Phantasus: poema-non-plus-ultra, de Arno Holz
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Haroldo de Campos - tradutor e traduzido Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
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Phantasus - Simone Homem de Mello
Post Scriptum, d’Avance
O poeta alemão Arno Holz passou a existir no Brasil após a publicação de traduções de alguns de seus poemas por Augusto e Haroldo de Campos, realizadas em coautoria ou individualmente, a partir de 1962. Sem esse impulso, certamente a presente tradução não existiria.
Mesmo entendendo-se como um desdobramento desse impulso inicial, esta publicação não promete nenhuma novidade fundamental sobre esse poeta de vanguarda, sem cujo impulso – por sua vez – a poesia expressionista alemã certamente não seria o que é. Isso porque a produção poético-tradutória e ensaística de Augusto e Haroldo sobre Holz, quantitativamente escassa, esgotou, em termos qualitativos, o que poderia ser dito de relevante sobre esse poeta. Digo isso após ter rastreado um século de crítica literária sobre a poesia de Arno Holz e de traduções de Phantasus para línguas anglogermânicas e neolatinas. O aparato crítico deste livro revelará os motivos dessa afirmação.
Nesse sentido, este livro se considera apenas um post scriptum. O que ele traz de novo sobre Arno Holz talvez seja apenas o recorte. Tanto Augusto como Haroldo optaram, em suas traduções de diferentes edições de Phantasus, por poemas breves, bem delimitados e caracterizados por uma nítida concisão, concisão que não neutraliza a proficuidade verbal holziana, crescente a partir da segunda década do século XX. A escolha do presente volume recai sobre fragmentos da edição de 1916, a única concebida como um poema contínuo. Dessa forma, este projeto se expõe a desafios em parte diferentes daqueles impostos por poemas isolados. No caso dos fragmentos, trata-se de recortes de um fluxo contínuo de linguagem que perfazem o movimento da escrita.
Esta antologia sequencia amostras textuais diversas, sem pretender ser uma coletânea representativa do ponto de vista temático. No Phantasus 1916, Arno Holz cria um contínuo poético a partir dos cem poemas isolados que haviam sido publicados em dois fascículos, sob o mesmo título, em 1898-1899. Publicado em plena Primeira Guerra Mundial, este seu poema-non-plus-ultra
– que ocupa 335 páginas de um volume monumental de 33cm x 44cm, projetado para comportar versos de até cinquenta sílabas, alinhados por um eixo central de diagramação – é uma espécie de autobiografia de uma alma
, de acordo com o autor, desde sete trilhões de anos
antes do nascimento do indivíduo, conforme situa o início do poema, até o retorno ao pó, no final. Com uma moldura ficcional semelhante a Voyage autour de ma chambre (Xavier de Maistre), o livro projeta um poeta em sua mansarda ao norte de Berlim no início do século XX, do qual uma escrita fantasiosa, a desdobrar-se em arabescos, envereda por uma viagem em tempos e espaços diversos, atravessando estratos temáticos paleográficos, geológicos, geográficos, históricos, além de episódios biográficos. O caráter enciclopédico do livro-poema não se restringe à malha de temas e referências, mas também se aplica ao movimento generativo de linguagem que Holz inaugura na edição de 1916 e exacerba, numa contínua reescrita do livro, em versões posteriores, até sua morte, em 1929.
Este volume intercala fragmentos do poema holziano, no original alemão e na tradução, com uma apreciação crítica que contextualiza historicamente a obra de Arno Holz dentro do modernismo e das vanguardas, e avalia um número significativo de traduções de Phantasus para algumas línguas. Além disso, o aparato crítico descreve o presente projeto tradutório, em sua busca de destilar o conceito de linguagem que move o poema, guiando-se por aquilo que caracteriza a vanguarda de todas as épocas: a linguagem em crise. Para isso, localiza os nós de instabilidade na escrita de Phantasus, tendo como pano de fundo o desenvolvimento da poética de Arno Holz desde a introdução do naturalismo consequente
na literatura alemã, nos anos 1880, até a última versão de Phantasus, publicada postumamente, em 1961.
Mesmo tendo sido contemporâneo de Arno Holz (1863-1929) por pouco mais de seis semanas, Haroldo de Campos (1929-2003) – junto com Augusto de Campos, dentro do programa poético-tradutório do Grupo Noigandres, também concebido por Décio Pignatari – nos transmitiu o Phantasus, de Arno Holz, pelo viés programático das vanguardas dos anos 1950-1960. Esta tradução, como se verá, dialoga com Arno Holz pelo filtro noigândrico, sobrepondo a esse diálogo aspectos que não necessariamente estavam no foco do projeto estético da nossa vanguarda concreta, como a historicidade na/da tradução, ou princípios que foram teorizados posteriormente, nos anos 1980-1990, por Haroldo de Campos e outro pensador contemporâneo da tradução, Henri Meschonnic.
Pela transmissão de tantas coisas que, talvez por sua delicadeza e sutileza, ameaçam entrar em extinção, ou seja, pela transmissão da flor
(Zeami), agradeço a Augusto de Campos, Gita Guinsburg, Jacó Guinsburg (in memoriam), João Alexandre Barbosa (in memoriam) e Haroldo de Campos (in memoriam). A Augusto também agradeço a inclusão deste livro na Coleção Signos, sem a qual a nossa geração de poetas e tradutores não seria o que é. A Elisabeth Walther (in memoriam) agradeço a transmissão, simbólica, do exemplar de Ecce Poeta, volume da coleção de poemas seletos de Phantasus editada a partir de 1924, com autógrafo – a lápis – de Arno Holz, pertencente à biblioteca de Max Bense e sua. A Augusto Valente, Isabel de Lorenzo, Márcia Mello e Nadège Marguerite agradeço o tráfico trans-hemisferial de livros, sem o qual este volume certamente não poderia ter abarcado todas as referências que inclui.
SIMONE HOMEM DE MELLO
Notas Editoriais
Os fragmentos extraídos de um contexto mais extenso de Phantasus são sinalizados com reticências entre colchetes no início e no fim, enquanto o final dos poemas isolados, apresentados na íntegra, são indicados pelos asteriscos.
A ortografia do texto alemão foi atualizada, sem que se alterasse, no entanto, a separação ou a junção de palavras do poema original.
Os fragmentos não têm título. Os motes entre colchetes são entretítulos lúdicos que separam os fragmentos selecionados, fazendo referência a algumas características discutidas no aparato crítico.
[…antes de vir à luz…]
Sieben Billionen Jahre vor meiner Geburt
war ich eine Schwertlilie.
Meine suchenden Wurzeln
saugten sich
um einen Stern.
Aus seinen sich wölbenden Wassern,
traumblau,
in neue, kreisende Weltenringe,
wuchs,
stieg, stieß,
zerströmte, versprühte sich – meine dunkle Riesenblüte!
Sete trilhões de anos antes de vir à luz,
eu era uma flor-de-lis.
Minhas raízes vorazes
sorviam-se
à volta de um astro.
De suas águas arqueantes,
indigoníricas,
em novos cosmoanéis em rodopio,
alçou-se,
avultou-se, avolumou-se
trasvazou, orvalhou – minha escura flor-mor!
[…retorno contínuo…]
[…]
Ein ganz kleines, minimales Prozentsätzchen von mir,
noch jetzt in mir schwimmend,
war auf diese Weise sozusagen mit Schuld daran, daß es mal später Gotamo Buddho [sic] gab,
und noch heute,
nachts,
im Traum,
wenn ich das Biest nicht kontrollieren kann und ich mich selbst nicht mehr so recht in der Kandarre habe.
wälzt sich der Schuft mit seinen Weibern,
singt,
gröhlt, tobt, brüllt,
lästert
und sauft, kübel-, liter- oxhoftweise, wilden, schäumenden Palmwein
aus gigantischst riesigst vorsintflutlichen Rhinozeroshörnern!
… … .
Ja!
Die große, volle, absolute, mystisch letzte, ausnahmslose Übereinstimmung
aller wahrhaft strahlend hohen, orphisch unergründlich tiefen, weisen Weisesten aller Weisen,
durch alle Zonen, zu allen Zeiten,
hat Recht gehabt!
Ich werde niemals
untergehn!
Ich kehre fortwährend, bis in alle Ewigkeit, myrionengestaltig mich verändernd,
immer wieder!
Ich bin schon stets,
und von allem allerersten Uranfang an,
gewesen!
Durch alle Kulturen,
in Glück und Unglück, in Schuld und Sühne,
durch alle Jahrhunderte,
durch alle Länder, durch alle Erdteile,
aus Höhen in Tiefen,
aus Leid in Lust, aus Lust in Leid,
von allen Begierden durchwühlt, von allen Empfindungen durchschauert, von allen Leidenschaften durchzittert,
als Mann, als Weib, als Kind, als Greis,
immer wieder sterbend, immer wieder geboren werdend,
trieb,
riss und wirbelte mich
mein Fatum!
[…]
[…]
De mim, um percentual mínimo, bem pouco,
ainda a flutuar em mim,
fez-se cúmplice, por assim dizer, do fato de que bem depois viria a existir Gautama, o Buda,
e hoje,
à noite,
em sonho,
quando não consigo controlar a fera e ando desenfreado, fora do cabresto,
o cujo vagueia com suas fêmeas,
canta,
brada, brame, clama,
difama
e bebe litros, tinas, barris de rústico vinho de palma espumante
em imensos, gigantescos pré-diluvianos cornos de rinoceronte!
… … .
Sim!
O imenso, absoluto e ultimístico consenso, completo, sem excetos,
de todos veribrilhantemente sumos, orfinsondavelmente profundos sábios sapientíssimos de todos os sábios,
por todos os cantos, em todos os tempos
tinha razão!
Nunca hei de
perecer!
Retorno contínuo, ad infinitum, transformando-me multiforme
nisso e naquilo!
Desde todo o sempre,
do mais primevo priminício,
existi!
Por todas as culturas,
na graça e na desgraça, na culpa e no pecado,
por todos os séculos,
em todos os países e continentes,
de cúmulo em profundo,
de dor em desejo, de desejo em dor,
arrepiado por todos os arroubos, revolto por todos os enlevos, trepidado por todas as paixões,
como homem, como mulher, como infante, como ancião,
sempre remorrendo, sempre renascendo,
me movia,
remoía e remoinhava
o meu fado!
[…]
Arno Holz, Phantasus e as Vanguardas
Só se revoluciona a arte
à medida que se revolucionam
seus meios.
Arno Holz, 1891-1892.
Na memória de um público alemão mais amplo, o que restou da extensa obra de Arno Holz (1863, Rastenburg, hoje Kętrzyn/Polônia-1929, Berlim) foi a sua atuação como dramaturgo e introdutor do naturalismo na prosa e no drama de língua alemã. A sua poesia, canalizada desde a virada de século XIX para o XX para uma obra única, o Phantasus, nunca chegou a sair realmente do limbo a que foi condenada pelo público leitor e pela crítica de sua época – a não ser entre poetas e leitores profissionais de poesia.
Phantasus, obra lírica escrita desde meados da década de 1880 até a morte do poeta, em 1929, teve uma trajetória alinear não apenas no decorrer de sua produção, mas também quanto à sua recepção como poesia de vanguarda. Desde o ciclo de poemas intitulado Phantasus
, em Buch der Zeit (Livro do Tempo, 1885-1886), até a versão publicada postumamente, em 1961-1962, com base em anotações manuscritas do autor entre 1925 e 1929, a obra inicialmente esboçada como uma sequência de treze poemas metrificados e rimados tornou-se uma coletânea, em dois fascículos, de cem poemas sem regularidade métrica e sem rimas, alinhados por um eixo central de diagramação (1898-1899), transformando-se depois em um poema-livro de estrutura cíclica (1916), continuamente ampliado e seccionado em partes com títulos e em versos cada mais numerosos (edições de 1925 e 1961-1962, póstuma). O fato de a obra ter assumido formas bastante distintas em suas diferentes fases já é um fator de instabilidade para a sua apreciação, tornando problemática a sua abordagem como obra única (algo em que parte da crítica costuma reincidir, ao caracterizá-la como texto uniforme e atribuir-lhe indiferenciadamente elementos identificáveis em etapas distintas). A isso se soma a alinearidade de sua recepção: tendo sido descreditado por grande parte da crítica nos momentos de sua publicação, algo registrado pelo autor em seus textos teóricos, Phantasus conquistou apenas tardiamente um espaço não periférico na historiografia literária[1]. O reconhecimento que Arno Holz esperava obter com seu gigantesco poema-non-plus-ultra
[2], concebido como um marco de ruptura na tradição poética, e que tentou reivindicar – em vão – por meio de diversos escritos crítico-teóricos e polêmicas literárias em vida, só lhe foi conferido pelos poetas da vanguarda dos anos 1950-1960 e pela crítica literária subsequente[3].
A reinserção de Phantasus na tradição literária como uma referência para a literatura de vanguarda do início e de meados do século XX, já esboçada por Alfred Döblin[4] desde a década de 1920, só se consumou com a autofiliação dos poetas iniciadores e adeptos da Poesia Concreta à linhagem holziana. Em um dos textos fundadores do movimento concreto na poesia, vom vers zur konstellation (do verso à constelação, 1954), o suíço-boliviano Eugen Gomringer (1925) inclui Arno Holz no início do desenvolvimento histórico que culminaria com a dissolução definitiva do verso convencional em uma nova poesia[5]. Analogamente, Gerhard Rühm (1930), um dos ativistas da vanguarda musical-literária da Áustria dos anos 1950, também aponta Holz como um autor outsider que passou a constituir a verdadeira tradição
reencontrada no pós-guerra pelo Grupo de Viena, integrado por ele, Friedrich Achleitner, Konrad Bayer e Oswald Wiener[6]. Já na década de 1960, o poeta alemão Helmut Heißenbüttel (1921-1996) revê a tradição de vanguarda em língua alemã e constata que o papel de pai do modernismo
na Alemanha não poderia ser atribuído nem a Gerhard Hauptmann, nem a Stefan George, nem a Rainer Maria Rilke, mas somente a Arno Holz[7]. O interesse do filósofo Max Bense pela obra tardia de Holz toca as etapas finais de desenvolvimento de Phantasus, sobretudo a ideia holziana de uma arquitetônica numérica
supostamente subjacente às edições posteriores a 1916, com base na qual Bense deriva uma álgebra textual
associável aos experimentos estéticos com a cibernética nos anos 1960[8]. Holz viria a constar na lista de autores de vanguarda expostos ao lado de representantes contemporâneos da poesia concreto-visual 35 anos após sua morte, na Situationen 60 Galerie, de Berlim, em 1964[9].
No Brasil, a introdução de Arno Holz como uma referência da arte verbal de vanguarda foi contemporânea à sua redescoberta na Alemanha e se deve aos poetas do grupo Noigandres. Em artigo de 1957 intitulado Evolução das Formas: Poesia Concreta
e publicado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, Haroldo de Campos se refere ao cânon de poetas do século XIX e XX resgatados por Eugen Gomringer, destacando – entre outros – Arno Holz e suas experiências tipográfico-espaciais
no Phantasus 1898[10]. Em contexto de uma vanguarda
, escrito em 1960, ele faz um paralelo entre a redescoberta de Arno Holz por Eugen Gomringer e a releitura do cânon literário brasileiro pelo grupo Noigandres, com a sua ênfase a poetas como Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto, "que contribuíram tanto para a demarcação de um elenco básico de autores imprescindíveis para a edificação de uma nova tradição poética em língua portuguesa – isso para não falar na comum cogitação do paideuma Mallarmé (Un Coup de dés), Apollinaire, Joyce, Cummings, Pound e/ou William Carlos Williams[11]. Em 1962, ele apresentaria o poeta alemão ao público leitor brasileiro por meio de um artigo intitulado
Arno Holz: Da Revolução da Lírica à Elefantíase do Projeto, acompanhado por sua tradução do poema
Barocke Marine" (1925), realizada em coautoria com Augusto de Campos. Nesse texto, publicado em duas edições de O Estado de S. Paulo, Haroldo contextualiza Holz como um par de Stéphane Mallarmé, paralelizando procedimentos de espacialização da escrita em ambos os autores. O que predomina nessa caracterização da obra holziana é o interesse de Haroldo pelos elementos verbivocovisuais em Phantasus, sobretudo a noção de uma escrita partitural a funcionar como áudio-imagem
do poema (ideia essa que também influenciou o desenvolvimento da Poesia Acústica)[12].
Nessa mesma época, a efervescência crítica em torno da obra tardia de Arno Holz na Alemanha, com destaque a Phantasus, também se deve à publicação, entre 1961 e 1964, de suas obras reunidas em sete volumes, cujos três primeiros são ocupados pela última versão de Phantasus, até então inédita. Os estudos críticos sobre Holz publicados entre os anos 1960 e os 1980 enfocam sobretudo a contribuição de Phantasus para a renovoção da linguagem poética, fazendo analogias com procedimentos recorrentes em outros autores de vanguarda do século XX[13]. O espectro de associações é amplo, incluindo – curiosamente – diversos prosadores, como Gertrude Stein, Alfred Döblin, Robert Musil, James Joyce, Franz Kafka, Samuel Beckett, Arno Schmidt, George Perec, Peter Handke. O poeta moderno mais associado a Arno Holz é Ezra Pound, cujos Cantos são comparados a Phantasus – duas obras consideradas matrizes de certos experimentos poéticos dos anos 1950 e 1960[14].
A partir dos anos 1990, parte da crítica passou a acrescentar uma nova dimensão à contextualização histórica da contribuição holziana à linhagem das vanguardas, remetendo a origem de sua poética de invenção à sua reflexão e à sua prática literária naturalistas, que remontam aos anos 1880. O papel central de Arno Holz no naturalismo alemão – com sua revisão de princípios teóricos postulados por Émile Zola e com o uso de um recurso inovador (que viria a ser denominado Sekundenstil, estilo segundo-a-segundo) em textos narrativos e dramáticos escritos em coautoria com Johannes Schlaf nos anos 1880-1890 – foi reconhecido desde muito cedo pela crítica e historiografia literárias; no entanto, o grau de virulência da sua produção ficcional e teórica naturalista para a posterior renovação da linguagem na poesia de vanguarda só foi devidamente assimilada pelo discurso crítico da última década do século XX[15]. A polarização entre o naturalismo e as vanguardas modernas, já presente no pensamento crítico da segunda década do século XX[16], era alheia à compreensão que Holz tinha da posição de sua obra na tradição literária. Exacerbadamente ciente de sua contribuição pioneira para a renovação da linguagem poética[17] antes da virada do século XIX para o XX, Holz considerava o seu papel de observador naturalista
um pressuposto indispensável para que ele pudesse ter assentado o fundamento sobre o qual a geração mais jovem continuaria construindo
. Essa também é a visão de Alfred Döblin, que – numa apreciação da poética naturalista holziana como uma vertente promissora