Piscicultura Super Intensiva
Piscicultura Super Intensiva
Piscicultura Super Intensiva
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
300
260,00
250
204,00
200 172,00
139,10
150
87,63 93,00
100
60,72
46,20
32,00
50
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
De acordo com os dados da FAO (2004), o consumo per capita anual de pescado no Brasil
situa-se em apenas 6,8 quilos por habitante. O Chile, a Argentina e a Bolívia têm um consumo
per capita igual a 15,8; 9,6 e 1,6 kg, respectivamente.
Segundo dados da INFOPESCA (2005), o consumo per capita em Aracaju–SE é de 13,1 kg,
confirmando assim que o mercado consumidor local possui um grande potencial de absorver a
produção da comunidade.
De acordo com Bursztyn, (2004), o conceito de sustentabilidade vai além da associação com
meio ambiente. O conceito é mais amplo e não está relacionado apenas aos aspectos
ambientais das produções, mas diz respeito também às dimensões econômica, social, cultural,
territorial e político-institucional.
A tilápia é uma espécie de peixe com um grande potencial para pequenos criadores devido ao
fato desta ser bastante resistente ao manuseio e transporte, adaptar-se bem aos diversos tipos
de ração, possuir rápido crescimento e poucas espinhas e apresentar sabor apreciado (Freitas
& Gurgel, 1984).
Segundo Antônio (2003), a aqüicultura é a atividade produtora de alimentos que mais cresce
no mundo proporcionalmente. Este extraordinário crescimento da atividade traz consigo a
preocupação com a sua sustentabilidade, fundamentada na fragilidade do ecossistema global,
considerando-se as limitações de disponibilidade de água de boa qualidade para manter as
altas cifras de produção.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN, 2004)
basicamente pode-se definir 4 tipos de produção por piscicultura, de acordo com o nível de
complexidade do sistema, que determina o nível de produção:
a. Piscicultura extensiva
Neste tipo de piscicultura, tem-se maior controle sobre o meio ambiente; pode-se secar o
açude à vontade, para colheita e manejo. As técnicas de produção utilizam alevinagem e
engorda com manejo dos peixes. Na piscicultura semi-intensiva, se conhece o número de
alevinos, de filhotes e peixes em crescimento: Isto permite estimar a produção e programar a
colheita. Realiza-se adubação para aumentar a produtividade natural do açude; e faz-se uso de
alimentação suplementar (ração para peixes, milho, macaxeira, farelo de arroz e outros).
Estima-se a produção entre 3.000 e 7.000 kg de peixes por hectare/ano, quando se utiliza
alimentação peletizada, extrusada e uma boa estratégia de produção.
c. Piscicultura super-intensiva
Filtro
para
sólidos Spray
Turbina de ar
Bomba d'áqua
Figura 02 – Desenho do fluxo simplificado do sistema de produção super-intensivo com recirculação de água.
180
110
40
1,5
1,7
2
1,3 2
0,3 Semi-intensivo
Densidade
3
d Estocagem Taxa
Duração Super-Intensivo
(kg/m3) Conversã Taxa
dsafra (dias)
Alimentar d
mortalidad Safras
i
(%)
Figura 03 – Comparativo entre as características dos sistemas de produção super e semi intensvos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto tem como foco de estudo os municípios de Japaratuba, General Maynard e Rosário
do Catete, todos no Estado de Sergipe, por ser uma área de influência muito forte da
Companhia Vale do Rio Doce e da Petrobrás.
Existem duas principais fontes de água a considerar, os riachos da região e a adutora que
alimenta o processo de concentração do minério de cloreto de potássio da Companhia Vale do
Rio Doce.
Os riachos da região (Riacho Riachão e Rio Japaratuba) apesar de perenes, nunca secam por
completo e apresentam uma variação muito grande no volume e na qualidade da água,
dependendo da estação do ano. Para garantir uma uniformidade na água de alimentação dos
sistemas de recirculação, verificou-se que a melhor opção é a água dos poços artesianos da
Companhia Vale do Rio Doce, que, segundo quadro comparativo (ver Tabela 1) abaixo,
mostra-se adequada à produção de pescado.
Partindo do princípio de que o projeto incorporará seis famílias trabalhando diretamente com
um kit de piscicultura cada uma, foi analisado o investimento para a obtenção de um kit.
Super-Intensivo Semi-Intensivo
Equipamentos Unidade Valor Quantidade Total Quantidade Total
Trator h R$ 100,00 0 R$ - 80 R$ 8.000,00
Caçamba h R$ 80,00 0 R$ - 40 R$ 3.200,00
Alvenaria m3 R$ 147,00 0 R$ - 6 R$ 882,00
Terreno m2 R$ 1,00 500 R$ 500,00 10000 R$ 10.000,00
Fertilização saco 50 kg R$ 30,00 0 R$ - 4 R$ 120,00
Estufa kit R$ 1.700,00 1 R$ 1.700,00 0 R$ -
Aerador kit R$ 1.700,00 1 R$ 1.700,00 2 R$ 3.400,00
Filtragem kit R$ 6.900,00 1 R$ 6.900,00 0 R$ -
Compressor kit R$ 3.100,00 1 R$ 3.100,00 0 R$ -
Tanque de 30 m3 kit R$ 2.600,00 4 R$ 10.400,00 0 R$ -
Moto-bomba kit R$ 900,00 1 R$ 900,00 0 R$ -
Esterilizador kit R$ 5.900,00 1 R$ 5.900,00 0 R$ -
Tubulações m R$ 30,00 30 R$ 900,00 100 R$ 3.000,00
Total R$ 32.000,00 Total R$ 28.602,00
R$ 30.000,00
R$ 20.000,00
R$ 10.000,00
R$ -
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
58
61
64
67
1
4
7
R$ (10.000,00)
R$ (20.000,00)
R$ (30.000,00)
R$ (40.000,00)
Super-Intensivo
Meses
Semi-Intensivo
R$ 30.000,00
R$ 20.000,00
R$ 10.000,00
R$ -
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
R$ (10.000,00)
R$ (20.000,00)
R$ (30.000,00)
R$ (40.000,00)
Super-Intensivo
Meses Semi-Intensivo
Figura 05 – Tempo de Retorno do Investimento, supondo venda 50% no varejo e 50% no atacado.
Em pesquisa realizada nas feiras de livres de Aracaju - SE e Maruim - SE, constatou-se que o
preço médio de comercialização da tilápia é de R$ 4,00 o quilo. Supondo que o produtor
comercialize 50 % da sua produção no varejo local (Figura 05), o tempo de retorno do capital
investido irá ser reduzido para 18 meses no sistema super-intensivo e 23 meses para o semi-
intensivo.
Dependendo da forma e do preço de venda da tilápia o rendimento de cada família é estimado
entre R$ 624,00 e R$ 1.824,00. O sistema super-intensivo também poderá garantir a própria
subsistência da família, com o consumo do peixe e das hortaliças provenientes da hidroponia.
f. Escoamento da Produção
O escoamento da produção poderá ser feito através da venda porta a porta, nos mercados
municipais da micro região de General Maynard, composta dos municípios de Maruim,
Rosário do Catete, Japaratuba, Carmopolis todos em Sergipe, para usinas de filetagem em
Própria e Lagarto ambos em Sergipe, refeitórios industriais das empresas locais que
consomem em média 2000 kg de filé de pescado ao mês além dos supermercados de Aracaju,
capital do estado.
Partindo do princípio de que não existe aqüicultura sem água e que se torna impossível
qualquer empreendimento de cultivo de organismos aquáticos sem uma fonte livre de
poluentes, faz-se necessário a abordagem do impacto ambiental do projeto, pois o aqüicultor
deve ter consciência das suas ações, para que não torne sua estação de produção um agente
poluidor.
Segundo estudos de Schäfer (1985) os poluentes podem ser classificados segundo seu estado
físico, natureza química e ação sobre os organismos vivos, conforme se verifica na Tabela 03.
Classificação Tipo de poluente
Material em suspensão (sólidos)
Estado físico
Material em solução (líquidos e gases)
Matéria orgânica (com carbono)
Natureza química
Matéria mineral (sem carbono)
Biodegradável (que demandam oxigênio, DBO)
Ação nos seres vivos Biorresistentes (não pedem ser degradados por bactérias)
Tóxicos (que produzem enfermidades ou a morte)
Fonte: Shafër(1985).
Tabela 03 – Classificação dos poluentes segundo seu estado físico, natureza química e ação sobre os organismos.
5. CONCLUSÕES
6. REFERENCIAS
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2000.
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Disponível: http://ias.unu.edu/proceedings/icibs, consultado em Janeiro 2005.
FREITAS, J.V.F; GURGEL, JJS. Estudos Experimentais Sobre a Conservação da Tilápia, Boletim do
Departamento Nacional de Obras Contra a Secas, 1984.
INFOPESCA, Centro para los Servicios de Informacíon y asesoramiento sobre la comercialización de los
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KESTEMONT, P & RINCHARD, J. 1996. Comparative study of reproductive biology in single and multiple-
spawner cyprinid fish. I. Morphological and histological features. Journal of Fish Biology, London.
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Disponível:http://www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-dicionario_ambiente/index.asp, consultado em 12 de
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Presented at The Round Table Discussion on Aquaculture Supplement for the World Census of Agriculture 5-7
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Disponível: http://mmbr.asm.org/cgi/content/full/64/4/655, consultado em: 15 julho 2005.
SONODA, D. Y., Avaliação econômica de sistemas alternativos de produção de tilápias em tanques rede para
diferentes mercados.USP 2002.
SCHÄFER, Alois Eduard; Viero, Cláudia Concer,. Banco de dados biológicos, físico-químicos de águas
superficiais da região da serra gaúcha e da patrulha ambiental. BIC/FAPERGS. Disponível:
http://perseu.ucs.br:8080/ucs/tplJovensPesquisadores/pesquisa/jovenspesquisadores/apresentacao3
TIMMONS, Michael B., Thomas M Losordo, Aquaculture Water reuse Systems, pg 25, Elsevier – Amsterdam
2000.