Psicobiologia
Psicobiologia
Psicobiologia
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CAPERESUMO
A.K.A.
RESUMO
CAPERO 83
SUMÁRIO
CONCEITOS GERAIS // DROGAS PSICOATIVAS .............................................................. 2
PERTURBADORES I E II .................................................................................................... 36
Edição:
Lucas Caetano a.k.a. Caet
2
Psicotrópico:
Psico: Psiquismo (o que sentimos, fazemos, pensamos);
Trópico: Tropismo (ter atração por);
Psicotrópico: atração pelo psiquismo;
Droga psicotrópica: atua sobre o cérebro, alterando o psiquismo. Essa alteração pode ser
proporcionada para fins: recreacionais (alteração proposital da consciência); religiosos (uso de
enteógenos); científicos (visando à compreensão do funcionamento da mente); ou médico-
farmacológicos (como medicação).
Abaixo tem um resuminho das drogas mais importantes, que vão ser abordadas nesse
resumo, logo, não precisa ler se não quiser, mas se quiser fazer uma consulta rápida para lembrar,
tá aí. Good luck, and don’t fuck it up
Estimulantes
Anfetaminas: drogas sintéticas.
A primeira a ser produzida foi a d-anfetamina, em 1928. Existe uma droga tipo anfetamina
natural, a encontrada nas folhas de Khat (Catha edulis), usada por nativos do norte da África e
Oriente Médio.
Inicialmente, eram usadas para congestão nasal. Depois, tratamento da depressão e
diminuição do apetite. Após descoberto do efeito de dependência da droga, houve um controle e
um declínio de seu uso, aumentando a utilização da cocaína.
Elas atuam aumentando a liberação e diminuindo a recaptação de dopamina e noradrenalina
no organismo, exacerbando as funções desses neurotransmissores. A ingestão de anfetamina
causa insônia, perda de apetite e um estado de hiperexcitabilidade. Deixa a pessoa ativa, inquieta
e extrovertida. Em caso de dose excessiva, a pessoa pode se tornar agressiva e ter delírios. Pode
ocorrer aumento da temperatura também (podendo levar à convulsões).
São metabolizadas pelo fígado, sendo inativadas e depois eliminadas pela urina. Uma
pequena quantidade é eliminada diretamente pela urina.
Ocorre efeito de tolerância ao efeito da droga, mas não ocorre síndrome de abstinência ao
cessar a ingestão abrupta da droga.
Cocaína: alcalóide presente na coca (Erythroxylon coca).
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O vinho de coca era um vinho preparado à base da planta, e era bastante usado na europa.
Tinha adeptos como o Papa Pio XI e Freud. A cocaína foi utilizada como medicamento até o início
do século, mas depois de demonstrados seus efeitos nocivos ao organismo, houve uma proibição
e declínio da utilização, mas atualmente estamos num pico de uma nova epidemia. Pode ser
consumida em forma de "chá de coca", que possui pouco efeito no cérebro; o "sal de cocaína",
obtido após processar utilizando produtos como solvente e ácido sulfurico; o "crack", obtido ao tratar
o sal com bicarbonato (formando um bloco, que ao ser quebrado faz um "crack"). O crack também
pode ser preparado a partir da pasta de cocaína.
A cocaína inibe a recaptação de dopamina e noradrenalina na fenda sináptica, aumentando
sua quantidade e amplificando a ação desses neurotransmissores. Traz sensação de euforia e
prazer. Aumenta as atividades motoras e intelectuais, diminui a sensação de cansaço, falta de
apetite e insônia. Em uma overdose, aparecem sintomas de irritabilidade, agressividade, delírios e
alucinações. Pode aumentar a temperatura e a pressão arterial, causar taquicardia e degeneração
dos músculos esqueléticos. Se usada via endovenosa ou respiratória, seus efeitos são quase
imediato (sem efeito de primeira passagem, indo direto ao cérebro). No caso da endovenosa, há o
risco de contaminação por DSTs.
É metabolizada pelo fígado, e seus metabólitos inativos são detectáveis na urina.
Não causa síndrome de abstinência característica, e o efeito de tolerância não foi
comprovado. Provoca fissura, uma vontade incontrolável de consumir a droga.
Cafeína: chamada também de metil-xantina, derivada das xantinas. É encontrada em grãos
de café, folhas de chá e de mate, sementes de cacau e em partes do guaraná. É a droga mais
utilizada do mundo. Um copo de café contém 85mg de cafeína.
Elas inibem os receptores de adenosina e a enzima fosfodiesterase, aumentando AMPc e
GMPc. No músculo liso brônquico, esse aumento leva ao relaxamento. Ao bloquear os receptores
de adenosina, prolonga o estado de vigília (e a diminuição da sonolência). Também estimula o
coração e aumenta a excreção urinária, alivia dores de cabeça, aumenta a secreção gástrica
(aumenta sintomas de gastrite e úlcera). Em doses moderadas, trazem bem-estar, melhora de
atenção e pensamento. Em doses elevadas (acima de 250 mg, uns 3 copos, watch out) surgem
efeitos de nervosismo, inquietação, insônia e tremores. Doses muito altas podem causar
convulsões, delírios e aumento da frequência cardíaca.
É metabolizada pelo fígado e eliminada pela urina.
Uso crônico (350mg ao dia) provoca dependência física e tolerância à droga. Na retirada,
pode aparecer síndrome de abstinência (caracterizada por dores de cabeça, nervosismo, irritação,
ansiedade e insônia).
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Depressoras
Álcool: etanol, produzido através de fermentação ou destilação de vegetais como a cana-
de-açúcar, frutas e grãos. O álcool é absorvido principalmente no intestino delgado e em menores
quantidades no estômago e no cólon. A concentração sérica depende da quantidade consumida
em certo tempo, massa corporal e metabolismo do usuário. Após chegar ao sangue, não há comida
ou bebida que interfira seus efeitos. No adulto, a taxa de metabolismo é de aproximadamente
8,5g/h. Efeitos dependem da quantidade de álcool ingerido em determinado período, uso anterior
de álcool e concentração sérica. Causa desde sensação de calor até o coma e a morte, a depender
da concentração.
Doses até 99mg/dl: sensação de calor/rubor facial, prejuízo de julgamento, diminuição da
inibição, coordenação reduzida e euforia;
Doses entre 100 e 199mg/dl: aumento do prejuízo do julgamento, humor instável, diminuição
da atenção, diminuição dos reflexos e incoordenação motora;
Doses entre 200 e 299mg/dl: fala arrastada, visão dupla, prejuízo de memória e da
capacidade de concentração, diminuição de resposta a estímulos, vômitos;
Doses entre 300 e 399mg/dl: anestesia, lapsos de memória, sonolência;
Doses maiores de 400mg/dl: insuficiência respiratória, coma, morte.
8 a 12h após a ingestão de grande quantidade de álcool pode ocorrer a "ressaca",
caracterizada por dor de cabeça, náusea, tremores e vômitos. A combinação de álcool com outras
drogas pode levar ao aumento do efeito, e até a morte. Uso prolongado pode causar doenças
hepáticas, cardíacas e problemas no TGI. Efeitos secundários: perda de apetite, deficiências
vitamínicas, impotência sexual ou irregularidade do ciclo menstrual.
Uso regular causa tolerância. Dependência física ocorre em consumidores de grandes
doses. Como estão adaptados à presença do álcool, podem apresentar sintomas de abstinência
ao pararem de beber. Pode-se desenvolver dependência psicológica com uso regular, mesmo em
pequenas quantidades. Há um desejo persistente de consumir álcool, e sua falta pode desencadear
quadros de ansiedade e até mesmo de pânico.
A síndrome fetal pelo álcool é causada pela exposição do feto ao álcool (durante a gravidez).
Pode causar retardo mental, deficiência de crescimento, deformidade facial e de cabeça,
anormalidades labiais e defeitos cardíacos.
Sedativos e Hipnóticos não-barbitúricos: introduzidos devido a necessidade de sedativos
e hipnóticos não barbitúricos, mas se tornaram drogas de uso abusivo. Podem ser classificados
assim os benzodiazepínicos, paraldeídos e brometos.
Exemplos de benzodiazepínicos: clordiazepóxido, diazepam, clonazepam e lorazepam.
Os benzodiazepínicos promovem a ligação do GABA a receptores na membrana dos
neurônios. Assim, aumentam as correntes iônicas através dos canais de cloreto, inibindo a
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atividade neuronal. Tem efeito sedativo-hipnótico dependendo da dose utilizada. Com aumento
progressivo da dose, há sono, inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e depressão fatal da
regulação respiratória e cardio-vascular. Isso só ocorre em doses altíssimas. No nível de dose
terapêutica, pode ocorrer tontura, falta de coordenação motora, aumento do tempo de reação,
cefaléia, diarréia, vertigem, turvação visual e outros sintomas. A tolerância funciona de forma
diferente para os efeitos: a ação ansiolítica não sofre tolerância, mas as sedativas e hipnóticas sim.
A dependência ocorre devido ao uso crônico, e a gravidade depende da dose utilizada. A síndrome
de abstinência é caracterizada por insônia, ansiedade e alucinações. Se usado durante a gravidez,
o recém-nascido pode apresentar sinais de abstinência. Também pode ser passado através do leite
materno.
Paraldeído: líquido incolor, com forte odor e gosto desagradável. Após ingestão, é eficaz e
de ação rápida. Utilizado em convulsões do estado epilético, tétano e na abstinência grave de álcool
e barbitúricos.
Barbitúricos: antes drogas de escolha, foram substituídos por fármacos como os
benzodiazepínicos. Ainda são utilizados para tratar distúrbios convulsivos e induzir anestesia geral.
Ex: Amobarbital (ação curta/intermediária), Fenobarbital (ação prolongada), tiamilal (ação ultra-
curta).
Agem sobre o SNC. Podem causar depressão profunda, mesmo em doses que não afetem
outros órgãos. Causa desde efeito sedativo, anestésico cirúrgico ou até a morte. Causa sono,
induzindo relaxamento (efeito sedativo) ou sono (efeito hipnótico).
Uso pode ser VO, IM, EV ou retal. Se distribuem uniformemente pelos tecidos independente
da via. Liga-se a proteínas do sangue e agem principalmente no cérebro. Efeitos surgem entre 30s
a 15min.
Metabolizados no fígado e excretados na urina.
Envenenamento barbitúrico: >10x a dose hipnótica total em uma dose só. Se álcool for
utilizado em conjunto, a dose letal de barbitúrico é menor. Paciente comatoso, respiração lenta ou
curta e rápida, pressão sanguínea baixa, pulso fraco e rápido, pupilas mióticas e reativas à luz e
volume urinário diminuído. Pode causar insuficiência renal e complicações pulmonares.
Tratamento: suporte.
Uso crônico leva à tolerância de grau limitado, pois não há tolerância aos efeitos letais destes
compostos.
Inalantes: solventes (como a "cola de sapateiro") que possuem efeito estimulatórios,
depressivos ou até alucinógenos. Não se conhece a totalidade das substâncias para se elucidar
esses efeitos complexos, bem como a interação com os NT. Intoxicação se dá em 4 fases:
Excitação, euforiam exaltação;
Confusão, desorientação, perda de autocontrole;
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Primeiramente, devemos retomar que há uma relação histórica entre o homem e o consumo
de substâncias grosseiramente classificadas como drogas. Somamos a isso a própria
subjetividade na classificação, enquanto sociedade, entre aquilo que denominamos como
“droga” e aquilo que denominamos como “medicamento” ou “fármaco”. Há um limite muito nebuloso
e uma área cinzenta de distinção entre estas e, logo, do estigma e preconceitos envolvidos ao
consumo dessas substâncias, dependendo da categoria que contemplem. Diante disso, devemos
sempre retomar a abordagem mais atual do tema, que considera o quadro biopsicossocial, ou
seja, a tríade: droga, indivíduo e meio (contexto social).
Expomos então o conceito bioético de “Primum non nocere”, quer seja “Primeiro, não fazer
o mal”. Ele se aplica a efeitos adversos do uso de medicamentos. Ou seja, mesmo aquilo que
consideramos como medicamente pode vir a, dependendo de circunstâncias, agir com aquilo que
pressupomos por “droga”. Definimos, portanto, conforme Boyd e McCabe, que o uso inadequado
ou uso indevido de medicamentos se traduz como uso sem indicação médica e com propósitos
terapêuticos ou recreacionais. Ademais, confrontamos o modelo moral de consideração do uso
de drogas. Na transição entre o século XIX ao XX, este pregou a consideração dicotômica entre
abstinência e dependência, ligados estritamente aos valores morais e éticos do indivíduo. Assim
se apoiou a adoção da famosa Lei Seca nos EUA. Entretanto, atualmente, principalmente por
incentivo de grupos Alcoólicos Anônimos, passamos a considerar a dependência como uma
doença, não meramente como uma correlação do julgamento moral do indivíduo pela sociedade.
Isso se ampliou para adotarmos hoje o conceito de moderação, opondo-se à dicotomia
anteriormente estabelecida.
Podemos apontar como populações mais vulneráveis ao uso de drogas: (i) jovens, (ii)
mulheres, (iii) idosos e (iv) profissionais de saúde. Quanto ao primeiro, há o já conhecido
problema do excesso de auto-confiança, o desejo por conhecer e explorar novidades, além de
estarem em uma fase de formação de valores e mesmo neurológica, o que pode favorecer a
dependência. Quanto ao segundo, o risco de dependência se centraliza nos estereótipos
fomentados socialmente, sendo mais expostas ao uso abusivo de anfetaminas, para
emagrecimento, e ansiolíticos, para controle da ansiedade. Os idosos, por sua vez, expõem-se a
um maior risco de uso abusivo de analgésicos (especialmente opióides), por conta das dores
recorrentes, relacionadas ao processo natural de envelhecimento. Por fim, o último grupo, de
profissionais de saúde, relaciona-se com a exposição ao estresse, fadiga e facilidade de acesso,
sendo que, entre médicos, o abuso de opióides e benzodiazepinicos (BZD’s) é cinco vezes maior
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laboratórios com controle rigoroso de produção, com estudos mais claros da previsibilidade de seus
efeitos e, endossados e legitimados pela prescrição médica, automaticamente apresentem
menor risco de dependência do que as drogas. Entretanto, o debate nesse tema se liga ao
apresentado aqui inicialmente, ou seja, do limite na classificação entre uma droga e um
medicamento. Para reforçar a discussão, podemos apresentar dados nos EUA que apontam que a
prescrição de ansiolíticos aumenta em até 5 vezes o risco de o indivíduo utilizar o medicamento
sem receita posteriormente. Soma-se ainda a discussão acerca do conceito de medicalização,
quer seja, de adotarmos resoluções biomédicas para questões anteriormente fora do escopo
médico. Um exemplo clássico disso é o uso de medicamentos para emagrecimento meramente
estético ou o uso de anfetaminas para melhora no desempenho escolar.
Os BZD’s, por sua capacidade ansiolítica, ligada ao debate já bem recorrente da rotina
adotada nos grandes centros e ligada à globalização, são atualmente os principais medicamentos
psicotrópicos prescritos e com uso abusivo no Brasil. As “drogas Z” (zolpidem, zaleplon,
zopiclone) são indicados para insônia e também são comumente relacionadas entre drogas de
abuso prescritas atualmente. A prevenção e o tratamento para o abuso de BZD’s seguem duas
linhas centrais: (i) recomendação de limitação do uso por não mais que duas a quatro semanas
e (ii) recomendação da redução gradual da dose. Os opióides são indicados para analgesia,
lembrando também da codeína, presente em xaropes, indicados para depressão dos centros
nervosos da tosse. A intoxicação por estes é fortemente indicada pela triáde: coma, miose e
depressão respiratória. Seus principais antagonistas, utilizados em crises de overdose, são a
Naloxona e a Naltrexona. O risco do uso de opióides, somada a problemas na própria formação
médica, podem ocasionar a opiofobia, quer seja, uma síndrome que acomete médicos,
impedindo-os de prescrever opióides, principalmente a morfina, meramente por temerem o risco do
desenvolvimento da dependência pelo paciente.
Podemos também citar outros medicamentos, como: (i) o metilfenidato, uma anfetamina
usada para o tratamento de TDAH, mas utilizada também por estudantes saudáveis visando
melhora do desempenho escolar, (ii) a benzidamina, um AINE que, em doses elevadas, promove
alucinações, (iii) os antidepressivos, relacionadas a muitos casos de morte por overdose e (iv) a
fluoxetina, um ISRS, também utilizado para emagrecimento. Em relação ao tratamento da
dependência, podemos ilustrar o aplicado no caso da heróina com um modelo geral. A Fase 1
(desintoxicação) envolve a retirada gradual da substância ou substituição por outras de menor
potencial. No caso da heroína, podemos citar a substituição por metadona ou buprenorfina.
Ademais, o uso de clonidina atenua a síndrome de abstinência, sendo esta caracterizada por uma
hiperativação da via noradrenégica, opondo-se à sua inativação durante o consumo da droga. A
Fase 2 (manutenção) envolve grupos de ajuda, psicoterapias e suporte psicossocial, bem como
o uso de naltrexona e metadona para combater a abstinência.
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NEUBIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA
um resumo de João Paulo Alves a.k.a. J.P.
Baseado em: Aula NEUROBIOLOGIA DAS DEPENDÊNCIAS – Prof. Dr. Isabel M. H. Quadros
Atualização científica: uso nocivo de substâncias, neurobiologia e ideologia – John C. M. Brust
Neurobiologia da dependência química – Marcelo Ribeiro
Mecanismos biológicos
comuns
O sistema de recompensa
(dopaminérgico) está presente desde os
mamíferos mais primitivos. Ele tem
participação fundamental na busca de
estímulos causadores de prazer, tais
como alimentos, sexo, relaxamento. Por
meio do reforço positivo da recompensa,
obtida durante essas experiências, o organismo é impelido a buscá-las repetidas vezes. Cria-se
uma memória específica para isso. A dopamina é o neurotransmissor sintetizado dentro do sistema
de recompensa. Uma vez liberada na fenda, atua sobre os receptores dopaminérgicos, cujo efeito
é uma sensação de bem-estar e euforia.
Nota 1: Ritalina (metilfenidato) possui o mesmo mecanismo de ação da cocaína; efeito difere
da cocaína devido a via de administração.
Nota 2: Anfetamina e cocaína agem diretamente no núcleo accumbens, causam bloqueio de
transportadores da dopamina levando ao acúmulo do neurotransmissor na fenda sináptica.
Nota 3: anfetaminas –
facilitam a liberação de
monoaminas, além de reduzir
a recaptação. Também
compete com o receptor de
dopamina.
DEPRESSORES I – ÁLCOOL
um resumo de Hígor Barrera a.k.a. Higão
Uso de bebidas
Ritos de passagem (adolescentes, festas viagens de formatura, trotes universitários)
Cultura elítica: uso associado ao esporte, cultura e celebração
Estado de embriaguez é tolerado
Álcool é a droga mais usada, seguida de tabaco e, depois, maconha. Sua ação depende de
basicamente 6 fatores:
Frequência da ingestão
Quantidade ingerida
Quantidade absorvida
Distribuição pelos tecidos
Sensibilidade dos diferentes órgãos e tecidos
Velocidade de metabolização do indivíduo
Moradores de rua: ingerem bebida alcoólica para não sentirem frio, porém acabem tendo
desregulagem do hipotálamo, sofrendo hipotermia da mesma forma
METABOLIZAÇÃO DO ÁLCOOL
90% ocorre no fígado, e a enzima principal que age é a álcool desidrogenase presente no
citoplasma do hepatócito (pico de metabolismo se dá 30 minutos após o consumo da dose)
Enzima secundárias:
MEOS: sistema de oxidação microssomal (não específico, sujeito a indução enzimática, é
ativado no uso crônico)
Catalase (pouco significativo)
Mulheres tem menor atividade de ADH (álcool desidrogenase) gástrica
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Existe um fármaco que age na enzima aldeído desidrogenase, impedindo sua ação, que é
utilizada no tratamento do alcoolismo:
Dissulfiram age na enzima ALDH2, inibindo o metabolismo de acetaldeído e tornando os
efeitos da ingestão do álcool mais intensos
Sistema Serotonérgico
Dependentes de álcool apresentam menores níveis de 5HT no líquor
Hipótese de que o álcool tenta "normalizar" os níveis de 5HT, desde que etanol
agudamente aumenta seus níveis
Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) provocam redução do consumo
de álcool em animais e alguns dependentes de álcool
Os efeitos terapêuticos dessas drogas podem estar associado aos efeitos sobre ansiedade
e depressão, que são frequentemente associadas ao uso do etanol
Neurônios dopaminérgicos podem ser afetados pelos serotonérgicos (interação de 5HT
com 5HT2 estimula liberação de DA na área tegmental ventral, e interação daquela com
5HT3 estimula a liberação de DA no núcleo accumbens)
Sistema GABA
GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, interagindo com o receptor GABAa
Etanol aumenta o influxo de Cl- para dentro das células, facilitando a ação do GABA
(inibição neuronal). Esta ação associa-se com o efeito sedativo e hipnótico do etanol (altas
doses)
Alterações no GABAa estão associadas ao desenvolvimento de tolerância aos efeitos
depressores do álcool, assim como à dependência fisiológica
Sensibilidades diferentes no sistema GABA poderiam estar relacionadas à susceptibilidade
para o desenvolvimento de dependência do álcool
Agonistas gabaérgicos são eficazes no tratamento da síndrome de abstinência ao álcool
5HT pode aumentar as atividades dos neurônios gabaérgicos na formação hipocampal,
provocando alterações cognitivas, na memória e na capacidade de julgamento
Sistema Glutamatérgico
A ativação de seus receptores AMPA e NMDA causa excitação da célula pós sináptica
Baixas concentrações de etanol apresentam efeito inibidor do fluxo iônico mediado pelo
NMDA (inibindo assim a despolarização e consequente excitação da célula)
Álcool altera a liberação de DA, noradrenalina e acetilcolina induzida pela ativação de
NMDA
Os efeitos do álcool sobre o NMDA geram consequências como a Síndrome Fetal pelo
álcool (inibição do NMDA no período pré natal), alterações de memória e aprendizagem,
aumento da excitotoxicidade pelo aumento de receptores NMDA (decorrência do uso
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Sistema Adenosina
Neuromodulador que pode facilitar ou dificultar a neurotransmissão
Etanol afeta a função dos transportadores desse sistema, provocando alteração nos níveis
de mensageiros secundários
Estes efeitos estão relacionados à sedação, intoxicação e incoordenação motora
MIOCARDIOPATIAS
No caso das miocardiopatias não-isquêmicas, 45% estão relacionadas com o consumo de
álcool. Apesar disso, o prognóstico da miocardiopatia alcoólica é melhor quando comparado à não
alcoólica, havendo uma taxa de sobrevida após 5 anos equilavente a 81%, versus 45% nas não
alcoólicas. Além disso, há possibilidade de reversão do quadro clínico após abstinência. O sexo
feminino é um fator de risco para a miocardiopatia alcoólica.
As arritmias cardíacas estão mais
relacionadas à intoxicação aguda por álcool, sendo
a fibrilação atrial o tipo mais comum de arritmia
nesses casos. Quando consumido em excesso,
pode causar alterações no ECG, com onda P
prolongada, o que dá-se o nome de holiday heart
syndrome, predispondo evolução para fibrilação
atrial.
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MECANISMOS POTENCIAIS
Álcool e nutrição
O abuso de álcool induz em má absorção de nutrientes, dieta pobre e aumento da excreção
renal, resultando numa baixa nos níveis de diversos nutrientes, como cálcio, magnésio e fósforo.
Estaria aí uma das causas das doenças ósseas induzidas pelo álcool?
Álcool e hormônios sexuais
O consumo moderado de álcool pode elevar os níveis e efeitos de hormônios sexuais, com
isoflavanóides atuando como estrogen-like, e testosterona sendo convertida em estradiol, o que
aumenta o efeito do estrogênio. Assim, há aumento da densidade óssea, por aumenta de fixação
de cálcio nos ossos.
Álcool e células ósseas
Novamente, seu abuso resulta em maior apoptose e diminuição da síntese celular de
poliaminas. Há diminuição da atividade celular e da proliferação de osteoblastos, resultado de uma
menor síntese proteica e menor síntese de DNA. Todos esses fatores resultam na diminuição da
formação óssea.
Álcool e sistema hepático
O fígado está relacionado com o metabolismo de gorduras, açúcares, proteínas e vitaminas.
Também elimina toxinas, microorganismos, controla resposta ao trauma, estresse e inflamação.
A degradação do fígado pelo álcool passa por três etapas: estatose, hepatite e cirrose. A
maior susceptibilidade está relacionada com fatores nutricionais, ambientais e hereditários.
Esteatose: Acúmulo de lipídeos em células ou tecidos onde normalmente não ocorre,
geralmente em consequência de distúrbios metabólicos. O metabolismo de álcool produz acetil
CoA em excesso, que será utilizado para a síntese de ácido graxo pelos hepatócitos, e
consequentemente de triglicerídes. Isso ocorre porque o álcool é metabolizado pela álcool
desidrogenase a acetaldeído, que sofre ação da enzima acetaldeído desidrogenase,
produzindo acetil CoA. Nessas duas reações há produção de elétrons e íons H+, havendo
produção de NADH em excesso. Assim, falta NAD+ para aceitar elétrons no Ciclo de Krebs,
que será inibido, acumulando acetil CoA, que será desviado para a síntese de ácidos graxos.
Hepatite alcoólica: Inflamação do fígado decorrente de sua
cicatrização. Influenciado por fatores genéticos, subnutrição e outros
problemas no fígado, como hepatite C. Mulheres correm mais risco
de desenvolver hepatite alcoólica.
Cirrose: Lesão grave no fígado, resulta em formação de cicatrizes,
quanto mais extensa, menor será o número de células funcionantes.
É o princípio do estado de falência do fígado.
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Álcool e Pâncreas
O consumo excessivo de álcool é uma das principais causa de pancreatite, uma inflamação
do pâncreas que pode ser fatal. O álcool desencadeia uma libertação precoce das enzimas
digestivas, possibilitando fuga de enzimas digestivas para o tecido normal, além de conduzir à
formação de aglomerados de proteínas, dando origem a cálculos passíveis de bloquear o canal
pancreático.
O álcool também pode determinar uma alteração no parênquima pancreático, que é
substituído por tecido fibroso, endurecido, reduzindo o tamanho do órgão e resultando em atrofia.
Álcool e SNC
O álcool atua como depressor do SNC, sendo dose-dependente. Em pequenas quantidades
causa desinibição. Em média, o indivíduo apresenta diminuição de resposta aos estímulos, fala
pastosa, dificuldade em locomoção. Já em altas quantidades, pode induzir ao coma e mesmo à
morte.
Os receptores GABA alfa são potencializados pelo álcool, havendo maior poder inibitório no
SNC, levando ao relaxamento e sedação do organismo. Com o tempo, reduz os receptores de
GABA por um mecanismo down regulation, o que explica os efeitos de tolerância ao álcool.
O álcool também altera a ação sináptica do glutamato no cérebro, reduzindo a transmissão
glutaminérgica excitatória. Nos outros neurotransmissores, estimula liberação de serotonina e
endorfinas, contribuindo para o bem-estar do indivíduo.
Os efeitos do álcool dependem da quantidade e frequência, idade de início, condições gerais
de saúde do indivíduo,etc. Pode geral transtorno amnésico alcoólico, uma espécie de "branco" dos
acontecimentos.
Álcool e sistema imune
O excesso de álcool é tóxico para quaisquer células do organismo, levando a degeneração
das células do sistema imune. Além disso, interfere com as citocinas responsáveis pela resposta
imunológica. O consumo crônico de álcool dificulta a reação por parte do organismo diante dos
patógenos, mas quando o organismo reage a um patógeno, potencializa exageradamente os
efeitos inflamatórios.
Também afeta o processo de quimiotaxia e a produção de hormônios que modulam a
resposta imunológica.
Em alcoólatras, a morte por pneumonia chega a ser 2x maior, há maior susceptibilidade a
patógenos, maior incidência e severidade de tuberculose, aumento de infecção por transmissão
sexual, além de anormalidades nos linfócitos T.
Aumenta a incidência de Hepatites B e C, além de maior incidência de infecções do trato
urinário, meningite, abcesso pulmonar e diversas outras doenças.
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Como medidas terapêuticas, pode-se citar a utilização de Igs contra endotoxinas e citocinas
específicas, além de bloquear a produção de citocinas e aumentar a resposta de TH1 pela
administração de IL-12 ou IFN-y.
prescrever. Porém, a própria OMS recomenda o uso de opioides analgésicos para reduzir as dores
intensas de pacientes com câncer, por exemplo.
No meio farmacêutico, também há aversão aos opioides (opiofobia farmacêutica), pois
estes geram pouco lucro, aumentam a fiscalização sanitária, implicam trabalho burocrático
excessivo e maior probabilidade de roubo. (ALTAS CHANCES DE CAIR ISSO NA PROVA)
Dependência de opioides
O uso contínuo de opioides gera uma tolerância, que ocorre de maneira mais rápida para
os efeitos eufóricos e mais lentamente para os outros efeitos como analgesia, depressão
respiratória, sedação. Ou seja, o indivíduo vai aumentando continuamente a dose da droga para
obter um mesmo efeito.
O uso dos opioides também gera um efeito reforçador, descrito como um estímulo que
aumenta a frequência de uma resposta comportamental (euforia e prazer, no caso). Por isso, a
dependência seria mantida pelo desejo de obter a euforia, o prazer, estimulando continuamente as
vias de recompensa encefálicas (dopaminérgica mesolímbica), por meio da inibição da liberação
de GABA na área tegmental ventral, a qual contém os corpos celulares dos neurônios
dopaminérgicos que se direcionam ao núcleo accumbens.
Além disso, a cessação do uso pode gerar síndrome de abstinência, com uma
hiperatividade autonômica e somática frente a uma queda nos níveis séricos da droga. Sinais e
sintomas incluem: humor disfórico, lacrimejamento, rinorreia, bocejos, ansiedade, sudorese,
midríase, mialgias, febre, fissura, inquietude, irritabilidade, anorexia, insônia, astenia, náuseas,
vômitos, diarreia etc., de forma que tais efeitos dependem do tempo após último uso. Assim, o
desejo de evitar a síndrome de abstinência contribui para a manutenção da dependência.
Pessoas mais vulneráveis a criar dependência são profissionais da saúde (que têm acesso
mais fácil aos opioides, além de rotina estressante) e pacientes sob tratamento de dores crônicas
intensas com os opioides.
Heroína
Opiáceo semissintético formado pela acetilação da morfina. Gera um estado de euforia, bem
como analgesia, sedação, supressão da tosse. Tem grande potencial em gerar dependência.
Overdoses de heroína são frequentes, pois há muita variação do teor de pureza das drogas
no mercado, além de que, muitas vezes, é usada em combinação com outros depressores do SNC
(como o álcool).
Algumas complicações físicas relacionadas ao seu consumo refletem problemas no TGI
(obstipação, cirrose, pancreatite), nos pulmões (infartos, fibrose, edema, pneumonia), no sistema
30
Tratamento da dependência
Uma primeira forma de tratamento baseia-se na desintoxicação, caracterizada pela
substituição ou não por metadona ou buprenorfina e, a seguir, a redução gradual das mesmas.
Pode-se utilizar conjuntamente a clonidina, um agonista α2 adrenérgico (de efeitos
antiadrenérgicos!), que maneja os sintomas da síndrome de abstinência (como náuseas, vômitos,
sudorese, dores intestinais e diarreia), uma vez que, no estado de abstinência, há uma
hiperativação das vias noradrenérgicas centrais.
Uma outra abordagem de tratamento é a de
manutenção. Consiste no uso prolongado de agonistas
opioides, como a metadona e a buprenorfina. Pode-se
utilizar também a naltrexona, que bloqueia os efeitos
prazerosos dos opioides e reduz a fissura. O tratamento
de escolha ainda é a substituição por metadona e sua
manutenção, juntamente com suporte psicossocial. Ao
final, resultados mostram que há diminuição do uso
ilícito de opioides, da morbidade psicossocial e clínica relacionada à dependência, da mortalidade
e da atividade criminal. O gráfico mostra as variações de humor de acordo com a droga utilizada.
Percebe-se que a metadona tem caráter bem mais estável nesse aspecto.
Dependência de BZDs
Assim como os opioides, o uso contínuo de BZDs induz tolerância, e são necessárias doses
cada vez maiores para se obter um mesmo efeito. O uso recomendado como ansiolítico e hipnótico
não deve passar de 4 semanas. Muitos usuários não tem noção dos riscos do uso crônico, e
não veem necessidade em parar. Subpopulações mais vulneráveis são mulheres, casadas,
fumantes, de baixa renda, com algum transtorno de ansiedade e idade média entre 50 e 70
anos.
A dependência aos BDZs parece estar ligada mais à tentativa de evitar os sintomas
desagradáveis da síndrome de abstinência. Esta tem tempo de início de 2 a 10 dias após a
retirada da droga (varia conforme a meia-vida de cada droga), e os sintomas principais são
tremores, sudorese, palpitações, letargia, nauseas, vômitos, cefaleia, insônia, agitação,
irritabilidade, mialgia, pesadelos.
O tratamento baseia-se na retirada gradual da droga. Assim, pode-se, a cada semana,
reduzir a dose em ¼. Para o paciente, vai se tornando cada vez mais difícil de controlar a vontade
de usar, principalmente após a metade final. Uma maneira de complementar o tratamento é
substituir os BZDs de curta duração por de longa duração, para depois iniciar a redução gradual
das doses.
BOA PROVA!!!
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DEPRESSORES II - INALANTES
um resumo de Lucas André a.k.a. Bovespa
A droga é usada logo na juventude, na média de 13 a 22 anos sendo uma das drogas
utilizadas mais cedo (apenas álcool e tabaco possuem uma média menor), a população mais
afetada é a dos jovens em situação de rua. Inúmeras substancias podem ser inaladas e dar
alterações mentais, como fluido de isqueiro, de botijão, thinner, tintas, vernizes, cola de sapateiro,
cola de madeira, combustível, removedores de manchas, fluido corretor, aerossóis, laquê para
cabelo, esmalte.
Farmacocinética
Absorção
Os solventes são absorvidos principalmente pela via inalatória. Uma vez nos alvéolos, alcançam a
circulação sanguínea por difusão simples.
Difusão nos tecidos
A difusão dos solventes do sangue para os tecidos, segundo os autores, depende de três
fatores: a solubilidade nos tecidos, a concentração de solvente no sangue e o fluxo sanguíneo
dentro daquele tecido determinado. A natureza lipossolúvel (solúvel em gorduras) dos solventes
lhes confere afinidade pelo sistema nervoso central, ricamente composto por lipídios.
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Metabolização e excreção
Os solventes podem ser eliminados em sua forma pura pelos pulmões. Quanto menos
solúveis, mais rápida a excreção pulmonar. Muitos deles, no entanto, são metabolizados pelo
fígado, por meio do sistema citocromo P450.
Mecanismo de ação
Assim como ocorre com o álcool, os solventes são substâncias que têm efeito bifásico, ou
seja, causam uma excitação inicial, seguida por depressão do funcionamento cerebral, que
dependerá da dose inalada.
Após a inalação, os solventes alcançam os alvéolos e capilares pulmonares e são
distribuídos pelas membranas lipídicas do organismo. O pico plasmático é atingido entre 15 a 30
minutos. Praticamente todos os inalantes, com exceção dos nitritos, produzem efeitos prazerosos
e depressores do Sistema nervoso central. O Tolueno, substância encontrada em produtos como
tintas, colas e removedores, parece agir ativando o sistema dopaminérgico (efeito eufórico). Este
sistema neural se relaciona à dependência. É responsável pela sensação de prazer associada ao
consumo da droga. Além disso há ativação GABAérgica (efeito depressor) e alteração na
permeabilidade de membrana.
Mortes por inalantes
Hipersensibilidade das fibras miocárdicas pela adrenalina, levando a arritmia e morte
Acidentes com saco plástico
Quedas
Atropelamentos
Depressão profunda do SNC
Razões típicas para uso
Inicio do efeito rápido
Qualidade e padrão dos efeitos
Baixo custo
Facilidade de aquisição
Questão legal
Efeitos dos inalantes
Primeira fase: excitação (sintomas de euforia, excitação, tonturas, perturbações auditivas e
visuais – alucinações). Os efeitos indesejados são: náuseas, espirros, tosse, salivação, fotofobia
e vermelhidão na face.
Segunda fase: depressão inicial do SNC com confusão, desorientação e visão embaçada. Pode
surgir cefaleia e palidez.
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Terceira fase: depressão média do SNC, com redução acentuada do alerta, incoordenação
ocular e motora, fala pastosa e perda do reflexo.
Quarta fase: depressão profunda do SNC em que pode sobrevir inconsciência, algumas vezes
ocorrendo confusões e morte súbita.
Efeitos periféricos:
Prejuízo renal e hepático
Sincope cardíaca
Morte
Tolerância: 1-2 meses
Síndrome de abstinência: ansiedade, agitação, tremores, insônia
Efeitos crônicos
Rinite crônica, epistaxes (sangramento nasal) recorrentes
Halitose, ulcerações nasais e bucais
Conjuntivite
Bronquite
Anorexia, perda de peso
Irritabilidade, depressão, agressividade, paranoia
Neuropatia periférica
Disfunção cerebral
Demência
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PERTURBADORES I E II
um resumo de Eduardo Mattias a.k.a. Prolong
DMT (Ayahuasca)
A ayahuasca, também conhecida pelos nomes de caapi, daime, yajé, natema, vegetal e
hoasca, é uma bebida composta pela associação de duas plantas primordiais: o caule da
Banisteriopsis caapi Morton e as folhas da Psychotria viridis. Originalmente, era utilizada por grupos
indígenas associados ao xamanismo e por vegetalistas curandeiros que praticavam a medicina
popular à base de extratos vegetais. A palavra ayahuasca é originária da língua quéchua e quer
dizer: “aya”: “pessoa morta, espírito” e “waska” que significa “corda, liana, cipó”; logo, traduzindo-
se para o português ficaria “corda dos mortos”. A combinação do caule com as folhas forma uma
associação sinérgica, pois a B. caapi possui β-carbolinas: harmalina (HRL), harmina (HRM) e
tetraidro-harmina (THH), inibidoras reversíveis da enzima monoaminoxidase (MAO) e a P. viridis,
contém a N,N-dimetiltriptamina (DMT), que é um potente alucinógeno, também metabolizada pela
MAO. Dessa forma, a ingestão da bebida proporciona aumento nas concentrações de serotonina
e torna biodisponível a DMT por via oral.
Relataram resultados da medida de concentração plasmática de voluntários que ingeriram a
bebida durante o andamento de uma cerimônia religiosa, e foi observada duração dos efeitos foi
coincidente com os níveis de alcalóides presentes no plasma, variando entre visualização de
imagens coloridas com olhos fechados, modificação dos processos perceptivos, cognitivos e
afetivos.
ocorre 2 horas após administração oral, e os níveis residuais (0,005 mg/L) são encontrados 24
horas após a última dose. Os efeitos neuropsiquiátricos agudos positivos incluem felicidade e
empatia, aumento da autoconfiança e da percepção sensorial, euforia, loquacidade e agitação.Os
efeitos negativos incluem Diminuição do apetite, trismo, náuseas, taquicardia, hipertensão,
sudorese e tremores. O usuário pode sofrer também com efeito “pós-uso”, caracterizado por falta
de apetite, fadiga, dores musculares, insônia e dificuldade de concentração. O usuário passa por
um estado depressivo, fruto da depleção serotonérgica. O uso crônico desta substância traz a
possibilidade de dependência (rara, e só em casos de uso diário, pesado), distúrbios de memória
e síndrome do pânico.
3. DROGAS ANTICOLINÉRGICAS
4. PCP E KETAMINA
Pode-se classificar o consumo de álcool de acordo com uma escala, que tenta abranger
todos os tipos de consumo. Começa com ausência de uso, chamada de abstinência, passando
para uso experimental, uso moderado, uso abusivo, seguido por dependência, que pode ser leve,
moderada ou grave. A progressão por todos esses estágios supracitados dura, em média, 10 anos.
Para identificar indivíduos que possivelmente apresentem problemas com uso/abuso de álcool ou
outras drogas, mas sem fornecer diagnóstico, alguns instrumentos de triagem foram criados. Isso
faz com que seja possível uma detecção mais breve e sem ser necessário formação especializada.
O principal instrumento usado é o AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Tests), que é
específico para o álcool. Por detectar diferentes níveis de problemas relacionados aos diferentes
padrões de consumo, é mais abrangente. O tempo levado em consideração na análise são os
últimos 12 meses e pode ser auto aplicado ou ser feito em forma de entrevista, tendo um tempo
médio de duração de 3 a 4 minutos apenas. Vale ressaltar que suas questões (10) correspondem
aos principais critérios da CID
10, dando-lhe confiabilidade.
Para cada questão,
cinco respostas são
possíveis, sendo atribuídos
valores de 0 a 4 a cada uma
delas. No final do teste,
soma-se a pontuação de
cada questão, obtendo um
valor final, que é dividido em
quatro faixas possíveis:
0-7: zona de baixo
risco, com prevenção
primária.
8-15: uso de risco,
com orientação
básica.
16-19: uso nocivo,
com intervenção breve e monitoramento.
20-40: provável dependência, encaminhando para serviço especializado.
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Outro instrumento de triagem bastante empregado é o ASSIT, que avalia não só o uso de
álcool, mas de outras drogas, como tabaco, inalantes, opióides, etc. Comparado ao AUDIT, tem a
aplicação mais demorada e analisa o uso na vida e nos últimos três meses. Para o score, exclui-
se a questão oito.
A intervenção breve (IB) é feita após a análise dos mecanismos de triagem e é indicada para
indivíduos que apresentam risco abusivo ou uso de risco. É uma estratégia bem estruturada e
objetiva que auxilia a própria pessoa a desenvolver autonomia, assumindo iniciativa e
responsabilidade por suas escolhas. Possui um ótimo custo benefício, é efetiva e estudos apontam
redução de consumo após IB. A IB mais usada é a FRAMES. O F estaria relacionado com um
feedback, um retorno do especialista, sobre seu padrão de consumo. Configura também ser o ponto
de partida para convidar o paciente para a intervenção. O especialista pode fazer uso do AUDIT
para caracterizar o consumo e seguir com o teste. Na próxima etapa, o R é relacionado com
responsabilidades e metas assumidas pelo paciente após conversa com o profissional. É mais ou
menos como uma barganha dos métodos de intervenção, ressaltado sempre a importância do
paciente para atingir a meta. No próximo passo, o A, temos um aconselhamento, fazendo uma
relação dos problemas associados ao consumo, listando todos eles, como ulcera gástrica,
neuropatia, por exemplo. É de extrema fazer uma tabela com os prós e contras do consumo daquela
substância e pedir para o pacienta imaginar uma balança, a balança decisória, comparando esses
fatores. Uma forma de ajudar na decisão é fornecer orientações claras sobre a diminuição ou
interrupção do uso, aumentando a percepção do risco pessoal e possibilitando que haja um motivo
para o paciente considerar uma mudança. O M, por sua vez, consiste em apresentar um menu de
opções com estratégias para modificação do comportamento. O objetivo é identificar, com o
paciente, situações que favoreçam o consumo, como companhias, situações, dentre outros. Com
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isso, estabelecem-se estratégias para evitar tais situações. Dessa forma, aumenta-se a
responsabilidade para realizar a mudança e a confiança pessoal de que isso seja possível. Pode-
se também usar aqui o famoso argumento financeiro (se você usa 4 pedras por dia e cada uma
delas custa 10 reais, em um ano, economizaria quase 15 mil e daria para comprar uma coisa x que
você gosta). O próximo passo, o E, é dado pela empatia, pela construção do sentimento pelo
paciente que você pode e é capaz de ajuda-lo. Já o S consiste na auto eficácia, mostrando para o
paciente que ele é capaz, aumentando sua confiança, sendo encorajado a acreditar nos próprios
recursos e ser otimista em relação a sua capacidade de mudança. É importante também analisar
sua rede social e identificar pessoas que possam contribuir positivamente nesse processo.
A parada no uso de substâncias não é feita de maneira abrupta, mas sim, gradual, tendo um
longo processo com diversas fases envolvido, podendo até mesmo haver alternância entre elas,
como uma grande espiral.
Anfetaminas e cocaína
Um resumo de Henrique Alves Xavier
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Dopamina
As anfetaminas entram no neurônio pré-sináptico por difusão e por transporte ativo (os dois
acontecem simultaneamente). Quando as anfetaminas são carregadas pelo DAT (transportador de
dopamina) elas ocupam esse transportador, que deixa de realizar recaptação de dopamina – isso
se caracteriza como uma inibição competitiva da recaptação de dopamina e acarreta em aumento
da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica.
Além disso, as anfetaminas são agonistas do receptor TAAR1 (a anfetamina em si, ou alfa-
metilfenetilamina, é um agonista total). Quando ativado, esse receptor desencadeia a fosforilação
(através de PKA e PKC*) e consequente internalização dos DAT – isso se caracteriza como uma
inibição não competitiva da recaptação de dopamina. Quando a fosforilação é mediada pela PKC
ela também induz inversão da função do DAT, que passa a fazer efluxo de dopamina (ou seja, além
de fazer o DAT entrar no neuronio e, portanto, parar de recaptar dopamina, ela faz o DAT carregar
dopamina para fora dele).
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Essa fosforilação também gera influxo de cálcio no neurônio pré-sináptico por mecanismo
não identificado, e esse influxo estimula a liberação da dopamina.
Finalmente, quando as anfetaminas interagem com o VMAT2 (transportador vesicular pré-
sináptico de monoaminas) elas fazem com que a dopamina, que antes estava presa em vesículas,
seja liberada no citoplasma do neurônio, estando então suscetível ao mecanismo de efluxo por
DAT fosforilado.
*proteína quinase A e proteína quinase C
Agora que entendemos como as anfetaminas afetam a dopamina, fica muito mais fácil
entender os mecanismos dos outros neurotransmissores:
Norepinefrina
As anfetaminas afetam a norepinefrina (noradrenalina) de forma análoga a como afetam a
dopamina. De fato, basta substituir dopamina por norepinefrina e DAT por NET (transportador
de norepinefrina) para que o texto acima seja válido para este neurotransmissor.
Serotonina
Os mecanismos que envolvem a serotonina são os mesmos para dopamina e norepinefrina,
mas as anfetaminas têm ação menos potente quando se trata deste neurotransmissor. Ainda assim,
as considerações feitas para as outras monoaminas também são válidas para a serotonina,
bastando mudar de DAT ou NET para SERT (transportador de serotonina).
Além dos mecanismos análogos aos supracitados, as anfetaminas também são agonistas
parciais do receptor 5-HT1A de serotonina. Mesmo assim, os efeitos das anfetaminas são bem
mais notáveis quando se trata das outras monoaminas.
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Outros mecanismos
Quando em doses altas, as anfetaminas inibem a MAO, levando a um aumento ainda mais
notável da concentração de monoaminas nas fendas sinápticas.
As anfetaminas induzem maior expressão do gene CARTPT , levando a produção de CART
(cocaine and amphetamine regulated transcript), um neuropeptídeo estimulante do SNC.
Anfetaminas aumentam a neurotransmissão, de forma menos notável, por outras moléculas,
como o glutamato.
Outras características
As anfetaminas são bases fracas e, portanto, são melhor absorvidas em meio básico. Além
disso, uma dieta mais alcalina pode até dobrar a meia-vida delas no corpo. A metabolização desses
fármacos se dá no fígado, e sua excreção é pela urina (uma parcela chega não metabolizada).
A anfetamina (alfa-metilfenetilamina) tem duas isoformas. Sua forma dextrógira é de 3 a 4
vezes mais potente que a levógira.
As anfetaminas têm potencial de gerar dependência, principalmente quando o uso é abusivo.
Dependência por uso terapêutico é mais difícil de ocorrer. As crises de abstinência são compostas
por depressão, isolamento, hipersonia e fadiga – exatamente o contrário do que o efeito agudo da
droga gera (euforia, sociabilidade, insônia e “sensação de energia”).
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Efeitos
Aumento da auto-confiança, pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corporal,
velocidade de execução de tarefas físicas e intelectuais.
Diminuição do apetite, fadiga, sono.
Midríase, euforia, xerostomia, vasoconstrição.
Cefaleia, náusea, tremores, ansiedade, paranoia, disfunção erétil.
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O uso crônico pode levar a: nervosismo, paranoia, insônia, distúrbios alimentares, disfunção
sexual, hipertensão, hipertrofia miocárdica, perfuração de sépto nasal (se aspirada), infarto do
miocárdio etc.
Novamente, basta pensar no que um estimulante faria para deduzir os efeitos.
Usuários crônicos desenvolvem tolerância, tendo que aumentar a dose com o tempo.
Quando em abstinência, dependentes sofrem de fadiga, depressão psíquica, aumento do
sono etc.
As crises de abstinência são menos intensas do que as relativas ao uso de anfetaminas.
Cocaína e álcool
Quando a cocaína é ingerida após o uso de álcool, os dois são metabolizados no fígado
gerando o cocaetileno, metabólito com efeitos sobre o SNC similares aos da coca, porém de meia
vida mais longa (cerca de duas vezes e meia) e efeitos muito mais prejudiciais à saúde. Estima-se
que o risco de morte súbita (em geral por AVCs ou infartos do miocárdio) quando utiliza-se cocaína
juntamente ao álcool é 18 vezes maior do que quando usa-se a cocaína sozinha.
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O que é estresse?
Estímulos que ameaçam o bem-estar e/ou a sobrevivência do indivíduo estressores
físicos
Estímulos imprevisíveis ou sobre os quais não há controle, situações com informações
discrepantes estressores psicológicos
Estímulos que suplantam a capacidade adaptativa do indivíduo
Sistemas de respostas a esses estímulos são filogeniticamente conservados e
habilitam o indivíduo a enfrentar essas adversidades
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal culmina na liberação de cortisol
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Elevação
persistente dos
níveis de cortisol
está associada com
uma diminuição do
volume hipocampal.
O número de
ramificações
dendríticas do
subordinado é
menor.
Estresse e depressão
Na depressão, o feedback negativo do cortisol é menor e, portanto, os níveis de
CRH (Corticotropin-releasing
hormone) secretados pelo
hipotálamo são maiores, o
que leva a maiores níveis de
ACTH secretados pela
hipófise, culminando em
maior liberação de cortisol
pelas adrenais.
Pacientes com
depressão também
apresentam diminuição
do volume hipocampal.
CMDD= Grupo
com depressão maior
RMDD= Grupo em
remissão espontânea
HC= Controles
saudáveis
Notamos então aqui uma ligação entre o estatuto social e o risco de doença e longevidade.
Comparando as situações, um ser humano com um estatuto inferior é subordinado por outro
indivíduo com um estatuto superior, o mesmo acontece entre os machos alfa no grupo dos
babuínos, que subordinam os machos do seu grupo.
O stress e o seu “banho” de hormônios aumentam a pressão arterial, danificando as paredes
das artérias tornando-as um verdadeiro depósito de placas bacterianas, o que pode condenar a
chegada do sangue ao coração. O efeito do stress não se fica apenas pelas doenças estomacais
ou cardiovasculares, mas também pode afetar as células cerebrais. McEwen afirma que o stress
pode ter dois efeitos na memória: O stress crónico pode alterar os circuitos cerebrais, o que pode
resultar na perda de capacidade de nos lembrarmos de coisas que necessitamos e o stress agudo
muito intenso pode resultar na impossibilidade de nos lembrarmos, durante curtos períodos de
tempo, de coisas que sabemos perfeitamente.
O stress está também relacionado com o modo como acumulamos gordura no nosso corpo:
os indivíduos com uma posição social mais baixa têm uma maior probabilidade de terem gordura
nos abdómenes do que os indivíduos com uma posição social mais elevada. (fato relacionado aos
aumento crônico de cortisol).
No entanto, o efeito do stress pode ser ainda mais profundo, afetando os cromossomos. Os
cromossomos estão revestidos por uma estrutura genética denominada por telómeros, que têm
como função impedir as extremidades dos nossos cromossomos se desintegrarem. Esta estrutura
vai tornando-se mais curta conforme a idade, no entanto, o stress pode aumentar a aceleração da
diminuição dos telómeros. Ou seja, um indivíduo com uma menor posição social, com uma elevada
taxa de stress, vai possuir telómeros mais curtos. Blackburn descobriu então que o comprimento
dos telómeros está diretamente ligado à quantidade de stress a que uma pessoa está sujeita e ao
número de anos que já se vive sob esse stress.
Um acontecimento marcou os estudos de Sapolsky, tendo efeitos profundos na sua
investigação. O primeiro grupo que estudou foi vítima de uma epidemia de tuberculose, quase
metades dos machos do bando morreram. Mas algo curioso despertou a atenção de Sapolsky:
Todos os machos alfas tinham morrido, o bando tinha sido, assim, transformado. Os machos que
sobreviveram foram aqueles com maiores relações sociais e os mais simpáticos com as fêmeas, o
que transformou completamente a atmosfera do grupo, uma nova cultura babuíno havia surgido:
As relações sociais eram maiores, o ambiente era mais positivo e os níveis de agressão eram
menores.
Os problemas como pressão arterial já não eram tão numerosos, o mesmo acontecia com
os problemas relacionados com a química cerebral. Não é só a posição social, é o que a posição
social significa na sociedade.
56
Resiliência
Termo emprestado da física: capacidade de um material retornar à forma original após uma
tensão ou pressão aplicada a ele.
Habilidade de se adaptar com sucesso ao estresse/trauma.
Respostas psicológicas e fisiológicas adaptativas ao estresse.
Fatores de resiliência
Apoio social
Contato físico
CONCLUSÕES
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PSICOBIOLOGIA DO BEM-ESTAR
um resumo de Renan Alves a.k.a. Renetter
"O mundo não está preparado para isso. É algo muito além do nosso tempo, mas as
leis vão prevalecer, e um dia farão um sucesso triunfante"
Nikola Tesla
Saúde;
Habitação;
Estabilidade econômica;
Meio ambiente;
Dessa forma, situações estressantes (fome ou falta de comida, enfermidade, falta de abrigo,
problemas financeiros, ambiente insalubre, problemas psicológicos e de saúde mental), que geram
pressão sobre as necessidades humanas básicas, são agentes que afastam o indivíduo do estado
de bem-estar.
Assim como o comportamento, o estado de bem-estar é determinado por genética e
ambiente, bem como pelas atitudes do indivíduo.
O componente genético é herdado dos pais e sua expressão modulada epigeneticamente
ao longo da vida, especialmente por meio da ação do ambiente sobre o indivíduo.
O ambiente, que nesse caso pode ser tratado como "estilo de vida", representa o conjunto
de fatores que afetam a percepção do indivíduo sobre o ambiente, interferindo em sua expressão
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gênica e em seu comportamento (aqui mais facilmente tido como atitudes). Como exemplos desses
fatores temos os sócio-demográficos, o "lugar" que o indivíduo ocupa na sociedade, os econômicos,
a saúde (em tempos passados e atualmente), as relações pessoais, o trabalho, as práticas de lazer,
habitação, educação, dieta, sono, prática de exercícios físicos, práticas contemplativas (no caso de
pessoas que sentem muita dificuldade em exercitar-se).
Fatores determinantes do bem-estar.
Dessa forma, tem-se que diversos
sistemas se conectam e interagem com o
indivíduo para a determinação do bem estar.
Ambiente -> indivíduo (muda atitude e
percepção)
60
"PARAR" para respirar (e atentar-se à própria respiração, frequência, profundidade, som, sensação
de ar entrando e saindo do peito), executar mindfulness, ou atenção plena, em pequenas atividades
diárias etc.
Há estudos que indicam associação entre o MBSR e a melhoria da qualidade de vida em
pessoas doentes. Para alguns casos, como o da fibromialgia, o mindfulness se mostrou totalmente
ineficaz, para alguns outros espera-se ainda avaliar os efeitos e para outros foi comprovada a
eficácia da prática. OBS: as práticas de mindfulness NÃO levam à diminuição da sensação de dor,
desconforto ou tristeza, mas melhoram a capacidade do indivíduo em lidar com e perceber essas
sensações desagradáveis.
De forma bastante simplificada, temos uma oposição direta entre bem-estar e sofrimento.
Um estado de sofrimento é um impedimento à sensação de bem-estar. O sofrimento pode ser
primário, decorrente de processos mais concretos (dor, desconforto, tristeza), ou secundário,
relacionado à forma como reagimos ao sofrimento primário (pensamentos e sensações).
Existem atitudes intencionais que buscam reduzir o sofrimento. Entre elas, podem-se citar:
Psicologia positiva;
"Coping";
Gratidão/generosidade;
Empatia;
Compaixão.
Aluno meditando para superar o segundo ano (cujo fim, enfim, aproxima-se).
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calma que vai acabar *foto de god monsoon abençoando e treinando mindfulness*