CANTOS A BEIRA-MAR
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Gupeva: Romance brasiliense Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos do mar sem fim Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Escrava - conto original Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pequenos textos de grandes autores brasileiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÚrsula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAbolicionistas: antologia de poetas negros do período abolicionista no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
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CANTOS A BEIRA-MAR - Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis
A ESCRAVA
e
CANTOS A BEIRA-MAR
Coleção Raízes
1a edição
img1.jpgIsbn: 9788583864295
LeBooks.com.br
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Prefácio
Prezado leitor
Maria Firmina dos Reis (1822-1917), professora e escritora maranhense, foi a primeira romancista brasileira. Firmina conheceu obras literárias do romantismo brasileiro e francês, mas, como não há registros na educação formal, acredita-se que tenha sido autodidata. Aos 25 anos foi aprovada em concurso público para a cadeira de instrução primária na vila de Guimarães, tornando-se a primeira mulher a conquistar o cargo em toda a província.
Em 1859, publicou Úrsula, o único romance abolicionista de autoria feminina em todo o mundo lusófono no período. Em 1880, aos 58 anos, fundou a primeira escola mista do Maranhão, o que provocou escândalo à época e resultou no fechamento da instituição após dois anos e meio.
Seu legado, esquecido por mais de um século, inclui também contos, poemas e músicas. Na presente obra, o leitor conhecerá dois de seus melhores trabalhos, em prosa e verso: o conto A Escrava, publicado em 1887, um ano antes da abolição e a antologia Cantos a Beira-Mar, coletânea de belíssimos poemas que mostram toda a inquietação e sensibilidade de Maria Firmina no contexto do Brasil Oitocentista.
Uma excelente e apaixonante leitura.
LeBooks Editora
Se uma frase se pudesse
Do meu peito destacar;
Uma frase misteriosa
Como o gemido do mar,
Em noite erma, e saudosa,
De meigo, e doce luar.
Ah! se pudesse!... mas muda
Sou, por lei, que me impõe Deus!
…
Maria Firmina dos Reis
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de março de 1822. Entretanto, seu batismo ocorreu apenas em 21 de dezembro de 1825, constando na certidão sua condição de filha natural
de Leonor Felippa dos Reis e estando ausente do documento o nome de seu pai (ADLER, 2017). Afrodescendente nascida fora do casamento e vivendo num contexto de extrema segregação racial e social, aos cinco anos ficou órfã e teve que se mudar para a vila de São José de Guimarães, no município de Viamão, situado no continente e separado da capital pela baía de São Marcos. O acolhimento na casa da tia materna teria sido crucial para a sua formação (Mott, 1988).
Formou-se professora e exerceu, por muitos anos, o magistério, chegando a receber o título de Mestra Régia
. Em 1847, com vinte e cinco anos, Firmina vence concurso público para a Cadeira de Instrução Primária na cidade de Guimarães-MA, conforme registra seu biógrafo Nascimento Morais Filho (1975). E, ainda segundo este autor, ao se aposentar, no início da década de 1880, funda, na localidade de Maçaricó, a primeira escola mista e gratuita do Maranhão e uma das primeiras do País. O feito causou grande repercussão na época e por isso foi a professora obrigada a suspender as atividades depois de dois anos e meio.
A escritora foi presença constante na imprensa local, publicando poesia, ficção, crônicas e até enigmas e charadas. Segundo Zahidé Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina dos Reis colaborou assiduamente com vários jornais literários, tais como A Verdadeira Marmota, Semanário Maranhense, O Domingo, O País, Pacotilha, O Federalista e outros
. Além disso, teve participação relevante como cidadã e intelectual ao longo dos noventa e cinco anos de uma vida dedicada a ler, escrever, pesquisar e ensinar. Atuou como folclorista, na recolha e preservação de textos da cultura e da literatura oral e também como compositora, sendo responsável, inclusive, pela composição de um hino em louvor à abolição da escravatura.
A escritora trouxe a público três narrativas de ficção: Úrsula, de 1859, seguramente o primeiro romance publicado por uma mulher negra em toda a América Latina - e primeiro romance abolicionista de autoria feminina da língua portuguesa -, no qual aborda a escravidão a partir do ponto de vista do Outro; Gupeva, de 1861, narrativa curta de temática indianista, publicada em capítulos na imprensa local, com várias edições ao longo da década de 1860; e o conto A escrava
, de 1887, texto abolicionista empenhado em se inserir como peça retórica no debate então vivido no país em torno da abolição do regime servil.
Já seu volume de poemas Cantos à beira-mar, cuja primeira edição é de 1871, traz textos marcados por forte inquietação e por uma subjetividade feminina por vezes melancólica diante da realidade oitocentista marcada pelos ditames do patriarcado escravocrata e representada como problema perante a sensibilidade da autora.
Maria Firmina dos Reis faleceu em 1917, pobre e cega, no município de Guimarães-MA. Infelizmente, muitos dos documentos de seu arquivo pessoal se perderam e até o momento não se tem notícia de nenhuma imagem sua digna de credibilidade. A propósito, circula na internet uma foto da escritora gaúcha Maria Benedita Borman, pseudônimo Délia
, como se fosse da autora maranhense.
Em 2017, por ocasião do centenário da morte de Firmina, seus livros foram relançados: Úrsula, já na sétima edição, trazendo em apêndice o conto A Escrava
, de 1887; Gupeva, em sexta edição; além de Cantos à beira-mar, volume de poemas novamente disponível em publicação da Academia Ludovicence de Letras, de São Luís, organizada pela pesquisadora Dilercy Aragão Adler.
Data ainda de 2017 o volume crítico Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor, também de autoria de Dilercy Aragão Adler, em que a pesquisadora divulga documentos até então inéditos, encontrados no Arquivo Público do Maranhão, dando conta da verdadeira data de nascimento da autora - 11 de março de 1822 - até então confundida com a data de seu batismo, que só ocorreria três anos mais tarde. O livro de Adler esclarece também a condição social de sua mãe, Leonor Felippa dos Reis, em verdade uma escrava alforriada que pertenceu ao Comendador Caetano José Teixeira. Tais descobertas esclarecem em definitivo dúvidas até então existentes sobre o nascimento da escritora e o estrato social a que pertenceu sua mãe.
***
Sumário
A ESCRAVA
CANTOS A BEIRA-MAR
Uma lágrima
Minha terra
A lua brasileira
Uma tarde em Cumã
Súplica
O meu desejo
Dirceu
O meu segredo
Ah! Não posso!
Tributo de amizade
Vai-te!
Melancolia
Ela!
Meus amores
Esquece-a
Recordação
Confissão
Poesia
À recepção dos voluntários de Guimarães
Poesias
Poesia
Te-Deum
Visão
A mendiga
O volúvel
O lazarento
Um bouquet
Não, oh! Não
O proscrito
A dor, que não tem cura
O dia de finados
Queixas
Hosana!
Canto