Lit - Gabeira e Filme Maldito
Lit - Gabeira e Filme Maldito
Lit - Gabeira e Filme Maldito
01/05/2006
Alexandre Gabeira
Sem equipamento de ilumina��o (�Eu filmo com a luz da cozinha mesmo�), o cineasta
usou velhos negativos para captar imagens de atores e n�o-atores volunt�rios. A
revela��o e a montagem do material foram experi�ncias formid�veis: na banheira, as
pontas dos negativos foram testadas at� chegarem num resultado interessante.
�Conseguimos um contraste maravilhoso. Um s�pia bonito�, lembra. Sem moviola, a
montagem foi feita na pr�pria Bolex, numa telinha m�nima.
Arte e v�cio
�Esse papo de ser cineasta, ser artista, � para playboy. Quem � duro vai sempre
ficar devendo. Cineastas como o Nilson fizeram uma escolha existencial errada. Com
uma esp�cie de maldi��o: o artista tr�gico, o marginal, que sempre se d� mal mas
fica ali amarrado. � um v�cio�.
Nilson tentou exibir �Mais Velho� no New York Underground Festival, cuja curadora
namorava um ator do filme. N�o deu certo: �Ela assistiu � fita e disse: tuff, tuff
(pesado, pesado)�, lembra o cineasta. �O underground deles s� tem sexo e garota
bonita. N�o querem nada desagrad�vel�, protesta.
De olho no lixo
Nas �ltimas pesquisas, o cineasta encontrou um filme de 1928 no lixo. S�o imagens
de fam�lias do interior da Bahia em cenas cotidianas. �Vou manter as imagens
originais e jogar m�sica, di�logos e sonoplastia�, promete.
PROGRAMA��O DE NOVEMBRO
EXTRA
Maratona
MALDITOS FILMES BRASILEIROS!
20 de novembro de 2005
SALA CINEMATECA
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 � Vila Mariana - S�o Paulo
(pr�xima ao Metr� Vila Mariana)
Informa��es pelos telefones: 5084-2177 (ramal 210) ou 5081-2954
ENTRADA FRANCA
24h00
01h30
� BONECAS DIAB�LICAS
de Fl�vio Ribeiro Nogueira. S�o Paulo, 1975, 35mm, cor, 90�. Com Fl�vio Nogueira,
Mady Sand, Walter Prado, Arlete Moreira
03h00
� O QUINTO PODER
de Alberto Pieralisi. Rio de Janeiro, 1963. Com Eva Vilma, Oswaldo Loureiro,
Augusto C�sar Vanucci e Sebasti�o Vasconcelos.
04h40
06h10
� MUNDO ESTRANHO
de Franz �Francisco� Eichorn. Rio de Janeiro/Berlim, 1950, Beta, pb, 103�. Com
Ang�lica Hauff, Alexandre Carlos, Nicolau Jartulary, Anthony Zamborsky, Grij�
Sobrinho.
�Argentino at� certo ponto, filmado por alem�es, com atores do Prata, alem�es e
germ�nicos-brasileiros, parte na Amaz�nia, parte nas fraldas dos Andes, parte na
Quinta da Boa Vista mesmo, no Rio de Janeiro, � anunciado como um filme nacional
e, na verdade, parece uma fita mexicana.� (Walter George Durst - Radar, maio de
1951)
CASA FRAN�A-BRASIL
� 03/11 � 18h30
� 10/11 � 18h30
� 17/11 � 18h30
Gangue de garotas sequestra um jovem astro da m�sica popular que tem um mapa do
tesouro tatuado na bunda. Est�ria original escrita pelo montador Silvio Renoldi
(de O Bandido da Luz Vermelha).
� 24/11 � 18h30
FILME SURPRESA
O FILME SURPRESA de novembro � uma p�rola t�o obscura que merece alguns
coment�rios. Trata-se de um m�dia-metragem de 40 minutos, extra�do do filme de
epis�dios Aqui, tarados (dirigido e produzido por David Cardoso). Sexo e sangue na
Boca do Lixo! Pequena obra-prima do cinema de horror nacional.
SALA CINEMATECA
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 � Vila Mariana - S�o Paulo
(pr�xima ao Metr� Vila Mariana)
Informa��es pelos telefones: 5084-2177 (ramal 210) ou 5081-2954
Ingressos: R$ 4,00 (inteira) - R$ 2,00 (meia-entrada)
Aten��o: Estudantes do Ensino Fundamental e M�dio de Escolas P�blicas t�m direito
� entrada gratuita mediante a apresenta��o da carteirinha.
Programa��o
06/10 (quinta-feira)
19h30
Sangue em Santa Maria
07/10 (sexta-feira)
19h30
Patty, a mulher proibida
08/10 (s�bado)
16h
Obsess�o maldita
18h
Os desclassificados
20h30
Um pistoleiro chamado Papaco
09/10 (domingo)
16h
Seduzidas pelo dem�nio
18h
Os depravados
20h30
Senta no meu que eu entro na tua
Sangue em Santa Maria
Sangue em Santa Maria, de Rubens da Silva Prado. S�o Paulo, 1970, 35mm, cor, 67�,
exibi��o em v�deo. Com Alex Prado, Rosana Mondin, Walter Vani, Cristobal Diaz,
Janis Cooper, Maur�cio Monker, Bruzone Dantas, Ant�nio Poli, Pontes Santos,
Rodrigo Coriolano, Ciganito. Sess�o com a presen�a do diretor Rubens da Silva
Prado.
Segundo faroeste dirigido, produzido e fotografado por Rubens da Silva Prado (ou
Alex Prado, como tamb�m � conhecido), cineasta formado nos est�dios de Primo
Carbonari. O filme conta a hist�ria do jovem Paulo (Alex Prado) que chega na
col�nia mexicana de Santa Maria para vingar a morte do pai. Mas Paulo se
transforma em alvo de uma ca�ada fren�tica ao se envolver com a namorada do maior
pistoleiro da regi�o, um psicopata que manda crucificar todos os moradores da
cidade.
Patty, a mulher proibida, de Luiz Gonzaga dos Santos. S�o Paulo, 1979, 35mm, cor,
83�, exibi��o em v�deo. Com Helena Ramos, Roberto Miranda e Dilin Costa. Sess�o
com a presen�a do diretor Luiz Gonzaga dos Santos.
Obsess�o maldita
Obsess�o maldita, de Fl�vio Nogueira. S�o Paulo, 1973, 35mm, cor, 102�. Com
Alexandre Dressler, Selma Egrei, Cl�udo Clementino, David Neto, S�nia Garcia.
Os desclassificados, de Clery Cunha. S�o Paulo, 1972, 35mm, cor, 87�, exibi��o em
v�deo. Com H�lio Souto, Joana Fomm, Roberto Batalin, Darcy Silva, Clery Cunha.
Sess�o com a presen�a do diretor Clery Cunha
Jovem problem�tico deseja sexualmente a madrasta, mas ela tem um caso com o
gerente do banco. Para se vingar, ele planeja um assalto espetacular � ag�ncia
onde o amante da mulher de seu pai trabalha. Clery Cunha � ator, roteirista,
diretor e produtor de com�dias, melodramas, filmes policiais, de um faroeste e do
cl�ssico �Joelma, 23� andar�.
Um pistoleiro chamado Papaco, de M�rio Vaz Filho. S�o Paulo, 1986, 35mm, cor, 70�,
exibi��o em v�deo. Com Fernando Benini, Nikita, M�rcia Ferro, Agnaldo Costa, Sat�,
Chumbinho, Priscila Presley, Cust�dio Gomes. Sess�o com a presen�a do diretor
M�rio Vaz Filho
Seduzidas pelo dem�nio, de Raffaele Rossi. S�o Paulo, 1975, 35mm, cor, 90�,
exibi��o em v�deo. Com Roberto Cesar, Cassiano Ricardo, Shirley Stech, Jos�
Mesquita, Padre Quevedo.
Os depravados
Os depravados, de Tony Vieira. S�o Paulo, 1978, 35mm, cor, 86�, exibi��o em v�deo.
Com Tony Vieira, Claudette Joubert, Heitor Gaiotti, Raj� de Arag�o, Belmonte,
Nestor Lima. Sess�o com a presen�a do ator Heitor Gaiotti e do montador Walter
Vani.
O bandido Moreno (Tony Vieira) quer se regenerar, mas antes vai ter que acertar
contas com a sua antiga quadrilha, especializada em seq�estrar e estuprar meninas
ricas, mantidas em cativeiro como verdadeiros animais. Tony Vieira, produtor,
diretor e astro de todos os seus filmes, sempre policiais ou westerns, � um dos
maiores mitos do cinema da Boca do Lixo. No elenco de �Os depravados� est�o duas
presen�as obrigat�rias em filmes de Tony Vieira: a estrela Claudette Joubert
(esposa do diretor) e o comediante Heitor Gaiotti.
Os depravadosOs depravados
O roteirista e diretor Ody Fraga (1927-1987) foi uma das figuras mais respeitadas
e atuantes do cinema da Boca do Lixo. Precursor do erotismo no cinema paulista com
o filme �Vidas nuas� (1967), Ody comenta esta sua investida na com�dia de sexo
expl�cito: �Um filme feliz onde se conta a hist�ria de duas pessoas felizes. Nela
o org�o sexual adquire voz e consci�ncia, nele nasce-lhe um p�nis extra e muito
vigoroso na cabe�a. Isso, por�m, n�o resulta para nenhum dos dois em trag�dia
teratol�gica, ao contr�rio, em muito amplia seu luminoso prazer em desfrutar das
lides sexuais�. Fotografia de Alo�sio Raulyno.
A s�rie, que a Cinemateca Brasileira inicia neste m�s de outubro, � uma �tima
oportunidade de conhecer o cinema da Boca do Lixo, importante n�cleo da
cinematografia paulista das d�cadas de 70 e 80 montado a partir de um esquema de
produ��o totalmente independente, mas que ainda assim conquistou � por meio da
explora��o dos principais modelos do cinema comercial tais como o faroeste, a
com�dia er�tica, o filme de terror e o policial � importante espa�o no mercado
exibidor brasileiro, predominantemente dominado pelo filme estrangeiro.
Dessa forma, a Cinemateca Brasileira cumpre mais uma vez seu papel ao
oferecer, atrav�s da mostra, um panorama mais abrangente da produ��o
cinematogr�fica nacional.
N�o se trata de dizer, de forma redutora, que tal filme � melhor que aquele
outro. Os filmes - ruins ou bons - fazem parte de um acervo a ser disponibilizado
ao p�blico, o mais amplamente poss�vel. E se a produ��o mais radical e rara da
Boca do Lixo (que em sua �poca �urea jamais dependeu de um resgate culturalista)
hoje em parte depende de iniciativas como a do cineclube Malditos Filmes
Brasileiros! para continuar a ser vista, isto reflete a necessidade de um total
arejamento no modo como se busca produzir atualmente uma hist�ria do cinema
brasileiro, que escape aos padr�es do hino nacional e se conecte a uma nova
batida. E h� v�rias maneiras de se escrever esta hist�ria: exibir filmes � uma
delas.
PROGRAMA��O DE SETEMBRO
Retrospectiva
CINCO VEZES NORDESTERN
� 01/09 � 18h30
Nordeste, 1929. Capit�o Silv�rio (Milton Ribeiro) e seus cabras destroem a fazenda
de Raimundo Vieira (Alberto Ruschel). De quebra, decepam a m�e dele e fincam a
cabe�a da velha num toco. �nico sobrevivente do massacre, Raimundo n�o deixar� por
menos. Ele re�ne volunt�rios e funda uma volante extra-oficial para livrar de uma
vez por todos o sert�o do canga�o.
Se O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, � o marco zero do nordestern, A Morte
Comanda o Canga�o � o marco n�mero 1. A fita de Lima ganhou o pr�mio de melhor
filme de aventuras no Festival de Cannes, com men��o especial para a m�sica, fez
um baita sucesso de bilheteria no Brasil e no exterior e desencadeou uma onda de
faroestes rurais rodados no interior de S�o Paulo. Desse ciclo participaram a
atriz Aurora Duarte e o diretor Carlos Coimbra, que sete anos depois de O
Cangaceiro resolveram retomar o tema do canga�o (ela tamb�m como produtora).
� 08/09 � 18h30
NORDESTE SANGRENTO
de Wilson Silva. Rio de Janeiro, 1963.
Com Irma Alvarez, Luely Figueir�, Paulo Goulart, Jackson de Souza, Waldir Maia,
Roberto Duval, Armindo Guanais, Jacy Campos, Milton Vilar, Leda Figueir�.
nordeste sangrento
Nordeste, �poca imprecisa. O vaqueiro Z� Piedade (Paulo Goulart) viaja rumo a seu
grande sonho: ver o mar. No caminho, por�m, trava amizade com o bando do
cangaceiro Jacar� (Waldir Maia) e vai parar em Juazeiro, onde reina o beato padre
C�cero (Jacy Campos). Ao seguir viagem, ele descobre que for�as do governo
preparam um ataque � cidade santa. Ent�o, Z� Piedade volta e se une aos
cangaceiros na defesa de Juazeiro.
� 15/09 � 18h30
CANGACEIROS DE LAMPI�O
de Carlos Coimbra. S�o Paulo, 1967.
Com Milton Rodrigues, Vanja Orico, Milton Ribeiro, Maur�cio do Valle, Antonio
Pitanga, Walter Seyssel, Sady Cabral, David Neto, Jacqueline Myrna.
cangaceiros de lampi�o
Nordeste, 1938. For�as do governo massacram Lampi�o e seus homens, mas cinco deles
conseguem escapar. O pior � que s�o vividos por experts em pap�is de cabras ruins,
tendo � frente os monstros sagrados Milton Ribeiro e Maur�cio do Valle (o rei e o
vice-rei do canga�o, respectivamente). Durante a fuga, o bando invade o s�tio de
Pedro Boiadeiro (o gal� Milton Rodrigues) e aproveita para violentar e matar a
mulher dele. Pedro Boiadeiro, � claro, n�o os perdoar�.
Carlos Coimbra, o Howard Hawks do nordestern, dirige com vigor essa pequena obra-
prima. Em raz�o do �xito de A Morte Comanda o Canga�o (1960), o cineasta foi
contratado pelo produtor Oswaldo Massaini para dirigir a superprodu��o Lampi�o,
Rei do Canga�o (1963). Depois, para o mesmo Massaini, filmou na cidade paulistana
de Itu, com or�amento menor e em preto-e-branco, este Cangaceiros de Lampi�o.
� 22/09 � 18h30
O CANGACEIRO DO DIABO
de Ti�o Valadares e Raj� de Arag�o (diretor n�o-creditado). S�o Paulo, 1981.
Com Ti�o Valadares, Heitor Gaiotti, Claudette Jaubert, Maria Vianna, Milton
Donara, Eliane de Sab�, Nestor Lima, Jos� Gal�, Dinho Lampa, Nabor Rodrigues.
cangaceiros do diabo
Nordeste, �poca imprecisa. Ao descobrir que sua amada foi prometida em casamento a
outro, o vaqueiro Janu�rio (Ti�o Valadares) firma um pacto com o diabo. Com o
corpo fechado, ele desenterra os trajes de cangaceiro que pertenceram a seu pai e
envereda pelo canga�o. � o in�cio de uma trajet�ria de crimes, na qual ter� como
bra�o-direito o valente Iza�as (Heitor Gaiotti). Logo Janu�rio chefia seu pr�prio
bando. A pol�cia, no entanto, n�o lhe dar� sossego.
� 29/09 � 18h30
FILME SURPRESA
Encerrando a retrospectiva 5 VEZES NORDESTERN, mais um cl�ssico do filme de
canga�o, realizado no final dos anos 60, encerrando a �poca de ouro do g�nero. Seu
diretor � considerado um dos grandes mestres do cinema da Boca do Lixo.
Glauber Rocha, g�nio inconteste, soube se valer dos ingredientes da f�rmula que
outros, muitos outros, j� vinham explorando antes dele. Basicamente, trata-se de
aclimatar no nordeste do Brasil a equa��o b�sica do western: um personagem que
representa o Bem enfrenta um personagem que representa o Mal numa terra sem lei. E
d�-lhe socos, pontap�s, tiroteios, persegui��es a cavalo e duelos de fac�o. O
resto � conversa para boi dormir.
PROGRAMA��O DE AGOSTO
� 04/08 � 18h30
� 11/08 � 18h30
BACALHAU � BAC�S
de Adriano Stuart. S�o Paulo, 1976.
Com Maur�cio do Valle, H�lio Souto, Marlene Fran�a, Helena Ramos, Dion�sio
Azevedo.
bacalhau - bac�s
Finalmente vamos exibir a escrachada par�dia de Tubar�o dirigida por Adriano
Stuart. O temido bacalhau da Guin� deixa a popula��o de um balne�rio paulista em
p�nico e espanta os turistas. O ocean�grafo portugu�s, chamado para resolver o
problema, usa peda�os de discos da Am�lia Rodrigues para atrair a criatura
marinha.
� 18/08 � 18h30
ESCALADA DA VIOL�NCIA
de Milton Alencar Jr. Rio de Janeiro, 1981.
Com Valentim Anderson, Jussara Calmon, Newton Couto, Ivan De Souza, Celso Faria,
Sergio Farjalla, Ibanez Filho, Wilson Grey, Amauri Guarilha, Fernando Jos�, Ana
Maria Kreisler, Denny Perrier, Maria Luiza Splendore, Paschoal Villaboin
escalada da viol�ncia
Pai de fam�lia chega em casa e descobre que a fam�lia toda foi trucidada por um
bando de s�dicos marginais� Ap�s um rigoroso treinamento que inclui artes
marciais, luta livre e tiro, o sujeito sai para ca�ar os bandidos dirigindo uma
m�quina mort�fera� Fotografia de H�lio Silva. M�sica de Remo Usai. Cinema de a��o
estilo Rambo, produzido no Beco da Fome. Participa��o de Wilson Grey.
� 25/08 � 18h30
FILME SURPRESA
Agora vamos exibir um FILME SURPRESA toda �ltima quinta-feira do m�s. Em agosto,
mais um cl�ssico do faroeste feijoda. Cinema brasileiro feito na base do rogo �
Deus e mando bala! Grande elenco, participa��es muito especiais. Filme fotografado
e dirigido por uma das maiores lendas da Rua do Triunfo�
Esta � a tese que o filme �dio, violento drama policial ambientado no sub�rbio do
Rio de Janeiro, quer comprovar atrav�s da hist�ria do advogado que v� toda a
fam�lia ser chacinada diante dos pr�prios olhos e se torna cego pelo desejo de
vingan�a.
�dio � o terceiro longa-metragem onde o ator Carlo Mossy acumula tamb�m as fun��es
de produtor e diretor. Tradicionalmente identificado com as com�dias er�ticas
realizadas a partir do final da d�cada de 60, Carlo Mossy � a figura de maior
proje��o da pornochanchada carioca. O ator-produtor se consagrou um verdadeiro
sult�o do g�nero, sempre cercado pelas mais belas mulheres, depois de atuar em uma
quantidade recorde de cl�ssicos da �poca, como A pen�ltima donzela, Soninha toda
pura, Quando as mulheres paqueram, Oh! Que delicia de patr�o e Com as cal�as na
m�o � s� para citar alguns t�tulos.
Pr�ximo filme:
SEDUZIDAS PELO DEM�NIO (1974)
Um dia, diz a lenda, o garoto de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais
fugiu com o circo, sonhando ser artista. O garoto tinha apenas 12 anos e se
chamava Mauri Queiroz. No circo, foi baleiro, locutor e trapezista. Depois foi
para a cidade grande e conseguiu um emprego na TV. Era ator secund�rio de novela,
na TV Excelsior de S�o Paulo, quando o c�mera polon�s Edward Freund o chamou num
canto e prop�s uma jogada � �vamos fazer um bang-bang na onda dos westerns-
spaghettis�. Em 1971, lan�am Um pistoleiro chamado Cavi�na, o coadjuvante vira
ator principal e assim surgia um dos maiores mitos do cinema brasileiro: Tony
Vieira.
Dois faroestes depois, a dupla desfaz a sociedade. Mauri Queiroz (a.k.a Tony
Vieira) assume a produ��o e dire��o dos filmes atrav�s da produtora MQ (segundo o
produtor, abrevia��o de �Marca & Qualidade�). Eficiente na recria��o dos
principais clich�s do filme de a��o, Tony Vieira conquistou o p�blico fazendo um
cinema sem segunda inten��es, simples e direto. Capaz de comunicar com o
espectador do mesmo jeito que aqueles livrinhos de bolso, com hist�rias policiais
ou ambientadas no Velho Oeste, repletos de pancadaria, tiros e mulheres sedutoras.
E n�o podemos esquecer da li��o de moral no final, certo?
No filme, Ramon (Vieira) e Coyote (Gaiotti) s�o inimigos, mas deixam as diferen�as
de lado para lutar contra o tem�vel Mont Serrat. Para livrar a cidadezinha dos
bandidos - e fazer de A filha do padre uma obra-prima do cinema brasileiro de
g�nero - a dupla conta ainda com a ajuda da filha adotiva do padre (a atriz
Claudette Jobert, que foi esposa de Vieira e estrelou quase todos os seus filmes),
das atrizes Terezinha Sodr� e Wanda Kosmo, dos atores Enoque Batista, Affonso
Brazza, Elden Ribeiro, Francisco A. Soares, Ant�nio Navarro (entre tantos outros),
do c�mera Henrique Borges, do roteirista Raj� Arag�o, dos efeitos especiais de
Miro Reis e da edi��o do grande Walter Vani� Isso � que era time!
...
AVISO
bacalhau - bac�s
�Em diversas cenas do filme, aparece escrito na cauda do animal um incisivo made
in Ribeir�o Preto, cidade onde se localiza a firma de material n�utico respons�vel
pela constru��o da engenhoca, toda de fibra de vidro. �Apenas a cauda foi feita de
corti�a, para uma mobilidade maior�, explicou um t�cnico. Na concep��o inicial,
alias, o bacalhau deveria ser movimentado por figurante Escondido no interior. �S�
que ningu�m teve coragem de permanecer l� dentro, devido � falta de ar�, comenta
Adriano Stuart. �Mas at� em uma superprodu��o como Tubar�o o mecanismo eletr�nico
andou falhando. Por isso n�o me incomodo em dizer que o nosso peixe movimenta-se
com fin�ssimos cabos de a�o e fios de n�ilon�. Problemas mais grave enfrentou
Stuart durante as filmagens. Ele e o mec�nico bacalhau jamais chegaram a um
entendimento harmonioso. Numa das sequ�ncias, por exemplo, o peixe deveria passar
perto do barco de seus perseguidores. �Mas ele teimava em n�o obedecer ao comando.
A certa altura, desisti de esperar, alterei o script, nadei at� onde estava o
bicho e matei o bacalhau a murros mesmo�. (Veja, 26/05/1976)
bacalhau - bac�s
...
Jece Valad�o foi o n�mero um. O inimigo p�blico n�mero um do cinema chato e sem
gra�a feito no Brasil por certos cineastas e que se arrasta desde os tempos do
Cinema Novo at� os dias de hoje. Foi protagonista, produtor e/ou diretor de alguns
dos melhores exemplares do nosso cinema policial � como Para�ba, vida e morte de
um bandido, Mineirinho, vivo ou morto e O matador profissional, s� para citar
t�tulos da d�cada de 60 � e tamb�m emprestou sua caracteriza��o cl�ssica de
�cafajeste� a algumas boas com�dias, como esta de 1974, chamada O mau car�ter.
Dois vigaristas decidem faturar um troco. O plano � explorar uns ot�rios que fazem
de tudo para aparecer nas colunas sociais e caem, sem dificuldade, na conversa de
um guru de araque (Jece Valad�o, claro!) que oferece a salva��o para quem aderir a
filosofia dos Seguidores do Prazer e do Amor� Se o �cinema� brasileiro de hoje
tivesse um ator e produtor como o grande Jece Valad�o das d�cadas de 60 e 70,
talvez tivesse alguma salva��o�
jece valad�o
Pr�ximo filme:
BACALHAU - BAC�S(1975)
...
Pr�ximo filme:
O MAU CAR�TER(1974)
...
"Quem nunca perdeu a cabe�a por causa de um grande amor?". O filme de terror A
Reencarna��o do Sexo, escrito e dirigido por Luiz Castellini (baseado num texto
original de Giovanni Boccaccio), leva esse velho chav�o at� as �ltimas
consequ�ncias� O empregado de um sit�o se apaixona pela filha do patr�o. Mas o
amor sincero do casal n�o convence o pai da menina, que num dia de f�ria alucinada
simplesmente mata o rapaz a machadadas. A mo�a, possu�da pelo esp�rito morto,
recolhe a cabe�a do ex-amante (isso mesmo!) e a leva para dentro de casa,
enterrando-a num vaso de planta� Depois deste estranho acontecimento, o terror e a
lux�ria dominam o ambiente, sob o comando da alma maligna do rapaz, sedenta por
vingan�a. A casa fica amaldi�oada por mais de uma d�cada e todos que passam por l�
s�o levados a praticar intermin�veis orgias macabras, banhadas a muito sangue e
v�ceras! Castellini � um diretor habilidoso na constru��o de climas. �tima
fotografia de Cl�udio Portioli. Uma produ��o de Cl�udio Cunha, o diretor do
cl�ssico Snuff � V�timas do Prazer. Programa obrigat�rio para aqueles que
acreditam que o cinema de horror brasileiro se limita aos filmes do mestre Jos�
Mojica Marins.
Pr�ximo filme:
AMADAS E VIOLENTADAS (1975)
...
Depois da com�dia, seja musical ou er�tica, o filme policial foi o fil�o mais
explorado pelo cinema brasileiro dirigido ao grande p�blico, e esteve presente em
nossas telas desde a primeira d�cada do s�culo passado. Um dos mais dedicados
cultores do g�nero no Brasil foi o advogado e cineasta carioca M�rio Latini �
irm�o de An�lio Latini, diretor do cl�ssico Sinfonia Amaz�nica, primeiro longa-
metragem de anima��o realizado no Brasil.
Latini come�ou a filmar nos anos 50, realizando alguns filmes diretamente ligados
a tradi��o do film noir (Traficantes do Crime, Contrabando). Em Na mira do
assassino, rodado na d�cada seguinte, o diretor atualiza o estilo noir
incorporando elementos do filme policial com preocupa��o social, em moda na �poca.
O filme � uma rara oportunidade para conferir Agildo Ribeiro, ainda jovem, num
papel dram�tico. Agildo interpreta um marginal, sa�do de uma favela carioca, que
durante uma fuga se refugia na casa de um promotor de justi�a. Cercado pela
pol�cia, Agildo explica ao promotor como a vida e a sociedade o empurraram para o
mundo do crime.
As filmagens foram realizadas num morro atr�s da Central do Brasil, dominado pelo
bandido Mineirinho � que teve sua vida (e morte) romanceada em outro filme da
mesma �poca, dirigido por Aur�lio Teixeira e estrelado por Jece Valad�o.
Mineirinho colaborou com a equipe, permitindo uma filmagem tranquila. O filme � um
�timo registro do cotidiano sofrido da popula��o pobre do Rio de Janeiro do final
dos anos 60.
Al�m de Agildo Ribeiro, Na mira do assassino conta com um grande grande elenco:
Glauce Rocha � a �mina de f� do perigoso bandido; Zilka Salaberry � a m�e da
menina; Milton Gon�alves � o fiel parceiro do criminoso; Eliezer Gomes, o dono de
uma birosca no morro; e ainda as participa��es de Ricardo Luna e Milton Rodrigues.
Destaque absoluto para o genial Wilson Grey, no papel do �X-9�, o alcag�ete, numa
das melhores atua��es de toda sua carreira. Adaptado da novela radiof�nica �O
bandido�, de Berliet Jr., com a colabora��o de Jorge D�ria no roteiro e nos
di�logos. M�sica de Jair Rodrigues. Mais uma obra-prima do cinema brasileiro,
esquecida pelos �experts� da ind�stria acad�mica.
ATEN��O
A sess�o da PR�XIMA SEMANA foi CANCELADA. O filme FUSC�O PRETO ser� reprogramado
em outra oportunidade. Os MALDITOS FILMES BRASILEIROS voltam dia 23, com a
exibi��o do filme de terror REENCARNA��O DO SEXO.
...
contato:
malditosfilmesbrasileiros@yahoo.com.br
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Pr�ximo filme:
NA MIRA DO ASSASSINO (1967)
...
26 de Maio, �s 18h30 - Entrada Franca
O QUINTO PODER, de Alberto Pieralisi. Rio de Janeiro, 1963.
Com Eva Vilma, Oswaldo Loureiro, Augusto C�sar Vanucci e Sebasti�o Vasconcelos.
o quinto poder
rio1962 labo
bondinho1 bondinho2
cristo1 cristo2
�O tratamento f�lmico dado a esta hist�ria � dos mais ins�litos entre os feitos no
Brasil. O clima de tens�o, "suspense", obtido lembra inclusive os trabalhos de
William Cameron Menzies e Edgar G. Ulmer em science-fictions. Nunca o Rio de
Janeiro funcionou t�o bem em cinema. Valorizado por uma excelente fotografia, sua
beleza e suas caracter�sticas topogr�ficas n�o s�o aqui apenas um pano de fundo
tur�stico. A cidade se entrosa perfeitamente no contexto, dentro da atmosfera. E
isso � devido ao requintado senso pict�rico do realizador que obteve momentos
bel�ssimos, de invulgar plasticidade. � o que atesta a brilhante sequ�ncia final
do Corcovado (e que singular funcionalidade tem a est�tua na trama!), como a morte
de um dos personagens em uma praia de Copacabana, e toda a fren�tica, emocionante
e "molinaresca" (como toda a montagem) persegui��o de autom�veis - a melhor feita
at� hoje em nosso cinema - bem como a hoje j� antol�gica sequ�ncia do bondinho do
P�o de A�ucar, estupenda no efeito obtido e que, por sua imagina��o e feitura,
chega mesmo a superar alguns dos melhores lances de Alfred Hitchcock, coisa que
poucos conseguem." S. (O Estado de S�o Paulo, s.d.)
Pr�ximo filme:
A VINGAN�A DE CHICO MINEIRO (1978)
...
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snuff_vitimas do prazer
�Ao longo de sua hist�ria, o cinema sempre namorou a morte. A morte verdadeira,
sem truques, sem cortes. (�) No ano passado [1976], foi lan�ada no mercado
exibidor de filmes porn� em Nova York, uma fita intitulada Snuff. Esta palavra,
literalmente, significa apagar, raspar (no conceito que poderia ser adotado pelo
nosso famoso Esquadr�o da Morte). Filme de quinta categoria, de car�ter
clandestino, com atores desconhecidos, mas que tinha como atrativo maior os
estupros e assassinatos de �duas atrizes�. A not�cia de que as cenas eram
verdadeiras e que teriam sido filmadas clandestinamente na Argentina atraiu
p�blico sem precedentes. O fato abalou a opini�o p�blica, movimentando as mais
diversas camadas sociais, culminando com uma passeata de estudantes sul-americanos
na porta do cinema, portando cartazes e faixas com dizeres: �Na Am�rica Latina a
vida n�o vale nada�. Estes acontecimentos serviram como ponto de partida para
realiza��o de V�timas do Prazer (Snuff). Trata-se do terceiro filme de Cl�udio
Cunha, da mais nova safra de diretores brasileiros. (�) Unindo a id�ia original do
filme maldito (�Snuff�) a uma sinopse de Carlos Reichenbach, os dois partiram para
elabora��o de um roteiro onde pudessem analisar todos os aspectos das �Grandes
Sa�das�, das �Jogadas Salvadoras�, das �Oportunidades de Ouro�. Usando para isso,
a linguagem b�sica �hitchcockiana� do policial (onde o espectador fica sabendo,
desde o in�cio, quem vai morrer e quem vai matar), a ess�ncia melodramatica dos
melhores filmes de terror e a criatividade da linguagem dos policiais classe B
norte-americanos (Fuller, Norman Foster, Robert Gordon, Boetticher). V�timas do
Prazer (Snuff) � essencialmente um espet�culo. Espet�culo este onde a ironia � a
t�nica maior e o suspense atemorizante o ve�culo que o diretor Cl�udio Cunha
utiliza para deixar claro seus pontos de vista a respeito do mundo, com uma
mordacidade nem sempre agrad�vel aos olhos, mexendo com nervos dos espectadores.�
(Extra�do do material de divulga��o do filme)
...
PROGRAMA��O DE MAIO
PATTY, A MULHER PROIBIDA, de Luiz Gonzaga dos Santos. S�o Paulo, 1979.
Com o an�o Dilin Costa, Roberto Miranda e Helena Ramos.
Sensacional est�ria do an�o Jujuba, interpretado pelo genial ator Dilin Costa.
Cansado de viver na pior,Jujuba tenta o su�cidio, mas tamb�m n�o tem sucesso.
Seu drama comove a opini�o p�blica, e o pequeno Jujuba ganha um emprego de
apresentador de programa infantil, revelando-se um grande canalha. Do submundo de
onde saiu, Jujuba resgata o �Escriba� (Roberto Miranda) para ser seu roteirista e
capacho. Juntos, os dois tentam seduzir a ing�nua Patty (Helena Ramos), vedete de
uma boite de strip-tease. Adapta��o do conto �Mustang cor de sangue�, de Marcos
Rey. Excelente estr�ia do diretor Luiz Gonzaga dos Santos. O sarcasmo e deboche
dos
personagens de Patty, a mulher proibida s� encontram paralelo nos tipos dementes
criados por Rog�rio Sganzerla. Uma produ��o Haway Filmes.
PR�XIMOS FILMES
Todas as quintas-feiras, 18h30.
Com entrada franca.
JUNHO
JULHO
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