Aula 4 de Introdução À Física Atômica e Molecular - Átomo de Hélio
Aula 4 de Introdução À Física Atômica e Molecular - Átomo de Hélio
Aula 4 de Introdução À Física Atômica e Molecular - Átomo de Hélio
Átomo de Hélio*:
Estados de Spin de Dois Elétrons†
*Referência Principal:
D. Vianna, A. Fazzio e S. Canuto, Teoria Quântica de Moléculas e Sólidos
†ReferênciaPrincipal:
Texto de Mecânica Quântica de sua preferência. (Sugestão: Cohen-Tannoudji, cap. IV)
Átomo de Hélio
2.a) Acima, |Ψ(1,2)⟩ denota o estado de dois elétrons, indicados por “1” e “2”. O
espaço dos vetores de estado de 2 elétrons consiste do produto tensorial (⊗) entre os
espaços dos vetores de estado das partículas 1 e 2:
E = E1 ⌦ E 2
1̂ = 1̂1 ⌦ 1̂2
Átomo de Hélio
ĥ1 ⌦ 1̂2 | (1)i ⌦ | (2)i = [ ĥ1 | (1)i ] ⌦ [ 1̂2 | (2)i ] ⌘ | (2)i h1 | (1)i
2) No entanto, o operador de spin não pode ser obtido pelo procedimento de quantização
usual, pois não tem análogo clássico. Na formulação não relativística da Mecânica
Quântica, o spin é introduzido de maneira ad hoc. Além disso, s = ½ é uma propriedade
intrínseca do elétron, independente de qualquer interação.
Spin
3) Usualmente, escrevemos a Hamiltoniana de uma partícula no espaço orbital, pela
quantização das coordenadas e momentos conjugados clássicos. O estado de uma
partícula com spin é o produto tensorial entre os espaços vetorial e de spin (espaço spin-
orbital):
ESO = ES ⌦ EO
H ⌘ 1̂S ⌦ H S ⌘ Ŝ ⌦ 1̂O
3) Vamos considerar, agora, apenas o estado de spin de dois elétrons não interagentes. O
estado global será o produto dos estados de spin individuais. A notação utilizada será:
|1 : ms i ⌦ |2 : m0s i ⌘ |ms m0s i
estado estado estado do sistema
elétron 1 elétron 2 (2 elétrons)
Estado de Spin de Dois Elétrons
4) Os quatro estados de spin possíveis para o sistema de dois elétrons serão:
5) Há um problema grave com dois dos estados acima, |+ – > e , | – + > . O Postulado de
Simetrização da Mecânica Quântica exige que não se possa distinguir partículas idênticas
(ou indistinguíveis) por meio de um experimento. No estado | + – >, o elétron 1 tem
projeção ms = + ½ e o elétron 2 tem projeção ms = – ½. Portanto, se realizarmos uma
medida do observável Sz, saberemos ter “encontrado” o elétron 1 se o resultado da
medida for +ħ/2, ou o elétron 2 se o resultado for –ħ/2. Para respeitar o Postulado de
Simetrização, tomaremos combinações lineares:
Estado de Spin de Dois Elétrons
6) Os estados anteriores podem ser agrupados de acordo com o spin total (soma dos spins
individuais), s = 0 (singleto) e s = 1 (tripleto):
Nota: É fácil identificar os estados | – – > e | + + > como componentes do tripleto, pois
ms = ms1 + ms2. Assim, ms = – ½ – ½ = – 1 para | – – >, e ms = ½ + ½ = 1 para | + + >
(como |ms | ≤ s, esses estados não podem ser componentes do singleto, s = 0). Sabemos
que os outros dois estados, (| + – > ± | – + > ), ambos com ms = 0, podem ser, em
princípio, componentes do singleto ou do tripleto. Essa distinção pode ser realizada por
uma propriedade de simetria (não demonstrada aqui): o estado do tripleto é simétrico
(preserva o sinal) frente à permutação dos elétrons; o estado singleto é antissimétrico
(troca o sinal) frente à permutação dos elétrons.
Princípio de Exclusão de Pauli
Como mencionado anteriormente, o Postulado de Simetrização exige que duas partículas
“idênticas” não possam ser distinguidas por meio de uma observação experimental. Essa
exigência se faz de maneira distinta para bósons (partículas com número quântico de spin
inteiro, s = 0, 1, 2, ...) e férmions (partículas com número quântico de spin semi-inteiro, s
= 1/2, 3/2, 5/2, ...). Seja Pij o operador que permuta as partículas i e j. O Postulado
determina que a ação desse operador sobre um estado de N bósons preserve seu sinal,
enquanto sua ação sobre um estado de N férmions troque seu sinal. Diz-se, portanto, que
o estado bosônico é simétrico frente à operação de permutação, enquanto o estado
fermiônico é antissimétrico:
| 1s (1)i| 1s (2)i
É evidente que o estado orbital acima é simétrico frente à permutação dos elétrons, não
satisfazendo o Princípio de Pauli. Porém, se multiplicarmos esse estado orbital simétrico
por um estado de spin antissimétrico, obtermos um estado global (orbital+spin)
antissimétrico. Como discutido anteriormente, o estado singleto (s = 0) tem essa
propriedade. Utilizaremos a notação α e β para indicar os estados de spin individuais
ms = +½ e ms = – ½.
p1 (| + i | +i ) ⌘ p1 ( |↵(1) (2)i | (1) ↵(2)i ) [singleto]
2 2
Notação: será importante utilizar uma notação compacta. Assim, poderemos indicar o
estado individual de spin β (ms = – ½) por uma barra, convencionando que a ausência da
barra indica o estado individual α (ms = + ½). Explicitamente:
| (1, 2)i = p1 (| 1s (1) ↵(1) 1s (2) (2)i | 1s (1) (1) 1s (2) ↵(2)i )
2
⌘ p1 | 1s (1)
¯1s (2)i | ¯1s (1) 1s (2)i
2
= h (1, 2)| h1 | (1, 2)i + h (1, 2)| h2 | (1, 2)i + h (1, 2)| V12 | (1, 2)i