Imagem Corporal Na Perspectiva de Paul Schilder
Imagem Corporal Na Perspectiva de Paul Schilder
Imagem Corporal Na Perspectiva de Paul Schilder
FÁTIMA DO SUL
2009
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Fátima do sul
Junho de 2009
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Introdução
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professor de educação física. Este sim e o objetivo deste documento, usar a Educação
Física como aliada na cura das mazelas comportamentais, e deixar claro que o professor
é incumbido dos cuidados acerca da conscientização na busca de um físico agradável e
que nunca se deve trocar saúde por estética.
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1. IMAGEM CORPORAL
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“[...] não existem impressões que não sejam direcionais e não encontrem, ao
mesmo tempo, uma expressão. Não há percepção sem ações. Toda impressão
carrega consigo impulsos eferentes”. (SCHILDER P 7, 11)
Ele ainda afirma que o indivíduo que tiver os músculos oculares internos e
externos sem funcionamento e praticar o ‘observar’, ele ainda sim enxergaria, através
dos outros sentidos que possuímos, mas aquele que tiver ao mesmo tempo, todos os
músculos do corpo imobilizados não enxergaria por completo. Schilder deixa claro
neste depoimento que movimento é, de forma excepcional, a principal maneira que
temos de adquirir os conhecimentos do próprio corpo. As impressões serão formadas a
partir da motilidade.
“quando os olhos estão imóveis a cabeça se move e, se ambos estiverem
paralisados, o corpo se move. No caso de uma paralisia total, ainda haveria
impulsos de movimentos enquanto houvesse vida. As percepções só são
formadas tendo como base a motilidade e seus impulsos.” SCHILDER (1999)
P 9.
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1 Personalidade: é um conjunto de ações e tendências para uma ação sempre esperando motivações fortes referente
ao nosso corpo. Freud S.
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5 mágica imitativa passiva: a ação mágica é uma ação que influencia a imagem corporal, independente
da distância espacial real
As impressões visuais que temos sobre o nosso corpo não são muito diferentes
das que temos dos corpos alheios, isso já foi discutido anteriormente. Entretanto, isso
não quer dizer que formamos nossa imagem corporal introjetando imagens corporais de
outras pessoas, porém não podemos afirmar também que não possa acontecer.
“A imagem corporal não é um produto da apropriação dos corpos alheios,
apesar de podermos incorporar partes de imagens corporais de outra pessoa a
nosso modelo postural. A imagem corporal também não é obtida através da
identificação com as imagens corporais alheias, apesar de podermos enriquecer
nossa percepção da imagem corporal com tais identificações, SCHILDER
(1996)”.
Com relação à distância espacial, podemos dizer que formamos nossa imagem
corporal adicionando e doando partes de imagens corporais. Assim as pessoas que nos
relacionamos emocionalmente fazem parte de nossa imagem corporal ou tem partes em
nossa imagem corporal. Os olhares dos indivíduos tornam-se, assim, um instrumento do
intercurso das imagens corporais. “os olhos fornecem a possibilidade de estabelecer
relações sociais com outra pessoa”, (SCHILDER 1999).
Pode-se dizer que a parte mais expressiva no nosso corpo é o rosto porque é
uma parte que pode ser vista por todos. A boca tem um aspecto psicológico por
localizar-se na face e desempenha o papel de aproximar as pessoas. O sorriso (ereção)
tem um significado social. Portanto a distância que os corpos alheios se relacionam com
o nosso está, relativamente, ligado as emoções, não importando se são de ódio ou amor.
Os movimentos expressivos são comunicação. Logo podemos refletir que, geralmente é
comunicação que dirigimos as pessoas quando sorrimos ou estamos tristes.
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Talvez, chegamos ao ponto mais difícil do trabalho, falar sobre a relação que a
beleza tem com a imagem corporal. – Quais seriam as interferências que essa relação
exerce na formação da imagem corporal ou no próprio modelo postural?
Schilder relata um caso que um paciente pretendia fazer uma cirurgia no nariz,
pois não se achava atraente e tinha dificuldades de relacionar-se sexualmente. Neste
caso, explica o autor que, a adoração da beleza coíbe a ação. A atitude do paciente em
relação à beleza dos outros se relacionava intimamente com sua atitude em relação à
própria imagem corporal e o culto ao outro corpo relacionava-se com a depreciação de
seu próprio modelo postural. Isso se deve ao fato de diversas ocorrências na vida
daquele paciente em especial, quer dizer, que desgostar de parte de nosso corpo não é
uma aberração. “[...] a alteração real de sua aparência, através da cirurgia de um nariz,
não modificou muito sua atitude e o sucesso que alcançava”. O corpo é uma imagem
que construímos com atitudes instintivas, afirma Schilder, desta forma, uma
modificação real da aparência só poderá ter efeitos restringidos. Isso também implica
muitas outras situações como, por exemplo, o Complexo e Édipo.
Como já comentado, uma mudança física no corpo pode mudar, não só o corpo
como também, a imagem corporal do indivíduo. Num simples olhar no espelho e
projetar nossa imagem que vemos em nossa imagem corporal, podemos observar e
estudar as mudanças de atitudes dos outros e transferir-la para nossa imagem corporal
(aceitação). Mas Freud afirma que esses fatores não terão papel decisivo quando não
forem capazes de alterar a atitude psíquica do indivíduo.
Não devemos subestimar a importância que a feiúra e a beleza têm na vida
humana. A nossa beleza ou feiúra responsável não apenas pela a imagem que temos de
nós mesmo, mas também para imagem que os outros constroem a nosso respeito, pois
isso será responsável pelas atitudes dos outros e a partir daí, formamos a nossa imagem
corporal, quando tomamos de volta as reações das outras pessoas.
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entre outros. Ate mesmo a ansiedade era tida com exemplo de 'fraqueza mental', falta de
pensamento positivo, falta de ter o que fazer e coisas do gênero.
Hoje, já se sabe que o estresse e a ansiedade podem levar qualquer pessoa a
mudanças comportamentais, sem que esta seja considerada doida ou mentalmente fraca.
A síndrome do pânico e os transtornos fóbicos representam aspectos do psiquismo
humano que acabaram culturalmente sendo aceitos. Apesar desses quadros fóbico-
ansiosos continuarem sendo os principais responsáveis pelos tratamentos psíquicos é
crescente a procura devido aos problemas decorrentes da obsessão pelo corpo perfeito.
Algumas meninas já acham impossível encontrarem a felicidade, pelo simples
fato de mostrarem uma dobra na barriga quando sentam. Já os rapazes sacrificam horas
obsessivas e intermináveis “puxando ferro” nas academias de musculação. Isso sem
contar com a comodidade que algumas pessoas gozam por poderem atribuir a um
pequeno excesso de gordura, a um nariz mais profuso ou a um seio menos farto, toda a
responsabilidade pelos fracassos em conquistar o sexo oposto, estas 'deformidades'
corpóreas recebe a culpa pela infelicidade das pessoas.
Cada dia mais, a cirurgia plástica e a lipoaspiração vêm se tornando sonho de
inúmeras pessoas, até já existe um nome específico (lipo-escultura). Algumas pessoas
dizem que “se pudessem fariam uma plástica geral, trocariam tudo, modificariam tudo”.
Quer dizer, são pessoas infelizes com o próprio corpo.
O problema não mereceria tanta ênfase se não fosse capaz de escravizar, de
fazer algumas pessoas viverem em torno disso, sacrificarem sua própria felicidade em
busca de um objetivo geralmente nunca encontrado, uma utupia corpórea. Pode-se
alegar que a culpa é da cultura, que aprisiona em calças cada vez mais apertadas, mas de
fato quem faz a cultura? Se não as próprias pessoas que fazem o uso-fruto dela.
Reflexos nítidos da submissão da felicidade humana ao 'corpo perfeito' tem
sido a anorexia, vigorexia e a bulimia. Mas também reflexos psíquicos não tão
patológicos, como o não contato social, submissão a marcas e preços, complexos de
inferioridade, consumo de medicamentos com severos efeitos colaterais, etc.
Atualmente o Brasil se encontra entre os primeiros países no ranking da
cirurgia plástica rejuvenescedora e consumidor de medicamentos para emagrecer.
Uma pesquisa regida pelo psicólogo David Weeks Feita em 1995 na
Universidade de Edinburgh na Inglaterra. Pesquisou por década pessoas que viviam fora
dos ‘padrões’, tanto de comportamento quanto estéticos. Foram 789 americanos, 130
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3.1. Anorexia
A pessoa anorética geralmente mantém seu peso corporal abaixo dos padrões
mínimos do seu IMC geralmente menor que 18,5. Podendo haver fracasso no
desenvolvimento corpóreo dos afetados. Segundo Bruch (1962) a melhora dos sintomas
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da anorexia pode ser temporária se não houver uma mudança corretiva na imagem
corporal. “A adolescente com anorexia não consegue perceber o quanto já emagreceu,
nunca fica satisfeita com seu corpo e continua perdendo peso ate chegar a inanição”.
(CORDÁS, 1998).
De acordo com CORDÁS 1998, os anoréxicos excluem de sua alimentação
alimentos que consideram altamente calóricos, em casos avançados deixando sua dieta
restrita a apenas alguns tipos de alimentos. Nos casos mais graves, ainda acontece a
adoção me meios extras de perca de peso, como o uso de laxantes, diuréticos e indução
a vômitos, podendo dessa forma haver uma progressão à bulimia.
O peso e forma corporal são distorcidos nessas pessoas, alguns acreditam estar
com excesso de peso global (não importando o que diz a balança) outros já percebem
que estão magros, mas preocupam-se com algumas partes isoladas do corpo, geralmente
abdômen, nádegas e coxas.
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bem a sociedade onde "uma imagem vale mais que mil palavras", tornando os homens
obcecados por seus corpos perfeitos.
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3.3.1.Histórico da bulimia
A bulimia começou a ser mais estudada a partir de 1940, quando foi descrita
junto com a anorexia. Russel teve importância marcante nessa época, desenvolveu um
trabalho que se tornou extremamente importante na caracterização da bulimia nervosa e
na história dos transtornos alimentares em geral. A partir dos anos 60 começou a crescer
o interesse pelos transtornos alimentares no campo da pesquisa e no público de maneira
geral; com o aumento de divulgação da mídia, a ocorrência em pessoas famosas e a
maior valorização da forma física.
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COSTA, et al. (2007) destacam três hipóteses que tentam explicar a ação dos
exercícios sobre a ansiedade e depressão. A mais aceita é a hipótese das endorfinas.
Exercícios físicos regulares liberam substâncias como as endorfinas, que aumentam a
disposição geral, trazem sensação de bem estar, reduzem o estresse diário e ajudam a
diminuir a tensão e a ansiedade. A teoria da endorfina sugere que a atividade física
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WEIMBERG (1997):
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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incorporando o objeto à sua imagem corporal, mas, não devemos afirmar que essa
resposta se dará a todos os indivíduos. Quanto mais rígido for o contato com o corpo
maior será a incorporação (SCHILDER, 1999). Entretanto, esse fenômeno de
incorporação de objetos é conhecido como labilidade da imagem corporal, quando se
induz a mudança do esquema corporal, isto é, através de pinturas, gravuras, pinturas
labiais e outros conseguiram algo semelhante com relação à labilidade. As roupas
transformam o modelo postural. Um dos encantos do carnaval é brincar com a imagem
corporal incorporando outras imagens – ser outra pessoa, um personagem, um animal
– a imagem se modifica continuamente e desfrutamos dessas limitações.
Porém não só objetos influenciam na construção da imagem corporal. Essa
construção ultrapassa os limites do corpo. Se uma pessoa tem dificuldades em seu
modelo postural ou alterações nas diferenças espaciais, pode ocorrer uma grande
absorção das imagens corporais de outras pessoas, isto é, podemos incorporar gestos e
posturas com experiências visuais. Isso é muito utilizado na dança para assimilação de
coreografias e equilíbrio corporal. Quando olhamos o corpo de outra pessoa podemos
compreender a ação expressão em seus movimentos e observar a íntima relação entre
outros corpos. Quando uma criança tem interesse por parte de seu corpo também
desenvolve o interesse pelas partes correspondentes no corpo das outras pessoas e isso
ajuda na sua formação e construção de sua própria imagem corporal.
Adicionamos e doamos parte de nossa imagem corporal ao nos relacionarmos
socialmente. Passamos a usar as mesmas roupas, os mesmos andado, os mesmos
palavreados (gírias) quando estamos dentro de um grupo. Isso acontece também com
nosso modelo postural, com nosso comportamento perante o mundo. Uma criança que
nasce e se desenvolve dentro de uma sociedade circense terá maiores facilidades de
adquirir movimentos mais complexos de corpo do que uma nascida em sociedade isenta
dessas experiências. E isso se deve não pelo fato de estar em contato físico com a
cultura do movimento, mas sim, por estar em contato visual com movimentos de outros
corpos. Desta mesma maneira se daria a explicação da leitura labial e o aprendizado da
fala no período inicial da vida humana.
No entanto, vale lembrar que não formamos nossa imagem corporal
introjetando partes de outras pessoas, apesar de incorporarmos partes à nossa imagem.
Neste sentido as pessoas que vazem parte de nossa vida cotidiana fazem parte de nossa
imagem corporal e fazemos parte das imagens delas. Toto movimento é de fato
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Sabemos o papel da educação física neste conceito. Ter um corpo dentro dos
níveis de gordura não é estar se enquadrando em um “modelo”, pois este nível é
responsável por proporcionar uma vida longe de doenças cardiovasculares e outras,
decorrente da obesidade ou do excesso de peso, e esse deva ser o trabalho do
profissional de educação física. Há uma preocupação com o corpo dos jovens, mas
principalmente com o comportamento deles. O jovem é facilmente induzido pelo
modismo. Neste campo há muita gente querendo ganhar dinheiro comercializando
corpos e produtos que prometem saúde. O professor de educação física tem a
responsabilidade de nortear os alunos para que construam uma consciência autocrítica, e
possam saber identificar quais atitudes deveram tomar para uma vida saudável e fora
das doenças ‘sociais’.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRUCH H. Eating disorders: obesity, anorexia nervosa, and the person within. New
York: Basic Books; 1973. p. 396.
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FREUD, S. Instincts and their vicissitudes. Standard Edition. London: Hogarth Press,
v.14, p.109-140, 1957.
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ROSA DA, Mello MT, Formigoni MLOS (2003). Dependência da prática de exercícios
físicos: estudo com
RUSSELL GFM. Anorexia nervosa: its identity as an illness and its treatment. Mod
Trends Psychol Med 1970;2:131-64.
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