APOSTILA DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO1 serieEM PDF
APOSTILA DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO1 serieEM PDF
APOSTILA DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO1 serieEM PDF
Educao Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Mdio, Pr-Vestibular, Curso Tcnico em Meio Ambiente.
Praa So Janurio, 276 CEP: 36500-000 Ub-MG Fone/Fax: (32) 3531- 5281
E mail: colegiosagrado@redesagradouba.com.br Site: www.redesagradouba.com.br
____________________________________________________________________________
Professor (a): Carlos / Sociologia 1 srie do Ensino Mdio
A palavra sociologia foi criada pelo pensador francs Augusto Comte em 1839 em seu curso de
filosofia positiva. A palavra sociologia hbrida, isto , ela formada por duas lnguas
diferentes: Scio do latim significa social ou sociedade, logia do grego significa estudo,
formando assim, o estudo do social ou estudo da sociedade.
A sociologia se baseia no conhecimento cientfico, por isso, utiliza-se das regras metodolgicas
da cincia social como a pesquisa, a objetividade, a observao, as entrevistas e
questionrios.
Para a sociologia se consolidar como cincia ela teve que abandonar seu carter
normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influncia de teorias e mtodos das cincias
biolgicas e naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao
longo de milhes de anos todas as espcies de seres vivos evoluram; A biologia foi outra
cincia que influenciou na cientificidade sociolgica, atravs de Herbert Spencer (1820-1903),
que criou uma sociologia organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo com a
sociedade. Neste contexto foi fundamental aceitar a idia de que os fenmenos sociais
obedecem a leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importncia do
positivismo que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso,
tambm, que logo no seu incio, a sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por
Saint-Simon), ou fsica social (por Augusto Comte).
Outros tericos fizeram suas interpretaes sociais buscando dar sociologia um carter
de cincia, buscando a consolidao definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e importante
para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento cientfico-social onde abrange todos
os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras cincias sociais como a economia (produo
material), poltica (relaes de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste
processo foram importantes as contribuies de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber.
Isidore Augusto Marie Franois Xavier Comte, filsofo e matemtico francs, nasceu em
Montpelier a 19 de janeiro de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele tambm que batizou
com o nome de sociologia uma nova cincia que antes ele chamava de fsica social. Augusto
Comte foi importante para a sociologia, pois, atravs de sua perspectiva positivista que deu os
primeiros passos para a cientificidade da sociologia, mas ainda confundida com uma filosofia
social e religiosidade de tipo ideologicamente conservadora. Suas principais obras so: Curso
de Filosofia Positiva e Sistema de Poltica Positiva.
____________________________________________________________________________
Segundo Comte, o nico conhecimento vlido que se baseia em fatos. Por isso, a
imaginao deve estar completamente subordinada a observao da realidade sensvel e
manipulvel pela tcnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentativa de conhecimento
absoluto ou pelas causas, o objetivo chegar s leis, ou seja, as relaes constantes que os
fatos possuem entre si.
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafsica, poderia
superar as contradies da humanidade, levando a alcanar o seu destino de progresso.
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira da
Prssia Renana com a Frana. Marx foi um dos principais pensadores do sculo XIX, ele foi
fundador do socialismo cientfico e grande ativista a favor da revoluo proletria, apesar de
no ser um socilogo de profisso, suas teorias despertaram a conscincia de uma sociologia
crtica. Uma das principais caractersticas do pensamento de Marx a Prxis, isto , no foi um
terico de gabinete ele aliava teoria e prtica, participando dos movimentos sociais e
revolucionrios. Era um pensador de tendncia ideolgica transformadora, pretendia
transformar a sociedade capitalista em uma sociedade comunista atravs da revoluo
socialista proletria. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Famlia (1845),
A Ideologia Alem (1845-1846), Misria da Filosofia, Manifesto do partido comunista, As lutas
de classe na Frana (1850/59), o 18 Brumrio de Luis Bonaparte (1852/55), Crtica da
economia poltica (1859) e O capital.
____________________________________________________________________________
10 ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) Quem foi Karl Marx?
b) Qual a principal caracterstica do pensamento de Marx?
c) O que Prxis?
d) Qual a tendncia ideolgica de Karl Marx?
e) Quais as principais obras de Marx?
____________________________________________________________________________
4.6. ALIENAO
A palavra alienao vem do latim (alienare, alienus) significa que pertence a um outro.
Alius o outro. Portanto, sob determinado aspecto, alienar tornar alheio, transferir para
outrem o que seu. Para Marx, a alienao ocorre no processo produtivo e nas relaes
sociais de produo capitalista. A alienao no puramente terica, manifesta-se na vida
real, a partir da diviso do trabalho, quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o
produziu; a diviso do trabalho na sociedade capitalista torna o homem um ser incompleto e
no-realizado. O operrio que trabalha em uma fbrica e produz determinado objeto no
escolhe seu prprio salrio, o seu horrio ou ritmo da produo, isso determinado por foras
que lhe so estranhas. Alm de tudo isso, o produto produzido pelo operrio no lhe
reconhecido e nem lhe pertence, pois devido diviso do trabalho ele executou apenas uma
parte da produo e recebeu um salrio para tanto. Esta diviso do trabalho gera tambm uma
certa indiferena entre os trabalhadores que executam atividades diferentes, ficando estranhos
entre si. A alienao no processo produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais
importante que o individuo que produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria
vale no mercado) se torna superior ao valor de uso (o que a mercadoria vale por sua utilidade)
determinando as relaes humanas.
- Reificao do trabalhador (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um
mero instrumento produtor de mercadoria, quando a fora de trabalho da pessoa se torna
mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca de um salrio. a humanizao da
mercadoria e a desumanizao da pessoa.
____________________________________________________________________________
4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alem, Marx se refere ideologia como um sistema elaborado
de representaes e de idias, que correspondem a formas de conscincia que os homens tem
em determinada poca. Essas representaes e idias so qualificadas como quimeras,
formas imaginrias, iluso, sonho, enfim, algo que esta em oposio s condies materiais da
vida real. Aparece ai tambm a concepo de que a ideologia a inverso da realidade, no
sentido de reflexo, como na cmara fotogrfica, onde a imagem aparece invertida. Marx diz
que: a existncia condiciona a conscincia, ou seja, no conscincia que determina a vida,
a vida que determina a conscincia.
Para Marx, a ideologia um sistema de crenas ilusrias relacionadas a uma classe
social determinada. Por isso, ele diz: as idias dominantes de uma poca representam as
idias da classe dominante.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relao fundamental
que a oposio entre o falso (ideologia) e o verdadeiro (saber cientfico). O falso representa a
ideologia e o verdadeiro representado pela cincia, que libertar o proletariado da dominao
burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a ideologia um conjunto lgico, sistemtico e coerente
de representaes (idias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e
prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que
devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que
devem fazer e como devem fazer. A ideologia , portanto, tem as seguintes caractersticas:
um corpo explicativo (representaes) e prtico (normas, regras, preceitos) de carter
prescritivo, normativo, regulador.
4.8. A FUNO DA IDEOLOGIA
A funo da ideologia dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma
explicao racional para as diferenas sociais, polticas e culturais, sem jamais atribuir tais
diferenas diviso da sociedade em classes, a partir das divises na esfera da produo.
Busca camuflar as diferenas de classes sociais antagnicas e de fornecer aos membros da
sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de
todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nao, o
Estado, a Ptria, o Progresso, a Famlia e etc.
____________________________________________________________________________
Para Durkheim, na relao individuo e sociedade, ele destaca que a sociedade prevalece
sobre o individuo. A sociedade , para esse autor, um conjunto de normas de ao,
pensamento e sentimento que no existem apenas na conscincia dos indivduos, mas que
so construdos exteriormente. Isto , fora das conscincias individuais. Em outras palavras, na
vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que no foram diretamente
criadas por ele, mas que existem e so aceitas na vida em sociedade, devendo ser seguidas
por todos. Sem essas regras, a sociedade no existiria e por isso que os indivduos devem
obedec-las. Os fatos sociais so os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. O
modo de vestir, a lngua, o sistema monetrio, a religio e uma infinidade de outros fenmenos
so consideradas fatos sociais.
As leis so um bom exemplo do raciocnio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis
que organizam a vida em conjunto. O individuo isolado no cria leis nem pode modific-las.
So as geraes de homens que vo criando e reformulando coletivamente as leis. Essas leis
so transmitidas para as geraes seguintes na forma de cdigos, decretos, constituies, etc.
como indivduos isolados, temos de aceita-las; sob pena de sofrer castigos por viola-las.
Seguindo essas idias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de
estudo da sociologia, justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos
indivduos em sociedade. Tais fatos sociais so diferentes dos fatos estudados por outras
cincias por terem origem na sociedade, e no na natureza (como nas cincias naturais) ou no
individuo (na psicologia).
Esses fatos sociais tm trs caractersticas bsicas que permitiro sua identificao na
realidade, elas so: gerais, exteriores e coercitivos.
1. Generalidade o fato social comum aos membros de um grupo;
2. Exterioridade o fato social externo ao individuo, existe independentemente de sua
vontade. Isto , consistem em idias, normas ou regras de conduta que no so criadas
isoladamente pelos indivduos, mas foram criadas pela coletividade e j existem fora de ns
quando nascemos.
3. Coercitividade os indivduos vem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido
porque essas idias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se
isso no acontece, se algum desobedece a elas, punido, de alguma maneira pelo resto do
grupo.
justamente a educao um dos exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que
um fato social. O individuo, segundo ele, no nasce sabendo previamente as normas de
conduta necessrias para a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar seus
membros, fazendo com que aprendam as regras necessrias organizao da vida social. As
geraes adultas transmitem s crianas e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo
de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social perpetuado, a pesar da morte dos
indivduos.
O que a criana aprende na escola? Idias, sentimentos e hbitos que ela no possui
quando nasce, mas que so essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, por exemplo,
aprendida, em grande medida, na escola. Ningum nasce conhecendo a lngua de seu pas.
necessrio um aprendizado, que comea j nos primeiros dias de vida e se prolonga no
decorrer dos muitos anos na escola, para que a criana consiga se comunicar de maneira
adequada com seus semelhantes. Sem o aprendizado da linguagem, a criana no poderia
participar da vida em sociedade.
5.8. INSTITUIO
Outro conceito importante para Durkheim o de instituio. Para ele, uma instituio
um conjunto de normas e regras de vida que se consolidam fora dos indivduos e que as
geraes transmitem uma s outras. H ainda muitos outros exemplos de instituies: famlia,
Estado, Igreja, Exrcito, etc. Assim, para Durkheim a sociedade, como coletividade, que
organiza, condiciona as aes individuais. O individuo aprende a seguir normas e regras de
ao que lhes so exteriores. Ou seja, que no foram criadas por ele, e so coercitivas, pois
limitam sua ao e prescreve punies para quem no obedecer aos limites sociais. A funo
das instituies socializar os indivduos, fazer com que eles assimilem as regras e normas
necessrias vida em comum.
A busca de uma neutralidade cientfica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira
entre o cientista, homem do saber, das anlises frias e penetrantes; e o poltico, homem de
ao e de deciso comprometido com questes prticas da vida. O que a cincia tem a
oferecer a esse homem de ao, segundo Weber, um entendimento claro de sua conduta,
das motivaes e das conseqncias de seus atos.
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivduo e sua ao como ponto chave
da investigao. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia
era a compreenso da ao dos indivduos e no a anlise das instituies sociais ou de
grupos sociais, to enfatizadas pelo pensamento conservador. Com essa posio, no tinha a
inteno de negar a existncia ou a importncia dos fenmenos sociais, como o Estado, a
empresa capitalista, a sociedade annima, mas to somente a de ressaltar a necessidade de
compreender as intenes e motivaes dos indivduos que vivenciam estas situaes sociais.
A cincia no pode propor fins a ao prtica: uma cincia emprica no est apta a
ensinar a ningum aquilo que deve, mas, sim, apenas aquilo que pode em certas
circunstncias aquilo que quer fazer. O domnio da cincia emprica deve ser definida como
o dos meios e no como o dos fins.
__________________________________________________________________________
A ao definida por Weber como toda conduta humana (ato, omisso, permisso)
dotada de um significado dado por quem a executa e que orienta essa ao. Quando tal
orientao tem vista a ao passada, presente, ou futura de outro ou de outros agentes que
podem ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivduos indeterminados e
completamente desconhecidos o pblico, a audincia de um programa, a famlia do agente
etc a ao passa a ser definida como social. A ao determinada pelas intenes,
motivaes e expectativas de outros.
A relao social se refere conduta de mltiplos agentes que se orientam
reciprocamente em conformidade com um contedo especfico (conflito, hostilidade, amizade,
competio, atrao sexual etc) do prprio sentido das suas aes. As relaes sociais podem
ser de natureza transitria, assimtrica: quando no h o mesmo sentido subjetivo e se expe
atitudes diferentes sem reciprocidade, mas mutuamente orientado mesma expectativa;
simtrica: quando a relao corresponde em suas expectativas o mesmo significado para todos
envolvidos.
6.7. AO SOCIAL
No estudo das relaes sociais, Weber percebeu que nas sociedades a existncia de
diferenas sociais pode ter vrios princpios explicativos, sendo que o critrio de classificao
mais relevante dado pela dominncia, em cada unidade histrica, de uma forma de
organizao ou pelo peso particular que cada uma das diversas esferas da vida coletiva possa
ter, essas esferas so: econmica, religiosa, poltica, jurdica, social, cultural cada uma com
sua lgica particular de funcionamento. Assim Weber, destacou as trs esferas (dimenses) da
sociedade, sendo que cada esfera possui sua ordem de estratificao prpria:
Classes refere-se a ordem econmica, o interesse econmico fator que cria uma classe,
podendo-se at considerar que as classes esto estratificadas segundo suas relaes com a
produo e a aquisio de bens; a estratificao econmica , portanto, representada pelos
rendimentos, bens e servios que o individuo possui ou de que dispe.
Estamentos (status) refere-se a ordem social, onde os grupos de status estratificam-se em
funo do principio de consumo de bens, representados por estilos de vida especficos, a
estratificao social , portanto, evidenciada pelo prestigio e honra desfrutados.
Partidos refere-se a ordem poltica, que manifesta-se atravs do poder; a estratificao
poltica assim observada atravs da distribuio do poder entre grupos e partidos polticos,
entre indivduos no interior dos grupos e partidos, assim como entre os indivduos na esfera da
ao poltica.
Segundo Weber, o Estado uma instituio social que mantm o monoplio do uso
legitimo da fora fsica dentro de determinado territrio, para que este estado exista preciso
que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado definido por sua
autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as instituies
sociais, o Estado organizado em torno de um conjunto de funes sociais, incluindo manter a
lei, a ordem e a estabilidade, resolver vrios tipos de litgios atravs do sistema judicirio,
cobrar impostos, censo, identificao e registro da populao, alistamento militar, encarrega-se
da defesa comum e cuidar do bem-estar da populao de maneira que esto alm dos meios
do indivduo, tal como implementar medidas de sade pblica, prover educao de massa etc.
6.11. DOMINAO E AUTORIDADE