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Resumo Das Obras Literárias UVA 2015.1

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EEM Dona Marieta Cals Carir CE

Resumo de Obras UEVA 2015.1 Prof. ris Dayane

ANLISE DA OBRA
Taunay tinha um agudo senso de observao e
anlise, aliado a uma vivncia riqussima da paisagem
e da Histria do Brasil. Foi um dos primeiros
prosadores brasileiros a emprestar a linguagem
coloquial regional em suas obras.
Na poca em que o autor se inspirava para
escrever Inocncia, publicado em 1872, acontecia no
pas a aprovao da Lei do Ventre Livre, onde todos
os filhos de negros que nascessem partir daquela
data seria livre da escravido brasileira.
notvel como o narrador nos apresenta o
choque de duas concepes de mundo
extremamente diversas. Pereira, homem do serto,
preso a padres estritos de comportamento, mantm
sua bela filha Inocncia reclusa.
O autor conta com franqueza seu relacionamento
com uma jovem que conheceu no Mato Grosso, a
partir dai percebemos a origem mais ntima da
personagem-ttulo de Inocncia, prottipo da mulher
sertaneja imaginada pelo autor.
Foi um autor alm da maioria dos romancistas,
entre os quais se incluam alguns que, embora
tambm usassem temas sertanistas, no tinham
realmente muita experincia do interior brasileiro.
Taunay, ao contrrio, escrevia sobre o que
conhecera. Alis o prprio Taunay se manifestou
sobre isso, embora no diminusse de modo algum a
importncia e o valor dos outros romancistas.
Nesse romance, o rigor do observador militar que
percorreu os sertes mistura-se capacidade
imaginativa do ficcionista. O resultado um belo
equilbrio entre a fico e a realidade, raramente
alcanado na literatura brasileira at ento.
So trinta captulos e um eplogo, em que poucos
personagens se movem. Esses personagens podem
ser agrupados de acordo com a posio que lhes
caber no desenrolar da obra.
Inocncia pode ser considerada a obra-prima do
romance regionalista do nosso Romantismo. Seu
autor, Visconde de Taunay, soube unir ao seu
conhecimento prtico do pas, adquirindo em
inmeras viagens na condio de militar, o seu agudo
senso de observao da natureza e da vida social do
Serto brasileiro.
A qualidade de Inocncia resulta do equilbrio
alcanado entre os aspectos ligados ao conceito de
verossimilhana que muitas vezes chegava a
comprometer a qualidade de obras regionalistas ,
como a tenso entre fico e realidade, a linguagem

culta e a linguagem regional e a adequao dos


valores romnticos realidade bruta do nosso
Serto.
Ao lado dos acontecimentos, que constituem a
trama amorosa, h tambm o choque de valores
entre Pereira e Meyer, um naturalista alemo que se
hospedara na casa de Pereira procura de
borboletas, evidenciando as contradies entre o
meio rural brasileiro e o meio urbano europeu.
A atrao pelo pitoresco e o desejo de explorar e
investigar o Brasil do interior fizeram o autor
romntico se interessar pela vida e hbitos das
populaes que viviam distante das cidades. Abria-se
assim, para o Romantismo, o campo fecundo do
romance sertanejo, que at hoje continua a fornecer
matria nossa literatura.
ASPECTOS TEMTICOS
Sofrimento A caminhada do sertanejo em busca de
seus objetivos atravs de longas distncias, sendo
que no percurso, existe a dificuldade do abrigo.
Simplicidade claramente observada atravs do
comportamento e dilogos entre as personagens
tpicas.
Contradies Comprava-se entre o jeito de ser do
serto e a forma avanada da Europa (Pereira e
Meyer).
Amor impossvel Um amor to puro e verdadeiro
que por falta de condies de existncia preferiu a
morte, ou pelo menos, foram levados a ela.
Honra Pereira para manter a honra familiar,
sacrificava sua prpria filha, j que sua palavra estava
acima de tudo.
Beleza retratada atravs da paisagem do serto e
da jovem Inocncia.
Escravido representada por Maria Conga e
outros.
AMBIENTE
O romance ambientado na confluncia dos
Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Gois e So
Paulo.
FOCO NARRATIVO
O ponto de vista externo define o narrador de
Inocncia como um narrador onisciente, que
tendncia dominante na narrativa romanesca do
sculo XIX. o modelo clssico, que confere plenos
poderes a uma s focalizao: tudo apresentado a
partir de um nico ponto, com oniscincia e
onipresena. Esse , sem dvida, um modelo
narrativo que atende s necessidades do romance
regionalista, que focaliza a vida, os costumes, os
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valores sociais a partir de um nico ponto de vista.


PERSONAGENS
Inocncia: Tem uma grande beleza e delicadeza de
traos, nem parece moa do serto. Isso vai ser
fundamental no despertar da paixo entre ela e
Cirino e tambm na compreenso da atitude que ela
ir tomar posteriormente, afinal, de alguma forma,
ela no era uma tpica moa do serto. Essas
caractersticas so importantes para a compreenso
do desenrolar da histria. Inocncia tem cabelos
longos e pretos, nariz fino, olhos matadores, beleza
deslumbrante e incomparvel, faces mimosas, clios
sedosos, boca pequena e queixo admiravelmente
torneado. Enfim, uma jovem de beleza deslumbrante
e incomparvel. Simples, humilde, meiga, carinhosa,
indefesa e eternamente apaixonada.
Cirino Ferreira de Campos: prtico de farmcia,
autopromovido a mdico ambulante. Tinha mais ou
menos 25 anos, presena agradvel, olhos negros e
bem rasgados, barbas e cabelos cortados quase
escovinha. Era to inteligente quanto decidido.
"Doutor" Cirino era caridoso, bom doava a prpria
vida em defesa do amor.
Maneco: Homem rude, mas decente, trabalhador,
srio e acumulou fortuna, era dotado tambm de
uma certa macheza. Alto, forte, panudo e usava
bigode. Enfim, vaqueiro bruto do serto. Pessoa fria
que matava, se fosse preciso, em defesa de sua
honra.
Martinho dos Santos Pereira (Pereira): Homem de
mais ou menos 45 anos, gordo, bem disposto,
cabelos brancos, rosto expressivo e franco. Pessoa
honesta, hospitaleiro, severo e no trocava a sua
palavra nem pela vida. Condensa em si desconfiana
e ingenuidade, alm de ser duro e conservador.
Tico: Ano que vivia na fazenda, mudo, mas que foi
capaz de entregar lnocncia ao pai. Ele a vigiava e
detinha profundo respeito e admirao pela mesma.
Guardio de Inocncia. Mudo, raqutico, esperto e
fez por um momento, o papel de fofoqueiro.
Meyer: Um naturalista, que teve a sinceridade de
elogiar Inocncia, acabou por ser vigiado por Pereira,
mas era muito dedicado a profisso que exercia,
portanto viajava muito.
Maria Conga: Escrava de Pereira que cuidava dos
afazeres domsticos. Escura, idosa e malvestida.
Usava na cabea um pano branco de algodo.
Major Martinho de Melo Taques: Homem que
merecia influncia na vila de Santana do Parnaba:
Juiz de paz e servia de juiz municipal. Participou da
Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul. Era
comerciante e gostava de contar casos, ou seja,
"prosear".

Antnio Cesrio: Padrinho de Inocncia. Homem


respeitado, de palavra, honesto e justo. Fazendeiro
do serto.
Guilherme Tembel Meyer: Alto, rosto redondo,
juvenil, olhos claros, nariz pequeno e arrebitado,
barbas compridas, escorrido bigode e cabelos muito
louros. Pessoa de boa ndole, esperto em sua funo
e simples ao pronunciar as sua palavras. Admirador
da natureza e da beleza de Inocncia.
Jos Pinho (Juque): Ajudante de Meyer. Era muito
intrometido em conversas alheias. Pessoa boa e de
confiana de seu patro.
ENREDO
Serto de Santana do Paranaba, 1860. Pereira
(Martinho dos Santos Pereira) vive na fazenda com
Inocncia, sua filha de 18 anos. Seu pai exige-lhe
obedincia total, num regime antigo e educada longe
do mundo. Escolhe para ela o noivo, Maneco, um
homem criado no serto bruto, de ndole violenta.
Maria Conga uma preta, escrava de Pereira. Tico
o guarda da moa Inocncia, bastante fiel apesar de
ser mudo. Um dia, Pereira encontrou-se com um
rapaz que percorria os caminhos do serto a medicar.
Havia feitos estudos no colgio do Caraa e iniciado
Farmcia em Ouro Preto. Chamavam-no de "doutor",
ttulo que no menosprezava. Seu nome era Cirino
Ferreira dos Santos (Dr. Cirino).
Inocncia estava doente de "uma febre braba" e o
"doutor" curou-a. Os dois apaixonaram-se mais
tarde: eram demasiados os cuidados que o "doutor"
tinha para com ela. Amavam-se s escondidas e o
laranjal era local de encontros proibidos. Pensavam
que ningum poderia desconfiar... Mas Tico, o
anozinho mudo, estava atento... Nesse nterim,
Pereira andava desconfiado do Dr. Meyer, um
caador de borboletas, que por l aparecera!
Desconfiava a tal ponto que o ilustre entomlogo
passou a ser "persona non grata". Dr. Meyer tinha
por objetivo descobrir espcimes novos para museus
europeus. Respeitava com muito carinho e muita
ateno a bonita Inocncia. Jos Pinho (Juque),
ajudante de Dr. Meyer, explicava a funo de seu
patro: procurar insetos. E isso durante quase dois
anos...
Garcia, leproso, aparece na fazenda do Sr. Pereira
quer falar com Dr. Cirino. O "mdico" diz-lhe que a
doena e incurvel e contagiosa.
Inocncia foi maltratada pelo pai, quando este
soube de seu amor com o doutor. Foi atirada contra a
parede. Resistiu e jurou no se casar com Maneco, o
sertanejo violento. Mas o pai Sr. Pereira achou
que a filha estava de "mau olhado", por causa do Dr.
Meyer.
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E encontrou uma soluo: ele ou Maneco


mataria o intruso alemo. Dr. Meyer no deu ouvidos
a Pereira, zombado de sua ameaa. Tomou-se de
vergonha: era ofensa demais. Tico, aps testemunhar
o amor existente entre Inocncia e Cirino, explicou
ao Sr. Pereira tudo que se passava...
Maneco comeou a seguir os passos de Cirino.
At um dia interpelou-o. Tirou uma garrucha da
cintura e... Cirino caiu por terra, pedindo gua e
sussurrando o nome de Inocncia. Agonizante, exigia
do mineiro Antnio Cesrio que no deixasse
Inocncia casar-se com Maneco...
Dr. Guilherme Tembel Meyer, em 1863,
apresentava aos entomlogos do mundo a sua mais
recente descoberta: uma borboleta at ento
desconhecida: "Papilio Innocentia:" em homenagem
Inocncia, a moa do serto de Santana do
Paranaba, da Parte sul oriental do Mato Grosso.
Inocncia, coitadinha...
Exatamente nesse dia dois anos faria que seu
gentil corpo fora entregue terra, no intenso serto
de Santana do Parnaba, para dormir o sono da
eternidade...
MOVIMENTO LITERRIO
Inocncia pode ser considerada a obra prima do
romance regionalista (Serto do Mato Grosso) do
nosso Romantismo. Seu autor, Visconde de Taunay,
soube unir ao seu conhecimento prtico do pas,
adquirindo em inmeras viagens na condio de
militar, o seu agudo senso de observao da natureza
e da vida social do Serto brasileiro.
A qualidade de Inocncia resulta do equilbrio
alcanado entre os aspectos ligados ao conceito de
verossimilhana que muitas vezes chegava a
comprometer a qualidade de obras regionalistas ,
como a tenso entre fico e realidade, a linguagem
culta e a linguagem regional e a adequao dos
valores romnticos realidade bruta do nosso
Serto.
Inocncia uma histria de amor impossvel,
envolvendo Cirino, prtico de Farmcia que se
autopromoveu mdico, e Inocncia, uma jovem do
Serto de Mato Grosso, filha de Pereira, pequeno
proprietrio tpico da mentalidade vigente entre os
habitantes daquela regio.
A realizao amorosa entre os jovens invisvel
porque Inocncia fora prometida em casamento pelo
pai de Maneco, um rstico vaqueiro da regio; e
tambm porque Pereira exerce for vigilncia sobre a
filha, pois, de acordo com seus valores, ele tem de
garantir a integridade de Inocncia at o dia do
casamento.
Ao lado dos acontecimentos, que constituem a

trama amorosa, h tambm o choque de valores


entre Pereira e Meyer, um naturalista alemo que se
hospedara na casa de Pereira procura de
borboletas, evidenciando as contradies entre o
meio rural brasileiro e o meio urbano europeu.
A atrao pelo pitoresco e o desejo de explorar e
investigar o Brasil do interior fizeram o autor
romntico se interessar pela vida e hbitos das
populaes que viviam distante das cidades. Abria-se
assim, para o Romantismo, o campo fecundo do
romance sertanejo, que at hoje continua a fornecer
matria nossa literatura.
O que se pode observar na obra
o romance sertanista onde mais se percebe a
diviso entre o enredo central - folhetinesco e
ultrarromntico - e as histrias secundrias, quase
todas realistas.
Este mesmo descompasso visvel entre o tom
trgico da intriga amorosa e as passagens hilariantes
das tramas paralelas.
Apesar do excesso melodramtico final, os
caracteres de Cirino e Inocncia nos so mostrados
de forma muito mais verossmil que os personagens
de outros romances romnticos da poca.
H uma forte crtica de Taunay em relao ao
implacvel patriarcalismo do mundo rural. O curioso
que durante quase toda a narrativa, o autor ironiza
a viso machista, como nesta cmica exposio de
Pereira sobre o comportamento das mulheres: Eu
repito, isto de mulheres, no h que fiar. Bem faziam
os nossos do tempo antigo. As raparigas andavam
direitinhas que nem um fuso... Uma piscadela de
olho mais duvidosa, era logo pau. (...) C no meu
modo de pensar, entendo que no se maltratem as
coitadinhas, mas tambm preciso no dar asas s
formigas...
No final do relato, contudo, esta crtica amena e
humorstica transforma-se quase em um panfleto
contra o domnio absoluto que, dentro do cdigo
patriarcalista, os pais tinham sobre os filhos.
Importante ressaltar que o simplrio Pereira, alm
de possuir boa ndole, ama desesperadamente a
filha. Portanto, tambm ele nos mostrado como
vtima dos costumes patriarcais.
Meyer, o naturalista alemo, sbio das coisas da
cincia, porm incapaz de perceber a estreiteza
moral do mundo em que est metido, um dos
protagonistas mais engraados da fico brasileira do
sculo XIX. Suas trapalhadas so impagveis.
O romance apresenta uma curiosa mescla de
linguagem culta urbana e termos regionais
(arcasmos, corruptelas, provrbios, expresses
tpicas). Estes "regionalismos", na sua maioria, so
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explicados pelo prprio autor, em notas ao p das


pginas. O resultado dessa juno uma prosa
bastante viva, colorida e com acentos humorsticos
na sua formulao.

5. Inocncia afilhada de
(A) Martinho dos Santos Pereira.
(B) Major Martinho de Melo Taques.
(C) Guilherme Tembel Meyer.
(D) Antnio Csar.

Fontes: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/
livros/analises_completas/i/inocencia
http://www.mundovestibular.com.br/articles/363/1/
INOCENCIA---Visconde-de-Taunay-Resumo/Paacutegina1.html

6. Nessa obra h uma forte crtica ao


(A) patriarcalismo.
(B) ao adultrio.
(C) ao puritanismo.
(D) escravido.

EXERCCIOS
1. A principal temtica abordada na obra em questo

(A) o adultrio.
(B) a pederastia.
(C) o amor livre.
(D) o amor impossvel.

7. A obra em questo pertence escola literria


(A) romntica.
(B) realista.
(C) naturalista.
(D) modernista.

2. A personagem principal dessa obra


(A) Cirino.
(B) Meyer.
(C) Inocncia.
(D) Maria Conga.

8. Outro autor pertencente mesma escola literria


da obra em questo
(A) mile Zola.
(B) Gustave Flaubert.
(C) Camilo Castelo Branco.
(D) James Joyce.

3. A personagem principal dessa obra NO tem como


caracterstica
(A) simplicidade.
(B) humildade.
(C) beleza.
(D) ganncia.

9. A obra pode ser considerada um romance


(A) Urbana.
(B) Regionalista.
(C) Indianista.
(D) Histrico.

4. A trama dessa obra desenvolve-se no interior


(A) de Pernambuco.
(B) da Paraba.
(C) do Mato Grosso.
(D) do Mato Grosso do Sul.

10. No uma caracterstica do personagem Tico


(A) mudo.
(B) ano.
(C) cego.
(D) fofoqueiro.

ANLISE DA OBRA
Iai Garcia foi escrito em 1878 e a trama se
desenrola entre os anos de 1866 e 1871. Casamentos
arranjados, amores proibidos e jogos de interesse
compem este painel que retrata a sociedade
contempornea ao autor.
Uma histria singela, ao gosto romntico e um
tanto convencional, em Iai Garcia, Machado de
Assis comea a revelar as qualidades que mais tarde
faro dele um grande romancista: a finura de estilo, o
senso de humor que j reponta aqui e ali, a recriao
de ambientes, a exata caracterizao de
personagens, principais ou secundrios, como
Raimundo, o preto africano, escravo liberto e
inteiramente dedicado a Lus Garcia. Mas est longe
ainda dos seus grandes momentos de criao
literria, que se iniciam a partir do romance
Memrias Pstumas de Brs Cubas.
Iai Garcia antecipa a experimentao das
Memrias Pstumas de Brs Cubas, e portanto, este
romance no se encaixa na primeira fase de
Machado propriamente dita, mas deve ser
considerado como uma obra de transio.

O ltimo dos romances da primeira fase de


Machado de Assis, Iai Garcia apresenta uma clara
influncia de Jos de Alencar; os personagens e a
trama so tipicamente romnticos, mas j pode se
ver que algo no est totalmente romntico:
personagens secundrios mais realistas e nada de
viles; os amores de Jorge por Estela e de Procpio
por Iai so honestos, mas efmeros; Estela recusa o
casamento no por no am-lo, mas por diferenas
de classe social (ela mais pobre); e Estela e Lus no
se casam por amor e sim por um misto de estima e
convenincia.
A personagem mais atuante Estela, que
verdadeiramente conduz a ao promovendo a
felicidade dos que a cercam, como Luiz Garcia, Iai e
Jorge.
TEMPO
A trama se d no perodo de 1800, mais
especificamente antes, durante e depois da Guerra
do Paraguai (1865-1870).
Ex.: Lus Garcia transpunha a soleira da porta, para
sair, quando apareceu um criado e lhe entregou esta
carta: 5 de outubro de 1866. [...]
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AMBIENTE
Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro de
Santa Teresa.
Ex.: [...] Lus Garcia era funcionrio pblico. Desde
1860 elegera no lugar menos povoado de Santa
Teresa uma habitao modesta, onde se meteu em si
e a sua viuvez. [...]
FOCO NARRATIVO
O narrador apresentado em 3 pessoa, sendo
narrador onisciente.
Ex.: [...] Estela era o vivo contraste do pai, tinha a
alma acima do destino. Era orgulhosa, to orgulhosa
que chegava a fazer da inferioridade uma aurola;
[...] p. 36.
ENREDO
Luiz Garcia era um homem reservado (pai de Iai)
e que vivia exclusivamente por sua filha, Lina, uma
garota mimada, que tinha toda a ateno de seu pai.
Vivo, vivia em uma casa mais afastada que se enchia
de alegria quando Lina, ou melhor, Iai Garcia,
chegava da escola. Na casa ainda havia um negro que
era todo dedicado ao senhor e sua filha.
No crculo pequeno de amizades de Luiz estava a
Sra. Valria, tambm viva. Esta tinha um filho, Jorge.
E foi por ele que Valria chamou Luiz sua casa.
Acontecia que ela desejava mandar o filho guerra
do Paraguai e queria que Luiz a ajudasse a fazer a
cabea do jovem. Justificava esse desejo afirmando
que era seu dever como cidado e tambm em
referncia s glrias e mritos que tais conflitos
geram aos vencedores, no acreditando na morte do
filho. Porm sua verdadeira razo era faz-lo
esquecer uma grande paixo.
Estela Foi passar um tempo na casa de Valria. E
fora justamente essa moa que despertara em Jorge
a paixo verdadeira. Jorge a amava e at chegou a se
declarar e furta moa um beijo, o que a fez resolver
voltar casa de seu pai. Mas ela apenas negava o
amor que sentia, quando o descobriu logo acreditou
na sua impossibilidade e o trancou para sempre ao
fundo de seu corao.
Jorge que fundia a realidade com romances tanto
a sua paixo o ar literrio, foi guerra e l se
manteve fiel paixo que em carta a Luiz Garcia
afirmava t-lo transformado de criana a homem.
Enquanto isso Estela no sofria de amores, seu
sentimento era como que esquecido e ela mantinhase orgulhosa, firme e at mesmo fria.
Durante os anos em que Jorge ficou na guerra,
Valria, mesmo no acreditando em vestgios do
romance de outros tempos, chamou Estela de volta
sua casa e viviam em perfeita harmonia. Como era
seu intuito, a senhora falou moa da necessidade

de se casar e assim a segunda lhe disse que quando


achasse o homem conveniente a avisaria.
Nestas circunstncias iniciou-se um convvio mais
intenso entre a casa de Luiz Garcia e de Valria. Iai
encantava a todos eles e ela e Estela logo se fizeram
companheiras. Em seguida a menina deu a falar de
um casamento entre seu pai e a companheira. Luiz
viu como as duas se davam bem, Estela viu como ele
era um homem digno e assim se fez o casamento
deles: companheirismo e respeito.
Por fim, Jorge voltou da guerra e cheio de
glrias. Sua me j havia falecido. Ele tambm j
sabia do casamento de Estela e, como sua famlia era
amiga da de Luiz, as visitas se fizeram necessria. Ele
inicialmente se abalava enquanto ela era fria como
dantes.
Quando Luiz Garcia se fez doente, a presena de
Jorge se tornou mais presente e, como o doente lhe
pedira que auxiliasse a famlia, ele passou a ser
ntimo da casa da mesma forma que Procpio Dias
era. A convivncia ali era calma, no entanto, Iai que
j se tornara moa parecia sentir por Jorge um
desprezo injustificvel. A doena de Luiz Garcia teve
fim, mas seus problemas no corao logo lhe tirariam
a vida.
Em certo tempo, em uma limpeza de papel que
Luiz fazia, encontrou ali a carta que Jorge lhe
mandara lhe descrevendo seu amor fiel que se
transformara de criana para homem. Achou graa
de tal texto e deu-lhe para Estela ler. Ele no viu
nenhuma das alteraes por qual a esposa passara
diante da carta, porm Iai viu. Em seguida a menina
passou a desconfiar que houvesse entre a madrasta e
Jorge um romance proibido que fosse mantido em
segredo no corao dos dois.
Nesse tempo tambm, Procpio Dias afirmava a
Jorge o amor que tinha por Iai e pedia-lhe seu
apoio, ainda mais porque se via obrigado a uma
viagem ao Rio que demoraria quatro meses ou mais.
Foi tambm a que Iai mudou seu
relacionamento com a madrasta e com Jorge. Para
com Estela vivia de acordo a favorecer a paz
domstica e com Jorge se tornava amvel. Este fez
referncia a ela sobre o amor de Procpio Dias, ao
que a menina no mostrava nem um pouco de
interesse. E bastaram esses meses que ele se
mantinha fora para que Iai e Jorge iniciassem um
romance, amavam-se de fato.
Quando Procpio chegou j no se sentia to
abalado por Iai, mas ainda lhe guardava certa
paixo. Ao mesmo tempo Luiz Garcia sentia o peso
dos problemas cardacos que tinha e beirava a morte.
Estela, que estava ciente do romance da enteada,
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no s afirmou se agradar de tal coisa como tambm


incentivou o casamento dos dois o mais breve
possvel para que fosse possvel a Luiz Garcia ter o
prazer de dar a bno filha.
Infelizmente ele faleceu antes, Iai, que era
profundamente ligada ao pai, ficou abalada por longo
tempo e assim adiando seu casamento. Jorge, depois
de certo tempo de luto, questionou noiva sobre a
data do casamento ao que ela respondeu com uma
carta de rompimento. E encarregou ao negro fiel da
famlia a entrega de outra carta a Procpio, tendo
esperanas nos sentimentos que ele afirmara ter por
ela.
Jorge, como resposta a carta de rompimento,
enviou outra a Estela perguntando o porqu da ao
de Iai. Estela questionou menina que respondeu
que no poderia se casar com Jorge j que ela o
amava. A madrasta, extremamente irritada, agiu at
convencer Iai de que no havia amor nenhum entre
eles e assim respondeu a Jorge que a carta da
enteada no passara de um capricho.
Por sorte, o negro achou melhor no entregar a
carta a Procpio e assim o casamento de Jorge e Iai
foi marcado e concretizado. Estela fora pra outra
cidade onde arrumara um emprego. Seu pai, que
nunca fora confivel para Luiz Garcia, sempre viveu
dos outros e desejava ver a filha junto a Jorge, no foi
com ela.
Madrasta e enteada trocavam cartas e no dia do
aniversrio de um ano da morte de Luiz no cemitrio
Iai encontrou ali uma coroa deixada por Estela, a
qual beijou como se fosse a madrasta, que
sinceramente deixara ali flores ao falecido marido.

2. A personagem principal da obra Iai Garcia


(A) Estela.
(B) Lina.
(C) Valria Gomes.
(D) Luiz Garcia.
3. Essa personagem tem como caracterstica principal
(A) ambio.
(B) religiosidade.
(C) rebeldia.
(D) devoo ao pai.
4. A trama dessa obra desenvolve-se na cidade
(A) do Rio de Janeiro.
(B) de So Paulo.
(C) de Belo Horizonte.
(D) do Esprito Santo.
5. Jorge filho de
(A) Estela.
(B) Lina.
(C) Valria Gomes.
(D) Luiz Garcia.
6. Nessa obra, a desigualdade social no permite que
duas pessoas se casem por amor. Quem so elas?
(A) Luiz Garcia e Estela.
(B) Jorge e Estela.
(C) Luiz Garcia e Valria Gomes.
(D) Iai Garcia e Jorge.
7. A obra em questo pertence escola literria
(A) romntica.
(B) realista.
(C) naturalista.
(D) modernista.
8. Outro autor pertencente mesma escola literria
da obra em questo
(A) Jos de Alencar.
(B) Ingls de Sousa.
(C) Jorge Amado.
(D) Alusio de Azevedo.
9. A obra pode ser considerada um romance
(A) Urbana.
(B) Regionalista.
(C) Indianista.
(D) Histrico.

Fontes: http://www.passeiweb.com/estudos/livros/iaia_garcia
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resumo
-Iai%C3%A1-Garcia-De-Machado-De/120504.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iai%C3%A1_Garcia

10. O fato histrico mencionado na obra a


(A) Independncia Brasileira.
(B) Proclamao da Repblica.
(C) Guerra dos Farrapos.
(D) Guerra do Paraguai.

EXERCCIOS
1. A principal temtica abordada na obra em questo

(A) o adultrio.
(B) o arranjo de casamentos.
(C) o amor livre.
(D) o herosmo na guerra.

ANLISE DA OBRA
A obra A carne, de Jlio Ribeiro, um romance
naturalista publicado em 1888 que aborda temas at
ento ignorados pela literatura da poca, como
divrcio, amor livre e um novo papel para a mulher
na sociedade. O lanamento de A Carne, em 1888,
fez grande sucesso e causou escndalo entre as
famlias paulistanas tradicionais. As jovens eram

proibidas de ler a obra e muitos pediam segredo ao


comprar.
O romance por muito tempo lhe figurou de
obsceno, mas o livro mais do que um mero
escndalo sexual. Foi um dos livros mais discutidos e
populares do pas, e ainda hoje so vendidas edies
antigas (porm mutiladas) da obra. A maior
qualidade do romancista no est precisamente em
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sua fico, mas em sua disposio para chocar uma


sociedade moralmente hipcrita que veio por
dcadas lhe aprisionar margem da grande
Literatura.
A divergncia de opinies a respeito do romance
tem fundamento. A temtica naturalista de Jlio
Ribeiro explicita manifestaes de desejo sexual,
sadismo, ninfomania, perverses, nudez e sexo. O
olhar sobre o livro, enfim, sempre se dividiu entre a
apreciao esttica e o julgamento moral. Foram
vrios os vetos feitos ao livro, entre os quais o mais
categrico partiu de lvaro Lins que, em 1941,
classificou a obra como "mediocridade intelectual".
Manuel Bandeira lhe rendeu uma anlise biogrfica
cercada de integridade moral, mas foi um dos poucos
a lhe render glrias por sua posio didtica e
combativa.
Com uma personagem diferente, ativa com
intensos desejos sexuais, Jlio Ribeiro foi alvo de
infinitas ofensas e injrias. Por causa de uma mulher
"perigosa", qui, as outras denncias de Jlio
Ribeiro ficassem despercebidas ou os crticos no as
queriam ver. A personagem principal Helena Matoso,
mais conhecida pela alcunha de Lenita, sente fortes
concupiscncias. Para muitos crticos, esse intenso
desejo, provocado pela carne, ser considerado um
histerismo, qualidade que advm de Magd, a
histrica personagem do romance de Alusio
Azevedo: O homem (1887). Muitos estudos tecem
essa semelhana devido irritabilidade ou ao
nervosismo excessivo causado pela fora da carne
do desejo sexual em ambas. Para Magd, seria
certa a tese da histeria. Para Lenita, no.
A personagem Lenita chocou a sociedade do final
do sculo XIX, causando-lhe incmodo, que ainda via
a mulher como ser passivo, devendo ser sempre
inferior aos homens. A Carne recebeu vrios
predicativos poca, a maioria depreciativos, por
causa de cenas lbricas. Ademais, o espanto se deu
no s por causa do erotismo da trama, mas tambm
por causa de uma mulher independente, rica e
inteligente mesmo que esta estivesse atrs da
mscara do sexo apresentado no romance, sendo
difcil sua aceitao para o mundo de ento; essa
mulher de vanguarda foi vista pela miopia enferma
da sociedade cujas dimenses ultrapassavam o
natural, e esta, querendo perenizar conceitos e tabus
ultrapassados, deixou que os momentos erticos e
exticos fossem o nico ponto mximo do romance,
encobrindo a importncia da herona ao contexto
social brasileiro e mundial.
A cegueira da sociedade foi contaminada pelo tom
obsceno do livro, e o mais importante foi

esquecido: o surgimento de uma mulher


independente, em todos os sentidos, mesmo que
seja em romances. O livro era dissidente e, por isso,
obteve alguns poucos panegricos e muitas
depreciaes. No houve parcimnia a Jlio Ribeiro.
Ele foi um escritor que causou uma espcie de
cissiparidade nos leitores: ao mesmo tempo em que
desdenhavam o romance, liam-no em solipsismo.
Todavia, mais tardar, as crticas de tom
exageradamente leviano to-somente ajudariam a
promover a obra, pois, atravs dos julgamentos
ferinos, A Carne foi ganhando mais e mais
popularidade. Se no pelo seu valor literrio, como
julgavam e ainda julgam, pelo menos, pela polmica
que causou a obra, introduzindo aos leitores, mesmo
sendo com suaves matizes, ideais progressistas que
tanto defendia Jlio Ribeiro: modernizao do Brasil,
abolio da escravatura, a Repblica, entre outros.
Assim, at mesmo aqueles que repudiavam a obra,
liam-na s escondidas, intencionando descobrir o
proibido, querendo ter acesso ao que, socialmente,
no era permitido.
ENREDO
O livro conta a histria da garota Lenita, cuja me
morrera em seu nascimento e o pai, Lopes Matoso,
educara-a ministrando-lhe instruo acima do
comum. Lenita era uma garota especial, inteligente e
cheia de vida.
No entanto, aos 22 anos, aps a morte de seu pai,
tornou-se uma jovem extremamente sensvel e teve
sua sade abalada. Com o intuito de sentir-se
melhor, Lenita decide ir viver no interior de So
Paulo, na fazenda do coronel Barbosa, velho que
havia criado seu pai. L, conhece Manuel Barbosa, o
filho do coronel. Manuel era um homem j maduro e
exmio conhecedor das coisas da vida, vivia trancado
no quarto com seus livros e periodicamente partia
para longas caadas; vivera por dez anos na Europa,
onde se casara com uma francesa de quem separarase h muito tempo. Lenita firmara uma slida
amizade com Manuel, que, aos poucos, vai se
revelando uma trrida paixo, no incio, repelida por
ambos, mas depois consolidada com fervor em nome
do forte desejo da "carne".
Lenita desde logo revela-se uma moa dominada
pelos desejos da carne, o que ela buscava no era
propriamente o amor, mas a satisfao de seus
desejos sexuais. Num episdio em que assiste a
tortura que sofria um escravo, sentiu prazer ao ver a
carne aoitada com violncia. ... do alto do cu no
lodo da terra, sentia-se ferida pelo aguilho da carne,
espoliar-se nas concupiscncias do cio, como uma
negra boal, como uma cabra, como um animal
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qualquer... era a suprema humilhao.


Lenita diante da presena afetuosa do Coronel
Barbosa chega a desej-lo, e o mesmo Coronel
tambm se remi diante do pensamento de ter
Lenita como amante, diante do impasse, resolve
viajar a negcios.
Passou a considerar a possibilidade do namoro
com o filho do Coronel Barbosa, embora a sua figura,
em princpio no correspondia ao ideal de homem
que pensava pudesse satisfazer os seus desejos. As
impossibilidades do casamento, por ser Manuel um
homem que j havia contrado o matrimnio, no
afligiam Lenita, visto que, sonhava apenas com a
realizao dos desejos da carne, descartando a
possibilidade de uma mera amizade. O livro narra a
ardente trajetria desse romance singular, marcado
por encontros e desencontros, prazer e violncia,
desejo e sadismo, batalha entre mente e carne. A
histria caminha para um trgico desfecho a partir do
momento em que Lenita, encontrando cartas de
outras mulheres guardadas por Manuel, sente-se
trada e resolve abandon-lo; estando grvida de trs
meses, casa-se com outro homem. Manuel, no
suportando tamanha traio, suicida-se, o que
comprova o resultado final da batalha "mente vs
carne". O suicdio de Manuel dramtico e injetando
curare nos minutos finais assiste ao desespero dos
pais enquanto lhe passam na mente os pensamentos
que o levara a tal atitude, chega a querer reverter o
quadro, mas no tem como avisar os outros acerca
do antdoto, pois o veneno o paralisa completamente
triunfam os prazeres da carne, no trgico final, os
desenganos da mente.
RESUMO DO ENREDO
* A Carne relata a vida de uma jovem garota
chamada Lenita, cuja me veio a falecer em seu
parto;
* Fica apenas aos cuidados de seu pai, Lopes Matoso,
a quem lhe dera conhecimentos acima do normal as
moas daquela poca;
* Seu pai, Lopes Matoso acaba morrendo deixando a
jovem fragilizada.
* Lenita viajou para o interior de So Paulo, para a
fazenda do Coronel Barbosa, um velho homem que j
havia cuidado de seu pai;
* Na fazenda Lenita comea a ter desejos sexuais estava
tomada de uma languidez deliciosa que dominam sua
carne e aprisionava sua mente;
* Aps algum tempo na fazenda vivendo com o
coronel e sua esposa, Lenita conhece Manuel
Barbosa, o filho do coronel;
* Lenita e Manuel Barbosa criam um vnculo muito
forte e comeam a ter relaes amorosas s

escondidas;
* O desfecho acaba quando Lenita encontra cartas de
amantes de Barbosa, j estando grvida de trs
meses do mesmo;
* Lenita decide ir embora para Santos sem avisar
Barbosa lhe enviando somente depois uma carta,
explicando que embora estivesse carregando um
filho seu na barriga e como no poderiam se casar
nem mais ser amantes, casou-se com outro homem.
* Barbosa acaba por se suicidar ao terminar de ler a
carta.
PERSONAGENS
Lenita: Essa a principal personagem da histria,
Lenita era dotada de conhecimentos, aprendeu de
tudo: ingls, latim, italiano, grego, alm de lgebra,
geografia, histria, dentre vrias outras cincias.
Sentia-se superior, portanto, queria casar-se, no
jovem, mas futuramente, com um homem medocre,
pois para ela, bons homens no eram bons maridos. A
personagem esta em constante mudana de personalidade
como na parte em que v um escravo com uma barra de
ferro no p, de tarde falou ao coronel - que aquilo
no tinha razo de ser, que era barbaridade, uma
vergonha, uma coisa sem nome, que mandasse tirar
o ferro, mas logo aps ver o mesmo escravo sendo
chicoteado Lenita sentia um como espasmo de prazer,
sacudido, vibrante; estava plida, seus olhos
relampejavam, seus membros tremiam. Um sorriso
cruel, gelado, arregaava-lhe os lbios, deixando ver
os dentes muito brancos e as gengivas rosadas. Lenita
mesmo com um alto nvel de conhecimento, no
entendia o que estava acontecendo com seu corpo,
comeava a ter desejos da carne no conseguia
controlar mais sua mente.
Lopes Matoso: Pai de Lenita, ficara vivo com o
parto da filha.
Manuel Barbosa: Filho do coronel, dono da fazenda
em que Lenita estava. Chamado de Manduca pelo
prprio pai, Barbosa era um homem j com certa
idade. Mesmo separado, estava casado, pois naquela
poca no era aceito o divrcio. Barbosa tambm era
um homem bem consciente, bem instrudo, mesmo
assim questionador, principalmente de seus prprios
sentimentos por Lenita por quem se apaixona.
Coronel Barbosa: Pai de Manuel Barbosa. Um velho
homem, dono de uma fazenda repleta de escravos,
orgulhoso de seu filho, tratava muito bem Lenita,
pois era muito amigo de seu pai. Possua um grande
plantio de acar e como j dito muitos escravos. Era
um homem muito amigvel e calmo.
Joaquim Cambinda: um personagem secundrio
da histria. Era visto como um estranho por todos,
mas visto tambm como curandeiro. Foi responsvel
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pela
morte
de
vrios
outros
escravos,
propositalmente, justificados como meio de fazer
mal ao coronel. Morreu queimado pelos outros
escravos revoltados pelos seus atos.
Escravos/Serviais: Geralmente acompanhavam
Lenita em seus passeios e caadas mata adentro,
serviam as refeies, preparavam o banho, etc.
TEMPO
O tempo no livro cronolgico, pois especifica em
alguns momentos as horas e os dias, tambm se dia
ou noite.
Ele de certo saiu depois do almoo, s 10 horas.
s trs horas ergueu-se sem ter conciliado o sono....
No outro dia, s seis horas e dez minutos, precisamente, da
tarde, deveria estar.
Para comemorar o desarranjo funcional que levou o
Senhor D. Pedro de Bragana e apear-se ali, s quatro
horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822.
O tempo muito determinante no desenrolar da
histria, por quase toda narrativa o autor descreve
muito bem os fatos, assim como tambm o tempo
sendo ele cronolgico.
ESPAO
As cenas descritas no livro acontecem em uma
fazenda remota do oeste da provncia de So Paulo.
O autor encaixa perfeitamente o ambiente as cenas
descritas, revelando assim sua importncia, pois tais
fatos como:
Lenita hauriu a sorvos largos esse ambiente
embriagador, deixou-se vencer dos amavios da
floresta.
Dominava no ambiente aroma suave, sacarino,
cortando espaos por uma lufada tpida de cheiro
humano spero, de catinga sufocante exalada dos
negros em suor.
Apoderou-se dela um desejo ardente, irresistvel,
de banhar-se nessa gua fresca, de perturbar esse
lago calmo.
Acaba se tornando fundamental para mostrar
algumas caractersticas dos personagens, alm de ser
descritas pelo autor com tanta plasticidade a fauna e
da flora brasileira.
FOCO NARRATIVO
A histria narrada em 3 pessoa, o que caracteriza
muito bem a descrio de fatos, de maneira que o
narrador sabe exatamente o que se passa no ntimo
dos personagens, ou seja, narrador onisciente.
Descreve simultaneamente a localizao dos
personagens e os fatos. Ao contrrio da narrativa
romntica em que se exalta a natureza, o narrador de
A Carne exalta a natureza brasileira de maneira
cientfica. Constri crticas da hipocrisia da sociedade
que acabavam esbarrando nas leis da natureza.

ESTILO
Linguagem culta, o estilo do narrador se faz de
grande parte caractersticas Naturalista, com uma
narrao lenta e altamente descritiva:
... depois foi um tempestuar infrene, temulento,
de carcias ferozes, em que os corpos se
conchegavam se fundiam, se unificavam; em que a
carne entrava pela carne; em que frmito respondia a
frmito, beijo a beijo, dentada a dentada.
Descreve a flora e a fauna brasileira cientificamente:
...como se chamam estes pssaros verdes, de bico
redondo?- Chamam-se sabiacis.- No Brasil os
psitacdios sero representados somente por ars e
papagaios?
Deixa a marca determinista, levando o leitor a
concluso:
... tratava-se de trs mulheres pelo menos... E
quem sabe se no seriam seis ou mesmo sete...
Criticava a sociedade hipcrita:
Que lhe importava a ela a sociedade e as suas estpidas
convenes de moral?
MOVIMENTO LITERRIO
Jlio Ribeiro romancista, ocupou a cadeira 24 da
Academia Brasileira de Letras (ABL). Seu livro A
Carne, se envolve diretamente com os seguintes
movimentos literrios: Romance Naturalista se
destacando pela abordagem extrema do sexo e pelo
uso da linguagem falada, resultando em um dialogo
verdadeiro, que na poca foi considerado inovador,
motivo de criticas. Ao ler uma obra naturalista, temse a impresso de estar lendo uma obra
contempornea. Procura mostrar o indivduo como
produto de um conjunto de fatores "naturais". A
perspectiva evolucionista de Charles Darwin, descrita
no livro, inspirava os naturalistas, que acreditavam
ser a seleo natural impulsionadora da
transformao das espcies. Assim, predomina nesse
tipo de romance o instinto, o fisiolgico e o natural,
retratando principalmente o erotismo como
elementos que compem a personalidade humana.
Apesar do que muitos imaginam o realismo e o
naturalismo em muito se parecem, mas ambos se
diferenciam em alguns aspectos, tais como:
Realismo: Literatura influenciada por Gustave
Flaubert (Frana). Indivduo centralizado, voltandose para anlise psicolgica. Critica as classes
dominantes, a alta burguesia. Viso imparcial conduz
o leitor as suas prprias concluses. Naturalismo:
Literatura influenciada por mile Zola (Frana).
Sociedade centralizada, voltando-se para anlise
biolgica e patognica Retratam as camadas
inferiores, o proletariado. Viso determinista conduz
o leitor as concluses.
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CONCLUSO
Mesmo com as duras criticas que o Naturalismo
sofre por causa de suas temticas, ignoradas na
poca, possui grande importncia entre ns,
abordando temas que representaram as camadas
marginalizadas da sociedade, como mendigos,
homossexuais, lsbicas, prostitutas, malandros, entre
outros. Pelas duras criticas que A Carne, de Jlio
Ribeiro sofreu, possvel percebemos como a
sexualidade era vista pela sociedade brasileira do
final do sculo XIX e incio do sculo XX, pois para os
crticos era inadmissvel tal personagem como o de
Lenita refletir as mulheres da poca, deixando ser
levadas pelos desejos carnais, alm de possuir
conhecimentos cientficos e detentora de seu desejo
sexual. A obra retrata uma nova posio da mulher
na sociedade, que foi mal interpretada por crticos,
ou talvez tenham olhado o sexo como um monstro, j
que a histria se fixa nesse tema. Julgar o contedo
desse livro dependera do ponto de vista de cada um,
mas ao ponto de se livrar de uma obra to
importante, por questes morais, acaba se tornando
tolice, pois as crticas foram feitas pensando naquele
exato momento e no futuramente.

3. A caracterstica principal dessa personagem


(A) Castidade.
(B) Lascvia.
(C) submisso.
(D) ganncia.
4. A trama dessa obra desenvolve-se no interior
(A) do Cear.
(B) do Rio de Janeiro.
(C) de So Paulo.
(D) do Mato Grosso.
5. Lenita era filha de
(A) Lopes matoso.
(C) Joaquim Cambinda.

(B) Coronel Barbosa.


(D) Manuel Barbosa.

6. Nessa obra h uma forte crtica


(A) instituies religiosas em geral.
(B) aos movimentos abolicionistas.
(C) aos castigos sofridos pelos negros nas fazendas.
(D) hipocrisia da sociedade.
7. A obra em questo pertence a escola literria
(A) romntica.
(B) realista.
(C) naturalista.
(D) modernista.
8. A escola literria a que pertence obra foi
fortemente influenciada pela teoria
(A) determinista.
(B) abolicionista.
(C) naturalista.
(D) nacionalista.

Fontes: http://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_carne
http://pt.scribd.com/doc/53742524/A-Carne-Julio-Ribeiro

9. A obra pode ser considerada um romance


(A) Urbana.
(B) Rural.
(C) Indianista.
(D) Histrico.

EXERCCIOS
1. A temtica central da obra em questo
(A) o adultrio.
(B) a escravido.
(C) o amor impossvel.
(D) o amor livre.

10. Outro autor pertencente mesma escola literria


da obra em questo
(A) Jos de Alencar.
(B) Ingls de Sousa.
(C) Jorge Amado.
(D) Alusio de Azevedo.

2. A personagem principal dessa obra


(A) Lenita.
(B) Coronel Barbosa.
(C) Joaquim Cambinda.
(D) Manuel Barbosa.

ANLISE DA OBRA
Narrado em 1 pessoa por Carlos Melo
(personagem), que aponta suas tenses sociais
envolvidas em um ambiente de tristeza e decadncia,
o primeiro livro do ciclo da cana-de-acar.
Publicado em 1932, Menino do Engenho a estreia
em romance de Jos Lins do Rego e j traz os valores
que o consagraram na Literatura Brasileira.
Durante a dcada de 30 do sculo XX, virou moda
uma produo que se preocupava em apresentar a
realidade nordestina e os seus problemas, numa
linguagem nova, introduzida pelos participantes da
Semana de Arte Moderna de 22. Jos Lins do Rego
seria o melhor representante dessa vertente, se

certas qualidades suas no atenuassem fortemente o


tom crtico esperado na poca.
A inteno do autor ao elaborar a obra Menino de
Engenho, era escrever a biografia de seu av, o
coronel Jos Paulino, que considerava uma figura das
mais representativas da realidade patriarcal
nordestina. Seria tambm a autobiografia das cenas
de sua infncia, que ainda estavam marcadas em sua
mente. Mas o que se constata que o bigrafo foi
superado pela imaginao criadora do romancista: a
realidade bruta recriada atravs da criatividade do
gnero nordestino.
a histria tpica, natural e sem retoques de uma
criana, Carlos, rfo de pai e me, que, aos oito
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anos de idade, vem viver com o av, o maior


proprietrio de terras da regio - coronel Jos
Paulino.
Carlos criado sem a represso familiar e mesmo
sem os cuidados e atenes que lhe seriam
necessrios diante das experincias da vida. V o
mundo, aprende o bem e o mal e chega a uma
provvel precocidade acerca dos hbitos que lhe
eram "proibidos", mas inevitveis de serem
adquiridos.
Pela ausncia de orientao, toma-se viciado,
corrompido, aos 12 anos de idade. Alm dos
problemas ntimos do menino, desorientado para a
vida e para o sexo, temos a anlise do mundo em que
vivia, visto por Carlos, que o narrador-personagem.
Carlos v o av como um verdadeiro Deus, uma
figura de grandiosidade inatingvel. O engenho o
mundo, um imprio, de onde o coronel Jos Paulino
dirige e guia os destinos de todos. E, em
consequncia, Carlos considera-se, e considerado
pelos servos, escravos e agregados, o coronelzinho
cujas vontades tm que ser rigorosamente realizadas.
Descreve com emoo a vida dos escravos, a
senzala, o sofrimento e os castigos do tronco. Uma
cena a ser destacada a enchente do rio, vista com
admirao e susto por Carlos, constituindo uma
descrio de grandiosidade bblica.
Tambm vm tona as supersties e crendices
comuns entre as camadas populares, como a do
lobisomem.
O romance tem como cenrio a regio limtrofe
entre Pernambuco e Paraba, o que pode ser
deduzido pelas descries da paisagem e da vida dos
engenhos de acar.
Os bandidos e cangaceiros, comuns na regio, so
mostrados como nica forma de reao social de um
povo oprimido.
FOCO NARRATIVO
O romance, narrado em primeira pessoa,
apresenta uma estrutura memorialista. Tendo como
narrador, Carlinhos, o protagonista da histria.
TEMPO
O tempo flui cronologicamente: o narrador
(Carlinhos) tem quatro anos quando a narrativa
comea e doze, quando termina o livro.
PERSONAGENS
Carlinhos - o narrador do romance. rfo aos
quatro anos, tornou-se um menino melanclico,
solitrio e bastante introspectivo. De sexualidade
exacerbada, mantm, aos doze anos, a sua primeira
relao sexual, contraindo doena-do-mundo - a
popular gonorreia.
Coronel Z Paulino - o todo-poderoso senhor de

engenho - o patriarca absoluto da regio. Era uma


espcie de prefeito - administrava pessoalmente,
dando ordens e fazendo a justia que ditava a sua
conscincia de homem bom e generoso.
Tia Maria - Irm da me de Carlinhos (Clarisse),
torna-se para este a sua segunda me. Querida e
estimada por todos pela sua bondade e simpatia, era
chamada carinhosamente de Maria Menina.
Velha Totonha - uma figura admirvel e fabulosa.
Representa bem o folclore ambulante dos
contadores de histrias.
Antnio Silvino - Representa bem o cangaceiro
sempre temido e respeitado pelo povo, em virtude
de seu senso de justia, tirando dos ricos e
protegendo os fracos. Compe bem a paisagem
nordestina.
Tio Juca - No chega a representar um papel de
destaque no romance. Por ser filho do senhor de
engenho, fazia e desfazia (sobretudo sexo com as
mulatas), mas no era punido. De certa forma,
representa o papel de pai de Carlinhos.
Lula de Holanda - Embora ocupe pouco espao, o
Coronel Lula uma personagem relevante, pois
representa o senhor de engenho decadente que
teima em manter a fachada aristocrtica.
Sinhazinha - Embora no fosse a dona da casa (era
cunhada do Coronel), mandava e desmandava no
governo da casa-grande. Era odiada por todos por
seu rigor e carranquice, e pode ser identificada com
as madrastas ruins dos contos populares.
Negras - Restos do tempo de escravido, destacamse a negra Generosa, dona da cozinha, a vov
Galdina, que vivia entrevada numa cama.
ENREDO
Carlinhos com apenas quatro anos acordou em
uma manh com um grande barulho em sua casa,
encontrou sua me largada sobre o cho coberta de
sangue e seu pai como um louco a chorar sobre ela.
Ele tentou se aproximar da me morta, mas o
tumulto de empregados e a chegada dos policiais que
fecharam o quarto pondo todos pra fora o impediu.
Um dos empregados comentou que havia visto o
senhor com uma arma na mo e a senhora no cho.
O pai de Carlinhos vivia entre transtornos e a me
dele sofria com as grandes exploses do marido.
Porm logo ele, entre lgrimas, se arrependia e era
perdoado. A me, Clarisse era doce, meiga, um anjo.
Depois de tal catstrofe o pai de Carlinhos foi levado
preso e em um abrao doloroso se despediu do filho.
Aps alguns dias ele foi levado para a fazenda do av.
Assim que chegou fazenda da qual sua me j
havia falado inmeras vezes descrevendo-a como um
paraso, mas nunca tinham ido devido a difcil relao
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entre o seu av e seu pai, foi recebido alegremente.


Todos queriam ver o menino de Clarisse. Tia Maria, a
irm mais nova de sua me tomou lhe como um
filho.
Na fazenda de Santa Rosa conheceu o engenho, as
plantaes de cana, a maquinaria toda do lugar que o
encantou. Fez amizades com os primos e passava o
dia pela fazenda brincando na lama, fazendo
travessuras e nadando no rio. Juntos, eles odiavam a
Sinhazinha,
uma
mulher
velha,
com
aproximadamente sessenta anos e que implicava
com tudo, e levava a chave da despensa e guardava
todas as frutas e doces, vendo muitos perderem.
Carlinhos fez-se amigo de Lili uma prima sua, a
menina era loirinha de olhos azuis e uma brancura
sem igual. Era doente. Ele e Lili tornaram-se amigos e
ele preferia ficar com ela do que com os primos em
travessuras. Um dia a menina amanheceu vomitando
negro, chamou Carlinhos. Entretanto, logo o tiraram
do quarto. Lili morreu.
Ele e os primos se alegravam com as idas outros
engenhos, e com as visitas. O av muitas vezes o
levava junto a caminhadas pela sua grandiosa terra.
Com a chegada do inverno veio a cheia do rio,
esperaram muito por ela e quando chegou foi forte,
talvez a mais forte que j se teve. Negros morreram,
animais tambm e casas foram destrudas. Santa
Rosa foi atingida, Tia Maria com algumas negras e as
crianas se instalaram por esses tempos em uma das
fazendas vizinhas.
Ela tentava ensinar as letras ao sobrinho, no
entanto ele no aprendia, at que foi mandado um
mestre, l era tratado diferente dos demais, afinal
era o neto do coronel Jos Paulino. Foi l que teve
sua primeira paixo, a mulher do mestre era como
outra me e lhe ensinava entre abraos e beijos.
Assim ele aprendeu as letras. Depois foi levado para
outro mestre, o rapaz que o levava lhe iniciou as
aulas falando sobre as coisas erradas do mundo.
O menino ia vivendo no engenho e muitas vezes
se isolava, caava canrios que deixava presos e
enquanto os esperava vivia acompanhado da solido.
Depois de muita chateao ganhou um carneiro para
montar e ainda com a mesma ttica ganhou a sela e
as rdeas. Chamava-se Jasmin, era sua nova paixo
banhava-o com sabonete e lhe penteava a l, saa
pela fazenda cavalgando, ia casa dos empregados
da fazenda e brincava com os filhos deles.
Carlinhos amava tambm as histrias de Totonha,
por vezes ela passava pelo engenho e contava
grandes
histrias
com
uma
esplendorosa
interpretao que encantava o menino. Ainda ele ia
senzala onde conversava com os negros. L vivia uma

negra vinda da Angola que todos tinham como uma


vov, mas tinha tambm uma vinda de Moambique
que aterrorizava-o. O menino tambm temia o
lobisomem e as histrias relacionadas a ele. E como
ali a religio no era algo muito presente, o menino
desconhecia Deus e sua palavra, sabia o pouco que a
me lhe ensinara.
Teve sua segunda paixo quando vieram umas
primas do Recife, fez amigo de uma delas, era a mais
velha. Ficavam nas sombras dos cajuzeiros e ela lhe
contava histrias sobre viagens em navios as quais
ele temia e ele contava histrias como a da cheia e
de um incndio que certa vez atingira a fazenda. Um
dia lhe deu um beijo, depois correu de volta para a
casa grande, no jantar olhavam-se, e foi assim at
que a prima foi embora sem a menor tristeza,
magoando-o.
O tio Juca, depois de ter engravidado um negra,
ficava sempre no quarto, recebia ali Carlinhos com
quem aceitava maiores intimidades, quando ele se
ausentava do quarto deixando o menino s, ele
corria as coisas do tio e ficava a ver as fotos de
mulheres nuas que ele guardava. Um dia foi pego e o
tio lhe cortou essa intimidade.
Certa vez ouviu a conversa do av que falava
sobre seu pai. O sanatrio onde ele havia sido
internado avisava que a famlia do homem havia
parado de pagar e assim Jos Paulino tomou parte
das contas. O menino passou a temer que um dia
ficasse doido como o pai. A vinda de um mdico
fazenda lhe decretou que era doente e que merecia
um grande tratamento, o menino passou a ficar
sempre dentro de casa privado do vero no quintal
da fazenda, ganhava tudo que pedia, mas vivia
prisioneiro. Os primos no brincavam mais com ele
por que sempre levavam uma bronca por arrastarem
o menino para o quintal e o sereno.
Restava-lhe apenas o passeio com Jasmim, mas
tinha que voltar cedo. Nesses passeios brincava com
os filhos dos empregados que no sabiam do zelo
que tinham por ele na casa grande. Por esses tempos
o casamento de Tia Maria foi marcado e aconteceu,
novamente ele perdia uma me.
A vida presa que tinha ocasionou no menino um
despertar mais cedo pelo sexo e assim se envolvia
com tal coisa, sem medo do pecado da imoralizao.
Nesses dias mataram Jasmim, ele consentiu com a
morte, o animal estava gordo e lhe dariam outro. S
lhe restava agora Zefa Caj, uma negra e foi com ela
que aos doze anos se tornou homem, com isso pegou
uma doena de homem uma doena do mundo.
Inicialmente a escondeu e lutava contra ela, mas
depois veio ao conhecimento dos moradores da casa
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grande, era motivo de riso. Primeiro no gostou, mas


depois tinha orgulho da doena, agora era tratado
diferente, quase como homem, os empregados
falavam as coisas na frente dele e as conversas no
paravam quando ele chegava. A perverso o invadia
e ia ver as mulheres tomarem banho no rio que ao
mesmo tempo em que o censuravam lhes agradava a
curiosidade.
Desde o casamento de Tia Maria que o menino se
preparava para ir pra escola. Calas, ciroulas, camisas
novas e brancas estavam prontas. Fazia-se o enxoval
de Carlos, a sua doena era tratada por Tio Juca e
assim chegou o dia de ir para o internato. Foi, sabia
que l poderia ser o que a me desejara que fosse,
foi seguindo o conselho do av de dizia que
estudando no se arrependeria. Chegou ao internato
com a alma mais velha que o corpo, saudoso por
paixes.

4. A trama dessa obra tem como cenrio, paisagens


da Regio
(A) Nordeste.
(B) Norte.
(C) Sul.
(D) Sudeste.
5. Coronel Z Paulino NO
(A) Pai de Maria.
(B) Pai de Juca.
(C) Av de Carlinhos.
(D) Marido de Totonha.
6. A obra Menino de engenho inicialmente possuiu
carter
(A) religioso e espiritual.
(B) cientfico e comprobatrio de teorias diversas.
(C) poltico e econmico.
(D) biogrfico e autobiogrfico.
7. A obra em questo pertence escola literria
(A) romntica.
(B) realista.
(C) naturalista.
(D) modernista.

Fontes: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/
livros/analises_completas/m/menino_de_engenho
http://vestibular.brasilescola.com/
resumos-de-livros/menino-engenho.htm
http://bloggerdeengenho.blogspot.com.br/2009/09/resumo.html

8. O tipo de narrador apresentado na obra


(A) autodiegtico.
(B) homodiegtico.
(C) heterodiegtico.
(D) NDA.

EXERCCIOS
1. A temtica central da obra em questo
(A) a realidade nordestina e os seus problemas.
(B) os movimentos abolicionistas no Nordeste.
(C) a violncia domstica nas grandes cidades.
(D) os castigos sofridos pelos escravos nas fazendas.

9. A obra pode ser considerada um romance


(A) Urbana.
(B) Regionalista.
(C) Indianista.
(D) Histrico.
10. Outro autor pertencente mesma escola literria
da obra em questo
(A) Jos de Alencar.
(B) Ingls de Sousa.
(C) Rachel de Queirz.
(D) Alusio de Azevedo.

2. O personagem principal dessa obra


(A) Tia Maria.
(B) Carlinhos.
(C) Coronel Z Paulino.
(D) Antnio Silvino.
3. A caracterstica principal desse personagem
(A) Castidade.
(B) Solido.
(C) submisso.
(D) rebeldia.

ANLISE DA OBRA
Olhai os lrios do campo um dos mais famosos de
rico Verssimo e foi publicado em 1938 Modernismo de Segunda Fase.
A ambientao urbana da histria d margem
abordagem dos efeitos de um capitalismo devastador
sobre a vida dos personagens. O romance narra a
trajetria existencial do personagem principal,
Eugnio, seus contatos sociais e seus dilemas
interiores. Portanto, a narrativa centra-se em seus
conflitos e vicissitudes.
Nesta obra deve-se destacar o lirismo romntico
da histria de Eugnio, descobrindo que o dinheiro
no traz felicidade, exatamente nos moldes do

romance urbano de 30, de carter socialista. Destacase tambm sua ambio traada a partir de uma vida
difcil, que alimenta-o de amargor e determinao na
busca de sua afirmao material. E ainda, o grande
sucesso dessa dramtica histria de amor, pode ser
creditado habilidade do autor de construir
personalidades psicolgicas complexas: ningum s
bom nem s ruim na obra.
Para retratar essa relao problemtica do
homem com a sociedade, rico Verssimo construiu o
romance Olhai os lrios do campo de maneira que o
personagem principal fosse mostrado em dois
momentos. No primeiro momento, ele conduzido,
em seus comportamentos, pelas expectativas sociais;
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obedece aos valores de sua classe, incapaz de


perceber-se enquanto ser. Ele faz de tudo para ter
sucesso e ser aceito: trabalha em funo de uma
mscara e no do prprio rosto. No segundo
momento, o romancista mostra os processos de
transformao de Eugnio: da condio de indivduo
coisificado, guiado mais pela expectativa dos outros
do que por si mesmo, para a condio de indivduo
autnomo e consciente de si, sujeito de suas prprias
decises.
A narrativa, portanto, se divide em duas partes
com 12 captulos cada uma, sendo a primeira o
cruzamento de dois nveis temporais: o presente e o
passado. Assim, nesta narrativa de vrios planos
temporais, entrelaa-se uma crtica sociedade ftil
e vazia, ao acmulo de riquezas e consequente
hipocrisia das relaes sociais.
A primeira parte intensa e cheia de um interesse
que jamais enfraquece. Na segunda parte, porm,
esse interesse declina, e a histria se dilui numa srie
de episdios anedticos sem unidade emocional.
AMBIENTE
O ambiente do romance a cidade de Porto
Alegre. As personagens vivem na metrpole de ruas
movimentadas, trfego intenso, automveis,
telefones, cinemas e teatros; edifcios altos, gente
rica, monoplios; gente pobre, sindicatos, misria e
doena. Vivem os movimentos da contradio e da
crise.
FOCO NARRATIVO
Toda a narrativa formalmente estruturada na
terceira pessoa a partir de um ponto de vista externo
do narrador.
PERSONAGENS
Eugnio Fontes: homem profundamente pessimista,
infeliz e complexado. Profisso: mdico. Filho de um
alfaiate pobre, Eugnio teve uma infncia e
adolescncia cheias de dificuldades. medida que ia
crescendo, nutria um misto de vergonha e repdio a
si mesmo em decorrncia da pobreza de sua famlia.
Sua motivao era "ser algum", adquirir posio
social e no ter que passar pelas humilhaes que
julgava ter passado na infncia. Na faculdade,
conhece uma jovem, Olvia, pela qual se apaixona e
nutre um relacionamento de amizade, cumplicidade
e amor. Porm, devido a sua ambio, Eugenio deixa
Olvia para casar-se com uma jovem rica. Passa a
viver uma vida de aparncias, adultrios e eternas
contradies, deixando para trs seu verdadeiro
amor e a filha que teve ela, Anamaria.
Olvia: grande amor de Eugnio e colega de trabalho.
Olvia mais uma das clssicas figuras femininas de
rico, que transparece doura e compreenso frente

s inquietudes dos personagens masculinos, mas que


no esconde uma grande fora e determinao.
Assim como Eugenio, Olvia cursa a faculdade de
medicina em Porto Alegre com dificuldades. A sua
viso realista e compreenso do comportamento
humano fazem com que ela encare seu
relacionamento com Eugenio de forma honesta,
entendendo as limitaes que este poderia ter em
virtude da ambio e das eternas contradies
emocionais do mdico. Olvia tambm pode ser
encarada, de certa forma, como uma representante
feminista de Erico, pois apesar de aceitar as
limitaes de Eugenio, ela luta em manter a carreira
de mdica e cria a filha Ana Maria sozinha.
Eunice: esposa de Eugnio. Rica, ftil e vazia. Filha do
empresrio Vicente Cintra, conquista Eugnio com
sua fortuna, casando-se com ele e se tornando a
oportunidade de que o mdico necessitava para se
destacar na sociedade.
ngelo: pai de Eugnio. O prprio Eugnio nos revela
pormenores sobre seu pai e seus sentimentos para
com ele:
Eugnio viu um vulto familiar surgir a uma esquina
e sentiu um desfalecimento. Reconheceria aquela
figura de longe, no meio de mil... Um homem magro
e encurvado, mal vestido, com um pacote no brao, o
pai, o pobre ngelo. L vinha ele subindo a rua.
Eugnio sentiu no corpo um formigamento quente de
mal-estar. Desejou - com que ardor, com que
desespero! - que o velho atravessasse a rua, mudasse
de rumo. Seria embaraoso, constrangedor se ngelo
o visse, parasse e lhe dirigisse a palavra. Alcibades e
Castanho ficariam sabendo que ele era filho dum
pobre alfaiate que saa pela rua a entregar
pessoalmente as roupas dos fregueses... Haviam de
desprez-lo mais por isso. Eugnio j antecipava o
amargor da nova humilhao. Olhou para os lados,
pensando numa fuga.
Inventaria um pretexto, pediria desculpas,
embarafustaria pela primeira porta de loja que
encontrasse. Ouvia a voz baixa e calma de
Castanho... o "conceito hegeliano..." Podia entrar
naquela casa de brinquedos e ficar ali escondido,
esperando que ngelo passasse... Hesitou ainda um
instante e quando quis tomar uma resoluo, era
tarde demais. ngelo j os defrontava. Viu o filho,
olhou dele para os outros e o seu rosto se abriu num
sorriso largo de surpreendida felicidade. Afastou-se
servil para a beira da calada, tirou o chapu.
Boa tarde, Genoca! - exclamou.
O orgulho iluminava-lhe o rosto.
Muito vermelho e perturbado Eugnio olhava para
a frente em silncio, como se no o tivesse visto nem
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ouvido. Os outros tambm continuavam a caminhar,


sem terem dado pelo gesto do homem.
A
sensao
de
felicidade,
entretanto,
desaparecera de Eugnio. Sentia-se culpado. O que
acabara de fazer era desumano, ignbil, chegava a
ser criminoso. Por que se envergonhava do pai? No
era um homem decente? No era um homem bom?
No era, em ltima anlise, seu pai?
Ainda havia tempo de reparar o mal que fizera.
Podia voltar, tomar ngelo pelo brao,
carinhosamente, subir a rua com ele... Por que no
fazia isso? "... aquele trecho do Banquete..." - dizia
Castanho. Sim, beijar a mo do pai, confessar-lhe a
culpa, dizer do seu remorso, pedir-lhe perdo,
humilhar-se. Mas l se ia acompanhando os outros
como um autmato. Voltou a cabea, procurando.
ngelo tinha desaparecido.
Dr. Seixas: amigo de Eugnio e mdico de pobres.
nico personagem que tem caractersticas humanas.
Verssimo ps neste homem verdade: animou-o por
dentro, deu-lhe reflexos, deu-lhe instintos, deu-lhe
uma maneira de ser de pessoa viva. Personagem
surgido acidentalmente, segundo o autor do
romance, Dr. Seixas um exemplo de personagem
autnomo. um mdico pobre, grande, barbudo e
de ar agressivo. Sua voz era igualmente spera e
peluda, sua fala desbocada, mas seus olhos refletiam
bondade. Idealista, ele critica tanto a explorao
capitalista do mdico e o desprezo do sistema
econmico pelo ser humano como o valor conferido
ao dinheiro: Seu Eugnio, oua o que lhe digo. O
dinheiro uma coisa nojenta. Um sujeito decente no
se escraviza a ele. (p.183). Ele lutava contra essa
escravido e pela igualdade de direitos entre as
pessoas, contagiando Eugnio e levando-o a uma
nova concepo da profisso. O Dr. Seixas encarna
duas concepes de vida que mantm entre si
relaes opostas: uma utpica, confiante, e outra,
pessimista. Para Dr. Seixas, sucesso era conseguir
salvar a vida de algum e aliviar a dor dos outros. Ele
reconduz Eugnio, como mdico, ao mundo da
desigualdade e da pobreza, universo do qual ele,
como profissional, sempre tentara fugir.
Anamaria: filha de Eugnio e Olvia. Ela ajuda a
manter viva na lembrana de Eugnio a presena de
Olvia e, ao mesmo tempo, como criana que ,
sinaliza para a esperana e a confiana de que o
futuro pode ser diferente. Anamaria simboliza a
insistente afirmativa de Olvia de que a vida feita de
recomeos. A menina tem os olhos srios e
profundos de Olvia e, ao mesmo tempo,
desconfortveis como os do pobre ngelo, pai de
Eugnio. Sua presena retoma duas figuras diante

das quais Eugnio precisa se redimir: seu pai, que foi


por ele desprezado, e a prpria Olvia, que ele
abandonou por um casamento de convenincia. A
presena da filha suscita-lhe interrogaes e o obriga
a tomar decises sensatas e responsveis para com
os outros. Anamaria lhe permite uma compreenso
da misria humana e da necessidade de que o
conjunto das aes dos homens seja orientado para
minimiz-la.
Observao
Devemos destacar que a dedicao, o altrusmo e
a nobreza de Olvia parecem inumanos. No
convencem. Pouco convincente tambm a covardia
de Eugnio. A cena em que o vemos a fazer a sua
primeira operao, do ponto de vista da mera
redao, est razoavelmente bem feita; do ponto de
vista da verdade psicolgica, porm, um absurdo.
Um homem de estmago fraco e que tem horror ao
sangue jamais se dedicaria cirurgia e, se se
dedicasse, com o tempo acabaria por habituar-se a
cortar a carne dos pacientes sem que isso lhe
provocasse arrepios, nusea ou medo. Acaso no
teria ele, como estudante, frequentado o necrotrio
e os ambulatrios da Santa Casa?
ENREDO
Na primeira parte, merecem destaque a imagem
inicial que o personagem faz de si mesmo e os
valores que a engendram.
Em flashback, temos o tempo presente: Eugnio
dentro do carro em direo ao hospital para
reencontrar sua amada Eugnia, rememorando os
fatos que fazem parte do seu passado, onde, junto a
ele, relembramos sua infncia, seus traumas, seus
aprendizados com Olvia, o casamento com Eunice, a
frustrao, o sentimento de se ter vendido para
vencer.
Eugnio era um menino tmido e medroso. Teve
uma infncia pobre, era ridicularizado na escola e
tinha como objetivo mximo a ascenso social, faria
de tudo para um dia vencer na vida. Achava que o
que tinha era feio e sem graa, das roupas at o seu
prprio corpo. No se entrosava com os demais
colegas de classe e por isso devotava todo o seu
tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser
simplesmente o Genoca para ser o Dr. Eugnio
Fontes.
Tinha pena do pai, o alfaiate ngelo, com quem
no conseguia se comunicar facilmente. O seu irmo,
Ernesto, no esmerava-se na educao e acabou
perdido na vida. Com muito esforo, Eugnio
consegue cursar Medicina. Na Faculdade conhece
Olvia - nica mulher da turma. Na festa de formatura
os dois se aproximam e fazem sonhos e confisses
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juntos, sobre o futuro. Tornam-se grandes amigos.


Durante a revoluo de 30, aps uma operao
mal sucedida no hospital militar, Olvia convida
Eugnio a sua casa e passam uma noite de amor. Dias
depois, Olvia recebe uma proposta para trabalhar
em Nova Itlia, e novamente se entrega aos braos
de Eugnio.
Durante um atendimento mdico, Eugnio
conhece Eunice Cintra - filha de um riqussimo
proprietrio. Eugnio casa-se com Eunice com
objetivo nico de ascender socialmente. O sogro
trata de arranjar um emprego de fachada ("assinar
documentos") numa de suas fbricas. Eugnio
comea a freqentar a alta sociedade, mas no se
sente parte dela. O seu complexo de inferioridade
aumenta ao ver os contrastes desse outro mundo, de
emoes contidas, de meias-palavras. Conhece
pessoas como Filipe Lobo, construtor obstinado a
construir o "Megatrio", um arranha-cu, mas no se
importava com a famlia. Infeliz e perturbado,
Eugnio reencontra Olvia que lhe apresenta a sua
filha, fruto do ltimo encontro dos dois, Anamaria.
Ao chegar no Hospital onde estava Olvia, recebe a
notcias de sua morte.
Na segunda parte, destaca-se o papel
desempenhado pelo entrecruzamento de vozes que
afetam a imagem inicial do protagonista,
conduzindo-o a uma progressiva mudana de posio
perante a existncia.
Aqui temos o passado. Esta segunda parte
desenvolve-se de maneira mais linear, embora o
passado se misture ao presente da filha. Passa-se
aps a morte de Olvia e intercalada com a leitura
das cartas que ela escreveu para Eugnio sem nunca
ter enviado. Eugnio toma coragem e separa-se de
Eunice - apesar de todos os inconvenientes sociais.
Vai alm, passa a ser um mdico popular, com ideias
de socializar a medicina. Trabalha com o Dr. Seixas,
um velho mdico que sempre atendeu aos pobres. A
memria de Olvia, nas cartas, nas fotos ou no olhar
de Anamaria, o fortalece quando pensa nas
dificuldades.
O mdico tornou-se na sociedade atual, aquele
mediador entre a cincia, a tcnica e o sentimento
humanitrio. Pensando primeiro em si mesmo,
egoisticamente, Eugnio evolui para a solidariedade,
atravs das colocaes de Olvia, que embora morta,
um personagem presente no romance, fazendo
contraponto com Eugnio.

EXERCCIOS
1. A obra em questo de carter
(A) poltico com defesa de ideias partidrias.
(B) existencialista com crtica ao capitalismo
.
(C) social com nfase na luta da classe proletria.
(D) cientfico com comprovaes da teoria
darwinista.
2. O personagem principal dessa obra
(A) ngelo.
(B) Eugnio.
(C) Seixas.
(D) Eunice.
3. Esse personagem NO tem como caracterstica
(A) pessimismo.
(B) infelicidade.
(C) complexo de inferioridade. (D) amor pela famlia.
4. A trama dessa obra desenvolve-se na cidade de
(A) Porto Alegre.
(B) do Rio de Janeiro.
(C) de So Paulo.
(D) Belo Horizonte.
5. Ernesto era filho de
(A) ngelo.
(C) Olvia.

(B) Eugnio.
(D) Eunice.

6. Nessa obra o tempo apresentado de modo


(A) linear.
(B) cronolgico.
(C) psicolgico.
(D) N.D.A.
7. A obra em questo pertence escola literria
(A) romntica.
(B) realista.
(C) naturalista.
(D) modernista.
8. O autor da obra, rico Verssimo, escreveu
romances de diversos tipos EXCETO
(A) Urbana.
(B) Rural.
(C) Indianista.
(D) Histrico.
9. A obra pode ser considerada um romance
(A) Urbana.
(B) Rural.
(C) Indianista.
(D) Histrico.
10. Outro autor que no pertence mesma escola
literria da obra em questo
(A) Rachel de Queiroz.
(B) Graciliano Ramos.
(C) Jorge Amado.
(D) Jlio Ribeiro.

Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/
analises_completas/o/olhai_os_lirios_do_campo

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