Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Pires - Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho - Um Governador No Espaço Atlântico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Um governador num espao atlntico

Renato Pires
Centro de Histria de Alm-Mar Universidade Nova de Lisboa

Um Imprio to vasto, como o portugus para ser bem administrado sempre necessitou de homens experientes e capazes, homens que soubessem aplicar no terreno as ordens transmitidas pelo rei e pelo seu Conselho. Na sia e no Ocidente surgem famlias cujos respectivos membros se vo destacar nas funes administrativas das vrias provncias ultramarinas. Os Albuquerque Coelho so um desses exemplos. Desde comeos do sculo XVII e at meados do sculo XVIII, de Portugal a So Tom, do Brasil a Angola, encontramos elementos desta famlia a desempenhar cargos de governadores 1. Recaiu a nossa ateno sobre o ltimo Albuquerque Coelho a ter o cargo de governador no Ocidente do Imprio Portugus Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho. O seu pai, Antnio Albuquerque Coelho era natural de Gouveia 2. Serviu na regio da Beira como capito numa companhia de infantaria levantada por ele 3. Viria ainda a ser governador da cidade da Guarda por tempo de trs anos 4. J no Brasil, seria procurador da sua prima D. Ins Maria Coelho de Carvalho, filha de seu tio desembargador do Pao 5. Viria a casar com D Ins, e deste casamento viria a nascer em 1655 Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho 6. Em 1667, o seu pai seria nomeado governador do Maranho, tomando posse do cargo em 22 de Junho desse ano na cidade de S. Lus 7. O seu governo duraria at 9 de Julho de 1671, sendo Antnio Albuquerque substitudo no cargo por Pedro Csar de Meneses 8. Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho vai pela primeira vez para o Brasil em 1666 na companhia de seu pai quando este veio assumir o posto de governador 9. Em 1671 regressaria a Portugal, e voltaria ao Brasil agora acompanhando o seu primo Incio Coelho da Silva, recm nomeado governador do Maranho.10
Cf. Paulo Miguel MARTINS, Percorrendo o Oriente: A vida de Antnio de Albuquerque Coelho (1682-1745), Lisboa, Livros Horizonte, 1998, p. 89. 2 Habilitao de Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho para familiar do Santo Ofcio, IAN/TT, Mao 60, processo 1238, Lisboa 9 de Setembro de 1703, fl. 2. 3 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho capito-general de So Paulo e Minas do Ouro no Brasil, Lisboa, Agncia Geral das Colnias, 1944, p.17. 4 Idem, Ibidem. 5 O desembargador Antnio Coelho de Carvalho, Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p.16 (ver rvore genealgica em anexo). 6 Embora no se saiba a data exacta do seu nascimento, sabe-se que Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho seria baptizado na cidade de Lisboa a 14 de Setembro de 1755 na igreja de Santa Engrcia, in IAN/TT, Habilitao de Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho para familiar do Santo Ofcio, Mao 60, processo 1238, Lisboa 15 de Maio de 1704, fl. 3. 7 Apesar de bom governado, Antnio Albuquerque Coelho era apontado como sendo um homem de trato difcil, o que deixava aos elementos da Cmara bastante intimidados, contrastando com o seu antecessor Rui Vaz de Sequeira que era mais afvel, mas menos eficaz. Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., pp. 17-18. 8 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil antes da sua separao e independncia de Portugal, Vol. V, 4 ed., So Paulo, Ed. Melhoramentos, 1953, p. 276. 9 Consulta do Conselho Ultramarino para o rei D. Pedro II, sobre a nomeao de pessoas para ocuparem o posto de capito-mor do Par, A.H.U., Par, Caixa 3, Lisboa 8 de Junho de 1684, fl.1v. 10 Cf. Paulo Miguel MARTINS, Percorrendo o Oriente cit., p.18.
1

Comunicaes

Ainda nesse ano, Antnio Albuquerque seria encarregado pelo pai do governo de Tapuytapera, territrios que haviam ficado para seu pai por casamento com D. Ins Coelho de Carvalho 11. Desde logo as suas capacidades administrativas se destacam e no passam despercebidas na corte 12. Tal desempenho mereceu-lhe a nomeao para o cargo de capito-mor do Par em 1688, apresentando a sua patente cmara em 25 de Julho desse ano 13. A sua passagem por esta capitania fica marcada pela questo das definies territoriais entre Portugal e Frana. Terminado o projecto da Frana antrtica, os franceses procuraram-se fixar na regio do Maranho em comeos do sculo XVII 14. No entanto, fixar-se iam definitivamente na Guiana 15. Como resposta a tal presena, responderam os portugueses com a construo de vrias fortalezas na regio do Cabo do Norte 16. Deste modo, em 1685 foram construdos os fortes do Paru, de Toer, de Santo Antnio do Macap e o de Araguari 17. Pedro de Ferrole comandante militar da colnia de Cayenne, deslocar-se-ia em 30 de Junho desse mesmo ano ao forte de Araguari apresentado ao comandante do forte uma carta do governador de La Barre, na qual este afirmava que aquele territrio era pertena da Frana 18. Antnio Albuquerque depressa respondeu a esta aco, partindo com o engenheiro do Estado Pedro de Azevedo Carneiro, assinalar e dispor as vrias fortalezas 19. As aces diplomticas depressa se intensificaram. Pedro de Ferrole, agora no posto de governador da Cayenne, e Antnio de Albuquerque trocam entre si uma srie de cartas onde se discute a questo das fortalezas portuguesas e o comrcio que era praticado pelos franceses nessa zona do Amazonas 20. Falhadas estas aces diplomticas, Ferrole passou ao ataque, destruindo os fortes construdos pelos portugueses, apenas conservou Macap 21. No entanto a ocupao deste forte foi de curta durao. Em Julho desse mesmo ano Francisco de Sousa Fundo e Joo Moniz de Mendona conseguiam capturar novamente o forte 22. Em 17 de Maio de 1690, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho sucedia a Artur de S e Meneses no posto de capito-mor do Maranho 23. J por esta altura Antnio Albuquerque era j membro do conselho de el rei 24. O rei havia-se mostrado muito agradado com o desempenho do capito-mor do Par considerando-o como uma pessoa capaz de desempenhar as suas ordens 25. Esta sua primeira parte do governo do Maranho fica marcada pelo reacender das questes fronteirias com os franceses. Novamente Antnio Albuquerque volta a escrever a Pedro

Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 17. Antnio Albuquerque foi apontado como sendo um administrador muito prudente e muito acertado nas suas decises in Padro de 220$275 reis de tena, e merc dos Fornos de Setbal a Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho, IAN/TT, Cancelaria de D. Pedro II, Livro 63, fl. 202 13 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., p. 281. 14 Cf. O imprio luso-brasileiro 1620-1750, vol. VII, coord. Frdric Mauro, Nova Histria da expanso portuguesa, dir. Joel Serro e A.H. de Oliveira Marques, Lisboa, Ed. Estampa, 1991, p.38. 15 Os franceses reivindicaram a posse desse territrio at regio da Foz do Amazonas, servindo este espao como um ponto de apoio para ataques ao Brasil. Cf. O imprio luso-brasileiro cit.,p. 39. 16 Idem, Ibidem, p.39. 17 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., pp. 243-244. 18 Idem, Ibidem, p. 44. 19 Idem, Ibidem, p. 44. 20 Consulta do Conselho Ultramarino para o rei D. Pedro II, sobre o estado em que se encontraram os fortes construdos no Cabo do Norte, A.H.U., Par, Caixa 3, Lisboa, 13 de Setembro de 1690, carta inclusa, fl.1. 21 Em Maio de 1697 Ferrole sem encontrar resistncia destruiu os Fortes de Paru e o de Toer, o forte de Macap passou a ser uma base comercial para os franceses. Cf. O imprio luso-brasileiro cit., p. 39. 22 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., p. 245. 23 Idem, Ibidem, p. 275. 24 Carta de Governador do Maranho passada a Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho, IAN/TT, Cancelaria de D. Pedro II, Livro 20, fl.212v., 26 de Janeiro de 1690. 25 Idem, fl.212v.
12

11

Renato Pires

Actas do Congresso Internacional Atlntico de Antigo Regime: poderes e sociedades

de Ferrole sobe os abusos cometidos por quatro franceses em territrio considerado portugus, bem como sobre a questo do comrcio e jurisdio das mesmas terras no Cabo do Norte 26. Em 3 de Dezembro de 1691 o governador do Maranho queixava-se ao rei do facto de se lhe haver proibido o comrcio, alegando este no ter forma de se sustentar, a menos que lhe fosse aumentado o ordenado 27. Antnio Albuquerque foi um dos governadores que defendeu o descimento e cativeiro dos ndios e a sua distribuio pelos moradores 28. Mas no seria s com os franceses que o governador teria problemas. Desde os comeos do sculo XVII que os paulistas haviam iniciado movimentos de bandeiras na regio sul do Brasil com o objectivo de capturar ndios 29. Os problemas levantados com as misses Jesuticas onde se concentravam muitas das populaes ndias levou os paulistas a procurar novos territrios para captura desses escravos 30. Em 1692 Antnio Albuquerque queixava-se a D. Pedro II dos avanos paulistas comandados por Francisco Dias Siqueira e Joo Raposo Bocarro no Maranho 31. Estes haviam penetrado com os seus homens os sertes do dito Estado fazendo extorses nas aldeias ndias 32. Antnio Albuquerque seria reconduzido num segundo mandato como governador do Maranho 33. Dois anos depois da sua tomada de posse, o governador iria efectuar uma viagem pela Amaznia, viagem que teria consequncias importantes 34. A viagem tinha como objectivo travar um novo avano francs pelo Cabo do Norte bem como inspeccionar as fortalezas portuguesas na regio 35. Durante os cinco meses que durou a viagem Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho iria a adoecer de febres, das quais no iria recuperar 36. Desta forma o governador pede autorizao para regressar ao reino para se curar, o que vai ser autorizado 37. Retorna, assim, em 1701, sendo recompensado pelo rei com vrios ttulos e cargos administrativos. feito comendador da Ordem de Cristo e da Comenda de Santo Ildefonso do Vale de Telhas da Ordem de Avis, e nomeado alcaide-mor de Sines 38. Recebe vrias mercs como o senhorio do Couto do Outil e dos fornos da judiaria e rua dos cavaleiros da vila de Setbal39. J em 1706, nomeado pelo rei governador da Beira Baixa com a patente de Sargentomor e dois anos mais tarde provido no posto de governador de Olivena 40.
Carta enviada a Pedro de Ferrole, 13 de Outubro de 1691. Segundo Antnio Albuquerque quatro franceses haviam-se introduzido na misso dos padres Capuchos nos Aruans, capturando alguns ndios como escravos, tentando provocar guerras entre nativos para conseguir mais escravos. Apesar de advertidos estes franceses fizeram como que uma tribo ndia matasse dois missionrios da Companhia de Jesus. Ainda neste ofcio, Albuquerque informa Ferrole que no iria suspender a construo de fortalezas no Cabo do Norte. Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., pp. 26-27. 27 Segundo o governador o comrcio realizado pelos governadores era benfico para o Estado pelos descobrimentos e empresas que estimulava. Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 28. 28 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., p.253. 29 Cf. O imprio luso-brasileiro cit., p. 150. 30 Depois de vrios movimentos de captura de escravos bem sucedidos, como em 1628-29 com o ataque Misso da Encarnao, s misses do Paran, das investidas pelo Mato Grosso do Sul, os jesutas armaram os ndios e em 1641em Mboror os paulistas comearam a sofrer os primeiros reveses. Foram ento procuradas novas regies para captura de ndios, como o Norte do Paraguai e na regio amaznica. Cf. O imprio luso-brasileiro cit.,pp.151-152. 31 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p.28. 32 Idem, Ibidem, p. 29. 33 Albuquerque havia sido muito elogiado pelos membros das cmaras de So Lus e de Belm, que haviam pedido ao rei que o reconduzisse no cargo. Idem, Ibidem, p. 29. 34 Idem, Ibidem, p. 30. 35 Padro de 220$275 reis de tena, e merc dos Fornos de Setbal a Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho, IAN/TT, Chancelaria de D. Pedro II, Livro 63, fl. 202 v., Lisboa 8 de Junho de 1706. 36 Idem, fl. 202v. 37 Antnio Albuquerque pediria autorizao para regressar temporariamente ao reino para se curar, j que o rei no aceitou o seu regresso definitivo. Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 31. 38 Cf. Paulo Miguel MARTINS, Percorrendo o Oriente cit., p. 18. 39 Alvar do Couto do Outil a Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho IAN/ANTT, Chancelaria de D. Pedro II, livro 26, fl.488v. 40 Cf. Paulo Miguel MARTINS, Percorrendo o Oriente cit., p.18. Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Um governador num espao atlntico 3
26

Comunicaes

Desta vinda a Portugal pouco se sabe da sua vida. De 1701 a 1708 nada se sabe da vida deste homem. Este perodo ficou marcado, em Portugal, e tambm no resto da Europa, pela Guerra de Sucesso de Espanha, que vai afectar as possesses ultramarinas portuguesas, especialmente a cidade do Rio de Janeiro 41. Portugal, inicialmente colocou-se ao lado da Espanha e da Frana, apoiando o candidato francs como pretendente ao trono do pas vizinho. No entanto, as pretenses portuguesas aos territrios junto ao Rio da Prata, o domnio exercido por ingleses e holandeses sobre os mares e os acordos econmicos estabelecidos com a Inglaterra levaram Portugal a juntar-se a este pas e Holanda pelo tratado de 1703, reconhecendo as pretenses do arquiduque Carlos de ustria ao trono espanhol 42. Em 1709, Antnio Albuquerque escolhido para governador-geral do Rio de Janeiro e de toda a Repartio do Sul. nomeado por carta patente de 7 de Maro de 1709, tomando posse do cargo em 11 de Junho desse ano 43. A sua nova misso no se apresentava fcil. Pretendia o rei que o novo governador pusesse fim Revolta dos Emboabas que havia estalado na regio das Minas Gerais e que opunha reinis aos habitantes locais 44. A descoberta do ouro nesta regio despertou um grande interesse junto da populao brasileira bem como dos habitantes de Portugal. A descoberta deste metal precioso deu-se em finais do sculo XVII, no decurso das aces de explorao das bandeiras dos paulistas. Assim data de 1662 as primeiras sondagens nos sertes de So Paulo 45, que terminariam com a descoberta dos primeiros jazigos na provncia das Minas por volta de 1698-99 46. A chegada s minas de cada vez maior nmero de pessoas agravou a tenso em que viviam os paulistas. Estes passaram a se referir a estes estrangeiros como Emboabas 47. O conflito iniciou-se em 1708 devido aos avanos crescentes dos reinis, que enfraqueciam as posies dos paulistas na regio 48. Os paulistas, ao sentirem-se ameaados tornaram-se mais agressivos, fazendo com que os emboabas sentissem uma crescente indignao 49. No comando dos paulistas surge Borba Gato, que tinha a seu cargo a recolha dos quintos, bem como, a venda dos gados para sustento da regio 50. Este havia informado meses antes o governador do Rio dos descaminhos provocados pelas gentes que entravam nos sertes vindas da Bahia. Pedia este na altura apoio militar ao governador para travar tal situao, bem como, as aces de um Manuel Nunes Viana, natural de Viana e que tinha chegado vindo da Bahia 51. Vo ser as contendas entre estes homens que vo marcar o conflito. Em 1708, Borba Gato havia publicado um bando no qual obrigava Manuel Nunes Viana a deixar as Minas, sob a alegao de que este havia trazido gado, tal como, comboios de fazendas algo que era proibido. Como se no bastasse, tinha-se furtado a pagar os quintos reais, sendo considerado como uma figura destabilizadora da regio 52. O povo recusou-se a largar Nunes Viana, e esta razo levou Borba Gato e reunir foras contra os apoiantes de Viana, organizando um exrcito de 2.000 homens 53. Nunes Viana, por sua
Cf. A. H. de Oliveira MARQUES, Histria de Portugal Do Renascimento s Revolues Liberais, Vol. II, Lisboa, Ed. Presena, 1998, p. 362. 42 Idem, Ibidem, p. 362. 43 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 35. 44 Cf. A. H. de Oliveira MARQUES, Histria de Portugal cit., p. 395. 45 Cf. Oliveira MARTINS, O Brasil e as colnias, Lisboa, Livraria Editora, 1920, p. 78. 46 Cf. Maria Beatriz Nizza da SILVA, Ceclia M. WESTPHALEN e Maria GRAF, Histria do Brasil: Colnia, Imprio, Repblica, Porto, Universidade Portucalense, 1991, p. 16. 47 A palavra significava o estrangeiro, em dialecto ndio am-ab, e foi o nome dado pelos paulistas aos estrangeiros que chegavam a regio mineira Cf. Beatriz R. de MAGALHES, Emboaba, in Dicionrio da Histria da colonizao portuguesa no Brasil, p. 284. 48 Cf. Isaias GOLGHER, A guerra dos Emboaba a primeira guerra civil das Amricas: estudo baseado em documentao indita, Belo Horizonte, Itatiaia, 1956, p. 68. 49 Idem, Ibidem, p. 68. 50 Carta do governador D. Fernando Martins Mascarenhas de Lencastro sobre um levantamento popular promovido nas Minas por Manuel Nunes Viana contra os paulistas. A.H.U., Col. Castro e Almeida, Rio de Janeiro, doc. 3.147, Rio de Janeiro 14 de Fevereiro de 1709, fl.1. 51 Idem. 52 Cf. Isaias GOLGHER, A guerra dos Emboaba cit., p. 73. 53 Idem, Ibidem,p.85. 4 Renato Pires
41

Actas do Congresso Internacional Atlntico de Antigo Regime: poderes e sociedades

vez, proclama-se general de 2.000 homens esperando um reforo de mais 600 que vinham da Bahia 54. Estalava, assim, o conflito entre paulistas e emboabas. Aps alguns confrontos sangrentos que resultaram na vitria dos emboabas Nunes Viana proclamou-se governador das Minas 55. Nunes Viana nas suas aces procurou punir e afastar os paulistas e todos os que lhes eram prximos. Atravs de um outro bando mandou expulsar todos os forasteiros que estivessem agregados e subordinados aos paulistas, sendo obrigada essa pessoa a prestar por comunicado obedincia, caso contrrio, seria considerado traidor 56. A sua atitude para com o governador tambm se revela a menos correcta, no demonstrando qualquer respeito para com este 57. Mas para os estrangeiros que viviam nas Minas Nunes Viana foi bem recebido, sendo acolhido como um salvador, salvando as populaes emboabas dos ataques dos paulistas, que atacavam fazendas e assaltavam viajantes que passavam pelos caminhos. Para estes Nunes Viana foi encarado como um libertador que vinha alforriar as populaes emboabas da escravido imposta pelos paulistas 58. Foi este o cenrio encontrado por Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho ao chegar ao Rio de Janeiro. A escolha deste deveu-se s suas capacidades administrativas e a sua capacidade diplomtica j demonstradas como governador do Par e Maranho 59. Uma vez chegado ao Rio de Janeiro, o novo governador partiu imediatamente para as Minas. Este medida que avanava no territrio era bem recebido pelas populaes locais e pelos emboabas, conseguido acalmar esses povos, que o recebiam de bom grado e sem resistncia 60. Nunes Viana, assim que tomou conhecimento da vinda do novo governador procurou entrar em contacto com este. Antnio Albuquerque seria bem recebido por Nunes Viana e pelo seu governo em Caet. Uma vez a, reuniu-se o governador com Viana, tendo este renunciado ao cargo que havia assumido e prestando obedincia ao novo governante 61. Albuquerque conseguiu por fim ao conflito atravs de uma grande agilidade poltica e fazendo uso de moderao, atribuiu indultos, cargos e mandatos aos poderosos 62. Foi por esta altura que o Rio de Janeiro foi alvo dos ataques corsrios franceses. A primeira expedio teve lugar a 11 de Setembro de 1710. Foi lder da expedio Jean-Franois Duclerc, que financiado por armadores de Brest e tendo apoio da cora francesa preparou uma expedio com o objectivo de tomar a cidade 63. A fora era composta por cinco navios e um balandra, composto por uma fora de mil homens 64. O ataque foi facilmente derrotado pelas foras defensoras. Duclerc, comandante deste primeiro ataque, capturado e fica prisioneiro, juntamente com seus homens, na cidade 65. As notcias da derrota de Duclerc chegariam Frana, o resultado foi a preparao de uma segunda expedio, esta de retaliao pela morte de Duclerc. Esta seria comandada por Ren Dugauay-Troin, a sua motivao era a vingana, bem como, a procura de um esplio importante66.
Cf. Col. Castro e Almeida, Rio de Janeiro, doc. 3.147, Rio de Janeiro 14 de Fevereiro de 1709, fl.1v. Carta do governador D. Fernando Martins Mascarenhas de Lencastro, em que relata os acontecimentos tumultuosos que se tinham dado nas Minas, e os actos abusivos praticados pelo intruso Manuel Nunes Viana, A.H.U., Col. Castro e Almeida, Rio de Janeiro, doc. 3.148, Rio de Janeiro 16 de Fevereiro de 1709, fl.1. 56 Idem., fl.1. 57 Idem. 58 Idem, fl.2. 59 Parecer do conselheiro Antnio Rodrigues da Costa sobre as informaes enviadas pelo governador D. Fernando Martins Mascarenhas de Lencastro, sobe a revolta nas Minas. Segundo o conselheiro Antnio Albuquerque dispunha de valor, experincia, muita actividade, destreza e bons modos indicados para por fim situao. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 46, 22 de Agosto de 1709, fl.2. 60 Carta enviada pelo Mestre de Campo Gregrio de Castro Morais sobre a passagem do governador Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho para as Minas e da aquietao dos moradores daquela regio com a chegada do novo governador. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc.58, 29 de Janeiro de 1710, fl.1d. 61 Cf. Isaias GOLGHER, A guerra dos Emboaba cit., p. 200. 62 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., p. 100. 63 Cf. Lus R. GUERREIO, O grande livro da pirataria e do corso, Crculo de Leitores, 1996, p.285. 64 Cf. Rocha POMBO, Histria do Brasil: ilustrada, Vol. VI, Rio de Janeiro, J. Fonseca Saraiva, (19..), op. cit., p.428. 65 Carta de Francisco de Castro Morais sobre o ataque do corsrio Duclerc. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 96, 12 de Outubro de 1710, fl. 1.
55 54

Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Um governador num espao atlntico

Comunicaes

A armada partiu a 9 de Junho 1711 de La Rochelle, era composta por sete navios de linha, cinco fragatas, uma galeota e dois navios lanadores de bombas 67. A frota chegou ao Rio em finais de Agosto. Antnio de Albuquerque encontrava-se novamente nas Minas e Francisco de Castro Morais governava em sua substituio 68. Apesar de possurem informaes a cerca de uma esquadra inimiga que se aproximava da cidade os fortes da cidade encontravam-se pouco guarnecidos. A esquadra francesa entra de manh na cidade, o comandante francs consegue capturar facilmente os fortes de Santa Cruz e Boa Viagem, fazendo desembarcar os seus homens 69. A partir da, conseguem tomar facilmente a cidade sem que seja oferecida qualquer resistncia. As consequncias deste ataque na cidade foram maiores do que o primeiro. Os franceses saquearam engenhos e quintas, matando as pessoas que lhes resistiam 70. Bens foram capturados e para os devolverem foram exigidos resgates elevados. Os corsrios tomaram o dinheiro da Casa da Moeda, dos cofres da Fazenda dos rfos, dos ausentes, bem como o pertencente a particulares. No satisfeitos com isto, os franceses realizaram uma colecta entre os habitantes da cidade 71. Antnio Albuquerque, que na altura se encontrava nas Minas, apesar de ter vindo em socorro da cidade com um exrcito composto por seis mil homens, deixou a maioria destes homens no caminho levando apenas a cavalaria num total de mil e quinhentos homens 72. Uma vez chegado a cidade, o governador no foi capaz de expulsar os franceses que se encontravam a ocupar os fortes da cidade, ficando estes pacificamente instalados durante vinte dias 73. Por fim a esquadra francesa partiu deixando a cidade devastada. Por alturas destes ataques, era Antnio Albuquerque governador da nova Capitania independente de S. Paulo e Minas. Aps a pacificao da Revolta dos Emboabas, foi decidido separar a regio das Minas Gerais do Rio de Janeiro 74. O escolhido para o cargo de primeiro governador foi Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho 75. Albuquerque viria a tomar posse do cargo na Cmara de S. Paulo a 18 de Junho de 1710 76. Antes mesmo de ocupar o novo cargo, Antnio Albuquerque havia j demonstrado o seu programa de actuao em carta enviada ao rei.77 Uma das primeiras medidas tomadas foi o envio de ouvidores para assistirem no distrito das Minas. Assim, foi enviado para o Rio das Velhas e Rio das Minas o Doutor Joo de Morais Sarmento, ocupando o lugar de ouvidor geral por trs anos, e, ainda, o lugar de Desembargador da Casa da Suplicao com poderes de jurisdio em casos do cvel e de morte 78. Este estava autorizado pelo rei a nomear meirinho da correio, escrives do juzo, contador e distribuidor.
Cf. Lus R. GUERREIO, O grande livro da pirataria Lus R. GUERREIO, O grande livro da pirataria cit., p.285. Cf. O imprio luso-brasileiro 1620-1750, VOL. VII, op. cit., p. 43. 68 Idem, Ibidem, 69 Idem, Ibidem, p. 44. 70 Cf. Carta enviada ao Conselheiro Antnio Reis da Costa sobre uma devassa realizada no Rio de Janeiro sobre o ataque da esquadra francesa cidade. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 26, post. a 1707, fl.1v. fl. 2v. 71 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., p. 300. 72 Cf. Rocha POMBO, Histria do Brasil cit., p. 449. 73 Desde logo se tentou encontrar culpados pela incapacidade de defesa da cidade. Antnio Albuquerque seria apontado, mais tarde, como um dos culpados sendo penalizado com a destituio do cargo de governador de So Paulo. Cf. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 26, post. a 1707, fl.1v. 74 No incio da Revolta foi desde logo apontada como sendo a melhor soluo para a resoluo daquela disputa a separao das Minas do Rio de Janeiro. Cf. Parecer do conselheiro Antnio Rodrigues da Costa sobre a Revolta das Minas Gerais. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 46, 22 de Agosto de 1709, fl.3. 75 Antnio Albuquerque foi desde logo apontado como o melhor candidato, devendo-se escolher novo governador para o Rio de Janeiro. Idem, fl.3 76 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 56. 77 O novo governador pretendia fazer com que os paulistas aceitassem melhor os forasteiros, pedia ao rei que o deixasse nomear juzes para os distritos que mais necessitavam de organizao e iria procurar resolver de forma rpida a questo da arrecadao dos quintos do ouro, a questo que mais preocupava a coroa. Cf . Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 51. 78 Carta do Conselho Ultramarino sobre a nomeao de Joo de Morais Sarmento, Manuel de vora Heytor e Manuel da Costa Amorim para ouvidores gerais do Rio das Velhas, Rio das Mortes e Rio do Ouro Preto. A.H.U., Rio de Janeiro, caixa 8, doc. 61, 22 de Fevereiro de 1710, fl.1.
67 66

Renato Pires

Actas do Congresso Internacional Atlntico de Antigo Regime: poderes e sociedades

Tinha o dito desembargador a autoridade para criar Cmaras e capitacias e fazer eleies de juzes e vereadores 79. Quanto aos outros nomeados, o Doutor Manuel de vora Heitor e Manuel da Costa de Amorim, foram nomeados respectivamente para o Rio dos Mortos e Rio do Ouro Preto 80. Tinham estes homens a funo de administrar justia no distrito das Minas, que at aquele momento, nenhum magistrado havia reduzido essas populaes a obedincia da justia civil 81. O passo seguinte foi a demarcao do distrito. Pretendia-se com isto evitar contendas ao nvel da jurisdio com o governo do Rio, procurava-se manter a diviso existente na altura. O governador dedicou-se, ainda, criao de novas povoaes. Desta forma criou a 8 de Abril de 1711 a vila do arraial do Carmo, alterada mais tarde para Vila Real do Ribeiro do Carmo82. A 8 de Julho do mesmo ano funda a Vila Rica de Albuquerque e em 17 de Julho funda a Vila Real do Sabar 83. Antnio Albuquerque terminaria a sua comisso em 1713. O fracasso no auxlio da defesa do Rio contra o ataque francs encurtou a sua administrao de S. Paulo. Desta forma a 31 de Agosto entrega a administrao ao novo governador, D. Braz Baltazar da Silveira 84. O seu regresso a Portugal ficaria marcado por um acontecimento curioso. J perto das Berlengas o navio onde viajava Albuquerque atacado por uma esquadra de piratas argelinos 85. Aps duro combate, os tripulantes do navio portugus conseguem rechaar os ataques dos piratas, obrigando-os a retirar 86. Aps este regresso Antnio Albuquerque fica como esquecido. De facto, at ao ano de 1722, nada se sabe sobre a vida de Albuquerque, e s nesse ano o rei volta a nome-lo para um novo cargo, o de governador de Angola 87. Nestas novas funes, Antnio Albuquerque viu-se confrontado com situaes difceis. Assim, pouco tempo depois de ter assumido o cargo, o novo governador confrontado com uma revolta dos sobas nos presdios de Benguela e Caconda 88. Outro problema que teve que resolver, e que j vinha de seu antecessor, o da revogao da lei de proibio do uso de armas de fogo na cidade de Luanda e seu distrito.89 A necessidade de defesa pessoal, bem como contra os animais selvagens que rondavam a cidade, fazia com que os moradores de Luanda tivessem de usar armas, contrariando a lei que o rei havia imposto para aquele reino proibindo o uso de armas de fogo 90. Igualmente difcil de resolver foi a questo da guarnio inglesa que se instalou no reino do Loango, pressionado o rei de Cabinda a no efectuar mais nenhum tipo de comrcio com os portugueses 91. Os ingleses haviam iniciado a construo de uma fortaleza armada com peas de fogo. O objectivo dos britnicos era construir um ponto de apoio para os seus navios e se dedicarem ao comrcio de escravos 92.
Idem. Idem, fl.1v. 81 Idem, fl.2v. 82 Em 1745 o nome de novo alterado, passando a agora cidade a chamar-se Mariana, em honra da rainha D. Mariana de ustria. Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 71. 83 Vila Rica de Albuquerque viria a alterar o nome para Vila Rica e mais tarde para Ouro Preto, enquanto que Vila Real do Sabar passar a ser conhecida apenas como Sabar. Idem, Ibidem,p. 71. 84 Idem, Ibidem, p. 96. 85 A esquadra era composta por trs navios, e para alm de uma numerosa tripulao contava com cerca de 132 peas de fogo. Idem, Ibidem, p. 97. 86 Durante o combate distinguiu-se D. Rosa Maria de Siqueira, esposa do desembargador Antnio da Cunha Souto Maior, que no s serviu de enfermeira para os feridos, como organizou as mulheres que iam a bordo do navio pondoas a reparar as velas que se haviam rasgado durante a refrega como chegou a disparar uma das peas de artilharia contra um doa navios inimigos. Idem, Ibidem, p. 97. 87 Cf. Francisco Adolfo de VERNHAGEN, Histria geral do Brasil cit., vol. V., p. 288. 88 Cf consulta do Conselho Ultramarino sobre o sucesso na luta contra os povos que se revoltaram nos presdios de Benguela e Caconda, A.H.U., Angola, caixa 21, doc. 69, 2 de Abril de 1722, fl.1. 89 Cf. Parecer do Conselho Ultramarino sobre o uso de amas de fogo em Angola, A.H.U., Angola, caixa 21, doc., 67, 3 de Julho de 1723, fl.1. 90 Idem, fl.1. 91 Cf. Carta de Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho sobre a presena de ingleses em Cabinda, A.H.U., Angola, caixa 21, doc. 75, 13 de Junho de 1722, fl.1. 92 Idem, fl1.
80 79

Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Um governador num espao atlntico

Comunicaes

Assim que soube da presena destes ingleses, o governador enviou um espio com o objectivo de recolher o mximo de informaes, e, para saber a posio do rei de Cabinda face situao 93. A posio do rgulo face a este conflito foi clarificar que era seu desejo continuar amigo dos portugueses e realizar comrcio com eles 94. Para alm disto, Antnio Albuquerque tentou resolver a questo do pagamento do seu soldo, foi este governador que aumentando o vencimento dos governadores para quinze mil reis e estipulando que no podiam envolverem-se em negcios particulares 95. O pagamento era enviado do Brasil por barco, o que levantava uma srie de inconvenientes, especialmente o perigo de naufrgio do navio, com a consequente perda do soldo, bem como as demora que a viagem tinha 96. O governador pedia, assim, ao rei a criao de uma casa da moeda e introduo de moeda de ouro em Angola, para facilitar a vida das populaes locais, a compra de bens por parte destas 97. O pedido de aumento de saldo vinha ainda ao encontro das dificuldades sentidas pelo governador face ao custo de vida em Angola e as suas numerosas despesas desde que havia chegado aquele reino 98. Essas seriam algumas das suas aces enquanto governador de Angola. Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho viria a morrer por doena em Angola no desempenho das suas funes no ano de 1725 99. A nvel pessoal, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho, foi casado com D. Lusa de Mendona, de quem viria a ter o seu nico filho legtimo Francisco Albuquerque Coelho de Carvalho, moo fidalgo da rainha D. Maria Ana de ustria e que viria a desempenhar vrios cargos no Maranho 100. No Brasil e antes do seu casamento, Antnio Albuquerque teve uma relao amorosa com ngela de Barros, uma mestia, natural de Gurup na Vila de Santa Cruz de Cumut, resultando dessa relao o nascimento de um filho, Antnio de Albuquerque Coelho 101. Este filho, tal como o pai e o av seria governador, mas a sua carreira seria desempenhada no Oriente, para onde partiu com a idade de dezoito anos 102. Seria, assim, governador de Macau, onde viria a casar com a sua nica esposa, uma rica herdeira, e de quem teria dois filhos 103. Foi, ainda, nomeado para os cargos de governador de Timor e de Pate 104. Em anexos seguem a rvore genealgica de Antnio Albuquerque e a lista de cargos dos seus familiares.

Cf. Informao de Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho sobre a presena dos ingleses em Cabinda e sobre as suas aces na regio, A.H.U., Angola, caixa 21, doc., 78, 15 de Junho de 1722, fl.1 94 Idem., fl.1v. 95 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 357. 96 Cf. Parecer do Conselho Ultramarino sobre o governador de Angola que apresenta os inconvenientes sobre o pagamento dos seus soldos. A.H.U., Angola, caixa 21, doc., 76, 13 de Junho de 1722, fl.1. 97 Idem, fl.1v. 98 Idem, fl.1. 99 Cf. Aureliano LEITE, Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho cit., p. 106. 100 Cf. Paulo Miguel MARTINS, Percorrendo o Oriente cit., p. 19. 101 Idem, Ibidem. 102 Idem, Ibidem, p. 21. 103 Idem, Ibidem, p. 131. 104 Idem, Ibidem,p. 132. 8 Renato Pires

93

Actas do Congresso Internacional Atlntico de Antigo Regime: poderes e sociedades


105

rvore genealgica de Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Lus do Rego de Barros + Ins de Goes Feliciano Coelho de Carvalho + D. Maria Monteiro (Irm de Isabel de Goes) (Comendador de Seia, Governador de S. Tom e Paraba) Brites de Barros + Antnio Coelho de Carvalho

Antnio Cavalcanti de Almeida + Isabel de Goes (filha de Arnau de Holanda)

Francisco Coelho de Carvalho

Brites de Albuquerque

(natural de Pernambuco) (desembargador) Francisco Coelho de Carvalho Ins Francisco Coelho

(governador do Maranho, Par e Paraba) (natural de Olinda ) Antnio Albuquerque Coelho Feliciano Coelho de Carvalho (Governador do Maranho) (filho mais velho, auxiliou o pai no Maranho + D. Lusa de Mendona

e mais tarde regressou a Portugal) ngela de Barros ~ Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho

(1655 1725) (Gov. do Maranho, Par, Rio de Janeiro, S. Paulo e Angola)

Antnio de Albuquerque Coelho Francisco Albuquerque Coelho de Carvalho + D. Teresa de Lencastre (1682 1745 ) filho ilegtimo (Moo fidalgo da Rainha D. Maria Ana de ustria, (Governador de Macau e Timor, e de Pate Mombaa) viria a desempenhar vrios cargos no Maranho)

105

Cf. Paulo Miguel Martins, Percorrendo o Oriente A vida de Antnio de Albuquerque Coelho (1682-1745), Lisboa, Livros do Horizonte, 1998, p. 20 Antnio Albuquerque Coelho de Carvalho Um governador num espao atlntico 9

Você também pode gostar