Azulejista PDF
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Azulejista
emprego
Construo Civil
A z u le jis ta
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretrio
Nelson Baeta Neves Filho
Secretrio-Adjunto
Maria Cristina Lopes Victorino
Chefe de Gabinete
Ernesto Masselani Neto
Coordenador de Ensino Tcnico, Tecnolgico e Profissionalizante
Equipe Tcnica
Cibele Rodrigues Silva e Joo Mota Jr.
Equipe Tcnica
Ana Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio,
Dilma Fabri Maro Pichoneri, Emily Hozokawa Dias,
Karina Satomi, Las Schalch, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Textos de Referncia
Maria Helena de Castro Lima
Gesto Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produo
Assessoria pedaggica: Ghisleine Trigo Silveira
Editorial: Airton Dantas de Arajo, Beatriz Chaves,
Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento,
Clia Maria Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo,
Lvia Andersen, Lucas Puntel Carrasco, Main Greeb Vicente,
Patrcia Maciel Bomfim, Patrcia Pinheiro de SantAna,
Paulo Mendes e Sandra Maria da Silva
Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,
Beatriz Blay, Hugo Otvio Cruz Reis, Olvia Vieira da
Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e
Roberto Polacov
Apoio produo: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina
Xavier de Brito, Valria Aranha e Vanessa Leite Rios
Diagramao e arte: Jairo Souza Design Grfico
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituies que colaboraram na produo deste material:
Anamaco, Bruno Loturco, Casa Toni, Construtora Atlntica, Della Piagge, Digimes Instrumentos de Preciso,
Dorival Junior, Nelson Glezer, Paulo Roberto Kiss e Sonia Goto
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos felizes com a sua participao em um dos nossos cursos do Programa
Via Rpida Emprego. Sabemos o quanto importante a capacitao profissional
para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu prprio
negcio.
Hoje, a falta de qualificao uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
At os que esto trabalhando precisam de capacitao para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profisses com salrios mais atraentes.
Foi pensando em voc que o Governo do Estado criou o Via Rpida Emprego.
O Programa coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Cincia
e Tecnologia, em parceria com instituies conceituadas na rea da educao profissional.
Os nossos cursos contam com um material didtico especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rpida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidados para a sociedade.
Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formao
profissional de qualidade. O curso, sem dvida, ser o seu passaporte para a
realizao de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um timo curso!
Secretaria de Desenvolvimento Econmico,
Cincia e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)
Voc est iniciando um novo caminho rumo construo de outras aprendizagens.
O objetivo do Programa Via Rpida Emprego ampliar seus conhecimentos, para
alm dos contedos especficos da ocupao de azulejista.
Neste curso, voc ter a oportunidade de aprender sobre este ofcio, conhecendo o
histrico da ocupao, desde sua origem at os dias de hoje, bem como outros aspectos
que nem sempre so abordados nos programas de qualificao.
fundamental, sem dvida, conhecer as tcnicas tradicionais do assentamento de
cermicas, mas tambm outros assuntos, como o desenvolvimento da ocupao ao
longo do tempo, quais as possibilidades de trabalho para o azulejista e como montar
um oramento, entre outros fatores.
Este Programa parte do princpio de que voc j tem muitos conhecimentos,
experincias e vivncias, e tudo isso ser valorizado e potencializado neste curso.
A Unidade 1 trata da histria da construo civil e dos revestimentos cermicos.
Nela, voc conhecer um pouco sobre as tcnicas e os materiais utilizados por nossos
antepassados.
Na Unidade 2, partindo do levantamento de suas experincias, voc aprender mais
sobre os conhecimentos necessrios para o exerccio da atividade de azulejista.
As ferramentas e os materiais bsicos que os azulejistas utilizam no dia a dia de
trabalho tema da Unidade 3.
A Unidade 4 vai ajud-lo a planejar seu trabalho: calcular a quantidade de material
que ser utilizado, o tempo que levar na atividade e como fazer um oramento.
Os demais contedos da ocupao de azulejista sero abordados no Caderno 2.
Voc est pronto para comear? Ento, mos obra!
Sumrio
Unidade 1
9
um olhar para o passado
Unidade 2
33
conhecimentos da ocupao e os meus
prprios conhecimentos
Unidade 3
45
ferramentas de trabalho e materiais bsicos
Unidade 4
71
planejamento do trabalho
Unidade 1
Um olhar para o
passado
Quando olhamos para os diversos lugares nos quais vivemos,
seja na cidade ou no campo, percebemos uma infinidade de
tipos de construo que envolvem uma enorme variedade
de materiais.
Mas nem sempre foi assim.
Os seres humanos continuamente procuraram locais onde pudessem se proteger do frio, da chuva, do ataque de animais, do
sol excessivo etc. E essa procura, possivelmente, foi uma de suas
primeiras motivaes para que passassem a buscar lugares para
fixar sua moradia com segurana.
Mas, entre procurar abrigo e comear, de fato, a criar e a construir espaos para morar, muito tempo se passou.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
Imagebroker/Alamy/Other Images
O ato de construir ou, mais propriamente, de criar um espao que servisse para
moradia, culto, comrcio etc., usando tcnicas diferentes, novas tem incio apenas
no fim desse perodo que conhecemos como Pr-histria, ou sociedades sem Estado,
e no comeo da chamada Idade Antiga.
Conjunto de ladrilhos
hidrulicos.
LINHA DO TEMPO
IDADE CONTEMPORNEA
Da Revoluo Francesa
at nossos dias
1789 at
os dias
atuais
IDADE MODERNA
Da tomada de Constantinopla
at a Revoluo Francesa
1453
at
1789
IDADE MDIA
Da queda do Imprio Romano
at a tomada de Constantinopla
pelos turcos otomanos
476 d.C.
at
1453 d.C.
IDADE ANTIGA
Do surgimento da escrita at a
queda do Imprio Romano
476 d.C.
Origem do
homem at
3500 a.C.
Perodo Renascentista
Desenvolvimento da
arte de construir.
Desenvolvimento do projeto e
posterior execuo da obra.
Imprio Romano
Surgimento de grandes
construes, como
castelos e igrejas.
Projeto e obra executados
ao mesmo tempo.
3500 a.C.
at
PR-HISTRIA
Da origem dos seres
humanos at o ano de
3500 a.C. (antes de Cristo).
Revoluo Industrial
Novos materiais, tcnicas e
sistemas construtivos.
Tecnologia dos materiais da
construo civil.
A z u l ej i st a 1
Surgimento da escrita
Incio do ato de construir,
criando espaos que
servissem de moradia.
Construo mais organizada.
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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difcil afirmar que a ideia de construo j existisse na poca pr-histrica. Entretanto, pinturas decorativas, nas quais os seres humanos retrataram aspectos de
suas vidas, mostram que nessas sociedades eles alteravam seus espaos de moradia,
dando-lhes caractersticas prprias e tornando-os diferentes dos demais.
Essas pinturas ficaram conhecidas como pinturas rupestres, um tipo de arte realizada nas paredes das cavernas.
Pintura rupestre. Wadi Anshal, nos montes Tadrart Acacus, Deserto de Acacus (parte do Saara), Lbia.
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David Nunuk/SPL/Latinstock
Muito se evoluiu na arte e nas tcnicas de construo, desde a primeira obra de que
se tem notcia: Stonehenge, no sul da Inglaterra, um monumento construdo com
enormes blocos de pedra h aproximadamente 4 mil anos. Observe o contraste entre
esta edificao e as ultramodernas edificaes dos sculos XX (20) e XXI (21), exemplificados pela Filarmnica de Berlim (Alemanha) ou pelo Museu Guggenheim
em Bilbao (Espanha).
Adam Eastland/Easypix
Flaperval/123RF
Stonehenge, na Inglaterra.
Com a evoluo dos materiais usados nas construes (desde as pedras at as argamassas, concreto, madeira, vidro, estruturas metlicas etc.), veio tambm a evoluo
dos materiais de revestimento.
Vamos explorar como foi essa evoluo, tratando em particular de azulejos, ladrilhos
e pastilhas, que so o tema deste curso.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Vito Arcomano/Easypix
Pius Lee/123RF
Azam/AgenceIamges/GettyImages
Detalhe do Parque Gell, criado pelo arquiteto Antoni Gaud, Barcelona, Espanha.
Andre Lebrun/Easypix
Os afrescos so pinturas artsticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas
ou frescas. Sua origem muito remota, e seu uso foi intenso entre os artistas italianos no final da Idade
Mdia e incio da Idade Moderna e entre os anos de 1300 e 1500. Esse perodo ficou conhecido como
Renascimento.
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H istria
Atividade 1
da arte e histria
da humanidade
Grupo 1: Arte
Grupo 2: Cincia
Grupo 3: Poltica
Grupo 4: Economia
Grupo 5: Religio
2. A pesquisa poder ser realizada no laboratrio de informtica com a ajuda do monitor. Cada grupo deve
buscar responder o que acontecia na Europa nesse
perodo em relao ao assunto escolhido. A classe
precisa ainda combinar o dia em que sero feitas as
apresentaes dos resultados das pesquisas.
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A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Voc sabia?
MapsWorld
Para conhecer como azulejos, ladrilhos e pastilhas comearam a fazer parte das construes ao longo dos
sculos, vamos voltar no tempo, at a Antiguidade. As
regies com maior destaque no mundo no eram as mesmas
que se destacam hoje. Egito (no norte da frica), Mesopotmia (regio que atualmente parte do Iraque, no Oriente Mdio, onde viveram vrios povos: sumrios, acdios,
babilnios, assrios, persas etc.), China, Grcia e Roma (cujo
imprio se estendeu da regio onde hoje a Itlia at o
Oriente) constituam alguns dos lugares de maior expresso
poltica,
econmica e cultural nessa poca. Veja o mapa:
5/31/12
5:56 PM
30 L
90 L
Roma GRCIA
CHINA
IRAQUE
EGITO
Trpico de Cncer
[AZL_C1_008]
[Deixar meia pgina para a insero de um mapa]
OCEANO
NDICO
Equador
1010 km
30 L
90 L
Fonte: IBGE. Atlas geogrfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009, p. 32-33, 43 (adaptado).
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A cidade da Babilnia era murada e a maior de suas portas era revestida por azulejos decorados com o desenho de drages e touros. Uma reproduo dessa porta
pode ser vista atualmente na cidade de Berlim, na Alemanha, em um museu chamado Pergamon.
A z ul ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Anos mais tarde, mas ainda na Idade Antiga, azulejos e pastilhas tambm estiveram
presentes na cultura romana.
Em runas de cidades e estradas construdas pelos romanos que datam do perodo de maior expanso desse Imprio , v-se a utilizao de pastilhas em pisos,
formando mosaicos bastante sofisticados.
Em certos locais, vestgios das obras dessa poca esto bastante conservados ainda
hoje. Um exemplo a cidade portuguesa Conmbriga, localizada em uma via ocupada pelos romanos no ano de 139 a.C. (antes de Cristo).
Michael Short/Easypix
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Embora os azulejos fossem conhecidos na Idade Antiga, foi com a expanso islmica para a Europa que esse tipo de material foi divulgado e passou a ser utilizado
no Ocidente. Isso ocorreu j durante a Idade Mdia.
Com a ocupao islmica, a tcnica de produo de azulejos foi levada do Oriente
para o sul da Espanha. Eles eram produzidos com barro coberto por um lquido
que, aps o cozimento, torna o material vidrado. Seus desenhos eram sempre de
formas geomtricas, porque a religio muulmana (islamismo), seguida pelos rabes,
no permite a reproduo de figuras humanas.
A z u l ej i st a 1
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Max Hunn/Photoresearchers/Latinstock
Detalhe do Palcio de
Alhambra, em Granada,
Espanha.
Alm da Espanha, que manteve a tradio de uso de azulejos mesmo aps a expulso dos mouros, Portugal e Holanda tambm utilizaram azulejos, contribuindo para
que seu uso se tornasse comum na arquitetura europeia, como parte dos revestimentos para a decorao de ambientes.
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Kevin OHara/Easypix
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Grande panorama de Lisboa (detalhe), c. 1700. Faiana azul sobre branco, 115 cm x 2247 cm. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal.
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e, no lugar de formas geomtricas, passaram a reproduzir cenas do dia a dia, smbolos religiosos, vistas das
cidades ou de conquistas de terras pelos portugueses,
na chamada expanso martima. Estes ltimos ficaram
conhecidos como azulejos histricos.
Os chamados azulejos de repetio no desapareceram;
mas os painis e as paisagens tenderam a ganhar mais
espao.
Ainda que sua posio em Portugal tenha sido muito mais destacada do que em
outros pases da Europa, os azulejos tambm estiveram presentes na arquitetura da
Holanda (principalmente), da Itlia, da Inglaterra e da Frana.
Com o passar dos anos, os azulejos ganharam novas cores e padres, acompanhando as manifestaes artsticas das diferentes pocas e a evoluo das tcnicas
de fabricao. No final do sculo XIX (19) e incio do sculo XX (20), tem destaque
um movimento das artes e da arquitetura chamado Art Nouveau, que, em francs,
significa Arte Nova. Seu surgimento coincide com o uso, em maior escala, de novos
materiais nas construes: o ferro e o vidro.
Snappdragon/Alamy/Other Images
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Depois disso, os azulejos portugueses comearam a ser utilizados em igrejas e conventos, principalmente da regio Nordeste.
Convento de So Francisco
de Assis, em Salvador,
Bahia, com painis de
azulejos trazidos de
Portugal por volta de 1740.
Convento de So Francisco
de Assis, detalhe do painel
de azulejos.
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Como eram bastante populares em Portugal, com a vinda da Corte, os azulejos passam a ser tambm cada vez
mais utilizados por aqui.
A aplicao de azulejos em fachadas de prdios ou seja,
como material de revestimento parece ter se iniciado
na regio Norte, em funo do clima mais quente e das
chuvas mais frequentes.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Seu uso nesse tipo de clima adequado por duas razes: impermevel, o que protege a fachada das chuvas intensas, e reflete calor, tornando o ambiente
interno mais fresquinho. Ainda hoje, muitas fachadas de azulejos so encontradas nos Estados do Par
e do Maranho.
Passado um tempo, os azulejos deixaram de ter papel
predominante na decorao de igrejas e de casas e se
tornaram um produto de uso comum na construo
civil, principalmente para colocao nos lugares frios
das residncias e de outros tipos de edificao: cozinhas
e banheiros, paredes de hospitais etc. A facilidade de
limpeza (por serem lavveis e impermeveis) e de aplicao contribuiu para sua popularizao.
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Veja essas belas obras que mantm a tradio dos azulejos azuis e brancos, mas em uma expresso artstica
moderna.
Candido Portinari, So Francisco de Assis, 1944. Painel de azulejos pintados, localizado na fachada da Igreja de So Francisco de
Assis, projetada por Oscar Niemeyer e integrante do Conjunto Arquitetnico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
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Arquivo/Agncia O Globo
Caio Esteves/Folhapress
Roberto Burle Marx, 1959. Painel no Clube de Regatas Vasco da Gama, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).
obra
Atividade 2
de C andido P ortinari
Candido Portinari, como vimos, foi um grande artista plstico brasileiro, que viveu
de 1903 a 1962. Muitas de suas pinturas retratam os brasileiros.
1. Faam, coletivamente, uma pesquisa sobre essas obras e montem uma exposio
na classe com essas pinturas.
28
2. Discutam em classe:
a) Que tipo de pessoas Portinari gostava de pintar?
b) O que sua pintura nos transmite sobre a populao brasileira?
3. Registre a seguir sua opinio e a da classe.
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A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Di Cavalcanti. Autorretrato,
1943. leo sobre tela, 33,5 cm x
26 cm. Acervo particular.
Elisabeth Di Cavalcanti
Evelson de Freitas/AE
Di Cavalcanti. Imprensa, 1954. Painel de pastilhas no antigo Hotel Jaragu, Rua Major Quedinho, So Paulo (So Paulo).
Di Cavalcanti. Detalhe da
fachada do Teatro Cultura
Artstica, 1950. Painel de
pastilhas, So Paulo, restaurado
aps incndio em 2008.
30
Adriano Vizoni/Folhapress
Aps ficar um tempo em desuso, cerca de 30 anos mais tarde nos anos 1980 , elas
reapareceram no mercado, em diferentes verses, usadas tanto para revestimentos
externos como na composio de mveis (bancadas, mesas etc.), detalhes de decorao e, at mesmo, no revestimento de paredes internas (em banheiros, por exemplo).
Living4Media Editorial/Latinstock
Living4Media Editorial/Latinstock
A z u l ej i st a 1
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R eflita
Atividade 3
sobre suas motivaes para a escolha do curso
Unidade 2
Conhecimentos da
ocupao e os meus
prprios conhecimentos
Quando nos referimos s ocupaes de azulejista e pastilheiro,
estamos falando daquelas pessoas que chegam para trabalhar
nas obras em sua fase final, para fazer a parte dos acabamentos.
De modo genrico, esses trabalhadores so os chamados aplicadores de revestimentos, que podem ser revestimentos cermicos
(azulejos, ladrilhos), de pastilhas, de pedras ou de madeira.
Com as necessidades do dia a dia e a dificuldade que, por vezes,
temos de contratar um profissional para esse tipo de trabalho,
talvez voc j tenha feito algo parecido em sua casa, ou ajudado
algum amigo ou parente.
Vamos iniciar esta Unidade levando em conta sua experincia.
R eflita
Atividade 1
com base em sua experincia
1. Pense em tudo o que voc j fez e liste o que voc acredita ter
relao com a ocupao de aplicador de revestimentos.
No deixe nada de fora, pois muitas vezes pequenas coisas
que aprendeu sem perceber como fazer mosaicos com lpis
de cor, por pura diverso, por exemplo podem ter relao
com o que voc far no futuro.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Voc sabia?
A descrio de cada ocupao da CBO feita pelos prprios trabalhadores. Dessa forma, temos
a garantia de que as informaes foram dadas
por pessoas que atuam
no ramo e, portanto, entendem bem a profisso.
Voc pode conhecer esse documento na ntegra
acessando o site do MTE
no laboratrio de informtica: <http://www.mte
cbo.gov.br>. Acesso em:
13 maio 2012.
34
Os
Atividade 2
saberes previstos na
CBO
1. O monitor ou uma das pessoas da classe vai ler, em voz alta, cada um dos itens
das tabelas a seguir e as atividades que lhes so correspondentes.
Acompanhe atentamente essa leitura.
2. Depois de ouvir, retome o texto e veja se h palavras que voc desconhece. Se
houver necessidade, use o dicionrio que fica na classe, ou procure ajuda do
monitor ou dos colegas para compreender o que for mais difcil para voc.
3. Por ltimo, assinale ao lado de cada uma das atividades:
aquelas que voc j sabe fazer;
as que voc sabe mais ou menos e, por isso, ainda precisa aprimorar seu conhecimento;
as que no sabe fazer ou desconhece o que significam.
Planejar o trabalho
O que
sei fazer
O que no
sei fazer
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Planejar o trabalho
O que
sei fazer
O que no
sei fazer
O que
sei fazer
O que no
sei fazer
Programar Equipamentos de
Proteo Individual (EPI) e
Equipamentos de Proteo
Coletivos (EPC)
Identificar defeitos das etapas
anteriores
Determinar as quantidades de
materiais para composio das
argamassas (trao)
Estudar a paginao de peas
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Estabelecer pontos de
referncia dos revestimentos
O que
sei fazer
O que no
sei fazer
O que
sei fazer
O que no
sei fazer
Identificar o gabarito do
revestimento
Conferir a planeza do
revestimento (reguar)
Fixar as linhas mestras
Corrigir defeitos na superfcie a
ser revestida
Executar chapisco e emboo
Providenciar a preparao de
argamassas (atualmente, usa-se
argamassa colante)
Executar os revestimentos
Assentar revestimento cermico/
azulejos
Assentar pastilhas
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Escolarizao e
formao/experincia
profissional
Conhecimentos
que tenho
Conhecimentos
que preciso
aprimorar
Ensino Fundamental
completo
Curso de qualificao
de nvel bsico
(at 200 horas)
Experincia de
trabalho em obras
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Conhecimentos
que no tenho
Aspectos relacionados s
atitudes no mbito pessoal e
no ambiente de trabalho
O que
sei fazer
O que no sei
fazer
Utilizar equipamentos de
proteo conforme as normas
Responsabilizar-se pela
manuteno dos equipamentos
Demonstrar habilidade de
trabalhar em equipe
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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R eflita
Atividade 3
sobre a experincia de
P edro
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A z u l ej i st a 1
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Tipos de saber
Exemplos
Conhecimentos
relacionados a minhas
experincias de trabalho
Conhecimentos
relacionados a meu jeito
de ser e de agir
Sou concentrado e
gosto bastante de ficar
sozinho, o que pode
me ajudar se eu tiver
de trabalhar s
42
Atividade 4
E ntrevista
com azulejistas e
pastilheiros
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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a) Quem o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual a escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?
b) Onde trabalha? O que faz?
c) Como escolheu essa ocupao?
d) Como aprendeu a ocupao? Fez algum curso de capacitao antes ou depois de
comear a trabalhar na rea para se especializar?
e) Quais os pontos positivos e negativos nesse trabalho?
f) Como faz para cuidar da prpria segurana no ambiente de trabalho?
g) Quais so seus conselhos para algum que vai comear a trabalhar agora?
Incluam outras perguntas que vocs gostariam de fazer para esse profissional. Procurem investigar tambm as oportunidades de trabalho existentes para quem exerce essa ocupao.
2. Agora que a entrevista est feita, hora de compartilhar o que vocs aprenderam.
Cada grupo deve organizar as principais informaes coletadas para apresentar
os resultados da entrevista para a classe.
Procurem planejar como ser essa exposio: um cartaz, um relato etc. Lembrem-se de que ela deve conter informaes sobre quem vocs entrevistaram, os argumentos que o profissional usou para relatar como a ocupao e as concluses
do grupo a respeito da entrevista.
A esta altura, todos na classe j sabem um pouco mais sobre o que e como ser
ladrilheiro e/ou pastilheiro. Portanto, est na hora de irmos adiante, comeando
pela apresentao dos principais instrumentos com os quais voc vai lidar.
44
Unidade 3
Ferramentas de
trabalho e materiais
bsicos
Ferramentas de trabalho de uso mais comum
Azulejistas e pastilheiros no utilizam uma gama muito extensa de ferramentas, mas elas so bastante especficas. Vamos
estudar aqui a listagem de ferramentas mais comuns, sugerida
pela CBO.
Pode ser que essa lista no esgote tudo o que voc precisar
adquirir. Mesmo porque as profisses evoluem e, com elas,
evoluem tambm as ferramentas e os instrumentos de trabalho.
Como sempre haver coisas novas sendo criadas, isso implica,
de tempos em tempos, voc ter de se atualizar e, possivelmente,
adquirir novas ferramentas.
Alis, no prprio ambiente de trabalho, voc ter dicas de outras
ferramentas e materiais cujo uso poder facilitar o exerccio da
profisso. Quais so elas? Isso vai depender do tipo de obra e
local em que voc for trabalhar.
Brocha
Paulo Savala
Balde
Ferramenta
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Ferramenta
Colher de pedreiro
Desempenadeira dentada
(de ao)
Desempenadeira com
feltro e espuma
Desempenadeira de
borracha (para aplicao
de rejuntes)
Desempenadeira lisa e de
canto
46
Ferramenta
Esptula
Esquadro
60 (graus)
Em uma construo, as paredes e o piso tm de se encontrar em ngulo exato de 90 (graus), tambm
chamado ngulo reto.
90 (graus)
Para medir ngulos em desenhos, utiliza-se um instrumento chamado transferidor. Nas construes,
para conferir se os ngulos so de 90 (graus), so usados esquadros.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Ferramenta
Paulo Savala
Paulo Savala
Lpis de carpinteiro
Paulo Savala
Linha de nilon
Paulo Savala
Lixadeira de centro/canto
Aleksandar Ljcsic/123RF
Martelo picadeira
Paulo Savala
Paulo Savala
Martelo de unha
48
Essa ferramenta serve para lixar superfcies. Com ela pode-se reparar
superfcies danificadas por acabamento indevido, remover
revestimentos deteriorados ou preparar as superfcies novas,
deixando-as lisas para aplicao dos revestimentos.
Ferramenta
Paulo Savala
Paulo Savala
Nvel de bolha, de
mangueira e a laser
Paulo Savala
Stockbyte/Getty Images
Paulo Savala
Pedaos de pano e
esponjas
Paulo Savala
Prumo de face e de
centro
A z u l ej i st a 1
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Ferramenta
Riscador ou cortador de
azulejo
Paulo Savala
Rgua de alumnio 1 x
2 x 2 m
Paulo Savala
Paulo Savala
Serra mrmore/disco
diamantado
Paulo Savala
Talhadeira
50
utilizada em uma obra para abrir uma fenda e tambm para retirar
as sobras de materiais quando se passa argamassa em uma parede
ou para nivelar melhor um piso, por exemplo.
Ferramenta
Traador de altura
Trena
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A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Atividade 1
P ratique
o uso de algumas
ferramentas
52
Como no poderia deixar de ser, vamos comear conhecendo os azulejos: peas de cermica de formato, em
geral, quadrado ou seja, os quatro lados tm a mesma
medida. Os azulejos mais comuns (usados com maior
frequncia) medem 15 cm 15 cm (centmetros) e sua
espessura de aproximadamente 0,8 cm.
Veja em uma rgua essas medidas:
0
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
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Jairo Souza
Design Grfico
15 cm
0,8 cm
15 cm
Karel Miragaya/123RF
15 cm
O formato 15 cm 15 cm a chamada
medida-padro dos azulejos. Hoje em
dia, entretanto, existem azulejos
fabricados com tamanhos variados:
maiores e menores que esse.
Certifique-se do modelo de azulejo
que ser utilizado em uma obra antes
de calcular o tempo e a quantidade de
material necessrios.
Painel de azulejos.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
53
Mais do que o tamanho (que pode variar), o que melhor caracteriza um azulejo
o fato de um de seus lados ser vidrado.
O vidrado conseguido quando se adiciona um p cermica e a pea passa por
um processo de cozimento. Com isso, a pea ganha impermeabilidade isto , ela
pode ser lavada e uma aparncia peculiar.
O lado vidrado dos azulejos pode ter uma ou vrias cores; pode ser liso ou decorado; em
relevo ou no. Essa variedade torna seu uso bastante flexvel e adequado para decorao.
Jennifer Morris/Easypix
As peas de azulejo podem ser colocadas em paredes inteiras, meias-paredes, barrados, contornos de cmodos etc.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
55
Voc sabia?
Os revestimentos cermicos, assim como outros
materiais, tm caractersticas tcnicas definidas
por profissionais da rea,
que todos os fabricantes
devem seguir. Elas so
chamadas Normas Brasileiras Regulamentadoras
(NBR) e cada produto recebe um nmero correspondente.
As normas tcnicas brasileiras so comercializadas no site da Associao
Brasileira de Normas
Tcnicas (ABNT). Disponvel em: <http://www.
abntcatalogo.com.br>.
Acesso em: 13 maio 2012.
As normas tcnicas relacionadas aos revestimentos cermicos so: NBR
13816 Placas cermicas
para revestimento Terminologia; NBR 13817
Placas cermicas para
revestimento Classificao; NBR 13818 Placas cermicas para revestimento Especificao
e Mtodos de Ensaios.
Procedncia do produto: informaes sobre o fabricante (telefone, endereo) e indicao de estar de acordo com as normas da ABNT.
Local de aplicao (parede ou piso): rea residencial,
comercial ou industrial (industrial deve ser sob consulta).
Trnsito no local: de pessoas, de veculos, de mveis
que so arrastados para determinar o ndice PEI do
produto que ser comprado.
Umidade no local: para determinar o grupo de absoro de gua do produto para locais mais midos,
recomendam-se produtos com baixa absoro.
Metragem (rea) do local (m): para clculo da quantidade de peas necessrias.
Informao ao Consumidor. Revestimentos Cermicos: pisos
e azulejos. Inmetro. Disponvel em: <http://www.inmetro.gov.
br/consumidor/produtos/revestimentos.asp>.
Acesso em: 28 maio 2012.
Planomotor
56
Vamos
Atividade 2
fabricar um azulejo?
P para vidrar
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
57
As pastilhas
Voc sabia?
As normas tcnicas relacionadas s pastilhas so
as mesmas utilizadas para os azulejos: NBR 13816
Placas cermicas para
revestimento Terminologia; NBR 13817 Placas
cermicas para revestimento Classificao;
NBR 13818 Placas cermicas para revestimento
Especificao e Mtodos de Ensaios.
58
Com dimenso menor do que a dos azulejos quadradinhos que, em geral, variam de 2 cm 2 cm at 5 cm
5 cm , as pastilhas tambm se prestam a diferentes
usos: do revestimento de fachadas aos pequenos detalhes
decorativos de ambientes.
Existem pastilhas de diferentes cores; brilhantes ou opacas; lisas ou com texturas.
As mais comuns (e mais antigas) so fabricadas com
cermica. Atualmente, porm, h pastilhas de vrios
materiais: cermica, vidro, inox (escovado ou polido),
porcelana, entre outras.
Em geral, as pastilhas so vendidas em placas, e no individualmente, o que pode facilitar no momento de sua
aplicao.
Olga Popova/123RF
Olga Popova/123RF
Luiz Alberto Jr./Laeti Images
Pastilhas coloridas.
Pastilhas de vidro.
C onhea
Atividade 3
os diferentes tipos de azulejos
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
59
Os ladrilhos hidrulicos
60
A z u l ej i st a 1
Voc sabia?
As normas tcnicas relacionadas aos ladrilhos
hidrulicos so: NBR
9457 Ladrilho Hidrulico; NBR 9459 Ladrilho
Hidrulico Formatos e
Dimenses; NBR 9458/
86 Assentamento de
Ladrilho Hidrulico.
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
61
D ito
Atividade 4
de outra forma
Talvez voc j tenha percebido que existem variados tipos de texto, e que as pessoas
se expressam e escrevem de forma diversa dependendo das situaes ou dos contextos em que estiverem se comunicando.
A maneira como falamos com os nossos filhos, por exemplo, no a mesma de
quando falamos com um chefe. Da mesma forma, algum que escreve uma lei
usar um tipo de linguagem diferente de algum que escreve uma poesia ou um
texto para um jornal.
1. Leia como informaes semelhantes s que foram dadas sobre os ladrilhos hidrulicos podem ser escritas de forma bastante diferente, por jornalistas ou por
profissionais que trabalham em revistas. O texto a seguir apenas uma pequena
parte de um artigo publicado. Para conhec-lo integralmente, consulte a fonte.
Nasce um clssico
62
2. Comparando o que foi dito: existem informaes diferentes nos dois textos?
Identifique no quadro a seguir as principais informaes de cada um deles.
Texto do Caderno
Texto da revista
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
63
II
Uso
Interno
Externo
III
IIIE
Alta
Especial
Resistncia
Planomotor
Tipo
Rejunte
Trata-se de uma espcie de massa aplicada entre azulejos
e pastilhas, para que no fiquem vos entre as peas. Os
rejuntes tambm impedem a infiltrao de gua, completando o processo de impermeabilizao do revestimento com azulejos. Ladrilhos hidrulicos dispensam o
uso de rejuntes.
Os rejuntes podem ter diferentes cores: os mais claros
tendem a ressaltar a cor e o desenho dos azulejos. Em
contrapartida, escondem menos as sujeiras.
A z u l ej i st a 1
comum, principalmente em
banheiros ou reas com muita
umidade, os rejuntes claros ficarem
escuros, com aparncia de mofados.
Quando algum cliente seu for
escolher a cor do rejunte, no deixe
de alert-lo sobre esse aspecto.
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Resina acrlica
Espaadores
So pequenas peas de plstico que devem ser colocadas
entre os cantos dos azulejos no momento do assentamento, de modo a garantir que o espao entre eles fique sempre
do mesmo tamanho e que formem um ngulo de 90 graus.
Os espaadores tm o formato de uma cruz. Veja a seguir.
66
Ed Phillips/123RF
Assentamento de piso.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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E quipamentos
Atividade 5
de proteo individual essenciais
1. Vamos listar aqui um conjunto de EPI que deve ser usado pelos ladrilheiros e
pastilheiros.
Em dupla, discutam por que vocs acham que eles so considerados essenciais
em sua futura ocupao. Anotem suas respostas no quadro.
Equipamento de Proteo
Individual (EPI)
Botas
Capacete
Cintures de segurana
Luvas de borracha
culos de segurana
Respiradores ou mscaras
para no aspirar sujeiras
2. Discutam com a classe os argumentos que vocs usaram e vejam se todos pensam
da mesma forma. O monitor pode ajud-los a identificar os motivos pelos quais
se devem usar tais EPI, caso a classe tenha dificuldade. Anote a seguir as concluses da turma.
Luvas e botas
culos de segurana e
mscaras para no inalar
poeira (ou respiradores)
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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FIQUE LIGADO!
Gil Tokio/Pingado
Capacete de segurana
culos de segurana
Abafador de rudo
Mscara filtradora
Cinto de segurana
Camisa ou camiseta
Luvas de raspa
Cala comprida
Calado fechado
Obs.: Todos os equipamentos de segurana
devem possuir certificado de autenticidade.
Operrio equipado.
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Unidade 4
Planejamento do
trabalho
Planejar o trabalho parece tarefa simples e sem importncia,
mas no bem assim. Muitas vezes, precisamos de um plano
mais organizado de nossas atividades para seguirmos em frente.
O planejamento um instrumento fundamental para os governos...
Imagine, por exemplo, se no houvesse pessoas planejando como
fazer a coleta de lixo das cidades. A sujeira ficaria espalhada nas
ruas e, com ela, o mau cheiro, o aumento da quantidade de
insetos e pequenos animais que vivem ao redor dos lixos (moscas, baratas, ratos etc.), a propagao de doenas que poderiam
afetar grande parte da populao.
... faz parte do dia a dia das indstrias, dos comerciantes...
Pense agora se o dono do mercadinho localizado perto de sua
casa no tivesse verificado quantas pessoas usam sabo em p
no bairro e no tivesse comprado o produto para vender. Quanto prejuzo, no ?!
... e pode nos ajudar a organizar nossas vidas.
planejando seu trabalho que voc poder saber: o que
precisar comprar; quanto tempo vai gastar para fazer determinado servio; quantas pessoas sero necessrias para
ajud-lo a executar o trabalho; quanto dever cobrar por
ele; qual ser seu ganho lquido (descontadas as despesas)
e assim por diante.
Ganho lquido
Preo cobrado pelo servio (ganho bruto)
menos () despesas (gastos com material,
ferramentas, ajudantes, transportes etc.)
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
71
Para atuar como azulejista ou pastilheiro no h necessidade de que voc compreenda perfeitamente todo
o projeto (desenho) de uma casa ou outro tipo de obra.
Mas interessante que, olhando um projeto, voc saiba identificar as reas frias do local (banheiros, cozinha, rea de servio etc.) e quais cmodos e/ou reas
sero revestidos com azulejos, pastilhas ou ladrilhos
hidrulicos.
Em geral, essa informao consta no corte do projeto,
como mostrado a seguir.
Voc tambm poder ver nos cortes se a obra prev, por
exemplo, que os azulejos sigam at o teto ou parem na
metade da parede; ou se so previstas barras de azulejos
de outros tipos, padres ou cores etc.
Quando no houver um projeto (desenho), voc dever
visitar o local com o cliente e medir as paredes dos ambientes que sero revestidos.
Faa voc mesmo um desenho representando as paredes
com suas medidas, os locais das janelas e portas e a altura do piso ao teto, chamada p-direito.
72
Planomotor
Planomotor
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Planomotor
Significado
Bacia sanitria
Lavatrio
sanitrio
Mictrio
Chuveiro
Pia de cozinha
Voc sabia?
Tanque
Planomotor
Janelas
74
Etapa 2
Depois de saber que servios sero executados, voc poder definir quais as ferramentas e EPI necessrios para a
segunda etapa do planejamento do servio que vai realizar.
Para definio das ferramentas voc dever levar em conta:
o tipo de revestimento realizado e as condies das paredes originais.
Falaremos mais sobre as ferramentas adequadas a cada
caso nas Unidades 5 e 6, quando vamos abordar, passo
a passo, como revestir paredes e pisos com azulejos, pastilhas e/ou ladrilhos hidrulicos.
Para os EPI, consulte o quadro da Unidade 3. Lembre-se
de que a retirada de azulejos ou de outros revestimentos
antigos provoca levantamento de muita poeira.
Etapa 3
Outra etapa do planejamento de seu trabalho a medio
da rea que ser revestida e o clculo da quantidade de
material (azulejos, pastilhas, ladrilhos, cimento-cola,
rejuntes etc.) a ser utilizada.
Para fazer isso preciso saber como calcular a medida das
superfcies (paredes e/ou pisos), recorrendo a alguns recursos da matemtica, ou, mais especificamente, da geometria.
Imagine que voc deve revestir uma parede com azulejos
e precisa saber quantos azulejos ter de comprar. Voc
sabe quanto medem os azulejos-padro que sero utilizados nessa obra: 15 cm x 15 cm.
Porm, se no souber a medida de superfcie da parede,
no conseguir saber de quantos azulejos vai necessitar.
As medidas de superfcie tambm so chamadas reas.
As principais unidades de medidas de rea so: quilmetro quadrado (km2), metro quadrado (m2) e centmetro
quadrado (cm2).
Vamos ver as principais figuras geomtricas e como calcular as medidas de suas reas:
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Lado
Lado
Altura
Para saber a altura de um tringulo,
trace uma linha da base at o ngulo
oposto, como mostrado nas figuras
geomtricas j apresentadas.
76
Base
Altura
Base
Altura
Base
Se for o caso de usar ladrilhos hidrulicos, ser necessrio calcular a rea do piso onde ele ser assentado.
Para fazer o clculo das reas e, depois, dos materiais,
preciso trabalhar com a mesma unidade de medida:
metro. Para isso, voc dever saber converter a medida
em centmetro dos azulejos, pastilhas ou ladrilhos
hidrulicos em metro.
Por meio de um exemplo fica mais fcil entender como
fazer as converses necessrias.
Imagine que voc tem de azulejar uma parede de formato
retangular que mede 2 m por 3 m. A rea a ser azulejada
, portanto, de 6 m2. Porque 2 m 3 m = 6 m2.
O azulejo que voc vai utilizar mede 15 cm 15 cm. Ou
seja, cada azulejo ocupa uma rea de 225 cm2.
Como no podemos comparar metro com centmetro,
vamos converter a medida dos azulejos para metro.
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Atividade 1
P esquisando
reas
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3. Confira os resultados com a classe e faa mais exerccios em casa, a fim de que voc se familiarize com as
frmulas de clculo de rea e com a regra de trs.
Mas ateno: nem sempre h necessidade de fazer clculos para saber, antes, qual a quantidade de azulejos, pastilhas ou ladrilhos hidrulicos voc vai utilizar em cada
metro quadrado a ser revestido. Em geral, os prprios
fabricantes indicam a quantidade adequada para cobrir
um metro quadrado de parede ou de piso.
Com base nessa informao, basta fazer uma multiplicao.
Por exemplo:
Se para azulejar 1 m2 voc precisa de 10 azulejos, para
azulejar 10 m2 voc precisar de 10 azulejos 10 = 100
azulejos.
Para os demais materiais que utilizar na obra cimento-cola e rejunte , siga tambm as especificaes dos
fabricantes. Com o tempo, voc ter noo clara de quanto vai precisar dependendo do tamanho da obra, sem
necessitar dessa ajuda.
80
Etapa 4
A quarta etapa do planejamento programar as fases do servio que ser realizado.
Isso ter de ser feito aps a anlise do local de trabalho.
No caso de reformas, importante ver, por exemplo, se h necessidade de retirar o
revestimento antigo, se a parede est pronta para receber o novo revestimento ou se
sero necessrios ajustes etc. Se for um local novo, preciso verificar se as paredes
esto com argamassa de revestimento ou se voc ter de fazer esse servio, entre
outros.
So detalhes que devem ser programados, j que interferem no tempo que voc vai
levar para concluir seu trabalho. Somente ento ser possvel programar exatamente o que ter de ser feito e definir uma previso dos dias de servio.
Para voc se organizar melhor (no caso de trabalhos mais complicados ou difceis)
ou se quiser explicar o servio com detalhes a seu cliente, coloque as etapas em um
papel, indicando o tempo que voc imagina gastar em cada uma delas.
Veja o exemplo a seguir:
Etapas
Estudo da paginao
3 horas
2 dias
1 dia
2 dias
Total
5,5 dias
Etapa 5
Selecionadas as ferramentas e os EPI e calculados os materiais e as horas ou dias de
trabalho, voc j tem condies de fazer o oramento do servio a ser realizado.
Um oramento uma espcie de lista, na qual voc inclui o custo de todo o material que ser utilizado no servio mais (+) o valor de seu trabalho (mo de obra).
Calcular a quantidade de material que vai usar azulejos, pastilhas, cimento-cola, rejunte etc. a base para que voc possa apresentar seu oramento ao
cliente. Comece montando o oramento por esses itens. Mas lembre-se: se voc
repassar ao cliente apenas o custo dos materiais de que vai precisar, estar trabalhando de graa!
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Apresentao do oramento
Quando for apresentar um oramento ao cliente, lembre-se de que o ideal que esse
oramento esteja discriminado, ou seja, mostrando os itens que voc incluiu. Assim,
o cliente ter uma ideia clara do que est contratando.
H tambm clientes que preferem, eles mesmos, adquirir alguns produtos, pois
podem verificar o tipo e a qualidade dos materiais antes de compr-los. Se em
seu oramento esses itens estiverem indicados separadamente, ser mais fcil
retir-los.
Alm disso, um oramento bem-feito (se possvel, apresentado em uma planilha
eletrnica elaborada em computador) causa impresso de organizao, seriedade, e
gera confiana em seu trabalho.
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Discriminao
Unidade
Quant.
Azulejos brancos
100
Azulejos decorados
50
Argamassa cimento-cola
sc
Argamassa de rejunte
sc
Espaadores
vb
vb
Ajudante (diria)
10
vb
Custo
unitrio
R$
Custo total
R$
Subtotal
10%
Total
sc = saco
p = pea
vb = verba
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A presente
Atividade 2
um oramento ao cliente
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Depois de fechar o oramento com o cliente, acerte com ele a forma de pagamento.
interessante que voc possa receber um sinal uma parte do valor do trabalho
antes de inici-lo, pois assim voc poder cobrir as primeiras despesas com material e transporte. Quanto ao restante do pagamento, voc pode propor que ele seja
feito em uma ou duas vezes. Quando o servio grande, em geral, o pagamento
combinado em trs parcelas: um sinal, uma parcela intermediria e outra no encerramento do trabalho.
Feito esse acerto, pea ao cliente que confirme a aprovao do valor e da forma
de pagamento do servio. Isso pode ser feito com a assinatura das duas partes
em uma cpia da planilha. Essa providncia garantir que vocs tm um acordo, um compromisso, que envolve a realizao adequada do trabalho e o pagamento devido.
Etapa 6
Somente depois de formalmente aprovado o oramento, voc seguir para a prxima etapa: a compra dos materiais que vai usar na obra.
Como voc deve ter pesquisado preos para fazer o oramento, agora se trata apenas
de ir aos locais e fazer as compras, usando parte do valor (o sinal) pago pelo cliente.
Mas ateno: no mude a qualidade dos materiais que voc colocou no oramento
para adquirir produtos mais baratos.
Utilizar materiais de baixa qualidade pode comprometer seu trabalho e trazer
problemas para seu cliente.
A z u l ej i st a 1
A rco O c u pac i on a l C o n s t r u o C i v i l
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Alm disso, se voc fez o oramento com determinado tipo de material, no deve
alter-lo, a no ser que algo excepcional ocorra. Esse procedimento no seria tico
e voc poderia ser considerado desonesto por seu cliente.
Etapa 7
Finalmente, a ltima etapa do planejamento fazer um estudo da paginao das
peas, ou seja, analisar em funo das caractersticas do servio (metragem,
combinao de desenhos ou texturas, cantos etc.) de que forma azulejos, pastilhas ou ladrilhos hidrulicos sero colocados ou dispostos no local. Esta uma
etapa fundamental do planejamento, pois interfere de modo direto na qualidade
de seu trabalho.
Estudar a paginao das peas , basicamente, imaginar e programar como elas
ficaro nas paredes.
Voc pode fazer isso de vrias formas. Uma delas, bastante prtica, usar papel
quadriculado.
Considere que cada quadradinho corresponde medida de uma pea de revestimento: azulejo (15 cm 15 cm), ladrilho hidrulico (20 cm 20 cm), ou pastilha.
O primeiro passo marcar, no papel quadriculado, a metragem do ambiente.
Por exemplo: se a parede a ser revestida tiver 3 metros de altura por 2 metros de
largura e o revestimento for com azulejos de 15 cm 15 cm, a marcao no papel
quadriculado ficaria como apresentado no desenho da pgina ao lado.
Esse procedimento deve ser adotado em todas as paredes. Mas, para fazer essa
marcao, inicie sempre pela parede que estar sua frente quando entrar no local
a ser revestido.
A marcao dos azulejos no papel quadriculado segundo passo deve ser feita do
lado esquerdo para o direito. Se a parede a ser azulejada for interna e houver forro,
os azulejos devero ser fixados a partir do piso. Se no houver forro, os azulejos
devero ser fixados a partir da linha do teto. Esses critrios faro com que as peas
de revestimento mais visveis estejam inteiras e no cortadas.
Com esse mtodo, voc ter uma noo clara de como devem ser colocados os
azulejos e quantos sero utilizados inteiros ou no.
Se os revestimentos tiverem desenhos ou se houver previso de mesclar peas lisas
com decoradas, esse procedimento ser muito til, evitando que os desenhos fiquem
desencontrados e o cliente, insatisfeito com seu trabalho.
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Faa
Atividade 3
um projeto de paginao
Planomotor
Planomotor
b) os azulejos so todos do mesmo tamanho e lisos, mas haver uma barra de azulejos decorados em todas as paredes. Essa barra dever estar a 1,80 m do piso.
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