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Manual Dos Noivos - Geral
Manual Dos Noivos - Geral
Manual Dos Noivos - Geral
Comunidade de Vida
NDICE
1.
INTRODUO
.........
2.
PG 2
O QUE O TEMPO DE
NOIVADO?
3.
.........................................................................
...................................................................................
PG 12
...............................................................................
PG 19
...............................................................................
PG 23
...............................................................................
PG 41
RETIRO DE NOIVOS - 6
MS
11.
...............................................................................
RETIRO DE NOIVOS - 5
MS
10.
PG 9
RETIRO DE NOIVOS - 4
MS
9.
...............................................................................
RETIRO DE NOIVOS - 3
MS
8.
PG 7
RETIRO DE NOIVOS - 2
MS
7.
.....................................
RETIRO DE NOIVOS - 1
MS
6.
PG 4
5.
PG 3
CELEBRAO DO
NOIVADO
4.
.............................................................................................
...............................................................................
PG 56
ORIENTAES
GERAIS
.........................................................................................
61
1
PG
12.
ANEXO
1
..............................................................................................................
PG 65
13.
ANEXO
2
..............................................................................................................
PG 67
INTRODUO
O Senhor no faz todos os nossos desejos, mas ele mantm todas as suas
promessas
(Dietrich Bonhoeffer)
CELEBRAO DO NOIVADO
Algumas orientaes sobre a celebrao do Noivado contidas no Ritual do
Matrimnio, publicado pela Congregao para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos, na parte do Rito para a Bno do Noivado:
253. Entre os deveres dos casais cristos e as formas do seu apostolado, alm
da educao dos filhos, parece no ter pequena importncia a ajuda aos noivos, para
se prepararem bem para o casamento.
Eis por que o noivado, digno de considerao entre os cristos, se torna para as
duas famlias um acontecimento especial, que merece ser celebrado com algum rito e
orao comum, para que a bno divina acompanhe o feliz incio e, a seu tempo, a
feliz consumao. Para seu melhor desempenho, a celebrao deve adaptar-se s
circunstncias.
254. Quando se celebra o noivado na intimidade das duas famlias, um dos pais
ou uma das mes poder, se for oportuno, presidir o rito da bno. Havendo, porm,
a presena de sacerdote ou dicono, cabe-lhe de preferncia presidir, contanto que
fique claro no se tratar de uma celebrao de casamento.
255. O rito aqui oferecido, pode ser usado tanto por pais como por sacerdote,
dicono ou leigo; todos, conservando os elementos principais e a estrutura do rito,
devero adaptar as partes s circunstncias.
256. Este rito de celebrao pode tambm ser usado quando os noivos, j
engajados desde algum tempo, se renem para a preparao para o casamento. Mas
nunca se devem unir o noivado ou bno especial com a celebrao da Missa.
Dessa forma, importante ressaltar que a cerimnia de noivado deve ser feita
de uma forma ntima, com a comunidade, familiares e algumas pessoas ntimas. No
deve ser vivido como um grande evento. Faz-se a celebrao e, ao final, pode-se
concluir com uma missa de ao de graas.
D. Sabemos que todos ns, a todo momento, temos necessidade da graa de Deus, e
os fiis cristos no ignoram tambm que a graa de Deus ainda mais necessria
quando eles se preparam para constituir uma nova famlia. Vamos, portanto, implorar
a bno divina sobre estes nossos irmos N. e N. para que cresam na estima um do
outro, se amem com sinceridade e se tornem castamente maduros para a celebrao
do seu matrimnio, atravs de respeitoso intercmbio de vida e da orao em comum.
T. Amm.
Leitura da Palavra de Deus
Jo 15, 9-12: Este o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros, assim como
eu vos amei.
D. Irmos e irms, vamos invocar com confiana a Deus Pai, que amou os seres
humanos a ponto de transform-los em filhos seus em Cristo e apont-los ao mundo
como testemunhas do seu amor, e digamos:
R. Senhor, fazei que vos tenhamos amor constante.
Senhor, nosso Pai, que quisestes fossem os vossos verdadeiros filhos, irmos e
irms em Cristo, identificados pelo amor recproco, rezemos: R.
Senhor, nosso Pai, que impondes aos seres humanos as suaves exigncias do
vosso amor, para que, seguindo-as, encontrem a felicidade, rezemos: R.
Senhor, nosso Pai, que unis o homem e a mulher no amor recproco, para que a
famlia, assim constituda, transborde de alegria nos filhos, rezemos: R.
Senhor, nosso Pai, que chamastes N. e N. para a plena unio de amor, capaz de
transform-los em membros de uma famlia crist, com um s corao e uma s
alma, rezemos: R.
Sinal da Promessa
D. Deus e Pai de bondade, abenoai estas alianas de noivado, para que sejam um
sinal de promessa sria e responsvel de mtuo amor. O sinal destas alianas leve
estes jovens alegria do sacramento do Matrimnio. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amm.
6
Orao da bno
D. Ns vos louvamos, Senhor nosso Deus, que suavemente chamastes e destinastes
estes vossos filhos N. e N. a se amarem reciprocamente; dignai-vos confirmar os seus
coraes para eles, conservando a f e procurando agradar-vos em tudo, tenham a
felicidade de chegar ao sacramento do Matrimnio. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amm.
Ou
D. Senhor Deus, fonte de todo amor, por vosso desgnio providencial estes jovens se
encontram na vida; concedei que eles, ao pedirem a vossa graa em preparao para
o casamento e sustentados pela bno celeste, no s cresam na estima de um
pelo outro, como se amem reciprocamente com amor sincero. Por Cristo, nosso
Senhor.
T. Amm.
Concluso do Rito
D. Senhor, Deus de amor e de paz, habite em vs, oriente os vossos passos e
confirme os vossos coraes em seu amor.
T. Amm.
1 Ms
TEMA
MATERIAL
Questionrio
TEMA
MATERIAL
O Sacramento do Matrimnio
Nulidade de Casamento
Texto
TEMA
MATERIAL
Estatutos da Comunidade
Catlica Shalom
2 Ms
3 Ms
Texto
TEMA
MATERIAL
Texto
4 Ms
O amor conjugal
5 Ms
TEMA
MATERIAL
Texto
Texto
TEMA
MATERIAL
Texto
Diferenas individuais
Texto
6 Ms
Caso vocs estejam distantes fisicamente, busquem, com o auxlio das autoridades
competentes, encontrar uma maneira de rezarem no mesmo dia e poderem, desta
forma, irem partilhando sobre os temas propostos.
Neste dia de retiro, fundamental que seja organizado j no comeo do dia o horrio
que seguiro ao longo do dia. Coloquem neste horrio os momentos de orao
pessoal, tero, Eucaristia e tambm da orao a dois.
fundamental que vocs sempre iniciem o retiro rezando juntos, louvando a Deus
pelos feitos dele. Peam a Ele a Sua direo e inspirao em tudo o que forem refletir.
Tambm sempre de suma importncia concluir com uma orao final, colocando nas
mos do Senhor tudo o que viveram nesse dia.
RETIRO DE NOIVOS 1 MS
1) MANH
TEMA
MATERIAL
Fazer uma partilha dos pontos que para cada um foi importante.
2) TARDE
TEMA
MATERIAL
Questionrio
10
QUESTIONRIO
(Do Livro Le Couple Durable Traduo livre)
1) POSSO CONFIAR NELE(A)?
- Eu tenho uma profunda estima para ele, para ela?
- Alm das suas fragilidades ou das suas fraquezas, eu posso reconhecer que o outro
digno de confiana e que eu posso partilhar toda minha vida com ele, com ela?
- Quais so os sinais disso?
2) EU RESPEITO O OUTRO NA SUA PESSOA TODA?
- Eu tenho o desejo de amar sem que o outro mude necessariamente?
- Como eu considero seus limites, suas precariedades?
- Estou pronto(a), disposto(a) a am-la(o) nas suas fragilidades?
- Como eu penso em sustent-lo(a) para que ele(a) desenvolve todos os seus talentos?
3) EU DESEJO ME DAR AO OUTRO SEM CONDICAO?
- Quais so os sinais que manifestariam esse dom real de todo meu ser?
- Como percebemos mutuamente esse amor indissolvel e fiel toda uma vida?
- O que esperamos de Cristo no sacramento de matrimnio?
4) EU FICO LIVRE PARA COM O OUTRO?
- Eu sou livre para manifestar o meu amor em palavras ou por gestos e para expressar
claramente meus desejos ou minhas escolhas?
- Eu sou livre de ser capaz de afirmar minhas diferenas ou minhas discordncias?
- Eu me sinto livre para revelar certos acontecimentos importantes do meu passado?
5) TEMOS UM ACORDO DE FUNDO SOBRE AS GRANDES ORIENTACOES DE
NOSSA VIDA?
- Como percebemos o sentido da nossa existncia, nossos valores, a educao, a
religio, etc.?
- Podemos dialogar de forma serena e exigente sobre esses assuntos?
- Aceitamos os pontos de vista diferentes no respeito e na confiana para ficar em
abertura e na caminhada com o outro?
6) SOMOS AMIGOS?
- Temos interesses em comum?
- Quais so os momentos em que temos mais prazer em estarmos juntos?
- Eu tive amigos?
- O que eles representam para mim?
- Como percebo os amigos do outro?
- E se eu no tenho amigos, eu sofro com isso?
11
pedir
ajuda
ao
outro
12
para,
por
exemplo,
controlar
nosso
RETIRO DE NOIVOS 2 MS
1. MANH
TEMA
MATERIAL
O Sacramento do Matrimnio
2. TARDE
TEMA
MATERIAL
Nulidade de Casamento
Texto
13
TEXTO:
NULIDADE DE CASAMENTO
(Artigo publicado no site da Editora Cleofas (www.cleofas.com.br),
pelo Professor Felipe Aquino)
Causas que podem tornar nulo o matrimnio sacramental:
1) Falhas no consentimento matrimonial,
2) impedimentos dirimentes e
3) falta de forma cannica.
A Igreja no anula unies sacramentais validamente contradas e consumadas,
mas pode, aps processo detalhado, reconhecer que nunca houve casamento, mesmo
nos casos em que todos o tinham como vlido.
Capacidades e limitaes psquicas dos noivos para contrair obrigaes matrimoniais
vitalcias.
1. O CONCEITO DE MATRIMNIO SACRAMENTAL
Cnon 1055 1- A aliana matrimonial, pela qual o homem e a mulher
constituem entre si uma comunho de vida toda, ordenada por sua ndole natural ao
bem dos cnjuges e gerao e educao da prole, e foi elevada, entre os batizados,
dignidade de sacramento.
2- Portanto, entre batizados no pode haver contrato matrimonial vlido que
no seja, ao mesmo tempo, sacramento.
2. RAZES PARA A NULIDADE
A. Falhas de consentimento (cnones 1057 e 1095-1102)
A.1. Falta de capacidade para consentir (cnon 1095)
A.2. Ignorncia (cnon 1096)
A.3. Erro (cnones 1097-1099)
A.4. Simulao (cnon 1101)
A.5. Violncia ou medo (cnon 1103)
A.6. Condio no cumprida (cnon 1102)
B. Impedimentos dirimentes (cnones 1083-1094)
B.1. Idade (cnon 1083)
B.2. Impotncia (cnon 1084)
B.3. Vnculo (cnon 1085)
B.4. Disparidade de culto (cnon 1086,- cf cnones 1124s)
B.5. Ordem Sacra (cnon 1087)
B.6. Profisso Religiosa Perptua (cnon 1088)
14
17
A forma cannica s obriga os catlicos. Basta, porm, que um dos noivos seja
catlico para que a forma cannica seja obrigatria, isto , para que o casamento
deva ser celebrado na lgreja Catlica sob pena de nulidade.
Pode haver dispensa da forma cannica. 0 Bispo tem a faculdade de conced-la
quando se trata de um casamento entre um catlico e um no catlico, especialmente
se um cristo batizado no Protestantismo ou na Ortodoxia. Em tais casos, porm, o
prelado determina qual outra cerimnia (civil ou religiosa) substitui a catlica.
Cnon 1116 1. Se no possvel, sem grave incmodo, ter o assistente
competente de acordo com o direito, ou no sendo possvel ir a ele, os que pretendem
contrair verdadeiro matrimnio podem contra-lo vlida e licitamente s perante as
testemunhas:
1- em perigo de morte;
2- fora do perigo de morte, contanto que prudentemente se preveja que esse estado
de coisas vai durar por um ms.
2. Em ambos os casos, se houver outro sacerdote ou dicono que possa estar
presente, deve ser chamado, e ele deve estar presente celebrao do matrimnio,
juntamente com as testemunhas, salva a validade do matrimnio s perante as
testemunhas.
6. DISPENSA DO CASAMENTO (VNCULO NATURAL)
H casos em que o matrimnio validamente contrado no plano natural
dissolvido pela Igreja em favor de um matrimnio sacramental.
6.1. O Privilgio Paulino (cnon 1143-47)
Em 1Cor 7,15 So Paulo considera o caso de dois pagos unidos pelo vnculo natural;
se um deles se converte f catlica e o(a) consorte pag(o) lhe torna difcil a vida
conjugal, o Apstolo autoriza a parte catlica a separar-se para contrair novas npcias,
contanto que o faa com um irmo ou uma irm na f. Antes, porm, da separao,
necessrio interpelar a parte no batizada, perguntando-lhe se quer receber o Batismo
ou se, pelo menos, aceita coabitar pacificamente com a parte batizada, sem ofensa ao
Criador. Isto se explica pelo fato de que, para o fiel catlico, o matrimnio
sacramental obrigatrio: ou ele o contrai com o cnjuge pago ou, se este no o
propicia, contrai-o com uma pessoa catlica. Cf. cnones 1143-47.
6.2. O Privilgio Petrino (privilgio da f); cf. cnones 1148-1150
H unies matrimoniais no sacramentais entre pessoas no batizadas. Suponhamos
que alguma dessas unies fracasse: em conseqncia, uma das duas partes
(convertida ao Catolicismo ou no) quer contrair novas npcias com uma pessoa
catlica, habilitada a receber o sacramento do matrimnio. Esta pessoa catlica pode
ento recorrer Santa S e pedir a dissoluo do vnculo natural do(a) seu (sua)
pretendente, assim como a eventual dispensa do impedimento de disparidade de
culto (caso se trate de um judeu, um muulmano, um budista ); realiza-se ento a
cerimnia do casamento catlico.
19
20
RETIRO DE NOIVOS 3 MS
1. MANH
TEMA
MATERIAL
Estatutos da Comunidade
Catlica Shalom
DVD Moyss Retiro dos
Casais CV 2014
2. TARDE
TEMA
MATERIAL
Texto
21
TEXTO:
COMO FAMLIA DA COMUNIDADE DE VIDA TER A
CORAGEM, RENNCIA E DISPOSIO PARA VIVER A
POBREZA, A OBEDINCIA E A CASTIDADE
A vocao Shalom comporta uma forma de vida que caminho e itinerrio de
salvao para aqueles que so chamados. E ns, mesmo eleitos de Deus e
dependentes de sua graa, podemos rejeitar, retardar ou tudo fazer para a realizao
dos desgnios de Deus a nosso respeito.
O matrimnio na vocao Shalom, assim como os outros estados de vida, o
meio pelo qual se desenvolve este caminho de santidade.
Como casal, somos chamados a percorrer este caminho a dois, em unidade, na
qual no se enfraquece a individualidade de cada um, mas fortalece-se e
complementa-se na busca da unidade e comunho de vida.
Neste caminho somos interpelados a viver os trs conselhos evanglicos:
POBREZA CASTIDADE OBEDINCIA. Para tal vivncia nunca foram to adequados os
trs princpios impulsionadores que nos so dados em nossos Escritos: CORAGEM
RENNCIA E DISPOSIO. Daremos algumas pistas para reflexo e partilha a dois
neste Retiro.
A POBREZA
Comece rezando com os pargrafos 72 a 79 dos Estatutos e com o Escrito sobre
a Pobreza. Alguns pontos para reflexo:
Nos escritos falam que a pobreza estar nas mos de Deus. Atitude esta de
abandono, confiana e humildade para expor as realidades, propor sugestes e
esperar que Deus conduza atravs das autoridades as respostas adequadas ao
que necessitamos.
No fcil, pois, como diz nosso fundador, temos atrao pela pobreza e ao
mesmo tempo sentimos repulsa. Mas esta, um terreno frtil para que se
produzam frutos de verdadeira santidade em ns como casal e em nossos
filhos, os quais jamais esquecero vivncias to concretas de f e de valores
verdadeiros.
22
A OBEDINCIA
Agora leia os pargrafos 81 a 83 dos Estatutos, revendo esses principais pontos
a serem vividos acerca da obedincia:
Os filhos que testemunham a sadia obedincia dos pais a Deus, mediada pelas
autoridades, experimentam segurana e paz familiar. Veem sua f fortalecida e
aprendem a ter Deus como primazia da vida. Mesmo que passem pelo vale
tempestuoso da rebeldia caracterstica da adolescncia e juventude, retornaro
ao porto seguro da primazia de Deus, onde reina a paz e a alegria verdadeiras,
pois viram, um dia, esses frutos na vida de seus pais. Tais experincias deixam
marcas indelveis no corao daqueles que tem a graa de viv-las e
testemunh-las.
Ser casto colocar Deus no centro de nossos afetos e do nosso viver. Quando
Jesus o Senhor de tudo, todas as reas de nossa vida so ordenadas num
equilbrio que gera paz e alegria interior.
23
Assim, cresce em ns a virtude da pureza que nos far ver a Deus. Para isso,
precisamos rever sempre ao longo do caminho como temos alimentado o
intelecto, a afetividade, a imaginao, a memria e finalmente a vontade, que
nos impulsionar ou no para a vontade de Deus de acordo com aquilo que tem
sido alimentado em nosso corao. Onde est o teu tesouro, a estar o teu
corao;... se teu olho so, todo o teu corpo estar so, diz Jesus. (Mt 6,
20-23 LER).
Para refletir:
a. Tendo como referncia o namoro e o noivado, existe em mim disposio
interior de acolhimento do outro e, em nome deste acolhimento, perdoar e
recomear, com a graa de Deus, a cada dia?
b. Iluminado pela vivncia do namoro e noivado, viverei no matrimnio a
castidade querida por Deus? Estou disposto a ajudar meu futuro cnjuge a
crescer na castidade iniciada no namoro e noivado? (Cf CIC 2350). Como
quero viver isso concretamente?
24
RETIRO DE NOIVOS 4 MS
1. MANH
TEMA
MATERIAL
Texto
2. TARDE
TEMA
MATERIAL
25
O amor conjugal
Texto
Esse um dia muito especial. Dia de partilhar sobre o ato conjugal, essa
dimenso to importante dentro do matrimnio. O objetivo principal deste dia
o de rezarem juntos e partilharem sobre os medos, anseios, expectativas. Sejam
verdadeiros. Falem sem medo sobre este assunto.
Ler juntos o Texto que fala sobre o Amor Conjugal descrito na Encclica
Humanae Vitae.
Ao fim desse dia fazer uma partilha sobre alguns pontos, que devem ter sido
meditados antes, em orao:
a) Como eu lido com o meu corpo? Eu o aceito?
b) Como a sexualidade foi apresentada para mim na minha educao? Em
que isso pode me influenciar hoje?
c)
Sugerimos que voc possam procurar algum casal da CV, que vocs tenham
confiana, e que possam, assim, dialogar sobre a dimenso da sexualidade, sobre os
desafios e bnos vividos nesse campo. Seria uma forma de tirarem dvidas e serem
esclarecidos.
26
TEXTO:
ESPRITO SANTO, ALMA DO MATRIMNIO CRISTO
E DA VIDA EM FAMLIA
O texto que voc agora tem em mos a traduo livre da pregao feita por
Frei Raniero Cantalamessa, capuchinho, ex-pregador oficial da Casa Pontifcia, no dia
10 de novembro de 2002, dia dedicado reflexo sobre a famlia durante a
Conferncia Geral da Fraternidade Catlica Internacional, em Roma. Ao texto, guisa
de comentrio e adaptao realidade da cultura brasileira, foram acrescentados
alguns comentrios nossos (no texto, em letras menores)
Nossa principal motivao para divulg-lo brotou da forte impresso causada
pelas colocaes do frade capuchinho e pela intensa comunho entre suas colocaes
e nossa viso do matrimnio cristo luz da Trindade.
Sua transcrio um esforo para divulgar e fazer acessvel ao maior nmero
possvel de pessoas a beleza mstica, potica e exatamente por isso
profundamente realista e exequvel da unidade entre o homem e a mulher como
expresso da unidade da Trindade, fonte e plenitude de toda unidade autntica.
Que esta pequena ajuda possa levar-nos a gritar, com grande alegria, sobre os
telhados: O matrimnio santo! O matrimnio belo!. Que o texto seja para ns
msica para voltarmos a danar a alegre dana de maanaim celebrando em nossa
vida matrimonial a alegria e o gozo que refletem o eterno abrao da Trindade.
(Maria Emmir O. Nogueira 14 de fevereiro de 2003)
O Esprito Santo,
alma do matrimnio cristo e da vida em famlia
Frei Raniero Cantalamessa
O que vocs esperam deste dia de seu encontro dedicado famlia , sem
dvida, uma aproximao prtica com a vida de casado: como uma comunidade
carismtica pode encorajar a vida em famlia e como a vida em famlia pode encorajar
e enriquecer uma comunidade carismtica. Mas eu no sou a melhor pessoa para
faz-lo: falta-me experincia em ambos os aspectos, tanto na vida matrimonial como
na comunidade carismtica leiga. O que eu quero partilhar com vocs so alguns
entendimentos teolgicos espirituais de como nosso amor ao Esprito Santo pode
enriquecer, esclarecer e reconduzir o casamento cristo e, conseqente- mente, a
vida em famlia.
Frei Cantalamessa dirige-se a um auditrio formado por membros de comunidades novas do mundo inteiro.
Ele bem consciente de que algumas dessas comunidades abrigam mais de um e por vezes os trs estados de vida.
No lhe escapam, igualmente, os desafios inerentes s famlias que fazem parte desta nova realidade comunitria na
Igreja. No entanto, deixa claro que a comunidade encoraja a vida em famlia e a famlia encoraja e enriquece a vida da
comunidade nova ou, como ele chama, para ser mais abrangente, a comunidade carismtica.
27
Ns, que fazemos parte dessas novas comunidades, muitas vezes nem sempre nos lembramos que, ao
abrigarmos mais de um estado de vida, estamos desbravando um campo novo e ao mesmo tempo antigo, e como que
esquecido na Igreja. Antigo porque as primeiras comunidades crists viviam esta realidade, que acabou perdida ou
modificada ao longo da histria da Igreja. Novo, porque as circunstncias de hoje so marcadamente diferentes
daquelas da Igreja dos primeiros tempos. preciso que oremos, oremos muito e meditemos acerca deste desafio e,
baseados na nossa vivncia e orao, possamos compreender luz da f e da doutrina da Igreja o que Deus quer de
ns como comunidades novas com relao tambm aos estados de vida. Em seguida, faz-se mister propor caminhos
claros a serem seguidos pelos que viro. Isso, porm, leva algum tempo, muita orao, muita vivncia, muita partilha e
muita coragem.
O que quero partilhar com vocs so alguns insights espirituais teolgicos como
o nosso amor ao Esprito Santo pode enriquecer, iluminar ou reacender o matrimnio
cristo e conseqentemente a vida da famlia. Estou convencido de que qualquer
aprofundamento no amor mtuo e na unidade entre os esposos significa mais vida,
mais alegria, mais segurana para toda a famlia, a partir das crianas e mais fora no
ministrio.
O amor mtuo e a unidade sero os dois temas principais da abordagem de Frei Cantalamessa. Como
sabemos, estas so duas caractersticas da vida trinitria. As trs pessoas da Santssima Trindade amam-se
mutuamente e de tal forma so absolutamente dom uma para a outra e absolutamente acolhida uma da outra que
formam a unidade perfeita: so um s Deus em trs pessoas.
A vida trinitria, porm, no uma vida carrancuda, austera, na qual as trs pessoas se do e se acolhem de
forma impassvel, fria, mecnica. Longe disso! Deus amor, como diz So Joo (cf. I Jo 4,16) e amor em ato, como diz
Santo Toms de Aquino. Como o amor poderia ser frio, impassvel? Como no geraria uma exploso de vida, de alegria,
de segurana, de parresia? O amor trinitrio, vivido no matrimnio e em todo relacionamento humano sadio, gera esta
exploso de amor a Deus, um ao outro e a todos os homens. Ele o impulso para o ministrio.
Da no se ter como compreender matrimnios fechados em si mesmos, onde um se compraz com o outro e
se fecha aos demais (por vezes aos prprios filhos) ou se fecha na prpria famlia, indiferente s necessidades da
humanidade que sofre por no conhecer Jesus e seu Evangelho.
28
Vejamos bem: O Esprito Santo que se d e acolhe inteiramente e em um nico ato eterno de amor na
Trindade, tambm aquele que age em Jesus para que ele se d inteiramente ao homem e o acolha inteiramente.
ainda este mesmo Esprito, com sua mesma, constante e eterna essncia que se d a Jesus e o acolhe em um xtase
de amor que exclama Abba, Pai!. O mesmo Esprito, que sempre amor em ato, leva o homem cheio do Esprito a
exultar, cheio do amor do Pai: Abba! Neste pargrafo, Cantalamessa mostra-nos o Esprito que amor em ato na
Trindade, em Jesus sobre a terra e no Corpo de Cristo. O Esprito no tem uma ao diferente na Trindade, uma outra
em Cristo e uma outra em ns. Ele sempre o mesmo. O mesmo Esprito, o mesmo amor em ato, amando sempre da
mesma forma, dando-se inteiramente e inteiramente acolhendo tanto as pessoas da Trindade quanto a cada pessoa,
inclusive voc. este amor de Deus, este amor em ato em voc que lhe possibilita amar com o amor de Deus.
Repetindo: leva voc a amar com o mesmo amor que Deus ama, sem diferena, no mesmo Esprito, que o Amor da
Trindade. Isso muito profundo, mas muito simples e verdadeiro. So Joo da Cruz o explica muito bem e claramente.
Tal verdade no nos deveria causar surpresa. O esposo e a esposa dispem do amor de Deus para se amarem e
amarem a seus filhos e todos os homens, em especial os menos amveis.
Isso significa que o Esprito Santo se d inteiramente e, dando-se inteiramente (no h nenhuma forma de
Deus se dar de outro modo!) cumpre sua misso de ser amor e suscitar amor, sendo, ao mesmo tempo, dom atravs
do qual todo amor se realiza. O texto volta a falar disso:
Tudo isso se torna to especial para aqueles que so casados! O que faz de um
casamento um casamento o dom de si recproco dos esposos, o dom de seus corpos
um para o outro, que, numa linguagem bblica significa o dom total de si.
Conhecemos a passagem de Gen2, 23, na qual o primeiro homem exclama:Eis agora aqui ... o osso de meus
ossos e a carne de minha carne, na qual, segundo a linguagem bblica o primeiro homem quer dizer a vida de minha
vida, o meu corpo, eu de mim mesmo3. Temos, ainda Jo 6, 22-58, onde Jesus utiliza a palavra corpo entregue
humanidade como o dom de si mesmo, que ultrapassa em muito a idia que hoje temos de corpo. Na linguagem
bblica o corpo o prprio ser e todo o ser da pessoa.
Ento, assim como em qualquer ato de doao, aquele que d algo no mais
senhor ou proprietrio do que dado. O esposo no mais o nico a ser proprietrio
do seu prprio corpo, mas a sua esposa, e vice-versa (ver 1Cor7,4). Joo Paulo II,
numa de suas catequeses dadas s quartas-feiras disse:
30
a vida para que ns pudssemos ter algo muito precioso em nossas mos para
oferecer inteiramente a ele como uma oferta, um sacrifcio vivo.
Se relermos com ateno o que disse o Santo Padre e o pargrafo anterior da palestra de Raniero
Cantalamessa, vislumbraremos um belssimo panorama. Para as plantas e os animais, a natureza sexuada de seu ser
a nica raiz de fecundidade e procriao. No entanto, para os homens e mulheres no assim. A natureza sexuada do
homem implica o atributo para expressar o amor. Ao dar o meu corpo ao meu cnjuge, eu o dou inteiramente e me dou
inteiramente e, em um mesmo ato de amor, o acolho inteiramente. As duas coisas so uma s. Por este amor que
acolhe e se d e d-se ao acolher, homem e mulher, no matrimonio se tornam dom e por isso, por fazerem-se dom e
acolhida recproca, preenchem o propsito exato da (sua) essncia e existncia.
Ou seja, a finalidade da nossa existncia e, mais profundamente que isso, a finalidade da nossa essncia, da
essncia de nossa humanidade criada imagem e semelhana de Deus, o amor que se d inteiramente e acolhe
inteiramente, em um s movimento de amor, como o amor da Trindade.
O estado de vida celibatrio , tambm, chamado a entregar-se e acolher inteiramente atravs do prprio
corpo, da prpria vida, em um dom total de si e total acolhida do outro. Tambm para o celibatrio o corpo um
atributo para expressar o amor. Tambm para a pessoa chamada a este estado de vida a fecundidade e a finalidade
ltima da essncia e existncia est no doar-se inteiramente e inteiramente acolher. No entanto, isso feito sem o ato
conjugal, o que no torna este estado mais ou menos nobre ou inferior ou superior ao matrimonio, mas apenas diverso
e complementar a esse. Um estado de vida no o oposto do outro, como costumamos pensar, mas complementar ao
outro.
Ao se casarem, os esposos no pertencem mais a si, mas ao outro e, pertencendo ao outro, pertencem a todo
outro, pois quando o amor exclusivista no pode ser chamado de amor. Ao se entregarem ao celibato, as pessoas no
pertencem mais a si, mas ao outro, a todo outro. Uma pessoa casada que vivesse um relacionamento exclusivista com
uma outra pessoa, mesmo com o seu cnjuge, estaria errando quanto castidade da mesma forma que uma pessoa
celibatria com o mesmo comportamento. O Amor da Trindade amor em ato no homem e, fazendo-se dom, leva o
homem a dar-se inteiramente e fazer-se dom para todo homem, em uma fecundidade que ultrapassa o exerccio da
genitalidade. Esta fecundidade est no doar-se, independente do estado de vida.
cada casal cristo tambm como Esprito Redentor, o Esprito da Graa, expressando a
si mesmo no generoso dom de si dos esposos que a imagem do dom de si mtuo de
Cristo e da sua Igreja (ver Ef 5,32).
H aqui algumas coisas muito importantes. Primeiro: o Esprito Santo, o Esprito Santificador. Santifica o casal
atravs da contnua doao de si. Na verdade, a santificao de qualquer pessoa, em qualquer estado de vida,
sempre o inteiro e desinteressado dom de si ao outro, na vivncia da Caridade de Cristo. o Esprito que santifica
atravs da vivncia da caridade, do amor a Deus acima de todas as coisas e do amor s pessoas como o amor de Jesus
por ns. Como j dissemos, trata-se de um s amor: o de Deus.
A segunda afirmao importante que o Esprito Criador que age em todos os casais, mesmo os no
crentes, levando-os a participarem da maravilhosa obra de Deus na criao. A procriao no obra do acaso nem
surge da vontade dos homens, mas, no matrimnio, resultado da ao do Esprito Criador, mesmo nos casais no
crentes. Como belo ver o amor de Deus que age acima de nossos conceitos!
A terceira afirmao relevante que a presena santificante do Esprito que faz do matrimonio um
sacramento. Este sacramento se celebra em um dia determinado, pelos esposos, diante de um sacerdote. No entanto,
pelo Esprito e no Esprito que ele vivido. O Esprito Criador, que age atravs do dom dos corpos e de cada um na
fecundidade e procriao; o Esprito Redentor, que derrama sobre os esposos as graas da redeno de Cristo, que nos
abre o caminho para a reconciliao com o Pai e com os irmos e volta sua Casa,o Esprito da Graa, ou Santificador,
que constantemente dom de si e dom para que os esposos sejam dons de si mesmo um ao outro e a toda a
humanidade.
Assim, o rito do sacramento do matrimnio celebrado uma s vez. No entanto, o sacramento do matrimnio
realiza-se no dia a dia, na abertura e docilidade ao dom do Esprito Criador, Redentor e Santificador do matrimnio
atravs da santificao de cada um dos cnjuges, de suas famlias e daqueles que Deus lhes confie. O Esprito santifica
atravs da capacitao, pela graa, para o amor. Isso no significa que seremos moralmente irrepreensveis, mas
divinamente capacitados para nos darmos inteiramente e inteiramente acolhermos o outro, exatamente como ele .
Atravs do batismo os esposos recebem o Esprito Santo, que est sempre com
aqueles que laboram honestamente, e no se separa deles pela razo de
questes naturais e do relacionamento conjugal do matrimnio, mas est
sempre e constantemente com aqueles que o possuem e os sustenta. 5
Santo Agostinho retomou esta idia e a desenvolveu. Ele escreve no seu tratado
sobre a Trindade: O inefvel abrao do Pai e do Filho no acontece sem fruio, sem
amor, sem alegria8. Na Trindade, todo aquele deleite, prazer, felicidade, beatitude se
que teramos uma palavra humana para expressar aquilo que Hilrio chamou de
fruio a pessoa do Esprito Santo, que no gerado, mas a doura espargida por
aquele que gera e por aquele que gerado e que, em sua imensa e abundante
generosidade, transborda sobre toda criatura segundo sua capacidade, a fim de
preserva-la em sua ordem e coloc-la em seu prprio lugar.
33
Esse simbolismo, como podemos ver, tem sido usado apenas partindo da
realidade terrena para a realidade celeste, da dimenso do amor humano para o amor
eterno, na medida em que tenta lanar luz sobre as pessoas da Trindade, tomando
como seu ponto de partida os gestos nupciais da unio conjugal e do beijo.
No entanto, possvel seguir tambm a direo inversa, tomando como ponto
de partida o Esprito Santo, dom de Deus, a fim de lanar uma luz sobre o significado
profundo do amor conjugal humano. O autor que acabei de citar, ao referir-se ao
abrao divino, chama-o de felicidade, amor, descanso, doura, plena satisfao,
perfeita unidade. No exatamente isso o que os esposos desejam com todo o seu
corao, quando eles se unem um ao outro no amor verdadeiro?
tambm ela teve o seu amor renovado e hoje estamos aqui, juntos, servindo o
Senhor, amando e convivendo com nossos filhos, filhas e parentes e tremendo
s em pensar que poderamos ter perdido tudo isso! Foi o Esprito Santo quem
reacendeu o fogo deste casamento desfeito.
importante ouvir testemunhos vivos, pois eles falam mais claramente do que
qualquer argumento. Pedi a um casal amigo cujo casamento conheo e acompanhei, e
que tem uma vida espiritual muito viva, que escrevesse sobre a importncia do
Esprito Santo no seu casamento. No pedi que escrevessem sobre orao, nem sobre
o ministrio, mas sobre aquele ponto mais ntimo de sua vida de casados. O marido
escreveu o seguinte:
Diz a esposa:
Em minha vida de casada, nunca me cansei do meu marido e nem
mesmo uma nica vez deixei de desejar o ato conjugal com ele. Aprendi que
isso era um dom dos mais altos cus, uma graa experimentada em todo o meu
ser, uma partilha na intimidade da Trindade, a vida de Deus, misteriosa mas
real. Quem ousaria dizer-me que isso no uma ao de Deus, que no um
milagre? Conseqentemente, no tenho nenhum arrependimento, hoje.
Somente gratido e alegria, e alegria, e alegria.
De vez em quando, arranjo algum tempo para fazer, sozinha, uma
peregrinao pelo bairro no qual moramos durante bastante tempo. Passo,
primeiramente, pelas duas casas onde moramos: as casas nas quais nossos
filhos foram concebidos e para onde os trouxemos da maternidade. Passo, em
seguida, pelas escolas de ensino infantil, fundamental e de ensino mdio que
eles freqentaram. Caminho pelos campos nos quais eles brincaram e jogaram,
pelas ruas pelas quais andamos ou pelas quais os acompanhamos enquanto
12 NT em ingls esta msica diz: Thou art worthy, thou art worthy, thou art worthy o Lord! Thou art
worthy to receive glory, glory and honor and power! For thou hast created hast all things created for thou
hast created all things and for thy pleasure they were created, o thou art worthy o Lord! A traduo mais
literal para o portugus seria, ento: e para o teu gozo ou prazer tu as criaste.
13 NT - A palavra nica foi repetida trs vezes por Frei Raniero na pregao. O texto da carta que lia no
estava disponvel aos tradutores. Assim, optamos por manter a nfase dada palavra .
36
Transcender o matrimnio
H uma grande esperana para os casais cristos neste tipo de meditao sobre
o Esprito Santo como dom de Deus. No apenas para alguns, como no caso do casal
citado, mas para todos os casais em muitos graus diferentes. Os tempos que vivemos,
de empobrecimento humano, e acima de tudo de incapacidade de amar, tendem a
reduzir os esposos e seus casamentos a ossos secos. para eles, por essa razo, que
Deus dirige a sua promessa de maneira especial: Ossos secos coraes ressequidos
em casamentos ressequidos! ouvi a palavra do Senhor. Eu colocarei meu Esprito em
vs e vs vivereis! (Ez 37,4.14). O Esprito Santo quer repetir para cada casal o
milagre das bodas de Can: ele quer transformar a gua em vinho, a gua da rotina,
das expectativas enfraquecidas, da frieza, em vinho inebriante da novidade e da
alegria. Afinal, o vinho novo o prprio Esprito Santo!
14 NT H aqui um trocadilho que s se aplica lngua inglesa. A palavra que traduzimos por estraga
(spoils), aplica-se tanto a uma pessoa estragada por mimos, por exemplo, quanto aos alimentos. A
palavra que traduzimos por preserva (Keeps) o nosso preservar, no sentido de conservar um alimento.
Optamos por esta traduo, que mais fiel ao que quiseram dizer os autores. Uma outra traduo
possvel, porm menos exata e expressiva, seria: nos prepara para o cu.
37
Entretanto, a coisa mais importante que o Esprito Santo ensina aos esposos
cristos no como eles podem tornar mais real o valor pleno de seu casamento, mas
antes, como transcend-lo. Tudo o que passa apenas um smbolo; apenas no cu
que o inatingvel se torna realidade.15
Alguns de vocs devem ter reconhecido esta citao de Goethe, em Fausto.
Vejam, no so os padres da Igreja, somente, que dizem isso sobre o casamento.
Tambm um poeta o diz. O casamento enquanto tal somente um smbolo
passageiro. Somente no cu, diz Goethe, o inatingvel se torna realidade, o que
significa que no possvel obter-se na terra uma unidade plena, ltima. Uma
comunho completa unida completa felicidade se ser um com o outro em unidade
plena s pode ser usufruda no cu. No entanto, o casamento pode ser uma revelao
do que a vida eterna da Trindade!
Um erro perigoso
Por outro lado, seria um grande erro fazer do casamento um valor absoluto do
qual dependa o sucesso ou fracasso da prpria vida. Se isso o que voc est
fazendo, voc est colocando sobre o matrimnio um peso muito acima do suportvel
e, assim, fadando-o a um inevitvel fracasso.
Na nossa cultura e, creio, em muitos outros pases, o grande dever da vida dos
pais preparar os seus filhos para um bom casamento e proporcionar-lhes uma bela
cerimnia. Muitas vezes, tambm para os jovens, um casamento feliz se torna um
valor absoluto na vida. o seu objetivo primeiro e absoluto. Esta a melhor maneira
de estragar e condenar o casamento ao fracasso, pois o casamento no Deus. S
Deus pode ser tudo em todos. Sobrecarregamos, por vezes, o matrimnio com
expectativas to altas que ele se torna o oposto do que se espera dele. 16
O casamento , na realidade, uma das coisas que esto passando. O mundo,
como sabemos, passa (1Cor 7,31). Seria um erro enorme fazer do matrimnio um
absoluto do qual se depende e segundo o qual se mede o sucesso ou fracasso na vida
de algum. Se pensamos assim, estamos sobrecarregando o casamento com
exigncias que possivelmente no podem se cumprir e, por essa razo, o condenamos
ao fracasso inevitvel.17 somente em Deus que companheirismo, unidade perfeita,
dom total de si, o inatingvel, se tornaro plena realidade, e assim permanecero para
sempre.
Confiemos ao Esprito Santo todos os casais humanos, seguros de sua
habilidade de lev-los a renovar o dom de si mtuo. Faamos isso com as palavras de
um hino litrgico que cantado na Igreja Anglicana no momento da beno do
matrimnio.
A voz que soprou sobre o den
15 W. GOETHE, Fausto, Parte 2, Finale.
16 NT -We overload marriage with such expectations that marriage is the first casuality of this
absolutization of marriage
17 NT - Por ter pregado espontaneamente e, s depois, lido o roteiro da pregao, Frei Cantalamessa
repete a mesma idia e as mesmas palavras. Optamos por conservar o texto com a repetio, conforme a
gravao da palestra.
38
18 Hinos Antigos e Modernos, Londres, 1924, hino 350, por J. Keble, p. 286-287
39
TEXTO:
O AMOR CONJUGAL
(Encclica Humanae Vitae, pargrafos 8 a 18 - Papa Paulo VI)
41
12. Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistrio, est fundada sobre a
conexo inseparvel que Deus quis e que o homem no pode alterar por sua
iniciativa, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e o
significado procriador.
Na verdade, pela sua estrutura ntima, o ato conjugal, ao mesmo tempo que une
profundamente os esposos, torna-os aptos para a gerao de novas vidas, segundo
leis inscritas no prprio ser do homem e da mulher. Salvaguardando estes dois
aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o
sentido de amor mtuo e verdadeiro e a sua ordenao para a altssima vocao do
homem para a paternidade. Ns pensamos que os homens do nosso tempo esto
particularmente em condies de apreender o carter profundamente razovel e
humano deste princpio fundamental.
42
razes que podem aparecer honestas e srias. Na realidade, entre os dois casos existe
uma diferena essencial: no primeiro, os cnjuges usufruem legitimamente de uma
disposio natural; enquanto que no segundo, eles impedem o desenvolvimento dos
processos naturais. verdade que em ambos os casos os cnjuges esto de acordo na
vontade positiva de evitar a prole, por razes plausveis, procurando ter a segurana
de que ela no vir; mas, verdade tambm que, somente no primeiro caso eles
sabem renunciar ao uso do matrimnio nos perodos fecundos, quando, por motivos
justos, a procriao no desejvel, dele usando depois nos perodos agensicos,
como manifestao de afeto e como salvaguarda da fidelidade mtua.
Procedendo assim, eles do prova de amor verdadeira e integralmente honesto.
18. de prever que estes ensinamentos no sero, talvez, acolhidos por todos
facilmente: so muitas as vozes, amplificadas pelos meios modernos de propaganda,
que esto em contraste com a da Igreja. A bem dizer a verdade, esta no se
surpreende de ser, semelhana do seu divino fundador, "objeto de
contradio"; [22] mas, nem por isso ela deixa de proclamar, com humilde firmeza, a
lei moral toda, tanto a natural como a evanglica.
A Igreja no foi a autora dessa lei e no pode portanto ser rbitra da mesma; mas,
somente depositria e intrprete, sem nunca poder declarar lcito aquilo que o no ,
pela sua ntima e imutvel oposio ao verdadeiro bem comum do homem.
Ao defender a moral conjugal na sua integridade, a Igreja sabe que est contribuindo
para a instaurao de uma civilizao verdadeiramente humana; ela compromete o
homem para que este no abdique da prpria responsabilidade, para submeter-se aos
meios da tcnica; mais, ela defende com isso a dignidade dos cnjuges. Fiel aos
ensinamentos e ao exemplo do Salvador, ela mostra-se amiga sincera e
desinteressada dos homens, aos quais quer ajudar, agora j, no seu itinerrio
terrestre, "a participarem como filhos na vida do Deus vivo, Pai de todos os
homens". [23]
45
RETIRO DE NOIVOS 5 MS
1. MANH
TEMA
MATERIAL
Texto
2. TARDE
TEMA
MATERIAL
Texto
Comece lendo do artigo 2360 ao 2379, que fala sobre o amor entre os esposos.
Anote o que julgar mais importante.
46
47
TEXTO:
CARTA AOS BISPOS DA IGREJA CATLICA SOBRE A
COLABORAO DO HOMEM E DA MULHER NA
IGREJA E NO MUNDO
(Congregao para a Doutrina da F, 31 de Maio de 2004)
INTRODUO
1. Perita em humanidade, a Igreja est sempre interessada por tudo o que diz
respeito ao homem e mulher. Nestes ltimos tempos, tem-se refletido muito sobre a
dignidade da mulher, sobre os seus direitos e deveres nos diversos mbitos da
comunidade civil e eclesial. Havendo contribudo para o aprofundamento desta
temtica fundamental, sobretudo com o ensinamento de Joo Paulo II, 1 a Igreja sentese hoje interpelada por algumas correntes de pensamento, cujas teses muitas vezes
no coincidem com as finalidades genunas da promoo da mulher.
O presente documento, depois de uma breve apresentao e apreciao crtica
de certas concepes antropolgicas hodiernas, entende propor algumas reflexes
inspiradas pelos dados doutrinais da antropologia bblica alis indispensveis para a
salvaguarda da identidade da pessoa humana sobre alguns pressupostos em ordem
a uma reta compreenso da colaborao ativa do homem e da mulher na Igreja e no
mundo, a partir dessa sua mesma diferena. Pretendem estas reflexes, ao mesmo
tempo, propor-se como ponto de partida para um caminho de aprofundamento no seio
da Igreja e para instaurar um dilogo com todos os homens e mulheres de boa
vontade, na busca sincera da verdade e no esforo comum de promover relaes cada
vez mais autnticas.
I. O PROBLEMA
2. Nestes ltimos anos tm-se delineado novas tendncias na abordagem do
tema da mulher. Uma primeira tendncia sublinha fortemente a condio de
subordinao da mulher, procurando criar uma atitude de contestao. A mulher, para
ser ela mesma, apresenta-se como antagnica do homem. Aos abusos de poder,
responde com uma estratgia de busca do poder. Um tal processo leva a uma
rivalidade entre os sexos, onde a identidade e o papel de um so assumidos em
prejuzo do outro, com a consequncia de introduzir na antropologia uma perniciosa
confuso, que tem o seu revs mais imediato e nefasto na estrutura da famlia.
Uma segunda tendncia emerge no sulco da primeira. Para evitar qualquer
supremacia de um ou de outro sexo, tende-se a eliminar as suas diferenas,
considerando-as simples efeitos de um condicionamento histrico-cultural. Neste
nivelamento, a diferena corprea, chamadasexo, minimizada, ao passo que a
dimenso estritamente cultural, chamada gnero, sublinhada ao mximo e
considerada primria. O obscurecimento da diferena ou dualidade dos sexos
grvido de enormes consequncias a diversos nveis. Uma tal antropologia, que
entendia favorecer perspectivas igualitrias para a mulher, libertando-a de todo o
determinismo biolgico, acabou de facto por inspirar ideologias que promovem, por
exemplo, o questionamento da famlia, por sua ndole natural bi-parental, ou seja,
composta de pai e de me, a equiparao da homossexualidade heterossexualidade,
um novo modelo de sexualidade polimrfica.
3. A raiz imediata da sobredita tendncia coloca-se no contexto da questo da
mulher, mas a sua motivao mais profunda deve procurar-se na tentativa da pessoa
48
descrito
como
Deus
ciumento
(cfr Ex 20,5; Naum 1,2) e Israel denunciado como Esposa adltera ou prostituta
51
Corinto, por ele fundada: Sinto por vs um cime semelhante ao cime de Deus,
porque vos desposei com um s esposo, que Cristo, a quem devo apresentar-vos
como virgem pura (2Cor 11,2).
Na Carta aos Efsios, a relao esponsal entre Cristo e a Igreja retomada e
amplamente aprofundada. Na Nova Aliana, a Esposa amada a Igreja, e como
ensina o Santo Padre na Carta s famlias esta esposa, de que fala a Carta aos
Efsios, faz-se presente em cada batizado e como uma pessoa em quem o olhar do
seu Esposo se compraz: Amou a Igreja e por ela Se entregou... para a apresentar a Si
mesmo como Igreja gloriosa sem mancha nem ruga, nem qualquer coisa semelhante,
mas santa e imaculada (Ef 5,25-27).16
Meditando, portanto, sobre a unio do homem e da mulher, como descrita no
momento da criao do mundo (cfr Gen 2,24), o Apstolo exclama: grande este
mistrio, digo-o em relao a Cristo e Igreja! (Ef 5,32). O amor do homem e da
mulher, vivido na fora da vida baptismal, passa a ser sacramento do amor de Cristo e
da Igreja, testemunho dado ao mistrio de fidelidade e de unidade, donde nasce a
nova Eva, e de que esta vive na sua peregrinao sobre a terra espera da
plenitude das npcias eternas.
11. Inseridos no mistrio pascal e tornados sinais vivos do amor de Cristo e da
Igreja, os esposos cristos so renovados no seu corao, podendo evitar as relaes
marcadas pela concupiscncia e pela tendncia a subjugar, que a ruptura com Deus
por causa do pecado havia introduzido no casal primitivo. Para eles, a bondade do
amor, de que o desejo humano ferido sentia saudade, revela-se com novas
acentuaes e possibilidades. nesta luz que Jesus, perante a pergunta sobre o
divrcio (cfr Mt 19,3-9), pode recordar as exigncias da aliana entre o homem e a
mulher, como Deus as quisera nas origens, ou seja, antes da apario do pecado que
justificaria as sucessivas acomodaes da lei de Moiss. Longe de ser a imposio de
uma ordem dura e intransigente, essa palavra de Jesus , na verdade, o anncio de
uma boa nova: a da fidelidade mais forte que o pecado. Na fora da ressurreio,
torna-se possvel a vitria da fidelidade sobre as fraquezas, sobre as feridas recebidas
e sobre os pecados do casal. Na graa de Cristo que renova o seu corao, o homem e
a mulher tornam-se capazes de se libertar do pecado e de conhecer a alegria do dom
recproco.
12. Vs que fostes batizados em Cristo fostes revestidos de Cristo... no h
mais homem nem mulher escreve So Paulo aos Glatas (3,27-28). O Apstolo no
declara aqui que deixou de existir a distino homem-mulher, distino que alhures
diz pertencer ao projeto de Deus. O que, ao invs, quer dizer o seguinte: em Cristo,
a rivalidade, a inimizade e a violncia, que desfiguravam a relao do homem e da
mulher, so superveis e esto superadas. Neste sentido, mais do que nunca
reafirmada a distino do homem e da mulher, que alis acompanha at ao fim a
revelao bblica. Na hora final da histria presente, quando se vislumbram no
Apocalipse de Joo um novo cu e uma nova terra (Ap 21,1), apresentada em
viso uma Jerusalm feminina bela como noiva adornada para o seu esposo
(Ap 21,2). A prpria revelao termina com a palavra da Esposa e do Esprito que
imploram a vinda do Esposo: Vem, Senhor Jesus (Ap 22,20).
O masculino e o feminino so, portanto, revelados como pertencentes
ontologicamente criao e, por conseguinte, destinados a perdurar alm do tempo
presente, evidentemente numa forma transfigurada. Desse modo caracterizam o amor
que no ter fim (1Cor 13,8), embora se torne caduca a expresso temporal e
terrena da sexualidade, ordenada para um regime de vida marcado pela gerao e
pela morte. Dessa forma de existncia futura do masculino e feminino, o celibato pelo
Reino quer ser profecia. Para os que o vivem, antecipa a realidade de uma vida que,
embora permanecendo a de um homem e de uma mulher, deixar de estar sujeita s
limitaes presentes da relao conjugal (cfr Mt 22,30). Para os que vivem a vida
53
conjugal, tambm o seu estado constitui referncia e profecia da perfeio que a sua
relao encontrar no encontro face a face com Deus.
Distintos desde o incio da criao e permanecendo tais no prprio corao da
eternidade, o homem e a mulher, inseridos no mistrio pascal de Cristo, deixam de
conceber a sua diferena como fonte de discrdia, a superar com a negao ou com o
nivelamento, mas como uma possibilidade de colaborao, que devem cultivar no
recproco respeito da distino. Daqui se abrem novas perspectivas para uma
compreenso mais profunda da dignidade da mulher e do seu papel na sociedade
humana e na Igreja.
III. A ACTUALIDADE DOS VALORES FEMININOS NA VIDA DA SOCIEDADE
13. Entre os valores fundamentais relacionados com a vida concreta da mulher,
existe o que se chama a sua capacidade para o outro. No obstante o facto de um
certo discurso feminista reivindicar as exigncias para ela mesma, a mulher
conserva a intuio profunda de que o melhor da sua vida feito de atividades
orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento, a sua proteo.
Uma tal intuio ligada sua capacidade fsica de dar a vida. Vivida ou
potencial, essa capacidade uma realidade que estrutura em profundidade a
personalidade feminina. Permite-lhe alcanar muito cedo a maturidade, sentido da
gravidade da vida e das responsabilidades que a mesma implica. Desenvolve em si o
sentido e o respeito do concreto, que se ope s abstraes, muitas vezes mortais
para a existncia dos indivduos e da sociedade. ela, enfim, que, mesmo nas
situaes mais desesperadas a histria passada e presente so testemunho disso
, possui uma capacidade nica de resistir nas adversidades; de tornar a vida ainda
possvel, mesmo em situaes extremas; de conservar um sentido tenaz do futuro e,
por ltimo, recordar com as lgrimas o preo de cada vida humana.
Embora a maternidade seja um elemento chave da identidade feminina, isso
no autoriza absolutamente a considerar a mulher apenas sob o perfil da procriao
biolgica. Pode haver nesse sentido graves exageros que exaltam uma fecundidade
biolgica em termos vitalistas e que frequentemente so acompanhados de um
perigoso desprezo da mulher. A existncia da vocao crist virgindade, audaciosa
em relao tradio veterotestamentria e s exigncias de muitas sociedades
humanas, neste campo de grandssima importncia. 17Nega ela de forma radical toda
a pretenso de fechar as mulheres num destino que seria simplesmente biolgico.
Como a virgindade recebe da maternidade fsica a advertncia de que no existe
vocao crist seno no dom concreto de si ao outro, do mesmo modo a maternidade
fsica recebe da virgindade o apelo sua dimenso fundamentalmente espiritual: no
contentando-se em dar a vida fsica que se gera verdadeiramente o outro. Isto quer
dizer que a maternidade pode encontrar formas de realizao plena tambm onde no
h gerao fsica.18
Numa tal perspectiva, compreende-se o papel insubstituvel da mulher em
todos os aspectos da vida familiar e social que envolvam relaes humanas e o
cuidado do outro. Aqui se manifesta com clareza o que Joo Paulo II chamou gnio da
mulher.19 Implica isto, antes de mais, que as mulheres estejam presentes, ativamente
e at com firmeza, na famlia, que sociedade primordial e, em certo sentido,
soberana,20 porque nesta que, em primeiro lugar, se plasma o rosto de um povo;
nesta onde os seus membros adquirem os ensinamentos fundamentais. Nela
aprendem a amar, enquanto so amados gratuitamente; aprendem o respeito por
toda a outra pessoa, enquanto so respeitados; aprendem a conhecer o rosto de Deus,
enquanto recebem a sua primeira revelao de um pai e de uma me cheios de
ateno. Todas as vezes que venham a faltar estas experincias fundantes, a
sociedade no seu conjunto que sofre violncia e se torna, por sua vez, geradora de
mltiplas violncias. Isso implica tambm que as mulheres estejam presentes no
54
56
de a ordenao
s mulheres de
ser modelos e
deve responder
CONCLUSO
17. Em Jesus Cristo todas as coisas se tornaram novas (cfr Ap 21,5). A
renovao na graa porm no possvel sem a converso dos coraes. Trata-se,
olhando para Jesus e confessando-O como Senhor, de reconhecer o caminho do amor
vitorioso sobre o pecado que Ele prope aos seus discpulos.
Assim sendo, a relao do homem com a mulher transforma-se, e a trplice
concupiscncia, de que fala a primeira Carta de Joo (cfr 1 Jo 16), deixa de ter o
predomnio. Deve acolher-se o testemunho da vida das mulheres como revelao de
valores, sem os quais a humanidade se fecharia na autossuficincia, nos sonhos de
poder e no drama da violncia. Tambm a mulher, por seu lado, deve deixar-se
converter e reconhecer os singulares valores, fortemente eficazes, do amor pelo outro,
de que a sua feminilidade portadora. Em ambos os casos, trata-se da converso da
humanidade a Deus, de modo que, tanto o homem como a mulher, vejam em Deus o
seu auxlio, o Criador cheio de ternura, o Redentor que amou tanto o mundo a
ponto de entregar o seu Filho unignito (Jo 3,16).
Uma tal converso no pode realizar-se sem a orao humilde para receber de
Deus a transparncia de olhar que reconhece o prprio pecado e, ao mesmo tempo, a
graa que o cura. De modo especial deve implorar-se a Virgem Maria, mulher segundo
o corao de Deus, bendita entre as mulheres (cfr Lc 1,42), escolhida para revelar
humanidade, homens e mulheres, qual o caminho do amor. S assim poder
sobressair em cada homem e em cada mulher, em cada um segundo a sua prpria
graa, a imagem de Deus, que a santa efgie com que so assinalados
(cfr Gen 1,27). S assim se poder reencontrar o caminho da paz e da maravilha, de
que d testemunho a tradio bblica atravs dos versculos do Cntico dos Cnticos,
em que corpos e coraes celebram o mesmo jbilo.
A Igreja certamente conhece a fora do pecado que opera nos indivduos e nas
sociedades e que por vezes leva a perder a esperana na bondade do casal. Ela,
porm, pela sua f em Cristo crucificado e ressuscitado, conhece ainda mais a fora do
perdo e do dom de si. Apesar de toda a ferida e toda a injustia, a paz e a maravilha
que ela com confiana aponta aos homens e mulheres de hoje so a paz e a maravilha
do jardim da ressurreio, que iluminou o nosso mundo e toda a sua histria com a
revelao de que Deus amor (1Jo4,8.16).
O Sumo Pontfice Joo Paulo II, no decurso da Audincia concedida ao abaixoassinado Cardeal Prefeito, aprovou a presente Carta, decidida na reunio ordinria
desta Congregao, e mandou que fosse publicada.
Roma, Sede da Congregao para a Doutrina da F, 31 de Maio de 2004, Festa
da Visitao de Nossa Senhora.
+ Joseph Card. Ratzinger Prefeito
+ Angelo Amato, SDB Arcebispo titular de Sila Secretrio
57
Cfr Joo Paulo II, Exort. apost. post-sinodal Familiaris consortio (22 de
Novembro de 1981): AAS 74 (1982), 81-191; Carta apost. Mulieris dignitatem (15 de
Agosto de 1988):AAS 80 (1988), 1653-1729; Carta s famlias (2 de Fevereiro de
1994): AAS 86 (1994), 868-925; Carta s mulheres (29 de Junho de 1995): AAS 87
(1995), 803-812; Catequese sobre o amor humano (1979-1984): Insegnamenti II
(1979) - VII (1984); Congregao para a Educao Catlica, Orientaes educativas
sobre o amor humano. Lineamentos de educao sexual (1 de Novembro de
1983): Ench. Vat. 9, 420-456; Pontifcio Conselho para a Famlia,Sexualidade humana:
verdade e significado. Orientaes educativas em famlia (8 de Dezembro de
1995): Ench. Vat. 14, 2008-2077.
2
Cfr Joo Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998),
21: AAS 91 (1999), 22: Esta abertura ao mistrio, que provinha da Revelao, acabou
por ser para ele [o homem bblico] a fonte de um verdadeiro conhecimento, que
permitiu sua razo aventurar-se em espaos infinitos, recebendo possibilidades de
compreenso, at ento impensveis.
4
Joo Paulo II, Carta apost. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988),
6: AAS 80 (1988), 1662; cfr S. Ireneu, Adversus haereses, 5, 6, 1; 5, 16, 2-3: SC 153,
72-81; 216-221; S. Gregrio de Nissa, De hominis opificio, 16: PG 44, 180; In Canticum
homilia, 2: PG 44, 805-808; S. Agostinho, Enarratio in Psalmum, 4, 8: CCL 38,17.
5
A palavra ebraica ezer, traduzida com ajuda, indica o socorro que s uma
pessoa d a uma outra pessoa. O termo no comporta nenhuma conotao de
inferioridade ou instrumentalizao, se se tem presente que tambm Deus por vezes
chamado ezer em relao ao homem (cfr Ex 18,4; Sal 9-10, 35).
6
Joo Paulo II, Carta apost. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988),
6: AAS 80 (1988), 1664.
7
Joo Paulo II, Carta apost. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988),
7: AAS 80 (1988), 1666.
10
11
Ibid.
13
Joo Paulo II, Carta s famlias (2 de Fevereiro de 1994), 19: AAS 86 (1994),
911; cfr Carta apost. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988), 23-25: AAS 80
(1988), 1708-1715.
58
17
Cfr Joo Paulo II, Exort. apost. post-sinodal Familiaris consortio (22 de
Novembro de 1981), 16: AAS 74 (1982), 98-99.
18
Cfr Joo Paulo II, Carta s mulheres (29 de Junho de 1995), 9-10: AAS 87
(1995), 809-810.
20
Joo Paulo II, Carta s famlias (2 de Fevereiro de 1994), 17: AAS 86 (1994),
21
Carta enc. Laborem exercens (14 de Setembro de 1981), 19: AAS 73 (1981),
906.
627.
22
Cfr Joo Paulo II, Carta apost. Ordinatio sacerdotalis (22 de Maio de
1994): AAS 86 (1994), 545-548; Congregao para a Doutrina da F, Resposta
dvida sobre a doutrina da Carta apostlica Ordinatio sacerdotalis (28 de Outubro de
1995): AAS 87 (1995), 1114.
59
TEXTO:
POR FILHOS NO MUNDO
(Georgette Blaquire - No livro Femmes slon le Coeur de Dieu)
Maternidade, vocao de toda mulher
A graa prpria da mulher e o papel que ela deve ter na sociedade e na Igreja
tema de muitos debates hoje em dia. Comea-se a compreender que a igualdade
entre a mulher e o homem no significa que a mulher deve identificar-se com o
homem, mas poder ser ela mesma, plenamente, livremente, segundo sua graa
prpria.
Perdemos muito ao reduzir Eva quela por quem o mal e a morte entraram no
mundo. Depois do pecado, Deus no tirou de Eva sua graa prpria, pois o chamado
e os dons de Deus so sem retorno (Rom 11,29). Ela continuar atravs do tempo e
em meio a difceis combates, exercer sua graa de ser a semelhante e a ajuda do
homem, sua graa de ser a me.
lugar comum dizer que a me aquela que d a vida, aquela que d a
luz, ou, ainda, aquela que pe no mundo. Estas expresses no se excluem. Cada
uma expressa uma forma particular de viver a experincia da maternidade em todas
as suas dimenses e no somente na maternidade biolgica. A graa da maternidade
concerne toda mulher, independentemente de seu estado de vida. Ser me est
ligado ao ser feminino e no somente continuao da espcie humana.
Ser me no pode, igualmente, reduzir-se escolha de fazer uma experincia
mais ou menos gratificante que colocar o filho a servio da realizao da me. A
maternidade dom de si no amor ao servio da total fraqueza, da total
vulnerabilidade do filho, e, no sentido mais vasto, de toda fragilidade, qualquer que
ela seja. Somente este dom de si permite, atravs das alegrias e das dores da vida,
aceder plena realizao da mulher, fazendo-a semelhante a um Deus que ele
mesmo dom total, sempre oferta de si. Feita imagem de Deus, ela, assim como o
homem, chamada a refletir Sua imagem, mas da forma que lhe prpria.
... Biologia ou mstica ?
Quando Deus criou o mundo, segundo o primeiro relato de Gnesis, parece ter
feito uma exuberncia de vida e de alegria. Ele pe sob rbita cada coisa criada para
que ela se desenvolva segundo suas leis prprias, com a beno de seu Criador. Que
as guas se agitem e se agitem os seres viventes... que a terra produza os seres
viventes, cada um segundo a sua espcie... (Gn1,24).
Mas eis que no momento de criar o ser humano, Deus se depara como se
entrasse nele mesmo: Faamos o homem a nossa imagem e semelhana... Deus
criou o homem a sua imagem, a imagem de Deus Ele o criou, homem e mulher Ele os
criou. Deus os abenoou e lhes disse: Sede fecundos, multipliquem-se, povoem a
terra e submetam-na (Gn1,27-28).
No prestamos ateno suficiente ao que nos dito aqui. A fecundidade dada
por Deus criador ao mundo animal e ordenada para a continuao da espcie. Mas
outra a fecundidade dada ao ser humano, nascido da terra e do sopro de Deus (Gn2)
e feito sua imagem. O ser humano no fecundo em primeiro lugar para continuar a
espcie, mas para ser imagem de Deus. Todo homem, toda mulher, qualquer que seja
60
a sua historia, sua cultura, sua civilizao, quer saiba ou ignore, chamado a ser
fecundo como Deus fecundo, ou seja doador da vida.
O Deus que nos revela a Bblia no somente o Deus Criador de realidades que
lhe permanecem exteriores. Quando ele revela o seu nome a Moiss (Ex34,6), ele
chama de Misericordioso, ou seja, segundo a raiz hebraica raham, aquele que tem
as entranhas para dar a vida, um Deus vivente e doador de vida, Pai e Me, por sua
vez poderamos dizer, na condio de transcender estas realidades. Tu s o nosso Pai,
tal teu nome para sempre (Is 63,16). dizer que Deus doador da vida sob todas
as suas formas, doador de sua prpria vida. Revelar-se como Pai ultrapassa de longe
a noo de Deus Criador.
Se o ser humano a imagem de Deus,isso significa que a fecundidade humana
no pode ser reduzida fecundidade biolgica. Desta forma, a fecundidade carnal e
somente um aspecto da fecundidade humana, certamente importante, mas parcial. A
segunda narrativa da Criao nem sequer se refere a ela. A fecundidade espiritual
no uma palavra de consolao para os solteiros, ela faz parte do dom que Deus d
a todos ns ao nos dar o seu Esprito. O homem no nasce somente de uma vontade
da carne, mas do Esprito, do sopro de Deus. Jesus confirma isso quando sua
Ressurreio na carne inaugura a nova criao: Jesus soprou sobre eles e lhes disse:
Recebei o Esprito Santo (Jo 20,22)
...Como Deus, dar a vida
olhando para Deus que encontraremos o porque e o como da fecundidade
humana que abrange todas as dimenses do nosso ser.
Deus criou por amor vida, Deus ama a vida, Deus a Vida. " Tu amas todos os
seres e no detestas nada que tu fizeste, pois se tu tivesses odiado alguma coisa, no
a terias criado. E como subsistiriam as coisas, se tu no o tivesses desejado? Como
conservariam sua existncia, se tu no as tivesses chamado? Mas perdoas a todos,
porque so teus, Senhor, amigo da vida. (Sb 11, 24ss)
Deus criou por amor daquele que ele criou. Joo Paulo II gosta de repetir a frase:
O homem a nica criatura que Deus quis por si mesma. Desta forma, cada filho
vem antes de tudo de Deus e nico aos seus olhos, sempre dom de Deus, mesmo
se ns o recebemos pela mediao das leis biolgicas.
Deus criou na alegria e ele nos convida a entrar nesta alegria, a alegria do riso
de Sara: Deus me deu razo para rir (Gn 21,6). A alegria de por um filho no mundo
faz a alegria de Deus e a nossa. Deus pousou sua beno sobre a vida: Todas as
criaturas de Deus so boas (I Tim 4,4)
Aqui, as fronteiras da fecundidade biolgica logo so ultrapassadas. Ser fecundo
como Deus implica uma experincia de ordem espiritual qual somos todos
convidados, com ou sem a experincia da fecundidade biolgica. O nascimento de um
filho apenas o comeo. Ser necessrio, a partir da coloc-lo no mundo em todos
os sentidos do termo, o coloc-lo no mundo dos homens e no mundo de Deus e este
um empenho a longo prazo que no concerne somente os pais.
...Pr o filho no mundo dos homens
Como se vai exercer esta fecundidade espiritual com relao a um filho e a todo
ser que a mulher encontra?
61
importante. Mas alm disso, preciso despertar neles o sentido do sagrado e este
aspecto ns freqentemente negligenciamos.
(...) Iniciar nossos filhos na admirao da beleza coloc-los no caminho da
experincia de Deus. Precisamos ensinar-lhes os valores, certamente, mas a
transmisso da f no se resume transmisso de valores Precisamos ajud-los a
encontrar o Cristo vivo. Nossa f no primeiramente uma f em valores, mas uma f
em uma pessoa. Eu jamais esquecerei o rosto de uma criana do catecismo diante de
um cone de Cristo iluminado por uma vela: Esse a, sim, parece com Deus.
Todos ns, casados ou solteiros, homens ou mulheres, somos chamados a por
almas no mundo, em nossas famlias, mas tambm em nossos relacionamentos, em
nosso trabalho, ao longo de nossa vida cotidiana, simplesmente porque somos feitos
imagem de um Deus que est Vivo. No se trata tanto de fazer coisas, mas de dar a
cada um a possibilidade de tornar-se ele mesmo, tal como ele existe no corao de
Deus.
Esta realidade e vivida de maneira privilegiada em famlia: Deus sonhou com
nossos filhos. Ns, talvez, tivssemos escolhido filhos diferentes, mas eles pertencem
a Ele antes de pertencerem a ns e ns somos servos de Seu projeto. (...)
No meu ponto de vista, h uma maneira prpria das mulheres de (...) fazer a
pessoa nascer para a profundidade que traz em si. (...) Por no mundo filhos de Deus,
tambm uma tarefa feminina.
... Alegrai-vos!
E tudo isso fonte de uma alegria profunda. (...) Sim, O Senhor no faz todos
os nossos desejos, mas ele mantm todas as suas promessas, como diz o telogo
Bohenhofer. Estamos no tempo de viver o essencial e o essencial a Vida. Jesus veio
dar-nos a vida e a vida em abundncia(o 10,10). Ele se fez carne para dar a vida ao
mundo (Jo 6, 33). Para nos tornarmos imagem de Deus Criador e Jesus Salvador, sem
dvida precisamos, antes de mais nada, abraarmos a verdadeira Vida e nos
tornarmos doadores de Vida.
63
RETIRO DE NOIVOS 6 MS
1. MANH
TEMA
MATERIAL
Texto
Iniciar lendo e rezando com o texto, buscando detectar quais das caractersticas
elencadas voc e o seu futuro cnjuge possuem.
Fazer uma partilha dos pontos que para cada um foi importante.
2. TARDE
TEMA
MATERIAL
Diferenas individuais
Texto
64
TEXTO:
CONHECER AS DIFERENAS PARA VIVER MELHOR
(Artigo de Laura Martins,
publicado na Revista Shalom Man, n 217, agosto de 2011)
A sexualidade, concebida como a forma de se relacionar com o mundo, abrange
a identidade da pessoa. O ser humano um ser sexuado e, por isso, incompleto
necessitado de complementaridade. As diferenas entre as pessoas so essenciais
para que ocorra a complementaridade, ou seja, a unidade na diversidade.
Pretendendo favorecer a compreenso da realidade relacional entre homem e mulher,
na busca dessa complementaridade, trataremos das caractersticas mais gerais de
cada sexo, que se definem a partir das influncias hormonais, orgnicas, psicolgicas,
da histria de vida individual, da leitura pessoal dessa histria e do contexto
sociocultural em que esto inseridos os indivduos.
De forma simplificada e generalizada, sero relacionadas algumas
caractersticas masculinas e femininas, em vista de favorecer a compreenso mtua e
a busca da complementaridade.
Caractersticas masculinas:
Racionalidade e objetividade;
Habilidade maior de orientao espacial;
Relaciona-se com o mundo de forma mais funcional e menos emocional;
mais conduzido pelos fatos, mais calculista;
levado normalmente a comandar a situao;
O trabalho tem uma importncia vital para o homem;
por natureza desconfiado e competitivo;
Defensivo e solitrio, esconde as emoes para no perder o controle da
situao;
Tem dificuldades de assumir suas fraquezas e emoes;
Dificuldade de ser carinhoso em funo de certo machismo;
Tem dificuldade de admitir seus erros, pois associa ao fracasso;
Tem mais dificuldade de se autoconhecer por lhe ser difcil assumir fraquezas;
Percebe menos os estados de nimo das pessoas, menos emptico;
Tem dificuldade de falar de si mesmo, por isso foge na periferia (nas coisas
externas: esporte, TV, jornal...).
Assim, prefere falar das coisas externas a si;
Resiste correo e no gosta de ouvir conselhos quando no solicitados;
No stress do cansao o homem se concentra e se retrai e quer esquecer os
problemas do trabalho no resolvidos, refugiando-se em outra atividade, como TV
ou jornal, internet, etc.;
Cala-se, geralmente, quando est aborrecido, ruminando consigo mesmo, no
gosta de partilhar problemas, pois lhe parece estar dando sinal de fraqueza
A entonao de voz masculina alta e seca. s vezes elas acham que eles esto
sendo grosseiros.
Caractersticas femininas:
Mais dada a emoo. Envolve-se mais com tudo o que vive;
Relaciona-se mais, falando de si e, por isso, tem mais amizades;
Mais conduzida pelos afetos;
Mais conduzida pela intuio;
Mais preocupada com os detalhes, datas e com a beleza;
Relaciona-se com a casa como uma extenso dela mesma (ordem, beleza,
limpeza);
65
66
TEXTO:
DIFERENAS INDIVIDUAIS
VALORES E
ATITUDES
NOIVO
Exemplifique 3 valores
de educao que so
muito fortes para voc.
Ex:
hospitalidade,
educao mesa, etc.
Exemplifique 3 hbitos
que so fortes em seu
cotidiano.
Ex:
tomar
banho antes de dormir,
cochilar
depois
do
almoo, desorganizao,
etc.
Fale
como voc se
expressa
melhor
afetivamente.
Ex:
abrao? Escuta? Palavra?
Cuidados? Etc...
Quais so os seu lazeres
preferidos?
Quais as caractersticas
do seu temperamento?
Quais
os
sonhos
expectativas sobre
casamento e sobre
cnjuge?
e
o
o
NOIVA
OBS:
Existes
caractersticas em mim
que
no
percebo.
Busque escutar o seu
noivo sobre isso
Como
penso
em
conviver
com
as
fragilidades e defeitos do
meu cnjuge?
Como vamos dividir as
tarefas domsticas? E o
cuidado para com os
filhos?
Quais
so
maiores
diferenas entre vocs?
Como vocs pretendem
conviver com elas?
68
ORIENTAES GERAIS
69
NOIVA
NOIVO
DAMINHA/
PAJEM
RECEPO
Padre
Vestido
Roupa
Roupa
Bolo
Documentos
Cabelo
Sapato
Sapato
Refrigerantes
Liturgia
Maquiagem
Cabelo
Cabelo
Decorao
Ministrio de
Msica
Buqu
Almofada
Alianas
Champanhe
para os noivos
Som
Sapato
Unhas
Flores
Genuflexrio
Pasta dos ritos
Depilao
Banho de Noiva
Carro
Fotgrafo
Cerimonialista
10)
FUNDADOR E CO-FUNDADORA
Se vocs desejarem agendar com o Moyss e a Emmir para que eles participem
do casamento, importante entrarem em contato via e-mail, logo que decidirem a
data.
Moyss modgeral@comshalom.or
Emmir formgeral@comshalom.org
11)
RECEPO DO CASAMENTO
mesma forma que foi feita com o Economato Local, pode-se haver uma partilha das
duas Secretarias Locais.
Entretanto, hoje j permitido servir um almoo ou jantar, caso algum familiar
oferea ou com a ajuda dos irmos. Mas importante que no sejam eles que tomem
frente, a fim de no se correr o risco de ferirmos o esprito que somos chamados a
viver. Vocs podem aceitar a doao, mas decidiro como iro fazer. Tambm uma
orientao quanto ao local: deve-se escolher ou a casa da CV ou o salo paroquial da
Igreja onde casarem e no um buffet. Em Fortaleza, os locais orientados pela
Comunidade so: Diaconia, casa do Papic ou Salo Paroquial.
12)
OS CONES
Como est nos Estatutos, cada casal j deve providenciar o Crucifixo Bizantino e
o cone da Virgem Maria que sero colocados no altar da casa do casal, pois sero
usados na Celebrao do Matrimnio.
13)
LUA DE MEL
CH DE COZINHA
No colocar no convite o que as pessoas devem levar. Deixar que elas, segundo
as suas possibilidades, levem o que desejar;
No precisamos casar com tudo pronto. O Senhor cuida de ns e nos dar tudo
o que necessitamos no tempo oportuno.
Encontra-se no Anexo 2 uma lista bsica daquilo que podemos ter em nossa
casa, pelo menos para vocs se basearem, buscando adaptar ao local onde vocs se
71
encontram. Certamente pode ter coisas que vocs no vo precisar, como outras em
que no esto listadas.
16)
PRESENTES
MORADIA
72
ANEXO 1
1)
2)
74
ANEXO 2
Esta lista foi organizada pelas autoridades da comunidade. Como j dissemos,
para vocs se basearem do que podemos ter em nossa casa, adaptando-se ao local
onde vocs esto em misso. No necessrio que vocs j tenham tudo no
casamento. Pedimos, mais uma vez aos noivos, o abandono para que tudo acontea
no tempo de Deus e no no nosso.
QUANTIDADE
- Material de Costura
01
- Caixa de Ferramentas
01
NOME (doador)
II Limpeza
ITENS
QUANTIDADE
- Bacia (G/M/P)
01
- Balde (G/P)
01
- Cesto de Papel
Higinico
02
01
- P de Lixo
01
- Pano de Cho
03
- Rodo
01
- Vassoura de cerdas
macias
01
- Vassoura de cerdas
duras
01
- Vassourinha para
Sanitrio
02
01
- Conjunto de Tapete
para Banheiro
02
NOME (doador)
III Liturgia
ITENS
- Altar
QUANTIDADE
NOME (doador)
01
75
- Bblia
01
01
- Crucifixo Bizantino
01
01
01
- Vela
01
01
IV- Sala
ITENS
QUANTIDADE
- Conj. De sof
01
01
- Mesa de centro
01
- Televiso
01
- Rack para TV
01
NOME (doador)
V - Quarto Casal
ITENS
QUANTIDADE
- Cama de casal
01
- Guarda-roupa
01
- Conj. De banho
03
- Conj. De cama
03
- Travesseiros
02
- Ventilador
01
NOME (doador)
VI - Quarto Hspedes
ITENS
QUANTIDADE
- Cama solteiro
01
- Colcho de solteiro
01
- Conj. De banho
02
- Conj. De cama
02
- Ventilador
01
NOME (doador)
VII - Cozinha
ITENS
Fogo
QUANTIDADE
NOME (doador)
01
76
Geladeira
01
Armrio de cozinha
01
01
06
Chaleira
01
Panela de presso
01
Conj. De panelas
01
01
Faqueiro
01
Garrafa trmica
01
Liquidificador
01
Toalha de festa
01
Toalha de mesa
02
Aucareiro
01
Assadeira (P/M/G)
01
01
Bandeja Inox
01
Bandeja (P)
01
Cesta para po
01
Coador de caf
01
Colher de pau
01
Concha
01
01
Caminho de mesa
01
Conj. De sobremesa
12
Desentupidor de pia
01
Escorredor de arroz
01
Escorredor de macarro 01
Espremedor de alho
01
Espremedor de batata
01
Espremedor de laranja
01
Forma de bolo
01
Frigideira (M/G)
01
Fruteira
01
77
01
Faca de Serra
01
Farinheira
01
Filtro
01
Leiteira
01
Jogo americano
06
01
Manteigueira
01
02
Panos de bandeja
02
Panos de prato
06
Pegador de macarro
01
Peneira
01
Porta guardanapo
01
Paliteiro
01
Saleiro
01
Tbua de carne
01
VIII Outros
ITENS
QUANTIDADE
- Ferro Eltrico
01
01
NOME (doador)
78