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D - F - H Horkheimer - Teoria Tradicional e Teoria Crítica

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D_F_H Filosofia UFMG Encontro de 18 de setembro de 2012 Texto apresentado: Teoria Tradicional e Teoria Crtica, de Max Horkheimer.

. Referncias do texto base: HORKHEIMER, Max. Teoria Tradicional e Teoria Crtica. In: BENJAMIN, Walter, HORKHEIMER, Max, ADORNO, Theodor W., HABERMAS, Jrgen. Textos escolhidos. (Col. Os Pensadores, Vo. XLVIII). So Paulo, Abril Cultural, 1983. P 117161. ______. Traditionelle und kritische Theorie. Disponvel em: <http://lesekreis.blogsport.de/images/MaxHorkheimerTraditionelleundkritischeTheorie. pdf>. Acesso em 14 de dezembro de 2012. Temas: Escola de Frankfurt (primeira gerao); contraste entre teoria tradicional x teoria crtica. Problema: O mtodo gnosiolgico (Erkenntnisweise) tradicional, cuja estrutura remonta ao Discours de la Mthode cartesiano, no possuiria um carter auto-reflexivo e emancipatrio. O pice de sua aplicao se relacionaria, portanto, a uma antecipao das condies de desenvolvimento das foras produtivas, e nunca a uma reflexo acerca do modo de organizao social. Objetivos: A delineao metodolgica do que seria a Teoria Crtica da Sociedade, isto , seu carter auto-reflexivo e a relao dialtica entre terico crtico e objeto investigado. Tese geral: Dado o problema exposto, surgiria no seio da classe injustiada um modo de se fazer teoria com as seguintes caractersticas: a) ela traz em si um momento reflexivo acerca de sua origem e funo; e b) possui uma relao diferenciada entre sujeito cognoscente e objeto conhecido. Tese especfica a) A Teoria Crtica carregaria consigo um carter de reflexo acerca de sua origem e funo. Argumento: Publicado originalmente em 1937 no Zeitschrift fr Sozialforschung, o texto Teoria Tradicional e Teoria Crtica tem como objetivo apresentar um contraste entre a Teoria Tradicional ou seja, aquela de matriz cartesiana cujo objetivo central seria a formulao de um arcabouo conceitual e, posteriormente, a subsuno da realidade ftica atravs dos conceitos criados (p.128) e a Teoria Crtica , que possui seus traos metodolgicos elucidados pelo autor ao longo do texto. Antes de expor o primeiro carter dessa Teoria Crtica da Sociedade, faz-se necessria a seguinte observao: em
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momento algum do texto, o autor se posiciona pelo fim da Teoria Tradicional. Deve-se ter em mente que o pano de fundo para a elaborao do texto justamente a insuficincia do modo de pensar tradicional no que tange organizao racional das foras produtivas ou seja, organizada de modo a liberar o potencial emancipatrio das foras de produo da sociedade. Apesar da insuficincia do mtodo gnosiolgico tradicional, ele tem um papel importante no que diz respeito organizao do materialismo interdisciplinar, visto que, so as cincias particulares, estruturadas de acordo com o pensamento tradicional, que concebem os elementos para a formao de um diagnstico de poca. Visto isso, passemos ao carter auto reflexivo da teoria crtica. Afirmou-se anteriormente que essa caracterstica abrangeria sua origem, funo e objeto. No que diz respeito origem da teoria crtica, pode-se dizer que esta se compreende como algo fundamentado historicamente, ou seja, fruto dos processos sociais reais (p. 129). Sua origem se relaciona a uma tentativa de ir alm da crescente dominao da natureza por parte do homem - processo esse fundamental na filosofia da histria de Horkheimer, quando este busca explicar a formao e a evoluo das sociedades humanas. Se a teoria crtica no possui como finalidade a ampliao da dominao da natureza por parte do homem, qual seria ento sua funo? Segundo Horkheimer, o pensamento crtico motivado pela tentativa de superar realmente a tenso, de eliminar a oposio entre a conscincia dos objetivos, espontaneidade e racionalidades, inerentes ao indivduo, de um lado, e as relaes do processo de trabalho, bsicas para a sociedade, de outro. O pensamento crtico contm um conceito do homem que contraria a si enquanto no ocorrer esta identidade (p. 140). A teoria crtica da sociedade se compreende, nesse sentido, como fora transformadora da sociedade rumo emancipao dos constrangimentos sociais atravs da intensificao do conflito entre classes. Tese especfica b) A dicotomia cartesiana entre sujeito e objeto no vlida para a Teoria Crtica, visto que a realidade no considerada como algo externo/indiferente ao sujeito cognoscente. Segundo Horkheimer, a Teoria Tradicional possui como caracterstica uma concepo de realidade como algo indiferente ao observador/ formulador de hipteses. Ele afirma: Tem-se sempre, de um lado, o saber formulado, e, de outro, um fato concreto (Sachverhalt) que deve ser subsumido por esse saber subsumir, isto , este estabelecer a relao entre a mera percepo ou constatao do fato concreto e a ordem conceitual chama-se explicao terica. (p. 125) . Nos moldes gnosiolgicos tradicionais, a realizao de experimentos e a elaborao de hipteses possuem como pressuposto uma concepo de exterior como algo dado e j dominado ou prestes a slo. Depois da realizao de um experimento, por exemplo, a natureza com a qual o sujeito cognoscente se relaciona permanece inalterada. Ao contrrio, o modo crtico de se fazer teoria pressupe uma unidade dinmica entre terico crtico e sociedade se a teoria crtica possui como finalidade a transformao da sociedade e ao mesmo tempo esta seu objeto, as modificaes ocorridas no mbito societrio influenciam diretamente o observador, que deve mudar suas premissas a fim de compreender novamente os processos sociais e oferecer sociedade um novo caminho para a emancipao. justamente essa unidade dinmica entre sujeito e objeto, ou melhor, a
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primazia deste sobre o ltimo, que possibilita a assero de que existiriam momentos distintos de teoria crtica para alm das investigaes realizadas pelo Institut fr Sozialforschung durante a dcada de 30.

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