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Ovo

invólucro orgânico onde um embrião inicia seu desenvolvimento
 Nota: Para outros significados, veja Ovo (desambiguação).

O ovo, do ponto de vista da biologia, é o zigoto dos animais. É uma célula que se forma após a fusão do núcleo do óvulo (pronúcleo feminino, haploide) com o núcleo do espermatozoide (pronúcleo masculino, haploide) por cariogamia, o que dá origem à célula diploide denominada ovo ou zigoto.[1]

Diagrama de um ovo – Legenda: 1- Conquilha ou casca,
2- Membrana externa,
3– Membrana interna, 4– Calaza, 5– Albumina exterior, 6– Albumina média ou clara, 7 – Membrana vitelina, 8– Núcleo, 9– Gérmen,
10– Gema amarela, 11 – Gema branca, 12– Albumina interior, 13 – Calaza, 14– Câmara de Ar,
15 – Conquilha ou casca

Os animais de reprodução sexuada possuem três tipos de mecanismos de desenvolvimento do zigoto: os que se desenvolvem dentro de um ovo são chamados de Ovíparos; os que se desenvolvem em ovos no interior da mãe, no qual a eclosão ocorrerá ainda no interior materno, sendo liberados já formados são os Ovovíparos; e os que o embrião irá se desenvolver completamente no interior materno utilizando as reservas fisiológicas da mãe são conhecidos como Vivíparos.[2]

Nos seres humanos, tal como na maioria dos mamíferos, para que esta célula se forme é necessário que um espermatozoide “atravesse” a zona pelúcida (que reveste o ovócito II e o 1º glóbulo polar) de modo a “introduzir” o seu núcleo no ovócito II que se encontra em metáfase II – Fecundação. Em virtude deste “estímulo” termina a meiose originando o óvulo e o 2º glóbulo polar (que irá degenerar juntamente com o 1º glóbulo polar anteriormente formado). No interior do óvulo se encontra o seu pronúcleo (pronúcleo feminino) e o pronúcleo masculino (oriundo do espermatozoide). Ambas as cariotecas ficam próximas, porém não se fundem (nos mamíferos) num primeiro momento, a fusão ocorrerá no alinhamento da metáfase da primeira mitose.[3] As cariotecas irão se degenerar e originar o ovo ou zigoto (diploide). Este processo é fundamental na reprodução sexuada.

Desenvolvimento Embrionário

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Após a fecundação, o embrião começa a se desenvolver, passando por várias modificações, genes são ativados ocorrendo assim a Diferenciação Celular.[4] Na espécie humana, é identificada como as principais fases do desenvolvimento do embrião a clivagem ou segmentação, gastrulação e organogênese.

Durante a clivagem, as divisões mitóticas são rápidas, dando origem a células conhecidas como Blastômeros, aumentando em número de células, mas não de tamanho.[4]

O primeiro estágio da clivagem é a mórula, um maciço celular, mais de 16 células, originado entre o terceiro e quarto dia após a fecundação. Na segunda e última etapa ocorre a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células.[5]

Até a fase de blástula, as células embrionárias são chamadas de células-tronco, que podem originar todos os diferentes tipos de célula do corpo. A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de tamanho e surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos 3 folhetos germinativos ou embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma.[6]

 
Desenvolvimento embrionário

A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos. O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso central. Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula. A organogênese termina até a oitava semana de gestação, por volta do 56º dia. Nesse período, o embrião mede cerca de 3 cm de comprimento. Depois da nona semana até o nascimento, o indivíduo em formação passa a ser chamado de feto. O nascimento ocorre em média durante a 38ª semana de gestação.[7]

Tipos de ovos

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Comparação entre o tamanho de um ovo de avestruz (à direita), de galinha (à esquerda, em baixo) e de codorniz (à esquerda, em cima)

O ovo animal é classificado com base na quantidade e distribuição de vitelo que há em seu citoplasma. Pode ser oligolécito, heterolécito, telolécito ou centrolécito.[8]

  • Ovos oligolécitos são aqueles que possuem pouco vitelo, distribuído de forma homogênea por todo o citoplasma. Contudo há um leve acúmulo de vitelo em um dos polos, que passa a se chamar polo vegetativo. O outro polo passa a se chamar polo animal. Animais com esse tipo de ovo são os mamíferos, anfioxos e equinodermos.
  • Ovos heterolécitos ou ovos mesolécitos são aqueles que possuem grande quantidade de vitelo, distribuída de forma não-homogénea. O polo vegetativo apresenta uma concentração muito maior de vitelo em relação ao polo animal. Animais com esse tipo de ovo são os moluscos, anfíbios e anelídeos.
  • Ovos telolécitos ou ovos megalécitos são aqueles que possuem uma quantidade de vitelo tão grande (ainda maior que a do heterolécito) que faz com que as estruturas citoplasmáticas e o núcleo fiquem totalmente no polo animal do ovo. Animais com esse tipo de ovo são as aves, os peixes que produzem pequena quantidade de ovócitos, e os répteis.
  • Ovos centrolécitos são aqueles que possuem o vitelo no centro do ovo. Esse ovo não possui polos e está presente nos artrópodes.

Deterioração e contaminação

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 Ver artigo principal: Deterioração dos ovos

O espaço interno dos ovos é, a princípio, estéril. No entanto, tanto a exposição a micróbios e fungos quanto a contaminantes encontrados na casca ou cercanias dos ovos podem provocar alterações físicas ou químicas nos ovos. Ovos deteriorados podem emitir um odor pútrido, embora alguns tipos de bactérias possam contaminá-los sem que sinais significativos possam ser percebidos.[9]

Ovos de aves

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Ovos em um ninho (provavelmente de galinha)

Ovos de aves são colocados por fêmeas e incubados por um tempo que varia de acordo com a espécie; um único jovem de cada ovo. Os tamanhos médios de ninhagem variam de um (como nos condores) a cerca de 17 (a perdiz cinzenta). Algumas aves põem ovos mesmo quando não fertilizadas (por exemplo, galinhas); Não é incomum para os donos de animais encontrarem suas ninhadas solitárias em uma ninhada de ovos não fertilizados, que às vezes são chamados de ovos eólicos.

A cor do ovo teve uma única origem evolutiva em eumaniraptoranos.[10]

Ver também

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Referências
  1. «Fecundação humana - Mundo Educação». Mundo Educação. Consultado em 2 de maio de 2018 
  2. «Ovulíparos, ovíparos, ovovíparos e vivíparos. - Mundo Educação». Mundo Educação. Consultado em 2 de maio de 2018 
  3. Mori, Maurizio (2001). «Fecundação assistida e liberdade de procriação». Revista Bioética 
  4. a b «Embriologia: conheça as fases do desenvolvimento embrionário». 1 de maio de 2014. Consultado em 2 de maio de 2018 
  5. Carlson, Bruce M. (18 de dezembro de 2014). Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. [S.l.]: Elsevier Brasil. ISBN 9788535278927 
  6. «Desenvolvimento Embrionário Humano - Embriologia e Biologia». InfoEscola 
  7. Moore, Keith L.; Persaud, T. V. N. (2008). Embriologia Clinica. [S.l.]: Elsevier (medicina). ISBN 9788535226621 
  8. Garcia, Sonia M. Lauer; Fernández, Casimiro G. (1 de janeiro de 2009). Embriologia - 3.Ed. [S.l.]: Artmed Editora. ISBN 9788536327044 
  9. Franco, Bernadette Dora Gombossy de Melo; Landgraf, Mariza (2003). Microbiologia dos alimentos. [S.l.: s.n.] 
  10. [https://www.techexplorist.com/second-look-color-dinosaur-eggs/24284/ A second look at the color of the dinosaur eggs All colors and spots on modern birds’ eggs derived from a single evolutionary source among dinosaurs. por Amit Malewar (2019)

Ligações externas

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