a flexão de joelhos até 90 graus.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: Aluno deve ter consciência corporal para não
perder o contato dos pés com a barra móvel. Os tornozelos devem ser mantidos
em flexão plantar durante toda a execução do movimento.
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: Aluno deve mobilizar a coluna nas duas fases
do movimento.
EXERCÍCIOS NO
REFORMER
Érika Cássia Barroso Batista 109
PILATES NAS PATOLOGIAS DO JOELHO
1. ELEPHANT
2. FRONT SPLIT
4. GLUTEOS STRETCH
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: Caso o aluno refira dor nos joelhos para esta
postura é contraindicado realizar este exercício.
5. MERMAID
6. SIDE SPLIT
8. THE HUNDRED
9. RUNNING
10. AFUNDO
13. PLANK I
14. ELEPHANT
16. FOOTWORK
17. FOOTWORK II
EXERCÍCIOS NA
CHAIR
Érika Cássia Barroso Batista 131
PILATES NAS PATOLOGIAS DO JOELHO
1. STRETCH BACK
3. SIDE PLANK
4. PLANK
5. PULL UP I
6. PULL UP II
7. TEASER
8. BRIDGE I
9. BRIDGE II
10. GOING UP I
11. GOING UP II
13. FOOTWORK I
14. FOOTWORK II
16. BALANCE
EXERCÍCIOS NO
BARREL
Érika Cássia Barroso Batista 149
PILATES NAS PATOLOGIAS DO JOELHO
1. MERMAID
2. GLUTEOS STRETCH
3. BRIDGE
DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS: Caso o aluno sinta dor na cervical, pedir para
pressionar a cabeça contra as mãos. Quanto mais afastado o espaldar, mais fácil
de realizar o exercício devido à menor amplitude de flexão do quadril na posição
inicial.
4. SIDE KICK
5. SWAN
6. SWAN I
7. HORSE
8. SIDE UP
MODIFICAÇÕES: Segurar uma barra ou acessório (Magic Circle, bola, etc.) com
os ombros em 90 graus de flexão. Manter os ombros fletidos no prolongamento
do corpo para aumentar o torque resistente e dificultar o exercício.
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